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Aula 12
Jurisprudências STF e STJ: Leis Penais, Direito Penal e Processo Penal p/ Carreiras
Policiais
Professores: Alexandre Herculano, Vinicius Silva
 
Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. 
Teoria e Exercícios 
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 12 
 
 
Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 79 
Aula 12 ± Crimes Contra a Dignidade Sexual. Lei nº 
7.210/84 (Execução Penal) 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Crimes Contra a Dignidade Sexual 1 
2. Lei nº 7.210/84 (Execução Penal) 13 
3. Questões propostas 48 
4. Questões comentadas 58 
5. Gabarito 79 
 
 
Olá, meus caros amigos! 
Vamos encaminhando nosso curso para a conclusão, ou seja, hoje 
estamos chegando na aula de n°. 12, cumprindo nosso papel de passar 
para vocês os principais aspectos jurisprudenciais acerca do Direito Penal, 
Processual Penal e da Legislação Penal Extravagante para carreiras 
policiais. 
O tema da aula de hoje são os crimes contra a dignidade sexual, 
que sofreram uma importante reforma em 2009, onde o crime de estupro 
teve sua conduta típica ampliada para englobar agora o que antes era 
chamado de atentado violento ao pudor. 
Vamos estudar 6 julgados importantes para as provas de concursos, 
principalmente para carreiras policiais. 
 
1. Crimes Contra a Dignidade Sexual 
Primeiramente, para vamos mais uma vez ambientar vocês aos 
crimes cuja jurisprudência será comentada aqui vamos verificar qual a lei 
seca correspondente. 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência 
ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a 
praticar ou permitir que com ele se pratique outro 
 
Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. 
Teoria e Exercícios 
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 12 
 
 
Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 79 
ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 
12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) 
anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de 
natureza grave ou se a vítima é menor de 18 
(dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: 
 (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) 
anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
§ 2o Se da conduta resulta morte: 
 (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) 
anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
 Art. 214 - (Revogado pela Lei nº 
12.015, de 2009) 
Violação sexual mediante fraude (Redação 
dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro 
ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou 
outro meio que impeça ou dificulte a livre 
manifestação de vontade da 
 
Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. 
Teoria e Exercícios 
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 12 
 
 
Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 79 
vítima: (Redação dada pela Lei nº 12.015, 
de 2009) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) 
anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, 
de 2009) 
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim 
de obter vantagem econômica, aplica-se também 
multa. (Redação dada pela Lei nº 12.015, 
de 2009) 
 Art. 216. (Revogado pela Lei nº 
12.015, de 2009) 
 Assédio sexual (Incluído pela Lei nº 
10.224, de 15 de 2001) 
 Art. 216-A. Constranger alguém com o 
intuito de obter vantagem ou favorecimento 
sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição 
de superior hierárquico ou ascendência inerentes 
ao exercício de emprego, cargo ou 
função. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 
15 de 2001) 
 Pena ± detenção, de 1 (um) a 2 (dois) 
anos. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 
de 2001) 
 Parágrafo 
único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 
10.224, de 15 de 2001) 
 § 2o A pena é aumentada em até um terço 
se a vítima é menor de 18 (dezoito) 
 
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Teoria e Exercícios 
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anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
 
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL 
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 Sedução 
 Art. 217 - (Revogado pela Lei nº 
11.106, de 2005) 
Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei 
nº 12.015, de 2009) 
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro 
ato libidinoso com menor de 14 (catorze) 
anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) 
anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as 
ações descritas no caput com alguém que, por 
enfermidade ou deficiência mental, não tem o 
necessário discernimento para a prática do ato, ou 
que, por qualquer outra causa, não pode oferecer 
resistência. (Incluído pela Lei nº 12.015, 
de 2009) 
§ 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 
12.015, de 2009) 
 
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§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de 
natureza grave: (Incluído pela Lei nº 
12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) 
anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
§ 4o Se da conduta resulta morte: 
 (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) 
anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
 Corrupção de menores 
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) 
anos a satisfazer a lascívia de outrem: 
 (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) 
anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, 
de 2009) 
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela 
Lei nº 12.015, de 2009) 
Satisfação de lascívia mediante presença de 
criança ou adolescente (Incluído pela Lei 
nº 12.015, de 2009) 
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém 
menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a 
presenciar, conjunção carnal ou outro ato 
 
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libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou 
de outrem: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) 
anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
Favorecimento da prostituição ou de outra forma 
de exploração sexualde criança ou adolescente ou 
de vulnerável. (Redação dada pela Lei 
nº 12.978, de 2014) 
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à 
prostituição ou outra forma de exploração sexual 
alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por 
enfermidade ou deficiência mental, não tem o 
necessário discernimento para a prática do ato, 
facilitá-la, impedir ou dificultar que a 
abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, 
de 2009) 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) 
anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de obter 
vantagem econômica, aplica-se também 
multa. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
§ 2o Incorre nas mesmas penas: (Incluído 
pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 
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I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato 
libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e 
maior de 14 (catorze) anos na situação descrita 
no caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 
12.015, de 2009) 
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo 
local em que se verifiquem as práticas referidas 
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei 
nº 12.015, de 2009) 
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui 
efeito obrigatório da condenação a cassação da 
licença de localização e de funcionamento do 
estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 
12.015, de 2009) 
Veja, pelo teor dos dispositivos que foram colacionados acima, que 
os chamados crimes sexuais sofreram uma enorme mudança em 2009, 
com a entrada em vigor da Lei n°. 12.015/09, que veio a modificar 
praticamente todos os dispositivos relativos aos aludidos crimes. Essa 
mudança deve ser levada sempre muito em consideração, haja vista a 
possibilidade de ser cobrada em concurso. As bancas examinadoras 
adoram questões relacionadas a novidades legislativas e mudanças de 
dispositivos legais. 
Vamos agora trabalhar alguns julgados relativos aos crimes acima. 
O primeiro tem o escopo de versar sobre a possiblidade de concurso 
do crime de estupro e do crime de atentado violento ao pudor, conduta 
incorporada ao tipo penal do estupro, a partir de 2009. 
O estupro (art. 213 do CP), de acordo com a nova lei 12.015/2009, 
é o chamado tipo penal misto alternativo. 
 
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Portanto, se o agente, no mesmo contexto fático, pratica conjunção 
carnal e outro ato libidinoso contra uma só vítima, pratica um só crime do 
art. 213 do CP. 
O atentado violento ao pudor agora é figura típica, no entanto trata-
se de estupro, o que ocorreu foi a chamada continuidade normativo-
típica, e não a abolitio criminis. 
Houve, então, apenas uma mudança no local onde o delito era 
previsto, mantendo-se, contudo, a previsão de que essa conduta se trata 
de crime. 
É possível aplicar retroativamente a lei 12.015/2009 para o agente 
que praticou estupro e atentado violento ao pudor, no mesmo contexto 
fático e contra a mesma vítima, e que havia sido condenado pelos dois 
crimes (arts. 213 e 214) em concurso. 
De acordo com a jurisprudência do STJ, como a lei 12.015/2009 
unificou os crimes de estupro e atentado violento ao pudor em um mesmo 
tipo penal, deve ser reconhecida a existência de crime único na conduta 
do agente, caso as condutas tenham sido praticadas contra a mesma 
vítima e no mesmo contexto fático, devendo - se aplicar essa orientação 
aos delitos cometidos antes da vigência da lei n° 12.015/2009, em face 
do princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica. 
 
