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TCC08

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Perfil do consumidor de derivados do mel de abelhas no município de Ribeirão Preto, São Paulo - Brasil 
Consumer profile of bee honey products in the city of Ribeirão Preto, São Paulo - Brazil
Gabriela Soares Rodrigues Agostinho 1
João Paulo L. de Oliveira2
1Centro Universitário Estácio Uniseb - E-mail: gabrielaa_agostinho@hotmail.com
2Centro Universitário Estácio Uniseb - E-mail: joao.leonardo@estacio.br
Resumo
A apicultura é a técnica utilizada para a extração do mel de abelha. Apartir do mel de abelha é possível a produção de diversos produtos, como própolis, cera, geleia real e até o próprio mel puro. O estudo propõe criar um breve perfil dos consumidores de derivados do mel de abelha na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo. Ao final do levantamento de dados dos participantes suas respostas, como as variáveis idade, gênero, classe social foram criando o perfil do consumidor e as respostas referente a hábitos de consumo foram desenhando alguns dos hábitos de consumo dos entrevistado.A amostra foi composta predominantemente por mulheres entre 30 e 45 anos de idade, com ensino superior completo e pertencentes a classe sócio econômica B1. Em relação aos hábitos de consumo, os produtos são consumidos ao menos uma vez ao mês, com fim culinário, a compra é realizada no supermercado, o critério utilizado é o aspecto, o mel puro é o produto mais vendido
Palavras-chave: Apicultura, Consumo, Mel, Ribeirão Preto.
Abstract
A beekeeping is a technique used for a honey bee extraction. Apart from bee honey and possible the production of various products such as propolis, wax, royal jelly and even the pure honey itself. The study proposes to create a brief profile of consumers of bee honey derivatives in the city of Ribeirão Preto, São Paulo. At the end of the data collection of their answers, as variables as age, gender, social class, creating the profile of the consumer and as answers referring to consumption habits, some of the habits of consumption of the interviewees were drawn. The sample consisted predominantly of women between 30 and 45 years of age, with complete higher education and belonging to socioeconomic class B1. Regarding consumption habits, the products are consumed at least once a month, with a culinary purpose, the purchase is carried out without supermarket, the criterion used and the aspect, pure honey is the best selling product
Keywords: Beekeeping, Consumption, Honey, Ribeirão Preto.
Perfil do consumidor de derivados do mel de abelhas no município de Ribeirão Preto, São Paulo - Brasil 
Revista de Pós Graduação em Gestão do Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto
Revista de Pós Graduação em Gestão do Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto
1. Introdução
	Os produtos derivados do mel fazem parte do nosso dia a dia, desde o mel puro utilizado na culinária até em produtos hospitalares. 
	A apicultura, que é a criação de abelhas para fins industriais, tem como objetivo é proporcionar ao homem produtos derivados como o mel, cera, geleia real, própolis, pólen, e, ainda, prestar serviços de polinização às culturas vegetais.
	Segundo um estudo realizado pelo IBGE em parceria com o Sebrae o Brasil está em 9º lugar (38 mil toneladas) entre os produtores de mel,  a China lidera o ranking mundial com uma produção de mais 445 mil toneladas.
	No Brasil podemos destacar a região como a maior produtora de mel do pais, com 16 mil toneladas, segundo estudo do IBGE com o Sebrae.
2. Revisão Teórica
	Segundo dados do IBGE, o país alcançou 38 mil toneladas de mel em 2009. Um dos estímulos para o avanço da atividade pode ter sido o aumento da demanda advinda do exterior, que contou ainda com o fim do embargo para o mel brasileiro pela Comunidade Europeia, em 2008, representando a retomada na participação de um mercado de 12 bilhões de euros. A preferência desse público por produtos orgânicos coloca o Brasil em posição de vantagem em relação aos demais concorrentes, uma vez que o país possui uma abelha bastante resistente a doenças, tornando desnecessária a utilização de defensivos, antibióticos e acaricidas. Consequência ou não da necessidade externa, o volume total da sua produção quase dobrou entre 1999 e 2009, suficientemente para figurar entre os dez maiores do mundo.
