Buscar

Fernanda (1)

Prévia do material em texto

FACULDADE CESMAC DO SERTÃO
JOSEFA MONTEIRO FERREIRA
PROFESSORA: JULIANA DIONÍSIO
 CRIMINOLOGIA
1- INTRODUÇÃO
Este presente trabalho tem como objetivo abordar as funções da pena na Criminologia clássica e no positivismo criminológico. Ainda assim, os reflexos no fenômeno do encarceramento em massa. Dessa forma, analisando as teorias que por as escolas estudadas, são adotadas e como de fato se dar essa realidade.
Para adentrar ao assunto principal é de suma importância conceituar essa Ciência que estuda o crime, a vítima, o criminoso, enfim, o controle da sociedade, tendo como finalidade compreender todos os motivos que levam essa criminalidade. A Criminologia possui um critério prático de estudo particular, tentando dessa maneira, solucionar a criminalidade.
Dessa maneira, discorrendo a situação das prisões ultimamente, o estado de como elas se encontra, a maneira de como os detidos são tratados nas cadeias superlotadas ultrapassando os limites do que é cabível em cada presídio, e por fim, tendo seus direitos fundamentais violados. 
2- TEORIAS DA PENA ESTUDADAS E ADOTADAS PELA CRIMINOLOGIA
Com passar dos anos o Direito Penal tem proporcionado soluções diversas acerca de como esclarecer o problema da criminalidade. Essas soluções são chamadas Teorias da pena, que são considerações científicas quando se refere a pena, principal maneira de reação do delito. Considerada principal, porque existem outras formas de comportamento social à criminalidade, que possui uma maior eficácia do que a pena. Assim, vejamos um pouco de cada uma delas.
2.1- TEORIA ABSOLUTA (RETRIBUTIVA)
No que diz respeito essa teria, trata-se de trazer como objetivo fundamental das penas a retribuição, ou seja, ao Estado aplicará a pena como uma forma de retribuir ao indivíduo o mal que foi causado pelo mesmo.
A teoria Absoluta apresenta uma noção de que a pena é classificada como um instrumento de vingança do que de justiça efetiva. Assim, considerando que a exigência de pena decorre da ideia de justiça.
Contudo, não bem dizer que é uma maneira de desviar os preceitos morais do condenado, ou tão pouco de reparar o dano que foi constituído pelo delito, não se diz respeito a reeducação, mas sim, de punir, castigar e retribuir para este cidadão que a falta de atenção com as normas existentes na sociedade elas precisam ser respeitadas.
Segundo Hassemer existe uma variante subjetiva da Teoria retributiva que considera que a pena deve ser também para o autor do delito uma forma de "expiación", ou seja, uma espécie de penitência que o condenado deve cumprir para purgar (expiar) seu ato injusto e sua culpabilidade pelo mesmo.
2.2- TEORIA RELATIVA (PREVENTIVA)
Na teoria relativa ou também chamada preventiva é aquela em que à pena alcança uma função utilitária, aqui a pena é utilizada para proteger a sociedade, ela se divide de acordo com o objetivo de prevenção em duas formas: Prevenir novos crimes e, recuperar os que cometeram um crime.
Assim, as teorias relativas têm duas formas, a primeira é o da prevenção geral, que é o caráter exclusivamente preventivo da pena, que tem por função prevenir novos e futuros crimes, ou infrações a Lei; e a outra forma é o da prevenção especial, que se resolve na finalidade da pena em resgatar o indivíduo que praticou o crime, para que este não volte mais a cometer.
Portanto, a prevenção se torna geral uma vez que a aplicação da pena demonstra uma forma de impedir que violações futuras venham acontecer, agindo de uma maneira que venha tutelar a sociedade como um todo. A pena tem possui o objetivo de impedir, através de intimidação, que todos os indivíduos cometam crimes. Ao tratar-se da prevenção especial, ela opera sobre o criminoso pela intimidação de sua personalidade.
2.3- TEORIA MISTA (ECLÉTICA)
Essa teoria se refere a uma “mistura” dessas teorias que já foram mencionadas. Procura trazer, ao mesmo tempo, que a pena tem capacidade de retribuir ao infrator da lei o mal por ele praticado (teoria da retribuição), sem prejuízo de desestimular a prática de novos crimes previstos na Lei (prevenção).
Dessa maneira, os autores desta teoria sempre pretendiam assegurar o interesse da sociedade em geral, tentar manter o equilíbrio, devolvendo ao condenado o que o crime que ele praticou, porém atribuído a pena a finalidade de restaurá-lo.
