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ESTATUTO DA CRIAÇA E ADOLECENTE ART. 64 Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado: Pena – Detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo. FUNDAMENTAÇÃO JURIDICA Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado: Pena – Detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou ELEMENTO OBJETIVO Relações de consumo são as que se estabelecem entre "fornecedor" e o "consumidor", tendo por objeto os "produtos" e "serviços". Entende-se por "consumidores" todos que compram ou utilizam produtos e serviços para uso próprio; "fornecedores" são empresas ou pessoas que produzem, montam, criam constroem, transformam, importam, exportam, distribuem ou vendem produtos ou serviços; "produto" é qualquer bem móvel (carro, sofá, etc.) ou imóvel (casa, terreno, etc.) e "serviço" é qualquer trabalho prestado mediante pagamento, inclusive serviços públicos, bancários, financeiros, de crédito e de seguros. ELEMENTO SUBJETIVO É dolo, não há previsão na conduta culposa. ELEMENTO NORMATIVO Nocividade e periculosidade EM JURIDICO TUTELADO a vida ou a saúde OBJETO MATERIAL o amparo penal é a relação do consumidor SUJEITO ATIVO é qualquer pessoa física inserta na cadeia de consumo que tenha o dever de comunicar ou recolher no mercado os produtos nocivos ou perigoso SUJEITO PASSIVO a coletividade de consumidores CONSUMAÇÃO crimes de perigo abstrato, nos quais se presume iure et de iure o perigo para o bem público, que emerge da simples realização da conduta. TENTATIVA inexistindo o crime em sua forma tentada MODALIDADE COMISSIVA Não admite MODALIDADE OMISSIVA trata de crime omissivo puro, já que sua consumação se perfaz por uma simples abstenção. AÇÃO PENAL A ação penal nos crimes contra o consumidor é pública incondicionada. Caso o Ministério Público não ajuíze a competente ação dentro do prazo legal, poderão os legitimados propor ação penal privada subsidiária da pública, conforme disciplina o artigo 100, parágrafo 3o do CP. PENA pena prevista é de seis meses a dois anos e multa, devendo o magistrado aplicar ambas penalidades POSSIBILIDADE DE CONCURSO DE CRIMES á no caso um concurso material entre os crimes previstos nos artigos 278 do Código Penal e artigos 63 e 64 do CDC POSSIBILIDADE DE CONCURSO DE PESSOAS Prevista no art. 75 do CDC Artigo 75: “ Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste Código, incide nas penas a esse cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou serviços e prestações de serviços nas condições por ele proibidas.” A norma em questão não deixa de ser redundante, eis que repete a regra geral do concurso de pessoas previsto no Código Penal, em seu artigo 29. POSSIBILIDADE DE SUSPENÇÃO CONDICIONAL DO PROCESS Possível já que a pena mínima cominada ao delito é inferior a um ano. AUMENTO E DIMINUIÃO DE PENA PARTICULARIDADES “se o agente, embora não comunicando o fato à autoridade, venha a fazê-lo aos consumidores, não se perfaz o crime”. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA Esses delitos têm as relações de consumo como objeto principal (imediato). O direito à vida, à saúde, ao patrimônio, etc., compõe o a sua objetividade jurídica secundária (mediata), isto é, são tutelados por eles de forma indireta ou reflexa, A forma culposa não foi contemplada neste dispositivo. Este dispositivo é um tipo penal aberto, pois caberá ao aplicador e intérprete dar o significado de nocividade e periculosidade JURISPRUDÊNCIA Recurso especial interposto pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios que tem como escopo dar prosseguimento a ação penal interrompida pelo reconhecimento da extinção da punibilidade e prescrição no crime previsto no art. 64 do CDC. Discussão acerca do momento que inicia a contagem da prescrição da referida conduta, O prazo prescricional do crime previsto no art. 64 do CDC inicia do surgimento do vício do produto ou serviço. ACÓRDÃO, Brasília, 08 de novembro de 1995. EXEMPLO Embora concluida a construção do prédio anteriormente à edição do Código de Defesa do Consumidor, os crimes previstos nos artigos 64, deste Instituto e do art. 132, do Código Penal, somente se consumaram com a omissão do síndico em comunicar aos condôminos, o risco de vida a que estariam expostos, por falhas estruturais detectadas em laudo pericial realizado pela Caixa Econômica Federal, quando já em vigor a lei protecionista em apreço. - Tendo os delitos se verificado em tal data, é dai que começa a fluir o lapso prescricional, que não completado, não há como ser decretada a prescrição Recurso conhecido para, reformado o acórdão recorrido, determinar se prossiga com a ação penal.
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