 
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1262E5o/RS, Rei. Min. Regina Helena 
Costa, julgado em 05/08/2014. 
STJ. 6ª Turma. HC 212.305/DF, Rel. Min. Marilza Maynard (Des.Conv. 
TJ/SE}, julgado em 24/04/2014 (lnfo 543). 
 
O segundo julgado é explorado em provas de forma muito 
frequente. Versa sobre o crime de estupro de vulnerável, que teve uma 
alteração substancial, pois deixaram de existir os crimes de (estupro com 
violência presumida por ser menor de 14 anos) e também o de (atentado 
violento ao pudor com violência presumida por ser menor de 14 anos). 
 
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A ideia aqui é saber o que seria essa violência presumida, ou seja, 
será se podemos afirmar que o ato sexual ou qualquer ato libidinoso 
praticado com menor de 14 anos pode ser interpretado como ato 
decorrente de violência, independentemente do consentimento da vítima 
para a prática do ato e da experiência que ela obteve de relações sexuais 
pretéritas. 
Se o agente pratica conjunção carnal ou atentado violento ao pudor 
com um adolescente de 13 anos, existe crime mesmo que a vítima 
consinta com o ato sexual? Mesmo que a vítima e o adulto estejam 
vivenciando um relacionamento amoroso? Mesmo que a vítima já tenha 
tido outras experiências sexuais? 
A resposta para as perguntas é afirmativa, vamos ver a tese que foi 
fixada pelo STJ em sede de recurso repetitivo. 
 
"Para a caracterização do crime de estupro de vulnerável previsto no art. 
217-A, caput, do Código Penal, basta que o agente tenha conjunção 
carnal ou pratique qualquer ato libidinoso com pessoa menor de 14 anos. 
O consentimento da vítima, sua eventual experiência sexual anterior ou a 
existência de relacionamento amoroso entre o agente e a vítima não 
afastam a ocorrência do crime." 
STJ. 3ª Seção. REsp 1.480.881-PI, Rei. Min. Rogerio Schietti, julgado em 
26/8/2015 (recurso repetitivo) (lnfo 568). 
De acordo com o STJ, analisando o julgado acima, podemos afirmar 
que a violência é presumida, ou seja, a conjunção carnal ou qualquer 
outro ato libidinoso praticado com menor de 14 anos já configura 
violência presumida, por conta da idade reduzida da vítima e a sua 
incapacidade de decidir acerca da sua vida sexual. Presume-se que a 
vítima não tenha maturidade suficiente para consentir com o ato sexual, 
ainda que advenha de experiência anteriores. 
O nosso terceiro julgado é relativo à consumação do crime de 
atentado violento ao pudor ou de estupro, a depender da época em que 
foi cometido. 
 
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o quarto e despiu-se e passou a mão no corpo da vítima, após deitou na 
cama, oportunidade em que a menor conseguiu fugir. O crime de estupro 
de vulnerável estaria consumado? 
A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que o crime se 
consumou. 
 
Para que o crime seja considerado consumado, não é indispensável que o 
ato libidinoso praticado seja invasivo (introdução do membro viril nas 
cavidades da vítima). Logo,toques íntimos podem servir para consumar o 
delito. STJ. 6ª Turma. REsp 1.309.394-RS, Rei. Min. Rogerio 
Schietti Cruz, Julgado em 3/2/2015 (lnfo 555). 
 
Da mesma fora, o STJ entende que o crime se consuma apenas com 
o fato de o agente delituoso deitar-se na cama com o membro viril por 
cima da vítima. Se for o caso de a vítima ser menor de 14 anos, estaria 
consumado o crime de estupro de vulnerável. 
 
 
A consumação do delito de estupro de vulnerável (art. 217-A do Código 
Penal) dá-se não apenas quando há conjunção carnal, mas sim todas as 
vezes em que houver a prática de qualquer ato libidinoso com menor de 
14 anos. No caso, o agente deitou-se por cima da vítima com o membro 
viril à mostra, após retirar-lhe as calças, o que, de per si, configura ato 
libidinoso para a consumação do delito de estupro de vulnerável. O STJ 
entende que é inadmissível que o Julgador, de forma manifestamente 
contrária à lei e utilizando-se dos princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade, reconheça a forma tentada do delito, em razão da 
alegada menor gravidade da conduta. STJ. 6ª Turma. REsp 1.353.575-
PR, Rei. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 5/12/2013 (lnfo 
533). 
 
 
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Ou seja, ainda que se alegue a menor gravidade do delito, não é 
admissível levar esse fato em conta para reconhecer a forma tentada do 
delito. 
Vamos agora verificar um julgado que tem relação com o fato de 
termos a vítima menor de 14 anos, no entanto, sem a comprovação 
formal por meio da certidão de nascimento. Seria possível comprovar a 
menoridade e até mesmo para fins de vulnerabilidade (menor de 14 anos) 
através de outros meios? 
 
O STJ responde ao questionamento de forma afirmativa, ou seja, é 
possível a comprovação por outros meios. Vejamos. 
 
Nos crimes sexuais contra vulnerável, quando inexiste certidão de 
nascimento atestando ser a vítima menor de 14 anos na data do fato 
criminoso, o STJ tem admitido a verificação etária a partir de outros 
elementos de prova presentes nos autos. Em suma, a certidão de 
nascimento não é o único meio idôneo para se comprovar a idade da 
vítima, podendo o juiz valer-se de outros elementos. 
No caso concreto, mesmo não havendo certidão de nascimento da vítima, 
o STJ considerou que esta poderia ser provada por meio das informações 
presentes no laudo pericial, das declarações das testemunhas, da 
compleição física da vítima e das declarações do próprio acusado. STJ. 5ª 
Turma. AgRg no AREsp 12.700-AC, voto vencedor Rei. Min. Walter 
de Almeida Guilherme (Desembargador convocado do TJ/SP), Rei. 
para acórdão Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/3/2015 (lnfo 
563). 
 
Aqui se trtata de um exemplo em que não vigora a regra da prova 
tarifada, em que uma prova tem mais valor que outra. Não é absoluta a 
forma de comprovação da menoridade da vítima. 
Nosso penúltimo julgado versa sobre um dispositivo legal previsto 
na Lei de Crimes Hediondos. Vejamos. 
 
