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Aula 02

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Aula 02
Noções de Direito Administrativo p/ INSS - Técnico do Seguro Social - Com videoaulas -
2016
Professor: Daniel Mesquita
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
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Direito Administrativo p/ INSS ʹ Técnico de 
Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO À AULA 02 2 
2. PODERES ADMINISTRATIVOS. 2 
2.1. USO E ABUSO DE PODER 5 
3. PODER HIERÁRQUICO 9 
4. PODER DISCIPLINAR 16 
5. PODER REGULAMENTAR 22 
6. PODER DE POLÍCIA 34 
6.1. CONCEITO 34 
6.2. ATRIBUTOS 35 
6.3. INDELEGABILIDADE 39 
6.4. POLÍCIA ADMINISTRATIVA X POLÍCIA JUDICIÁRIA 40 
7. PODER VINCULADO 56 
8. PODER DISCRICIONÁRIO 57 
9. RESUMO DA AULA 65 
10. QUESTÕES COMENTADAS 70 
11. REFERÊNCIAS 93 
 
 
 
 
AULA 02: Poderes administrativos 
 
SUMÁRIO 
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1. Introdução à Aula 02 
 
Nessa aula 02 do curso de Direito Administrativo, preparatório para 
o concurso do INSS- Técnico de Seguro Social, falaremos dos 
seguintes assuntos: ³5 Poderes administrativos: poder hierárquico; 
poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do 
poder.´� 
Seguiremos com a análise de diversas questões que já caíram em 
concursos anteriores, especialmente do CESPE. 
Não se esqueça que, ao final, você terá um resumo da aula e as 
questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na 
véspera da prova! 
Num concurso como este, a matéria é muito extensa. Não há como 
você ler a matéria hoje e apreender tudo até no dia da prova. Por isso, 
programe-se para ler os resumos na semana que antecede a prova. 
Lembre-se: o planejamento é fundamental. 
Chega de papo, vamos à luta! 
 
2. Poderes administrativos. 
 
Certamente, você já ouviu falar que na Administração Pública vige 
o princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse 
privado, ou seja, os atos estatais se impõem perante os particulares, 
pois o Estado age visando o interesse público. 
Entretanto, como é que esse princípio se materializa? Como é que, 
na prática, a Administração se sobrepõe ao particular? 
Isso ocorre por meio dos poderes administrativos. O ordenamento 
jurídico coloca esses poderes a disposição do Estado para que ele tenha 
meios de impor a sua a supremacia. 
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Os agentes públicos, por gozarem desses poderes (= 
prerrogativas), encontram-se numa posição superior ao cidadão 
comum. Assim, o Estado consegue dirimir os conflitos da sociedade. 
Esse poder não é uma faculdade da Administração. A professora Di 
3LHWUR�DVVLP�GL]�³(PERUD�R�YRFiEXOR�poder dê a impressão de que se 
trata de faculdade da Administração, na realidade trata-se de poder-
dever, já que reconhecido ao poder público para que o exerça em 
EHQHItFLR�GD�FROHWLYLGDGH��RV�SRGHUHV�VmR�SRLV�LUUHQXQFLiYHLV´��� 
São poderes da Administração: 1.Poder hierárquico; 2.Poder 
disciplinar; 3.Poder regulamentar; 4. Poder de polícia. Alguns autores 
colocam a discricionariedade e a vinculação como poderes da 
$GPLQLVWUDomR�� SRU� LVVR�� HVVHV� ³SRGHUHV´� WDPEpP� VHUmR� WUDWDGRV� DR�
longo desta aula. 
Os poderes, contudo, não são uma arma brutal que provoca um 
ataque sem defesa contra os administrados, eles são limitados pelos 
direitos individuais previstos na Constituição, como o direito a ampla 
defesa e o contraditório, por exemplo, pela lei, pelos princípios da 
proporcionalidade e da razoabilidade e por diversos outros postulados, 
como o do controle dos atos administrativos. 
Agindo o administrador fora dos objetivos legais ele comete abuso 
de poder, e se ao contrário não exerce os poderes a ele conferidos 
comete abuso de poder por omissão. 
Ótimo professor! Quanto ao poder-dever, entendi a noção geral de 
poder, mas há um contrapeso em relação a esses poderes? Não incide 
aqui no direito administrativo a máxima de que grandes poderes geram 
grandes responsabilidades? 
Há sim um contrapeso, meus caros e este contrapeso são os 
deveres (= restrições ou sujeições) dos administradores públicos. 
O administrador não pode se abster de praticar os atos de sua 
competência legal, uma vez que ele deve obediência ao princípio da 
legalidade. Dessa forma, quando a Administração tem o dever de agir, 
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mas assim não faz, o agente que for omisso será responsabilizado, 
possibilitando que cidadão acione as vias judiciais para a obtenção do 
ato que a autoridade ou a Administração tinha o dever de fazê-lo, e não 
o fez. 
Tendo em vista que a Administração deve obedecer à lei, inclusive 
nas atividades discricionárias, surgem os deveres do Administrador 
Público. De forma geral, a Administração deve agir com eficiência (= 
boa administração), proporcionalidade, lealdade, obediência (o 
servidor deve obedecer e executar às ordens legais de seus 
superiores), devendo ainda prestar contas de seus atos e agir de 
forma correta, ética, com probidade. 
Hely Lopes traz os três principais deveres do Administrador 
Público: 
1. DEVER DE EFICIÊNCIA: Espera-se que o Administrador 
Público tenha bons resultados, atuando com o melhor desempenho 
possível em suas atribuições. Esse dever se impõe a todo agente 
público, visando resultados positivos e satisfatórios para a atividade 
pública com a sociedade. Não basta agir com rapidez, o rendimento é 
essencial! Além de abranger os aspectos quantitativos e qualitativos do 
serviço. 
2. DEVER DE PROBIDADE: Este dever está enraizado na 
conduta do Administrador, do mais simples ao mais complexo ato 
praticado pelo Administrador, afinal, para que o Administrador aja com 
na forma da lei, a probidade é indispensável. O dever de probidade é 
tão importante que foi tratado pela Constituição Federal. Veja só: 
 
 
 
 
 
Art. 37 § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a 
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao Erário, na forma e 
gradação prevista em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
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3. DEVER DE PRESTAR CONTAS: Já que Administração 
³DGPLQLVWUD´�RV�EHQV�H�WDPEpP�JHUH�RV�LQWHUHVVHV�GD�SRSXODomR�FRPR�
um todo, existe um cuidado a ser feito com a gerência do que é do 
SRYR�� 1DV� SDODYUDV� GH� +HO\� /RSHV�� ³6H� R� DGPLQLVWUDU� FRUUHVSRQGH� DR�
desempenho de um mandato de zelo e conservação de bens e 
interesses de outrem, manifesto é que quem o exerce deverá contas ao 
proprietário.´ 
O dever de prestar contas é da Administração para com a 
sociedade, devendo a gestão administrativa ser clara, não só quanto ao 
uso de dinheiro, mas a toda atividade realizada pela Administração. 
Este dever também foi tratado na nossa Constituição Federal: 
 
 
 
 
E o dever de lealdade, professor, o que esse dever significa? 
Significa que o administrador deve ser leal às instituições 
públicas. Assim como ele é fiel a sua esposa, ele deve ser fiel ao 
interesse público, devendo se dedicar ao serviço e respeitar as leis e 
as instituições estatais, nunca atuando contra os objetivos da 
Administração. 
 
 
 
 
2.1. Uso e Abuso de poder 
 
Uso e abuso de poder é o gênero que abrange duas espécies: 
desvio de poder e excesso de poder. 
Art. 70 § único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, 
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre 
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou 
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. 
 
