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Artigo Inspeção Escolar

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AS COMPETÊNCIAS DO INSPETOR ESCOLAR NA EDUCAÇÃO
¹ Flávio Alves Rodrigues
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo delinear o perfil do Inspetor Escolar, mostrando as suas competências na educação, desde o surgimento dessa função, até os dias atuais. O estudo foi realizado através de pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, de caráter teórico empírico, realizada por meio de uma investigação histórica. A Inspeção Escolar é definida como a atividade educacional que envolve a avaliação do desenvolvimento do processo educativo na escola, ou seja, este profissional é o elo entre a escola e o poder público. Este artigo aborda a história da Inspeção Escolar, as atribuições do trabalho do Inspetor Escolar e o dia a dia do trabalho do Inspetor Escolar nas escolas.
PALAVRAS-CHAVE: Inspeção escolar; função; competências.
SUMMARY
The present work aims to outline the profile of the School Inspector, showing his skills in education, from the beginning of this function to the present day. The study was carried out through a bibliographical research of a qualitative nature, of empirical theoretical character, accomplished through a historical investigation. The School Inspection is defined as the educational activity that involves the evaluation of the development of the educational process in the school, that is, this professional is the link between the school and the public power. This article addresses the history of School Inspection, the work of the School Inspector, and the day-to-day work of the School Inspector in schools.
KEY WORDS: School inspection; Function; Skills.
INTRODUÇÃO
A sociedade está em constante transformação. Assim como a sociedade que sofre modificações continuamente, a legislação educacional em nosso país também sofreu modificações por diversas vezes e estas afetaram as estruturas profissionais de quem trabalha na Educação. Entre eles a do Inspetor Escolar.
1. Graduado em Letras pela Universidade Itaúna. Aluno do Curso de Pós-Graduação em Inspeção Escolar da Faculdade de Educação São Luís. Professor na Escola Estadual Professor Estevão Araújo, na cidade de Jacinto-Mg. Diretor de Departamento na Secretaria Municipal de Educação de Jacinto-Mg.
Ao considerar a inspeção escolar como um fato que influencia o processo educativo, faz-se, necessário analisar e contextualizar os fatores, que, certamente interferem na atuação e na postura profissional do inspetor. Assim, na tentativa de compreender o processo histórico do inspetor escolar e quais são as funções atribuídas a ele, considera-se conveniente apresentar o significado da palavra inspeção. No sentido etimológico, a palavra inspeção vem do latim, inspectio, onis, que quer dizer ação de olhar, exame, verificação, inspeção.
O termo inspeção existe em várias línguas. Segundo Meneses, (1977, p.22) Em Francês, Inspectio quer dizer fiscalização – Em Inglês Inspection: insigth (compreensão, critério); view (ver, observar, opnião, parcer); examination (exame); superintendence (superintendência, direção); survey (visão, lauda de inspeção, levantamento) care (cuidado, guarda); control, supervisão, fiscalização); oversigth (supervisão, chefia); reviw (revista, exame).
A figura do inspetor, nomeado de diferentes modos ao longo da história em acordo com sua situação hierárquica e função, acompanhou as transformações educacionais: Inspetor-Geral ou Paroquial no período imperial, Inspetor de Distrito ou Supervisor na era republicana; em alguns momentos, os serviços de Inspetoria foram denominados de Diretoria de Instrução.
Segundo Aguiar (1991, p.185) “A inspeção escolar aparece pela primeira vez na legislação de ensino, em 1932, na reforma CAMPOS do ensino secundário (Decreto Federal nº 21.241, de 04-05-1932 – Artigos 63 a 86”, embora seu surgimento tenha ocorrido desde os tempos mais remotos da educação brasileira.
A figura do inspetor escolar como fiscal permanente efetivou-se em 1934. Essa fiscalização direcionou-se durante toda a trajetória na história da educação brasileira, pois atendia aos interesses da burocracia estatal, por isso, o inspetor escolar, além de legitimar o poder do Estado, deixava de ter uma prática que contribuía para a melhoria do ensino e abrangia exigências do poder para sociedade vigente.