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Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os 
crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 
2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, 
caput e sua combinação com o art. 223, 
caput e parágrafo único, 214 e sua 
combinação com o art. 223, caput e 
parágrafo único, todos do Código Penal, são 
acrescidas de metade, respeitado o limite 
superior de trinta anos de reclusão, estando 
a vítima em qualquer das hipóteses referidas 
no art. 224 também do Código Penal. 
 
A pergunta que se faz é se o dispositivo acima aplicar-se-ia ao novo 
tratamento que se deu aos crimes sexuais. A resposta foi dada pelo STJ 
em 2012. Na oportunidade o Tribunal da Cidadania proferiu decisão emq 
eu ficou firmardo o entendimento de que houve revogação tácita em 
relação à referida causa de aumento de pena. Vejamos. 
Com o advento da Lei n° 12.015/og, que deu novo tratamento aos 
denominados "Crimes contra a Dignidade Sexual", houve revogação tácita 
da causa de aumento prevista no art. 9°, da Lei n° 8.072/go (Lei de 
Crimes Hediondos). Assim, essa causa especial de aumento de pena 
prevista na lei de crimes hediondos, referente ao acréscimo de metade da 
pena, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, foi revogada 
em relação ao crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP). STJ. 6ª 
Turma. HC 107.949-SP, Rei. Min. Og Fernandes, julgado em 
18/9/2012. 
 
Por fim, vamos a um crime cuja tipificação fica demonstrada de 
forma muito comum no cotidiano. Trata-se do crime de favorecimento da 
prostituição, tipificado no art. 318-B, do CP. Vejamos. 
 
 
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O cliente que conscientemente se serve da prostituição de adolescente, 
com ele praticando conjunção carnal ou outro ato libidinoso, incorre no 
tipo previsto no inciso I do § 2° do art. 218-B do CP (favorecimento da 
prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou 
adolescente ou de vulnerável), ainda que a vítima seja atuante na 
prostituição e que a relação sexual tenha sido eventual, sem 
habitualidade. STJ. 6ª Turma. HC 288.374-AM, Rei. Min. Nefi 
Cordeiro, julgado em 5/6/2014 (lnfo 543). 
 
Portanto, favorece a prostituição aquele que conscientemente 
pratica ato sexual com adolescente, ainda que de forma não habitual. 
 
2. Lei nº 7.210/84 (Execução Penal) 
 
 
Da Execução das Penas em Espécie 
 
Dos Regimes 
 
 Pessoal, quem estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará 
o cumprimento da pena privativa de liberdade, será o Juiz, na sentença. 
 Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo 
processo ou em processos distintos, a determinação do regime de 
cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, 
observada, quando for o caso, a detração ou remição. Sobrevindo 
condenação no curso da execução, somar-se-á a pena ao restante da que 
está sendo cumprida, para determinação do regime. 
 
 Vejamos duas questões de prova sobre o assunto: 
 
(CESPE ± SEJUS - ES) O regime inicial da execução da pena privativa 
 
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de liberdade é estabelecido na sentença de condenação, observadas a 
natureza e a quantidade da pena, bem como a reincidência e as 
circunstâncias judiciais da fixação da pena-base. 
 
(CESPE ± Juiz - SE) A pena unificada para atender ao limite de trinta 
anos de cumprimento previsto no Código Penal é considerada para a 
concessão de outros benefícios, como o livramento condicional. 
 
Gabarito: C, E. 
 
 
 A pena privativa de liberdade será executada em forma 
progressivacom a transferência para regime menos rigoroso, a ser 
determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um 
sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento 
carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as 
normas que vedam a progressão. 
 A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do 
Ministério Público e do defensor. Idêntico procedimento será adotado na 
concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas. 
 
 Vocês precisam saber que o pagamento da multa não está 
previsto como um dos requisitos necessários para a progressão de 
regime. Apesar disso, o STF entendeu que esse pagamento poderá ser 
exigido porque a análise dos requisitos necessários para a progressão de 
regime não se restringe ao referido art. 112 da LEP. Em outras palavras, 
outros elementos podem, e devem, ser considerados pelo julgador na 
decisão quanto à progressão. 
 Dessa forma, para o STF, o julgador, atento às finalidades da pena 
e de modo fundamentado, está autorizado a lançar mão de outros 
requisitos, não necessariamente enunciados no art. 112 da LEP, mas 
 
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extraídos do ordenamento jurídico, para avaliar a possibilidade de 
progressão no regime prisional, tendo como objetivo, sobretudo, o exame 
do merecimento do sentenciado. 
 
 Vejamos uma questão de prova sobre o assunto: 
 
(CESPE ± Juiz - SE) Não se admite a progressão de regime de 
cumprimento de pena antes do trânsito em julgado da sentença 
condenatória. 
 
Gabarito: E. 
 
 O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação 
de seu programa e das condições impostas pelo Juiz. Entretanto, só 
poderá ingressar no regime aberto o condenado que: 
9 estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo 
imediatamente (condenado maior de 70 anos; 
condenado acometido de doença grave; condenada 
com filho menor ou deficiente físico ou mental e 
condenada gestante. Essas pessoas poderão ser 
dispensadas do trabalho) 
9 apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos 
exames a que foi submetido, fundados indícios de que irá 
ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, 
ao novo regime. 
 
 Vejamos duas questões de prova sobre o assunto: 
 
(CESPE ± SEJUS - ES) Para o ingresso do condenado no regime aberto, 
bastam a comprovação de aptidão física para o trabalho e a de oferta 
idônea de emprego ou a de condições para o trabalho autônomo. 
Beneficiários 
de regime 
aberto em 
residência 
particular. 
 
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(CESPE_2008_SGA_ADV) A condenada gestante, desde que 
beneficiária do regime aberto, poderá se recolher em residência 
particular. 
Gabarito: C, E. 
 
 O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão 
de regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e 
obrigatórias: 
9 permanecer no local que for designado, durante o repouso 
e nos dias de folga; 
9 sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados; 
9 não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização 
judicial; 
9 comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas 
atividades, quando for determinado. 
 
 O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, 
a requerimento do Ministério Público, da autoridade administrativa ou do 
condenado, desde que as circunstâncias assim o recomendem. 
 Seguindo, a execução (art. 118) da pena privativa de liberdade 
ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos 
regimes mais rigorosos, quando o condenado: 
9 praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; 
9 sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada 
ao restante da pena em execução, torne incabível o regime 
de soma e unificação das penas. 
 
 Para a regressão de regime, diante da prática de novo crime, nos 
termos do art. 118 da LEP, é dispensável a existência de sentença 
condenatória ou do trânsito em julgado, desde que essa regressão 
 
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seja em caráter cautelar. Para a regressão definitiva, é necessária a 
inequívoca comprovação de que o sentenciado praticou o delito. 
 
