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1 GRAMÁTICA APOSTILA ELABORADA TENDO POR BASE: • Manual de Redação da Presidência da Repú- blica, 2002. • Apostila Curso de Redação Oficial Básica. Ela- boração: Janaína de Aquino Ferraz, Ormezinda M. Ribeiro Aya, Elda A. Oliveira Ivo, Paula Cobucci e Flávia M. Pires. • Exercícios criados pela Professora Mestra Viviane Faria Sites: http://www.brasilescola.com/redacao http://www.infoescola.com http://www.mundovestibular.com.br http://www.portalsaofrancisco.com.br http://www.wikipedia.org • Provas de concursos públicos (com as referências devidas) Fonte: <http://smharmon.blogspot.com>. Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: a informativa e a de reconhecimento. A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se informações e se preparando para a leitura interpretativa. Contudo, quando se interpreta, deve-se adotar os seguintes passos: entender > compreender > analisar. Durante a leitura, grife palavras- -chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à ideia central de cada parágrafo. Concentre-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras como NÃO, EXCETO, RESPECTIVAMENTE etc., pois fazem diferença na escolha adequada. Retorne ao texto, mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter a ideia do sentido global proposto pelo autor. INTERPRETAÇÃO TEXTUAL No caso de textos literários, é preciso conhecer a liga- ção daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos lite- rários e dos escritores, a interpretação pode ficar compro- metida. Além disso, não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identifi- cação do autor. COMUNICAÇÃO A comunicação ocorre quando interagimos com outras pessoas utilizando a linguagem. Palavras, gestos, movimen- tos, expressões corporais e faciais é linguagem. Linguagem é um processo comunicativo pelo qual as pessoas intera- gem entre si. stelalecocq.blogspot.com Além da linguagem verbal, cuja unidade básica é a palavra (falada ou escrita), existem também as linguagens não verbais, como a música, a dança, a mímica, a pintura, a fotografia e a escultura, que possuem outros tipos de uni- dade – o gesto, o movimento, a imagem etc.. Há, ainda, as linguagens mistas, como as histórias em quadrinho, o cinema, o teatro e os programas de TV, que podem reunir diferentes linguagens, como o desenho, a palavra, o figu- rino, a música e o cenário. Os interlocutores são as pessoas que participam do processo de interação por meio da linguagem. Mais recentemente, com o aparecimento da informá- tica, surgiu também a linguagem digital, que, valendo-se da combinação de números, permite armazenar e transmitir informações em meios eletrônicos. V IV IA N E FA R IA 2 Fonte: <http://brasilescola.com>. ELEMENTOS • Emissor: quem ou o que emite a mensagem. • Receptor: quem ou o que recebe a mensagem. • Mensagem: o conjunto de informações transmiti- das. • Código: a combinação de signos utilizados na transmissão de uma mensagem. A comunicação só se concretizará se o receptor souber decodificar a mensagem. • Canal de Comunicação: meio pelo qual a mensa- gem é transmitida: TV, rádio, jornal, revista, cordas vocais, ar etc.. • Contexto: a situação a que a mensagem se refere, também chamado de referente. • Ruído: qualquer perturbação na comunicação. FUNÇÕES O linguísta russo chamado Roman Jakobson caracte- rizou seis funções de linguagem, ligadas ao ato da comu- nicação: 1. Função Referencial: também chamada de denota- tiva ou informativa, configura-se quando o objetivo é passar uma informação objetiva e impessoal no texto. É valorizado o objeto ou a situação de que se trata a mensagem sem manifestações pessoais ou persuasi- vas. 2. Função metalinguística: é quando a linguagem fala de si própria. Predominam em análises literárias, inter- pretações e críticas diversas. 3. Função fática: é o canal por onde a mensagem cami- nha de quem a escreve para quem a recebe. Também designa algumas formas que se usa para chamar aten- ção. 4. Função conativa/apelativa: é quando a mensagem do texto busca seduzir, envolver o leitor, levando-o a adotar um determinado comportamento. Na função conativa a presença do receptor está marcada sempre por pronomes de tratamento ou da segunda pessoa e pelo uso do imperativo e do vocativo. Fonte: <http://activiadanone.com.br>. 5. Função expressiva/emotiva: também chamada de emotiva, passa para o texto marcas de atitudes pes- soais como emoções, opiniões, avaliações. Na função expressiva, o emissor ou destinador é o produtor da mensagem. O produtor mostra que está presente no texto mostrando aos olhos de todos seus pensamen- tos. Fonte: <http://wayshiriu.com>. 6. Função poética: utiliza no texto marcas estruturais e mensagens variadas. Nessa função, o emissor ou destinador se comunica por meio de signos visuais ou sonoros que simbolizam a comunicação pretendida. Muitas vezes acompanha a função expressiva. Fonte: <http://isacasaca.blogspot.com>. INTENÇÕES 1. Lúdica: a intenção comunicativa é entreter o interlo- cutor. 2. Pragmática: a intenção comunicativa é convencer o interlocutor de uma ideia que interfira em seu compor- tamento. 3. Cognitiva: a intenção comunicativa é passar informa- ções ao interlocutor. IN TE R P R ET A Ç Ã O T EX TU A L 3 4. Sintonizadora: a intenção comunicativa é atingir um certo perfil de interlocutor e, em seguida, apresentar outra intenção. 5. Engajadora: a intenção comunicativa é denunciar, pro- vocando o senso crítico do interlocutor sobre alguma questão, geralmente de caráter social e/ou político. 6. Catártica: a intenção comunicativa é arrebatar o inter- locutor a uma emoção extremada, agindo diretamente um sua sensibilidade emotiva. 7. Liberadora do “eu”: a intenção comunicativa é aguçar a imaginação do interlocutor, levando-o a uma evasão, a um escapismo. CÓDIGO É um conjunto de sinais convencionados socialmente para a construção e a transmissão de mensagens. Língua é um código formado por signos (palavras) e leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comuni- cam e interagem entre si. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA São as variações que a língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. • Variedade padrão, norma culta, norma grama- tical, norma formal: é a variedade linguística de maior prestígio social. • Variedade não padrão, norma coloquial, norma informal: são todas as variedades linguísticas dife- rente da padrão. Fonte: <http://blog.educacional.com.br>. O texto de humor que segue foi veiculado na internet no ano de 2003. Leia-o e perceba a variação presente: Assaltante Nordestino – “Ei bichim... Isso é um assalto... Arriba os braço e num se bula num se cague e num faça munganga... Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim, se não eu enfio a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora... Perdão, meu padim Ciço, mas é que eu tô com uma fome da moléstia...” Assaltante Mineiro – “Ô sô, prestenção... Isso é um assarto, uai... Levanta os braço e fica quetin quesse trem na minha mão tá cheio de bala... Mió passa logo os trocados que eu num tô bão hoje.Vai andando, uai! Tá esperando o quê, uai?!” Assaltante Gaúcho – “Ó, guri, ficas atento... Bah, isso é um assalto... Levantas os braços e te aquietas, tchê! Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbari- dade! Passa os pila pra cá... e te manda a la cria, senão os quarenta e quatro fala!” Assaltante Carioca – “Seguiiiinte bicho...Tu te ferrô, isso é um assalto... Passa a grana e levanta os braços, rapá... Não fica de bobeira que eu atiro bem pra caraca, rapá... Vai andando e, se olhar pra trás, vira presunto.” Assaltante Baiano – “Ô meu rei... (longa pausa), Isso é um assalto... (longa pausa) Levanta os braços e num se avexe não... (longa pausa) Se não quiser nem precisa levan- tar, pra não ficar cansado... (longa pausa) Vai passando a grana bem devagarzinho... (longa pausa) Num repara se o berro tá sem bala, é pra num ficá pesado... Num esquenta, irmãozinho... (longa pausa), vou deixar teus documentos na encruzilhada...” Assaltante Paulista – “Ôrra, meu... isso é um assalto, meu... Levanta os braços, meu... Passa logo a grana, meu... Mais rápido, meu... Que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso do jogo do Corinthians, meu... Pô, se manda, meu...” Assaltante de Brasília – “Querido povo brasileiro, estou aqui no horário nobre da TV para dizer que, no final do mês, aumentaremos as seguintes tarifas: de energia, água, esgoto, gás, passagem de ônibus, IPTU, IPVA, licen- ciamento de veículos, seguro obrigatório, gasolina, álcool, imposto de renda, IPI, CMS, PIS, COFINS, produtos alimen- tícios etc. Mas não se preocupem, porque somos PENTA!!!” SIGNO LINGUÍSTICO Na concepção da linguística estruturalista, o signo lin- guístico é uma entidade psíquica indivisível, composta por dois elementos: o significado, ou conceito, e o significante, ou a forma linguística na sua realização fonética ou gráfica. O signo linguístico é arbitrário porque não pretende asseme- lhar-se ao seu referente. Diversas línguas atribuem diversos significantes a um significado idêntico. E X E R C Í C I O S Fonte: <http://vidadeuniversitario.wordpress.com>. V IV IA N E FA R IA 4 1. (FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE – FUNASA) Na propaganda apresentada, o texto verbal que sinte- tiza