As funções do inspetor escolar têm sido alteradas ao longo do tempo, passando de fiscalizadora e burocrática, para um fazer mais democrático e dialógico, servindo de intermédio entre as atividades escolares e as políticas do sistema educacional. Segundo Barbosa (2008, p. 19): “É preciso que o Inspetor Escolar deixe de ter uma atuação fiscalizadora e exclusivamente administrativa para ter também uma atuação pedagógica, podendo assim, contribuir na melhoria da qualidade do processo ensino aprendizagem”. Percebe-se que essas mudanças vão acontecendo entre tensões e conflitos, tendo em vistas as especificidades e a complexidade do próprio cargo, bem como, a dificuldade em conciliar as atividades administrativas e pedagógicas nas redes de ensino. Além disso, as inúmeras reformas educacionais que foram implantadas no Brasil e, em especial, em Minas Gerais, forçaram os inspetores a uma atualização constante. Por isso, o Inspetor tem uma grande concentração nos aspectos Administrativos, Financeiros e Pedagógicos das Unidades Escolares, trabalhando inclusive, como agente sóciopolítico.
Inclusive, como o Inspetor Escolar está sempre em contato com as comunidades escolares e tem um papel importante na comunicação entre os órgãos da administração do sistema e os estabelecimentos de ensino que o integram, “volta-se para: organização e funcionamento da escola e do ensino, a regularidade funcional dos corpos docente e discente, a existência de satisfatórios registros e documentação escolar…” (RESOLUÇÃO305/83).
As ações do Inspetor não se limitam, evidentemente, apenas nas aplicações de normas, mas, também, nas ações de revisão ou mudanças na legislação, numa perspectiva crítica adequada à realidade social a que se destina, dando conhecimento à administração do sistema das consequências da aplicação dessas mesmas normas.
Portanto, o papel do Inspetor Escolar no processo democrático é de fundamental importância social sob o ponto de vista educacional, pois se torna a presença ou a representação, a ação do Estado ou do órgão executivo e Legislativo “in loco”, nas Instituições de Ensino. Inclusive, por causa da aplicação das normas que podem ser verificadas a sua adequação na práxis operativa do Sistema Educacional.
De acordo com o parecer CEE/MG Nº. 794/83:
(...), pode-se pensar na Inspeção como um processo usado pela administração do sistema para assegurar a comunicação entre os órgãos centrais e as unidades operacionais e vice-versa, tendo em vista a verificação e avaliação do cumprimento da legislação do ensino e a consequente orientação, correção e realimentação das ações, sempre com a preocupação última de se obter a melhoria da educação escolar.
Por essa razão, este trabalho tem o objetivo de fazer uma análise sobre a história da Inspeção Escolar, ou seja, como se originou o cargo de inspetor, quais são as suas atribuições, e o cotidiano do trabalho dos Inspetores nas escolas.
A pesquisa bibliográfica foi realizada para fundamentar os temas que envolvem o surgimento da função de Inspetor Escolar bem como suas atribuições e o dia a dia do seu trabalho, através de livros, artigos, revistas, dissertações e teses.
HISTÓRIA DA INSPEÇÃO ESCOLAR
Na educação brasileira, as primeiras atividades que podemos associar à inspeção escolar ou de acordo com a linguagem da época, à supervisão – podem ser localizadas no Império. Assim de acordo com Saviani, (2002, p.23) O regulamento de 17 de fevereiro de 1854, no âmbito das reformas Couto Ferraz, estabeleceu como missão do inspetor geral “supervisionar, seja pessoalmente, seja por seus delegados ou pelos membros do Conselho Diretor, todas as escolas, colégios, casas de educação, estabelecimentos de instrução primária e secundária, públicos e particulares”.[...] Além disso, cabia também ao inspetor geral presidir os exames dos professores e lhes conferir o diploma, autorizar a abertura de escolas particulares e até mesmo rever os livros, corrigi-los ou substituí-los por outros.
A Inspeção Escolar aparece, pela primeira vez, na legislação do Ensino em 1932, na reforma de Campos através de sois decretos: nº 19.890/31 (que organiza o ensino rimário) e nº 21.241/32 (que consolida essa organização). O primeiro estabeleceu uma posição fiscalizadora no serviço de inspeção, tendo em vista a rigidez que foi imposta aos inspetores: visitas frequentes às escolas; assistir às aulas dos professores; assistir aos exercícios e trabalhos práticos dos alunos; acompanhar a realização de provas parciais; de provas finais, podendo ainda arguir, atribuir notas aos alunos e até mesmo modificar questões, quando entendesse necessário.