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Bandeira de Mello (2010, p. 407) observa que o desvio de poder 
pode se manifestar de duas formas: (a) o agente busca finalidade 
alheia ao interesse público; (b) o agente busca uma finalidade de 
interesse público, mas alheia à prevista para o ato que utilizou. 
Como se vê: sempre, no desvio de poder, o que está envolvido é a 
finalidade do ato, ou fora do interesse público ou fora da finalidade 
prevista na lei para aquele ato específico. 
Excesso de poder, por sua vez, é vício na competência. Quando 
o agente atua transbordando de sua competência, ou seja, vai além de 
sua competência definida em lei ou na Constituição, há o excesso de 
poder. 
Assim, temos o importante quadro, com fundamento na doutrina 
de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino ± SINAL DE ALERTA: 
 
 
 
 
1. (CESPE ± 2015 - TRE-GO - Técnico Judiciário - Área 
Administrativa) Julgue o item que se segue, referentes aos poderes da 
administração pública. O excesso de poder, espécie de abuso de poder, 
ocorre quando o agente público ultrapassa os limites impostos a suas 
atribuições. 
 O abuso de poder é divido em duas vertentes. A primeira o 
Excesso de Poder, que ocorre quando o agente excede os limites da 
sua competência. Logo viola não só o princípio da Supremacia do 
Interesse Público mas também a sua competência. 
Desvio de poder ± vício na 
finalidade 
Abuso de poder 
Excesso de poder ± vício na 
competência 
Questões de 
concurso 
 
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 A segunda é o Desvio de Poder ou de finalidade, que ocorre 
quando o agente possui a competência, mas não responde a 
determinada finalidade disposta na lei. Logo viola não só os princípios 
da Impessoalidade e da Moralidade, como também a sua finalidade. 
Gabarito ± Certo. 
2. (CESPE -2015- MPU- Técnico do MPU - Segurança 
Institucional e Transporte) O servidor responsável pela segurança da 
portaria de um órgão público desentendeu-se com a autoridade superior 
desse órgão. Para se vingar do servidor, a autoridade determinou que, 
a partir daquele dia, ele anotasse os dados completos de todas as 
pessoas que entrassem e saíssem do imóvel. Com referência a essa 
situação hipotética, julgue o item que se segue. 
O ato da autoridade superior foi praticado no exercício de seu 
poder disciplinar. 
Resposta: 
Dentre as formas do desvio de poder está a atuação do agente 
buscando finalidade alheia ao interesse público. Dessa forma, o ato não 
foi praticado no uso do poder disciplinar, mas houve o desvio de poder. 
Gabarito: Errado. 
 
3. (2014/CESPE/ SUFRAMA/Agente Administrativo) A 
legislação concede à administração poderes extraordinários, necessários 
para que o Estado alcance os seus fins. Em relação aos poderes da 
administração pública, julgue os itens seguintes. A remoção de ofício de 
um servidor, como forma de puni-lo por faltas funcionais, configura 
abuso de poder. 
RESPOSTA: 
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A remoção de ofício de um servidor configura abuso de poder na 
categoria desvio de finalidade, nesse caso o agente atua dentro de 
sua competência, porém busca finalidade diversa daquela prevista em 
lei. 
Cuidado! O examinador tentou confundir você: Abuso de poder é 
gênero do qual decorrem as espécies: desvio de finalidade (ou desvio 
de poder) e excesso de poder. 
Gabarito: Certo. 
 
4. (2014/ CESPE/ MDIC/Analista Técnico - Administrativo) O 
exercício dos poderes administrativos não é uma faculdade do agente 
público, mas uma obrigação de atuar; por isso, a omissão no exercício 
desses poderes poderá ensejar a responsabilização do agente público 
nas esferas cível, penal e administrativa 
 RESPOSTA: 
 De acordo com Hely Lopes Meirelles: 
 "(...) se no Direito Privado o poder de agir é uma faculdade, no 
Direito Público, o poder de agir é uma imposição, é um dever para o 
agente que o detém. É um poder-dever." 
 Além disso, temos o artigo 121 da Lei 8112/90 que diz: "O 
servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício 
irregular de suas atribuições." 
 Gabarito: Certo 
 
5. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Técnico Judiciário - Área 
Administrativa) Considere que determinado agente público detentor de 
competência para aplicar a penalidade de suspensão resolva impor, sem 
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ter atribuição para tanto, a penalidade de demissão, por entender que o 
fato praticado se encaixaria em uma das hipóteses de demissão. Nesse 
caso, a conduta do agente caracterizará abuso de poder, na modalidade 
denominada excesso de poder. 
Com o que vimos você já acertaria, mas observe como o CESPE 
copiou o exemplo dado por Di Pietro: 
³6eria o excesso de poder, que ocorre quando a autoridade vai 
além daquilo que ela teria competência para praticar. Por exemplo, ela 
só pode aplicar a pena até de suspensão, mas aplica a pena de 
demissão. Outro exemplo é o do policial que se excede no uso da força. 
Ele tem competência paraatuar, mas se excede no uso dos meios que a 
lei lhe dá para atingir os fins de interesse público.´ 
Item correto! 
 
6. (CESPE ± 2013 ± CNJ ± Técnico Judiciário ± Área 
Administrativa) Considere que determinado servidor público, dentro de 
suas atribuições, tenha se afastado do interesse público e atuado 
abusivamente. Nessa situação hipotética, esta conduta estará sujeita à 
revisão judicial ou administrativa, podendo, inclusive, o servidor 
responder por ilícito penal. 
 
Pessoal, aqui o caso é clássico de abuso de poder. Nessas 
situações, a conduta do servidor público está sujeita ao controle judicial 
ou administrativo, podendo responder por ilícito na esfera criminal. 
Logo, está CORRETA. 
 
 
 
3. Poder Hierárquico 
 
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Segundo Leandro Zannoni, ³R� SRGHU� KLHUiUTXLFR� GHFRUUH� GD�
hierarquia, que é o vinculo de subordinação e coordenação entre órgãos 
H� DJHQWHV� VXSHULRUHV� H� LQIHULRUHV´�� 2X� VHMD�� WDQWR� RV� yUJmRV� FRPR� RV�
agentes públicos estão organizados de forma hierárquica e dessa 
relação de superioridade surgem poderes, o chamado poder 
hierárquico. 
O poder hierárquico garante que o princípio da eficiência seja 
cumprido na administração pública, através do poder de coordenação e 
subordinação dentro da mesma pessoa jurídica. Aqueles que são 
subordinados estão mais próximos da execução dos atos. Os superiores 
controlam e fiscalizam a atuação dos inferiores. 
Nos Poderes Legislativo e Judiciário a relação é diferente, pois os 
seus membros (juízes e parlamentares) gozam de independência 
funcional no exercício de suas funções típicas. 
No Poder Judiciário, por exemplo, existe uma distribuição de 
competência entre as instâncias, essas instâncias funcionam com 
independência umas das outras, e prevalece o princípio da livre 
convicção do juiz, em que não há subordinação jurídica aos tribunais 
superiores. 
Zannoni ainda leciona que da hierarquia decorrem os seguintes 
poderes: 
i) De editar atos normativos (como decretos, 
resoluções, portarias e instruções) com o intuito de ordenar 
genericamente os subordinados; 
ii) De comandar os subordinados por meio de ordens 
específicas, os quais devem obedecer, salvo se a ordem for 
manifestamente ilegal; 
iii) De fiscalizar a atividade inferior; 
iv) De anular os atos inferiores ilegais; 
v) De revogar os atos inferiores inoportunos ou 
inconvenientes; 
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vi) De aplicar sanções aos infratores; 
vii) De solucionar conflitos de atribuição (positivos ou 
negativos); 
viii) Delegar atribuições 
ix) Avocar atribuições. 
MUITO CUIDADO: O poder hierárquico não chega ao ponto de 
excluir ou retirar a competência do subordinado. Isso porque, a 
competência decorre de lei e não da vontade do administrador. 
Assim sendo, quando há a delegação - ³transferência de 
atribuições de um órgão a outro no aparelho administrativo´- CRETELLA 
JR., deverá ser temporária e certa, tendo em vista que a lei prevê como 
regra o exercício da função pelo órgão ou agente originário. Obviamente 
que havendo uma delegação ilegal o agente delegante não será 
obrigado a cumpri-la. 
A avocação de atribuições, por sua vez, ocorre quando a 
autoridade hierarquicamente superior chama para si, as atribuições do 
seu subordinado, sendo esse exercício temporário e discricionário. 
 