corretamente as ideias presentes estritamente na imagem é que o cigarro é um(a) a. vício que leva as pessoas à morte. b. instrumento de prazer e desgosto, ao mesmo tem- po. c. arma, e por meio dela você está se matando. d. forma de sociabilização das pessoas, mas mata. e. marca do desequilíbrio das pessoas, antes de tudo. GABARITO: c. 2. (IBFC) Alguém Me Disse Gal Costa Alguém me disse que tu andas novamente De novo amor nova paixão toda contente Conheço bem tuas promessas outras ouvi iguais a essas Esse teu jeito de enganar conheço bem Pouco me importa que tu beijes tantas vezes E que tu mudes de paixão todos os meses Se vais beijar como eu bem sei Fazer sonhar como eu sonhei Mas sem ter nunca amor igual Ao que eu te dei Considere as afirmações que seguem: I – O eu lírico que se expressa na música dirige-se à pessoa amada, afirmando que não sente ciúmes e nunca se envolveu, de fato, com ela. II – O eu lírico diz que a pessoa a quem se dirige tem o dom de iludir a fazer sonhar. III – O eu lírico refere-se à pessoa amada na terceira pessoa do singular. Está correto o que se afirma em: a. a) somente I. b. b) somente II. c. c) somente III. d. d) I e II. e. e) II e III. GABARITO: b. 3. Preencha os parênteses das questões seguintes com a letra da função da linguagem predominante em cada texto. a. Emotiva/Expressiva b. Conativa/Apelativa c. Referencial d. Fática e. Metalinguística f. Poética 1) ( ) “América do Sul América do Sol América do Sal” (Oswald de Andrade) 2) ( ) “Naquele momento não supus que um caso tão insig- nificante pudesse provocar desavença entre pessoas razoáveis.” (Graciliano Ramos) 3) ( ) “A transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Es- tado de Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos.” (Manual de Redação da Presidência da República) 4) ( ) Coloque três xícaras de açúcar e bata até adquirir con- sistência de suspiro. 5) ( ) – Olá, como vai? – Bem, obrigado, e você? 6) ( ) Os complementos verbais e nominais são termos inte- grantes da oração. 7) ( ) “A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita.” (Manual de Redação da Presidên- cia da República) 8) ( ) Gosto de acreditar que Papai Noel existe, porque isso não deixa crescer a criança que salta em meu coração. 9) ( ) “Gigante pela própria natureza. És belo, és forte, impávido colosso.” (Hino Nacional Brasileiro) 10) ( ) A lua é o satélite natural da Terra. 11) ( ) Como eu acho a lua maravilhosa! IN TE R P R ET A Ç Ã O T EX TU A L 5 12) ( ) Inspira-me, ó lua! 13) ( ) Alô, alô, astronautas na lua... Vocês conseguem me ouvir? 14) ( ) Em algumas noites, é possível ver a lua no céu. 15) ( ) “Lua cheia, meia displicente Está presente aqui no coração...” (Fábio Jr.) GABARITO: f, a, c, b, d, e, e, a, f, c, a, b, d, c, f. 4. (IBFC) Considere o diálogo abaixo. – Oi, tudo bem? – Tudo. E você? – Também... Está tudo certo? – Sim. Com você também? – Sim. A função de linguagem predominante é: a. a) referencial. b. c) metalinguística. c. b) emotiva. d. d) fática. GABARITO: d. Leia o texto a seguir e responda às questões 05 e 06. Procura da poesia Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos, Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície inata. Ei-los nós e mudos, em estado de dicionário. Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam. Espera que cada um se realize e consume com seu poder de palavra e seu poder de silêncio. Não forces o poema a desprender-se do limbo. Não colhas no chão o poema que se perdeu. Não adules o poema. Aceita-o como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada no espaço. (ANDRADE, Carlos Drummond de. In: Obra completa. 2. ed. Rio de Janeiro, Aguiar, 1967. p. 139.) 5. O trecho do poema acima representa (assinale a alter- nativa correta): a. um conselho ao jovem para que observe as regras da gramática. b. um convite para explorar os valores virtuais e ima- nentes das palavras. c. um apelo para que as pessoas somente façam po- esia quando de posse da chave de ouro. d. a valorização do dicionário para o conhecimento das palavras. e. uma colocação cética quanto à inacessibilidade da poesia. GABARITO: b. 6. Além da função poética, o texto apresenta a(s) função(ões): a. fática. b. metalinguística. c. referencial. d. conativa. e. emotiva. GABARITO: b e d. 7. Julgue os itens a seguir, marcando como C os que se- guem a norma gramatical e como E os que seguem a norma coloquial. 1) Maria se indignou por que num obteve a classifi- cação? 2) Depois de tuas explicação foi fácil entender por que tomara aquela decisão. 3) Não punem os homens maus porque não dispõe de um Código Penal atualizado? Que nada! 4) Por que haveria de te ocupar daquele assunto, se não era tua obrigação? 5) O princípio de que o réu é inocente até se prová em contrário é uma conquista da civilização; daí por que não tem ele que se preocupar. GABARITO: E, E, E, E, E. 8. (ESAF) “Ainda ______ furiosa, mas com ________ violência, proferia injúrias ___________ para escan- dalizar todos.” a. a) meia, menos, bastante. b. b) meio, menos, bastante. c. c) meio, menos, bastantes. d. d) meia, menas, bastantes. GABARITO: c. 9. (IBFC) Maldição Baudelaire, Macalé, Luiz Melodia Quanta maldição! O meu coração não quer dinheiro, quer poesia! Baudelaire, Macalé, Luiz Melodia Rimbaud – A missão Poeta e ladrão Escravo da paixão sem guia Edgar Allan Poe tua mão na pia Lava com sabão tua solidão Tão infinita quanto o dia Vicentinho, Van Gogh, Luiza Erundina Voltem pro sertãoV IV IA N E FA R IA 6 Pra plantar feijão Tulipas, para a burguesia Baudelaire, Macalé, Luiz Melodia Waly Salomão, Itamar Assumpção O resto é perfumaria (Zeca Baleiro) Considere as afirmações abaixo. I – O título da música indica que o autor não gosta dos artistas citados na letra. II – A música cita pessoas que não são consideradas bem sucedidas tendo como critérios a fama como grande público ou o enriquecimento. Está correto o que se afirma em: a. somente I. b. somente II. c. I e II. d. nenhuma. GABARITO: b. 10. (CESGRANRIO) Autopiedade Amar, amei. Não sei se fui amado, pois declarei amor a quem me odiara e a quem amei jamais mostrei a cara, de medo de me ver posto de lado. Se serve de consolo, seja assim: amor nunca se esquece, é que nem prece. Tomara, pois, que alguém reze por mim. (Glauco Mattoso) As palavras/expressões transcritas do texto estão acompanhadas de substituições. A substituição que NÃO mantém o mesmo sentido é: a. fui amado (l. 1) – me amaram. b. pois (l. 2) – quando. c. odiara (l. 2) – tinha odiado. d. posto de lado (l. 4) – descartado. e. que nem (l. 6) – como. GABARITO: b. 11. (CESGRANRIO) Bombando Não vou morrer de enfarte em plena festa nem de fome nesta fartura. Quando sou a última estrela que me resta, resolvo brilhar e aí ninguém me segura. Bráulio Tavares No texto, as palavras destacadas nos versos “nem de fome/ nesta fartura” indicam uma: a. a) comparação. b. b) consequência. c. c) contradição. d. d) finalidade. e. e) reformulação. GABARITO: c. 12. (IADES) Desenvolver sem agredir o meio ambiente. Fonte: <http://www.brasilescola.com/geografia/desen- volvimento-sustentavel.htm>. A propósito da organização das ideias do texto, assina- le a alternativa correta. a. Ocorre total incoerência entre a imagem e a oração que constituem o texto, já que elas reproduzem in- formações opostas. b. As partes que compõem o texto sugerem, em tom agressivo, o desrespeito humano para com a na- tureza. c. O sentido de “agredir” sugerido pela oração está representado pela imagem. d. A imagem expressa um conteúdo reforçado pela oração. e. A imagem representa, principalmente, as consequ- ências de toda ação humana que não atende ao apelo contido na oração. GABARITO: d. ANÁLISES ANÁLISE BÁSICA • Semântica: estuda o significado e a interpretação do significado de uma palavra, de um signo, de uma frase ou de uma expressão em um determi- nado contexto. Nesse campo de estudo se analisa, também, as mudanças de sentido que ocorrem nas formas linguísticas devido a alguns fatores, tais como tempo e espaço geográfico. IN TE R P R ET A Ç Ã O T EX TU A L 7 • Morfológica: é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras olhando para elas isoladamente e não dentro da sua participação na frase ou período. A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais. São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Pre- posição, Conjunção e Interjeição. • Sintática: é a parte da gramática que estuda a dis- posição das palavras na frase e a das frases no dis- curso, bem como a relação lógica das frases entre si. Ao emitir uma mensagem verbal, o emissor pro- cura transmitir um significado completo e compre- ensível. Para isso, as palavras são relacionadas e combinadas entre si. A sintaxe é um instrumento essencial para o manuseio satisfatório das múltiplas possibilidades que existem para combinar palavras e orações. • Estilística: estuda os processos de manipulação da linguagem que permitem a quem fala ou escreve sugerir conteúdos emotivos e intuitivos por meio das palavras. Além disso, estabelece princípios capazes de explicar as escolhas particulares feitas por indivíduos e grupos sociais no que se refere ao uso da língua. ANÁLISE TEXTUAL • Afirmação é dizer o que está explicitado no texto, o que está evidente. • Inferência é uma dedução, uma suposição, conclu- ída pelas afirmações. • Extrapolação é tomar por verdade