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Porto Maravilha

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Licenciamento Ambiental - Porto Maravilha
No Brasil, as primeiras tentativas de aplicação de metodologias para avaliação de impactos ambientais foram decorrentes de exigências de órgãos financeiros internacionais para aprovação de empréstimos a projetos governamentais. Tornando-se cada vez mais necessária a adoção de práticas adequadas de gerenciamento ambiental em quaisquer atividades modificadoras do meio ambiente.
Foi na década de 80 que a legislação ambiental teve maior impulso. Com as Leis: Lei Federal  nº. 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, estabelecendo conceitos, princípios, objetivos, instrumentos, penalidades, seus fins, mecanismos de formulação e aplicação e instituindo o Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama) e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama); Lei nº. 7.347/85, que disciplina a Ação Civil Pública, um instrumento processual de defesa do Meio Ambiente e dos demais interesses difusos e coletivos; a Constituição da República Federativo do Brasil  de 1988, que abriu espaços à participação/atuação da população na preservação e na defesa ambiental, impondo à coletividade o dever de defender o meio ambiente e colocando como direito fundamental de todos os cidadãos brasileiros a proteção ambiental; e,  a Lei nº. 9.605/98, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. 
Constituição da República Federativo do Brasil  de 1988, traz uma definição ampla e atual de patrimônio cultural (art.216):
Constitui patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais incluem: 
I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV- as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V – Os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
Assim, o Porto Maravilha é um patrimônio cultural, sítio de valor histórico do Rio de Janeiro, construído na região que abrigou o maior porto negreiro das Américas, segundo a reportagem O Porto Maravilha é Negro, cita que os “ Os arqueólogos já sabiam o que estava por vir à superfície da rua Barão de Tefé: o Cais do Valongo, onde centenas de milhares de escravos aportaram a partir do século 18, sobre o calçamento de pé de moleque – técnica construtiva do Brasil Colônia, com pedras arredondadas de rios acomodadas sobre a terra batida, os seixos irregulares estavam sob outra camada, mais à moda do Brasil Império, com conjuntos de blocos de granitos empilhados para receber, em 1843, a imperatriz Teresa Cristina, então futura esposa de dom Pedro II. Por cima desse revestimento, havia ainda o aterro planejado pelo prefeito Pereira Passos no início do século 20, que pôs um fim à memória do passado imperial. E escondeu também o originário holocausto brasileiro”.
Para o cenário de gestão e proteção dos recursos culturais no Brasil, um dos instrumentos da lei 6938/81, de maior importância para a proteção do patrimônio cultural, está na Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986, que estabeleceu diretrizes gerais para elaboração do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA nos processos de licenciamento ambiental; 
De acordo com a Resolução Conama 01/86 Art. 6º §I, cita que o Estudo de Impacto Ambiental desenvolverá a seguinte atividade técnica, para garantia que os estudos relacionados ao licenciamento ambiental devem considerar os recursos arqueológicos:
I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando:
a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas;
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente;
c) o meio sócio-econômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio-economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos.
Assim, a partir da Lei 6938/81, a legislação ambiental passa a atuar diretamente na prevenção da destruição dos sítios arqueológicos, caso existirem em áreas a serem atingidas por projetos que necessitem do licenciamento ambiental.
Segundo Sanches, para fins de planejamento de EIAs, são apresentadas tipologias de ambientes (como por exemplo: áreas de relevância do patrimônio natural e cultural, que são ambientes onde ocorrem elementos do patrimônio natural, patrimônio histórico ou pré- históricos), com o propósito de orientar os analistas ambientais na formulação de termo de referencia, chamando a atenção para a necessidade de maior cuidado, caso o empreendimento possa afetar algum tipo de ambiente valorizado por sua importância ecológica ou cultural.
Concluindo que para o licenciamento ambiental para a Operação Urbana Consorciada Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, a obrigatoriedade do EIA/RIMA foi ignorada pela administração municipal, realizando-se apenas um Estudo de Impacto de vereança (EIV) para a emissão da licença prévia. Logo após foi realizado Diagnóstico do Potencial Arqueológico para as obras de engenharia do Porto Maravilha na Fase 2 em Agosto 2011. Considerando essencial prever impactos em relação a um projeto de qualquer tipo, destinado a uma determinada região e a um sítio ou área em particular, é uma operação técnico cientifico essencialmente multidisciplinar. Considerando o significado histórico e cultural da região.
REFERÊNCIAS 
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina de Textos, 2008.
CARMO, MARIA DO. A Prolemática do levantamento arqueológico na avaliação de impacto ambiental. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Arqueologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), São Paulo: USP, 2011.
PORTAL NACIONAL DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL. Disponível em http://pnla.mma.gov.br/. Acesso em Março de 2017.
BRASIL. Constituição Federal de 1998. Presidência da República. Casa Civil. Disponívelem:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: Mar de 2017.
BRASIL. Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981. Institui a Política Nacional de Meio Ambiente.Legislação ambiental. 2. ed. atual. São Paulo: IMESP, 2000.
BRASIL. Resolução CONAMA nº 01 de 23 de Janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental. Resoluções do CONAMA 1984 a 1999. Brasília, DF: WD Ambiental, 1999.
BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de Fevereiro de 1998. Presidência da República. Casa Civil. Disponível em :< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm>. Acesso em : Mar de 2017.
BRASIL. Lei nº 7.347/85, de 24 de Julho de 1985. Presidência da República. Casa Civil. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7347orig.htm> Acesso em Mar de 2017.
MARTINS, Jorge Antônio. Tomada de Decisão no Licenciamento Ambiental da OUC Porto Maravilha/ RJ Sob a Ótica da Avaliação Estratégica e da Análise Hierárquica multicritério.Disponívelem<https://portalrevistas.ucb.br/index.php/EALR/article/view/6441/pdf>. Acesso em Mar de 2017.

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