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CIVIL VI DIREITO DE FAMILIA

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DIREITO CIVIL VII
FILIAÇÃO
1. CRITÉRIOS (art. 227, §6º, CF): a base maior do parentesco tem origem na filiação. O marco do que tange à filiação é a Constituição Federal, copiado no Código Civil, que traz o princípio da igualdade na filiação – independentemente da origem da filiação, todos terão o mesmo direito. A partir do art. 1.596 no Código Civil.
Para Maria Berenice Dias, o gênero é a socioafetividade, e as espécies são biológico, registral e socioafetivo (resultante da posse do Estado). O STJ tem reconhecido inclusive que, sem a socioafetividade, o nome do pai biológico pode ser retirado no nome do filho e pode ser acrescido o nome do pai socioafetivo, por exemplo. A matéria encontra-se sedimentada exigindo que a socioafetividade (que exista uma relação entre as pessoas) se faça presente.
a) Legal: art. 1.597. Este artigo, hoje, não é mais aplicado em toda sua extensão. Seu caput parte de uma presunção, então, este critério é o chamado legal, pois o caput presume a paternidade, mesmo que o pai não seja efetivamente o pai (princípio da presunção da paternidade, que não foi abolido). A lógica é que a mãe estava sempre certa e que o pai é o marido da mãe (inclusive em decorrência do dever de fidelidade, que existia). 
Presumem-se concebidos na constância os filhos: I – havidos 180 dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal; II – nascidos nos 300 dias depois da dissolução da sociedade conjugal por morte, separação judicial, nulidade ou anulação do casamento; III – havidos por fecundação artificial homologa, mesmo que morto o marido; IV – havidos, a qualquer tempo,
Os incisos I e II foram copiados do código de 1916, quando ainda não existia o exame de DNA (só existia a tipagem sanguínea, que não dizia quem era o pai, só a possibilidade de alguém ser ou não pai). Existiam os chamados alimentos provisionais, pagos até sair o resultado do exame e fixados em uma probabilidade; esses alimentos eram irrepetíveis, ou seja, o pai não poderia reavê-los se o resultado fosse negativo. Esses dois incisos teriam perdido a aplicabilidade depois da sacralização do DNA.
As formas de reprodução assistida não possuem regulamentação legal nem jurisprudencial (o que existem são regulamentações do Conselho de Medicina). A inseminação homóloga, do inciso III, é feita com o sêmen do marido (não há embrião ainda). Se o marido for morto, a tendência é que seja necessária autorização. 
A previsão do inciso IV prevê a fecundação in vidro (quando colocado no útero, já está como embrião). 
No inciso V, é quando o material genético é do banco de doadores (heteróloga, de um terceiro, que não o marido da mulher). Todas, para pós morte, exigem autorização. 
Por construção jurisprudencial, se aplica o artigo 1.597 à união estável se ela estava devidamente reconhecida por contrato ou sentença. 
O art. 1.798 diz que para uma pessoa ter direito de herança, ela tem que estar pelo menos concebida à época da morte. No caso da fecundação após a morte do pai, pelo caput do art. 1.597 diz que presumem-se concebidos na constância. A doutrina é dividida – parte diz que, como não estava concebido na época da morte, o filho não tem direito de herança, enquanto outra parte se baseia no princípio da igualdade e diz que o filho não tem culpa de ter sido concebido após a morte do pai, devendo receber a herança. Existe uma teoria que diz que como a decisão foi unilateral da mãe, ela deverá dar o mesmo que os outros filhos já receberam de herança, mas da parte dela. 
Resoluções do Conselho de Medicina: Resolução CFM 2.121/2015 – necessidade de autorização para utilização do material genético pós mortem. O CFM também determina que o material genético deve ser destruído com a morte, se não houver autorização, pois não é um direito disponível. 
No Brasil não existe a permissão da chamada “barriga de aluguel”. O que pode são pessoas, parentes, emprestarem o útero (isso não pode ter fins lucrativos). 
O artigo 1.597, que traz o princípio da presunção de paternidade, contém uma regra de presunção juris tantum, isto é, que admite prova em contrário. Este artigo, segundo a doutrina, só pode ser usado nos casos de união estável se esta se achar devidamente comprovada por contrato ou sentença. Essa presunção também está no art. 1.598.
Provada a impotência do homem na época, é afastada a presunção (art. 1.599).
Art. 1.601 – cabe com exclusividade ao pai contestar a paternidade do filho (ao marido), e a ação é imprescritível. A investigação de paternidade é exclusiva do filho (ou a legitimidade é atribuída ao Ministério Público). Mesmo que o resultado de DNA dê negativo, esse pai ainda continuará ser pai, não podendo tirar seu nome do registro do filho e continuará com as mesmas obrigações, uma vez que a paternidade socioafetiva se sobrepõe à biológica, ainda que haja uma sentença reconhecimento que não é pai biológico. O pai biológico tem direito de saber que é pai, entrando-se na seara da multipaternidade (poderia ter-se na certidão de nascimento o nome do pai registral e socioafetivo ao lado do pai biológico). 
Art. 1.604 – nenhuma pessoa que não seja pai, mãe ou próprio filho pode vindicar uma situação diferente do registro. Se existir laço de socioafetividade, não poderá ser revertido por decisão judicial.
b) Biológico:
c) Socioafetivo: não aparece na lei. Existe o reconhecimento de 3 requisitos:
I – Trato: o pai socioafetivo tem que demonstrar o interesse na filiação. 