algo que não está no texto. ANÁLISE INTERTEXTUAL Fonte: <http://alquimiadaspalavrassm.blogspot.com>. • Intertextualidade é a relação entre dois textos caracterizada por um citar o outro. • Interdiscursividade é a relação entre dois discur- sos caracterizada por um citar o outro. • Paródia é um tipo de relação intertextual em que um dos textos cita outro, geralmente com o obje- tivo de fazer-lhe uma crítica ou inverter ou distorcer suas ideias. • Epígrafe é um título ou frase curta, que, colocado no início de uma obra, serve como tema ou assunto para resumir ou introduzir a mesma. Constitui uma escrita introdutória a outra. SIGNIFICADO DAS PALAVRAS • Sinonímia é a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos. • Antonímia é a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos. • Homonímia é a relação entre duas ou mais pala- vras que, apesar de possuírem significados diferen- tes, possuem a mesma estrutura fonológica ou orto- gráfica. As homônimas podem ser: – Homógrafas: palavras iguais na escrita e dife- rentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substan- tivo) gosto / (1ª pessoa singular presente indi- cativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) – conserto (1ª pessoa singular presente indica- tivo do verbo consertar); – Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela (subs- tantivo) – sela (verbo) / cessão (substantivo) – sessão (substantivo) / cerrar (verbo) – serrar (verbo); – Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) – cura (substan- tivo) / verão (verbo) – verão (substantivo) / cedo (verbo) – cedo (advérbio); • Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro – cavalheiro / absolver – absorver / comprimento – cumprimento/ aura (atmosfera) – áurea (dourada) / conjectura (suposição) – conjuntura (situação decorrente dos acontecimentos) / descriminar (des- culpabilizar – discriminar (diferenciar) / desfolhar (tirar ou perder as folhas) – folhear (passar as folhas de uma publicação) / despercebido (não notado) – desapercebido (desacautelado) / geminada (dupli- cada) – germinada (que germinou) / mugir (soltar mugidos) – mungir (ordenhar) / percursor (que per- corre) – precursor (que antecipa os outros) / sobres- crever (endereçar) – subscrever (aprovar, assinar) / veicular (transmitir) – vincular (ligar) / descrição – discrição / onicolor – unicolor. V IV IA N E FA R IA 8 • Polissemia: É a propriedade que uma mesma pala- vra tem de apresentar vários significados. Exem- plos: Ele ocupa um alto posto na empresa. / Abas- teci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de graça. / Os fiéis agradecem a graça rece- bida. E X E R C Í C I O S 1. Máquina registradora Um negociante acaba de acender as luzes de uma loja de calçados, quando surge um homem pedindo dinheiro. O proprietário abre uma máquina registradora. O conteúdo da máquina registradora é retirado e o homem corre. Um membro da polícia é imediatamente avisado. Observando os critérios de interpretação textual co- nhecidos como afirmação, inferência e extrapo- lação, julgue os seguintes itens, de acordo com as afirmativas que podem ser feitas sobre o texto Máquina registradora. 1) Um homem apareceu assim que o proprietário acendeu as luzes de sua loja de calçados.2) O ladrão foi um homem. 3) O homem não pediu dinheiro. 4) O homem que abriu a máquina registradora era o proprietário. 5) O proprietário da loja de calçados retirou o conteú- do da máquina registradora e fugiu. 6) Alguém abriu uma máquina registradora. 7) Depois que o homem pediu o dinheiro apanhou o conteúdo da máquina registradora, fugiu. 8) Embora houvesse dinheiro na máquina registrado- ra, a história não diz a quantidade. 9) O ladrão pediu dinheiro ao proprietário. 10) A história registra uma série de acontecimentos que envolvem somente três pessoas: o proprietá- rio, um homem que pediu dinheiro e um membro da polícia. 11) Os seguintes acontecimentos da história são ver- dadeiros: – alguém pediu dinheiro; – uma máquina registradora foi aberta; – o dinheiro da máquina registradora foi retirado; – um homem fugiu da loja. GABARITO: E, E, E, C, E, C, E, E, E, E, E. 2. Coração Coração Para que se apaixonou Por alguém que nunca te amou Alguém que nunca vai te amar Eu vou fazer promessas para nunca mais amar Alguém que só quis me ver sofrer Alguém que só quis me ver chorar Preciso sair dessa Dessa de me apaixonar Por quem só quer me fazer sofrer Por quem só quer me fazer chorar E é tão ruim quando alguém machuca a gente O coração fica doente Sem jeito até para conversar Dói demais, só quem ama sabe e sente O que se passa em nossa mente Na hora de deixar rolar Nunca mais eu vou provar do teu carinho Nunca mais vou pode te abraçar Ou será que eu vivo bem melhor sozinho E se for mais fácil assim pra perdoar O amor às vezes só confunde a gente Não sei como você pode ser bem diferente O amor às vezes confunde a gente Não sei como você pode ser diferente Coração... (Intérprete: Rapazolla; Autor: Fábio) De acordo com o texto Coração, julgue os itens de in- terpretação. 1) O eu-lírico está sofrendo porque a pessoa a quem ele amou morreu, como comprova a 4ª estrofe. 2) O eu-lírico está conversando com um amigo, que o ouve em silêncio e penalizado por sua desgraça. 3) A expressão “a gente”, presente em alguns versos do poema, é marca de linguagem coloquial. 4) O eu-lírico fala com duas pessoas no texto: em al- guns momentos com seu próprio coração, em ou- tras com a pessoa que o magoou. 5) O eu-lírico está em depressão e não tem vontade de ficar melhor emocionalmente. GABARITO: E, E, C, C, E. 3. (CESPE) O Brasil deve colher em 2009 a segunda maior safra de grãos e oleaginosas de sua história: 137,6 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ou 136,4 milhões, de acordo com o IBGE. Confirmada qualquer das duas estimativas, a colheita será suficiente para garantir um abastecimento interno tranquilo, sem problemas para o consumidor, e um volume apreciável de exportações de produtos in natura ou processados. Pelos cálculos da Conab, a safra será 4,5% menor que a da tempora- da 2007-2008. Pelas contas do IBGE, a produção de 2009 será 6,5% menor que a da safra anterior. Apesar de alguns meses secos em algumas áreas e do excesso de chuvas em outras, o tempo, de modo geral, acabou contribuindo para uma produção satis- fatória, confirmada em estados do Centro-Sul, onde mais de 60% das lavouras de verão já foram colhidas. Nessas áreas, também já avançou ou foi concluído o plantio da segunda safra de milho e de feijão. O Estado de S.Paulo. Editorial, 12.04.2009 (com adap- tações). IN TE R P R ET A Ç Ã O T EX TU A L 9 Com base no texto acima, julgue os itens que se se- guem. 1) Infere-se das informações do texto que a maior sa- fra de grãos e oleaginosas colhida no Brasil até a data da publicação do texto foi a de 2007-2008. 2) Depreende-se das informações do texto que as es- timativas do IBGE, em relação à safra de 2009, são mais positivas e otimistas que as da CONAB. 3) Entre “e” e “um volume (...) processados”, é possí- vel subentender-se a forma verbal garantir. 4) Caso a expressão “Apesar de” seja substituída por Não obstante, será necessário eliminar a preposi- ção contida em “do excesso” para que o texto per- maneça gramaticalmente correto. GABARITO: C, E, C, C. (IBFC) Bom Conselho Ouça um bom conselho Que eu lhe dou de graça Inútil dormir que a dor não passa Espere sentado Ou você se cansa Está provado, quem espera nunca alcança Venha, meu amigo Deixe esse regaço Brinque com meu fogo Venha se queimar Faça como eu digo Faça como eu faço Aja duas vezes antes de pensar Corro atrás do tempo Vim de não sei onde Devagar é que não se vai longe Eu semeio o vento Na minha cidade Vou pra rua e bebo a tempestade Provérbios populares: Quem espera sempre alcança. Quem semeia vento colhe tempestade. Pense duas vezes antes de agir. Devagar se vai ao longe. (Chico Buarque) 4. (IBFC) Considere as afirmações abaixo. I – Para compreender adequadamente o sentido da letra, o leitor dever perceber a intertextualidade com os provérbios populares. II – Na música, o sentido de vários provérbios é inver- tido. Está correto o que se afirma em: a. somente I. b. somente II. c. I e II. d. nenhuma. GABARITO: c. 5. (IBFC) Assinale a alternativa que melhor expressa a ideia contida em “quem semeia vento colhe tempes- tade”. a. Consequência. b. Solidariedade. c. Consciência ambiental. d. Inveja. GABARITO: a. 6. (ESAF) Leia o texto abaixo para responder à questão. Quando surgiu a preocupação ética no homem? Em que momento da sua história sentiu o ser humano neces- sidade de estabelecer regras definindo o certo e o errado? Essas indagações, possivelmente existentes desde que o homem começou a pensar, têm ocupado o tempo e o esforço de reflexão dos filósofos ao longo dos séculos. O fato é que, desde seus primórdios, as coletividades humanas não apenas pactuaram normas de convivência social, mas também foram corporificando um conjunto de conceitos e princípios orientadores da conduta no que tange ao campo ético-moral. Esta necessidade ética, sinalizando parâmetros de comportamento em todas as esferas da ativi- dade humana, naturalmente tinha que alcançar o exercício das profissões. (Adaptado de Ivan de Araújo Moura Fé, Desafios Éticos – prefácio) Analise as seguintes inferências: I – O homem tem preocupação ética desde o início