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Aplicação Prática Teórica 
Caso Concreto 
1. (OAB) Processual Civil. Recurso ordinário. Mandado de segurança. Descentralização do ensino. Escolas estaduais. Municipalização. Inércia do Executivo. Impetração de segurança. Legitimidade ativa da Câmara Municipal. Precedentes. 
1. (...). Afetados os direitos do Município e inerte o Poder Executivo, no caso concreto (municipalização de escolas estaduais), influindo os denominados direitos-função (impondo deveres), não há negar a manifestação de direito subjetivo público, legitimando-se a Câmara Municipal para impetrar mandado de segurança. 2. Recurso ordinário conhecido e provido.? (STJ, RMS 12.068/MG, 17/09/2002). 
Considerando a ementa acima, responda: 
a) Qual a teoria adotada pelo ordenamento jurídico brasileiro a respeito dos órgãos públicos? À luz dessa teoria, como se explica a manifestação de vontade do Estado (pessoa jurídica) através de seus agentes (pessoas físicas)? 
b) Sabendo que a Câmara Municipal é um órgão público, é possível que se lhe reconheça capacidade processual, como na decisão supracitada? Justifique, do ponto de vista da personalidade jurídica dos órgãos públicos e da jurisprudência. 
R: Sabendo que a Câmara Municipal é um órgão público, é possível que se lhe reconheça capacidade processual, como na decisão supracitada? Justifique, do ponto de vista da personalidade jurídica dos órgãos públicos e da jurisprudência. O ordenamento jurídico brasileiro adota a chamada teoria do órgão. Esta teoria abandona as idéias de representação e de mandato e explica a relação entre o Estado (pessoa jurídica) e seus agentes (pessoas físicas) por meio do princípio da imputação volitiva, segundo o qual a vontade do órgão público – que se manifesta por meio de seus agentes, pessoas físicas – é imputada à pessoa jurídica a cuja estrutura pertence. Os órgãos públicos são entes despersonalizados, pois são simples subdivisão/partição interna de uma pessoa jurídica. Por isso, não podem ser sujeitos de direitos e obrigações. Quem responde juridicamente por seus atos é a pessoa jurídica a que estão vinculados. Como consequência de sua natureza, os órgãos públicos, em regra, não têm capacidade processual. Contudo, excepcionalmente, a jurisprudência tem conferido capacidade processual a determinados órgãos para certos tipos de litígio. Essa capacidade só é conferida a órgãos públicos de status constitucional (os chamados órgãos independentes e autônomos, como, por ex., a Assembleia Legislativa e a Câmara Municipal), para a defesa de suas prerrogativas e competências, quando violadas por ato de outro órgão.
Questão Objetiva 
(OAB/FGV ) - Marque a alternativa correta: 
(A) Na desconcentração, o Estado delega atividade a outra entidade, quer da administração direta, quer da administração indireta. 
(B) Na descentralização, há uma distribuição interna de competência na administração direta. 
(C) Na descentralização, o Estado delega a atividade a outra entidade. 
(D) Na descentralização, o Estado delega a atividade tão somente a outra entidade da administração direta. 
 2ª Questão: - A Lei n. 10.678, de 23 de maio de 2003, criou a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Presidência da República. O artigo primeiro assim afirma: Art. 1o Fica criada, como órgão de assessoramento imediato ao Presidente da República, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Considerando essa Lei, informe qual a modalidade de distribuição de competência administrativa utilizada na criação da referida Secretaria especial. Diga também se a Secretaria pertencerá à Administração Direta ou Indireta. ( Colaboração do Prof. Marcos Vinícius) Resposta Sugerida: O mecanismo de distribuição de competência é a desconcentração, pois a delegação é feita a órgão (unidade despersonalizada) da pessoa jurídica da União e não à pessoa jurídica da Administração Indireta. Esta última hipótese caracterizaria a descentralização. A Secretaria especial em questão pertencerá à Administração Direta. (art. 4.º, I, do Decreto-Lei 200/67).
DIREITO ADMINISTRATIVO I - CCJ0010 Título SEMANA 1 Descrição Caso Concreto: É correto afirmar que o Direito Administrativo é fruto de construções jurisprudenciais? Discorra a respeito, identificando na Constituição de 1988 os artigos que refletem o pensamento dos principais articuladores da Revolução Francesa de 1789. R: Direito Administrativo disciplina autônoma do direito público, surgiu no período posterior à implantação do Estado de Direito, após Revolução Francesa. Na França, berço de inúmeros institutos. Portanto, sim, o Direito Administrativo, tiveram origem nas construções jurisprudenciais do Conselho de Estado, depois da Revolução, o desenvolvimento da jurisdição administrativa separada da jurisdição comum. A CF/88 compreende o valor social do trabalho como fundamento da República, em seu artigo 1º, IV, e da livre iniciativa, consagrando a importância da efetividade dessas garantias no nosso Estado democrático de direito. O fundamento constitucional contribui para a aplicabilidade direta dos direitos fundamentais sociais às relações trabalhistas é a consagração da função social da propriedade, art. 5º, XXIII, CF/88. O nosso ordenamento jurídico garante, por um lado, a propriedade privada e a pluralidade de direitos de propriedade e, por outro, que a função social dos bens delimitará o conteúdo essencial do direito. Segundo leciona BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 7ª Ed. São Paulo: Malheiros, 1998.