 
 
 
 
7. (CESPE ± 2015 - TRE-GO - Técnico Judiciário - Área 
Administrativa) Julgue o item que se segue, referentes aos poderes da 
administração pública. 
O poder hierárquico é aquele que confere à administração pública a 
capacidade de aplicar penalidades. 
 A questão não trata do poder hierárquico e sim do poder de 
disciplinar, que concede à administração pública o poder de pugnar as 
infrações seus servidores e infrações administrativas cometidas por 
particulares que estejam vinculados por algum motivo jurídico. 
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concurso 
 
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Gabarito ± Errado. 
 
 
8. (2014/CESPE/TJ-SE/Técnico Judiciário - Área Judiciária) No 
tocante aos atos e aos poderes administrativos, julgue os próximos 
itens. O Poder Judiciário só tem competência para revogar os atos 
administrativos por ele mesmo produzidos. 
 
RESPOSTA: 
 O Poder Judiciário, na sua função atípica de administração, 
expede atos administrativos, podendo nesse caso revogar, por 
conveniência e oportunidade, ou anular, quando eivados de vícios. Veja 
o que a súmula 473 diz: 
 Súmula 473 STF: A administração pode anular seus próprios 
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não 
se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em 
todos os casos, a apreciação judicial. 
 Gabarito: C 
 
 
9. (2014/CESPE/SUFRAMA/ Agente Administrativo) O poder 
hierárquico confere aos agentes superiores o poder para avocar e 
delegar competências 
RESPOSTA: 
Consequências da hierarquia: 
x ³'DU�RUGHQV´ 
x Controlar/fiscalizar as ordens 
x Rever os atos praticados pelos subordinados 
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x Pode delegar ou avocar competência. Delegação significa o chefe 
transferindo a competência para o seu subordinado. Avocação é 
puxar para seu núcleo de responsabilidade a competência. 
Gabarito: C 
10. (2014/CESPE/ SUFRAMA/ A legislação concede à 
administração poderes extraordinários, necessários para que o Estado 
alcance os seus fins. Em relação aos poderes da administração pública, 
julgue os itens seguintes. 
 
 Em decorrência do poder de polícia, a administração pode 
condicionar ou restringir os direitos de terceiros, em prol do interesse 
da coletividade. 
RESPOSTA: 
 O poder de polícia é a faculdade da Administração Pública para 
condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos 
individuais, em beneficio da coletividade ou do próprio Estado. 
 Gabarito: C 
 
 
11. (2014/ CESPE/TJ-DF/ Titular de Serviços de Notas e de 
Registros) Com relação aos poderes administrativos, assinale a opção 
correta. 
a) A polícia administrativa realiza atividades fiscalizatórias e 
repressivas e suas ações incidem sobre bens, serviços e pessoas. 
b) Ao buscar uma finalidade, ainda que de interesse público, alheia à 
categoria do ato queutilizou, o agente público competente incorre em 
excesso de poder. 
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c) Os atos administrativos praticados no exercício do poder de polícia 
não são suscetíveis de controle judicial, uma vez que se caracterizam 
por coercibilidade e autoexecutoriedade. 
d) A atividade da administração pública que, mediante atos 
normativos ou concretos, limita ou condiciona a liberdade e a 
propriedade dos indivíduos, de acordo com o interesse coletivo, refere-
se ao exercício do poder regulamentar. 
e) A avocação e a delegação de competência são atos 
administrativos praticados no exercício do poder hierárquico da 
administração pública. 
 
 RESPOSTA: 
 a) ERRADO. Poder de polícia não atua sobre pessoas, apenas 
sobre propriedade e liberdade. 
b) ERRADO. O excesso de poder ocorre quando o administrador é 
competente para realizar o ato, mas ao fazê-lo extrapola seu limite. No 
caso, ocorreu desvio de finalidade. 
c) ERRADO. Todo ato administrativo é suscetível de controle judicial na 
forma do art. 5o, XXXV, CF. O Poder Judiciário não pode adentrar na 
discricionariedade do administrador. 
d) ERRADO. O item se refere ao poder de polícia. 
e) CORRETO. A avocação e a delegação de competência são, de fato, 
atos administrativos praticados no exercício do poder hierárquico da 
administração pública. 
Gabarito: E 
12. (CESPE - 2013 - Telebrás - Técnico em Gestão de 
Telecomunicações ± Assistente Administrativo) No exercício do 
poder hierárquico, a delegação pode ocorrer de modo vertical 
ou horizontal, enquanto a avocação se dá exclusivamente no 
sentido vertical. 
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Tudo certo, pessoal! Avocação e delegação nascem do poder 
hierárquico. A avocação ocorre sempre entre um superior e um 
subordinado, sendo que o primeiro chama a si a competência para a 
execução de determinado ato. Já a delegação ocorre tanto em níveis 
diferentes de hierarquia quanto em níveis iguais. 
Resposta: Certo. 
 
13. (CESPE/2010/ANEEL/Técnico Administrativo) Como 
decorrência da relação hierárquica presente no âmbito da 
administração pública, um órgão de hierarquia superior pode 
avocar atribuições de um órgão subordinado, desde que estas 
não sejam de competência exclusiva. 
 
Ressaltamos, agora, os seguintes dispositivos da Lei nº 9.784/99 
para resolvermos a questão: 
 
 
 
 
 
 
 
 
A questão está correta, pois a avocação decorre da hierarquia. 
Além disso, se a lei veda a delegação de matérias de competência 
exclusiva do órgão (art. 13), via reflexa, veda também a avocação 
dessa competência. 
 
14. (CESPE/2010/DPE-BA) Em decorrência do poder hierárquico, 
é permitida a avocação temporária de competência atribuída a 
órgão hierarquicamente inferior, devendo-se, entretanto, 
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos 
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos 
de delegação e avocação legalmente admitidos. 
(...) 
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: 
I - a edição de atos de caráter normativo; 
II - a decisão de recursos administrativos; 
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou 
autoridade. 
 
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adotar essa prática em caráter excepcional e por motivos 
relevantes devidamente justificados. 
 
Essa questão é importante, pois destaca uma característica 
essencial da delegação e da avocação: a limitação temporal e a 
excepcionalidade, pois a competência foi conferida por lei, não podendo 
o agente alterá-la de modo perpétuo. O item, portanto, está correto. 
 
15. (CESPE/2010/MPU) O ordenamento jurídico pode 
determinar que a competência de certo órgão ou de agente 
inferior na escala hierárquica seja exclusiva e, portanto, não 
possa ser avocada. 
 
Pelas mesmas esse item também está correto, pois diz que a 
competência exclusiva não pode ser avocada. 
 
