Buscar

Trabalho de História

Prévia do material em texto

Escola Estadual Aroldo de Azevedo
Trabalho
De
História
A Primeira Guerra Mundial
Valéria Conceição das Graças Santos 3º TC
São Paulo, Maio de 2017
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918)
 
Vários problemas atingiam as principais nações européias no início do século XX. O século anterior havia deixado feridas difíceis de curar. Alguns países estavam extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado de fora no processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande mercado consumidor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada uma das causas da Grande Guerra. Vale lembrar também que no início do século XX havia uma forte concorrência comercial entre os países europeus, principalmente na disputa pelos mercados consumidores. Esta concorrência gerou vários conflitos de interesses entre as nações. Ao mesmo tempo, os países estavam empenhados numa rápida corrida armamentista, já como uma maneira de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo. Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo entre os países, onde um tentava se armar mais do que o outro.
Existia também, entre duas nações poderosas da época, uma rivalidade muito grande. A França havia perdido, no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena para a Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O revanchismo francês estava no ar, e os franceses esperando uma oportunidade para retomar a rica região perdida.
O pan-germanismo e o pan-eslavismo também influenciou e aumentou o estado de alerta na Europa. Havia uma forte vontade nacionalista dos germânicos em unir, em apenas uma nação, todos os países de origem germânica. O mesmo acontecia com os países eslavos.
 
O início da Grande Guerra
O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). As investigações levaram ao criminoso, um jovem integrante de um grupo Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência da Áustria-Hungria na região dos Balcãs. O império austro-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra à Servia.
 
Política de Alianças
Os países europeus começaram a fazer alianças políticas e militares desde o final do século XIX. Durante o conflito mundial estas alianças permaneceram. De um lado havia a Tríplice Aliança formada em 1882 por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha ( a Itália passou para a outra aliança em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, formada em 1907, com a participação de França, Rússia e Reino Unido.
O Brasil também participou, enviando para os campos de batalha enfermeiros e medicamentos para ajudar os países da Tríplice Entente.
 
Desenvolvimento
As batalhas desenvolveram-se principalmente em trincheiras. Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de dias entrincheirados, lutando pela conquista de pequenos pedaços de território. A fome e as doenças também eram os inimigos destes guerreiros. Nos combates também houve a utilização de novas tecnologias bélicas como, por exemplo, tanques de guerra e aviões. Enquanto os homens lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas indústrias bélicas como empregadas.
 
Fim do conflito
Em 1917 ocorreu um fato histórico de extrema importância : a entrada dos Estados Unidos no conflito. Os EUA entraram ao lado da Tríplice Entente, pois havia acordos comerciais a defender, principalmente com Inglaterra e França. Este fato marcou a vitória da Entente, forçando os países da Aliança a assinarem a rendição. Os derrotados tiveram ainda que assinar o Tratado de Versalhes que impunha a estes países fortes restrições e punições. A Alemanha teve seu exército reduzido, sua indústria bélica controlada,  perdeu a região do corredor polonês, teve que devolver à França a região da Alsácia Lorena, além de ter que pagar os prejuízos da guerra dos países vencedores. O Tratado de Versalhes teve repercussões na Alemanha, influenciando o início da Segunda Guerra Mundial.
A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de mortos, o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas, destruiu indústrias, além de gerar grandes prejuízos econômicos. 
De cima para baixo e da esquerda para a direita: Trincheiras na Frente Ocidental; o avião bi-planador Albatros D.III; um tanque britânico Mark I cruzando uma trincheira; uma metralhadora automática comandada por um soldado com uma máscara de gás; o afundamento do navio de guerra Real HMS Irresistíble após bater em uma mina.
As Rivalidades Imperialistas no final do Século XIX
Quando o assunto é Imperialismo, alguns aspectos devem sempre ser analisados em conjunto. Os principais são: Nacionalismo, Neocolonialismo e junção entre o Capitalismo financeiro e o Capitalismo industrial. Esses aspectos resumem o panorama político, econômico e cultural de um período que vai desde a década de 1870 até o ano de 1914, ano em que teve início a Primeira Guerra Mundial.