 Das Autorizações de Saída 
 
 Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-
aberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do 
estabelecimento (concedida pelo diretor), mediante escolta, quando 
ocorrer um dos seguintes fatos: 
9 falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, 
ascendente, descendente ou irmão; 
9 necessidade de tratamento médico. 
 A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração 
necessária à finalidade da saída. 
 
 Vejamos uma questão de prova sobre o assunto: 
 
(CESPE ± SGA - ADV) Em caso de falecimento ou de doença grave de 
cônjuge do preso, deverá ser permitida a visita do preso a seu cônjuge, 
sob custódia. 
 
Gabarito: C. 
 
 
 Saída temporária 
 
 Saída temporária é uma autorização concedida pelo juiz da 
execução penal, aos condenados que cumprem pena em regime 
semiaberto por meio da qual ganham o direito de saírem 
temporariamente do estabelecimento prisional. Isso, sem vigilância 
direta, com o intuito de: 
9 visitarem a família; 
 
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9 frequentarem curso supletivo profissionalizante, de ensino médio 
ou superior; ou 
9 participarem de outras atividades que ajudem para o seu retorno 
ao convívio social. 
 
 
 O juiz pode determinar que, durante a saída temporária, o 
condenado fique utilizando um equipamento de monitoração eletrônica 
(tornozeleira eletrônica). 
 Os presos provisórios que já foram condenados (ainda sem trânsito 
em julgado) e estão cumprindo a pena no regime semiaberto podem ter 
direito ao benefício da saída temporária, desde que preencham os 
requisitos legais que veremos abaixo. 
 O STJ já decidiu que o benefício de saída temporária no âmbito da 
execução penal é ato jurisdicional insuscetível de delegação à autoridade 
administrativa do estabelecimento prisional. 
 
 A autorização para saída temporária será concedida por ato 
motivado do Juiz da execução, devendo este ouvir antes o Ministério 
Público e a administração penitenciária que irão dizer se concordam ou 
não como o benefício. 
 A concessão da saída temporária dependerá da satisfação dos 
seguintes requisitos (art. 123 da LEP): 
9 comportamento adequado do reeducando; 
9 cumprimentomínimo de 1/6 da pena (se for 
primário) e 1/4 (se reincidente). 
 Deve-se lembrar que o apenado só terá direito à saída temporária 
se estiver no regime semiaberto. No entanto, a jurisprudência permite 
que, se ele começou a cumprir a pena no regime fechado e depois 
progrediu para o semiaberto, aproveite o tempo que esteve no regime 
 
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fechado para preencher esse requisito de 1/6 ou 1/4. Ou seja, ele não 
precisa ter 1/6 ou 1/4 da pena no regime semiaberto. 
 Poderá se valer do tempo que cumpriu no regime fechado para 
preencher o requisito objetivo. Foi isso o que o STJ quis dizer ao editar a 
6~PXOD�����³3DUD�REWHQomR�GRV�EHQHItFLRV�GH saída temporária e trabalho 
externo, considera-se o tempo de cumprimento da pena no regime 
IHFKDGR�´ 
9 compatibilidade do benefício com os objetivos da 
pena. 
 
 
 Cabe ressalta que o simples fato de o condenado que cumpria 
pena no regime fechado ter ido para o regime semiaberto não significa 
que, automaticamente, ele terá direito ao benefício da saída temporária. 
Isso porque o juiz deverá analisar se ele preenche os demais requisitos 
do art. 123 da LEP (STJ. 6ª Turma. RHC 49.812/BA, Rel. Min. Maria 
Thereza de Assis Moura, julgado em 06/11/2014). 
 
 Quantidade de saídas por ano e tempo de duração: 
 
9 Cada preso terá o máximo de 5 saídas temporárias por ano 
(1 mais 4 renovações); 
9 Cada saída temporária tem duração máxima de 7 dias. Em 
outras palavras, o preso receberá a autorização para ficar 
7 dias fora do estabelecimento prisional; 
9 Entre uma saída temporária e outra deve haver um 
intervalo mínimo de 45 dias. 
 
 No caso da saída temporária para estudo, o prazo da saída 
temporária será igual ao necessário para as atividades discentes. 
 
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 Pessoal, o prazo máximo seria de 35 dias. Pois, o apenado tem 
direito a cinco saídas temporárias, cada uma de, no máximo, sete 
dias. Isso significa que, somando todas as cinco, ele terá direito a, no 
máximo, trinta e cinco dias de saída temporária por ano. É possível que o 
condenado tenha mais de sete saídas por ano, se fosse respeitado o 
prazo máximo de trinta e cinco dias por ano? O STJ entendeu que sim. 
Para o tribunal, podem ser concedidas mais que cinco saídas temporárias 
ao longo do ano, desde que seja respeitado o prazo máximo de 35 
dias por ano. Por exemplo, o juiz pode autorizar que o condenado saia 
sete vezes por ano, desde que em cada uma dessas saídas ele só fique 
até cinco dias fora, com o objetivo de não extrapolar o limite anual de 35 
dias por ano. 
 Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as 
seguintes condições: 
9 o condenado deverá fornecer o endereço onde reside a 
família a ser visitada ou onde poderá ser encontrado 
durante o gozo do benefício; 
9 o condenado deverá se comprometer à ficar recolhido na 
residência visitada, no período noturno; 
9 o condenado não poderá frequentar bares, casas noturnas 
e estabelecimentos congêneres. 
 Além dessas, o juiz pode fixar outras condições que entender 
compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal do 
condenado. Nesse caso, chamamos de condições judiciais (ou 
facultativas). 
 Outro detalhe é o seguinte, o benefício da saída temporária será 
automaticamente revogado quando o condenado: 
9 praticar fato definido como crime doloso (não se exige 
condenação; basta a notícia); 
 
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9 for punido por falta grave (aqui se exige que o condenado 
tenha recebido punição disciplinar); 
9 desatender as condições impostas na autorização; ou 
9 revelar baixo grau de aproveitamento do curso. 
 
 A recuperação do direito à saída temporária dependerá da 
absolvição no processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou 
da demonstração do merecimento do condenado. 
 
 Da Remição 
 
 O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou 
semiaberto poderá remir (possível nas hipóteses de prisão cautelar), 
por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. Sendo 
que a contagem do tempo será feita à razão de: 
9 1 dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar - 
atividade de ensino fundamental, médio, inclusive 
profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação 
profissional - divididas, no mínimo, em 3 dias; 
9 1 dia de pena a cada 3 dias de trabalho. 
 
 As atividades de estudo poderão ser desenvolvidas de forma 
presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser 
certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos 
frequentados. Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas 
diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se 
compatibilizarem. Cabe ressaltar que o preso impossibilitado, por 
acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a 
beneficiar-se com a remição. 
 
 
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 A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o 
Ministério Público e a defesa. 
 O tempo remido será computado como pena cumprida, para 
todos os efeitos. 
 Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos. 
 
