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ASSASSINATO EM PRIMEIRO GRAU

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UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
Renato Mendes de Oliveira – T47171-0
Análise do filme "Assassinato em Primeiro Grau"
Trabalho de atividade prática supervisionada para o cumprimento de adaptação curricular correspondente ao terceiro semestre do curso de Bacharelado em Direito. 
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	3
2.	ASSASSINATO EM PRIMEIRO GRAU	4
3.	A HISTÓRIA DE ALCATRAZ	5
4.	REGIMES DE CUMPRIMENTO DE PENA E TIPOS DE PENAS	7
5.	HISTÓRICO DAS PENAS APLICADAS E SUAS TEORIAS PRINCIPAIS	9
6.	ANÁLISE SOBRE O FILME	12
7.	CONSIDERAÇÕES FINAIS	15
8.	REFERÊNCIAS	16
INTRODUÇÃO
	
	A APS visa nos fornecer subsídios para analisar o filme em questão baseados nos conceitos fornecidos nas aulas de Direito Penal.
O filme “Assassinato em Primeiro Grau” mostra um período da história, no caso em questão passado nos Estados Unidos da América do Norte, onde as penas eram severas, independente do grau do delito. As condições carcerárias eram as piores e inimagináveis contra a dignidade humana, os presos eram tratados de forma cruel e sub-humana, com tortura física e mental, o que nos fornece amplo material para a análise do filme, principalmente assistindo o mesmo com nossos atuais conceitos. No entanto, mesmo com a legislação vigente à época, a injustiça e a crueldade das situações são muito bem colocadas para nossa análise.
	
 ASSASSINATO EM PRIMEIRO GRAU
	Assassinato em Primeiro Grau é um filme de 1995 dirigido por Marc Rocco. Um dos temas deste filme é a prisão de Alcatraz, que já foi tema de diversos filmes, como "Alcatraz, fuga impossível", de Clint Eastwood, de 1979. Considerado um dos presídios mais seguros do planeta, localizado em uma ilha perto de São Francisco e construída em 1934 (sobreviveu como instituição penal até 1963), Alcatraz passou, ao menos na sétima arte, de cenário a personagem. Em "Assassinato em primeiro grau", ele foi, inclusive, acusado de cumplicidade em um homicídio. Baseado em uma história real, o filme de Marc Rocco - que ficou com um projeto inicialmente pensado para Oliver Stone - tem boas intenções (denunciar o sistema penitenciário e a violação de direitos humanos), mas esbarra na total falta de sutileza de seu diretor. 
	Nos anos 30, quando Alcatraz estava no auge de sua fama como um local de fuga impossível, o jovem Henry Young (Kevin Bacon) tenta escapar, em companhia de outros presidiários. Capturado em seguida, ele é mandado para a solitária, ficando sem sol, sem luz e sem contato com quaisquer seres humanos pelo absurdo prazo de 3 anos e 2 meses - sendo que o máximo permitido por lei para tal castigo é de apenas 19 dias. Brutalizado pelo superintendente do lugar, o frio Milton Glenn (Gary Oldman), ele sai do buraco onde esteve encarcerado e tenta voltar à vida normal de condenado. No entanto, ele mata violentamente o delator de seu plano de fuga e volta ao banco dos réus, sob risco de ser condenado à morte - sendo que foi preso pela primeira vez por roubar 5 dólares de um posto de correio. Para defendê-lo, é designado o jovem e idealista James Stamphill (Christian Slater), que surpreende a audiência ao afirmar que o principal culpado do crime não é Young, e sim o sistema carcerário de Alcatraz.
A HISTÓRIA DE ALCATRAZ
	Após o estouro da crise de 1929 – abalo econômico que atingiu em cheio os Estados Unidos – houve uma súbita elevação das atividades criminosas naquele país. Contudo, na região de São Francisco havia um pequeno “monte de terra” capaz de causar arrepios em muitos bandidos dessa época. A pequena ilha de Alcatraz, entre 1934 e 1963, foi sede de uma das prisões mais seguras do planeta. Pelo lugar passaram figuras como Robert F. Stroud, James “Whitey” Bulger e o lendário mafioso Al Capone.