	No Brasil, devido ao seu clima tropical, ampla área territorial com biodiversidade, características essas propícias à exploração da apicultura e com o domínio das técnicas apícolas, apresenta condições de se aproximar dos líderes mundiais de produção de mel. Porém, para se atingir esse objetivo há ainda muito a se fazer. O consumo de mel no Brasil está estimado em aproximadamente 500g/pessoa/ano, o que é considerado muito baixo se comparado a alguns países da Europa, como a Alemanha e Suiça, onde se estima um consumo de l.500g/pessoa/ano ( ZARA FILHO, 1997).
	Segundo Sommer (2002), a apicultura desempenha papel importante no quadro socioeconômico mundial. É uma das poucas atividades que atende aos requisitos do tripé da sustentabilidade: o econômico, o social e o ecológico. O econômico é o gerador de renda para os produtores; o social intensifica a ocupação de mão de obra familiar no campo, com diminuição do êxodo rural; e o ecológico refere-se à polinização de espécies nativas e cultivadas e à conservação da vegetação, já que não é necessário desmatar para criar abelhas, necessitando-se de plantas vivas para a retirada do pólen e do néctar de suas flores, fontes alimentares básicas das colméias.
	O mel é considerado um dos alimentos mais puros da natureza e apresenta riqueza de elementos em sua composição. Bastante água, glicose, frutose, sacarose e maltose, sais minerais, vitaminas, enzimas, hormônios, proteínas, ácidos, aminoácidos e fermento (BATISTA, 2004).
Segundo definição do MAPA (Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Mel do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), entende-se por mel, o produto alimentício produzido pelas abelhas melíferas, a partir do néctar das flores ou das secreções procedentes de partes vivas das plantas, ou de excreções de insetos sugadores de plantas que ficam sobre partes vivas de plantas, que as abelhas recolhem, transformam, combinam com substâncias específicas próprias, armazenam e deixam madurar nos favos da colméia.
Além da vasta utilização na indústria alimentícia, o mel tem sido testado com êxito na medicina moderna. Dentre as inúmeras propriedades medicinais atribuídas ao mel pela medicina popular e que vêm sendo comprovadas por inúmeros trabalhos científicos, sua atividade antimicrobiana talvez seja seu efeito medicinal mais ativo. Propriedades anti-sépticas, antibacterianas também são atribuídas ao mel, fazendo com que ele seja utilizado como coadjuvante na área terapêutica em diversos tratamentos profiláticos (EMBRAPA, 2003).
Segundo a Embrapa a apicultura é a criação de abelhas para que elas possam, a partir do néctar das flores, produzirem mel e outros produtos. Chama-se apicultura porque o nome da abelha é Apis, então, foi criado o nome APICULTURA - a atividade de criar abelhas. Estas abelhas são boas produtoras de mel, além de geléia real, cera e própolis.
3. Método de Pesquisa	
3.1. População de referência: Consumidores de produtos derivados do mel de abelha na cidade de Ribeirão Preto-SP. 
3.2. População de estudo: Em Ribeirão Preto-SP: consumidores de derivados do mel de abelha. 
3.3. Critérios de inclusão: Foram incluídos todos os consumidores de derivados do mel de abela em Ribeirão Preto.
3.4. Critérios de exclusão: Foram excluídos do estudo os consumidores dos derivados do mel de abelha que não tenham a possibilidade de acesso ao questionário on line. 
3.5. Variáveis de estudo: Foram consideradas no estudo as seguintes variáveis: idade; sexo, nível de escolaridade, classificação sócio econômica familiar, frequência de consumo dos derivados do mel de abelha, preferência por mel orgânico, objetivo de consumo dos derivados do mel de abelha, local de comprasdos derivados, critérios utilizados para a escolha dos produtos derivados, frequência de consumo dos derivados e marca de consumida com mais frequência. 
