Buscar

manual-da-reciclagem

Prévia do material em texto

Rua General Jardim, 482 - 16 andar - CEP 01223-010
São Paulo - SP - Brasil - Tel.: 11 3255.3033 - Fax: 11 3255.4457
www.abividro.org.br - e-mail: recicla@abividro.org.br - SAC 0800-7720207
Matérias-primas
Silos de estocagem
Misturador
Ar
ei
a
C
al
cá
rio
B
ar
ril
ha
D
iv
er
so
s
C
ac
o
Forno
Canal de
alimentação
Máquina de
produção
Archa de
recozimento
Máquinas de
controle
Máquinas de
embalagem
Distribuição
Princípio da fabricação de garrafas numa vidraria.
abi/manual novo final2 ok 17*10*03 11:33 Page 1
43
Os vidros mais comuns, utilizados
em embalagens, planos e nas lâm-
padas incandecentes, são do tipo 
"silicatos soda-cal", produzidos com
matérias-primas amplamente dispo-
níveis como areia, barrilha e cálcio.
Porém, além de matérias primas
novas, a industria de vidro também
utiliza o caco do próprio vidro da pro-
dução, em porcentagens que podem
chegar a até 80% da composição 
da mistura
Reciclar conceitos: 
um compromisso
com o futuro.
A reciclagem sempre teve grande
destaque na indústria vidreira, e ganhou
força nos últimos anos com os
grandes investimentos feitos pela
Abividro para promover e estimular 
o retorno da embalagem de vidro
descartável como matéria-prima. 
Com um quilo de vidro se faz outro
quilo de vidro, com perda zero e sem
poluição para o meio ambiente. Essas
características fazem do vidro um
material impar. Além da vantagem do
reaproveitamento de 100% do caco, a
reciclagem permite poupar matérias-
primas naturais, como areia, barilha,
calcário, etc.
A ação da Abividro para a reciclagem
apóia-se na assoicação de programas
de logística com programas de edu-
cação ambiental e cidadania. Com 
a construção de parcerias com o setor
público, empresas e organizações do
terceiro setor, os resultados alcançados
mostram que todos saem ganhando - a
sociedade, o meio ambiente, a indústria.
Introdução
Composição do Vidro
COMPOSIÇÃO DO VIDRO
COM 60% DE CACO
CaO - C lcio (Calc rio)
Diversos
Cacos
SiO - S lica (Areia)
2
Na O - S dio (Barrilha)
2
SEM CACO
CaO - C lcio (Calc rio)
Diversos
SiO - S lica (Areia)
2
Na O - S dio (Barrilha)
2
abi/manual novo final2 ok 17*10*03 11:33 Page 3
Vidro para 
embalagem
Potes para alimentos, garrafas
para bebidas, produtos farmacêuticos,
higiene pessoal e mais incontáveis
outra aplicações: a utilização do vidro
para embalagens é uma das mais anti-
gas e freqüentes aplicações. Por
ordem de consumo, a maior utilização
é a do setor de bebidas, principal-
mente com cervejas e destilados,
seguida pela indústria de alimento e,
logo após, produtos não alimentícios,
sobretudo farmacêuticos e cosméticos.
Vidros domésticos
São aqueles usados em utensílios
como louças, de mesa, copos, xícaras,
e objetos de decoração como vasos. 
Vidro planos
Os chamados vidro planos, fabri-
cados em chapas, são consumidos
principalmente pela construção civil,
indústria automobilística, produção de
espelhos e um pequeno percentual
para múltiplas outra aplicações. Além
dos vidros translúcidos, um outro tipo
de vidro plano, chamado impresso ou
fantasia, atende, em menor quantidade,
também o mercado da construção civil.
Vários outros setores vêm aumentando
seu consumo de vidro, como a indústria
moveleira e o dos eletrodomésticos da
chamada linha branca, como fogões,
geladeiras, microondas etc. 