O termo “Imperialismo” sugere, obviamente, uma “Era de Impérios”; em grande parte trata-se disso mesmo. Mas, conceitualmente falando, o Imperialismo do século XIX consistiu num tipo de política expansionista das principais nações europeias, que tinha por objetivo a busca de mercado consumidor, de mão de obra barata e de matérias-primas para o desenvolvimento das indústrias.
Esse fenômeno de expansão dos países europeus teve início a partir do momento em que, após as Revoluções Burguesas dos séculos XVII e XVIII e da formação das nações modernas na Europa (como Alemanha, Itália e França), houve um intenso processo de industrialização desses países. A industrialização gerou, por conseguinte, uma forte concorrência entre as nações, que passaram a disputar territórios e estabelecer as suas fronteiras com exércitos modernizados e uma sofisticada diplomacia. Esse processo acentuou gradualmente o caráter nacionalista dos países europeus.
Ao mesmo tempo, a industrialização também exigia uma integração econômica nunca antes vista. O capital gerado pela indústria, isto é, toda a riqueza do processo de produção – desde maquinários até produtos para consumo –, precisava de crédito e de sustentação financeira. Os setores do capital financeiro (bancos e bolsas de valores) passaram a se integrar com o setor das indústrias, criando assim maneiras de estruturar a complexidade da economia mundial integrada.
E, assim como nos séculos XV, XVI e XVII, nos quais nações europeias como Portugal e Espanha promoveram a colonização do continente americano (e dessas colônias extraíram matérias-primas e nelas desenvolveram sistemas de organização política e administrativa), as nações imperialistas industrializadas do século XIX promoveram a colonização de regiões da África, da Ásia e da Oceania.
O processo de expansão para essas regiões foi marcado por várias tensões e guerras. A África, por exemplo, teve seu território divido nesta época entre as nações europeias, num evento denominado Conferência de Berlim, ocorrido em novembro de 1884. Essa divisão caracterizou-se pela completa arbitrariedade, tribos africanas inteiras foram desagregadas com a divisão, enquanto que algumas se mesclaram com outras que eram suas rivais históricas. A Inglaterra, nessa época, ficou conhecida como o grande Império “onde o Sol não se põe”, exatamente por conta de sua vasta expansão, que integrava grandes países, como a Índia e a Austrália.
O Imperialismo chegou ao seu ponto de saturação no início do século XX, quando as tensões nacionalistas se tornaram mais veementes. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) é fruto direto dessa saturação.
Nacionalismo
Nacionalismo é um conceito desenvolvido para a compreensão de um fenômeno típico do século XIX: a ascensão de um certo sentimento de pertencimento a uma cultura, a uma região,a uma língua e a um povo (ou, em alguns dos argumentos nacionalistas, a uma raça) específicos, tendo aparecido pela primeira vez na França comandada por Napoleão Bonaparte e nos Estados Unidos da América. Tal fenômeno passou a ser assimilado pelas forças políticas que haviam absorvido os ideais iluministas de rejeição do Antigo Regime absolutista e que procuravam a construção de um Estado nacional de viés democrático e constitucional, no qual seus membros fossem cidadãos, e não súditos do rei.
Nesse sentido, o sentimento nacional do século XIX alcançou a condição de ideologia política. Diferentemente dos Estados nacionais europeus que se formaram nos séculos XVI e XVII, os Estados Nacionais do século XIX identificavam sua soberania no contingente de cidadãos que compunham a nação, e não na figura do monarca. Por esse motivo, a tendência ao regime político republicano tornou-se comum nesse período.