da história e, possivelmente, desde que começa a pensar. II – Filósofos têm se dedicado a refletir sobre as regras que definem o certo e o errado ao longo dos sé- culos. III – Profissões são resultados de conjuntos de concei- tos e princípios norteadores de conduta. A argumentação do texto permite: a. todas as inferências. b. apenas a inferência I. c. apenas a inferência II. d. apenas as inferências I e II. e. apenas as inferências II e III. GABARITO: d. (PREFEITURA MUNICIPAL DE ABREU E LIMA) Leia o texto a seguir e responda às questões 07, 08, 09 e 10. O Melhor amigo A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da rua, meio ressabiado, arriscou um passo para dentro e mediu cautelosamente a distância. Como a mãe não se voltasse para vê-lo, deu uma corridinha em direção de seu quarto. V IV IA N E FA R IA 10 – Meu filho? – gritou ela. – O que é – respondeu com o ar mais natural que lhe foi possível. – Que é que você está carregando aí? Como podia ter visto alguma coisa, se nem levantara a cabeça? Sentindo-se perdido, tentou ainda ganhar tempo: – Eu? Nada... – Está sim. Você entrou carregando alguma coisa. Pronto: estava descoberto. Não adiantava negar – o jeito era tentar comovê-la. Veio caminhando desconsolado até a sala, mostrou à mãe o que estava carregando: – Olha aí, mamãe: é um filhote... Seus olhos súplices aguardavam a decisão. – Um filhote? Onde é que você arranjou isso? – Achei na rua. Tão bonitinho, não é, mamãe? Sabiaque não adiantava: ela já chamava o filhote de isso. – Trate de levar esse cachorro embora! O menino tentou enxugar uma lágrima, não havia lágrima. Voltou para o quarto, emburrado: a gente também não tem nenhum direito nesta casa – pensava. – Dez minutos – repetiu ela com firmeza. – Todo mundo tem cachorro, só eu que não tenho. – Você não é todo mundo. – Também, de hoje em diante eu não estudo mais, não vou mais ao colégio, não faço mais nada. – Veremos – limitou-se a mãe, de novo distraída com a costura. – A senhora é ruim mesmo, não tem coração! Conhecia bem sua mãe, sabia que não havia apelo: tinha dez minutos para brincar com seu novo amigo, e depois... Ao fim de dez minutos, a voz da mãe inexorável: – Vamos, chega! Leva esse cachorro embora. Ele saiu, e seus olhos prometiam vingança. A mãe chegou a se preocupar. (...) Meia hora depois, o menino vol- tava da rua, radiante: – Pronto, mamãe! E exibia-lhe uma nota de vinte e uma de dez: havia ven- dido seu melhor amigo por trinta dinheiros. (Fernando Sabino apud Bender Flora, org. Fernando Sabino: literatura comentada. São Paulo: Abril, 1980. p. 43-4) 7. (PREFEITURA MUNICIPAL DE ABREU E LIMA) Qual o melhor sinônimo para o termo “ressabiado”? a. Desconfiado. b. Honrado. c. Estimulado. d. Encantado. e. Alucinado. GABARITO: a. 8. (PREFEITURA MUNICIPAL DE ABREU E LIMA) Após a leitura do texto acima, qual a palavra abaixo que me- lhor retrata a mãe do menino? a. Preocupada. b. Ineficiente. c. Comedida. d. Introvertida. e. Intransigente. GABARITO: e. 9. (PREFEITURA MUNICIPAL DE ABREU E LIMA) A ati- tude final do menino permite-nos associá-lo à seguinte personagem bíblica: a. Jacó. b. Judas. c. Labão. d. Tomé. e. Pedro. GABARITO: b. 10. (PREFEITURA MUNICIPAL DE ABREU E LIMA) A per- sonagem assinalada na questão anterior também: a. respeitava a mãe. b. não aceitava as decisões da mãe. c. vendia animais. d. vendeu o amigo. e. adorava os animais. GABARITO: d. 11. (ESAF) Indique a opção que preenche corretamente todas as lacunas das frases. I – Na última _____ do grêmio, o orador foi brilhante. II – Comprei os livros na _____ de brinquedos. III – Solicitamos ao diretor a _____ de duas salas. a. Sessão –seção – cessão. b. Seção – cessão – sessão. c. Cessão – seção – sessão. d. Sessão – cessão – seção. e. Seção – sessão – cessão. GABARITO: a. 12. (IBFC) Chapeuzinho Vermelho foi seguida pelo lobo ______. O Apocalipse será a batalha entre o Bem e o ______. Assinale abaixo a alternativa que preenche correta- mente as lacunas. a. Mau/Mau. b. Mau/Mal. c. Mal/Mau. d. Mal/Mal. GABARITO: b. IN TE R P R ET A Ç Ã O T EX TU A L 11 13. (CESPE) Fonte: <http://economidiando.blogspot.com>. Em relação ao texto apresentado acima, julgue os itens seguintes. 1) O texto constrói-se com base na sátira. 2) Para o entendimento da crítica social presente no texto, é crucial, além da interpretação das imagens com base no conhecimento histórico, o entendi- mento do sentido das preposições empregadas no título de cada imagem. 3) 3. O tema do texto pode ser sintetizado no ditado popular “aqui se faz, aqui se paga”. 4) 4. Em “Presente pra Grego”, o emprego da forma prepositiva “pra” é inadequado, dado o grau de for- malidade do texto. 5) 5. O texto, cuja mensagem é transmitida essencial- mente por meio da imagem, classifica-se como não verbal. GABARITO: C, C, E, E, E. Olívia se aproximou de Eugênio e com um lenço enxu- gou-lhe o suor da testa. Estava terminada a traqueostomia. A enfermeira juntava os ferros. Ruído de metais tinindo, de mesas se arrastando. Eugênio tirou as luvas e foi tomar o pulso do pequeno paciente. A criança como que ressusci- tava. A respiração voltava lentamente, a princípio superficial, depois mais funda e visível. O rosto perdia aos poucos a rigidez cianótica. Eugênio examinava-lhe as mudanças do rosto com comovida atenção. Vencera! Salvara a vida de uma criança! A vida é boa! – pensava Eugênio. Ele tinha salvo uma criança. Começou a cantarolar baixinho uma canção antiga que julgava esquecida. Sorvia com delícia o refresco impregnado do cheiro da gasolina queimada. Sentia-se leve e aéreo. Era como se dentro dele as nuvens de tempestade se tivessem despejado em chuva e sua alma agora esti- vesse límpida, fresca e estrelada como a noite. – Por que será – perguntou ele a Olívia – por que será que às vezes de repente a gente tem a impressão de que acabou de nascer... ou de que o mundo ainda está fresqui- nho, recém-saído das mãos de quem o fez? VERÍSSIMO, Érico. Olhai os lírios do campo. Rio de Janeiro: Globo, 1987. (Fragmento) 14. (CESGRANRIO) Para descrever a sensação do per- sonagem em salvar a criança, no quarto parágrafo, o narrador emprega algumas estratégias como o uso de adjetivos, comparações, além de imagens poéticas. Qual dos substantivos a seguir expressa tal sensação do personagem? a. Cansaço. b. Angústia. c. Certeza. d. Empáfia. e. Alívio. GABARITO: e. 15. (CESGRANRIO) Sinais de pontuação ajudam a revelar a expressividade de um texto. A exclamação presente no terceiro parágrafo do texto é empregada, sobretu- do, para revelar: a. assombro. b. indignação. c. surpresa. d. tensão. e. admiração. GABARITO: e. 16. (FUNASA) O anúncio publicitário a seguir é uma cam- panha de um adoçante, que tem como seu slogan a fra- se “Mude sua embalagem”. Fonte: <http://www.ccsp.com.br>. A palavra “embalagem”, presente no slogan da campa- nha, é altamente expressiva e substitui a palavra: a. vida. b. corpo. c. jeito. d. história. e. postura. GABARITO: b. V IV IA N E FA R IA 12 (CESGRANRIO) A charge a seguir trata da situação crítica a que está submetido o país em relação à den- gue. Tendo-a por referência, assinale a alternativa cor- reta nas questões 17 e 18. IQUE. Jornal do Brasil, 25 mar. 2008. 17. (CESGRANRIO) Essa charge: a. compara a luta contra a dengue a uma situação de guerra. b. coloca em situação de oposição o homem e a so- ciedade. c. suaviza a gravidade da questão a partir do humor. d. dá características humanas ao mosquito. e. propõe que forças bélicas sejam usadas na pre- venção da doença. GABARITO: a. 18. (CESGRANRIO) Uma charge tem como objetivo, por meio de seu tom caricatural, provocar, no leitor, uma dada reação acerca de um fato específico. De acor- do com a situação em que foi produzida, a charge de Ique, aqui apresentada, visa a provocar, no leitor, uma reação de: a. consternação. b. revolta. c. alerta. d. complacência. e. belicosidade. GABARITO: c. (CESGRANRIO) A charge é um gênero textual que apresenta um caráter burlesco e caricatural, em que se satiriza um fato específico, em geral de caráter político e que é do conhecimento público. Responda às questões. 19. (CESGRANRIO) No plano linguístico, o humor da charge: a. tem como foco a imagem antagônica entre a pala- vra riqueza e a figura do homem maltrapilho. b. baseia-se no jogo polissêmico da palavra econo- mia, ora empregada como ciência, ora como conter gastos. c. baseia-se na linguagem não verbal, que apresenta um homem subnutrido como um exemplo de bra- sileiro. d. está centrado na ironia com que é tratada a produ- ção de riquezas no Brasil. e. reside na ideia de um morador de rua saber falar tão bem sobre assuntos como política, saúde e economia. GABARITO: b. 20. (CESGRANRIO) A primeira frase do personagem pode ser lida como uma hipótese formulada a partir da fala que faz a seguir. Apesar de não estarem ligadas por um conectivo, pode-se perceber a relação estabeleci- da entre as duas orações. O conectivo que deve ser usado para unir essas duas orações, mantendo o sen- tido, é: a. embora. b. entretanto. c. logo. d.se. e. pois. GABARITO: e. (CESGRANRIO) O menino doente O menino dorme. Para que o menino Durma sossegado, Sentada ao seu lado A mãezinha canta: — “Dodói, vai-te embora! “Deixa o meu filhinho, “Dorme... dorme... meu...” Morta de fadiga, Ela adormeceu. Então, no ombro dela, Um vulto de santa, Na mesma cantiga, Na mesma voz dela, Se debruça e canta: — “Dorme, meu amor. “Dorme, meu benzinho...” E o menino dorme. BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983. IN TE R P R ET A Ç Ã O T EX TU A L 13 Tendo por referência o texto acima, responda às ques- tões 21, 22 e 23. 