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Módulo 1 – Técnicas Construtivas Aula 1 – Histórico e processos da Construção Civil: Evolução da Técnica de Construção Prof. Cristóvão C. C. Cordeiro TÉCNICAS CONSTRUTIVAS Tópicos principais 1. Breve Histórico 2. Evolução recente da Construção Civil 3. Patologias 4. Norma de Desempenho 1 - Breve Histórico da área Aprendizado foi tradicionalmente intuitivo Separação entre técnica e projeto Perda de conhecimento Papel do BNH como indutor de novas tecnologias nos anos 70 Estagnação nos anos 80 Introdução de novas tecnologias nos anos 90 E na Construção Civil? Inovações seguem o padrão, vem do exterior; Normalmente vem da cadeia de fornecedores de materiais; Apesar de ser um setor conservador, muitas novidades foram introduzidas nos últimos cinquenta anos. Um exemplo do setor de aeronáutica Década Capacidade (Passageiros) Velocidade (Km/h) Materiais 20 02 100 Madeira/seda 30 10 a 15 200 Madeira 40 30 300 Aço/tela 50 100 600 Alumínio 2000 500 950 Compósitos Evolução das aeronaves de transporte de passageiros O desenvolvimento da aviação foi homogêneo, em todos os aspectos!!! E na construção de edifícios? Breve Histórico da área Aprendizado foi tradicionalmente intuitivo Separação entre técnica e projeto Perda de conhecimento Papel do BNH como indutor de novas tecnologias nos anos 70 Estagnação nos anos 80 Introdução de novas tecnologias nos anos 90 Histórico da área Última grande revolução foi feita na década de 20 (início do uso do concreto armado). De 1927 a 1995 houve pequenas mudanças dos materiais: – Ferro fundido/galvanizado para PVC nas instalações. – Madeira para alumínio nas esquadrias. – Fios com recobrimento de tecido para fios com recobrimento de plástico. – Tábuas para chapas de compensado nas formas. – Etc. Do ponto de vista sistêmico, continuamos construindo da mesma forma que há 80 anos! Evolução das necessidades dos edifícios nas últimas décadas Edifícios de 15 a 18 pavimentos. 1 a 2 vagas por apartamento. Poucas possibilidades de alterações de arquitetura. Poucos eletrodutos embutidos nas paredes. 20 a 24 meses de construção. Juros de produção baixos. Baixa demanda por questões ambientais. Tolerância com produtos artesanais. Edifícios de 25 a 35 pavimentos. 3 a 4 vagas por apartamento. Grande flexibilidade de lay- out. Grande quantidade de itens embutidos nas paredes (eletrodutos, redes de som e computador, aspirador, etc.). 20 a 24 meses de construção. Juros de produção muito altos. Alta demanda por questões ambientais. Mercado altamente competitivo. Cliente muito exigente. Anos 70 a 80 Anos 90 e até hoje Evoluímos na construção das estruturas!!! Evolução das estruturas dos edifícios nas últimas décadas Estruturas aporticadas. Vigas abaixo das paredes. Vãos de 4 a 5 metros. Fck entre 150 e 180 Kgf/cm2. Formas e escoramento de madeira. Eletrodutos embutidos no concreto. Tolerância com baixa produtividade. Cimento e concreto com baixa aditivação (fração clinquer alta}. Estruturas com grandes lajes e poucas vigas. Paredes sobre lajes com vãos de 6 a 8 metros. Fck entre 30 e 50 Mpa. Formas em paineis estruturados e escoramento metálicos. Demanda por alta produtividade. Cimento e concreto com alta aditivação (fração clinquer baixa). Anos 70 a 80 Anos 90 até hoje Com a evolução as estruturas ficaram mais deformáveis e menos porosas!!!! O que evoluímos nas demais partes da obra? Como vamos permitir a estrutura se deformar mais? Mas as necessidades não mudaram? As estruturas não precisaram ficar mais deformáveis? Porque insistimos nas mesmas soluções nas demais partes? Consequências... Patologias Fissuras, Esmagamentos CONCEITOS Patologia – Ciência que estuda a origem, os sintomas e a natureza das doenças; Terapia – ciência que estuda a escolha e administração dos meios de curar as doenças e da natureza dos remédios Profilaxia – Ciência que estuda as medidas necessárias à prevenção das enfermidades. Conceitos Falha – é um descuido ou erro, uma atividade imprevista ou acidental que se traduz em um defeito ou dano Origem – é a etapa do processo construtivo (planejamento, concepção, projeto, fabricação de materiais, execução, uso/manutenção, etc.) que ocorreu o problema Diagnóstico – é o entendimento do problema (sintoma, mecanismo, causa e origem) Correção – é a metodologia para a eliminação dos defeitos causados pelos problemas patológicos) Medição de deformação lenta em pilares de edifícios 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 23/1/2003 17/4/2003 