Além dessas características, há também um elemento indispensável para o entendimento do nacionalismo: a formação do exército nacional por cidadãos comuns, e não por aristocratas e mercenários, como ocorria nos Estados absolutistas. O exército napoleônico foi o primeiro grande exército nacional composto por pessoas que lutavam pela “nação francesa” e identificavam-se como membros de um só “corpo nacional”, de uma só pátria.
Com Napoleão Bonaparte nasceu o exército nacional francês, um elemento imprescindível para a composição da ideologia nacionalista Sendo assim, o nacionalismo, desenvolvido no século XIX, compreendeu um conjunto de sentimentos, ideias e atitudes políticas que resultaram na formação dos Estados-nações contemporâneos. Acompanham a formação desses Estados-nações as noções de soberania e de cidadania, garantidas por uma Constituição democrática. Além disso, noções como “povo”, fronteiras nacionais e herança cultural (incluindo a língua) dão suporte para a ideologia nacionalista. Processos históricos como a Unificação Italiana e a Unificação Alemã derivaram dessa ideologia.
Entretanto, o desenvolvimento dessa forma de organização política combinado com o advento das massas (grande aglomerado de pessoas em centros urbanos), que foi provocado pela Revolução Industrial, culminou, nas primeiras décadas do século XX, na Primeira Guerra Mundial e, posteriormente, na ascensão de regimes totalitários de viés nacionalista extremista, como o nazismo e o fascismo. As teorias racistas e defensoras da superioridade da raça ariana (branca) e da escolha do povo alemão como um povo encarregado de construir um império mundial, elaboradas pelo nazismo, foram variantes catastróficas da ideologia nacionalista.
A Crise na Região Balcânica
A crise nos Balcãs começou em 1908, quando a Áustria resolveu anexar ao seu território às províncias turcas da Bósnia e da Herzegovina, cobiçadas pela Sérvia e Rússia. A Alemanha declarou apoiar os austríacos. A Rússia, ainda não refeita dos prejuízos da guerra russo-japonesa, procurou uma aliança com a França e encorajou a Sérvia, a Bulgária, a Grécia e o Montenegro a vingarem as atrocidades cometidas pelos otomanos contra os eslavos da Macedônia com uma invasão militar na qual já estava previamente resolvido que, após a derrota dos turcos, a Albânia seria dada à Sérvia.
A vitória daqueles pequenos países balcânicos contra os turcos impressionou o mundo e alarmou a Áustria. Quando os vencedores desentenderam-se quanto à partilha, a Áustria, receosa da expansão Sérvia no ocidente, forçou diplomaticamente o reconhecimento da Albânia como Estado independente. Sem uma saída para o mar e frustrados nas suas pretensões, os sérvios aguçaram seu ódio contra os austríacos.
O nacionalismo sérvio relacionou-se com o pan-eslavismo, que se baseava na ideia de que todos os eslavos da Europa Oriental constituíam uma grande família, tendo o protetorado da Rússia. Simultaneamente ocorria um movimento de revanche que envenenou os franceses, recordando a derrota de 1870. Foi nesse clima de insegurança, de militarismo e de nacionalismo exacerbado, de acordos secretos e de alianças políticas que um estudante sérvio, Gavrilo Princip, assassinou em 28 de junho de 1914, em Sarajevo, capital da Bósnia, o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro da coroa austríaca.
A reação da Áustria contra a Sérvia aconteceu exatamente um mês depois do assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, os austríacos começaram a bombardear Belgrado. Com o bombardeio de Belgrado, entraram em choque as alianças políticas feitas anteriormente, iniciando assim os primeiros conflitos da Primeira Guerra Mundial.
O Sistema de Alianças e o Inicio da Guerra
No final do século XIX vários países europeus industrializados forjavam alianças e acordos que culminaram, no ano de 1914, na Primeira Guerra Mundial. A Alemanha havia passado pelo processo de unificação entre 1870-1871, tornando um Estado forte e industrializado, o líder alemão Bismarck derrotou a França na Guerra Franco-Prussiana (1871). Com essa derrota, a França perdeu para a Prússia (Estado que liderou a unificação alemã) as regiões da Alsácia e Lorena.