21. (CESGRANRIO) Em dois versos do poema há a ocor- rência do sufixo -inho. Nos dois casos, esse elemento assume um valor de: a. intensidade. b. tamanho. c. ironia. d. afeto. e. desrespeito. GABARITO: d. 22. (CESGRANRIO) As reticências podem ser usadas com diferentes finalidades. No trecho “Dorme... dor- me... meu...”, encontrado no texto, as reticências fo- ram usadas para: a. marcar um aumento de emoção. b. apontar maior tensão nos fatos apresentados. c. indicar traços que são suprimidos do texto. d. deixar uma fala em aberto. e. assinalar a interrupção do pensamento. GABARITO: e. 23. (CESGRANRIO) A palavra “debruça” (v. 15), presente no texto, pode ser substituída, sem alteração de sen- tido, por: a. recolhe. b. inclina. c. derrama. d. descobre. e. ajoelha. GABARITO: b. 24. Observe o quadrinho a seguir para julgar os itens. 1) A linguagem presente no primeiro quadrinho tem traços de oralidade, isto é, de linguagem coloquial. 2) A resposta dada pelo personagem no último qua- drinho denota o desconhecimento do mesmo em relação às regras gramaticais. 3) A charge de Luiz Fernando Veríssimo traz uma crítica implícita à situação econômica do país ao afirmar que tal situação é antiga em nossa história. 4) A palavra que responderia corretamente à indaga- ção feita no primeiro quadrinho é inflação. 5) A linguagem presente no terceiro quadrinho é co- loquial. GABARITO: E, E, C, C, C. 25. Utilize a palavra adequada em cada uma das frases abaixo. a. (acender/ascender) O secretário __________ na empresa por meio de muito esforço e dedicação. Os funcionários __________ as luzes externas do edifício. b. (cessão/seção/sessão) A __________ foi feita do diretor a seu subordi- nado. A __________ foi prorrogada para a semana que vem, a pedido dos deputados locais. A __________ deste andar ficou mal feita pelo arquiteto. c. (concerto/conserto) O __________ do prédio ficou a um preço absurdo. O __________ será no Teatro Nacional, às 20h. d. (absolver/absorver) O acusado será __________ pelo júri popular. O pano não __________ toda a água derramada aqui. e. (comprimento/cumprimento) Feito o __________, o senador deu início a seu discurso. O __________ da lei é essencial para que a ordem permaneça. Analisou o __________ do corredor que levava ao gabinete presidencial. f. (deferir/diferir) Devemos sempre __________ a assinatura do pre- sidente das demais. Ele __________ o pedido feito sem hesitar, já que exigiam rapidez na resposta. g. (descriminar/discriminar) O réu foi __________ pela falta de provas. O secretário __________ os documentos impor- tantes dos supérfluos. V IV IA N E FA R IA 14 h. (inflação/infração) Os jornais anunciam o aumento da __________. A __________ cometida pelo caseiro chocou o Brasil. i. (fragrante/flagrante) Pegou-se em __________ o estuprador. O local do crime estava iluminado, organizado e __________. j. (descrição/discrição) A __________ é uma virtude rara. Ele fez corretamente a __________ dos fatos. k. (mal/mau) Você fez __________ vindo ao gabinete sem ter marcado hora. O __________ exemplo corrompe os bons costu- mes. l. (senso/censo) Faltou __________ nos funcionários que analisa- ram a situação. O governo local realizará um novo __________ este ano. m. (deletar/delatar/dilatar) O asfalto __________ com o calor demasiado. O delegado disse à vítima que __________ seu agressor. O novo secretário __________ todos os arquivos guardados há anos no computador. n. (ratificar/retificar) A afirmação a respeito do réu foi __________, pois conseguiu-se provar sua inocência. A testemunha __________ que havia sido agre- dida, já que as marcas da violência eram evidentes. o. (pleito/preito) O __________ entre os candidatos foi escanda- loso. Os deputados distritais organizaram um __________ para o presidente da República. p. (iminente/eminente) Sua carreira encontra-se hoje em total __________ graças a todo apoio que recebe dos colaboradores econômicos e dos grandes empresários. Após análise minuciosa, notamos que é um pro- blema ainda __________ devido esforço de todos em não deixá-lo crescer e prejudicar os negócios. GABARITO: ascendeu/acenderam; cessão/sessão/ seção; conserto/concerto; absolvido/absorveu; cumpri- mento/cumprimento/comprimento; diferir/deferiu; descri- minado/discriminou; inflação/infração; flagrante/fragrante; discrição/descrição; mal/mau; senso/censo; dilatou/dela- tasse/deletou; retificada/ratificou; pleito/preito; eminência/ iminente. 26. “E não sabem com que amor os estou escutando, como penso que este Brasil imenso não é feito só do que acontece em grandes proporções, mas destas pe- quenas, ininterruptas, perseverantes atividades que se desenvolvem na obscuridade e de que as outras, sem as enunciar, dependem.” (Cecília Meireles) Tendo por referência a passagem acima, assinale a opção que apresenta antônimos dos vocábulos subli- nhados, na ordem em que eles aparecem. a. pequenino, interruptas, inconstantes, claridade. b. enorme, seguidas, escuras, iluminação. c. ínfimo, fracionadas, umbrosas, famosa. d. insignificante, variadas, versáteis, luminosidade. e. grande, interrompidas, omissas, clareza. GABARITO: a. 27. (ESAF) Assinale a opção que apresenta o sentido em que a palavra está sendo empregada no texto. Se a primeira etapa da crise mundial, deflagrada por insolvências no mercado de hipotecas americano, serviu de álibi para o governo partir do diagnóstico correto de que era preciso aumentar os gastos para executar os gastos errados – por não poderem ser cortados depois, na hora de evitar pressões inflacionárias –, agora a crise na Europa mostra o outro lado dessas liberalidades fiscais: a quebra técnica de países. Entre as causas dos desequilíbrios orçamentários acham-se injeções de recursos no mercado para evitar a desestabilização total do sistema financeiro, criando déficits agravados pela recessão de 2009 e a consequente retração na coleta de impostos. Mas há também muita irresponsa- bilidade na concessão de aumentos a servidores públicos, ampliação insensata de benefícios previdenciários e assis- tenciais. Os desequilíbrios europeus, mais graves na Grécia, na Espanha, em Portugal, na Irlanda e na Itália, funcionam como peça pedagógica para Brasília, onde muitos bilhões em aumento de despesas têm sido contratados. (O Globo, Editorial, 28.05.2010) a. deflagrada – terminada. b. insolvências – inadimplências. c. álibi – acusação. d. injeções – subtrações. e. pedagógica – deseducativa. GABARITO: b. 28. Maria Berlini não mentira quando dissera que não tra- balhava, nem estudava. Mas trabalhara pouco depois da chegada ao Rio, com minguados recursos, que se evapora- ram como por encanto. A tentativa de entrar para o teatro fra- cassara. Havia só promessas. Não era fácil como pensara. Mesmo não tinha a menor experiência. Fora estrela estu- dantil em Guará, isso porém era menos que nada! Acabado o dinheiro, não podia viver de brisa! Em oito meses, fora sucessivamentechapeleira, caixeira de perfumaria, mani- IN TE R P R ET A Ç Ã O T EX TU A L 15 cura, para se sustentar. Como chapeleira, não aguentar dois meses, que era duro!, das oito da manhã às oito da noite, e quantas vezes mais, sem tirar a cacunda da labuta. Não era possível! As ambições teatrais não haviam esmorecido, e cadê tempo? Conseguiria lugar de balconista numa perfu- maria, com ordenado e comissão. Tinha jeito para vender, sabia empurrar mercadoria no freguês. Os cobres melho- ravam satisfatoriamente. Mas também lá passara pouco tempo. O horário era praticamente o mesmo, e o trabalho bem mais suave – nunca imaginaria que houvesse tantos perfumes e sabonetes neste mundo! Contudo continuava numa prisão. Não nascera para prisões. Mesmo como seria possível se encarreirar no teatro, amarrada num balcão todo o santo dia? Precisava dar um jeito. Arranjou vaga de mani- cura numa barbearia, cujo dono ia muita à perfumaria fazer compras e que se engraçara com ela. Dava conta do recado mal e porcamente, mas os homens não são exigentes com um palmo de cara bonita. Funcionava bastante, ganhava gorjetas, conhecera uma matula de gente, era muito con- vidada para almoços, jantares, danças e passeios, e tinha folgas – uf, tinha folgas! Quando cismava, nem aparecia na barbearia, ia passear, tomar banho de mar, fazer compras, ficava dormindo... (Marques Rabelo) Maria Berlini é caracterizada de diferentes maneiras. Assinale a opção cuja qualidade não se aplica a ela. a. Altruísta. b. Inexperiente. c. Ambiciosa. d. Esperta. e. Ingênua. GABARITO: a. (ESAF) Leia o texto para responder às questões. Ainda que águas brasileiras não sejam diretamente atin- gidas pelos efeitos do gigantesco vazamento de petróleo no Golfo do México, onde milhares de barris de óleo são despe- jados por dia há mais de um mês, é sensato que o governo brasileiro e a Petrobras tratem de aprender com as ações técnicas para conter a tragédia ambiental provocada pelo acidente da British Petroleum. É recomendável também que as autoridades observem os procedimentos administrativos do governo americano para enquadrar os responsáveis pelo acidente, como a aplicação de uma multa de US$ 75 milhões à