 
 Vejamos uma questão de prova sobre o assunto: 
 
(CESPE ± SEJUS - ES) É assegurado ao preso, em regime fechado ou 
semi-aberto, o desconto do tempo da pena privativa de liberdade pelo 
trabalho, na proporção de três dias trabalhados por um dia de pena, 
sendo tal benefício chamado remição. 
 
(CESPE ± SGA ± Agente Penitenciário) O preso impossibilitado de 
prosseguir no trabalho, por acidente, continuará a beneficiar-se com a 
remição. 
 
(CESPE - Defensor Público - CE) Bernardo, condenado definitivamente 
pela prática de crimes de furto simples em continuidade delitiva a uma 
pena de quatro anos e oito meses de reclusão em regime semi-aberto, 
além da pena de multa, vinha desenvolvendo trabalho interno na 
penitenciária, o que possibilitaria a remição de parte do tempo de 
execução da pena. No entanto, sofreu acidente de trabalho, ficando 
impossibilitado de prosseguir exercendo a atividade laborativa. Nessa 
situação, Bernardo continuará a se beneficiar com a remição. (CERTO) 
 
Gabarito: C, C, C. 
 
 O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido 
de 1/3 no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior 
 
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durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão 
competente do sistema de educação. 
 O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e 
o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso 
de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de 
execução da pena ou do período de prova. 
 
 Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do 
tempo remido, recomeçando a contagem a partir da data da infração 
disciplinar. Segundo o STJ, reconhecida falta grave, a perda de até 1/3 do 
tempo remido (art. 127 da LEP) pode alcançar dias de trabalho (ou de 
estudo) anteriores à infração disciplinar e que ainda não tenham sido 
declarados pelo juízo da execução no cômputo da remição. Por outro lado, 
a perda dos dias remidos não pode alcançar os dias trabalhados (ou 
de estudo) após o cometimento da falta grave. 
 A autoridade administrativa encaminhará mensalmente (muito 
cuidado com este prazo) ao juízo da execução cópia do registro de todos 
os condenados que estejam trabalhando ou estudando, com informação 
dos dias de trabalho ou das horas de frequência escolar ou de atividades 
de ensino de cada um deles. 
 O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal 
deverá comprovar mensalmente, por meio de declaração da respectiva 
unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar. 
 Constitui o crime de falsidade ideológica declarar ou atestar 
falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição. 
 
 Do Livramento Condicional 
 
 O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da 
execução, presentes os requisitos no Código Penal, ouvidos o Ministério 
Público e Conselho Penitenciário. 
 
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 Requisitos do livramento condicional 
 Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao 
condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) 
anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for 
reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em 
crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução 
da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão 
para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o 
dano causado pela infração; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação 
por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico 
em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
 
 Mas o que seria o livramento condicional? Livramento condicional é 
um benefício da execução penal concedido ao condenado preso, 
consistindo no direito de ele ficar em liberdade, cumprindo algumas 
condições, isso, desde que preencha os requisitos previstos na lei. 
 Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento com a 
cópia integral da sentença em duas vias, remetendo-se uma à 
autoridade administrativa incumbida da execução e outra ao Conselho 
Penitenciário. 
 Para que o condenado tenha direito ao livramento condicional, 
deverá atender aos seguintes requisitos (objetivos subjetivos): 
 
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 Objetivos 
 
 O condenado deve ter: 
9 sido sentenciado a uma pena privativa de liberdade igual ou 
superior a 2 anos; 
9 reparado o dano causado com o crime, salvo se for 
impossível fazê-lo; 
9 cumprido parte da pena, quantidade que irá variar 
conforme ele seja reincidente ou não: 
x Condenado não reincidente em crime doloso e com bons 
antecedentes: basta cumprir mais de 1/3 (um terço) da 
pena. É chamado de livramento condicional 
simples; 
x Condenado reincidente em crime doloso: deve cumprir 
mais de 1/2 (metade) da pena para ter direito ao 
benefício. É o livramento condicional qualificado; 
x Condenado por crime hediondo ou equiparado, se não 
for reincidente específico em crimes dessa natureza: 
deve cumprir mais de 2/3 (dois terços) da pena. É o 
livramento condicional específico; 
x Condenado por crime hediondo ou equiparado, se for 
reincidente específico em crimes dessa natureza: não 
terá direito a livramento condicional. 
 
 Subjetivos 
 
 O condenado deve ter: 
 
9 Bom comportamento carcerário, a ser comprovado pelo 
diretor da unidade prisional; 
9 Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; 
 
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9 Aptidão para prover a própria subsistência mediante 
trabalho honesto; 
9 Para o condenado por crime doloso, cometido com 
violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do 
livramento ficará também subordinada à constatação de 
condições pessoais que façam presumir que o liberado não 
voltará a delinquir. 
 
 A prática de crime no curso do livramento condicional não pode 
ser considerada como falta grave e não gera, por isso, a perda de 1/3 
dos dias remidos (art. 127 da LEP). 
 O cometimento de novo delito durante a vigência do livramento 
condicional já traz graves consequências que são previstas no art. 88 do 
Código Penal. Esse dispositivo não menciona a perda dos dias remidos. 
 Desse modo, não há a possibilidade de imposição de faltas 
disciplinares ao beneficiado com o livramento condicional. STJ. 6a Turma. 
HC 271.907-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 27/3/2014. 
 
 Seguindo, caso seja permitido ao liberado residir fora da comarca 
do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da sentença do livramento 
ao Juízo (onde liberado será advertido da obrigação de apresentar-se 
imediatamente) do lugar para onde ele se houver transferido e à 
autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção. 
 Reformada a sentença denegatória do livramento, os autos 
baixarão ao Juízo da execução, para as providências cabíveis. 
 
 
 A cerimônia do livramento condicional será realizada solenemente 
no dia marcado pelo Presidente do Conselho Penitenciário, no 
 
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estabelecimento onde está sendo cumprida a pena, observando-se o 
seguinte: 
9 a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais 
condenados, pelo Presidente do Conselho Penitenciário ou 
membro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz; 
9 a autoridade administrativa chamará a atenção do 
liberando para as condições impostas na sentença de 
livramento; 
9 o liberando declarará se aceita as condições. 
 Tudo será lavrado em livro próprio e remetido cópia desse 
termo ao Juiz da execução. 
 
 
 Revogação 
 
 Se o condenado que recebeu o livramento condicional envolver-se 
em determinadas situações, ele terá o seu benefício revogado. 
 O art. 86, o CP traz duas hipóteses que geram a revogação 
obrigatória do benefício. Já o art. 87, por sua vez, são previstos casos em 
que essa revogação é facultativa, uma vez que, mesmo ocorrendo, o juiz 
pode decidir manter o livramento. 
 
 Revogação obrigatória (art. 86) 
 
 Revoga-se obrigatoriamente o livramento se o indivíduo 
liberado for novamente condenado definitivamente a uma pena privativa 
de liberdade: 
1. por crime cometido durante a vigência do benefício 
Consequências da revogação (art. 88 do CP). 
 