DIREITO ADMINISTRATIVO I - CCJ0010 Título SEMANA 2 Descrição Caso Concreto: O prefeito do município “P", conhecido como João do “P”, determinou que, em todas as placas de inauguração das novas vias municipais pavimentadas em seu mandato na localidade denominada “E”, fosse colocada a seguinte homenagem: “À minha querida e amada comunidade “E”, um presente especial e exclusivo do João do “P”, o único que sempre agiu em favor de nosso povo! O Ministério Público estadual intimou o Prefeito a fim de esclarecer a questão. Na qualidade de procurador do município, você é consultado pelo Prefeito, que insiste em manter a situação. Indique o princípio da Administração Pública que foi violado e por que motivo. R: No caso concreto, o princípio violado é o da impessoalidade, uma vez que, a publicidade presente nas placas de inauguração da localidade NÃO teve caráter educativo, informativo ou de orientação social, porém, ato característico de promoção pessoal do prefeito, vedado pelo art. 37 § 1º da CF. Visto que, a violação ao princípio da impessoalidade, traduz-se a ideia de que a Administração Pública tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas ou negativas, não se admitindo, por força de regra constitucional, nem favoritismos, perseguições, sejam políticas, ideológicas ou eleitorais. Considerando que, no caso concreto, a violação ao princípio da impessoalidade decorre do fato de que a publicidade dos atos, programas, obras ou serviços devem ter caráter educativo, informativo de orientação social, dela não podendo constar nomes ou quaisquer elementos que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou servidor público. Portanto, conforme art. 37, CF seus atos deveriam ser pautados nos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, no caso em tela, feriu-se primeiramente o princípio impessoalidade. Não se admite que o representante do povo, eleito por este povo atenda a questões de cunho pessoal. E, ainda, conforme o §1º incluindo-se aí da publicidade nas placas.
DIREITO ADMINISTRATIVO I - CCJ0010 Título SEMANA 3 Descrição Caso Concreto: José está inscrito em concurso público para o cargo de assistente administrativo da Administração Pública direta do Estado de Roraima. Após a realização das provas, ele foi aprovado para a fase final do certame, que previa, além da apresentação de documentos, exames médicos e psicológicos.A lista dos candidatos aprovados e o prazo para a apresentação dos documentos pessoais e para a realização dos exames médicos e psicológicos foram publicados no Diário Oficial do Poder Executivo do Estado de Roraima após 1 (um) ano da realização das provas; assim como foram veiculados através do site da Internet da Administração Pública direta do Estado, tal como previsto no respectivo edital do concurso. Entretanto, José reside em município localizado no interior do Estado de Roraima, onde não circula o Diário Oficial e que, por questões geográficas, não é provido de Internet. Por tais razões, José perde os prazos para o cumprimento da apresentação de documentos e dos exames médicos e psicológicos e só toma conhecimento da situação quando resolve entrar em contato telefônico com a secretaria do concurso. Insatisfeito, José procura um advogado para ingressar com um Mandado de Segurança contra a ausência de intimação específica e pessoal quando de sua aprovação e dos prazos pertinentes à fase final do concurso. Na qualidade de advogado de José, indique os argumentos jurídicos a serem utilizados nessa ação judicial. R: Não é possível se exigir de José que este tivesse conhecimento do ato de sua intimação para as fases seguintes do concurso, dada as circunstancias dos fatos, pois, a despeito da ausência de norma editalícia prevendo a intimação pessoal e específica do candidato José, a Administração Pública tem o dever de intimar o candidato, pessoalmente, quando há o decurso de tempo razoável entre a homologação do resultado e a data da nomeação. Ademais, o STJ vem decidindo que não basta haver publicação em Diário Oficial para que seja efetivada a intimação do candidato aprovado em concurso público, para as fases seguintes deste, mas a intimação pessoal, em respeito aos princípios constitucionais da publicidade e da razoabilidade. Neste caso, a despeito da ausência de norma editalícia prevendo a intimação pessoal e específica do candidato José, a publicação do ato no Diário Oficial do Estado foi insuficiente para garantir a efetiva publicidade, visto que a Administração Pública deve intimar, pessoalmente, o candidato, uma vez que há se passado tempo razoável entre a homologação do resultado e a data da nomeação, em atendimento aos princípios constitucionais da publicidade e da razoabilidade. A publicidade não deve ser apenas formal, mas indispensável e de efetivo atendimento para que o cidadão tome conhecimento pessoalmente dos atos praticados pelo Estado, quando estes lhe atingem diretamente. Assim, a simples publicação do ato administrativo no Diário Oficial do Estado não é suficiente para garantir a efetiva publicidade. É desarrazoada a exigência de que o impetrante efetue a leitura diária do Diário Oficial do Estado, por prazo superior a 1 ano, ainda mais quando reside em município em que não há circulação do DOE e que não dispõe de acesso à Internet. Art. 37, caput, da CF define a publicidade como princípio norteador da atividade administrativa do Estado. "A administração pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte".
