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Para onde foi a filosofia 3

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Para onde foi a filosofia? (ou aonde está a filosofia?)(ou como entrar na filosofia)
Interessado em filosofia, mas não teve aulas de filosofia na escola? Ou talvez você ache que o livro da escola não é suficiente ou interessante? Interessa-se por filosofia de ouvir falar, mas não sabe por onde começar? Todas essas situações são muito comuns, existem muitos pré -conceitos relacionados à filosofia, ou seja, opiniões pré- formadas, positivas ou negativas, que giram em torno de impressões, suspeitas... E quase sempre falta quem nutra esse interesse, que indique como ir além das impressões e do básico.
Quando não se tem filosofia na escola (por quaisquer motivos) ou quando acontece uma falta de afinidade/empatia com o professor da matéria, aqueles interessados pela área ainda têm muitos estímulos alternativos que levam ao básico e que conduzem “à porta” da filosofia, que está sempre aberta. Para aqueles que ousam ter dúvidas, as incertezas e impressões “gritam”, efeito colateral desejável na filosofia, mas para quem ainda nem deu o primeiro passo isso causa um bloqueio, um “funil de entrada” na filosofia e isto é com certeza indesejável.
Como as pessoas chegam até à filosofia quando não pela escola? Através de amigos interessados no assunto, sejam eles conhecedores ou não, ou quase sempre através da mídia, para a qual ela está demonizada, inclusive por pessoas da área. É triste pensar que filmes como Percy Jackson e Fúria de Titãs atraem mais pessoas para a filosofia do que os próprios professores do ensino médio, mas independente do meio pelo qual as pessoas chegaram até essa área do conhecimento, a maioria estaciona nas “bordas” da filosofia, sem nunca adentrar mais profundamente, sem se entregar a conceitos e reflexões que exijam “um pouco mais”.
Não acho ruim que filmes utilizem a filosofia e/ou seus conceitos. Pelo contrário, acho ótimo que livros e filmes não filosóficos despertem interesse na área, mas melhor seria se já chegassem ao ensino médio tendo noções e ideias a respeito da filosofia e seus métodos, o que auxiliaria na compreensão e até mesmo no desenvolvimento como pessoa.
Ao “bater na porta” da filosofia tem-se a impressão de um vácuo, um enorme vazio e que dali para frente você está sozinho e ninguém pôde te acompanhar e isso é outra impressão errada a respeito. O auxílio de outras pessoas não deve te privar de sua subjetividade e visões, é importante que a pessoa que auxilia tenha esse cuidado, mesmo o auxiliado sendo leigo e iniciante, o senso crítico deve ser estimulado e desenvolvido, qualquer um que faça o contrário para tentar levar alguém “para dentro” da filosofia, na verdade o está “arrastando para fora”.
Se um indivíduo se interessar por filosofia e perguntar aos pais e amigos por direções iniciais, é provável que obtenha respostas genéricas, confusas, por vezes, um simples “sei lá”, ou opiniões preconceituosas e comentários como “coisa de desocupado”, “isso não dá futuro”. O interesse, então, leva seu primeiro baque e a sensação de estar sozinho ou desorientado é provável. É como ser abandonado em um grande parque vazio sem saber onde se está ou o que fazer.
O site Acervo Filosófico possui uma sessão de indicações, mas quem chega até este espaço, provavelmente não é um leigo ou um curioso. Todas as situações previamente citadas, as sensações de desnorteamento e abandono criam uma rede que evita iniciantes e curiosos, tais pessoas que além de se maravilhar com o que encontrariam se passassem dali, mudariam suas visões e poderiam até mesmo contribuir, nem que fosse com uma discussão de ideias.
Com tantas informações e tantas redes sociais, onde está a filosofia? Alguns resquícios estão presentes em sites independentes, curiosos entusiastas e gurus contemporâneos (como Clóvis de Barros, Karnal, Cortela, Pondé...), mas os algoritmos usados no mundo virtual são cruéis com a filosofia, pois assuntos populares, superficiais ou divertidos costumam dominar a timeline e a cada interação com estes, seu feed de notícias fica cada vez menos propensos a sugerir novos assuntos, como a filosofia por exemplo.
Você, talvez esteja pensando que isso não ocorre na sua timeline, pois o seu feed se adequou às suas pesquisas no Google, curtidas e compartilhamentos. Na sua bolha social, o assunto filosofia está presente, mas as pessoas que interagem com você talvez não vejam suas postagens sobre filosofia, apenas as suas postagens sobre viagens, tema presente na bolha da maioria das pessoas.
Então como se iniciar na filosofia, como mergulhar nesse mundo tão vasto e complexo? A resposta para isso é semelhante a qualquer outra inserção em novos mundos: pesquisa, interação e esforço. Se ninguém da família ou dos seus amigos pode te ajudar, existem várias pessoas e sites disponíveis, além dos curadores (que até podem ser páginas do Facebook).
Quanto mais você interagir com temas filosóficos, mais eles retornam para você. Novos contatos, páginas e pessoas abrem cada vez mais hipóteses e conforme seus interesses você decide para quais áreas ir, no que se aprofundar.
Para os iniciantes também é importante uma pesquisa sobre como ler textos filosóficos, e isto é facilmente encontrável em sites de busca. Entre os métodos mais tradicionais de estudo lineares estão o cronológico e por tópicos, ambos com seus defensores e seus críticos. Independente do método, parece um tanto óbvio que não se deva começar por temas complexos da filosofia. Para estudar ética kantiana, por exemplo, além de precisar entender o que é imperativo categórico e juízo a priori, o leitor irá “esbarrar” em vários outros conceitos de filósofos anteriores, normalmente remetendo à Grécia Antiga. Porém, através do estudo apoiado no método cronológico, o leitor já teria bagagem suficiente e provavelmente já dominaria métodos de estudo e análise de textos. Ao pesquisar, por exemplo, um tema como Ética saberia que Kant jamais viria antes de Platão. 
Um erro que também costuma afastar as pessoas da filosofia é justamente começar pelo lugar errado e do jeito errado, pois alguém sem costume de ler textos filosóficos, mesmo que ótimo leitor de textos literários, não entenderia e não e apreciaria a leitura, seja ela de um filósofo francês de escrita fluida ou um texto topicalizado alemão.
Uma pessoa pode se inspirar em outra que é, por exemplo, leitora e/ou fã de Nietzsche, que se expressa bem e parece dominar a filosofia e conceitos gerais do referido pensador. Isso pode motivar a primeira pessoa a ir atrás de Nietzsche para um primeiro contato, mas provavelmente ela encontrará muita dificuldade na compreensão das obras e terá um progresso lento de estudo. E talvez, por fim, se desiluda da filosofia. Neste ponto retomo uma palavra usada anteriormente neste texto: esforço. É necessário esforço, sim. Mas facilitará e auxiliará o esforço, se a pessoa tiver as direções corretas e conhecimento de um método de aprendizagem e leitura , antes da imersão direta na filosofia ou em uma de suas temáticas. 
Para onde foi a filosofia? Porque está tão sumida? Por onde começar? Tais perguntas não são tão difíceis de responder, a dificuldade será chegar a fazer essas perguntas e fazer com que o interesse inicial não desapareça após a imersão na filosofia, pois ela deixa de assustar e pode levar um leitor ou estudante para várias novas direções, apresentando-lhe novos horizontes, perspectivas e oferecendo-lhes novos conhecimentos.

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