Vidros Especiais
São vidros com composições 
e características especiais, adequada 
a necessidades muito específicas 
de utilização, como os usados na pro-
dução de cinescópios para monitores
de televisão e computadores, bulbos
de lâmpadas, garrafas térmicas, fibras
óticas, blocos oftálmicos, blocos 
isoladores e até tijolos de vidro.
5 6
Utilização 
Benefícios da reciclagem
do vidro.
Lucratividade
A reciclagem de vidro, bem
administrada, é uma atividade
econômica lucrativa. No Brasil a reci-
clagem ainda é vista como uma ativi-
dade marginal, de subsistência e,
como tal, carece de uma mentalidade
empreendedora, que molde o negócio
em termos empresariais em todos os
seus aspectos. Dentro deste modelo, 
a reciclagem é um nicho de mercado
virtualmente inexplorado, com grande
potencial de lucratividade.
Geração de empregos
A instalação de uma mini-usina
de reciclagem de vidro gera empregos
que não demandam, em sua maioria,
qualquer especialização, beneficiando
camadas geralmente mais carentes da
população. Assim, além de ser uma
atividade lucrativa, a reciclagem
empresarial também tem forte caráter
social.
Preservação do
meio ambiente
Embalagens de vidro podem ser
totalmente reaproveitadas no ciclo
produtivo, sem nenhuma perda de
material. Por isso, a reciclagem preser-
va a natureza ao reduzir a necessidade
de captação de novas matérias-pri-
mas. A produção a partir do próprio
vidro também consome menor quan-
tidade de energia e emite menos resí-
duos particulados e CO2, o que tam-
bém contribui significativamente para
a preservação do meio-ambiente.
Outro aspecto é o menor descarte de
lixo, reduzindo os custos de coleta
urbana e aumentando a vida útil de
aterros sanitários.
Tudo isso considerado, é possível
dizer que o vidro é o material de
embalagem mais amigo do homem. Se
toda a população se conscientizasse
dos benefícios da reciclagem seria 
possível reaproveitar integralmente 
as embalagens com enormes benefícios
ecológicos, econômicos e sociais.
Estas características são únicas do
vidro que, além das suas vantagens
como material, acrescenta a elas os
benefícios de sua própria reciclagem.
abi/manual novo final2 ok 17*10*03 11:33 Page 5
Custos
Operacionais
Formados basicamente pelos custos
de captação de vidro descartado, 
beneficiamento e transporte de caco,
deverão ser claramente definidos para
garantir o sucesso da operação. Veja
informações complementares no item
"Análise financeira" mais à frente.
Financiamento
Existem várias possibilidades de
financiamento, tanto de instituições
públicas quanto de particulares. 
A oferta e as condições são bastante
variáveis, por isso é importante fazer
uma boa pesquisa sobre todas 
as possibilidades de financiamento
disponíveis na época da instalação 
de uma atividade de reciclagem de vidro.
Potencial de mercado
O mercado para caco reciclado 
é orientado para o fornecimento 
às vidrarias que fabricam embalagens. 
A indústria vidreira automática 
de embalagens no Brasil tem potencial
de absorver tudo aquilo que produz
durante o ano, ou seja, todo caco tem
condições de ser adquirido pelas
vidrarias para voltar ao forno como
matéria-prima para a produção 
de novas embalagens. Trata-se de um
mercado promissor, pouco explorado
dentro de padrões profissionais.
7 8
Aspectos legais 
Para o pleno funcionamento da
mini-usina será necessária a abertura
de uma empresa dentro dos modelos
jurídicos admitidos pela legislação
brasileira: firma individual, sociedade
comercial ou sociedade civil, com a
correspondente escolha da razão
social e do nome fantasia e regula-
mentação da atividade na Junta
Comercial da região, na Secretaria da
Receita Federal, Secretaria Estadual da
Fazenda, Prefeitura Municipal etc.