companhia, com base na Lei de Poluição Petrolífera. Vale, no caso, um exercício de imaginação: transponha- -se a tragédia no Golfo para águas brasileiras, onde há igualmente intensa atividade petrolífera. A realidade não recomenda otimismo, a começar pelos dispositivos existen- tes de prevenção de acidentes. (O Globo, Editorial, 27.05.2010) 29. (ESAF) Em relação às estruturas do texto, assinale a opção correta. a. A expressão “Ainda que” (1º par.) poderia, sem pre- juízo para a correção gramatical do período e para o sentido original, ser substituída por qualquer uma das seguintes: Mesmo que, Conquanto, Porquanto. b. A substituição de “não sejam” (1º par.) por “não es- tejam sendo” altera a informação original do perío- do e prejudica a correção gramatical do texto. c. As três ocorrências de “para” têm função grama- tical e semântica equivalentes, pois conferem ao contexto a noção de finalidade. d. O emprego do sinal indicativo de crase em “à com- panhia” (1º par.) justifica-se pela regência de “apli- cação”, que exige preposição “a”, e pela presença de artigo definido feminino antes de “companhia”. e. A substituição de “transponha-se” (2º par.) por “se for transposta” prejudica a correção gramatical do período. GABARITO: d. 30. (ESAF) Em relação às ideias do texto, assinale a infe- rência incorreta. a. As águas brasileiras não serão diretamente preju- dicadas pelos efeitos do desastre ecológico de va- zamento de petróleo no Golfo do México. b. As providências técnicas do governo americano para conter a tragédia ambiental da British Petro- leum servem de exemplo para o governo brasileiro. c. O Brasil deve observar que o governo americano aplicou uma alta multa para os responsáveis pelo acidente no Golfo do México. d. O governo americano conta com uma lei acerca da poluição causada pelos acidentes com a explora- ção do petróleo. e. O Brasil conta com dispositivos de prevenção de acidentes petrolíferos adequados e avançados para enfrentar um possível desastre ecológico. GABARITO: e. (CESPE) Cachorro se parece mesmo é com criança: vive o agora, alegra-se com o simples prazer de uma cami- nhada, corre, pula, brinca, diariamente. Aliás, o que mais incomoda o homem no comportamento canino é a cons- tante alegria do seu melhor amigo. Em geral, não estamos acostumados a viver 24 horas por dia de puro prazer, ainda mais quando levamos uma vida de cachorro. Sentimo-nos, talvez, desrespeitados pela impertinência de um contenta- mento desmesurado, principalmente quando algo ou alguém patrocinou-nos alguma desventura. Laudimiro Almeida Filho. Vida de cachorro. In: Acon- tessências. Brasília: Gráfica e Editora Positiva, 1999, p. 37 (com adaptações). V IV IA N E FA R IA 16 31. (CESPE) A expressão “do seu melhor amigo” remete a um ditado popular. Assinale a opção correspondente a esse ditado. a. Cão que ladra não morde. b. Cão picado de cobra tem medo de linguiça. c. Cão feroz, dono atroz. d. Quem não tem cão caça com gato. e. O cão é o melhor amigo do homem. GABARITO: e. 32. (CESPE) De acordo com o texto, o comportamento dos cachorros a. evidencia que eles gostariam de ser crianças. b. revela o carinho deles pelas crianças. c. assemelha-se ao das crianças. d. provoca medo nas crianças. e. irrita as crianças. GABARITO: c. 33. (CESPE) Assinale a opção correta de acordo com as ideias apresentadas no texto. a. A alegria das crianças é maior que a alegria dos cachorros. b. Pessoas adultas são felizes só quando vivem “vida de cachorro”. c. O adulto tem inveja da alegria das crianças. d. É mais fácil alegrar crianças que adultos. e. Aquilo que alegra a criança não alegra o adulto. GABARITO: d. 34. (CESPE) No texto, há correspondência de sentido entre a. “comportamento canino” e “vida de cachorro”. b. “alegria” e “contentamento”. c. “constante” e “desmesurado”. d. “impertinência” e “desventura”. e. “diariamente” e “24 horas por dia”. GABARITO: b. (CESGRANRIO) SORTE: TODO MUNDO MERECE Afinal, existe sorte e azar? No fundo, a diferença entre sorte e azar está no jeito como olhamos para o acaso. Um bom exemplo é o número 13. Nos EUA, a expedição da Apollo 13 foi uma das mais desastrosas de todos os tempos, e o número levou a culpa. Pelo mundo, existem construtores que fazem prédios que nem têm o 13º andar, só para fugir do azar. Por outro lado, muita gente acha que o 13 é, na verdade, o número da sorte. Um exemplo famoso disso foi o então auxiliar técnico do Brasil, Zagallo, que foi para a Copa do Mundo de (19)94 (a soma dá 13) dizendo que o Mundial ia terminar com o Brasil campeão devido a uma série de coincidências envolvendo o número. No final, o Brasil foi campeão mesmo, e a Apollo 13 retornou a salvo para o planeta Terra, apesar de problemas gravíssimos. Até hoje não se sabe quem foi o primeiro sortudo que quis homenagear a sorte com uma palavra só para ela. Os romanos criaram o verbo sors, do qual deriva a “sorte” de todos nós que falamos português. Sors designava vários processos do que chamamos hoje de tirar a sorte e origi- nou, entre outras palavras, a inglesa sorcerer, feiticeiro. O azar veio de um pouco mais longe. A palavra vem do idioma árabe e deriva do nome de um jogo de dados (no qual o criador provavelmente não era muito bom). Na verdade, ele poderia até ser bom, já que azar e sorte são sinônimos da mesma palavra: acaso. Matematicamente, o acaso – a sorte e o azar – é a aleatoriedade. E, pelas leis da probabilidade, no longo prazo, todos teremos as mesmas chances de nos depararmos coma sorte. Segundo essas leis, se você quer aumentar as suas chances, só existe uma saída: aposte mais no que você quer de verdade. Revista Conhecer. São Paulo: Duetto. n. 28, out. 2011, p. 49. Adaptado. 35. (CESGRANRIO) De acordo com o texto, a pergunta feita no subtítulo “Afinal, existe sorte e azar?” é respon- dida da seguinte maneira: a. Depende das pessoas, umas têm mais sorte. b. A sorte e o azar podem estar, ou não, no número 13. c. Sorte e azar são frutos do acaso ou da aleatorie- dade. d. Como são ocorrências prováveis, pode-se ter mais azar. e. A fé de cada um em elementos, como os números, pode dar sorte. GABARITO: c. 36. (CESGRANRIO) O período em que a expressão no fundo está usada com o mesmo sentido com que é empregada na primeira linha do texto é: a. A horta está no fundo do quintal. b. Procure na mala toda, até no fundo. c. No fundo do corredor, está a melhor loja. d. No fundo, acredito que tudo sairá bem. e. No fundo do poço, ninguém vê saída para proble- mas. GABARITO: d. 37. (CESGRANRIO) No trecho “Os romanos criaram o verbo sors, do qual deriva a ‘sorte’ de todos nós que falamos português” (l.12-13), sorte designa a. a) uma ideia. b. b) uma palavra. c. c) um conceito. d. d) o contrário de azar. e. e) o adjetivo do verbo sortear. GABARITO: b. 38. (CESGRANRIO) A oração “envolvendo o número” (l. 9) pode ser substituída, sem prejuízo do sentido original, pela seguinte oração: IN TE R P R ET A Ç Ã O T EX TU A L 17 a. por envolver o número. b. que envolviam o número. c. se envolvessem o número. d. já que envolvem o número. e. quando envolveram o número. GABARITO: b. 39. (CESGRANRIO) A palavra mesmo está sendo empre- gada com o sentido igual ao que se verifica em “o Bra- sil foi campeão mesmo” (l.9), na seguinte frase: a. O diretor preferiu ele mesmo entregar o relatório ao conselho. b. Mesmo sabendo que a proposta não seria aceita, ele a enviou. c. Fui atendido pelo mesmo vendedor que o atendeu anteriormente. d. Você sabe mesmo falar cinco idiomas fluentemente? e. Ele ficou tão feliz com a notícia que pensou mesmo em sair dançando. GABARITO: d. 40. (CESGRANRIO) O trecho “apesar de problemas gra- víssimos” (l.10) é reescrito de acordo com a norma-pa- drão, mantendo o sentido original, se tiver a seguinte forma: a. ainda que houvessem problemas gravíssimos. b. apesar de que aconteceu problemas gravíssimos. c. a despeito de acontecesse problemas gravíssimos. d. embora tenham ocorrido problemas gravíssimos. e. não obstante os problemas gravíssimos que ocorreu. GABARITO: d. 41. (CESGRANRIO) No texto, diz-se que “o criador pro- vavelmente não era muito bom [no jogo de dados]” (l. 16-17) porque a. o jogo deu origem à palavra azar. b. o jogo que criou continha imperfeições. c. só um árabe sabe jogar dados bem. d. em jogos de dados sempre alguém perde. e. as pessoas que criam não sabem jogar bem. GABARITO: a. (FUNCAB) Leia o texto abaixo e responda às questões propostas. O salário dignifica o poeta O sonho do poeta é viver de palavras. Viver no sentido material da palavra. Já imaginou? O poeta faz um poema, tira umas cópias, distribui, e este poema paga suas compras no supermercado. O poeta faz uma palestra sobre a beleza das palavras e recebe um salário com que paga a luz que o ilumina, a água que mata a sua sede, o telefone que o põe em contato com os amigos, a internet que o põe em contato com o universo, o teto que o abriga. O poeta lê os poemas do livro de um outro, sugere mudanças, escreve prefácio, e a editora deposita na conta bancária o suficiente para o poeta comprar os brinquedos dos seus filhos. O poeta pesquisa a poesia brasileira, escreve um ensaio, publica-o, e dão-lhe uma comissão com a qual pode saldar velhas dívidas. [...] O poeta traduz um livro de poemas e lhe pagam bem pela tradução, essa difícil arte de não trair dois idiomas, seu autor, os leitores, e o próprio tradutor. Recebe pela emprei- tada um montante que o ajuda a pagar a maternidade em que nasceu seu último filho. O poeta não se envergonha de cobrar pelo seu poema. Se, é claro, as rimas, o ritmo, a melodia, se o poema, enfim, estiver íntegro, belo e forte. O poeta come o pão que a musa amassou. O poeta se veste com seu poema, pode ir ao dentista graças ao seu poema, paga o táxi, o metrô e o avião com o suor do seu rosto, com as lágrimas dos seus olhos e com o riso de sua boca. (PERISSÉ, Gabriel. Correio da Cidadania, ed. 270. 