 Consequências da revogação: 
 
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x O tempo em que ele esteve solto não será computado 
como pena cumprida; 
x Não poderá ser concedido novo livramento condicional 
em relação à mesma pena pela qual ele já havia 
recebido o benefício; 
x Não se pode somar o restante da pena do primeiro 
delito com a do segundo para fins de concessão de 
novo livramento condicional. 
2. por crime cometido antes da vigência do benefício e desde 
que, somando as duas penas, não seja possível manter o 
benefício. 
 
 Consequências da revogação: 
 
x O tempo em que ele esteve solto será computado 
para abater sua pena; 
x Poderá ser concedido novo livramento condicional, 
desde que o condenado cumpra os requisitos 
objetivos e subjetivos; 
x É possível somar o restante da pena do primeiro 
delito com a do segundo para fins de concessão de 
novo livramento condicional. 
 
 Revogação facultativa (art. 87) 
 
 Existem também duas hipóteses de revogação facultativa: 
1. Se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações 
constantes da sentença; 
2. Se o liberado for irrecorrivelmente condenado, por crime 
ou contravenção, a pena que não seja privativa de 
liberdade. 
 
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 Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência 
do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o 
período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livramento, 
a soma do tempo das 2 (duas) penas. 
 No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena 
o tempo em que esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em 
relação à mesma pena, novo livramento. 
 A revogação será decretada a requerimento do Ministério 
Público, mediante representação do Conselho Penitenciário, ou, de 
ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado. 
 Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá ordenar 
a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, 
suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, 
entretanto, ficará dependendo da decisão final. 
 O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério 
Público ou mediante representação do Conselho Penitenciário, julgará 
extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do livramento 
sem revogação. 
 
 
Da Monitoração Eletrônica 
 
 Primeira coisa que o aluno deve saber é que o juiz poderá definir, 
durante a execução da pena, a fiscalização por meio da monitoração 
eletrônica quando: 
9 autorizar a saída temporária no regime semiaberto; 
9 determinar a prisão domiciliar. 
 
 
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 O condenado que estiver sendo monitorado, será instruído 
acerca dos cuidados que deverá adotar com o equipamento eletrônico e 
dos seguintes deveres: 
9 receber visitas do servidor responsável pela monitoração 
eletrônica, responder aos seus contatos e cumprir suas 
orientações; 
9 abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar 
de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica 
ou de permitir que outrem o faça. 
 
 A violação comprovada dos deveres acima poderá acarretar, a 
critério do juiz da execução (e não do diretor) ouvidos o Ministério 
Público e a defesa: 
9 a regressão do regime; 
9 a revogação da autorização de saída temporária; 
9 a revogação da prisão domiciliar. 
 
 
 A monitoração eletrônica poderá ser revogada: 
9 quando se tornar desnecessária ou inadequada; 
9 se o acusado ou condenado violar os deveres a que 
estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer falta 
grave. 
 
 
 Vejamos uma possível questão de prova sobre o assunto: 
 
(Inédita - 2016 - Agente Penitenciário) Julgue os itens abaixo, 
com base na Lei de Execução Penal. 
O juiz poderá definir, durante a execução da pena, a fiscalização por 
meio da monitoração eletrônica quando autorizar a saída temporária. 
Poderá ser 
aplicada 
advertência 
por escrito 
caso o juiz da 
execução na 
aplique uma 
das medidas. 
 
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Gabarito: C. 
 
 Das Penas Restritivas de Direitos 
 
 Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva de 
direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a requerimento do 
Ministério Público, promoverá a execução, podendo, para tanto, 
requisitar, quando necessário, a colaboração de entidades públicas ou 
solicitá-la a particulares. 
 Segundo a norma, em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, 
motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das penas de 
prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim de semana, 
ajustando-as às condições pessoais do condenado e às características do 
estabelecimento, da entidade ou do programa comunitário ou estatal. 
 
 Da Prestação de Serviços à Comunidade 
 
 Caberá ao Juiz da execução: 
9 designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, 
devidamente credenciado ou convencionado, junto 
ao qual o condenado deverá trabalhar gratuitamente, deacordo com as suas aptidões; 
9 determinar a intimação do condenado, cientificando-o 
da entidade, dias e horário em que deverá cumprir a 
pena; 
9 alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às 
modificações ocorridas na jornada de trabalho. 
 
 O trabalho terá a duração de 8 horas semanais e será realizado 
aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis, de modo a não 
 
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prejudicar a jornada normal de trabalho, nos horários estabelecidos pelo 
Juiz. A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento. 
 O Código Penal, em seu art. 46 § 3º , diz que será uma hora de 
trabalho por um dia de condenação, sendo que como a semana só tem 7 
dias, a LEP está em contradição. Prevalece o Código Penal, visto que é 
mais coerente, além de ser alteração por lei mais nova (9.714/98): "§ 3º 
As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões 
do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por 
dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de 
trabalho". 
 Seguindo,a entidade beneficiada com a prestação de serviços 
encaminhará mensalmente, ao Juiz da execução, relatório 
circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a qualquer 
tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar. 
 
 Da Limitação de Fim de Semana 
 
 Caberá ao Juiz da execução determinar a intimação do 
condenado, cientificando-o: 
9 do local; 
9 dias e horário em que deverá cumprir a pena. 
 
 
 
 A execução terá início a partir da data do primeiro 
comparecimento. 
 
 Segundo a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340, de 2006), nos 
casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o 
comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e 
reeducação. 
 
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 O estabelecimento designado encaminhará, mensalmente, ao Juiz 
da execução, relatório, bem assim comunicará, a qualquer tempo, a 
ausência ou falta disciplinar do condenado. 
 
 Da Interdição Temporária de Direitos 
 
 Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade competente a 
pena aplicada, determinada a intimação do condenado. Caso seja pena de 
interdição de proibição do exercício de cargo, função ou atividade 
pública, bem como de mandato eletivo, a autoridade deverá, em 24 
horas, contadas do recebimento do ofício, baixar ato, a partir do qual a 
execução terá seu início. E no caso de proibição do exercício de 
profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de 
licença ou autorização do poder público; e suspensão de autorização 
ou de habilitação para dirigir veículo, o Juízo da execução determinará a 
apreensão dos documentos, que autorizam o exercício do direito 
interditado. Pessoal, cabe lembra que as penas de interdição estão 
elencadas no art. 47 do CP. Vejamos todas: 
 
"Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade 
pública, bem como de mandato eletivo; (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
 II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que 
dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do 
poder público;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir 
veículo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 IV ± proibição de frequentar determinados lugares. (Incluído 
pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
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 V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou 
exame públicos. (Incluído pela Lei nº 12.550, de 2011)" 
 
 A autoridade deverá comunicar imediatamente ao Juiz da 
execução o descumprimento da pena. Essa comunicação poderá ser feita 
por qualquer prejudicado. 
 