O segundo normatizou o serviço de inspeção, apresentando aquela que pode ser considerada a primeira organização ou planificação da carreira. Por este Decreto o cargo de inspetor é distribuído entre: Inspetor de Estabelecimento (observância dos dispositivos legais, meta relativa ao aperfeiçoamento do ensino, revisão das provas parciais e finais da instituição); Inspetor-Assistente (adaptação de programas, organização de testes, visita constante aos estabelecimentos da inspetoria regional); Inspetor Regional (a ocupação principal era fiscalizar e orientar os serviços dos inspetores, manter em ordem e em dia os fichários da inspetoria, solucionar problemas, julgar provas parciais, visitar estabelecimentos da inspetoria regional, emitir mensalmente relatórios, prover cargos mediante concursos de provas, fixar residência na sede da Inspetoria Regional); e os Assistentes e Regionais (para quem eram distribuídos os serviços e o número de visitas às escolas de maneira conveniente às demandas existentes).
A partir de 1942, com a Lei Orgânica do Ensino Primário, os Estados e o Distrito 
Federal ficaram responsáveis pela criação e fiscalização do ensino primário. Com as Leis4024/61, 5692/71 é estendido aos Estados e ao Distrito Federal a responsabilidade de toda a educação básica, bem como a incumbência de inspecionar e reconhecer os cursos mantidos por eles.
Quando a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº. 4.024 de 20/12/1961), ao delegar competência aos Estados e ao Distrito Federal para autorizar, reconhecer e inspecionar os estabelecimentos de ensino primário e médio não pertencente à União estabeleceu também a qualificação do responsável pela inspeção conforme o artigo 65: “O Inspetor de Ensino, escolhido por concurso de títulos e provas, deve possuir conhecimentos técnicos e pedagógicos demonstrados de preferência no exercício de funções de magistério, de auxiliar de administração escolar ou na direção de estabelecimento de ensinos”(BRASIL:1961).
Mais tarde, essa prerrogativa é ampliada, com os municípios tornando-se sistemas de ensino autônomos, a partir da publicação da Lei 9394/96, passando a manter os seus próprios inspetores escolares. Ou seja, dessa forma, cada sistema de ensino passou a organizar o seu próprio serviço de inspeção escolar.
Por outro lado, com base na mesma Lei nº 9394/96, tendo em vista o processo de redemocratização do ensino e a autonomia que foi concedida às escolas, alguns Estados brasileiros preferiram excluir de seus quadros, nas Secretarias de Educação, os cargos de inspetor escolar substituindo-os por “supervisor de ensino”, “supervisor pedagógico”,“supervisor escolar”, ou, simplesmente, deixando os serviços antes realizados por inspetores, a cargo de profissionais lotados nas Secretarias de Educação e nomeados, temporariamente, sob o regime de cargo de confiança.
Em Minas Gerais esse movimento foi diferente, devido, entre outros fatores, às lutas empreendidas pelos próprios inspetores, que, organizados entre si, forçaram a permanência do cargo, com as adequações necessárias presentes nas reformas educacionais implantadas pelos governos mineiros.
No período de 1835 a 1944, a inspeção era feita nos moldes da inspeção federal, seguindo a normatização de cada Reforma Federal. A partir da década de 40, a inspeção passou a ser organizada exclusivamente pelo sistema mineiro de educação, pouco a pouco, afirmando-se em sua relevância como serviço educacional, provocando a criação das inspetorias seccionais e as municipais, sendo estas vinculadas, inicialmente a SEE/MG e, mais tarde, às DREs.
Com essa integração (década de 60) os inspetores começaram a se fortalecer, tendo em vista o contato mais direto, mediante a participação conjunta em eventos e encontros promovidos pela SEE/MG. Desses encontros surge a Associação Mineira dos Inspetores Seccionais e mais tarde a Associação Mineira de Inspetores Escolares (AMIE). Esta Associação é que vai conduzir e sustentar as reivindicações da classe de inspetores, no que diz respeito à profissionalização, à carreira, aos direitos e às vantagens, interferindo, ainda, de forma positiva nas atribuições desse profissional, que vão se alterando ao longo do tempo.
Com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº. 9394/96 a formação profissional do Inspetor Escolar foi mantida. Contudo em seu artigo 64 estabelece que a formação do Inspetor Escolar se dê em cursos de pós-graduação: “A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em Cursos de Graduação em Pedagogia ou em nível de Pós Graduação, a critério da instituição de ensino, garantida nesta formação, a base comum nacional” (LBDN 9394/96).