II – Fama: o relacionamento deve ser notório.
III – Nome: é uma alternativa, não é necessário.
A intensão tem que ser demonstrada através desses 3 requisitos. 
Os fatos, por si só, não vão gerar direitos ao filho socioafetivo. Tal condição deve vir reconhecida por sentença para fins de produção de efeitos. 
Obs.: anteriores à Constituição de 1988: natural (fruto de relação entre duas pessoas não casadas, mas sem impedimentos), legítimo (filho de pessoas casadas – ostentava todos os direitos), legitimado (aquele que começou na qualidade de natural, e depois, seus pais se casaram), adulterino (filho fora do casamento, que não podia ser reconhecido antes de 1950, mesmo com a concordância), incestuoso/espúrio (relação entre pessoas que guardavam um parentesco). Essas classificações davam um tratamento diferente aos filhos. Se o filho não fosse fruto do casamento, não poderia gozar dos mesmos direitos. 
3. RECONHECIMENTO
Será aplicado para as situações em que as pessoas não são casadas. Pode ser um ato voluntário ou judicial, através da ação de investigação de paternidade. Não se pode condicionar o reconhecimento (ex.: só reconhecer se o DNA for positivo) – ou reconhece ou não. 
Uma vez que há o reconhecimento, não se admite arrependimento e, portanto, é irrevogável e irretratável. Só existe possibilidade de reversão se existir erro e não existir socioafetividade. 
É um ato personalíssimo, mas admite procuração com poderes especiais. Representação volunária é a outorga de poderes.
a) Ato voluntário/judicial (Lei 8.560/92)
b) Não sujeito a condição ou termo
c) Não admite arrependimento
d) Irrevogável
e) Irretratável
f) Personalíssimo
4. FORMAS DE RECONHECIMENTO
Os pais podem, em conjunto ou separadamente, reconhecer os filhos. 
a) No registro: os pais não poderão ir sozinhos, pois não são casados. Se o pai não estiver junto, o máximo que poderá ser feito é apontar um suposto pai. Feito isso, o oficial mandará ao juiz, que chamará o pai para que diga se é ou não (procedimento oficioso). Se o pai se negar, o juiz passa a legitimidade ao MP. 
b) Escritura pública: esse reconhecimento só pode ser feito se não há um pai registral (nesse caso, será necessário entrar com ação reivindicatória de paternidade). 
c) Escritura particular: faz-se qualquer documento com declaração inequívoca de vontade reconhecendo a paternidade. 
d) Testamento: ainda que o testamento seja revogado, a cláusula não será revogada. Pode-se inclusive reconhecer o filho socioafetivo. 
e) Codicilo: é como se fosse um “bilhete”, onde se deixa disposiçõessobre enterro, etc. 
Quando não se der voluntariamente, é por ação de reconhecimento de paternidade.
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE
A investigação da origem genética é um direito fundamental da personalidade. 
Ainda que conste, na certidão de nascimento, um “pai registral”, isto não será óbice a busca da origem. Adoção à brasileira: pai que sabia que não era pai, mas assumiu a paternidade mesmo assim. 
Na identificação de um pai biológico, o princípio da multiparentalidade admite o acréscimo do nome do outro pai. Princípio da parentalidade compartilhada: duas pessoas que conjugam esforços para ser pais de alguém, sem ter nenhum relacionamento entre eles.
Ação: imprescritível, indisponível e personalíssima. 
Direitos como herança e alimentos são prescritíveis (só o reconhecimento é imprescritível, a petição de herança tem prazo prescricional de 10 anos). 
Ela é indisponível porque, sendo o autor menor ou incapaz, o seu representante não pode desistir da ação. Sendo ele maior de idade (capaz), ele pode desistir da ação. Não cabe renúncia, então, desistindo da ação, poderá ser pleiteada novamente. 
Se a pessoa é menor, é possível a ação ser ajuizada pelo representante, mas a ação é personalíssima. É um direito exclusivo daquele que quer ter descoberta a sua paternidade, ninguém pode entrar por ele. 
Competência – varas de família, no foro do domicílio do réu. Não há procedimento especial. 
Legitimação: ativa – exclusiva do investigado (uma vez que personalíssima); passiva – investigado(s) e sucessores. 
Se o investigando nunca entrou com a ação, seus sucessores não poderão entrar por ele; se ele entrou com a ação e morreu no meio da ação, seus sucessores poderão substituí-lo (admite a substituição). Existe a legitimação extraordinária do MP quando a mãe do menor não entra com a ação (Lei 8.560/92). 
A ação pode ser promovida contra diversas pessoas. O art. 232 do CC presume como pai aquele que se nega a fazer o exame (isso é um problema quando mais de um demandado se nega a fazer o exame). Se há uma sentença transitada em julgado que julgou o réu como pai por negativa da produção de prova, se ele quiser fazer o exame, pelo princípio da relativização da coisa julgada na ação de paternidade, ele poderá novamente entrar com a ação. Se ele pagou alimentos desde a sentença se for reconhecido que não é pai, ele não poderá pedi-los de volta (os alimentos são irrepetíveis, pois são para suprir necessidades presentes). Se a mãe negar o exame no filho, o homem terá que esperar a maioridade do possível filho. Se ficar comprovada a ma-fé da mãe, ela poderá ser condenada a reparação de danos (ação de cobrança autônoma). 