 Da Suspensão Condicional 
 
 Pessoal aqui, trata-se um instituto despenalizador oferecido pelo 
Ministério Público ou querelante ao acusado que tenha sido denunciado 
por crime cuja pena mínima seja igual ou inferior a 1 ano e que não 
esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, 
desde que presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão 
condicional da pena. 
 A suspensão condicional do processo está prevista no art. 89 da 
Lei nº 9.099/95. No entanto, cabe ressaltar que não se aplica apenas aos 
processos do juizado especial (infrações de menor potencial ofensivo), 
mas sim em todos aqueles cuja pena mínima seja igual ou inferior a 1 
ano, podendo, portanto, a pena máxima ser superior a 2 anos. 
 Caso o acusado aceite a proposta, o processo ficará suspenso 
pelo prazo de 2 a 4 anos (período de prova), desde que ele aceite cumprir 
determinadas condições impostas pela lei e outras que podem ser fixadas 
pelo juízo. 
 Falando de período de prova, é importante saber que este é o 
prazo no qual o processo ficará suspenso, devendo o acusado 
cumprir as condições impostas neste lapso temporal. O período de prova 
é estabelecido na proposta de suspensão e varia de 2 até 4 anos. 
 O acusado que aceitar a proposta de suspensão condicional do 
processo deverá se submeter às condições impostas pela lei e a outras 
que podem ser fixadas pelo juízo. São elas: 
9 reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; 
 
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9 proibição de frequentar determinados lugares; 
9 proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem 
autorização do Juiz; 
9 comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, 
mensalmente, para informar e justificar suas atividades; 
9 não ser processado por outro crime ou contravenção. 
 
 
Se descumpridas as condições impostas durante o período de prova da 
suspensão condicional do processo, o benefício poderá ser revogado, 
mesmo se já ultrapassado o prazo legal, desde que referente a fato 
ocorrido durante sua vigência. 
STJ. 3ª Seção. REsp 1.498.034-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, 
julgado em 25/11/2015 (recurso repetitivo) (Info 574). 
 
 O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena privativa de 
liberdade, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a suspensão 
condicional, quer a conceda, quer a denegue. Mas se concedida a 
suspensão, o Juiz especificará as condições a que fica sujeito o 
condenado, pelo prazo fixado. 
 O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício,a requerimento do 
Ministério Público ou mediante proposta do Conselho 
Penitenciário, modificar as condições e regras estabelecidas na 
sentença, ouvido o condenado. 
 A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas nos 
Estados, Territórios e Distrito Federal por normas supletivas, será 
atribuída a serviço social penitenciário, Patronato, Conselho da 
Comunidade ou instituição beneficiada com a prestação de serviços, 
inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo Ministério Público, ou 
ambos, devendo o Juiz da execução suprir, por ato, a falta das normas 
supletivas. 
 
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 O beneficiário, ao comparecer periodicamente à entidade 
fiscalizadora, para comprovar a observância das condições a que está 
sujeito, comunicará, também, a sua ocupação e os salários ou proventos 
de que vive. 
 A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente ao 
órgão de inspeção, para os fins legais, qualquer fato capaz de acarretar a 
revogação do benefício, a prorrogação do prazo ou a modificação das 
condições. 
 Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita comunicação 
ao Juiz e à entidade fiscalizadora do local da nova residência, aos quais o 
primeiro deverá apresentar-se imediatamente. 
 O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, poderá, 
todavia, conferir ao Juízo da execução a incumbência de estabelecer as 
condições do benefício, e, em qualquer caso, a de realizar a audiência 
admonitória. 
 Pessoal, transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a 
lerá ao condenado, em audiência, advertindo-o das consequências de 
nova infração penal e do descumprimento das condições impostas. 
 Caso seja intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 
dias, o réu não comparecer injustificadamente à *audiência admonitória, 
a suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena. 
 
*Audiência admonitória é aquela em que os magistrados estabelecem 
condições para o cumprimento do regime aberto, as quais, se 
desobedecidas, podem provocar a regressão de regime. Estarão 
presentes o magistrado, o representante do ministério público, o 
condenado e seu advogado. As condições são dadas ou anunciadas ao 
condenado e ao advogado (a esta audiência ambos deverão estar 
presentes). 
 
 
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O juiz poderá determinar que o acusado cumpra prestação pecuniária ou 
prestação de serviços à comunidade? Sim! 
Segundo o STJ, é cabível a imposição de prestação de serviços à 
comunidade ou de prestação pecuniária como condição especial para a 
concessão do benefício da suspensão condicional do processo, desde que 
estas se mostrem adequadas ao caso concreto, observando-se os 
princípios da adequação e da proporcionalidade. 
 
 
 
 Da Pena de Multa 
 
 Uma vez extraída certidão da sentença condenatória com trânsito 
em julgado, que valerá como título executivo judicial, o Ministério 
Público requererá, em autos apartados, a citação do condenado para, no 
prazo de 10 dias, pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora. 
Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o depósito da 
respectiva importância, proceder-se-á à penhora de tantos bens quantos 
bastem para garantir a execução. A nomeação de bens à penhora e a 
posterior execução seguirão o que dispuser a lei processual civil. 
 Se a penhora recair em bem imóvel, os autos apartados serão 
remetidos ao Juízo Cível para prosseguimento. 
 
 A execução da pena de multa será suspensa quando 
sobrevier ao condenado doença mental. 
 
 O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa seja efetuada 
mediante desconto no vencimento ou salário do condenado (desde 
 
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de que aplicada isoladamente; ou aplicada cumulativamente com pena 
restritiva de direitos) observando-se o seguinte: 
9 o limite máximo do desconto mensal será o da quarta 
parte da remuneração e o mínimo o de um décimo; 
9 o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de 
direito; 
9 o responsável pelo desconto será intimado a recolher 
mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a importância 
determinada. 
 
 
Nos casos em que haja condenação a pena privativa de liberdade e 
multa, cumprida a primeira (ou a restritiva de direitos que 
eventualmente a tenha substituído), o inadimplemento da sanção 
pecuniária não obsta o reconhecimento da extinção da 
punibilidade. 
Em outras palavras, o que importa para a extinção da punibilidade é o 
cumprimento da pena privativa de liberdade ou da restritiva de direitos. 
Cumpridas tais sanções, o fato de o apenado ainda não ter pago a multa 
não interfere na extinção da punibilidade. Isso porque a pena de multa é 
considerada dívida de valor e, portanto, possui caráter extrapenal, de 
modo que sua execução é de competência exclusiva da Procuradoria da 
Fazenda Pública. 
Assim, cumprida a pena privativa de liberdade (ou restritiva de direitos), 
extingue-se a execução penal e se restar ainda pendente o pagamento 
da multa, esta deverá ser cobrada pela Fazenda Pública, no juízo 
competente, tendo se esgotado, no entanto, a jurisdição criminal. 
STJ. 3ª Seção. REsp 1.519.777-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, 
julgado em 26/8/2015 (recurso repetitivo) (Info 568). 
 