4. Poder disciplinar 
 
O poder disciplinar é um poder-dever que cabe à Administração de 
examinar infrações cometidas por servidores públicos e demais 
pessoas com vínculo jurídico específico, sujeitas à disciplina 
administrativa. Podendo ainda aplicar penalidades se necessário após 
a devida averiguação dos fatos. 
Esse poder disciplinar está intimamente ligado ao poder 
hierárquico. No momento em que à administração exerce o controle 
interno das pessoas a ela vinculadas, exerce o poder disciplinar em uma 
relação decorrente do poder hierárquico. 
Nos contratos administrativos regidos pela Lei nº 8.666/93 não há 
hierarquia. Apesar das cláusulas exorbitantes nos contratos 
administrativos, a Administração e o particular contratado não se 
situam em uma relação de subordinação. 
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Contudo, as bancas vêm adotando cegamente o posicionamento 
doutrinário de Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino de que as 
sanções administrativas a que se sujeitam os contratados decorrem do 
SRGHU� GLVFLSOLQDU�� XPD� YH]� TXH� HVWH� VHULD� ³XP� YtQFXOR� MXUtGLFR�
HVSHFtILFR´�� 
Por isso, fique atento: para concurso, o poder disciplinar 
fundamenta as sanções aplicadas nos contratos administrativos. 
 CUIDADO: Quando o assunto é a aplicação de pena para crimes e 
contravenções próprias do Código Penal pelo Poder Judiciário, não há 
manifestação do poder disciplinar. Nesse caso, o poder público está 
exercendo poder punitivo do Estado e não o poder disciplinar. 
Você verá que quando a lei confere alguma margem de liberdade ao 
administrador para decidir sobre qual medida será adotada na situação que 
se apresenta, o ato a ser praticado será discricionário. 
Agora, uma pergunta: o poder disciplinar é discricionário? 
Em regra não. 
Normalmente, a lei, de forma expressa, estabelece qual é a sanção 
ideal a ser aplicada no caso concreto. Se ocorreu o fato X, a lei diz que 
o superior deve aplicar a sanção Y. 
Nesse caso, ocorrido o fato X, não há pra onde correr. A sanção Y 
deve ser aplicada, não há discricionariedade. 
Pode-se chegar a essa conclusão observando o posicionamento do 
67-�� ³6.1. A infração do art. 117, XI, da Lei 8.112/90 ± µatuar, como 
procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando 
se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o 
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro¶ ±, impõe a aplicação da 
penade demissão, nos termos do art. 132, XIII, desse mesmo estatuto. 
6.2. Portanto, nesse caso, o administrador não tem qualquer margem 
de discricionariedade na aplicação da pena, tratando-se de ato 
plenamente vinculado. Configurada a infração do art. 117, XI, da Lei 
8.112/90, deverá ser aplicada a pena de demissão, nos termos do art. 
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132, XIII, da Lei 8.112/90, sob pena de responsabilização criminal e 
administrativa do superior hierárquico desidioso´� (MS 15.437/DF, Rel. 
Ministro CASTRO MEIRA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/10/2010, 
DJe 26/11/2010) 
Há casos, porém, em que a discricionariedade existe. Isso porque, 
algumas vezes a própria lei concede à autoridade competente a 
prerrogativa de decidir o alcance da sanção. 
Se, por exemplo, a lei prevê que para o fato A aplica-se a pena de 
suspensão por até 90 dias, ocorrido o fato A, o superior hierárquico tem 
a liberdade de escolher por quanto tempo suspende o seu subalterno: 
por 10, 20, 50 ou 90 dias, por exemplo. 
Por fim, IMPORTANTE ter em mente que, conforme determina o 
artigo 5º�� /9�� GD� &)�� ³aos litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes;´� 
Assim, para que a Administração utilize de seu poder disciplinar, 
ela deve promover o contraditório e a ampla defesa do acusado, em 
processo administrativo regularmente instaurado, antes de dar a 
punição. 
Para corroborar esse entendimento, destacamos também o § 1º do 
art. 41 da Constituição Federal: 
 
 
 
 
 
 
 
NÃO CAIA NESSA PEGADINHA: 
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada 
ampla defesa; 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de 
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla 
defesa. 
 
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Juiz não é demitido com processo administrativo. Ele tem a 
garantia da ³vitaliciedade´. 
O que é isso professor? 
Isso quer dizer que ele só pode ser demitido por decisão judicial 
transitada em julgado! Isso mesmo: só um juiz ou um tribunal 
(composto de juízes) pode demitir um colega! 
Veja o art. 95, I, da Constituição: 
 
 
 
 
 
Como se vê, a vitaliciedade é adquirida com 2 anos. Após a 
aquisição da vitaliciedade, a demissão só ocorre com sentença judicial 
transitada em julgado. 
Vejam que esse assunto cai em prova! Vamos às questões!!! 
 
 
 
ATENÇÃO! NÃO CONFUNDAM PODER HIERÁRQUICO COM PODER 
DISCIPLINAR!!! 
 
16. (2014/CESPE/Polícia Federal/Agente Administrativo). O 
poder para a instauração de processo administrativo disciplinar e 
aplicação da respectiva penalidade decorre do poder de polícia da 
administração. 
 RESPOSTA: 
 Poder disciplinar é o poder que a administração tem de apurar e 
punir o servidor público e aquele que tem uma subordinação/vínculo 
com a administração. 
Questões de 
concurso 
 
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: 
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois 
anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de 
deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos 
demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; 
 
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Poder de polícia é o poder que a administração, a partir da lei, utiliza 
para impor condicionamentos e restrições ao gozo de bens e exercícios 
de direitos e atividades individuais em prol do interesse público. 
 Gabarito: Errado 
 
 
 
17. (CESPE/2010/INSS/Engenheiro Civil) O poder disciplinar é 
exercido pela administração pública para apurar infrações e 
aplicar penalidades não somente aos servidores públicos, mas 
também às demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa. 
 
Como vimos acima, o poder disciplinar cabe não só para examinar 
infrações cometidas por servidores públicos como também as demais 
pessoas com vínculo jurídico específico com a Administração Pública. 
Correto. 
 
18. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) O poder disciplinar 
consiste em distribuir e escalonar as funções, ordenar e rever 
as atuações e estabelecer as relações de subordinação entre os 
órgãos públicos, inclusive seus agentes. 
 
Essa é a definição do Poder Hierárquico. Portanto, item errado. 
 
19. (CESPE/2010/TRT-21ªReg/Técnico Judiciário) A avocação 
deriva do poder disciplinar e é utilizada de forma excepcional 
quando o servidor público subalterno comete uma falta 
funcional e é punido com a perda temporária da função, desde 
que devidamente justificado pelo chefe do setor. 
 
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 Errado. Mais uma vez o examinador tentou confundir Poder 
Hierárquico com Poder Disciplinar. Mas já sabemos que a avocação 
decorre do poder hierárquico e não do poder disciplinar, é importante 
lembrar que a avocação não é um tipo de punição, mas trata-se da 
ação de chamar para si uma competência do subordinado, desde que 
não seja competência exclusiva. 
 
20. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Oficial de 
Justiça Avaliador) A atribuição conferida a autoridades administrativas 
com o objetivo de apurar e punir faltas funcionais, ou seja, condutas 
contrárias à realização normal das atividades do órgão e irregularidades 
de diversos tipos traduz-se, especificamente, no chamado poder 
hierárquico. 
Mais uma vez a banca fazendo a relação entre poder hierárquico e 
disciplinar! 
Item errado. Estamos diante do conceito de poder disciplinar e não 
hierárquico! 
 
21. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo 
- Auditoria Governamental) O poder disciplinar da administração pública 
confunde-se com o poder punitivo do Estado. 
A partir de hoje vocês não podem mais confundir! O poder 
punitivo está intimamente ao Direito Penal e à proteção de bens 
jurídicos considerados da mais alta importância, como a vida e a 
integridade física. O poder de polícia está ligado a aspectos 
administrativos da vida do Estado e dos administrados e a limitação de 
alguns direitos, ao poder de sancionar os servidores e alguns 
particulares em situação excepcionais. 
Resposta: errado. 
 