Objeto = reconhecimento: declaração de paternidade;
Valor da causa: investigação = alçada; investigação + alimentos = alçada + 12 vezes o valor; investigação + petição de herança = alçada + valor da herança. 
ADOÇÃO
*folha que ela entregou!
ECA – Lei 8.069/70 – é o maior marco da adoção (é a lei da adoção no Brasil). 
Lei 12.010/09 – altera dispositivos do ECA, mas não o substitui. 
Em um momento anterior, a adoção não servia para atender aos interesses dos adotados. A finalidade do instituto, anteriormente, era proteger as pessoas que não podiam ter filhos.
Quem pode:
a) Adotar? A primeira coisa que se exige é que a pessoa seja capaz, atingindo a maioridade. Não há um requisito maior que a maioridade e a diferença de 16 anos. O adotante precisa se inscrever em um cadastro e passa por um estágio de convivência. 
Art. 42 – podem adotar os maiores de 18 anos, independentemente do estado civil. Não podem adotar os ascendentes e os irmãos, ou seja, avós e irmãos não podem adotar seus netos/irmãos, uma vez que já há um vínculo. Tios, por exemplo, podem. Para adoção conjunta, é necessário casamento ou união estável (aqui entra os casais homoafetivos). Os divorciados e separados podem adotar conjuntamente (haverá necessidade da prova do vínculo da criança com os dois e não pode haver litígio). 
Adoção póstuma – a pessoa estava em meio ao processo de adoção e morre durante, antes de a sentença ser prolatada. Como sua intenção já havia sido manifestada, será prolatada uma sentença retroativa à data do ajuizamento. Nunca confundir adoção póstuma com ação de reconhecimento de filiação sócioafetiva post-mortem. 
A adoção somente será deferida com o consentimento dos genitores, excepcionando-se apenas naqueles casos em que estejam estes em local incerto e não sabido ou sejam desconhecidos. Necessário ainda, que seja ouvido o adotado sempre que contar com mais de 12 anos de idade. 
b) Ser adotado? Art. 25, ECA – conceito de família extensa (o que se busca é um grau de afetividade). A criança precisa ter seus interesses protegidos. Não é só pelo fato do parentesco que vai ser concedida a permanência da criança na chamada família estendida.
Art. 39 – maiores também podem ser adotados. É uma medida excepcional e irrevogável, não existe a figura da desadoção. A desistência é no curso do processo e, ainda assim, a jurisprudência entende que o MP poderia requerer indenização por danos morais e materiais em nome da criança.
Art. 40 – com a adoção, desaparece o nome dos pais biológicos da certidão, porque a Constituição veda. Também não consta que foi resultado de adoção, ainda que nos arquivos do cartório esteja arquivado o processo, porque, ao completar 18 anos, o adotado pode ir atrás de sua identidade biológica e entrar em juízo buscando o reconhecimento da multiparentalidade. 
Art. 41 – é possível a chamada adoção unilateral – só um dos cônjuges pode adotar, desde que o outro adote. 
O adotado possui direito sucessório em relação ao adotante, mas não em relação aos pais biológicos, uma vez que a adoção rompe o parentesco com os pais anteriores. A multiparentalidade apenas coloca o nome dos pais biológicos na certidão, não dá direito à herança. Isso não impede, porém, que o adotado seja colocado no testamento dos pais biológicos. 
O art. 46 prevê o estágio de convivência, que tem um prazo fixado pelo juiz, dependendo do caso concreto. Poderá ser dispensado se o adotante já tem a guarda por um tempo, quando já há guarda legal (deferida em favor de uma família substituta, que não a biológica). A simples guarda de fato não dispensa o estágio de convivência. 
Diferença de idade: diferença mínima de 16 anos entre adotante e adotado. 
Nunca por procuração.
Habilitação – Vara da Infância e da Juventude. 
Cadastros – regionais e nacionais. Art. 50 – em cada comarca ou foro deve ser mantido um registro de crianças e adolescentes para serem adotados e outro com pessoas interessadas em adotar. 
A habilitação no cadastro nacional é procedimento que deve se realizar como de jurisdição voluntária perante as varas da infância e da juventude. Deve ser apresentada uma petição inicial, podendo ser dispensada a presença do advogado, instruída com comprovante de renda, de residência e atestado de sanidade física e mental dos pretensos adotantes, bem como, de certidão de antecedentes cíveis e criminais. Segundo o art. 197 do ECA, o MP poderá requerer audiência com os interessados. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadastros previstos no art. 50 que deverão obedecer à ordem cronológica. Importante ficar apontado no pedido de habilitação o perfil de pretensão dos adotantes.
Direito sucessório – art. 48 e 49, ECA. Morrendo os pais adotivos, nunca se reestabelece o vínculo com os pais biológicos. 
Se falecer o adotado, deixando patrimônio, onde conste na certidão a multiparentalidade, a quem caberá sua herança?