	Na verdade, a história de Alcatraz é bem anterior aos Estados Unidos dos anos de 1930. No século XIX, essa ilha era região pertencente ao ainda mexicano estado da Califórnia e foi cedida a Julian Workman, com a condição que o mesmo construísse um farol naquele lugar. No mesmo ano da posse, em 1846, mexicanos e estadunidenses entrariam em conflito para dar fim às disputas hegemônicas naquela região. Com a vitória norte-americana, Alcatraz passaria a fazer parte do projeto expansionista dos EUA.
	Coincidentemente, a recém-conquistada Califórnia viria a ganhar uma importância bem maior do que aquela imaginada durante o conflito territorial. Nos últimos meses que marcaram esse conflito, os norte-americanos descobriram a presença de regiões ricas em ouro no espaço californiano. Com isso, vários aventureiros e investidores ocupariam rapidamente a região em busca do rápido retorno financeiro propiciado pela exploração aurífera.
	Mediante a expressiva valorização econômica da região, as autoridades norte-americanas utilizaram a ilha de Alcatraz como ponto estratégico de defesa do território. Em 1853, realizou-se a construção de uma fortificação militar que abrigaria uma guarnição militar com aproximadamente 200 soldados. Décadas mais tarde, com o avanço da tecnologia bélica, o arsenal armazenado e a utilidade militar daquela região acabariam perdendo utilidade.
	Para evitar a criação de um espaço completamente obsoleto na ilha, decidiu-se, em 1868, transformar a fortificação de Alcatraz em um complexo penitenciário. Em suas primeiras atividades, a nova penitenciária serviu de cadeia para muitos indígenas marginalizados pelo processo de expansão norte-americano. Já nos primeiros anos do século XX, contava com um expressivo número de detentos. Em pouco tempo, seria necessária a reforma e ampliação do presídio.
	No novo projeto realizado, foram construídos dois grandes blocos repletos de celas. Fazendo proveito da estrutura deixada por algumas edificações menores que existiam entre os dois blocos, realizaram a construção de uma enorme ala que interligava ambos os blocos, onde se costumava exibir algumas produções cinematográficas hollywoodianas. Segundo algumas lendas, o espaço das alas escondia uma antiga estrutura subterrânea nas quais os presos sofriam terríveis torturas.
	Após a Primeira Guerra Mundial, o presídio insular começou a ganhar maiores contingentes com a ação criminosa de contrabandistas e marginais que se multiplicariam com a criação da Lei Seca (1919 – 1933) e o já citado estouro da Crise de 1929. Nesse meio tempo, a segura e eficaz penitenciária havia ficado pequena demais para o número de contraventores detidos. Por isso, houve interesse do governo em transformar Alcatraz em uma cadeia federal.
	Dessa forma, no dia 1 de janeiro de 1934, James A. Johnston, primeiro administrador do presídio federal, viria a estabelecer as rígidas regras que transformaram Alcatraz em uma prisão de segurança máxima. Nesse mesmo tempo, um programa disciplinar foi estabelecido com o intuito de regenerar seus presos com o uso do trabalho e de uma rotina cheia de restrições. Entre outras imposições, os presos não deveriam cantar, ouvir rádio e só tomavam banho duas vezes por semana.
	Ao longo de todo período que esteve sob o controle do governo norte-americano, Alcatraz não teve sua reputação manchada por nenhuma fuga bem-sucedida. Contudo, alguns planos mirabolantes tentaram trespassar as muralhas e as gélidas águas que cercavam aquela ilha. Em geral, os planos envolviam um número reduzido de presidiários, sendo que das 14 tentativas de fuga registradas, houve o envolvimento de somente 36 detentos.
REGIMES DE CUMPRIMENTO DE PENA E TIPOS DE PENAS
	
	Existem três regimes de cumprimento de pena no Brasil, caso o regime seja punido com reclusão os regimes iniciais aplicáveis são o fechado, o semiaberto e o aberto, mas se o crime for punido com detenção os regimes iniciais serão semiabertos e aberto.
	Em regra, não há que se falar em regime fechado para detenção. Todavia existe uma exceção que está prevista no art. 10, da Lei 9.034/95 (Lei dos Crimes de Organização Criminosa), o qual diz: “Oscondenados por crime decorrentes de organização criminosa iniciarão o cumprimento da pena em regime fechado. ” Pouco importa se o delito é punido com reclusão ou detenção. No entanto, para a maioria da doutrina, esse artigo é inconstitucional.