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22. ( 2014/CESPE/CADE/Nível Médio) No que se refere aos 
agentes públicos, aos poderes administrativos e ao controle da 
administração pública, julgue o item subsecutivo. A função 
fiscalizatória exercida pelos tribunais de contas dos estados inclui-se 
entre as hipóteses de controle do Poder Legislativo sobre os atos da 
administração pública. 
 RESPOSTA: 
 O artigo 70 da Constituição Federal estabelece que o controle 
externo da Administração direta e indireta cabe ao Legislativo, 
competindo realizar fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
patrimonial e operacional, quanto à legalidade, legitimidade, 
economicidade, aplicação das subvenções e renúncias de receitas, para 
o quê contará com o auxílio do Tribunal de Contas da União. Sendo 
assim, existe uma função fiscalizatória exercida pelos tribunais de 
contas dos estados, e configura controle do Poder Legislativo sobre os 
atos da administração pública. 
 Gabarito: C 
 
5. Poder regulamentar 
 
Tudo bem até aqui? 
Qualquer dúvida você pode me mandar um e-mail. 
Vamos em frente! 
A corrente majoritária dos doutrinadores aponta o poder 
regulamentar como sendo a competência exclusiva do Chefe do 
Poder Executivo para editar atos administrativos normativos, 
complementares à lei para a sua fiel execução. 
1DV�SDODYUDV�GH�0DUFHOR�$OH[DQGULQR�³2V�DWRV�DGPLQLVWUDWLYRV�QmR�
têm destinatários determinados; incidem sobre todos os fatos ou 
situações que se enquadrem nas hipóteses que abstratamente 
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preveem. Os atos administrativos normativos editados pelo Chefe do 
Poder Executivo assumem a forma de decreto�´� 
Veja o que a Constituição Federal diz a respeito: 
 
 
 
 
Mas se só o Chefe do Poder Executivo tem o poder regulamentar, 
HP�TXH�³SRGHU´�VH�HQTXDGUDULDP�DV�UHVROXo}HV��LQVWUXo}HV�QRUPDWLYDV��
regimentos expedidos por outras autoridades administrativas? 
Nesse caso, fala-se em ³SRGHU� QRUPDWLYR´, que é o poder da 
Administração de editar atos gerais (o ato não é dirigido a um sujeito 
específico, mas a uma generalidade) e abstratos (o ato não foi editado 
para incidir sobre um único fato, mas para ser aplicado todas as vezes 
que ocorrer determinada situação descrita na norma). 
E qual seria a diferença fundamental entre lei e regulamento, 
professor? 
Leandro Zannoni dá uma resposta precisa a essa pergunta: ³D�lei e 
o regulamento não se confundem, pois aquela poderá inovar na 
ordem jurídica, criando direitos e obrigações para as partes, já que a lei 
é ato normativo primário, fundado na Constituição. Já o regulamento, 
não obstante ser geral e abstrato, não pode inovar a ordem jurídica, 
pois sua função é de apenas detalhar o significado da lei: é ato 
normativo secundário.´� 
Essa distinção entre poder regulamentar e poder normativo é 
consagrada, principalmente, por Di Pietro. Carvalho Filho e Bandeira de 
Mello não adotam essa divisão. Assim, é bom que você saiba que parte 
da doutrina (= Di Pietro) considera que poder normativo é gênero e 
poder regulamentar (ato só do Chefe do Executivo) é espécie desse 
gênero. 
 ³$UW������&RPSHWH�SULYDWLYDPHQWe ao Presidente da República: 
(...) 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como 
H[SHGLU�GHFUHWRV�H�UHJXODPHQWRV�SDUD�VXD�ILHO�H[HFXomR�´ 
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MUITO CUIDADO, MEUS CAROS, ESSE É O PONTO FULCRAL DE 
NOSSA AULA!!! 
Existe no nosso ordenamento exceção a essa regra? Ou melhor, 
existe regulamento autônomo no Brasil? 
Há sim uma exceção, meus caros. A prevista no art. 84, VI, da 
Constituição. Vejamos: 
 
 
 
 
 
 
Como se vê, pode o Presidente (e os demais chefes do Poder 
Executivo: Governadores e Prefeitos) editar decreto autônomo, 
primário, para a: 
x ³RUJDQL]DomR´ e 
x ³IXQFLRQDPHQWR´ da administração federal 
DESDE QUE esse decreto não implique em: 
x ³DXPHQWR�GH�GHVSHVD´ ou 
x ³FULDomR�RX�H[WLQomR�GH�yUJmRV�S~EOLFRV´� 
Além disso, ele pode editar um decreto autônomo para extinguir 
funções ou cargos públicos quando vagos. 
Lembre-se desse ponto da aula: (a) não há decreto autônomo, em 
regra; (b) há decreto autônomo para a organização e funcionamento da 
Administração; (c) esse decreto não pode aumentar despesa nem criar 
ou extinguir órgãos públicos; (d) há decreto autônomo para extinguir 
funções ou cargos quando vagos. 
(VVH� ³GHFUHWR� DXW{QRPR´� �FRPR� p� FRQKHFLGR� R� GHFUHWR� FRP�
fundamento no art. 84, VI, da Constituição) pode ser delegado aos 
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
³$UW������&RPSHWH�SULYDWLYDPHQWH�DR�3UHVLGHQWH�GD�5HS~EOLFD�� 
(...) 
VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando 
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de 
órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;´ 
 
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Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas 
delegações. 
Nesse sentido, o parágrafo único do art. 84 da Constituição: 
 
 
 
 
 
MUITO CUIDADO NESSE PONTO! 
A autorização para o Presidente delegar essa atribuição não 
significa que os atos normativos possam ser delegados. Como vimos 
acima, há previsão legal expressa no sentido de se vedar a delegação 
de atos normativos (art. 13, I, da Lei nº 9.784/99). 
Assim, a previsão constitucional do art. 84, parágrafo único, é uma 
exceção e deve ser interpretada restritivamente, para se alcançar 
apenas as hipóteses elencadas na CF. 
Por fim, não podemos fechar esse tópico sem a menção à forma de 
controle que a Constituição traz para retirar do ordenamento jurídico 
um decreto que exorbite do poder regulamentar. 
Ou seja: se o Presidente editar um decreto dizendo o que só a lei 
pode dizer, o que ocorre? 
Nesse caso, o Congresso Nacional pode sustar o ato normativo. 
Confira a redação do art. 49, V, da Constituição: 
 
 
 
 
 
 Vamos ver como esse tópico cai em concurso? Vamos lá! 
 
 
Questões de 
concurso 
 
³$UW�� ���� 3DUiJUDIR�~QLFR��2�3UHVLGHQWH�GD�5HS~blica poderá delegar as 
atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos 
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas 
delegações´. 
³Art.49. É da competênciaexclusiva do Congresso Nacional: 
(...) 
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder 
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;´ 
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23. (CESPE ± 2015 - TRF - 1ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) 
Relativamente ao poder regulamentar, à regulação e ao poder de polícia 
administrativa, assinale a opção correta. 
a) O regulamento autônomo diferencia-se do regulamento de execução 
porque, enquanto este é editado com fundamento na lei, aquele possui 
fundamento direto na Constituição, sendo possível, portanto, que inove 
na ordem jurídica. 
b) Nem todos os atos de polícia são autoexecutórios, mas todos 
possuem o atributo da coercibilidade na medida em que impõem 
restrições ou condições que devem ser obrigatoriamente cumpridas 
pelos particulares. 
c) No âmbito federal, adota-se o limite temporal de três anos para o 
exercício de ação punitiva pela administração pública no exercício do 
poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor. 
d) No exercício do poder regulamentar, compete ao presidente da 
República sancionar, promulgar e fazer publicar as leis e as propostas 
de emenda à Constituição, bem como expedir decretos e regulamentos 
que disciplinem sua execução. 
e) O poder regulamentar exercido pelo chefe do Poder Executivo não se 
confunde com o poder regulatório atribuído a certas entidades 
administrativas. Ambos possuem, porém, conteúdo eminentemente 
técnico e englobam o exercício de atividades normativas, executivas e 
judicantes. 
 Para respondermos essa questão, devemos nos voltar ao art. 84 
inc. VI alíneas a e b da Constituição Federal que dispõe: 
 