1 set. 2003. Edição n. 49. Fragmentado. Acesso em 25 jan. 2012) 42. (FUNCAB) A alternativa que melhor resume a ideia central do texto – O Salário dignifica o Poeta – é: a. A profissão de ser poeta representa enorme esfor- ço físico e mental. b. Todo poeta depende de uma musa inspiradora para o seu fazer poético. c. O poeta deve receber um salário digno pelo seu trabalho com as palavras. d. Ser poeta é sonhar com dias melhores e com uma realidade ideal. e. A internet foi o meio que permitiu melhor divulga- ção da poesia no mundo. GABARITO: c. 43. (FUNCAB) O trecho “O poeta se veste com seu poe- ma, pode ir ao dentista graças ao seu poema, [...]” no último parágrafo significa que o poeta: a. cobra muito caro pelos seus serviços. b. precisa encontrar um outro emprego. c. não é reconhecido pela sua arte poética. d. deve sobreviver do seu trabalho, a poesia. e. desempenha diferentes funções em seu emprego. GABARITO: d. 44. (FUNCAB) A palavra PREFÁCIO, no texto, em “O po- eta lê os poemas do livro de um outro, sugere mudan- ças, escreve prefácio, [...].” (4º parágrafo) tem o seu significado corretamente apontado em: a. texto preliminar escrito pelo escritor ou por outro autor que se encontra no início do livro. b. declaração final do autor sobre o texto que foi escri- to por ele mesmo em determinado livro. c. síntese de uma obra com comentários da editora que se encontra na contracapa do livro. V IV IA N E FA R IA 18 d. composição poética de um autor que introduz num livro o texto de outro escritor renomado. e. conclusão resumida de um texto com a função de dar um arremate, um fim à história. GABARITO: a. 45. (FUNCAB) A partir da leitura global do texto, assinale a opção em que se transcreveu um provérbio que me- lhor sintetiza sua ideia central. a. “A simples ideia de um salário mínimo é sinal de ignorância máxima.” (Ludwig von Mises) b. “A justiça para os que trabalham deve começar pelo salário.” (Ulysses Guimarães) c. “O trabalho é a coisa mais importante do mundo. Por isso, devemos sempre deixar um pouco para o dia seguinte.” (Don Herald) d. “O dinheiro do avarento duas vezes vai à feira.” (autor desconhecido) e. “O que o dinheiro faz por nós não compensa o que fazemos por ele.” (Gustave Flaubert) GABARITO: b. (http://www.analisedetextos.com.br/2011/06/atividade- -de-interpretacao-trabalho-e.html). Leia o texto abaixo e responda às questões propostas. TRABALHO E AVENTURA Nas formas de vida coletiva podem assinalar-se dois princípios que se combatem e regulam diversamente as ati- vidades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aven- tureiro e do trabalhador. Já nas sociedades rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância, na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores e os povos lavradores. Para uns, o objeto final, a mira de todo esforço, o ponto de chegada assume relevância tão capital, que chega a dispen- sar, por secundários, quase supérfluos, todos os processos intermediários. Seu ideal será colher o fruto sem plantar a árvore. Esse tipo humano ignora as fronteiras. No mundo tudo se apresenta a ele em generosa amplitude e, onde quer que se erija um obstáculo a seus propósitos ambiciosos, sabe transformaresse obstáculo em trampolim. Vive dos espaços ilimitados, dos projetos vastos, dos horizontes distantes. O trabalhador, ao contrário, é aquele que enxerga pri- meiro a dificuldade a vencer, não o triunfo a alcançar. O esforço lento, pouco compensador e persistente, que, no entanto, mede todas as possibilidades de esperdício e sabe tirar o máximo proveito do insignificante, tem sentido bem nítido para ele. Seu campo visual é naturalmente restrito. A parte maior do que o todo. Existe uma ética do trabalho, como existe uma ética da aventura. O indivíduo do tipo trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente ânimo de praticar e, inversamente, terá por imorais e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro – audácia, imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade, vagabundagem – tudo, enfim, quanto se relacione com a concepção espaçosa do mundo, característica desse tipo. Por outro lado, as energias e esforços que se dirigem a uma recompensa imediata são enaltecidos pelos aventu- reiros; as energias que visam à estabilidade, à paz, à segu- rança pessoal e os esforços sem perspectiva de rápido proveito material passam, ao contrário, por viciosos e des- prezíveis para eles. Nada lhes parece mais estúpido e mes- quinho do que o ideal do trabalhador. (HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro, José Olympio, 1978, p. 13) 46. A respeito dos povos caçadores e dos povos lavrado- res, pode-se afirmar que: a. os caçadores esforçam-se mais do que os lavra- dores. b. os lavradores têm vida mais dura que os caçadores. c. lavradores e caçadores, ambos são do mesmo tipo. d. os caçadores integram o tipo do aventureiro. GABARITO: d. 47. Das afirmativas feitas abaixo, aquela que está em con- sonância com o texto é: a. O trabalhador apresenta desmotivação para o triunfo. b. A vagabundagem é prova da falta de caráter do aventureiro. c. O trabalhador desenvolve sua atividade num con- texto espacial limitado. d. d) A paz, a segurança e a estabilidade são valores absolutamente relevantes para o aventureiro. GABARITO: c. 48. Levando em conta o perfil traçado pelo texto para os tipos do aventureiro e do trabalhador, pode-se afirmar que os navegantes ibéricos que conquistaram a Amé- rica encarnam o tipo: a. trabalhador, pois a expansão marítima visava o aumento de produtividade agrícola para o Velho Mundo. b. aventureiro, pois tinham absoluto controle da situa- ção em sua empreitada. c. aventureiro, pois caracterizava-se a busca dos “ho- rizontes distantes”. d. trabalhador, pois souberam dar desenvolvimento às terras conquistadas. GABARITO: c. 49. De acordo com o texto, só não se pode afirmar que: a. a audácia e a imprevidência caracterizam o aven- tureiro. b. a concepção espaçosa do mundo é típica do aven- tureiro. c. os lavradores só existiram nas sociedades rudi- mentares. d. o trabalhador não é afeito aos constantes desloca- mentos e ao proveito material imediato. GABARITO: c. IN TE R P R ET A Ç Ã O T EX TU A L 19 50. “Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aven- tureiro e do trabalhador.” Em cada alternativa abaixo, redigiu-se uma frase em continuação a esse trecho do texto. A alternativa cuja redação não está de acordo com o significado do texto é: a. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e do trabalhador. Se tem aquele vi- são espaçosa do mundo, esse caracteriza-se pelo campo visual restrito. b. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e do trabalhador. Deste lado, o objeto final é o fator relevante; daquele, apenas fruto do esforço pessoal. c. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e do trabalhador. Enquanto uns empe- nham-se nos projetos vastos, outros tiram o máxi- mo proveito do insignificante. d. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e do trabalhador. Se é cabível afirmar que, quanto ao primeiro, o ânimo é de romper bar- reiras, quanto ao segundo há que registrar-se a previdência e a responsabilidade. GABARITO: b. 51. Ao afirmar que “existe uma ética do trabalho, como existe uma ética da aventura”, o autor do texto preten- de afirmar que: a. ambos, aventureiro e trabalhador, integram-se numa comunhão ética. b. tanto na aventura quanto no trabalho erigem-se princípios e normas de conduta. c. o que o trabalhador mais valoriza vai ao encontro do que o aventureiro preconiza. d. os princípios éticos do trabalho estão em conso- nância com as normas de comportamento do aven- tureiro. GABARITO: b. FIGURAS DE LINGUAGEM CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO http://diegomacedo.com.br • Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo contexto. Exemplo: Você tem um coração de pedra. • Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original. Exemplo: A pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas. LINGUAGEM FIGURADA São recursos que tornam as mensagens que emitimos mais expressivas. I – Figuras semânticas 1. Metáfora: consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma rela- ção real, mas em virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende entre elas certas semelhanças. Ex: Sua boca é um cadeado e minha boca é uma fo- gueira. Fonte: <http://www.giovanipasini.com>. 2. Comparação: é a aproximação de dois termos entre os quais existe alguma relação de semelhança, como na metáfora. A comparação, porém, é feita por meio de um conectivo (com, como, parecia etc) e busca realçar determinada qualidade do meio termo (como, tal, qual, assim, quanto etc.). Ex: A chuva cai como lágrimas de um céu entriste- cido. 3. Prosopopeia (Personificação): atribuição de qua- lidades e sentimentos humanos a seres irracionais e inanimados. Ex: Com a passagem da nuvem, a lua se tranquiliza. 