Os alemães, temerosos de alguma retaliação francesa e a fim de manter as fronteiras que haviam adquiridos, desenvolveram uma política externa de alianças, os principais países que se tornaram aliados da Alemanha foram o Império Austro-húngaro  e a Itália, juntos formaram a Tríplice Aliança.
A França, temerosa da ascensão alemã, procurou realizar alianças; o primeiro país que fechou acordos com os franceses foi a Rússia, após a França ter garantido vultosas quantias de empréstimos para a modernização e industrialização russa no século XIX. A Inglaterra era outro país que não estava satisfeito com o desenvolvimento econômico e industrial da Alemanha, logo se aproximou da Rússia e da França e formaram a Tríplice Entente na década de 1890.
Como vimos, antes do início do século XX o continente europeu se encontrava praticamente dividido em alianças e acordos: de um lado a Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália) e de outro, a Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia).
Com as alianças efetivadas no final do século XIX, cada bloco não possuía uma unidade e coesão interna, por exemplo, internamente a Tríplice Aliança possuía oposições, a Itália e a Áustria disputavam territórios; as divergências também ocorriam na Tríplice Entente, tanto a França quanto a Inglaterra não compactuavam com o regime czarista absolutista russo.
Além da política de alianças realizada antes do início do conflito, os países também praticavam a corrida armamentista, movidos pelo medo e pela desconfiança que pairava entre os europeus.
Antes do início da Primeira Guerra Mundial, em 1914, vários conflitos por questões territoriais envolveram os países europeus e suas colônias na África e na região do leste europeu, na região dos Balcãs. As alianças, os acordos e a corrida armamentista entre os países europeus já delineavam o esperado conflito mundial que ocorreu entre 1914 e 1918.
A Entrada dos EUA e a Saída da Rússia
Em 1914, o estouro da Primeira Guerra Mundial determinou o consumo de uma tensão que se desenvolvia entre as nações da Europa desde o século XIX. Antes da guerra, os Estados Unidos defendiam a política de “portas abertas” como a melhor solução para a forte concorrência imperialista. Nesse âmbito, as autoridades do governo dos EUA acreditavam que todos os imperialistas tinham direitos iguais na exploração dos territórios afro-asiáticos.
Apesar dessa premissa conciliadora, os países europeus preferiam a guerra como solução. Nesse novo contexto, os Estados Unidos passaram a lucrar à custa da Primeira Guerra Mundial. Em um curto espaço do tempo, as nações europeias necessitavam de enormes quantidades de alimentos e armas para o conflito. Mesmo que permanecendo neutro, por uma questão de interesse e afinidade, o governo norte-americano exportava seus produtos apenas às nações integrantes da Tríplice Entente.
O comportamento solidário dos EUA logo se aprofundou, principalmente quandoobservamos o empréstimo de recursos financeiros para a guerra na Europa. Até esse momento, o conflito se transformava em um evento bastante lucrativo e benéfico para a economia norte-americana. No âmbito político, os Estados Unidos esperavam que a nação pudesse se fortalecer ainda mais ao possivelmente assumir a condição de intermediadora dos tratados de paz.
Tais projeções mudariam de rumo no ano de 1917. Naquele ano, os russos abandonaram a Tríplice Entente com o desenvolvimento da Revolução Russa. Para as potências centrais, essa seria a oportunidade ideal para vencer o conflito. Não por acaso, os alemães puseram em ação um ousado plano de atacar as embarcações que fornecessem mantimentos e armas para a Inglaterra. Nesse contexto, navios norte-americanos foram alvejados pelos submarinos da Alemanha.
Nesse momento a neutralidade norte-americana se tornava insustentável por duas razões fundamentais. Primeiramente, porque a perda das embarcações representava uma clara provocação que exigia uma resposta mais incisiva do governo americano. Além disso, a saída dos russos aumentava o risco da Tríplice Entente ser derrotada e, consequentemente, dos banqueiros estadunidenses não receberem as enormes quantidades de dinheiro emprestado aos países em guerra.