PODER FAMILIAR
Evolução do instituto do “pátrio poder” – a alteração da denominação se verificou com a CF de 1988. Com a CF a expressão pátrio poder foi modificada para poder familiar, porque a primeira expressão significava um poder dos pais sobre os filhos. Agora, o poder familiar é acima de tudo um dever (ainda que seja também um dever). Toda vez que se fala em menores ou incapazes é necessário observar o princípio do melhor interesse.
O poderfamiliar é o poder-dever dos pais para com os filhos enquanto estes não atingirem a maioridade civil.
A separação ou o divórcio dos pais não afeta a responsabilidade e os deveres em relação aos filhos. O poder familiar deve ser exercido por ambos os pais, e não é afetado com o divórcio ou separação. No caso de divergência dos pais sobre a criação dos filhos, quem decide é o próprio juiz (mesmo que os pais sejam casados). Durante o casamento e união estável, compete o poder familiar aos pais. 
A perda deste poder-dever só pode se verificar através de sentença. 
Se um dos genitores perder o exercício, o outro o exercerá com exclusividade. O poder familiar só pode ser exercido por genitores – avós, por exemplo, nunca vão poder exercer o poder familiar. Se ambos os pais perdem esse poder ou se ambos falecem, os avós, por exemplo, ou tutores, serão detentores da guarda, mas não do poder familiar.
Poder familiar sempre vai acompanhar o filho menor de idade.
Em caso de pluriparentalidade, todos terão o poder familiar (uma vez que todos aparecem como genitores). Isso não quer dizer que todos tenham a guarda. O poder familiar é muito mais amplo do que a guarda, que é um de seus atributos.
A regulação do poder familiar começa no art. 1.630. Não existe uma pessoa menor que não esteja sob o poder familiar – se não estiver é porque não tem pais, sendo necessário nomear um curador. A regra é que todos menores ou incapazes estejam protegidos pelo poder familiar. Aquele que não está sob o manto de proteção do poder familiar está em situação irregular até que um responsável seja nomeado. 
O poder familiar consiste em:
- Dirigir a educação e a criação;
- Exercer a guarda unilateral ou compartilhada (só quando estiverem separados, porque se estiverem juntos a guarda será conjunta);
- Conceder compartimento para casar;
- Conceder permissão para viajar para o exterior só com um dos genitores (para viajar no país não precisa). Se a criança viajar sozinha, é necessário autorização dos dois;
- Conceder autorização para mudar de residência para outra cidade;
- Nomear tutor. A lei indica pessoas preferentes para serem tutores, mas os pais podem indicar tutores. Se o juiz entender, porém, que aquela pessoa nomeada não guarda laços de afeto e para proteger o melhor interesse das crianças, o juiz pode nomear outra pessoa;
- Representar judicial e extrajudicialmente até os 16 anos nos atos da vida civil e, depois dessa idade, assistir aos filhos e assinar junto com eles;
- Reclamar de quem os detenha;
- Exigir que lhes prestem obediência e exigir os serviços próprios de sua idade e condição.
Somente pela prática de atos definidos em lei (de forma taxativa) é que os genitores poderão ter o poder familiar suspenso ou perde-lo. Extingue-se o poder familiar (art. 1.635):
- Pela morte dos filhos ou se os pais morrerem;
- Pela emancipação (considerar-se-á o filho responsável por todos os seus atos);
- Pela maioridade;
- Pela adoção – quando uma pessoa vai ser adotada, a extinção do poder familiar só se dá com a sentença de adoção, porque só se pode reconhecer a adoção se for destituído o poder familiar dos pais (por isso a necessidade de os pais biológicos serem litisconsortes). Se as crianças estão em abrigo, normalmente, estão sob proteção do poder público. 
- Por decisão judicial na forma do art. 1.638.
O pai ou a mãe que contrair novas núpcias ou união estável não perde o poder familiar, sem interferência do novo cônjuge ou companheiro. Isso também se aplica ao pai/mãe solteiro que assume novo relacionamento.
O art. 1.637 prevê as causas de suspensão em caso de abuso de autoridade, falta dos deveres ou se arruinarem os bens dos filhos. 
O art. 1.638 prevê causas de extinção quando os pais castigarem de forma imoderada o filho, deixar o filho em abandono, praticar atos contrários à moral e aos bons costumes e quando praticarem repetidamente os atos do artigo anterior. 
Essa extinção só se dá por sentença. Os pais biológicos, no caso da adoção, perdem o poder familiar. 
No exercício do poder familiar os genitores não podem, seja a que título for, obter a liberação do dever de sustento. Um pai e uma mãe, enquanto o filho for menor, não se consegue liberar da obrigação de sustento, em nenhuma hipótese (mesmo que estejam desempregados, por exemplo).
Características do poder familiar: 
- Irrenunciável (só se perde por sentença);
- Indelegável;
- Intransmissível por ato de vontade;
GUARDA
Atributo do poder familiar que dele pode ser dissociada, inclusive em casos excepcionais, confiada à terceiros que não os genitores.
A fixação da guarda, hoje, deve sempre se dar na busca da melhor proteção da criança – esse é um princípio constitucional. Por muito tempo houve o predomínio do interesse materno (vivemos em uma sociedade matriarcal), há uma preferência pelas mães (havendo pai e mãe em condições de exercer a guarda, será priorizado o interesse materno). 
O CPC de 1916 priorizava que a guarda fosse estabelecida de forma unilateral e em favor da genitora. 