Licenças de
Funcionamento:
A legislação varia em cada 
estado/município brasileiro. Será
necessário verificar em cada caso qual
é a documentação requerida para
obter a licença de instalação e fun-
cionamento do órgão de controle
ambiental regional. Também são
necessários: alvará de funcionamento
e vigilância sanitária (prefeitura local),
vistoria do corpo de bombeiros, 
além de toda a documentação fiscal 
e trabalhista do novo estabelecimento.
Viabilidade
Apesar de todas as vantagens, a
reciclagem precisa ser encarada como
um negócio que vai gerar resultado
financeiro, justificando a sua prática
além do aspecto educativo e ambiental.Para que não sejam criadas expectativas
exageradas e o negócio seja bem suce-
dido desde o início, algumas premissas
básicas devem ser levadas em conta:
• O programa deve ser auto-
sustentável.
• A comunicação é vital para o início
e manutenção do programa, estimu-
lando a comunidade local a participar
ativamente da separação seletiva 
dos resíduos.
• A logística é fundamental para 
o sucesso do programa. Mensurar 
a captação de cada ponto e determinar
a freqüência de coleta viabiliza a sua
continuidade. O fluxo de material reci-
clável deve ser fácil, fluente e perma-
nente, assim como a estrutura de
coleta, transporte e armazenamento.
• É fundamental ter conhecimento
do mercado com antecedência 
e garantir a compra dos resíduos 
a preços que justifiquem a operação.
• A captação deverá ser planejada,
respeitando a legislação pertinente
quanto a mobiliário urbano e facilidade
de acesso.
Viabilidade
econômica
A viabilidade financeira de reci-
clagem é definida pela adequação 
de três fatores: volume a ser beneficiado,
distância a ser percorrida e custos
operacionais.
Volume
Para se projetar o potencial 
de coleta de um programa, deve ser 
levado em conta o consumo de
0.5kg/mês/habitante, que é a média de
consumo brasileira. Poder aquisitivo 
e hábitos regionais também influenciam
o consumo de determinados alimentos
ou bebidas embalados em vidro.
Distância
É preciso considerar a distância
dos pontos de captação até as usinas
de beneficiamento e respectivas
vidrarias. Sendo um país de proporções
continentais, a distância máxima
aceitável a percorrer dependerá da
quantidade de vidro captado e das
condições de negociação de preços de
venda e de custo de frete. Deverão ser
computados custos de combustível,
custo de mão-de-obra de motorista,
além do desgaste do veículo e sua
depreciação.
Modelo de Negócio:
Reciclagem
Exemplo de coletor
Catador/Carroceiro
abi/manual novo final2 ok 17*10*03 11:33 Page 7
Coleta
Todo vidro captado deverá ser
coletado para beneficiamento e pos-
terior venda, independentemente 
do tamanho do programa ou quanti-
dade a ser gerada.Catadores acabam
realizando a coleta manual, dispondo
das embalagens em sacos ou carroças.
Programas de reciclagem estruturados
exigem caminhões especializados que
garantirão o esvaziamento dos coletores
de forma rápida e eficiente.
A retirada do material dos coletores
pode ser feita das seguintes maneiras:
Coleta por caminhão
munck
O coletor é esvaziado dentro de
uma caçamba de acondicionamento
de vidro (utilizado para PEVs), via uti-
lização de um braço hidráulico, fixo no
chassis do caminhão.
Coleta por caminhão
compactador
Realiza a coleta dos resíduos
orgânicos e inorgânicos, esvaziando o
lixo em um compactador que pode
possuir até 3 compartimentos distintos,
permitindo assim a prévia separação
dos materiais. Em geral é usado 
na coleta porta-a-porta e possui 
a grande vantagem de reduzir o volume
coletado através da compactação. 
Coleta por caminhão
poliguindaste ou
roll-on roll-off
É utilizado principalmente nas
envasadoras, por causa da grande
geração de vidro descartável desta
atividade. A caçamba permanece no
local da captação até completar sua
capacidade quando, então, é trocada
por outra vazia. A capacidade da
caçamba pode variar de 5 a 17m3.