Atualmente, o Inspetor Escolar possui uma jornada de trabalho de 40 horas semanais e está sujeito ao regime de dedicação exclusiva. (Lei nº. 9.347/86 e Decreto nº.26.250/86).
O INSPETOR ESCOLAR E SUAS ATRIBUIÇÕES
As instituições de ensino vêm sofrendo constantes transformações mudaram os alunos, mudou a função social da escola exigindo, portanto, mudança de sua organização e funcionamento. Assim essas instituições preparam profissionais qualificados que estejam à altura dessa nova sociedade em transformação. Assim como a sociedade que sofre modificações continuamente, a legislação educacional em nosso país também sofreu modificações por diversas vezes e estas afetaram as estruturas profissionais de quem trabalha na Educação. Entre eles a do Inspetor Escolar.
É necessário, portanto, compreendermos como foram às transformações profissionais do Inspetor Escolar, os benefícios que ocorreram mediante as mudanças da Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9394/96 para essa profissão, em quais situações ele deve agir e intervir profissionalmente e qual sua situação dentro das unidades escolares.
Ao realizarmos uma leitura mais atenta da LDBN e de alguns de seus artigos remetemos a algumas competências que o Inspetor Escolar pode exercer, em ação solidária com as escolas e seus diretores, pedagogos e professores e em interação com setores das secretarias estaduais e municipais e dos órgãos regionais de educação.
A Inspeção Escolar é correição, auditoria, orientação e assistência técnica. Esses profissionais são os olhos e os ouvidos do Poder Público na escola. Além disso, o Inspetor Escolar deve ser orientado profissionalmente conforme o Art. 4º da Resolução Secretaria Estadual de Ensino nº. 305/83: I - comunicação entre os órgãos da administração superior do sistema e os estabelecimentos de ensino que o integram; II - verificação e avaliação das condições de funcionamento dos estabelecimentos de ensino; III - orientação e assistência aos estabelecimentos de ensino na aplicação das normas do sistema; IV - promoção de medidas para a correção de falhas e irregularidades verificadas nos estabelecimentos de ensino, visando à regularidade do seu funcionamento e a melhoria da educação escolar.V - informação aos órgãos decisórios do sistema sobre a impropriedade ou inadequação de normas relativas ao ensino e sugestão de modificações, quando foro caso.
Com relação à conquista da autonomia da escola são atribuições do Inspetor Escolar:
– Integrar-se na elaboração do Plano de Desenvolvimento da Escola; sensibilizar a comunidade escolar para a importância do Plano de Desenvolvimento da Escola; participar das discussões dos usuários e profissionais da escola sob seu Plano de Desenvolvimento, esclarecendo as funções da comunidade escolar; auxiliar professores e especialistas a definir os componentes do Plano de Desenvolvimento da Escola, orientando-os sobre sua elaboração.
– Subsidiar a escola na elaboração e desenvolvimento do seu projeto pedagógico: esclarecer a escola sobre os padrões básicos (currículo, recursos humanos e insumos) indispensáveis à elaboração do processo pedagógico; orientar a escola na definição de sua proposta curricular, adequando-se às especificidades sócio-culturais da região e às necessidades, prioridades e possibilidades da comunidade à qual atende; analisar o calendário escolar considerando as especificidades da escola, as peculiaridades regionais e locais e as referências legais, zelando pelo seu cumprimento; participar da implementação do projeto pedagógico da escola, propondo a revisão de suas práticas educativas, quando necessário; orientar a escola na elaboração e revisão de normas regimental consoante as diretrizes estabelecidas em seu próprio projeto.
– Orientar a escola para a realização e a utilização de estudos e pesquisas que visem à melhoria da qualidade do ensino: encaminhar à escola os resultados da avaliação externa, orientando-a para a análise dos mesmos; subsidiar a escola na elaboração de estudos e projetos de pesquisa que visem à melhoria de ensino e à inovação pedagógica; promover o intercâmbio entre escolas e outras instituições para troca de experiências pedagógicas.
- Colaborar com a escola, orientando-a na definição de seu plano de capacitação de recursos humanos: subsidiar o levantamento e as necessidades de treinamento e capacitação dos profissionais da escola, a partir dos resultados da avaliação; promover a integração das propostas de treinamento e capacitação de conjuntos de escolas de seu setor e da jurisdição; tomar providências, junto à S.R.E, para que as propostas de capacitação se efetivem.
