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Artigo-Perfil gerencial das administradoras em uma empresa de pequeno porte

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​PERFIL GERENCIAL DAS ADMINISTRADORAS DE UMA IMOBILIÁRIA EM JOÃO PESSOA/PB.
Lima, Jocemar de Araújo¹
Silva, Edjane Miguel da²
RESUMO
Este trabalho analisa o perfil gerencial das administradoras em uma empresa de pequeno porte, do ramo imobiliário. Teoricamente, revisou-se a literatura disponível e a pesquisa realizada na empresa. Durante a análise das informações verificou-se que a empresa não possui uma estrutura organizacional devidamente formada para uma gestão eficiente. O trabalho levou a algumas observações que parecem bastante significativas, quanto à necessidade da empresa em melhorar seu perfil gerencial. Sugere-se ao final um trabalho mais aprofundado sobre o tema podendo ser objeto para algum trabalho científico de conclusão de curso ou algo relacionado na qual se possa oferecer importantes elementos que contribuam com análise do perfil do administrador.
Palavras-chave: Perfil Gerencial, Comportamento organizacional; Gestão empresarial.
INTRODUÇÃO
A administração é praticada desde que existem os primeiros agrupamentos humanos. A moderna teoria geral da administração, que se estuda hoje, é formada por conceitos que surgiram e vêm se aprimorando há muito tempo, desde que os administradores do passado enfrentaram problemas práticos e precisaram de técnicas para resolvê-los. A Bíblia relata que Moisés estava passando o dia cuidando de pequenas causas que o povo lhe trazia. Então Jetro recomendou: procure homens capazes para serem líderes de 10, 100 e 1.000. Este conselho que foi dado a Moisés cerca de 3.500 anos atrás, é tão antigo, e continua atual. 
Já no século XXI, a administração e as organizações estão sofrendo grandes transformações. As empresas privadas, em particular, operam dentro de um contexto extremamente competitivo e precisam aprimorar continuamente sua eficiência.
O objetivo deste trabalho é identificar o perfil dos administradores em uma pequena empresa do ramo imobiliário. A importância desta análise facilita no desenvolvimento da organização para que ela possa melhorar continuamente através de mudanças significativas caso seja necessário. Por conseguinte, pesquisou-se as funções administrativas, as habilidades gerenciais e o comportamento organizacional dentro da empresa. Fez-se uma breve revisão bibliográfica de alguns dos principais autores da atualidade sobre o assunto. De posse dos principais conceitos difundidos sobre o perfil gerencial, efetuou-se uma comparação da teoria com o que realmente acontece dentro da empresa. 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O mercado atual requer o perfil de um administrador com propósitos generalistas que o habilite a compreender o meio no qual está inserido, com amplos conhecimentos em diversas áreas administrativas. Um verdadeiro administrador ou gerente de sucesso tem planejamento estratégico, toma decisões com conhecimento do futuro, tem visão antecipada das mudanças que devem ser feitas, percebe oportunidades e ameaças, e estabelece os esforços que devem ser direcionados, transformando um simples propósito em ação. Ele tem perfil inovador, reage, se adapta, tem maiores chances de melhorar seu posicionamento, criar diferenciais competitivos e, com isso, sobressaltar a grande turbulência organizacional. As teorias mais modernas explicam que, além do administrador ter uma visão generalizada, ele deve trabalhar em equipe e fazer uma convergência das ideias até chegar a um consenso. Dessa forma, os resultados serão aperfeiçoados constantemente. O administrador é, portanto, aquele que cria solução clara, simples, certa e exequível, que condiz com a realidade da organização Lacombe (2009).
Conceitos fundamentais
O termo administração se refere ao processo de fazer com que as coisas sejam executadas, com eficácia e eficiência, por meio de outras pessoas e com elas (ROBBINS; DECENZO 2004, p6, grifo do autor). 