DIREITO ADMINISTRATIVO I - CCJ0010 Título SEMANA 4 Descrição Caso Concreto: O Prefeito de uma Cidade do interior do Estado do Rio de Janeiro editou decreto promovendo uma ampla reformulação administrativa, na qual foram previstas a criação, a extinção e a fusão de órgãos da administração direta e de autarquias municipais. Alegou o governo municipal que, além de atender ao interesse público, a reformulação administrativa inseria-se na competência do Poder Executivo para, no exercício do poder regulamentar, dispor sobre a estruturação, as atribuições e o funcionamento da administração local. Em face dessa situação, responda, de forma fundamentada, se é considerada legítima a iniciativa do chefe do Poder Executivo municipal de, mediante decreto, promover as mudanças pretendidas. R: Pelo Princípio da Reserva Legal é inconstitucional, por vício legal.
DIREITO ADMINISTRATIVO I - CCJ0010 Título SEMANA 5 Descrição Caso Concreto: O Governador do Estado X, após a aprovação da Assembleia Legislativa, nomeou o renomado cardiologista João das Neves, ex-presidente do Conselho Federal de Medicina e seu amigo de longa data, para uma das diretorias da Agência Reguladora de Transportes Públicos Concedidos de seu Estado. Ocorre que, alguns meses depois da nomeação, João das Neves e o Governador tiveram um grave desentendimento acerca da conveniência e oportunidade da edição de determinada norma expedida pela agência. Alegando a total perda de confiança no dirigente João das Neves e, após o aval da AssembleiaLegislativa, o governador exonerou-o do referido cargo. Considerando a narrativa fática acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e apresentando a fundamentação legal pertinente ao caso. A) À luz do Poder Discricionário e do regime jurídico aplicável às Agências Reguladoras, foi juridicamente correta a nomeação de João das Neves para ocupar o referido cargo? R: A. Não. Isto porque, ainda que discricionária a escolha do chefe do Poder Executivo (0,25), tal escolha deve atentar para o caráter técnico do cargo a ser ocupado, vez que as agências reguladoras se caracterizam pela especialização no setor regulado, conforme explicitado no art. 5º da Lei n. 9986/2000. A) Como sabido, discricionariedade é a margem de liberdade que a lei confere ao administrador para integrar a vontade da lei nos casos concretos conforme parâmetros/critérios de conveniência e oportunidade. Assim, desde que observados alguns parâmetros, a escolha do dirigente é ato discricionário do chefe do Poder Executivo. Isto porque, como sabido, discricionariedade não se confunde com arbitrariedade. Desse modo, ainda que discricionária a escolha deve atentar para o caráter técnico do cargo a ser ocupado, vez que as Agências reguladoras se caracterizam por um alto grau de especialização técnica no setor regulado, que, obviamente, para o seu correto exercício, exige uma formação especial dos ocupantes de seus cargos. Por essas razões, afigura-se bastante claro que, no caso proposto, a escolha do governador vai de encontro aos critérios previstos para a escolha dos dirigentes, visto que a nomeação de um cardiologista, ainda que renomado, para exercer o cargo de diretor de uma agência reguladora de transportes públicos concedidos, não obedece à exigência de que o nomeado tenha alto grau de especialização técnica no setor regulado, inerente ao regime jurídico especial das agências. Inclusive, nesse sentido, dispõe o art. 5º da Lei n. 9986/2000: O Presidente ou o Diretor Geral ou Diretor-Presidente (CD I) e os demais membros do Conselho Diretor ou da Diretoria (CD II) serão brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para os quais serão nomeados, devendo ser escolhidos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição Federal. Sendo assim, não foi correta a nomeação de João das Neves. Não. Isto porque, ainda que discricionária a escolha do chefe do Poder Executivo, tal escolha deve atentar para o caráter técnico do cargo a ser ocupado, vez que as agências reguladoras se caracterizam pela especialização no setor regulado, conforme explicitado no art. 5º da Lei n. 9986/2000. B) Foi correta a decisão do governador em exonerar João das Neves, com aval da Assembleia Legislativa, em razão da quebra de confiança? B. Não. Como