10/7/2003 2/10/2003 25/12/2003 18/3/2004 10/6/2004 2/9/2004 Deformação (mm/m) -5 0 5 10 15 20 25 30 35 Temperatura (o C) Personal Home - Extensômetro 1 Projeto Viver - Extensômetro 1 Projeto Viver - Extensômetro 2 Temperatura ambiente DEFORMAÇÃO EM PILARES DO 1o PAVIMENTO APÓS FIXAÇÃO DA ALVENARIA TENSÕES DE UMA ALVENARIA DE VEDAÇÃO TIJOLO CERÂMICO 3 a 4 vezes maior!!! TIJOLO DE CONCRETO 2 a 3 vezes maior!!! PATOLOGIAS RECENTES BALANÇO DA EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DOS ÚLTIMOS 27 ANOS Fases anteriores: 1928 a 1970 – Marasmo total 1970 a 1983 – Inovação Irresponsável 1983 a 1990 – Racionalização Desarticulada 20001990 2007 Fase da Racionalização Fase da Inovação Industrialização Incentivada 2015 Fase da Inovação Industrialização Sutil 2017 Fase da Inovação Obrigatória FASE DA RACIONALIZAÇÃO (1990 a 1996) Racionalização com visão sistêmica. Integração entre sub-sistemas. Início da valorização dos projetos executivos. Padronização como instrumento de volume para viabilizar a pré-fabricação. Fazer melhor o que já era feito. Canteiro como unidade de fabricação. Canteiros “central de obras” – foco na empresa. Qualidade voltada para inspeção do serviço pronto. Feita por empresas de grande porte. Altos investimentos. FASE DA INOVAÇÃO Ind. Sutil (1997 até 2007) Inovação com visão sistêmica. Eliminação das interferências entre as partes da obra. Visão da montagem (parafuso e cola). Construção seca. Industrialização de componentes leves e intercambiáveis “Industrialização Sutil”. Valorização dos projetos executivos de engenharia com solução de interferências entre sub-sistemas. Padronização da tecnologia, modularização. Homogeneidade da qualidade. Canteiro como unidade de montagem. Componentes industrializados e pré-engenheirados. Qualidade voltada para inspeção do processo. Aberta a empresas de qualquer porte. Baixos investimentos. Investimento no conhecimento. FASE DA INOVAÇÃO Ind. Incentivada (2007 a 2015) Aumento do Horizonte de Financiamento Programas Governamentais de incentivo ao Macro-setor da Construção Civil (PAC, MCMV) Linhas de Crédito para modernização tecnológica e gerencial (BNDES). Aumento da mecanização nos canteiros, com aquisição de máquinas e equipamentos. Alta demanda de mão de obra, encarecendo o recurso. Aumento da busca por novos processos/sistemas construtivos passíveis de industrialização . Valorização dos projetos executivos de engenharia com solução de interferências entre sub-sistemas. Intensificação do uso de componentes industrializados. Qualidade deixada em segundoplano com problemas futuros na assistência técnica. Industrialização aberta a empresas de qualquer porte. Investimento no conhecimento para adequar inovações . FASE DA INOVAÇÃO OBRIGATÓRIA (2015 até hoje) Inovação com visão de desempenho. Cliente super exigente Visão da montagem com velocidade (vide China). Disseminação da Construção seca. Necessidade e urgência dos projetos executivos de engenharia com solução de interferências entre sub-sistemas, projetos e obras, via prototipagem com clash detection. Padronização e interoperabilidade de projetos e da tecnologia. Valorização da Qualidade para evitar problemas do pós obra. Canteiro como unidade de montagem. Invasão de fabricantes estrangeiros de componentes industrializados e pré-engenheirados. Empresas do exterior com Inovações de qualquer porte. Necessidade de investimentos em conhecimento do desempenho dos materiais. DESEMPENHO: A palavra Desempenho têm origem em "des", negativo, e "empenho", penhor, ou seja, "Tirar do penhor, resgatar", e "Penhor" vêm do Latim jurídico PIGNUS, que significa "Garantia dada pelo Devedor ao Credor“. ETIMOLOGIA Fonte: http://www.conhecimentoestrategico.com.br/2010/03/mas-afinal-o-que-e-desempenho.html “comportamento em uso de uma edificação e de seus sistemas” Incorporadores precisam informar quais serão as condições de exposição adotadas para a concepção do projeto Os projetistas, fornecedores e a construtora deverão informar ao usuário as ações de manutenção requeridas DEFINIÇÕES - DESEMPENHO Custo Final: 380 milhões de reais Estimativa Reforma: 160 milhões Sociedade custeando BAIXO DESEMPENHO Comprometimento da DURABILIDADE CONCEITO Dezembro 2011 – Ementa de exigibilidade a partir de 12/03/13 Fevereiro 2013 – Publicação da Versão Final Atualmente – Exigibilidade 19/07/2013 (Implicações Jurídicas) 2000 – Início dos Trabalhos Maio 2008 – Em vigor a partir de 12/05/10 Dezembro 2010 – ementa de exigibilidade a partir de 12/03/12 HISTÓRICO – NBR 15575 Criação de uma Referência para Avaliação de unidades habitacionais aparentemente similares Estímulo à Inovação Garantir a Segurança e Satisfação dos Clientes – Estabelecimento de Requisitos Mínimos Equilibrar melhor as relações de consumo: – Incorporadora x Projetista – Construtora x Fornecedor – Construtora x Cliente OBJETIVOS NOSSA VISÃO Indução de Melhorias em Sistemas e Subsistemas; Projetistas deverão especificar desempenho (Não poderá ficar a cargo do departamento de suprimentos) Favorecimento de fornecedores com maior Qualificação Técnica; Improviso em obra é sinônimo de RISCO Compra de Terreno também é uma atividade técnica! Usuário deverá cobrar informação! NORMAS DE DESEMPENHO Qual seu comportamento em uso? Relacionada ao usuário Linguagem Simples NORMAS PRESCRITIVAS Qual material utilizado? Relacionada ao produto Linguagem técnica MAIOR ALCANCE DO PÚBLICO CONSUMIDOR A NBR 15.575 está estruturada em 6 cadernos: 1. Requisitos Gerais 2. Sistemas Estruturais 3. Sistemas de Pisos 4. Sistemas de Vedações Verticais Internas e Externas 5. Sistemas de Coberturas 6. Sistemas Hidrossanitários CADERNO DE REQUISITOS GERAIS Conceitos gerais para alinhamento dos requisitos normativos, como por exemplo, requisitos de segurança, habitabilidade e sustentabilidade. E determinação das responsabilidades para garantir o atendimento do desempenho esperado. • Motor SIGMA TiVCT • Transmissão DPS6 • Suspensação Dianteira McPhearson • Suspensão Traseira Mola Helicoidal • Motor IVTEC • Transmissão SHIFT HOLD CONTROL • Rodas de 16’ • Suspensação Dianteira McPhearson • Suspensão Traseira Multi-Link O que é DESEMPENHO?CONCEITO ! INSUFICIENTE DESPERDÍCIO Mínimo Segurança Segurança Estrutural Segurança contra fogo Segurança no Uso e Operação Habitabilidade Estanqueidade Desempenho Térmico Desempenho Acústico Desempenho Lumínico Saúde, Higiene e Qualidade do Ar Acessibilidade Conforto no manuseio Sustentabilidade (Item 18, Parte 1) Durabilidade Manutenabilidade Impacto Ambiental Atendimento Obrigatório Intermediário Superior Quando atendidos devem ser divulgados pelo Marketing e incorporados nos materiais de Venda CENÁRIO ATUAL DEMANDAS Responsabilidade do Usuário NOVO CICLO DE VIDA DAS EDIFICAÇÕES: DEFINIÇÕES 0 2 anos 4 anos 9 anos Macro fluxo do Negócio: PLANEJAR PARA LONGOS PERÍODOS – AUMENTO DO RISCO O Ciclo do Empreendimento AUMENTOU ? Prosp.Venda Assistência TécnicaObra VUP Prosp. PRJ Vendas Obra Assistência Técnica ≈ 5 anos 5 anos • Estrutura: 50 anos ; Pisos: 13 anos; Hidrossanitário: 20 anos PRJ ? CICLOS ECONÔMICOS Prazo de Garantia Legal “Período de tempo previsto em lei que o comprador dispõe para reclamar dos vícios (defeitos) verificados na compra de produtos duráveis” Período de Garantia Contratual “Período de tempo, igual ou superior ao prazo de garantia legal, oferecido voluntariamente pelo fornecedor (incorporador, construtor ou fabricante) na forma de certificado ou termo de garantia ou contrato, para que o consumidor possa reclamar dos vícios aparentes ou defeitos verificados na entrega de seu produto” DEFINIÇÕES Vida Útil Período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam às atividades para as quais foram projetados e construídos, com atendimento dos níveis de desempenho previstos na NBR 15575. Atrelado à realização das manutenções previstas no Manual de Uso, Ocupação Vida Útil de Projeto Período de tempo para o qual um edifício é projetado, a fim de atender aos requisitos de desempenho estabelecidos nesta Norma (15575) É um prazo teórico! A VUP pode ou não ser atingida em função da não realização de manutenções ou modificações nas condicionantes de entorno DEFINIÇÕES E o CUSTO ?98,5% 1,5% • Fornecedores quebraram; • Sistemas sem históricos; • Problemas de Projeto; • Problemas de Execução; • Projetos e Obra realizados por terceiros; VUP Prospecção Projeto Vendas Obra AST RISCOS ECONÔMICOS Responsabilidade do Fornecedor do Produto Responsabilidade do Usuário RISCOS ECONÔMICOS A Norma possui abrangência NACIONAL Devem ser respeitadas legislações regionais Aplica-se a: • Edificações Habitacionais • Sistemas Construtivos ABRANGÊNCIA DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO - PREMISSAS Melhoria da qualidade com foco no Desempenho durante a vida útil! Redução do custo. Aumento da produtividade: – Eliminação de interferências. – Padronização. – Fabricação na indústria. – Montagem no canteiro. – Terminalidade. Foco no Sistema X Foco no Componente.
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