Nas palavras de Lacombe (2009) administrar é obter resultados por meio de pessoas, ou seja, é o ato de trabalhar com pessoas para realizar os objetivos da organização e de seus membros. 
No que diz respeito ao administrador Drucker (2006) afirma que o administrador é o elemento dinâmico e necessário para qualquer empresa e que, numa economia competitiva, sua qualidade e desempenho determinam o sucesso de uma empresa e a sobrevivência de uma empresa. O administrador tem três áreas bem distintas: marketing, recursos humanos e finanças, cada uma delas com características bem diferentes. 
É necessário analisar também o termo organização como função administrativa. Onde se pode conceitua-la como o ato de organizar a estrutura, integrando os recursos e órgãos incumbidos de sua administração, estabelecendo relações entre eles e as atribuições necessárias de cada um deles.
Segundo Lacombe (2003), organização é o agrupamento de pessoas, que se reuniram de forma estruturada e deliberada e em associação, traçando metas para alcançarem objetivos planejados e comuns a todos os seus membros. 
Em todas as organizações, de uma forma ou de outra, a administração se faz presente, em algumas o sucesso prevalece, porém em outras nem sempre.
A administração está inserida nas organizações para estruturar e impulsionar o andamento dos diversos setores da organização. Muito embora seja possível criar uma organização sem o mínimo de administração é impossível mantê-la sem administrá-la. O que acaba por afetar muitas organizações é a falta de administração em uma ou diversas áreas necessárias ao bom andamento da estrutura, visivelmente destacadas nas funções da administração.
Funções da administração
A tarefa da administração é interpretar os objetivos propostos pela empresa e transformá-las em ação empresarial através de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da empresa, a fim de atingir tais objetivos. Planejamento, organização, controle e direção são as quatro principais funções administrativas que englobam atividades dinâmicas que transcorrem em ordem aproximadamente sequencial, constituindo o chamado processo administrativo. 
Segundo Maximiano (2007), administrar é um trabalho em que as pessoas buscam realizar seus objetivos próprios ou de terceiros (organizações) com a finalidade de alcançar as metas traçadas. Essas metas fazem parte as decisões que formam a base do ato de administrar e que são as mais necessárias. Com isso foi possível descrever tais funções:
Planejamento: a tarefa de planejar, apesar de ser algo do nosso cotidiano, não é uma das tarefas mais fáceis. O ato de planejar consiste em definir aquilo que será feito, como e quando será executado. É a função administrativa permanente, que inclui a definição de objetivos, diretrizes, planos, determinação de métodos e processos de trabalho e programação de tarefas.
Organização: é ordenar os recursos necessários à execução do trabalho. Ou seja, consiste basicamente na divisão do trabalho e na atribuição de tarefas. Para saber como fazer basta olhar mais profundamente para a equipe de trabalho, saber quais são as qualidades e defeitos de cada um. 
Direção: é comunicar todas as informações e diretrizes necessárias e coordenar a execução do trabalho, influenciando de modo positivo o comportamento das pessoas. O ato de dirigir significa orientar como fazer. Sempre encontrar situações inéditas, mesmo para tarefas do cotidiano. O administrador não pode atribuir tarefas sem dar condições do membro da equipe desempenhá-la. Pode ser que não domine determinada tecnologia ou assunto, mas é necessário orientar como se quer que o produto final fique.
Controle: é acompanhar a evolução das atividades, verificando os resultados obtidos e os recursos usados, providenciando as correções necessárias para assegurar a realização dos objetivos. 
Habilidades necessárias ao administrador
Para executar seus papéis e buscar as melhores maneiras de administrar uma empresa, o administrador deve desenvolver e fazer uso de várias habilidades.As habilidades mais importantes e necessárias ao administrador segundo Lacombe (2009) são: Comunicação e expressão: onde o administrador deverá ser capaz de estabelecer comunicação interpessoal, de expressar-se corretamente, verbalmente e por escrito, e de interpretar a realidade da organização.