– Orientar a direção da escola na aplicação das normas referentes à Assembleia Escolar como instrumento de gestão democrática da escola.
– Incentivar a integração das escolas entre si e destas com a comunidade.
O Inspetor Escolar deve ainda assegurar o funcionamento regular da escola, interpretando e aplicando as normas do ensino. Nesse sentido o inspetor Escolar deve:
- Orientar a direção da escola na aplicação das normas referentes ao quadro pessoal.
– Tomar providências que assegurem o funcionamento regular da escola; e verificar a regularidade do funcionamento da escola tomando as providências necessárias. Propor a instauração de sindicância ou inquérito administrativo.
– Assegurar a autenticidade e a fidedignidade da escrituração escolar.
- Fazer cumprir a legislação pertinente à gratuidade do ensino.
O Inspetor Escolar tem ainda como atribuição a orientação da Escola pública na capacitação e aplicação de recursos financeiros. Dessa forma cabe ao Inspetor Escolar:
– Propor a criação e registro de caixa escolar para administrar os recursos financeiros; orientar a direção da escola sobre a organização e funcionamento de caixas escolares; informar e esclarecer a direção da escola sobre a necessidade da participação da Assembleia Escolar, na composição da Caixa escolar, na aplicação de seus recursos e na prestação de contas; auxiliar a direção da escola na identificação de possíveis fontes de recursos ou de estratégias para a obtenção e aplicação.
– Propor a celebração de convênios que concorram para a melhoria do ensino ministrado na escola: interpretar com a direção da escola a legislação que trata da celebração de convênios; esclarecer a direção da escola quanto às exigências e procedimentos referentes à celebração de convênios.
Quanto ao processo de organização do atendimento escolar em nível regional e local o Inspetor Escolar tem também atribuições definidas, tais como:
– Orientar as escolas e órgãos municipais de educação quando o levantamento da demanda escolar: informar a escola sobre os critérios, procedimentos e instrumentos necessários à realização do cadastro escolar; articular a integração entre as escolas, órgãos municipais de educação e a comunidade, buscando estratégias adequadas de divulgação e realização do cadastro escolar.
– Participar da definição da proposta de organização do atendimento à demanda escolar do município: analisar com as escolas e autoridades municipais as condições efetivas de atendimento à demanda escola do município; auxiliar a direção da escola e o órgão municipal de educação, no levantamento de estratégias diferenciadas de organização escolar, para atendimento à demanda nos diversos graus de modalidades de ensino.
– Orientar e acompanhar processos de criação, organização de escolas: Orientar a direção da escola e a entidade mantenedora quanto às exigências e requisitos necessários à criação e organização de escolas e participar da instrução do processo; elaborar o relatório de verificação “in loco”, para instruir o processo de criação, organização e organização de escolas.
Podemos perceber que a atuação da inspeção escolar é de fundamental importância e a gama de funções atribuídas a este profissional é extensa. Sendo assim, faz-se necessário mencionar qual a escolaridade exigida para atuar na área de inspeção escolar.
A FORMAÇÃO ESCOLAR EXIGIDA NO CARGO DE INSPEÇÃO
Podemos afirmar que a Lei 5540/68 pode ser considerada um marco no desenvolvimento da educação e também na oficialização do cargo de inspetor escolar, pois proporcionou sua formação pedagógica e em nível superior, onde o mesmo deixa de ter aquela figura controladora, fiscalizadora, para uma abrangência mais pedagógica constituindo-se antes um educador, preparado em área específica.
De acordo com Botelho, (1986, p.209):
A inspeção escolar e o preparo do seu pessoal haviam sido objeto de discussão a nível nacional já em 1968. A Lei 5692/71 havia regulamentado a formação do inspetor escolar em nível superior, sua admissão na carreira e sua remuneração, bem como determina a elaboração do Estatuto do Magistério onde se inscrevia, no caso de Minas, o cargo de inspetor escolar. A Lei da Reforma Universitária,5540/68, que antecedeu a lei de 71, gerou uma análise de estudos sobre as habilitações em pedagogia, inclusive sobre a figura do inspetor escolar.