ESPÉCIES:
a) Conjunta: exercida por ambos quando casados ou em união estável. A maioria dos autores confunde a guarda conjunta com a compartilhada. A guarda conjunta se dá quando os pais estão juntos e com os filhos. 
b) Unilateral: exercida com exclusividade por um dos genitores. Vai ser exercida unilateralmente, há uma exclusividade na realização dos interesses da criança, cabendo os deveres e o poder de decisão a um só dos genitores. Um só dos genitores tem o poder decisório, as responsabilidades e a guarda física. O outro genitor só vai ter em seu favor a convivência, regrada de acordo com o caso concreto. 
c) Alternada: exercida de forma alternada em períodos (não é prevista em lei). Ela existe, mas em situações precedentes, que existiam antes do novo regramento, mas que em alguns casos ainda existe. Desde 2008, porém, não se estabelece mais a guarda alternada. Essa guarda seria quando a criança em determinados dias fica com a mãe e outros com o pai (um dia para cada um e um fim de semana para cada um). Se chegou a conclusão, porém, que isso é prejudicial à criança. 
Hoje em dia no direito brasileiro, a guarda nunca faz coisa julgada material, podendo ser revista a qualquer momento – basta que a decisão anterior não seja mais satisfatória para que se possa buscar uma revisão judicial. 
d) Compartilhada: exercida por ambos com responsabilidade conjunta e poder de decisão compartilhado (surgiu em 2008). É preciso que tenha alimentos e um guardião físico na guarda compartilhada. Essa guarda é corresponsabilidade, divisão de responsabilidade e de decisões. É admitida ainda que haja distância geográfica no domicílio dos genitores. A criança ou o adolescente tem que ter um referencial de residência. Os gastos são estimados dentro do padrão de vida de ambos os genitores (enquanto os filhos são menores, os pais não podem se eximir do dever de sustento). 
Art. 1.583 – a guarda será unilateral ou compartilhada (na conjunta os pais estão juntos e a alternada não existe mais). 
A guarda pode ser substituída por um terceiro. 
A partir de 2014 a guarda compartilhada passou a ser regra. Existem juízes que decidem de pronto pela guarda compartilhada, enquanto outros fazem antes um estudo social para ver qual modalidade de guarda deverá ser aplicada no caso concreto. A lei diz que a guarda só não será compartilhada se um dos dois não apresentar condições ou se abrir mão em favor do outro. Quando ambos genitores estão aptos, a regra é que a guarda será compartilhada. 
O tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada, tendo em vista a condição fática e o interesse dos filhos. Guarda equilibrada exige bom senso. Ex.: se a criança tem a residência fixa com a genitora, o pai pode ver o filho terças e quintas e finais de semana alternados (esse ver o filho nem sempre precisa significar pernoite). O que não pode existir é afastamento.
A cidade base de moradia do filho será a que apresentar os melhores interesses dos filhos.O melhor interesse é atender a todas as necessidades das crianças. 
A guarda unilateral obriga o genitor que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos. Assim, será possível exigir a prestação de contas dos alimentos (ação de prestação de contas).
A guarda compartilhada poderá ser requerida por qualquer dos genitores ou em consenso ou ainda poderá ser decretada pelo juiz.
Poderão ser fixadas sanções no caso de não cumprimento das cláusulas do acordo ou da decisão judicial (astreintes). 
O direito de convivência não é dos pais, mas sim dos filhos. O não cumprimento das cláusulas também pode gerar perda ou redução de visitação.
O juiz, na tomada de decisões, pode se valer de uma equipe multidisciplinar. 
Não podendo os pais, o juiz vai para familiares e, por último, para terceiros. 
Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar informações sobre os filhos aos genitores, sob pena de multa.
Em sede cautelar, a guarda será fixada de regra com a oitiva dos genitores, salvo se for necessário sem a oitiva. Os casos de liminares inaudita altera parte são raros em casos de crianças e adolescentes, mesmo que um dos genitores não tem a guarda. 
O direito de visita dos pais estende-se aos avós, e estes podem entrar com ação requerendo direito de visita. A divisão da guarda faz com que situações se criem, sendo a mais grave a alienação parental, que pode chegar a uma síndrome. Ela não será realizada sempre pelo genitor guardião – pode ser realizada por tios, avós, irmãos. O próprio alienante se convence daquilo que ele está implantando no menor (implantação de falsas memórias). A implantação de falsas memórias ocorre normalmente em casos de abusos que, por vezes, sequer aconteceu. 
EVOLUÇÃO LEGISLATIVA:
- Lei 11.698/08.
- Lei 13.058/14.
ALIENAÇÃO PARENTAL
Enquanto a síndrome refere-se à conduta do filho que se recusa a ter contato com um dos genitores, a alienação é o processo desencadeado pelo progenitor que intenta afastar o outro genitor da vida do filho. 
A SAP é um distúrbio da infância que aparece no contexto pela disputa da custódia. Resulta da combinação de instruções do genitor com a contribuição da própria criança para caluniar o genitor-alvo (Gardner). 