Raciocínio lógico, crítico e analítico: o administrador deverá ser capaz de utilizar raciocínio lógico, crítico e analítico, operando formulações matemáticas e estabelecendo relações de causa e efeito entre fenômenos. Deverá também ser capaz de interagir criativamente diante dos diferentes contextos organizacionais e sociais.
Visão sistêmica e estratégica: o administrador deverá ser capaz de demostrar a compreensão do todo administrativo de forma integrada, sistêmica e estratégica, bem como suas relações com o ambiente externo.
Criatividade e iniciativa: deverá ser capaz de propor e implementar modelos de gestão, inovar e demonstrar espírito empreendedor.
Negociação: deverá ser capaz de resolver situações com flexibilidade e adaptabilidade diante de problemas e desafios organizacionais.
Tomada de decisão: deverá ser capaz de ordenar atividades e programas, de decidir entre alternativas e de definir e dimensionar riscos. 
Liderança: deverá ter capacidade de selecionar estratégias adequadas de ação visando atender aos interesses das pessoas da instituição. 
Trabalho em equipe: deverá ser capaz de selecionar de formas de atuação visando a objetivos comuns.
Essas são algumas habilidades válidas em quase todos os casos, porém é sabido que, conforme a posição, as habilidades requeridas variam. 
Habilidades gerenciais
De uma forma geral, entende-se que a habilidade é a capacidade que um sujeito possui em resolver com eficiência determinados problemas. 
Para Maximiano (2002) as habilidades determinam a competência de um gestor numa organização. Estas habilidades precedem o sucesso do administrador, e estão dispostas na seguinte forma: técnicas, humanas e conceituais.
Habilidades técnicas: capacidade de aplicação de conhecimentos e especialidades específicas relativas ao saber fazer certas funções. Possuir o conhecimento necessário para desempenhar seu papel na organização.
Habilidades humanas: qualidade de saber se relacionar com o seu semelhante, tendo uma porção necessária de sinceridade que a empatia demanda. Unir vários indivíduos, tornando-os num corpo.
Habilidades conceituais: a capacidade de perceber e interpretar situações diversas. Saber identificar os problemas, criando soluções práticas e econômicas para corrigi-los. Para tanto, é essencial uma apurada capacidade produtiva, a ponte entre os dados sensíveis da realidade e a memória é a imaginação, a criatividade.
A história universal nos mostra que a previdência permite nos antecipar às possíveis adversidades. Desde os primevos dos tempos, o homem, individualmente ou em grupo, ao conjecturar uma adversidade, prevenia-se com as condições a ele disponíveis.
O planejamento aparece então como consequência dessa capacidade de antever as inúmeras possibilidades que podem surgir num determinado ambiente organizacional. Incluindo-se aqui os indesejáveis acidentes, imprevistos. Estes, por residirem dentro das possibilidades, força o administrador a utilizar função cognitiva superior, uma forma purificada de inteligência que parte para além do olhar limitado que o mundo apresenta.
Toda empresa possui níveis estratégicos, ainda que os desconheça. Eles coexistem com qualquer planejamento que se coloque em prática. O planejamento é, por tanto, o ato de controlar um futuro possível.
Nível de Operação
O Planejamento Organizacional pode ser divido em três níveis: estratégico, tático e operacional.
Nível estratégico: Este nível define as estratégias de longo prazo da organização, onde os gestores da alta cúpula (presidentes, diretores, etc.) decidem os temas que afetam a organização de modo global. Este planejamento considera todos os fatores internos e externos da companhia, como a situação econômica global, as taxas de juros, a mudança dos costumes dos consumidores, o comportamento dos concorrentes, o clima e a cultura organizacional, como também as estratégias e políticas da empresa são alguns dos temas que são trabalhados por estes administradores. Nesse primeiro estágio se faz necessário que o administrador tenha uma habilidade conceitual. É essencial que o planejamento estratégico, mesmo tendo um alcance de até 10 anos, seja atualizado constantemente para não ficar obsoleto e habitar, dessa forma, no mundo da inutilidade.