Catador/carroceiro
Utiliza uma carrocinha puxada
manualmente. Normalmente o cata-
dor percorre as ruas da cidade 
buscando materiais recicláveis que
serão comercializados principalmente
nos ferros-velhos.
Coleta por van
Normalmente utilizada em zonas
urbanas onde a circulação de caminhões
é proibida e/ou o volume coletado não
é suficiente para justificar a coleta
com caminhões especializados.
Transporte
É fundamental adequar o meio de
transporte a ser utilizado às condições
de beneficiamento e as distâncias 
a serem percorridas. A indústria do vidro
trabalha com o caco colocado em suas
instalações, ou seja, a responsabilidade
pelo transporte é do beneficiador.
Para grandes distâncias, é desejável
o transporte por carretas graneleiras,
transportando de 25 a 30 toneladas
por viagem e para obtermos tal peso 
é necessário triturarmos o vidro.
Para operações de beneficiamento
e transporte dentro da própria cidade
ou em distâncias menores que 150KM,
o veículo de transporte a ser utilizado,
pode ser o mesmo que foi utilizado na
coleta, evitando desta forma altos
investimentos e melhorando a produ-
tividade do veículo disponibilizado.
Captação
Para abastecer uma operação de
beneficiamento será necessário captar
a matéria-prima, o vidro, que pode ser
feito das seguintes maneiras:
PEV
(Ponto de Entrega
Voluntária)
A entrega do material poderá ser
motivada por aspectos de obrigato-
riedade legal ou responsabilidade
ambiental ou social (em benefício 
de alguma entidade).O PEV pode ser
um quiosque ou coletores apropriados 
ou máquinas de coleta de embalagens
descartáveis.
Porta-a-porta:
A captação ocorre na residência
das pessoas em dias e horários deter-
minados. A população é estimulada
/conscientizada a separar seletiva-
mente o lixo inorgânico (embalagens)
do orgânico e disponibilizá-lo para
coleta, que pode ser realizada por
empresas municipais de coleta
urbana, empresas de reciclagem 
ou mesmo por catadores.
Ilha
ecológica/Central 
de descarte
Local determinado pela prefeitura
onde a população descarta qualquer
tipo de resíduo que não possa ser
coletado pelo sistema tradicional
(comum na Europa). Ex: sofás,
eletrodomésticos, vidro plano, baterias
e etc.
Postos de troca
A captação de embalagens 
de vidro é estimulada através da troca
por produtos específicos, prêmios ou
cupons. Um exemplo é o projeto
"Vidro é Comida", onde a comunidade
da Mangueira pode trocar 100kg 
de embalagens de vidro por uma cesta
básica de alimentos. Durante o decorrer
mês o vidro é levado ao posto de
pesagem e, em dia pré-determinado,
os cupons contendo o peso do material
são trocados pela cesta.
Ferro-velho
Normalmente são deixados tam-
bores de 200 litros para acondiciona-
mento do vidro que é coletado ou com-
prado juntamente com outros materiais.
Equipamentos 
Coletores
Sejam quais forem os processos
de captação, serão necessários cole-
tores para o material a ser recebido. 
A preferência é por coletores produzidos
especificamente para vidro. Este tipo
de coletor, além de ter grande capaci-
dade de armazenamento, também
pode permitir a separação do vidro
por cor. Porém, tambores simples 
de aço ou de plástico reforçado
podem ser utilizados como solução
mais econômica e quase com o
mesmo tipo de eficiência, tomando-se
o cuidado de tampá-los para evitar o
descarte de outros tipos de resíduos 
e evitar o acúmulo de água e sujeira.
Também se deve levar em conta a
dificuldade de movimentação: quando
cheios de cacos, os tambores podem
chegar a pesar até 200 Kg., o que
requer, obrigatoriamente, o uso de
equipamentos para sua manipulação.