3- OS REFLEXOS NO FENÔMENO DO ENCARCERAMENTO EM MASSA
Com fulcro no artigo da 5º da nossa Carta Magna, encontra-se previsto o sistema prisional brasileiro. Esse sistema transmite a verdadeira realidade social injusta do Brasil, e não se trata de que a pobreza e a carência facilitam, estimulam e favorecem ao crime, ou melhor, que chegue a influenciar aos mais necessitados a prática da violência e ao encarceramento. 
Refere-se somente de compreender que o sistema prisional é uma realidade mais viva e de certa forma se aproxima ainda mais de uma parte da população mais pobre que existe em nosso País, desde os tempos do Império.
As prisões brasileiras tornaram-se um grupo de pessoas sem esperança de justiça e expectativas de ressocialização. Esses seres humanos são absolutamente ignorados pela sociedade, ou seja, cidadãos esquecidos, banidos a prisões. Esses indivíduos têm seus Direitos Fundamentais totalmente violados, um direito expressamente previsto na Constituição Federal de 1988.
Neste sentido, vale ressaltar uma decisão imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), aduz que: “Presos que sofreram violações de direitos no sistema carcerário tem direito a pedir uma indenização ao Estado”. A justificativa que os juízes acreditam é que a ocorrência destas violações é a superlotação das cadeias.
A superlotação nas prisões brasileiras é algo frequente a cada dia, indo pra um exemplo específico, em São Paulo, há presídios com a possibilidade de manter no local 700 pessoas, mantendo até 8 (oito) vezes mais presos que sua capacidade suporta, isso é preocupante.
CONCLUSÃO
Diante do que foi apresentado, podemos perceber que com o passar dos anos, a pena foi objeto de diversos estudos, o que concluiu na especificação das três teorias da pena, que como foram bem conceituadas, umas com a finalidade de punir, por outro lado, as outras prevenir geral, com o objetivo específico de recuperar o condenado, e o outro grande grupo contribui os dois objetivos destacados pelas teorias já mencionadas.
Por consequência, a utilização e a legislação da pena também foram evoluindo em conjunto, sendo aos poucos distanciadas das hipóteses de penas violentas e baseadas unicamente na tortura, para uma pena mais humanizada, sem violação aos direitos fundamentais.
E para finalizar, no que se diz respeito ao encarceramento em massa, a dura realidade tende a preocupar nosso País, a falta de humanidade com os condenados ferindo o direito de cada preso, e a reincidência aumentando cada vez mais, as prisões ultrapassando seus limites cabíveis.
O que se observa é que não tem soluções prontas para solucionar de vez esses problemas, esse é um tema muito debatido, e sempre em busca de melhorar o bem estar de toda coletividade e por sua vez, tutelar o direito de cada detido que se encontra nessa situação, proteger assim esses direitos fundamentais que estão elencados tanto na Constituição Federal vigente, quanto na Convenção Americana Sobre os Direitos Humanos.
REFERÊNCIAS
HASSEMER. Introducción a la Criminologia . Valencia, Ed. Tirant lo Blanch, 2001.
FIGUEIREDO DIAS, Jorge de. Temas Básicos da Doutrina Penal. Coimbra, Ed. Coimbra, 2001.
BITENCOURT, Cezar Roberto, Tratado de Direito Penal, Parte Geral, volume 1, 9º edição, São Paulo: Saraiva, 2004.
GANE, Pedro Magalhães. Funções da Pena, 5 folhas, Disponível em: https://pedromaganem.jusbrasil.com.br/artigos/445736305/funcoes-da-pena. Acesso em: 30 de agosto de 2017. 
CARCERÁRIA, Pastoral. Encarceramento em massa e o principal motivo para violações de direitos nas prisões, 2 folhas. Disponível em: http://carceraria.org.br/encarceramento-em-massa-e-o-principal-motivo-para-violacoes-de-direitos-nas-prisoes.html. Acessoem: 30 de agosto de 2017. 
ARAUJO. Carlos. Sistema Prisional Brasileiro: A busca de uma solução inovadora, 3 folhas. Disponível em : http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI197374,81042Sistema+Prisional+Brasileiro+A+busca+de+uma+solucao+inovadora. Acesso em: 30 de agosto de 2017. 
SERRANO, Pedro Estevam. Encarceramento em massa: ineficaz, injusto e antidemocrático, 5 folhas.Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/encarceramento-em-massa-ineficaz-injusto-e-antidemocratico. Acesso em: 30 de agosto de 2017.

Continue navegando