Nível tático: Neste cenário, o administrador é responsável por uma área da organização (Gerência de Recursos Humanos, Gerência financeira, Divisão de produtos infantis, etc.) e tem a função de executar em sua área as estratégias e políticas decididas no nível acima. Este é o objetivo principal, o desdobramento da estratégia. Isto é, de como será realizado o caminho para a consecução dos objetivos previamente pretendidos e já estabelecidos no nível acima. Neste nível, o administrador deve ter uma refinada habilidade humana, relacionando-se com os seus superiores, com outros gerentes e com seus subordinados. Resolvendo conflitos e motivando seus funcionários. Desdobrando-os em metas específicas para suas áreas e liderando-os.
Nível operacional: Para cumprir a estratégia traçada e alcançar os objetivos almejados, é necessário que as pessoas transformem a formulação teórica em prática. De forma eficiente e eficaz, cada uma das atividades que lhes foram atribuídas ganha substância na realidade da empresa. Neste nível, a habilidade técnica é essencial.
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
As pessoas passam a maior parte de seu tempo vivendo ou trabalhando dentro de organizações, isto gera impacto sobre as vidas e sobre a qualidade de vida dos indivíduos. 
Comportamento organizacional é o estudo e a aplicação do conhecimento sobre como as pessoas agem dentro das organizações. Segundo Robbins (1999) o comportamento organizacional é um campo de estudo que investiga o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o comportamento dentro das organizações com o propósito de aplicar este conhecimento em prol do aprimoramento da eficácia de uma organização. Assim, explica que a relação entre o indivíduo e sua organização, deve ser desenvolvida para o alcance de um melhor relacionamento organizacional.
Ciências como a psicologia, antropologia e a sociologia se aprofundaram no estudo das interações entre os indivíduos e a empresa. Esta relação foi denominada de comportamento organizacional: o estudo que perscruta a influência das reações observáveis entre indivíduos, grupos e a estrutura dentro das organizações, com o propósito de utilizar esse conhecimento para aperfeiçoar o desempenho organizacional.
Elementos do comportamento organizacional
Kotter (1999) afirmou que devido à necessidade das empresas atenderem novas demandas mercadológicas, percebeu-se que a mudança, a inovação, a rapidez e, principalmente, a diminuição de hierarquias tornaram-se a chave do sucesso organizacional. Mas para que essas mudanças sejam possíveis, o papel do administrador como líder é fundamental nesse processo.
 Na visão de Ribeiro (2008) a liderança é a habilidade que um indivíduo possui para influenciar, motivar, promover o empenho de um grupo em busca de um resultado pretendido. Liderança é o poder de influenciar pessoas para trabalhar entusiasticamente, buscando o bem comum.
Considerando o que Maximiano (2006) assevera, podemos classificar liderança em dois estilos básicos: (1) autocracia ou liderança autoritária: o dirigente impõe, estabelece, ao grupo suas decisões. O grupo, por sua vez, realiza aquilo que o dirigente quer. Nesse estilo de liderança, o poder de decisão está localizado no dirigente. O líder se preocupa mais com a tarefa imposta, enfatizando o desempenho dos colaboradores e o cumprimento das metas. Pela sua própria constituição, o líder se mantém distante da equipe; (2)democracia ou liderança consultiva: as decisões são tomadas entre o dirigente e o grupo, em comum acordo. Busca-se o consenso das duas partes. A decisão é determinada pelo grupo. Prioriza as relações humanas, destina boa parte do seu tempo com orientação, agrega valor ao colaborador. Estimula, motiva que cada liderado assuma responsabilidades e tomem iniciativas para resolver problemas.
Geralmente o líder é avaliado e reconhecido mais pelo seu carisma do que pelo seu grau de competência. Contudo, o líder tem que possuir competência exigida para determinadas decisões que são indiferentes ao seu grau de popularidade.