Para que se tenha a síndrome, tem que ter ocorrido anteriormente a alienação por parte de um dos genitores, que constrói uma figura distorcida do outro genitor e assim evite o convívio. Hoje em dia já se entende que não apenas em relação a criança, mas também na adolescência é possível se verificar um diagnóstico da SAP. A busca pela constatação da síndrome que é o mais complexo. Necessariamente, a alienação parental terá que ser investigada por um laudo feito por equipes multidisciplinares (assistentes sociais, psicólogos e, eventualmente, psiquiatras). A conduta do genitor alienante não é, necessariamente, um ato voluntário – pode ser um ato involuntário, pois, no seu íntimo, ele está tentando trazer o filho para si, não afastar do outro genitor. 
Lei 12.318/2010 – a declaração da alienação pode ser buscada incidentalmente em ações de guarda, divórcio ou dissolução de união estável, ou em ação declaratória autônoma (ação declaratória de alienação parental). O processo terá tramitação prioritária e terá intervenção do Ministério Público. Essa lei traz medidas para tentar coibir o comportamento do genitor alienante. Nem sempre o genitor será o alienante – pode ser um tio, irmão, avós, etc. 
O art. 2o define o que seria ato de alienação parental. O próprio juiz deve demonstrar ao alienante que este deve incentivar o convívio. Na guarda compartilhada a alienação é mais difícil de acontecer. Não é a pratica apenas de um ato, é um conjunto de condutas.
As condutas são: desqualificação, dificultar exercício de autoridade, dificultar o convívio, omitir informações, apresentar falsa denúncia contra o genitor ou seus parentes, mudar de endereço para dificultar o convívio. A prática dos atos de alienação é violação a direito fundamental da criança (direito fundamental de convivência) e constitui abuso moral e violação dos deveres parentais. 
Existem casos em que os genitores afirmam que a visita coloca em risco a integridade da criança. Para que não ocorra uma situação de afastamento da criança, pelo menos uma visita assistida é determinada. Essa visita é feita no NAFE (no prédio do IPE) e estará presente um assistente social. Existe uma outra forma de visita assistida que é com acompanhamento de uma pessoa de confiança do outro genitor. 
O juiz determinará perícia psicológica ou biopsicossocial. 
O art. 6º traz as sanções ao alienante.
ALIMENTOS
Os alimentos são classificados pela CF como um direito fundamental do cidadão, porque são essenciais à sobrevivência. A regra (para maiores) é que cada um tenha condições de sustento próprio. Ocorre que, às vezes, esta regra não se faz verdadeira e, então, esse sustento caberia ao Estado. Este, porém, transfere essa responsabilidade à família daquele que necessita dos alimentos. Se a família não tiver condições, o Estado assumirá a responsabilidade. Existem várias classificações e entendimentos quanto aos alimentos.
Não existe em lei o que os alimentos abrangem – o que serve de base para a extensão do instituto o art. 1.920 (legado alimentar). Inclui o vestuário, a saúde, educação e moradia (isso é o mínimo). A educação, em princípio, vai até a graduação (a jurisprudência entende que há um prazo para o fim da graduação – e deve ser pago apenas uma graduação). 
Lei dos alimentos – 5.478/68. Essa lei é aplicada principalmente nos aspectos processuais, ainda que o novo CPC tenha trazido uma grande evolução nas ações de família. 
A prestação de alimentos é um direito para quem recebe e uma obrigação para quem paga. Esta obrigação deveria ser cumprida espontaneamente. O art. 1.694 do CC diz que podem os parentes pedir, uns aos outros, os alimentos que deles necessitam para viver, e também o cônjuge ou companheiro, de modo compatível com a sua condição social. Esse artigo é a base dessa matéria. Hoje os alimentos entre cônjuges são exceção. Os filhos têm que ter mantido o padrão de vida, mas não os cônjuges na separação. 
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CARACTERÍSTICAS DOS ALIMENTOS
a) Personalíssimo:
b) Recíproco:
c) Transmissível: art. 1.700 e 1.792. sempre até as forças da herança.
d) Divisível: art. 1.698. Os alimentos, em geral, caracterizam-se pela divisibilidade, isto é, os parentes primeiros sendo chamados e, não apresentando condições, podem chamar, em sequência, os demais obrigados. Esta obrigação só pode ser classificada como solidária quando tiver por fundamento o estatuto do idoso. 
Não se pode confundir o princípio da solidariedade familiar com a obrigação solidária. O art. 1.696 diz que o direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes. Na falta dos ascendentes, pelo art. 1.697, a obrigação passa aos descendentes e, na falta destes, aos irmãos. 
Pela principiologia da solidariedade familiar, todos têm que ser solidários entre si. Isto, porém, não está na lei (está na doutrina e jurisprudência) – pela lei, a obrigação vai até os irmãos. 
Na esfera dos alimentos, nunca se vai, por exemplo, buscar a integralidade só do pai – a obrigação é divisível. Assim, se um dos demandados não pode pagar a integralidade, ele mesmo tem o poder de chamar outro responsável para dividir os alimentos. Na prática, há uma obrigatoriedade de se esgotar a possibilidade de cobrar dos primeiros responsáveis.
e) Irrenunciáveis: como os alimentos são indisponíveis, não podem ser renunciados. O fato de um dos pais não ser demandado, por exemplo, não significa a renúncia do filho. Art. 1.700. A inércia não faz presumir a denúncia, ainda porque, é um direito indisponível. 