	É possível ir para o regime fechado por meio da regressão. Detenção não inicia no fechado, mas não significa que não possa ser cumprida no fechado. Ela pode ser cumprida no fechado por meio da regressão. (Vide art. 33, CP).
	É muito comum um preso ter várias condenações em processos distintos. Esses vários processos, quando chegam para o juiz da execução, ele deve somar as penas para determinar o regime de cumprimento. Se somar as penas e perceber que o regime não deve ser o da condenação, ele altera. Em última síntese, quem determina o regime de cumprimento de pena não é o juiz da condenação, mas o juiz da execução (Vide art. 111, LEP).
	As penas privativas de liberdade, conforme art. 33 da lei 7.210/84 são a de reclusão e a de detenção. Para o cumprimento da pena privativa de liberdade é imprescindível a emissão de guia de execução penal.
	As penas restritivas de direito, conforme preconiza o artigo 43 do código pena, as penas restritivas de direito podem ser: pena pecuniária, perda de bens e valores, prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação de fins de semana.
	A pena de multa é considerada dívida de valor, desta forma, com o trânsito em julgado da sentença condenatória que impor a multa o juízo da execução penal determinará a elaboração dos cálculos e intimará o apenado para pagá-la.
	Medidas de segurança poderão ser executadas após o trânsito em julgado da sentença que a aplicar, ordenada a expedição de guia para a execução. É aplicável ao semi ou inimputável completo. É uma sentença absolutória imprópria, pois embora absolva o réu aplica-se a ele medida de segurança
	A prisão em albergue domiciliar é uma prisão excepcional. Nela, somente é admitido o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de condenado maior de setenta anos ou acometido de doença grave e também condenada com filho menor ou que seja deficiente mental ou físico e por último se a condenada estiver gestante. 
HISTÓRICO DAS PENAS APLICADAS E SUAS TEORIAS PRINCIPAIS
	Na antiguidade, as penas e os castigos impostos pelo Estado aos transgressores das normas eram desumanas e degradantes.
	Os processos para julgamento e condenação dos delitos de heresia eram sumários e a obtenção de confissões se dava habitualmente pela prática de tortura. A pena de morte na fogueira era a mais comum, mas mesmo a punição dos que se declaravam arrependidos era rigorosa e podia incluir a condenação às galés, à prisão perpétua, ao desterro para lugares distantes, ao confinamento em uma aldeia pelo resto da vida, ao confisco dos bens do herege e à imposição de restrições à sua família.
	A infração totêmica ou a desobediência tabu levou a coletividade à punição do infrator para desagravar a entidade, gerando-se assim o que modernamente, denominamos crime e pena. O castigo infligido era o sacrifício da própria vida do transgressor ou a oferenda por este de objetos valiosos (animais, peles e frutas) à divindade, no altar montado em sua honra. A pena, em sua origem remota, nada mais significa senão a vingança, revide à agressão sofrida, desproporcionada com a ofensa e aplicada sem preocupação de justiça.
	Com a evolução, tanto dos tempos como dos sistemas punitivos, as penas desumanas e degradantes cederam espaço àquelas com senso mais humanitários, onde a principal finalidade era a recuperação dos delinquentes. Com isso, as penas e os castigos corporais foram substituídos por penas que privam a liberdade de quem descumprem as normas, perdurando até os dias atuais à humanização das penas.
	Com o tempo o Direito Penal tem procurado dar respostas no que se refere a como solucionar o problema da criminalidade, e essas soluções dadas pelo Direito Penal é que chamamos de Teorias da pena. Na realidade, são opiniões científicas sobre a pena, a principal forma de reação ao delito.
	Portanto, dessas soluções buscada pelo Direito Penal surgiram as Teorias Absolutas, as Teorias Preventivas das Penas ou Relativas e as Teorias Mistas ou Unificadas, que constituem Teorias oficiais de reação à criminalização.
	Segundo as Teorias Absolutas, a pena seria apenas uma retribuição ao delinquente pelo fato delituoso por ele cometido, ou seja, aplica-se um mal como contraprestação do mal por ele cometido.
	Esgotar-se-ia, com a pena retributiva, o mal que se faz sofrer ao delinquente havendo, com isso, uma compensação do mal do crime. Contudo, percebe-se que aplicando essa teoria, acabaria com toda e qualquer tentativa de socialização do delinquente, bem como a restauração da paz jurídica de determinada sociedade que foi afetada pelo crime.