A motivação é a resposta que a equipe dá em reconhecimento a um verdadeiro líder. Ela gera o impulso que permite ao homem realizar determinada ação dando o melhor de si. Maximiano (2000) aponta que o homem na tem um estado geral de motivação. Pois é o processo que estimula um indivíduo para que tome ações que irão preencher uma necessidade ou realizar uma meta desejada.
Um elemento que não pode se dissociar do comando é a autoridade, o esteio de qualquer tipo de organização. É o elemento que hierarquiza e delimita os poderes para cada setor da empresa. Segundo Maximiano (2006), a autoridade pode ser divida em 5 tipos específicos, fundamentados de maneiras distintas na autoridade:
• autoridade tradicional – costumes; 
• autoridade carismática – pessoa; 
• autoridade formal – organização; 
• autoridade técnica – perícia; 
• política – relações pessoais.
Lacombe e Heilborn (2003) apresentam três tipos de poder: legítimo, referente e o de saber, que são utilizados pelas pessoas: O poder legítimo está relacionado com a posição em que a pessoa está na empresa. Este poder normalmente complementado por dois outros poderes para seu exercício: recompensa ou punição; o poder referente decorre do respeito e afeição que o grupo tem pelo líder, devido às suas qualidades pessoais e personalidade; e o poder do saber está intimamente ligado às informações que o administrador detém. Com o crescimento competitivo da globalização, as empresas estão cada vez mais investindo e incentivando o Capital Cultural.
É imperativo lembrar que a autoridade deve seguir paralelo ao respeito com as pessoas. É papel de um líder exigir, delegar, orientar e conduzir seus liderados sem, no entanto, abusar ou humilhar os seus subordinados.
A responsabilidade surge então como condição necessária para a preservação da autoridade, porque caminham juntas. A primeira deve residir na mente do administrador, advertindo-o a todo instante que existem normas, rotinas e metas das quais a segunda necessita para se manter legítima.
Para Fayol (1990, p.45) “a autoridade consiste no direito de mandar e no poder de se fazer obedecer. Não se concebe autoridade sem responsabilidade, isto é, sem a sanção que acompanha o exercício do poder”. A responsabilidade consiste, dessa forma, em responder por aquilo que lhe foi confiado: o poder. O administrador, mesmo delegando tarefas, deve controlar e supervisionar o delegado para que a delegação de funções tenha sucesso. Com autoridade se age sobre as coisas; com responsabilidade se assume as consequências pelos atos.
METODOLOGIA 
O presente estudo foi realizado numa empresa do ramo imobiliário localizada no Centro de João Pessoa, no estado da Paraíba. Desde sua criação, há pouco mais de 01 ano, diversas atividades já foram desempenhadas pelas gestoras dentro da organização.
Considerada mais apropriada à natureza e ao objetivo do trabalho, a metodologia escolhida foi à qualitativa descritiva tendo como objetivo a descrição das características das gestoras estabelecendo as relações entre as variáveis, apresentando os resultados desenvolvidos na coleta dos dados através de um questionário padronizado.
A aplicação do questionário visou avaliar o perfil dos administradores da imobiliária frente ao cotidiano administrativo da organização.
A descrição da empresa foi elaborada com base em informações apresentadas pelos gestores, durante a aplicação do questionário e observação livre. 
O nome da empresa não será divulgado neste trabalho, com o objetivo de preservá-la. Para manter a confidencialidade dos seus gestores as mesmas foram numeradas de gestor 1 e gestor 2 e a mesma numeração será mantida em todas as análises a partir de sua descrição.