Por razões urbanistas e da eficiência
nas cidades e em ambientes internos é
recomendável a utilização de coletores
do tipo iglu. Em atividades de coleta
mais específicas, como em igrejas,
comunidades ou mesmo indústrias,
pode-se utilizar tambores ou mesmo
caçambas para armazenamento 
de sucata ou entulho.
9 10
Modelo de Negócio:
Captação e Equipamentos
abi/manual novo final2 ok 17*10*03 11:33 Page 9
11
Mini-Usina de
Beneficiamento
de Vidro com
capacidade de
4T/Hora
Localização
Para instalação da usina será
necessário um galpão industrial com
área mínima construída de 800 m2. 
A escolha do local da usina deve 
considerar os seguintes aspectos:
• Proximidade e facilidade de acesso
aos pontos de captação do caco.
• Proximidade e facilidade de acesso
aos clientes.
• Adequação à legislação ambiental
sobre uso do solo 
• Compatibilidadedo local com 
a legislação de zoneamento urbano 
do município e do Estado.
• Oferta de serviços públicos como
energia elétrica, transporte, segrança,
limpeza, água, esgoto, telefone etc.
Infra-estrutura:
O local deverá ser cimentado, com
no mínimo 4 baias para estocagem 
e separação do vidro por cores 
e do vidro não beneficiado do caco
limpo.Cobertura fixa para proteção
do local de trabalho e um tanque 
de decantação para separação dos
resíduos sólidos da água a ser descar-
tada via rede de esgoto, após a lavagem.
Mão-de-obra
O modelo básico de usina exigirá,
no mínimo 8 funcionários: 6 operadores
para fazer a separação e triagem dos
contaminantes, 1 operador de pá-car-
regadeira e 1 administrador responsável
pelas atividades de compra, venda,
departamento pessoal e organização
do trabalho. 
12
Beneficiamento
O tamanho e a forma do negócio
a ser desenvolvido dependerá muito
do potencial de geração de caco 
da região abrangida, das distâncias 
a serem percorridas dos pontos 
de captação, da qualidade do caco 
e das distâncias do ponto de benefici-
amento à indústria de vidro que irá
comprar o caco. O modelo de negócio
que apresentamos neste manual está
baseado na capacidade de processa-
mento de até 200 toneladas/mês 
e de 200 toneladas/mês para cima.
Para estas quantidades existem dois
processos básicos.
Tipos de
Beneficiamento
A) Até 200T/mês
Beneficiamento
manual
É uma solução artesanal onde 
o processo de beneficiamento é rea-
lizado manualmente, sem a utilização
de qualquer equipamento, e de recur-
sos específicos de tratamento.
Consiste na separação por cores
(quando o vidro não estiver quebra-
do), retirada de impurezas (alumínio,
ferro etc.), eventual lavagem simples
num tanque de água ou em tambor
metálico e quebra do vidro. A pro-
dução estimada para 1 funcionário é
de 20 a 25 T/mês.
B) Acima de
200T/mês
B1)Beneficiamento
semi-automatizado
Neste caso utiliza-se um processo
mais mecanizado que contempla um
sistema de alimentação, lavagem, tri-
turação, separação manual de conta-
minantes e estocagem. Capacidade de
4T/hora até 20T/hora. Os equipamentos
normalmente utilizados no beneficia-
mento semi-automatizado são pá-
carregadeira, tremonha ou funil 
de alimentação, moinho de trituração,
tambor ou tanque de lavagem, imã per-
manente e esteira de triagem manual.
B2)Beneficiamento
totalmente automa-
tizado:
Ainda inexistente no país, este
tipo de usina exige alto investimento.
A diferença deste processo com o
semi-automatizado é que a separação
de contaminantes é realizada sem
qualquer tipo de contato manual,
através da utilização de sistema 
de imãs para separação de metais 
ferrosos e de correntes de Focault
para materiais não ferrosos, aspi-
radores (retirada de papéis e plásticos)
e utilização de equipamento trióptico
para separação do caco por cor.