Por outro lado, segundo Aguiar, (1991, p.194): “Art. 30 da Lei 5540/68 e art. 33 da Lei 5692/71 – A formação de administradores, planejadores, orientadores, inspetores, supervisores e demais especialistas de educação será feita em curso de graduação com duração plena ou curta, ou de pós-graduação”.
Antes da Reforma Universitária a inspeção era exercida por profissionais de diversas áreas diplomados em curso superior, mesmo possuindo habilitações sem nenhuma ligação direta com a educação.
Com a publicação da Lei Federal nº 9394/96, a inspeção aparece, ainda, listada entre os profissionais da educação. Com a aprovação das DCNs (Diretrizes Curriculares Nacionais) para o Curso de Pedagogia – Parecer CP/CNE nº 03/2006 e Resolução CEB/ CNE nº 01/2006, a ênfase nos Cursos de Pedagogia passa a ser a docência na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental. Dessa forma, as habilitações específicas são diluídas no Curso de Pedagogia, agora chamadas de campos de atuação do pedagogo.
Não havendo mais habilitações específicas, todo o pedagogo estaria apto a ser um inspetor escolar, o que daria um perfil mais abrangente a esse profissional, pois ele seria necessariamente um docente da educação infantil e das primeiras séries do ensino fundamental, por outro lado, essa junção reforça o papel dos cursos de pós-graduação lato-sensu para esta formação, pois os profissionais da educação teriam que buscar nestes cursosa habilitação específica, para a função inspetor escolar.
Faz se necessário comentar que tal fato pode comprometer a importância do trabalho dos IEs (Instituições de Ensino Superior), uma vez que, qualquer graduado pode se habilitar nessas especialidades através de um curso de pós-graduação, sem ter a formação básica obtida no Curso de Pedagogia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização deste trabalho possibilitou uma reflexão no papel histórico do Inspetor Escolar e suas atribuições. A presente pesquisa bibliográfica procurou analisar quais são as funções atribuídas ao serviço de inspeção e como ocorreu a trajetória histórica desse profissional.
Durante o estudo foi possível observar que ao longo de toda a trajetória do serviço de inspeção escolar esse profissional passou por constantes transformações quanto as suas atribuições. Passar do modelo centralizador, autoritário e burocrático e menos controlador, é o desafio dos Inspetores Escolares.
Este profissional pode assumir uma função relevante e significativa, ao exercer com competência e responsabilidade as funções de acompanhamento, apoio, supervisão, controle e avaliação das instituições escolares na implementação das políticas estabelecidas.
Sob essa nova perspectiva de se observar o serviço da Inspeção Escolar podemos dizer que, esse profissional é o elo entre a escola e a Superintendência Regional de Ensino–S.R.E onde está, por sua vez deve funcionar de forma que ajude a escola no esforço de assegurar ao aluno o acesso, a permanência e uma educação de qualidade.
A Inspeção Escolar, a partir dos novos paradigmas, passa a ser fortalecida pela integração dos profissionais na contribuição efetiva à organização e funcionamento das escolas, exercendo competências técnicas e políticas a serviço dos amplos objetivos da escola dentro uma sociedade democrática.
REFERÊNCIAS:
AGUIAR, José Márcio. Resoluções do Conselho Estadual de Educação de Minas 
Gerais. (Ensino Fundamental, Médio e Superior) Belo Horizonte: editora Lâncer LTDA,
BARBOSA. Maria Rita Leal da Silveira. Inspeção Escolar: Um olhar crítico. Uberlândia: Gráfica Composer Editora Ltda, 2008.
BOTELHO, Maria Clélia. Burocracia Estatal e Sistema Escolar: Uma relação mediatizada pela inspeção escolar. Tese de Doutorado, Faculdade de Educação. Universidade de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1986.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional – Lei nº. 9394/96 de 17 de Dezembro de 1996.
MENESES, João A. C. Princípios e Métodos de Inspeção Escolar. São Paulo: Saraiva,
MINAS GERAIS. Resolução SEE Nº 305 de 29 de dezembro de 1983.
MINAS GERAIS. Parecer CEE nº 794 de 29 de dezembro de 1983.
SAVIANI, Dermeval. A supervisão educacional em perspectiva histórica: da função à profissão pela mediação da idéia. In: FERREIRA, Naura Syria Carapeto (Org.). 
Supervisão educacional para uma escola de qualidade: da formação à ação. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2002. p.13-38.

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