3.6. Procedimentos: Divulgação do questionário através da lista de contatos de consumidores em redes sociais, e, através do Facebook® e Whatsapp®. As entrevistas foram realizadas entre Janeiro e Fevereiro de 2018. 
3.7. Instrumento: O Questionário selecionado para o estudo foi aplicado nos candidatos através do Formulários Google®. 
3.7.1. Questionário de avaliação do perfil de consumidor de derivados do mel de abelha, com o objetivo de conhecer os hábitos de consumo desse público. O questionário é constituído por 15 perguntas como, idade; sexo, nível de escolaridade, classificação sócio econômica familiar, frequência de consumo dos derivados do mel de abelha, preferência por mel orgânico, objetivo de consumo dos derivados do mel de abelha, local de compras dos derivados, critérios utilizados para a escolha dos produtos derivados, frequência de consumo dos derivados e marca de consumida com mais frequência. 
3.8. Tratamento de dados: Após a coleta dos dados procedeu-se o seu tratamento estatístico através da utilização dos softwares Excel. 
3.9. Análise estatística dos dados: Inicialmente foram realizadas análises descritivas a fim de caracterizar o perfil dos consumidores dos derivados do mel de abelha. 
3.10. Equipe de estudo: A equipe deste estudo foi composta pela aluna de pós-graduação Gabriela Soares Rodrigues Agostinho – e Dr. João Paulo Leonardo, orientador do estudo.
Resultados
De 159 consumidores entrevistados, 61 eram do sexo masculino e 98 do sexo femino, apresentando assim que as mulheres são as maiores consumidores de produtos derivados do mel de abelha, com 61,6%, exposta no gráfico 1. Em relação a idade 43,9% tem entre 30 e 45 anos, 26,8% tem entre 25 e 29 anos, 22,3% tem mais de 45 anos e apenas 7% tem entre 18 e 24 anos. Assim fica evidente que os maior es consumidores são as pessoas na fase adulta.Grafico 2. O nível de escolaridade dos entrevistados apresentou que em sua maioria, com 42,4%, eles possuem do ensino superior completo, os entrevistados com pós-graduação ficou com 28,5%, o ensino médio completo representa 15,8%, com 11,4% ficou os entrevistados com o ensino superior completo e 1,9% outros. Grafico 3. No gráfico 4, sobre classificação sócio econômica familiar é possível observar a predominância da classe B1 (R$ 3479,36 a R$ 6563,72), com 33%, logo em seguida com resultados muito próximos temos a A2 (R$6563,73 a R$ 9733,70) e a B2 (R$ 2012,67 a R$ 3479,35) correspondendo a 22% e 20%, respectivamente. A classe A1 (R$ 9733,71 – Acima) representa 14%, a C1 (R$ 1194,53 a R$ 2012,66) 10% e a C2 (R$ 726,20 a R$ 1194,52) apenas 1% dos entrevistados.
	 
Gráfico 1 
Gráfico 2 
Gráfico 3 
Gráfico 4
Entrando nos hábitos de consumo, o primeiro resultado apresentado é sobre a frequência de consumo de produtos derivados do mel. 
	No gráfico 5 observamos que 33% dos entrevistados consomem produtos derivados do mel pelo menos uma vez por mês, quem consome 1 vez por semana corresponde a 21% dos entrevistados, 17% equivale ao cosumo de uma vez a cada 6 meses, 16% são os consumidores que consomem uma vez por semana e apenas 13% consomem diariamente. 
	Em relação a preferencial pelo mel orgânico o gráfico 6 mostra que os consumidores ficam bem dividos, 52% deles não tem preferência pelo mel orgânico e 48% tem. 
	O gráfico 7 mostra que 116 dos consumidores entrevistados consomem os produtos derivados do mel com fim culinário, 69 deles consomem com fim medicinal e apenas 6 deles com objetivo dermatológico. 