O beneficiamento totalmente
automatizado processa grandes quan-
tidades de vidro, que exige altos 
investimentos.
Existe ainda o beneficiamento
para procesamento a seco que ainda
não possui tecnologia brasileira.
Modelo de Negócio:
Beneficiamento
Modelo de Negócio:
Mini-Usina
Box para
caco sujo
8m X 8m
Box para
caco limpo
8m X 6m
Box para
caco limpo
8m X 6m
Planta de Instalação de:
Mini-usina de beneficiamento
Capacidade: 4 Ton/hora
Terreno: 20 m x 30 m
Piso concreto
Tanque da lavagem: 1,5m x 2,0m x 1,0m
Tambor elicical motorizado: 3cv
Esteiras transportadoras: 3cv
Tanque de lavagem Tambor de rejeito 200 lts
Tambor Eletroimã Esteira de Triagem 24”
Esteira de carga
Funil de alimentação
Triturador
2 m
3 
m
1,
5 
m
6 m
Tanque de decantação
En
tr
ad
a
abi/manual novo final2 ok 17*10*03 11:33 Page 11
Como normalmente os vidros de
embalagem são do tipo sodo-cálcico,
apenas as sucatas de vidro com essa
natureza química são aceitas para
reciclagem.
Os vidros citados no item não aceitos
podem ser reciclados, porém não
devem ser incluídos junto com os
vidros de embalagem.
Qualidade do caco
As vidrarias não compram caco 
de vidro ou sucata e sim matéria
prima que deverá seguir determinadas
especificações quanto à qualidade 
e condições de fornecimento. 
É recomendável sempre consultar 
o departamento de compra da vidraria
antes de iniciar o trabalho. Em função
do mercado, os vidros são valorizados
de acordo com sua cor. Normalmente,
o vidro incolor é o que possui maior
valor de mercado, seguido pelo âmbar
e verde, do misto e do plano.
As diferenças de preço do vidro
incolor em relação `as outras cores 
se devem as condições de pureza 
da areia que são mais rigorosas 
e a questão de oferta e demanda 
de mercado.
Também é muito importante esta-
belecer com a vidraria as especifi-
cações do caco em relação aos conta-
minantes, que constituem um fator de
risco para a fabricação do vidro para
embalagem. Os contaminantes atra-
palham o processo normal de fabri-
cação, danificando os equipamentos
de produção (principalmente fornos) e
produzindo embalagens com defeitos
ou impurezas. 
Equipamentos:
• Pá-Carregadeira ou Pula-Pula 
• Tremonha ou funil de alimentação
• Moinho de trituração
• Tambor de lavagem
• Imã permanente
• Esteira de triagem manual
• Tanque de decantação
Implantação:
O negócio só irá funcionar se
forem atendidas plenamente todas as
etapas do processo: captação, coleta,
beneficiamento,transporte e venda do
material.
Análise Financeira
É importante fazer uma projeção
do capital necessário para abrir o
negócio, pois serão necessários inves-
timentos para instalação e funciona-
mento inicial do negócio:
• Investimentos fixos
(equipamentos e instalações, veículos,
móveis, utensílios etc).
• Capital de giro 
• Custos diretos de produção:
gastos com materiais, mão-de-obra 
e gastos gerais de produção.
• Despesas administrativas
e comerciais.
• Custos fixos: aluguel do
imóvel, energia elétrica, água, tele-
fone etc. 
A correta análise financeira permitirá
o cálculo exato do custo do produto
por unidade (tonelada), que acrescen-
tado aos custos de coleta e trans-
porte, permitirá obter a lucratividade
da operação quando comparado 
o preço de venda.
Marketing 
da reciclagem
É fundamental divulgar a implan-
tação do projeto de reciclagem para
que ocorra a mobilização e partici-
pação efetiva da comunidade. Este
trabalho deve ser feito de forma per-
manente para garantir a manutenção
da quantidade arrecadada e criar 
nas pessoas a cultura e o hábito 
da reciclagem.