Os tribunais vêm aceitando pacificamente a renúncia aos alimentos nos casos de divórcio, já que as partes podem declarar expressamente a possibilidade de se manterem. Entre pais e filhos, porém, não pode haver a renúncia (só entre divorciados ou renunciados).f) Irrepetíveis: como os alimentos são fixados para atendimento à necessidades presentes, nunca poderão ser buscados de forma retroativa, ainda que pagos indevidamente. Se um pai, por exemplo, que não era devedor porque não era pai, pagou alimentos indevidamente, ele não pode buscar o crédito com o alimentado – deverá buscar daquele que deveria ser cobrado mas não foi (aquele que, agora, é o pai reconhecido como tal). A irrepetibilidade só é absoluta quanto ao alimentando.
g) Imprescritível: é o direito aos alimentos, mas, não o é o débito alimentar, que prescreve em dois anos, conforme o art. 206. 
A pretensão quanto à busca dos alimentos pode ser exercida a qualquer tempo, porque o direito aos alimentos é imprescritível. As prestações vencidas têm dois anos para serem cobradas. 
Os arts. 197 e 198 trazem a previsão de que a prescrição não corre em relação aos incapazes, bem como, durante o exercício do poder familiar (entre ascendente e descendentes). O poder familiar só cessa com 18 anos, então, só a partir desta idade começaria a correr a prescrição. Assim, não correndo prescrição, o menor poderá cobrar inclusive mais do que dois anos retroativos. Isto serve para a execução de alimentos (diferente da ação de alimentos, que não prescreve, pois para o exercício do direito não há prazo prescricional – o que prescreve é o direito de cobrança).
Até os 18 anos, a natureza jurídica da obrigação de sustento. Após, é obrigação alimentar, sendo necessário fazer prova da necessidade. Depois dos 24 anos os pais podem continuar pagando os alimentos, só não poderão mais deduzir do imposto de renda. 
h) Impenhoráveis e inalienáveis: se os alimentos são para satisfazer necessidades presentes, aquele que recebe não pode vende-los, nem seus credores podem penhorá-los. 
i) Incompensáveis: os alimentos podem ser pagos em natura, em espécie ou em moradia. Ex.: se um pai comprou um tênis e uma mochila para o filho, no próximo mês ele não poderá compensar (pagar menos alimentos). 
Se os alimentos foram fixados de determinada forma, é assim que deverão ser pagos. Esta é a regra, mas a jurisprudência moderna vem aceitando certas formas de compensação quando os pais pagam a escola, por exemplo. 
j) Intransacionáveis: para reverter uma decisão, é necessário ingressar com outra ação, não em acordo entre as partes. 
k) Indelegáveis: não é possível delegar a obrigação a terceiro. 
Os alimentos podem ser denominados de temporários ou transitórios. Esta denominação não apresenta uma definição legal. Trata-se de construção doutrinária e jurisprudencial que foi criada em favor de ex-cônjuges e ex-companheiros que, comprovadamente, dependiam do outro consorte. Estes alimentos normalmente são fixados pelo período de 6 meses a 1 ano, renováveis, e são alcançados por todas as características antes analisadas. Para manter depois do prazo, a prova incumbe a quem estava recebendo.
MAIORIDADE E ALIMENTOS ENTRE ASCENDENTES E DESCENDENTES:
Até que se atinja a maioridade, tem-se o dever de sustento (com fundamento no poder familiar); acima dos 18 anos, há a obrigação alimentar, com fundamento no art. 1.694. 
Esta maioridade que obriga a prestação de alimentos entre parentes vai até uma decisão judicial, pois nenhum fato da vida terá o condão de exonerar um devedor de alimentos. Ocorrendo um fato ensejador do fim da prestação, o alimentante deverá entrar com uma ação. 
Não há um limite específico de idade, mas a doutrina explica que, normalmente, as pessoas que completam 18 anos não têm a sua formação profissional completa (não têm condições de suprir seu próprio sustento). A conclusão de uma graduação não implica a presunção de sustento. A lógica da doutrina e da jurisprudência é que, quando essa pessoa tenha condição de sustento, seu genitor poderá buscar parar de pagar alimentos. 
Não há uma idade limite – a obrigação de alimentos termina quando a pessoa tiver condições de sustento próprio. Passando dos 18 anos, a prova precisa ser mais completa.
FIXAÇÃO DO “QUANTUM” (E ALCANCE DA INCIDÊNCIA):
O §1º do art. 1.694 diz que o quantum dos alimentos sempre vai atender ao binômio possibilidade/necessidade. A jurisprudência ainda exige a análise da proporcionalidade/razoabilidade.
Os 30% só serão aplicados quando a pessoa for assalariada.
A jurisprudência dos tribunais analisa mais a possibilidade. 
Se ambos forem assalariados, é preciso verificar quanto será o quantum de cada um.
A incidência do percentual fixado alcançará todos os valores remuneratórios percebidos pelo alimentante, a exceção, apenas, dos descontos obrigatórios, isto é, imposto de renda, e contribuição social. Há entendimento de que não incide sobre as rubricas que não são salário.
AÇÃO
- Revisão:
-Exoneração:
- Pressupostos: vínculo obrigacional e comprovação da necessidade/possibilidade. Rolf Madaleno fala que para os alimentos indenizatórios (decorrentes da prática de ato ilício) não seria necessário analisar a possibilidade/necessidade. Existe posição contrária – entende-se que em todas as situações deve-se analisar possibilidade/necessidade e proporcionalidade/razoabilidade. 
