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PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS • Inquérito Civil (Art. 223) - O MP poderá instaurar, sob sua presidência, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 dias úteis. O MP poderá arquivar o IC, caso esgotadas todas as diligências, se convencer-se da inexistência de fundamento para a propositura da ação cível, fazendo-o fundamentadamente. Os autos do IC ou as peças de informação arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 03 dias, ao Conselho Superior do Ministério Público. PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS • Aplicação de Multa (arts. 213 e 214) - O juiz poderá impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito. A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo COMDICA. As multas não recolhidas até 30 dias após o trânsito em julgado da decisão serão exigidas através de execução promovida pelo MP, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais legitimados. PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS • Realização de TAC (art. 211) – Só o MP, a União, os Estados, os Municípios, o DF e os Territórios poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial. • Execução da sentença condenatória (art. 217 do ECA) - Decorridos 60 dias do trânsito em julgado da sentença condenatória sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados. PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS (MPE-SP / Promotor de Justiça / 2015) Nos termos da Lei nº 8.069/90: I- O compromisso de ajustamento de conduta pode ser tomado por qualquer dos legitimados para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difusos afetos à infância e juventude. • R: ERRADA. O rol de legitimados para a propositura de ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difusos (art. 210) é mais amplo do que os legitimados para a propositura do termo de ajustamento e conduta (TAC só os órgãos públicos). PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS II- O compromisso de ajustamento de conduta pode ser tomado apenas pelo Ministério Público. • R: ERRADA. O compromisso de ajustamento e conduta pode ser tomado pelos órgãos públicos legitimados para a propositura das ações cíveis (MP e U/E/DF/M e Territórios); III- Na ação cível ajuizada em defesa de interesse individual indisponível, uma vez configurado o descumprimento da obrigação, a multa diária imposta ao réu, liminarmente ou na sentença, reverte em favor do autor (menor). • R: ERRADA. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo COMDICA, segundo o art. 214 do ECA. PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS IV- As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em julgado da decisão serão exigidas através de execução promovida pelo Ministério Público, em ação própria. • R: ERRADA. O MP executa nos mesmos autos, conforme prevê o §1º, do art. 214 do ECA. PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS Está correto apenas o contido em: a) II, III e IV. b) II e III. c) IV. d) I e IV. e) Todos os itens estão incorretos. PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS (CESPE / Promotor de Justiça PI / 2012) A respeito da proteção judicial dos interesses individuais, difusos e coletivos das crianças e dos adolescentes prevista no ECA, assinale a opção correta. a) As demandas judiciais previstas no ECA deverão ser propostas no foro do local onde tenha ocorrido ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, sem exceções, em atenção ao princípio da proteção integral. • R: ERRADA. O art. 209 do ECA prevê ressalva quanto a competência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais superiores. PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS b) Na hipótese de a associação autora não promover a execução da sentença condenatória no prazo de sessenta dias contados do trânsito em julgado, deverá fazê-lo o MP, facultada igual iniciativa à defensoria pública. • R: CORRETA. Se a associação autora não promover a execução, além do MP, faculta igual iniciativa a DP e aos demais legitimados indicados no art. 217 do ECA c/c art. 5º da Lei nº 7.347/1985. PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS c) No curso do inquérito civil, se o órgão do MP, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação cível, ele deverá requerer, em petição fundamentada dirigida ao juiz da infância e da juventude, o arquivamento do procedimento. • R: ERRADA. O MP não precisa pedir arquivamento do IC ao Juiz, ele mesmo promoverá o arquivamento dos autos, fazendo-o fundamentadamente (Art. 223, §1º do ECA). PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS d) O MP não possui legitimidade para propor ACP para obrigar plano de saúde a custear tratamento quimioterápico em centro urbano a uma única criança conveniada à empresa prestadora do serviço de assistência médica. • R: ERRADA. O MP tem legitimidade para propor ACP à luz da dicção final do art. 127 da CF que o habilita a demandar em prol de interesses indisponíveis. O direito à saúde, insculpido na CF e no ECA, é direito indisponível, em função do bem comum, maior a proteger, derivado da própria força impositiva dos preceitos de ordem pública que regulam a matéria (STJ RESP 688052/RS, RESP 822712/RS, RESP 819010/SP). PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS e) A proteção judicial coletiva dos interesses individuais, difusos e coletivos das crianças e dos adolescentes restringe-se aos direitos taxativamente previstos no ECA. • R: ERRADA. Não restringe-se ao ECA. Segundo o art. 208, §1º, do ECA as hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção de direitos protegidos pela CF e pela Lei. DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A ADOLESCENTE • Finalidade da apuração – a proteção integral do adolescente, não simplesmente a aplicação de uma sanção estatal (no caso, as medidas sócio-educativas). Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários (arts 100 e 113 do ECA). • Aplicação subsidiária do CPP e CPC (arts. 152 c/c 198) - na ausência de disposição expressa do ECA, e desde que compatíveis com a sistemática e princípios por ele estabelecida, aplicam-se as normas gerais previstas no CPP e CPC. A regra é a celeridade do procedimento. DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A ADOLESCENTE FASE POLICIAL • Prisão por ordem judicial (art. 171 do ECA) - o adolescente será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária. • Prisão em flagrante (art. 172 do ECA) – o adolescente que praticou ato infracional deverá, desde logo, ser encaminhado à autoridade policial competente. A autoridade policial deverá comunicar INCONTINENTI ao Juiz da Infância e da Juventude e sua família ou pessoa por ele indicada (art. 107 do ECA). A falta dessa comunicação constitui crime do art. 231 do ECA. DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDOA ADOLESCENTE Qual delegacia será competente para apurar ato infracional praticado em co-autoria com maior? • Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente, prevalecerá a atribuição da repartição especializada, que, após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial própria (§ único do art. 172 do ECA). DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A ADOLESCENTE • Ato infracional praticado com violência ou grave ameaça à pessoa - a autoridade policial deverá (art. 173 do ECA): 1) lavrar auto de apreensão, 2) realizar a oitiva de testemunhas e do adolescente, 3) apreender o produto e instrumentos da infração, 4) requisitar exames ou perícias necessárias à comprovação da materialidade do ato e autoria da infração. • Ato infracional leve - basta a lavratura de boletim de ocorrência circunstanciado (art.173, par. único do ECA). DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A ADOLESCENTE • Comprovação da autoria e da materialidade da infração – é imprescindível para imposição de medidas socioeducativas (art.114 c/c art.189, incisos II e IV, do ECA). Não basta a mera “confissão” do adolescente, sendo necessária a instrução do feito e a produção de provas idôneas e suficientes. Súmula nº 342, do STJ: “No procedimento para aplicação de medida socioeducativa, é nula a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente”. DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A ADOLESCENTE • Internação provisória do adolescente (art.174 do ECA) Os requisitos são: a) gravidade do ato e repercussão social; b) necessidade de garantia da segurança pessoal do adolescente; ou c) manutenção da ordem pública. • Caso que não comporte internação provisória - Com o comparecimento dos pais ou responsável (pode ser o dirigente da entidade de abrigo se o adolescente está em atendimento - vide art.92, par. único do ECA) deverá ocorrer a liberação do adolescente (independentemente de ordem judicial) com assinatura de termo de compromisso de apresentação ao MP (art.174, ECA). DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A ADOLESCENTE • ATENÇÃO: A regra será a liberação imediata do adolescente, seja qual for o ato infracional praticado (ou seja, a apreensão em flagrante, por si só, não autoriza a manutenção da privação de liberdade do adolescente), ressalvada a “imperiosa necessidade” do decreto de sua internação provisória (arts.107 § único e 108, § único, do ECA). Em caso de não liberação qual o procedimento a ser adotado? • Deve ser o adolescente imediatamente encaminhado ao MP, com cópia de auto de apreensão ou boletim de ocorrência (art. 175 do ECA). Se não é possível a apresentação imediata, encaminha-se o adolescente à entidade de atendimento e, em 24 horas, apresenta-se o adolescente ao MP (art.175 e §1º do ECA). DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A ADOLESCENTE E se não houver entidade apropriada de atendimento? • O adolescente deverá aguardar a apresentação ao MP nas dependências da DP especializada. Se esta não existir, aguardará a apresentação na DP em local separado dos adultos (art.175, §2º do ECA), onde em qualquer hipótese não poderá permanecer por mais de 24 h, sob pena de responsabilidade (arts.5º e 185, §2º c/c art.235, do ECA). • Transporte do adolescente - não poderá ser transportado em compartimento fechado de viatura policial (camburão), em condições atentatórias à sua dignidade ou que impliquem em risco à sua integridade física ou mental (art.178 do ECA), sob pena de responder ao crime previsto no art.232 do ECA. DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A ADOLESCENTE • Uso de algemas - não há proibição expressa ao uso de algemas, porém, em especial com o advento da S. Vinculante nº 11, do STF: “Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”. Assim, as algemas somente devem ser empregadas quando houver real justificativa para tanto, de modo a evitar que o adolescente seja submetido a um constrangimento maior que o estritamente necessário (crime previsto no art. 232, do ECA). DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A ADOLESCENTE • Arbitramento de fiança - Não há que se falar em “ato infracional afiançável” ou “ato infracional inafiançável”, já que o instituto da fiança não se aplica ao procedimento para apuração de ato infracional. • Se não há flagrante, mas há indícios da autoria do adolescente, a autoridade policial deverá realizar as diligências necessárias à apuração do fato, encaminhando ao MP o relatório das investigações e outras peças informativas (art.177 do ECA). DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A ADOLESCENTE FASE MINISTERIAL Essa fase se inicia por meio da provocação da autoridade policial à vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e com informação sobre os antecedentes do adolescente. 1) Adolescente apresentado – o MP no mesmo ato procederá à oitiva do adolescente imediata e informalmente e, em sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas (art. 179 do ECA). 2) Adolescente não apresentado - o MP notificará os pais ou responsável para apresentação, podendo requisitar o concurso das polícias civil e militar (art. 179, §único do ECA). DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A ADOLESCENTE Qual é a finalidade dessa oitiva informal do MP? • É colher, tanto junto ao adolescente, quanto a seus pais ou responsável, informes acerca da conduta pessoal, familiar e social daquele (se estuda, trabalha, é obediente, respeitador etc.), elementos que irão influenciar tanto na tomada de decisão acerca de que providência deverá o MP adotar no caso (ato que deverá ser fundamentado - art.205, do ECA), quanto, ao final do procedimento (se oferecida a representação), na indicação da(s) medida(s) a ser(em) aplicada(s).
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