No dia 6 de abril de 1917, os Estados Unidos declararam guerra contra os alemães e seus aliados. Um grande volume de soldados, tanques, navios e aviões de guerra foram utilizados para que a vitória da Entente fosse assegurada. Em pouco tempo, as tropas alemãs e austríacas foram derrotadas. Em novembro de 1918, o armistício de Compiègne acertou a retirada dos alemães e a rápida vitória da Tríplice Entente.
Intensas crises sociais marcaram as sociedades europeias no ano de 1917, em decorrência dos três primeiros anos de conflitos que marcaram a Primeira Guerra Mundial. Faltavam alimentos em várias localidades e o número de pessoas que morriam no front de batalha aumentou, juntamente com o número de feridos e mutilados. As crescentes mortes entre a população civil foram outro fator que acentuou as crises.
Decorridos três anos de guerra, algumas nações envolvidas no conflito tiveram que recompor seus contingentes de soldados e armamentos. Para isso, o alistamento militar passou a ser obrigatório e os reservistas camponeses foram convocados para ingressar na guerra. Esse fato causou graves problemas na Rússia, que, em 1917, enviava milhares de camponeses despreparados para a guerra.
Ainda no ano de 1917, a Rússia se encontrava em meio a uma desordem social, governada pelo poder absolutista do Czar Nicolau II, que impunha à sociedade russa altas taxas de impostos. A população reivindicava melhorias na qualidade de vida, redução das taxas de impostos e a saída do país da guerra, pois a manutenção da Rússia na guerra trazia ônus para a população.
Em fevereiro de 1917, o partido liberal-conservador russo, Menchevique, destituiu o Czar Nicolau II do poder e implantou um governo provisório com o apoio da burguesia. No mês de outubro de 1917, ocorreu a Revolução Socialista na Rússia. Liderado por Lênin e Trotsky, o partido revolucionário bolchevique conseguiu ingressar no poder após a vitória sobre os Mencheviques, implantando o socialismo e a nacionalização da economia.
Uma das primeiras medidas estipuladas pelos líderes bolcheviques foi anistiar os exilados e retirar os contingentes de soldados russos da Primeira Guerra. Dessa maneira, a Rússia retirou-se da guerra em razão dos enormes problemas políticos internos. Logo após a retirada da Rússia socialista da guerra, seu principal líder, Lênin, assinou junto à Alemanha um Tratado de Paz entre as nações. O Tratado foi denominado Brest-Litovsk (1918). Com ele, a Rússia perdeu vários territórios para a Alemanha, como a Estônia, a Lituânia, a Ucrânia e a Finlândia.
A retirada da Rússia da Primeira Guerra Mundial ancorou a Alemanha de forças. Diversos territórios ficaram livres para o deslocamento das tropas alemãs, possibilitando aos alemães um clima otimista, ou seja, a Alemanha reascendeu a crença na vitória durante a Primeira Guerra Mundial.
O Fim do Conflito
O final da primeira guerra mundial esta relacionada com o início da segunda, em vista que os interesses territoriais dos alemães não foram concretizados, pelo contrário, ainda tiveram que devolver a região de Alsacia e Lorena para a França, sem contar com diversas clausulas do Tratado de Versalhes que trouxe para a Alemanha uma regressão em sua economia. 
O tratado de Versalhes, assinado em 28 de junho de 1919, foi um acordo de paz assinado pelos países europeus que colocou um ponto final na primeira guerra mundial. A Alemanha assumiu a responsabilidade pelo conflito mundial e comprometeu-se a cumprir uma série de exigências políticas, econômicas e militares. Tais exigências foram impostas pelas nações vencedoras da primeira guerra mundial, mas a recém criada Liga das Nações, ou como conhecemos atualmente, ONU, ratificou o Tratado. 