ANÁLISE DE DADOS
Descrevendo a formação das gestoras temos: O gestora 1 representada na cor azul no gráfico é uma profissional graduada em administração, com conhecimentos técnicos em transações imobiliárias onde exercia função de gerente de vendas em uma agência bancária em João Pessoa, e após sua aposentadoria, resolveu, junto com sua colega de trabalho, abrir uma imobiliária para dar continuidade a sua atividade de forma independente. Dentro da imobiliária fundada em 2012 a gestora 1 exerce funções do setor comercial, de marketing e de vendas, além de outras atribuições. Enquanto a gestora 2 representado na cor vermelha no gráfico é uma profissional graduada em contabilidade que exercia funções no setor financeiro na mesma agência bancária de seu sócio. Atualmente, dentro da imobiliária a gestora 2 exerce funções no setor financeiro. Possui ainda conhecimentos do ramo jurídico, por isso atua nessa mesma área dentro da imobiliária, além de realizar outras atribuições. 
Cada gestora dispõe apenas de uma funcionária para distribuir as rotinas de trabalho dentro da imobiliária.
A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário dirigido as gestoras de uma imobiliária objetivando conhecer o perfil gerencial. Buscou-se a partir de uma escala de 0 a 10, a identificação do perfil. Os pontos de destaque estão circulados na cor verde.
Gráfico - Perfil gerencial das administradoras de uma imobiliária
 Fonte: Pesquisa direta, 2014.
A partir dos dados levantados, observa-se que no item primeiro, respeitante à capacidade de comunicação e expressão interpessoal, as entrevistadas atribuíram a si notas semelhantes, a gestora 1, nota 10; a gestora 2, nota 9. Estas habilidades, segundo Lacombe (2009), permitem que o administrador estabeleça uma comunicação interpessoal necessária para interagir com os colaboradores. No item segundo, referente à capacidade de raciocínio lógico, as duas gestoras deram a si a nota máxima. À luz da literatura, tal capacidade permite ao administrador analisar as relações de causa e efeito entre os fenômenos ocorridos numa organização, propiciando o entendimento e a solução de situações adversas. No terceiro item, concernente à visão sistêmica, obteve-se novamente notas similares, gestora 1, nota 10; gestora 2, nota 9. A teoria demonstra que tal habilidade proporciona uma visão holística da organização, percebendo-a como um sistema integrado e interdependente. No quarto item acerca da capacidade de resolução de problemas, as respostas se apresentaram com poucas diferenças, gestora 1, nota 10; gestora 2, nota 9. Esta capacidade, assim como assevera Maximiano (2002), reside na habilidade conceitual e está intrinsecamente ligada ao raciocínio lógico e à visão sistêmica. Abordou-se no quinto item a capacidade de aplicar conhecimentos técnicos na organização. Ambas as gestoras atribuíram às suas capacidades nota 10, confere-se aí que elas se sentem capazes de aplicar seus conhecimentos no nível operacional. No item 6, foi referente às habilidades humanas, uma das qualidades mais importantes, segundo Robbins, por abranger todo o processo de comunicação com seu semelhante. E, novamente, as respostas das gestoras não refletiram alterações tão distintas: gestora 1, nota 10; gestora 2, nota 9. O sétimo item, referente à capacidade de liderança, foi o que apresentou resultado mais díspar entre as questões até agora levantadas. A gestora 1 se considera capaz de desenvolver e aplicar suas habilidades gerenciais no tocante a este tema, arrogando para si nota 10. Enquanto, para a gestora 2, há uma necessidade incontinênti de melhoria,que se autoavalia com nota 8. De acordo com inúmeros autores, como Ribeiro, lacombe e Hunter, a liderança é a quintessência do ato de administrar, a causa principal do sucesso na vida de um administrador. No item nono, que diz respeito à autoridade, os resultados foram mais uma vez sem tantas diferenças, uma vez que a gestora 1 concedeu a si nota 10 e a gestora 2, nota 9. A literatura administrativa ensina que a autoridade não pode se desvencilhar do comando, pois delimita as diversas hierarquias estabelecidas na empresa. No décimo e último item se questionou sobre a responsabilidade das gestoras nas missões a elas confiadas, e ambas se veem competentes neste quesito, atribuíram para si nota 10. Para Fayol, não se concebe autoridade sem responsabilidade, porque esta preserva aquela.