	Com as Teorias Preventivas das Penas, busca-se, com a aplicação das penas, que diversos delitos sejam evitados no futuro, ou seja, busca-se evitar a reincidência dos delitos.
	As teorias preventivas da pena subdividiram-se em Teoria Preventiva Geral e Teoria Preventiva Especial. Àquelas tratam da pena no sentido de que sua aplicação servirá de ameaça para intimidar os delinquentes potenciais e, também, para aumentar ainda mais a confiança e consciência da sociedade a respeito do direito, ou seja, a pena terá o caráter de punir o agente do delito e intimidar as demais pessoas a não o cometer, e por outro lado, o Estado ganhará mais confiança da comunidade por fazer cumprir o direito, punindo o delinquente.
	Já a Teoria Preventiva Especial está diretamente relacionada ao agente delituoso, castigando com uma pena e que esta pena tem como principal fundamento a certeza de que o indivíduo que está sofrendo a sanção não cometerá novos crimes futuramente, portanto, tem o caráter de ressocializar o indivíduo para que não cometa futuros delitos bem como, a neutralização de uma possível nova conduta delitiva.
	As Teorias Mistas tentam aproveitar apenas os pontos positivos das teorias absolutas e relativas, excluindo, portanto, os pontos negativos de sua execução.
	Seguindo esta teoria, o Estado somente deverá recorrer às penas quando não mais for possível a conservação da ordem jurídica por outros meios de reação.
	As penas restritivas de direito, conhecidas como “penas e medidas alternativas” são destinadas a infratores de baixo potencial ofensivo com base no grau de culpabilidade, nos antecedentes, na conduta social e na personalidade, visando, sem rejeitar o caráter ilícito do fato, substituir ou restringir a aplicação da pena de prisão.
	Trata-se de uma medida punitiva de caráter educativo e socialmente útil imposta ao autor da infração penal que não afasta o indivíduo da sociedade, não o exclui do convívio social e familiar e não o expõe às agruras do sistema penitenciário.
	A Secretaria da Administração Penitenciária, por meio da Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania, promove a expansão quantitativa e qualitativa da aplicação das penas de prestação de serviços à comunidade, oferecendo ao Poder Judiciário programas de acompanhamento, fiscalização do cumprimento das medidas impostas, implementação de atividades operacionais visando reduzir o índice de reincidência criminal e fomentar a participação da sociedade neste processo.
	
ANÁLISE SOBRE O FILME
		Analisando-se a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, nota-se que o cumprimento da pena por Young foi carregado de ilegalidade e abuso de poder, infringindo-se diversos princípios constitucionais brasileiros. Logicamente, é uma analogia com as leis de nosso país, visto que o caso adaptado ao filme ocorreu nos Estados Unidos da América, país em que o direito é baseado na common law, positivado por meio dos costumes.
	A CRFB embasa em seus artigos 1º, inciso III e 4º, inciso II, o princípio do EstadoDemocrático de Direito: deve-se prezar pela dignidade da pessoa humana e prevalência dos direitos humanos. Também é assegurada a dignidade na Declaração Universal dos Direitos de Homem, de 1948, da Organização das Nações Unidas. 
	A pessoa humana e sua dignidade constituem o fundamento e fim da sociedade e do Estado, sendo o valor que prevalecerá na aplicação do direito e sobre qualquer tipo de avanço científico e tecnológico. A tortura consiste em submeter alguém que esteja sob sua guarda ou autoridade a tratamento cruel, com emprego de violência como forma de castigo pessoal ou de caráter preventivo.
	A prática de tortura, no Brasil constitui crime inafiançável, tendo como fundamento legal o artigo 5º, inciso XLIII da CF e o artigo V da declaração Universal dos Direitos do homem em que consta: “Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante”.
	Abuso de poder é submeter alguém sob sua autoridade a humilhações e destrato por motivo contrário a lei. É um delito praticado por funcionário público, no exercício de suas funções, em razão de: recebimento e recolhimento ilegal de alguém à prisão, prolongamento ilegal de execução de medida de privativa de liberdade por tempo juridicamente relevante, por deixar, intencionalmente, de expedir ou executar a ordem de liberdade; submissão da pessoa que está sob sua custódia a vexames e constrangimentos ilegais; diligência abusiva, seja ela civil, penal ou judicial”.