No entanto, pode-se dizer que a Alemanha perdeu a guerra, pelo olhar político pelo menos, sendo que seu exercito não foi derrotado, na verdade o que trouxe o fim da guerra foi um golpe burguês organizado por pessoas que em sua maioria eram judeus, deste ponto nasce a raiva de Adolf Hitler por eles, pois naquela época ele era soldado e estava na linha de frente da batalha que queriam continuar batalhando.
As Consequências da Guerra para o Mundo
O pagamento de reparações onerosas impostas aos perdedores após a Primeira Guerra Mundial, durante um período inflacionário em toda a Europa na década de 1920 – outro resultado direto dos efeitos materiais de uma guerra catastrófica – causou uma hiperinflação da moeda alemã, o Reichsmark , por volta de 1923. Aquele período de hiperinflação combinado com os efeitos da Grande Depressão (iniciada em 1929) abalou seriamente a estabilidade da economia da Alemanha, acabando com as economias pessoais da classe média e gerando desemprego em massa.
O caos econômico em muito colaborou para aumentar a agitação social, desestabilizando a já frágil República de Weimar. Os esforços das potências europeias ocidentais para marginalizar a Alemanha, tiveram como resultado o enfraquecimento e isolamento de seus líderes democratas, fazendo surgir entre a população alemã a idéia de que era necessário recuperar seu prestígio nacional através da remilitarização e da expansão territorial.
A reviravolta social e econômica que se seguiu à Primeira Guerra Mundial em muito contribuiu para desestabilizar a incipiente democracia alemã, permitindo assim a ascensão de muitos partidos radicais de direita na Alemanha durante a República de Weimar. Tão destrutiva quanto as rígidas determinações do tratado de Versalhes era a crescente convicção de muitos alemães de que haviam sido "apunhalados pelas costas" pelos "criminosos de novembro" – ou seja, por aqueles que haviam ajudado a formar o novo governo de Weimar e a negociar a paz que os alemães tanto desejavam, mas que foi tratada de forma desastrosa no Tratado de Versalhes.
Muitos alemães pareciam haver se esquecido de que haviam, eles mesmos, elogiado a queda do Kaiser [Imperador], aprovado a reforma parlamentar democrática e comemorado o armistício. Eles faziam questão de apenas se lembrar de que a esquerda alemã – os socialistas, comunistas e, no imaginário popular também os judeus, – havia entregue a honra alemã em um tratado de paz vergonhoso, mesmo que nenhum exército estrangeiro houvesse pisado em solo alemão. O mito da Dolchstosslegende (punhalada nas costas) foi criado e difundido por já aposentados líderes militares alemães da época da Guerra que, já em 1918 sabendo que a Alemanha não mais tinha condições de manter a guerra, haviam aconselhado o Kaiser a pedir a paz. A lenda criada ajudou a desacreditar ainda mais os círculos socialistas e liberais alemães, que eram os que mais se dedicavam a manter a frágil experiência democrática alemã.
Os Vernunfts republikaner ("republicanos racionais"), entre eles o historiador Friedrich Meineckee o escritor alemã que havia recebido o prêmio Nobel, Thomas Mann, inicialmente haviam resistido à reforma democrática mas, devido aos problemas do pós-guerra sentiram-se na obrigação de apoiar a República de Weimar, como a menos pior das alternativas possíveis. Eles tentaram afastar seus compatriotas da polarização entre a esquerda e a direita radicais. As promessas da direita nacionalista alemã de revisar o Tratado de Versalhes, pela força caso necessário, conquistavam cada vez mais simpatizantes em círculos respeitados pela opinião pública. Enquanto isso, os rumores de uma iminente ameaça comunista, após a eclosão da Revolução Bolchevique na Rússia e dos breves golpes e revoluções comunistas na Hungria (Bela Kun) e na própria Alemanha (i.e. a Revolta Espartacista, Spartakusaufstand ), começavam a alterar o equilíbrio da balança da opinião política alemã decididamente em prol das causas da direita.