 
 
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 Da Execução das Medidas de Segurança 
 
 Antes de qualquer coisa, é preciso saber que a Súmula 527 do STJ, 
menciona que o tempo de duração da medida de segurança não deve 
ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao 
delito praticado. 
 Pessoal, transitada em julgado a sentença que aplicar medida de 
segurança, será ordenada a expedição de guia para a execução. Ninguém 
será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou 
submetido a tratamento ambulatorial, para cumprimento de medida de 
segurança, sem essa guia, ok? 
 A guia de internamento ou de tratamento ambulatorial, extraída 
pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a subscreverá com o 
Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e 
conterá: 
9 a qualificação do agente e o número do registro geral do 
órgão oficial de identificação; 
9 o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver 
aplicado a medida de segurança, bem como a certidão do 
trânsito em julgado; 
9 a data em que terminará o prazo mínimo de internação, 
ou do tratamento ambulatorial; 
9 outras peças do processo reputadas indispensáveisao 
adequado tratamento ou internamento. 
 
 Ao Ministério Público será dada ciência da guia de recolhimento e 
de sujeição a tratamento. A guia será retificada sempre que sobrevier 
modificações quanto ao prazo de execução. 
 
 Da Cessação da Periculosidade 
 
 
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 A cessação da periculosidade será averiguada no fim do prazo 
mínimo de duração da medida de segurança, pelo exame das condições 
pessoais do agente, observando-se o seguinte: 
9 a autoridade administrativa, até 1 mês antes de expirar o 
prazo de duração mínima da medida, remeterá ao Juiz 
minucioso relatório que o habilite a resolver sobre a 
revogação ou permanência da medida; 
9 o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico; 
9 juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências, 
serão ouvidos, sucessivamente, o Ministério Público e o 
curador ou defensor, no prazo de 3 (três) dias para cada 
um; 
9 o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente que 
não o tiver; 
9 o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das 
partes, poderá determinar novas diligências, ainda que 
expirado o prazo de duração mínima da medida de 
segurança; 
9 ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se 
refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua decisão, no 
prazo de 5 (cinco) dias. 
 
 Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo mínimo de 
duração da medida de segurança, poderá o Juiz da execução, diante de 
requerimento fundamentado do Ministério Público ou do interessado, seu 
procurador ou defensor, ordenar o exame para que se verifique a 
cessação da periculosidade, procedendo-se nos termos do artigo anterior. 
 Nos exames sucessivos para verificar-se a cessação da 
periculosidade, observar-se-á, no que lhes for aplicável, o disposto no 
artigo anterior. 
 
 
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 Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá ordem 
para a desinternação ou a liberação. 
 
 
 
 Dos Incidentes de Execução 
 
 A pena privativa de liberdade, não superior a 2 anos, poderá ser 
convertida em restritiva de direitos, desde que: 
9 o condenado a esteja cumprindo em regime aberto; 
9 tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da 
pena; 
9 os antecedentes e a personalidade do condenado 
indiquem ser a conversão recomendável. 
 
 A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de 
liberdade nas hipóteses do Código Penal (interdição temporária de 
direitos, prestação de serviço a comunidade e limitação de fim de 
semana). Sendo que a pena de prestação de serviços à comunidade 
será convertida quando o condenado: 
9 não for encontrado por estar em lugar incerto e não 
sabido, ou desatender a intimação por edital; 
9 não comparecer, injustificadamente, à entidade ou 
programa em que deva prestar serviço; 
9 recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe 
foi imposto; 
9 praticar falta grave; 
9 sofrer condenação por outro crime à pena privativa de 
liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa. 
 
 A pena de limitação de fim de semana será convertida quando 
o condenado não comparecer ao estabelecimento designado para o 
 
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cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo 
Juiz ou se ocorrer de estar em lugar incerto, falta grave e sofrer 
condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução 
não tenha sido suspensa. 
 Já a pena de interdição temporária de direitos será convertida 
quando o condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado ou 
se ocorrer de estar em lugar incerto e sofrer condenação por outro crime 
à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa. 
 Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, 
sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de 
ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da 
autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena 
por medida de segurança. 
 O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação se 
o agente revelar incompatibilidade com a medida. Nesta hipótese, o prazo 
mínimo de internação será de 1 (um) ano. 
 
 
 Do Excesso ou Desvio 
 
 Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum ato for 
praticado além dos limites fixados na sentença, em normas legais ou 
regulamentares. Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de 
execução: 
9 o Ministério Público; 
9 o Conselho Penitenciário; 
9 o sentenciado; 
9 qualquer dos demais órgãos da execução penal. 
 
 Da Anistia e do Indulto 
 
 Pessoal, qual é a natureza jurídica da anistia e do indulto? 
 
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 São formas de renúncia do Estado ao seu direito de punir. 
Classificam-se como causas de extinção da punibilidade. 
 A anistia é concedida pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional). 
O indulto são concedidos pelo Presidente da República, podendo essa 
atribuição ser delegada ao Procurador Geral da República, ao Advogado 
Geral da União ou a Ministros de Estado. 
 Vale ressaltar, no entanto, que a anistia ou indulto, mesmo após 
serem concedidos, precisam ainda de uma decisão judicial que 
declare, formalmente, que houve a extinção da punibilidade. O Poder 
Judiciário irá analisar se aquele condenado preenche os requisitos 
exigidos para receber o indulto. 
 Vejamos, segundo a doutrina, um quadro comparativo estes dois 
institutos: 
Anistia Indulto 
 
É um benefício concedido pelo 
Congresso Nacional, com a sanção do 
Presidente da República (art. 48, VIII, 
&)����� SRU�PHLR� GR�TXDO� VH� ³SHUGRD´�
a prática de um fato criminoso. 
Normalmente incide sobre crimes 
políticos, mas também pode abranger 
outras espécies de delito. 
Concedidos por Decreto do Presidente 
da República. 
 
Apagam o efeito executório da 
condenação. 
 
A atribuição para conceder pode ser 
delegada ao(s): 
‡�3URFXUDGRU�*HUDO�GD�5Hpública 
‡�$GYRJDGR�*HUDO�GD�8QLmR 
‡�0LQLVWURV�GH�(VWDGR 
É concedida por meio de uma lei 
federal ordinária. 
Concedidos por meio de um Decreto. 
Pode ser concedida: 
‡� DQWHV� GR� WUkQVLWR� HP� MXOJDGR�
(anistia própria) 
‡� GHSRLV� GR� WUkQVLWR� HP� MXOJDGR�
(anistia imprópria) 
Tradicionalmente, a doutrina afirma 
que tais benefícios só podem ser 
concedidos após o trânsito em julgado 
da condenação. Esse entendimento, no 
entanto,

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