 
 
 
 
 
³$UW������&RPSHWH�SULYDWLYDPHQWH�DR�3UHVLGHQWH�GD�5epública: 
(...) 
VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando 
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de 
órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;´ 
 
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É este artigo que dispõe sobre o regulamento autônomo no 
Brasil, com essa única exceção. É o chefe do Poder Executivo 
(Presidente) e os demais chefes do Poder Executivo: Governadores e 
Prefeitos) que editam esse decreto autônomo, primário, para a: 
x ³RUJDQL]DomR´ e 
x ³IXQFLRQDPHQWR´ da administração federal 
DESDE QUE esse decreto não implique em: 
x ³DXPHQWR�GH�GHVSHVD´�RX� 
x ³FULDomR�RX�H[WLQomR�GH�yUJmRV�S~EOLFRV´� 
Além disso, ele pode editar um decreto autônomo para extinguir 
funções ou cargos públicos quando vagos. 
Lembre-se desse ponto da aula: (a) não há decreto autônomo, em 
regra; (b) há decreto autônomo para a organização e funcionamento da 
Administração; (c) esse decreto não pode aumentar despesa nem criar 
ou extinguir órgãos públicos; (d) há decreto autônomo para extinguir 
funções ou cargos quando vagos. 
(VVH� ³GHFUHWR� DXW{QRPR´� �FRPR� p� FRQKHFLGR� R� GHFUHWR� FRP�
fundamento no art. 84, VI, da Constituição) pode ser delegado aos 
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas 
delegações. 
Gabarito ± Letra A. 
 
 
 
24. (2014/CESPE/TJ-DF/Titular de Serviços de Notas e de 
Registros) A respeito dos poderes administrativos, assinale a opção 
correta. 
a) Desde que haja previsão legal, é possível o exercício do poder de 
polícia, em especial a realização de atos coercitivos, por pessoa 
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jurídica da iniciativa privada não integrante da administração 
pública. 
b) O poder disciplinar e o hierárquico fundamentam a aplicação de 
sanção administrativa a particular que, contratado pela 
administração, descumpra obrigações contratuais. 
c) Insere-se no âmbito do poder regulamentar a competência 
privativa, não passível de delegação, do presidente da República 
para expedir decretos para a fiel execução das leis. 
d) A interdição de estabelecimentos comerciais, a apreensão de 
mercadorias e a detenção de pessoas são exemplos de atos 
praticados pela administração pública no âmbito do poder de 
polícia. 
e) Dada a relação de hierarquia existente entre a União e autarquia 
federal, é possível a delegação a esta de parte da competência 
daquela, quando conveniente, em razão de circunstâncias de 
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. 
 
RESPOSTA: 
a) ERRADA. O exercício do Poder de Polícia não pode ser delegado a 
entidades privadas, conforme entendimento do STF na ADI 1.717/DF 
Rel. Min. Sydnei Sanches. 
b) ERRADA. O item estaria correto se escrito assim: O poder 
disciplinar fundamenta a aplicação de sanção administrativa a particular 
que, contratado pela administração, descumpra obrigações contratuais. 
c) CORRETA. Existe uma diferença entre decreto regulamentar (que 
não pode ser delegado) com decreto autônomo (que pode ser 
delegado). Decreto Regulamentar (expedido apenas para dar fiel 
execução às leis) não pode ser delegado. Já decreto autônomo, aqueles 
elencados no art. 84, V e VI da CF podem ser delegados. 
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d) ERRADA. A detenção de pessoas não incide na esfera das infrações 
administrativas. Cabe à polícia judiciária a detenção de pessoas. 
e) ERRADA. Não existe hierarquia entre a União e uma autarquia 
federal. Há apenas um vínculo. Porém, é possível que a União delegue 
determinadas competências para uma autarquia, conforme o art. 12 da 
Lei federal 9.784. 
Gabarito ± letra C. 
 
 
25. (2014/ CESPE/CADE/ Nível Médio) Existem casos em 
que mesmo existindo lei específica sobre determinada matéria, cumpre 
à administração criar mecanismos para aplicá-la. Nessas hipóteses, 
surge o poder regulamentar, que confere à administração a prerrogativa 
de editar atos gerais para alterar e complementar as leis. 
 RESPOSTA: 
 Poder regulamentar é a prerrogativa conferida à Administração 
Pública de editar atos gerais para complementar as leis e possibilitar 
sua efetiva aplicação. Seu alcance é apenas de norma complementar à 
lei. Sendo assim, Administração não pode alterá-la, e caso o faça, 
estará cometendo abuso de poder. 
 Gabarito: E 
 
26. (2014/CESPE/TJ-CE/Analista Judiciário - Execução de 
Mandados) Em relação aos poderes administrativos, assinale a opção 
correta. 
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a) As prerrogativas do Poder Legislativo incluem a sustação dos atos 
normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder 
regulamentar. 
b) O poder discricionário não é passível de controle pelo Poder 
Judiciário. 
c) O desvio de poder configura-se quando o agente atua fora dos 
limites de sua competência administrativa. 
d) Nenhum ato inerente ao poder de polícia pode ser delegado, dado 
ser expressão do poder de império do Estado. 
e) O poder hierárquico restringe-se ao Poder Executivo, uma vez que 
não há hierarquia nas funções desempenhadas no âmbito dos 
Poderes Legislativo e Judiciário 
RESPOSTA: 
a) CORRETO. Segundo a Constituição Federal: 
"Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar 
os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder 
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;" 
b) ERRADO. O poder discricionário, em determinadas circunstâncias, 
pode ser controlado pelo poder judiciário. 
c) ERRADO. A afirmativa trata de excesso de poder e não desvio de 
poder. 
d) ERRADO. Alguns Doutrinadores admitem a delegação da polícia 
administrativa em circunstâncias excepcionais. 
e) ERRADO. Existe poder hierárquico nos três poderes da república e 
no ministério público. 
 
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27. (CESPE - 2014 - SUFRAMA - Agente Administrativo) Poder 
regulamentar é o poder que a administração possui de editar leis, 
medidas provisórias, decretos e demais atos normativos para disciplinar 
a atividade dos particulares. 
 
 Poder conferido com exclusividade aos chefes do poder executivo 
para editar atos normativos. O agente público não tem o poder de 
editar (alterar ou revogar) a lei nem medida provisória como diz a 
questão, essa função é típica do legislativo. Além disso, o poder 
regulamentar não pode existir sem lei e, além disso, ato normativo não 
pode contrariar/revogar a lei que autorizou o ato. 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
28. (CESPE/2010/DETRAN-ES) No exercício do poder 
regulamentar, o presidente da República pode dispor, mediante 
decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos, 
quando vagos. 
 
Essa redação corresponde ao art. 84, VI, b, da Constituição, por 
isso o item está correto. 
 
29. (CESPE /2011/TRE-ES /Técnico Judiciário) Caso se determine, por 
meio de lei, a certa autoridade a competência para editar atos 
normativos secundários, essa competência pode ser objeto de 
delegação. 
 
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Os atos normativos secundários, que são os decretos de execução 
ou regulamentares, são indelegáveis, conforme previsão legal do art. 
13, I, da Lei nº 9.784/99. Por isso, o item está errado. 
 
30. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) Quando a 
administração expede normas de caráter geral e impessoal, ela está 
desempenhando o poder regulamentar e a função normativa 
simultaneamente. 
Tudo certo, pessoal. Como falamos, Poder Regulamentar está 
intimamente ligado às competências do chefe do Executivo e, nesse 
caso se consubstanciam principalmente por meio de decretos. O poder 
regulamentar é uma categoria dentro do poder normativo, que é mais 
amplo e é consubstanciado em regimentos, instruções, deliberações, 
resoluções e portarias. 
Resposta: correto. 
 