13 14
Garrafas
(bebidas em geral)
Potes
(alimentos em geral)
Frascos
(medicamentos,
cosméticos, etc.)
Espelhos
Vidros planos
Cristais
Lâmpadas
Vidros de janela
Pirex e similares
*Eventualmente podem ser reciclados,
 mas não misturados aos de embalagem.
ACEITO NÃO ACEITO*
Tipos de vidros aceitos
para reciclagem
Qualidade
Modelo de Negócio:
Mini-Usina
Separação de cor do vidro
Âmbar Verde Branco
abi/manual novo final2 ok 17*10*03 11:33 Page 13
15
Tipos de
Contaminantes 
Pedras, cerâmicas,
concreto, louça 
e cristal
São impurezas, produtos inorgâni-
cos estranhos à formulação do vidro
soda-cal, difíceis a serem fundidos nas
temperaturas do forno de fusão 
e conseqüentemente geram falhas 
ou defeitos no produto final.
Material orgânico
(plástico, papel 
e terra)
Em princípio volatizam às altas
temperaturas, porém em excesso
podem alterar a atmosfera do forno,
resultando em reações químicas que
alteram a cor ou criam bolhas.
Metais ferrosos 
e não ferrosos
Contaminam o vidro, provocando
manchas de cor totalmente diferentes
do vidro de base. Provocam bolhas 
ou aparecem no produto final na
forma de defeitos metálicos e/ou 
pontos pretos, manchas, nuvens de
bolhas etc. O ferro metálico reage 
com o material refratário do forno 
de fusão, podendochegar a furar 
a sola e as paredes do forno, inter-
rompendo a fabricação ou no mínimo,
diminuindo a sua vida útil.
Vidros farmacêuticos
/laboratório
Embalagens de vidro que con-
tenham elementos químicos, nocivos
a saúde ou corrosivos (classe 1) devem
ser descontaminados antes de ir para
a reciclagem. Para maior segurança,
procure o Órgão Ambiental de sua
região para dar o destino final ade-
quado para o material.
Outros vidros
Por terem composição diferente
com pontos de fusão distinta, 
podem resultar em um produto final
heterogêneo.
Negociação com
cliente:
É recomendável realizar consulta
prévia às vidrarias antes de iniciar 
o trabalho, para estabelecer, além das
especificações da qualidade do caco,
preço e condições de entrega, paga-
mento, local e condição de entrega 
do material e quantidades mínimas.
Especificações 
do caco
Normalmente, o vidro deverá ser
entregue lavado, britado com granu-
lometria e nível de contaminantes a
ser determinado por cada vidraria. 
A não observância de qualquer uma
das condições poderá fazer com que 
a carga seja beneficiada novamente
(descontado do fornecedor) ou mesmo
recusada (despesa do fornecedor).
Inspeção
Visual, química, granulométrica 
e de contaminantes, com diferentes
níveis de tolerância.
Cor e Quantidade
Algumas vidrarias possuem
necessidades de cores específicas ou
não aceitam caco misto ou quantidades
muito pequenas de material.
Condições 
de Entrega
Variam desde o tipo de caminhão
a ser utilizado para descarga da mer-
cadoria, até local e horários para
entrega.É necessária a apresentação
da ordem de compra e nota fiscal.
Preço
Varia conforme qualidade, cor 
e mercado.
Condições 
de Pagamento
Normalmente as vidrarias rea-
lizam depósitos na conta-corrente 
de seus fornecedores cadastrados.
Bolha causada por 
super aquecimento
Defeito na superfície
devido a uma pequena
partícula de metal.
Defeito causado 
por contaminação 
de cerâmica.
16
QualidadeQualidade
abi/manual novo final2 ok 17*10*03 11:33 Page 15

Continue navegando