Enquanto os agitadores da esquerda cumpriam pesadas sentenças na cadeia por gerarem inquietação política, os ativistas radicais de direita, como Adolf Hitler, cujo Partido Nazista havia tentado depor o governo da Bavária e iniciar uma "revolução nacional" no Beer Hall Putsch em novembro de 1923, cumpriram apenas nove meses dos cinco anos de suas sentenças por traição, considerada crime capital. Foi enquanto cumpria sua sentença na prisão, que Hitler escreveu seu manifesto político, Mein Kampf (Minha Luta).
As dificuldades criadas pela agitação social e econômica após a Guerra, pelos termos onerosos do tratado de paz, e pelo simples medo de uma possível tomada do poder pelos comunistas, fez com que as classes médias alemãs colocassem em dúvida as soluções democráticas pluralistas da Alemanha de Weimar. Os problemas também alimentaram o desejo da população para ter um governo com grande autoridade, um tipo de liderança que os eleitores alemães, eventual e infelizmente encontraram em Adolf Hitler e em seu Partido Nacional-Socialista. Condições semelhantes também beneficiaram os sistemas de direita autoritários e totalitários do leste europeu, iniciando-se pelos países derrotados. Todos esses eventos colaboraram para o aumento dos níveis de intolerância e para a concordância popular com o anti-semitismo e com as violentas formas de discriminação contra as minorias nacionais da região.
Por fim, a destruição e a perda catastrófica de vidas ocorridas durante a Primeira Guerra Mundial resultou no que poderia ser descrito como desespero cultural em muitas nações que haviam participado dos combates. A decepção com as políticas nacionais e internacionais e um sentimento de desconfiança em relação aos líderes políticos e funcionários governamentais, permeavam a consciência de um público que havia testemunhado os danos de um conflito devastador que havia durado quatro anos. A maioria dos países europeus perdeu práticamente toda uma geração de homens jovens. Embora alguns escritores glorificassem a violência da guerra e o contexto nacional do conflito, como o alemão Ersnt Jünger, em sua obra datada de 1920, entitulada “Tempestades de Aço”, Stahlgewittern, na verdade foi o relato vivo e realista dos combates nas trincheiras, retratados na obra-prima de Erich Maria Remarque “Nada de Novo no Front” (Im Westen nichts Neues), datada de 1929, que conseguiu captar a experiência das tropas nas frentes de batalha e expressar a alienação da "geração perdida", que retornava ao lar após a Guerra e se sentia incapaz de se adaptar aos tempos de paz, e ao mesmo tempo era tragicamente incompreendida pelos civis que não haviam testemunhado os horrores da Guerra em primeira mão.
Em alguns círculos, essa indiferença e essa desilusão com as políticas bélicas e os conflitos auxiliaram a aumentar o sentimento pacifista. Nos Estados Unidos a opinião pública era a favor do retorno ao isolacionismo; e esse sentimento popular foi o fundamento da recusa do senado norte-americano em ratificar o Tratado de Versalhes e aprovar a inclusão dos EUA na Liga das Nações proposta pelo presidente Wilson. Para uma geração de alemães, aquela alienação social e desilusão política foi retratada na obra “E agora, seu moço?” (Kleiner Mann, was nun?), do escritor alemão Hans Fallada, uma história sobre um alemão "comum" em meio ao tumulto da crise econômica e do desemprego, e igualmente vulnerável às palavras sedutoras dos políticos radicais de esquerda e de direita. A obra de Fallada, de 1932, retratou com precisão a Alemanha de sua época: um país imerso em inquietações econômicas e sociais e polarizado entre as duas extremidades do espectro político. Muitas das causas dessa desordem tiveram suas origens na Primeira Guerra Mundial e no período que a seguiu; e o caminho em seguida tomado pela Alemanha resultaria em uma guerra ainda mais destrutiva nos anos vindouros.

Continue navegando