 
 
31. (2014/ CESPE/ TJ-CE/Analista Judiciário - Área 
Administrativa) No tocante aos poderes da administração pública, 
assinale a opção correta. 
a) O poder disciplinar é aquele exercido pela administração pública 
para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores 
públicos e aos empregados terceirizados que lhe sejam 
subordinados. 
b) O poder de polícia, em sentido amplo, estende-se à atividade do 
Estado de condicionar a liberdade e a propriedade, ajustando-as 
aos interesses coletivos, o que abrange os atos do Judiciário, do 
Legislativo e do Executivo. 
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c) Na hipótese de o presidente da República editar decreto que 
exorbite do poder regulamentar, é possível a sustação do referido 
ato normativo do Poder Executivo pelo Congresso Nacional. 
d) Caso um agente público atue fora dos limites de sua competência, 
ficarão caracterizados tanto o excesso quanto o desvio de poder. 
e) Decorre do poder hierárquico a possibilidade de delegação da 
edição de atos de caráter normativo, devendo o ato de delegação 
ser publicado em meio oficial 
RESPOSTA: 
 O artigo 49, inciso V, da Constituição Federal estabelece que é da 
competência exclusiva do Congresso Nacional: 
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação 
legislativa; 
 
 Sendo assim, temos o item C como correto. 
 Veja os outros itens: 
a) ERRADA. Empregados terceirizados não se encontram 
submetidos à disciplina administrativa. 
b) ERRADA. Em sentido amplo, o poder de polícia, corresponde à 
atividade estatal de condicionar a liberdade e a propriedade 
ajustando-as aos interesses coletivos e envolve os atos do 
Legislativo e do Executivo 
d) ERRADA. No caso de excesso de poder, o agente público 
ultrapassa os limites da competência legal outorgada. Já no desvio 
de poder, o agente público exerce a competência nos estritos limites 
legais, mas atinge finalidade diversa daquela prevista na lei. 
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e) ERRADA. Segundo a Lei 9784/99, em seu artigo. 13, inciso I: 
Não podem ser objeto de delegação: a edição de atos de caráter 
normativo. 
Gabarito: C 
 
 
6. Poder de polícia 
6.1. Conceito 
Vamos ao poder de polícia! 
O poder de polícia decorre da prerrogativa que o Estado tem de 
restringir o exercício dos direitos individuais em prol do interesse 
coletivo. Nesse sentido, o conceito de poder de polícia não pode ser 
dado sem mencionar a ideia de restrição de atos individuais em prol da 
coletividade. 
Celso Antônio Bandeira de Mello (2010, p. 822-823) apresenta o 
conceito de poder de policia sob dois enfoques: sentido amploe sentido 
estrito. O primeiro englobaria todas as atividades do Estado 
limitadoras do exercício da liberdade e da propriedade, inclusive 
as editadas pelo Poder Legislativo sob a forma de lei geral e abstrata. O 
segundo seria relacionado às restrições realizadas pelo Poder Executivo 
(sejam elas gerais e abstratas ou concretas) com o propósito de coibir 
atos individuais contrários aos interesses sociais. 
Para que fique claro na sua cabeça, citamos alguns exemplos de 
poder de polícia: concessão de alvará de construção pelo Município, 
aplicação de multa por construção irregular, por excesso de velocidade, 
por infração ambiental, etc., demolição de casa construída em obra 
pública, concessão de licença de instalação etc. 
ATENÇÃO: O poder de polícia se preordena a impor obrigações 
de não fazer, ou seja, a Administração se vale do poder de polícia para 
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evitar a ocorrência de danos, seja aplicando multa para quem viola a 
legislação seja condicionando a execução de atividades a determinadas 
regras. 
Assim, diz-se que esse poder é um poder negativo. 
 
6.2. Atributos 
Um tema IMPORTANTÍSSIMO para a sua prova quanto ao poder de 
polícia são os seus atributos. 
São características ou atributos específicos ± mas não exclusivos ± 
do poder de polícia: discricionariedade, autoexecutoriedade, 
coercibilidade e indelegabilidade. 
No que concerne ao atributo da discricionariedade, como vimos 
acima, é margem de liberdade que a lei confere ao agente público na 
prática de determinado ato. Ele poderá escolher se vai aplicar o ato 
desse ou daquele modo. 
A discricionariedade será avaliada no caso concreto, observando se 
há essa margem de liberdade na lei. 
Mas, via de regra, o ato proferido no uso do poder de polícia é 
discricionário, pois, na maioria das vezes, a lei dá ampla margem ao 
agente (p. ex.: ocorrido um dano ambiental, a lei prevê que o 
administrador deve aplicar multa, mas esta pode variar entre R$ 100,00 
e R$ 20.000,00, é o agente quem vai decidir o valor) 
Como vimos acima, se a lei der certa margem de liberdade ao 
agente, deixando de prever todas as hipóteses possíveis de aplicação da 
restrição ou qual a sanção que se deve impor, o ato decorrente do 
poder de polícia será discricionário. Por outro lado, se a lei não deixar 
margem ao agente, o ato será vinculado. 
CUIDADO: A doutrina tradicional informa que a discricionariedade é 
um atributo do poder de polícia. Contudo, há casos em que a lei não 
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confere ao agente público qualquer margem para avaliar se aplicará um 
ato de polícia ou como aplicará. 
Por exemplo: se João construiu sua casa em área pública, não há 
outra saída, o agente público deve determinar que João deixe o local e 
promova a demolição da casa. Se João não sair no prazo, o agente 
deverá demolir a construção. 
Nessa situação, o agente não tem pra onde correr, o ato é 
vinculado. 
A autoexecutoriedade, por sua vez, é o poder que a 
Administração tem de modificar imediatamente a ordem jurídica 
valendo-se de seus próprios atos ou instrumentos, sem precisar 
buscar as medidas executórias do Poder Judiciário. 
Esse atributo, contudo, não pode ser aplicado irrestritamente pela 
Administração. 
Bandeira de Mello (2010, p. 842) informa que o atributo da 
autoexecutoriedade pode ser colocado em prática nas seguintes 
hipóteses: 
 
a) quando a lei expressamente autorizar; 
b) quando a adoção da medida for urgente para a defesa do 
interesse público e não comportar as delongas naturais do 
pronunciamento judicial sem sacrifício ou risco para a 
coletividade; 
c) quando inexistir outra via de direito capaz de assegurar a 
defender em cumprimento à medida de polícia. 
 
Por fim, como último atributo do poder de polícia, tem-se a 
coercibilidade. 
Esse atributo representa a imposição dos atos do Estado sobre os 
indivíduos. Como bem destaca Carvalho Filho (2005, p. 67), esses atos 
decorrem do ius imperii estatal. Assim, no uso do poder de polícia, a 
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Administração pode usar a força necessária para impor a vontade geral 
sobre o particular. 
Esse atributo coloca em destaque o princípio da 
proporcionalidade. No uso dos meios coativos, a Administração deve 
agir com os instrumentos estritamente necessários para fazer impor a 
sua vontade, ou seja, o meio escolhido deve ser adequado para atingir 
o objetivo e, ao mesmo tempo, deve ser o menos gravoso possível para 
se obter o resultado esperado. Caso essa relação entre meios e fins não 
seja observada, o agente incorrerá em abuso de poder. 
 
 
 
 
32. (CESPE ± 2015 ± DPU - Defensor Público Federal de 
Segunda Categoria) A multa, como sanção resultante do exercício do 
poder de polícia administrativa, não possui a característica da auto 
executoriedade. 
 