	É assegurada integridade física e moral do preso conforme expresso no artigo 5º, inciso XLIX da CF.
	A causa maior do filme foi o fato típico cometido por Young, ao roubar cinco dólares dos Correios, caracterizando-se, de acordo com a lei da Califórnia, em crime federal. A punição foi severa e não houve qualquer proporcionalidade. O Estado ainda mantém a função repressora e punitiva nos dias de hoje. 
	Percebemos de maneira clara que a repressão nem sempre é o melhor caminho. Deveria haver, sem dúvidas, alguma forma de reintegração do preso na sociedade e sua reforma como ser humano e sujeito social para que pudesse conviver novamente no círculo social.
	A pena é injusta comparada ao delito cometido, por ter roubado cinco dólares. Foi condenado à pena privativa de liberdade, sendo evidenciado o injusto desequilíbrio entre o delito cometido e a pena aplicada, não há coerência em se condenar alguém à prisão pelo roubo de pequena quantia que seria usada para manter sua irmã já que ambos estavam órfãos, o infrator não oferecia perigo à sociedade. A injustiça é ainda mais evidenciada quanto Young é colocado em uma solitária por três anos, sendo espancado frequentemente tendo seus direitos totalmente desrespeitados. Diante deste fato é comumente presumível a insanidade mental em que Young se encontrava após a prisão, o que pode ser estatisticamente comprovado pelos laudos apresentados pelo Advogado James Stamphill, laudos assinados por médico, diretor e coordenador da prisão de Alcatraz, atestando a insanidade de outros 28 presos transferidos para hospício depois de submetido ao mesmo tratamento de Young, e ficou claro que nenhuma destas pessoas possuía nenhum problema psiquiátrico antes da prisão.
	Isto só comprova que quando Young comete o assassinato em primeiro grau é apenas a arma utilizada pelo sistema, na verdade ele havia abandonado a sanidade mental e era tão vítima quanto o homem que ele assassinou.
	O julgamento teve repercussão em todo o país e ganhou a imprensa devido a brilhante defesa sustentada por Stamphill. Decidido pela morte, se não fosse convencido em último momento pelo seu advogado e consequentemente seu amigo, que lhe promete uma mudança em todo sistema. Young testemunha em favor próprio e declara a prisão de Alcatraz culpada pelo assassinato que ele cometeu, sendo esta também a conclusão dos jurados que o condenou por homicídio involuntário tendo como pena três anos de prisão.
	O comportamento do diretor do presídio também vai de encontro a nossa Constituição Federal, em que consta que o princípio da dignidade da pessoa humana deve ser respeitado. O Estado, representado por seus funcionários, durante o filme, trata com descaso a vida humana que se encontra sob sua tutela, quando na verdade, deveria promover a reeducação e nova socialização dos infratores.
	Atualmente, pessoas são detidas ao saírem de supermercados levando pacotes de bolachas não pagos ou pequenas outras coisas irrelevantes ao patrimônio do furtado. No entanto, Juízes e Tribunais no Brasil, vêm reconhecendo progressivamente em tais hipóteses a incidência do “Crime de Bagatela”, adotando o princípio da insignificância e da intervenção mínima do Estado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
		Concluímos que o sistema prisional atualmente ainda se assemelha com o praticamente à época do filme. Pelo menos no Brasil, ainda há a essência do Estado repressor, que não ampara completamente o preso e não dá condições a ele se reintegrar posteriormente na sociedade.
	O modelo repressivo faliu. Gastou-se trilhões de dólares no mundo todo com um sistema pouco aperfeiçoado, que se mostra falho especialmente na questão do combate às drogas. Hoje, a situação vem mudando, e as liberdades individuais estão sendo mais respeitadas, contanto que não haja violência contra o outro e o respeito mútuo em sociedade seja privilegiado.
	Conclui-se, ainda, que a prevenção é muito melhor do que a repressão. Somente em uma sociedade em que as pessoas sejam mais iguais e tenham oportunidades iguais, e possam concorrer em condições de igualdade, os crimes podem ser reduzidos. Reduzidos, sim, pois crimes são fatos sociais comuns e não podem ser erradicados.
REFERÊNCIAS
 
Filme “Assassinato em Primeiro Grau”.

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