Através da pesquisa, constatamos que respostas das gestoras às questões levantadas no item 2, 5 e 10 do questionário são idênticas. Representado, dessa forma, um terço da totalidade do questionário. Nota-se também que em todos os quesitos respondidos a gestora 1 se sente mais preparada para exercer seu papel de líder na imobiliária, conseguindo os resultados pretendidos, motivando sua equipe, incentivando o crescimento da imobiliária e galvanizando a harmonia e o bem estar do grupo. 
Urge aqui a necessidade de apontarmos a disparidade apresentada no item 7. Onde a gestora 2 atribuiu a si uma nota inferior bem dissonante das demais. Conjectura-se que tal discrepância seja, possivelmente, em razão da sua formação acadêmica, da falta de treinamento de suas habilidades, e por não se aperfeiçoar nas áreas que lhe compete. 
Como resultado, tal deficiência demole consigo os outros elementos do comportamento organizacional, expostos nos itens seguintes (8, 9 e 10). Pois, à medida que a estreiteza no ato de liderar compromete a capacidade de motivar e de influenciar uma equipe, a autoridade exercida sem responsabilidade desconhece limites e erros, pervertendo-se em autoritarismo. Este último, desconhece a parecença entre si e seus liderados, ignora as habilidades humanas de se relacionar com seus semelhantes, apontadas no item 6; que, por sua vez, afeta diretamente a capacidade de se comunicar e se expressar com sua equipe, questão 01. E, se a supracitada gestora não atinou com tais obviedades, carece de um conhecimento lógico melhor, visto que, sem ele, será impossível ter uma visão sistêmica, questão 3. Inescapavelmente, Tudo isso é o avesso da arte liderar. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho pretendeu analisar o perfil das administradoras numa imobiliária de João Pessoa, identificando conhecimentos distintos em cada uma delas. Para abarcarmos o problema com o mínimo de rigor científico, buscamos nos fundamentar em alguns dos principais autores do assunto, como Fayol, Lacombe, Maximiniano, Robbins e Hunter. Outrossim, nos internamos em trabalhos de autores não consagrados pela literatura administrativa, mas que foram de grande proveito para a construção deste trabalho.
Através dos dados levantados, realizou-se uma breve análise representada pelas escalas de 0 a 10, entre as habilidades, níveis e os elementos do comportamento organizacional, requeridos para o perfil gerencial. 
Foi possível identificar nas amostras que a gestora 1 se considera capacitada para desenvolver suas habilidades gerenciais na maioria dos itens expostos destacando seu perfil como uma líder possuidora de visão sistêmica, característica fundamental para quem administra uma organização. Por outro lado, a gestora 2 apresentou habilidades inferiores que a princípio não se configuram tão relevantes em alguns pontos, já que a variação de uma gestora para a outra é de apenas 1 ponto na maioria dos itens. Contudo, essa inconstância revela deficiências que não podem ser negligenciadas.
Dentre os resultados obtidos, destaca-se um ponto de concordância entre as gestoras acerca da responsabilidade, item 10. Levando-nos a crer que qualquer oportunidade de melhoria sugerida será levada em consideração, pois com responsabilidade se assume as consequências pelos atos. 
Mediante este comparativo, traçou-se um perfil para o Administrador. Contudo, os dados analisados e aqui interpretados são parciais, já que se concentram em um número pequeno de amostra e num conhecimento estreito sobre o assunto. Ademais, o pouco tempo dispensado não nos permitiu aprofundarmos ainda mais sobre o assunto.
Destarte, acredita-se que esse conteúdo pode ser tema para algum trabalho científico de conclusão de curso ou algo relacionado, ao qual se possa oferecer importantes elementos que contribuam para uma análise do perfil do administrador, sob a ótica do desenvolvimento de habilidades e competências. 
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¹ Graduando em Gestão de Negócios Imobiliários 4° período – IFPB.
² Graduanda em Gestão de Negócios Imobiliários 4° período – IFPB.

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