Essa é muito fácil pessoal. Vejam que o poder de polícia possui 
alguns atributos. São eles: Discricionariedade, autoexecutoriedade e 
a Coercibilidade. 
São esses elementos que permitem que a Administração 
demande cumprimento de uma decisão sobre pena de sanção, sendo 
assim, não possui a característica de autoexecutoriedade. 
Resposta ± Certo. 
 
 
33. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo - 
Auditoria Governamental) Com relação aos poderes administrativos, 
julgue o item subsequente. É obrigatória a obtenção prévia de 
autorização judicial para a demolição de edificação irregular. 
Questões de 
concurso 
 
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Essa questão está cobrando de vocês, meus caros, o atributo da 
autoexecutoriedade. Lembrem-se que, em determinados casos, o poder 
de polícia confere à Administração Pública a capacidade de executar 
suas determinações sem necessidade de aguardar pronunciamento 
judicial. 
Resposta: errado. 
 
34. (CESPE - 2011 - PC-ES - Escrivão de Polícia - Específicos) 
Todas as medidas de polícia administrativa são auto executórias, o que 
permite à administração pública promover, por si mesma, as suas 
decisões, sem necessidade de recorrer previamente ao Poder Judiciário. 
Complementando o comentário anterior, veja que a auto 
executoriedade não é atributo de TODOS os atos. O único atributo 
extensível a todos os atos é a presunção de legitimidade. 
Resposta: errado. 
 
35.(CESPE - 2010 - AGU - Procurador) Atos administrativos 
decorrentes do poder de polícia gozam, em regra, do atributo da 
autoexecutoriedade, haja vista a administração não depender da 
intervenção do Poder Judiciário para torná-los efetivos. Entretanto, 
alguns desses atos importam exceção à regra, como, por exemplo, no 
caso de se impor ao administrado que este construa uma calçada. A 
exceção ocorre porque tal atributo se desdobra em dois, exigibilidade e 
executoriedade, e, nesse caso, falta a executoriedade. 
Questão na mesma linha das anteriores. Nesse exemplo, o atributo 
da autoexecutoriedade não está presente nesse ato de polícia, tão 
somente a exigibilidade. Isso significa que a Administração Pública pode 
exigir, mas não pode executar o particular caso ele não cumpra seu 
dever. 
Nesse caso, vai precisar da ação do Judiciário para que o particular 
seja compelido a construir a calçada. Atenção, porque, de forma 
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genérica, o atributo em questão está incluso nos atos de polícia, mas a 
questão fez uma nítida ressalva ao dividir a autoexecutoriedade e 
exigibilidade, o que você deve perceber ao julgar o item. 
Resposta: Certo. 
 
6.3. Indelegabilidade 
Alguns doutrinadores colocam a indelegabilidade com um atributo 
do poder de polícia. 
De qualquer forma, é bom que ele venha em tópico separado de 
nossa aula PARA VOCÊ NÃO SE ESQUECER NUNCA que o poder de 
polícia não pode ser delegado! 
Na lição de Marcelo Alexandrino (2010, p. 243-244), o poder de 
polícia não pode ser delegado para pessoas da iniciativa privada. Não 
seria possível sequer a delegação do poder de polícia às empresas 
concessionárias de serviço público ou às empresas estatais (empresas 
públicas e sociedades de economia mista). 
Assim, o poder público não pode delegar à empresa que administra 
determinada rodovia privatizada a atribuição de aplicar multa aos 
motoristas que viajam em excesso de velocidade. As multas devem ser 
aplicadas pelo DETRAN do respectivo Estado. 
,VVR� TXHU� GL]HU� TXH� DWp� RV� ³SDUGDLV´� RX� RV� UDGDUHV� HOHWU{QLFRV�
devem ser instalados e administrados pelo Estado, professor? 
Não, meus caros, essa é mais uma valiosa lição que você deve 
levar para a sua prova: o Estado pode contratar particulares e delegar a 
eles a atribuição de executar atos materiais relacionados às 
atividades tipicamente de polícia, ou seja, ele pode contratar uma 
empresa para, simplesmente, tirar as fotos dos carros que passam em 
alta velocidade. Quem vai aplicar a multa e cobrá-la é o DETRAN e não 
a empresa. 
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Assim, falou em atributos do poder de polícia, lembre-se das 
iniciais: 
 
 
6.4. Polícia administrativa x Polícia judiciária 
Estamos estudando o poder de polícia no âmbito do direito 
administrativo, exercido pela Administração Pública. Essa polícia, sob 
um enfoque tradicional, se contrapõe à polícia judiciária, que é aquela 
exercida, normalmente, pela Polícia Militar e pela Polícia Civil. 
Segundo os ensinamentos de Gasparini (2008, p. 131-132), 
apresentamos o seguinte quadro que diferencia a polícia administrativa 
da polícia judiciária: 
 
Polícia administrativa Polícia judiciária 
atuação essencialmente 
preventiva 
atuação repressiva 
exercida por vários órgãos da 
Administração Pública 
exercida pelos órgãos 
responsáveis pela segurança 
pública (PM e polícia civil); 
incide sobre a propriedade, a 
liberdade e as atividades dos 
indivíduos 
Incide sobre a própria pessoa 
visa coibir a desordem social busca a responsabilização penal 
sujeita às normas administrativas sujeita, essencialmente, às 
normas processuais penais 
 caráter investigativo 
 
 
 
 
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36. (CESPE ± 2015 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) 
Assinale a opção correta com relação ao poder regulamentar e ao poder 
de polícia administrativa. 
a) O poder de polícia administrativa tem como uma de suas 
características a autoexecutoriedade, entendida como sendo a 
prerrogativa de que dispõe a administração para praticar atos e colocá-
los em imediata execução sem depender de autorização judicial. 
b) O exercício do poder de polícia administrativa é sempre 
discricionário, caracterizando-se por conferir ao administrador liberdade 
para escolher o melhor momento de sua atuação ou a sanção mais 
adequada no caso concreto, por exemplo, quando houver previsão legal 
de duas ou mais sanções para determinada infração 
c) No exercício da atividade de polícia, a administração atua por 
meio de atos concretos e impositivos que geram deveres e obrigações 
aos indivíduos, não sendo possível considerar que a edição de atos 
normativos caracterize atuação de polícia administrativa. 
d) O poder regulamentar é prerrogativa concedida textualmente 
pela CF ao chefe do Poder Executivo federal que não se estende aos 
governadores e aos prefeitos. 
e) No exercício do poder regulamentar, o presidente da República 
pode dispor, mediante decreto, sobre a organização e o funcionamento 
da administração federal, quando tal ato administrativo não implicar 
aumento de despesa; sobre a criação e extinção de órgãos públicos; 
sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando estes estiverem 
vagos. 
 
Letra (A) Correta, uma vez que a autoexecutoriedade, é sim uma 
prerrogativa para a administração praticar atos e colocá-los em 
imediata execução independente de autorização judicial. 
Letra (B) O poder de polícia administrativa não é somente 
discricionário, uma vez que também pode ser vinculado. 
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Letra (C) É POSSÍVEL que a edição de atos normativos que figurem 
como poder de policia. Sendo assim a alternativa esta errada. 
Letra (D) O poder regulamentar se amplia ao chefe do executivo 
federal, estadual e municipal. 
Letra (E) Não é permitido que o DR ± Decreto Regulamentar 
estipule sobre extinção ou criação órgãos. É o que dispõe o art.84, VI, 
a, da Constituição Federal. 
 
Gabarito ± A. 
37. (CESPE-MPU - 2015-Analista do MPU) O poder de polícia 
administrativa, que incide sobre as atividades, os bens e os próprios 
indivíduos, tem caráter eminentemente repressivo. 
 
Pessoal, a atuação da polícia adminsitrativa é essencialmente 
preventiva.

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