4. Catacrese: é o emprego impróprio de uma palavra ou expressão por esquecimento ou ignorância do seu real sentido. Ex: Sentou-se no braço da poltrona para descansar. V IV IA N E FA R IA 20 5. Metonímia/Sinédoque: consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. 5.1. Autor pela obra Ex: Adoro ler José de Alencar. 5.2. Continente pelo conteúdo Ex: Tomei uma garrafa de água para matar a sede. 5.3. Parte pelo todo Ex: Temos procurado um teto para morar. 5.4. Singular pelo plural Ex: A criança tem o direito de estudar. 5.5. Abstrato pelo concreto Ex: A juventude é aventureira. 5.6. Efeito pela causa Ex: As indústrias despejam a morte nos rios. 5.7. Matéria pelo objeto Ex: Os cristais tiniam na bandeja de prata. 5.8. Marca pelo produto Ex: Vou comprar um guaraná. Você quer Coca ou Spri- te? 6. Perífrase (Antonomásia): trata-se de uma expressão que designa um ser por meio de alguma de suas carac- terísticas ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. Ex: O Rei do Futebol já foi ministro. 7. Antítese: consiste na utilização de dois termos que contrastam entre si. Ocorre quando há uma aproxima- ção de palavras ou expressões de sentidos opostos. Ex: Isso é para acordar os homens e adormecer as crianças. 8. Paradoxo: consiste numa proposição aparentemente absurda, resultante da união de ideias contraditórias. Ex: Seu beijo é um fogo gelado! 9. Ironia (Antífrase): consiste em dizer o contrário do que se pretende ou em satirizar, questionar certo tipo de pensamento com a intenção de ridicularizá-lo, ou ainda em ressaltar algum aspecto passível de crítica. Ex: Muito bonito, hein! 10. Eufemismo: consiste em empregar uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva para comunicar alguma coisa áspera, desagradável ou cho- cante. Ex: Elefoi dessa para uma melhor. 11. Hipérbole: é a expressão intencionalmente exage- rada com o intuito de realçar uma ideia. Ex: Quase morri de tanto rir. 12. Gradação: consiste em dispor as ideias por meio de palavras, sinônimas ou não, em ordem crescente ou decrescente. Ex: Você me cansa, me chateia, me enerva, me es- tressa, me enlouquece, me mata! 13. Apóstrofe: é assim denominado o chamamento do receptor da mensagem, seja ele de natureza imaginá- ria ou não. É utilizada para dar ênfase à expressão e realiza-se por meio do vocativo. Ex: Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? 14. Paronomásia: consiste no emprego de palavras parônimas (com sonoridade semelhante) numa mesma frase, fenômeno que é popularmente conhecido como trocadilho. Ex: “Com os preços praticados em planos de saúde, uma simples fatura em decorrência de uma fratura pode acabar com a nossa fartura.” 15. Sinestesia: consiste em mesclar, numa mesma expres- são, as sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Ex: Ao chegar, percebi que ele tinha um olhar tão quente, que se confirmou com o abraço gostoso que me deu! II – Figuras fonéticas http://meganakas.blogspot.com 1. Onomatopeia: ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade. Ex: O cóim-cóim dos porcos irritava a todos. IN TE R P R ET A Ç Ã O T EX TU A L 21 2. Aliteração: consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro significativo. Ex: Ele era bruto, bravo, como a agreste região onde nascera e morrera. 3. Assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. Ex: O ódio é horrendo como o olhudo homem do ou- tro lado, ali parado. 4. Cacofonia: A cacofonia é um som desagradável ou obsceno formado pela união das sílabas de palavras contíguas. Pode, também, ocorrer como resultado de uma translineação desatenciosa. Ex: Ele beijou a boca dela. III – Figuras Sintáticas 1. Anacoluto: é a falta de nexo que existe entre o início e o fim de uma frase. Ex: O cachorro acordou, eu gosto de passear sozi- nho. 2. Elipse: consiste na omissão de um ou mais termos numa oração que podem ser facilmente identificados, tanto por elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo contexto. Ex: Na rua deserta, nenhum sinal da polícia. 3. Zeugma: ocorre quando é feita a omissão de um termo já mencionado anteriormente. Ex: À direita da estrada, sol, à esquerda, chuva. 4. Hipérbato/Anástrofe: consiste na inversão dos termos da oração. Ex: Dançava com a dama o bonitão. 5. Assíndeto: é uma figura caracterizada pela ausência, pela omissão das conjunções coordenativas, resul- tando no uso de orações coordenadas assindéticas. Ex: O vento soprava, a lua brilhava. 6. Polissíndeto: é uma figura caracterizada pela repeti- ção enfática dos conectivos. Ex: E falei, e gritei, e tentei, e gesticulei e pedi ajuda. 7. Anáfora: é a repetição de uma ou mais palavras no início de várias frases, criando assim, um efeito de reforço e de coerência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar determinado elemento textual. Ex: Para que tanta luta, para que tanto esforço, para que tanta confusão, se não vai dar em nada? 8. Silepse: é a concordância que se faz com o termo que não está expresso no texto, mas sim com a ideia que ele representa. É uma concordância anormal, psicoló- gica, espiritual, latente, porque se faz com um termo oculto, facilmente subentendido. 8.1. Gênero Ex: Vossa Excelência ficou cansado com tantas per- guntas. 8.2. Número Ex: Essa gente do interior costumavam ir à missa to- dos os domingos. 8.3. Pessoa Ex: Os brasileiros somos muito esquecidos. 9. Pleonasmo: consiste numa redundância inútil e desne- cessária de significado em uma sentença. Ex: Tenho certeza absoluta. E X E R C Í C I O S 1. Escreva quais dos textos foram escritos em linguagem conotativa (emotiva) e quais foram escritos em lingua- gem denotativa (informativa). a. “O homem velho deixa vida e morte para trás Cabeça a prumo, segue rumo e nunca, nunca mais O grande espelho que é o mundo ousaria refletir os seus sinais, O homem velho é o rei dos animais” (Caetano Veloso) b. “Para o mundo, quando era quinhentos anos mais novo, os contornos de todas as coisas pareciam mais nitidamente traçados do que nos nossos dias. O contraste entre o sofrimento e a alegria, entre a adversidade e a felicidade aparecia mais forte.” (Johan Huizinga) c. “A rede de tricô era áspera entre os dedos, não íntima como quando a tricotara. A rede perdera o sentido e estar num bonde era um fio partido; não sabia o que fazer com as compras no colo. E como uma estranha música , o mundo recomeçava ao redor.” (Clarice Lispector) d. “Autoridades culturais italianas estão tentando le- vantar fundos (com participação internacional) para desenterrar e recuperar os tesouros arqueológicos da cidade de Herculano, destruída com Pompéia pelo vulcão Vesúvio (sul de Nápoles).” (Folha de São Paulo) e. “Os sapatos ficam entre os pés e o chão, no que são como as palavras. As meias entre os pés e os sapatos, como adjetivos. Os verbos, passos, ca- darços, laços. Os pés caminham lado a lado, cal- çados. Sapatos são calçados. Porque são e porque são usados. Palavras são pedaços. Os pés descal- ços caminham calados.” (Arnaldo Antunes) GABARITO: conotativa/ denotativa/ conotativa/ denotativa/ conotativa. V IV IA N E FA R IA 22 2. (CESPE) O século E vós, arcas do futuro, Crisálidas do porvir, Quando vosso braço ousado Legislações construir, Levantai um templo novo, Porém não que esmague o povo, Mas lhe seja o pedestal. Que ao menino dê-se a escola, Ao veterano – uma esmola... A todos – luz e fanal! Basta!... Eu sei que a mocidade É o Moisés no Sinai; Das mãos do Eterno recebe As tábuas da lei! – Marchai! Quem cai na luta com glória, Tomba nos braços da História, No coração do Brasil! Moços, do topo dos Andes, Pirâmides vastas, grandes, Vos contemplam séculos mil! Castro Alves, poeta do Romantismo brasileiro, há mais de cem anos compôs o poema do qual duas das estro- fes finais estão transcritas acima. A partir delas, julgue os itens. 1) O texto é uma conclamação aos jovens no sentido de que corrijam os erros que vêm sendo cometidos ao longo dos séculos. 2) Os versos 1 e 2 apresentam construções metafóri- cas associadas à mocidade. 3) Percebe-se, nos versos 15, 16 e 17, um sentimento de desesperança na capacidade que os moços têm de mudar os rumos da história do Brasil. 4) O fato de o texto haver sido escrito há mais de um século não impede o seu entendimento nos dias atuais. 5) A escolha do vocábulo “templo” (verso 5) permite dupla leitura: “levantai um templo novo” e levantai em tempo novo. 6) Um sentimento de religiosidade perpassa esses versos, o que pode ser confirmado pelos exemplos: “Moisés no Sinai” (verso 12) e “tábuas da lei” (verso 14). 7) A pontuação do texto denota o predomínio da fun- ção emotiva da linguagem. GABARITO: C, C, E, C, C, E, E. 3. (CESPE) No baile da corte No baile da corte Foi o conde d’Eu que disse Pra Dona Benvinda que farinha de Suruí pinga de Parati Fumo de Baependi É cume, bebê, pitá, e caí. (Oswald de Andrade) Julgue os itens que se seguem, tendo por referência o texto acima. 1) No 2º verso, o título honorífico e a expressão “d’Eu” reforçam a expectativa de ambiente palaciano, no- bre e requintado do verso anterior. 2) No último verso tem-se a presença de assíndeto. 3) Há evidente degradação do nível culto da fala no decorrer do poema, até levá-lo ao coloquial popu- lar, inculto. 4) A assertiva anterior
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