- Competência: existe um foro privilegiado em relação ao alimentando. Art. 53, II, CPC. É um critério de competência relativa, podendo o alimentando abrir mão da prerrogativa legal. 
- Legitimação: tem a ver com o vínculo obrigacional – só é legitimado a entrar com a ação quem tem direito de receber e legitimado a ser demandado quem tem obrigação de pagar. O legitimado é só quem tem direito a receber alimentos (os genitores são só os representantes).
- Valor da causa: tudo aquilo que envolve obrigação alimentar terá como valor da causa sempre uma anuidade. A cada pedido tem que ser atribuído um valor. 
Se a ação for de revisão serão 12x o valor pretendido. Se a parte quiser se exonerar, o valor da causa será de 12x o que é pago. 
- Cumprimento (art. 528 CPC): condenada a pessoa a pagar alimentos, quer seja por decisão liminar ou por sentença, ter-se-á então o cumprimento de sentença de obrigação de pagar alimentos. Isso não existia até o CPC/15. É a única execução que comporta prisão do devedor. Citado para pagar, o devedor poderá pagar, dizer que já pagou ou apresentar justificativa. 
Não é requisito que três meses estejam vencidos (§7º). 1 mês vencido já autoriza o decreto de prisão. O cumprimento por prisão é só para os 3 últimos meses (os meses vencidos anteriores será por penhora). 
O decreto de prisão só será levantado com o pagamento da totalidade de débito no dia em que ele está devendo. Para entrar com o pedido de prisão não se pode pedir mais que 3 meses, mas se até a citação se passaram 5 meses, por exemplo, para ser solto, o réu terá que pagar tudo. 
O recurso da prisão será o de agravo de instrumento com base na lei 5.478, mas que não tem efeito suspensivo (art. 19, §2 da lei). A busca de efeito suspensivo dar-se-á com base no pedido ao relator previsto no art. ..... Habeas não é recurso e só cabe de decisão ilegal. 
Existe a possibilidade de desconto em folha e a penhora de outras rendas. 
Art. 531 – a sentença não transitada em julgada e os alimentos não fixados em definitivos terão cumprimento em autos apartados. 
- Execução (art. 911 CPC): os filhos menores não podem ter seus alimentos fixados por acordo, precisa ser por decisão judicial, inclusive porque o Ministério Público precisa participar da ação. Súmula 594 – legitimação do MP independentemente da vontade dos pais (não é uma legitimação subsidiária para propor ação alimentos, é uma legitimação concorrente). 
Quem entra com a execução pelo rito do cumprimento de sentença pedindo a penhora não pode, depois, pedir a prisão. O contrário é possível – pedir a prisão e depois transformar no rito expropriativo. 
Alimentos gravídicos: lei 11.804/08. O CC resguarda, no art. 2º, os direitos do nascituro (teoria natalista – a pessoa precisa nascer com vida). Esta lei, porém, adota a teoria concepcionalista (a partir da concepção já existe um direito em nome da criança). 
Esta lei permite quea mãe busque alimentos em nome do filho, buscando uma gestação saudável. Aplica-se o princípio da presunção da paternidade (art. 1.597 – período de 180 dias e 300 após separados). 
Incluem-se todos os gastos necessários – ex.: despesas médicas, exames, alimentação especial, prescrições preventivas, parto, etc. (art. 2º). Aplica-se a possibilidade e necessidade.
Com o nascimento da criança, os alimentos gravídicos se transformam em pensão alimentícia automaticamente (não é preciso fazer ato nenhum). Será possível, depois, revisar. 
O juiz irá deferir ou indeferir com base em indícios. 
Essa ação é de legitimidade da mãe e o demandado é o suposto pai. O prazo para contestação é de 5 dias.
Alimentos compensatórios: sem previsão legal, construção doutrinária. 
a) Desequilíbrio patrimonial: ex.: se apenas um dos cônjuges está na administração dos bens, especialmente se estes dão frutos. ,
b) Desequilíbrio no padrão de vida: quando, do dia para a noite, um dos cônjuges fica sem nada e antes tinha um padrão de vida muito alto. Estes alimentos possuem um caráter de transitoriedade. 
RESPOSTA DOS PROBLEMAS
1. Fazenda – bem exclusivo (particular, que não partilha); as benfeitorias, ainda que realizadas por fruto do trabalho, serão partilhadas. 
Carros – serão divididos. Sala comercial – dividida. Apartamentos – divididos. 
Previdência – correntes diferentes na jurisprudência; aquela em que o empregador paga uma parte e o empregado paga outra, não é um investimento, não sendo partilhada; PGBL e VGBL podem ser partilhadas; não poderia ser partilhadas aquelas que só podem ser usadas após determinada idade. Aqui, partilha.
2. Apartamento é um bem particular, ficando no patrimônio de Ana. Ana indenizará metade as benfeitorias, pois ficará com o apartamento. 
Previdência – se era anterior ao casamento, seria exclusiva de Carlos e os frutos objeto de partilha. Se foi obtida na constância do casamento, será dividida – a mesma coisa para o conta bancária.
Automóveis – divididos. 
BEM DE FAMILIA
TUTELA
CURATELA

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