	 
Gráfico 5
Gráfico 6
Gráfico 7
	O local de compra mais utilizado é o supermercado (30%), o segundo local mais utilizado é as lojas de produtos naturais (23%), 16% dos entrevistados preferem comprar direto do produtor, 13% compram em feiras, 10% em farmácia, 6% de vendedores ambulantes e 2% compram no mercado municipal. 
	O critério mais utilizado mais utilizado na compra dos produtos derivados do mel é o aspecto (48%), a marca é o segundo critério utilizado (21%), 17% dos entrevistado se preocupam com o preço do produto, apenas 6% se leva em conta o rótulo do produto e 8% usa outros critérios.
	43% dos entrevistados consomem raramente o mel puro, 26% quase sempre consomem, apenas 21% consomem sempre o mel puro e 10% não consomem.
Gráfico 8
Gráfico 9
Gráfico 10
Gráfico 11
Gráfico 12
Gráfico 13
	Gráfico 14
	O produto derivado do mel de abelha que mais é consumido é o mel puro, 21% dos entrevistados sempre consomem o mel puro. O própolis é o segundo produto mais consumido, 11% sempre consomem e 18% quase sempre consomem.
	Os produtos menos consumidos é a cera de abelha, pólen e a geléia real. Em relação a cera de abelha 76% não consomem, 78% não consome o pólen e 70% não consome a geléia real. 
Gráfico 15
	A marca mais consumida entre os entrevistados é a Apis flora (62%) , a segunda mais consumida é a vale do mel (16%), 28% compram de marcas variadas e apenas 1% compra direto do produtor. 
Considerações Finais
Levando em conta os resultados fornecidos pela pesquisa de campo, feita com 159 entrevistados, podemos traçar o perfil e alguns hábitos de consumo dos produtos derivados do mel de abelha.
O principal consuimidores são mulheres, entre 30 e 45 anos, com ensino superior completo e que pertencem a classe sócio econômica familiar B1 (R$ 3479,36 a R$ 6563,72).
Em relação aos hábitos de consumo, os produtos são consumidos ao menos uma vez ao mês, com fim culinário, a compra é realizada no supermercado, o critério utilizado é o aspecto, o mel puro é o produto mais vendido e quando o assunto é mel orgânico os consumidores ficam bem dividos. A marca mais consumida é a Apis Flora. 
Como bases no resultado deste artigo eu sugeriria algumas mudanças na estratégia de marketing, como por exemplo a maior divulgação dos benefícios da geléia real e do pólen, pois são produtos com grandes benefícios mais com pouca adesão do mercado. 
O estudo mostrou que o local aonde a maioria das compras são realizadas é no supermercado, a farmácia ficou com 4ª lugar. Pelo fato de a farmácia ser um local de fácil acesso, pouca fila, com informação acessível e ser um setor que está com um grande crescimento talvez seria interessante investir mais neste canal, com informação para os funcionários, material de merchandising e gerenciamento de categoria. 
Referências
MAGALHÃES, E. Perfil do consumidor de mel de abelhas no município de Itabuna. Itabuna, 2006 
Sommer PG. Panorama da apicultura mundial. In: Anais Congresso Brasileiro de Apicultura; 2002; Campo Grande, MS. Campo Grande: CBA: UFMS: FAAMS; 2002.
ZARA FILHO, C. Diagnóstico da apicultura no Estado de São Paulo. In: FORUM NACIONAL DE AGRICULTURA.GT. Apicultura. Anais. São Paulo, 1997.
BATISTA, Cristiane. A Natureza é o meio. Almanarque Rural Apicultuta nº 01. São Paulo: Escala, 2004. p 64, 65.
SEBRAE. Oportunidades para o mercado de mel. Resposta técnica. 2014
SEBRAE. Orientações importantes para a apicultura. Salvador, 2009

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