sabido, é uma características das agências reguladoras, a estabilidade reforçada dos dirigentes. Trata-se de estabilidade diferenciada, caracterizada pelo exercício de mandato a termo, na qual se afigura impossível a exoneração ad nutum, conforme inclusive explicitado no art. 9º da Lei n. 9986/2000. R: Como sabido, é uma característicasdas agências reguladoras, a estabilidade reforçada dos dirigentes. Trata-se de estabilidade diferenciada, caracterizada pelo exercício de mandato a termo, na qual se afigura impossível a exoneração ad nutum que, em regra, costuma ser inerente aos cargos em comissão. Desse modo, os diretores, na forma da legislação em vigor, só perderão os seus cargos por meio de renúncia, sentença transitada em julgado por meio de processo administrativo, observados a ampla defesa e o contraditório. No mesmo sentido, dispõe expressamente o art. 9º, da Lei n. 9986/2000: Art. 9º Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o mandato em caso de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar. Por essas razões, João das Neves não poderia ter sido exonerado pelo governador. Não. Como sabido, é uma características das agências reguladoras, a estabilidade reforçada dos dirigentes. Trata-se de estabilidade diferenciada, caracterizada pelo exercício de mandato a termo, na qual se afigura impossível a exoneração ad nutum, conforme inclusive explicitado no art. 9º da Lei n. 9986/2000. TAMBÉM NÃO, UMA VEZ QUE O DIRIGENTE DAS AGÊNCIAS REGULADORAS GOZAM DEESTABILIDADE POR EXERCER MANDATO COM PRAZO PRÉ-FIXADO E SÓ PERDERÃO EMRAZÃO DE RENÚNCIA, CONDENAÇÃO JUDICIAL OU PROCESSO ADMINISTRATIVO. É O QUE SE VÊ DOS ARTS. 6º E 9º DA MESMA LEI 9.986/00.
DIREITO ADMINISTRATIVO I - CCJ0010 Título SEMANA 6 Descrição Caso Concreto: Os municípios “X”, “Y” e “Z”, necessitando estabelecer uma efetiva fiscalização sanitária das atividades desenvolvidas por particulares em uma feira de produtos agrícolas realizada na interseção territorial dos referidos entes, resolvem celebrar um consórcio público, com a criação de uma associação pública. A referida associação, de modo a atuar com eficiência no seu mister, resolve delegar à Empresa ABCD a instalação e operação de sistema de câmeras e monitoramento da entrada e saída dos produtos. Diante da situação acima apresentada, responda aos itens a seguir. A) Pode a associação pública aplicar multas e demais sanções pelo descumprimento das normas sanitárias estabelecidas pelo referidos entes “X”, “Y” e “Z”? B) É possível que a referida associação pública realize a delegação prevista para a empresa ABCD---- Padrão de Resposta / Espelho de Correção - A) A resposta ao item A é afirmativa, pois a associação pública criada por meio de consórcio público, conforme Art. 1º, § 1º, da Lei n. 11.107/2005 c/c Art. 41 do Código Civil, possui personalidade jurídica de direito público e, portanto, admite que lhe seja outorgado o Poder de Polícia. B) A resposta ao item B também é afirmativa, vez que estariam sendo delegados apenas os atos materiais do poder de polícia, sendo certo ainda que o Art. 4º, XI, c, da Lei n. 11.107/2005, admite a autorização da delegação dos serviços do consórcio.
DIREITO ADMINISTRATIVO I - CCJ0010 Título SEMANA 7 Descrição Caso Concreto: Os municípios “X”, “Y” e “Z”, necessitando estabelecer uma efetiva fiscalização sanitária das atividades desenvolvidas por particulares em uma feira de produtos agrícolas realizada na interseção territorial dos referidos entes, resolvem celebrar um consórcio público, com a criação de uma associação pública. A referida associação, de modo a atuar com eficiência no seu mister, resolve delegar à Empresa ABCD a instalação e operação de sistema de câmeras e monitoramento da entrada e saída dos produtos. Diante da situação acima apresentada, responda aos itens a seguir. A) Pode a associação pública aplicar multas e demais sanções pelo descumprimento das normas sanitárias estabelecidas pelo referidos entes “X”, “Y” e “Z”? B) É possível que a referida associação pública realize a delegação prevista para a empresa ABCD? Padrão de Resposta / Espelho de Correção - A) A resposta ao item A é afirmativa, pois a associação pública criada por meio de consórcio público, conforme Art. 1º, § 1º, da Lei n. 11.107/2005 c/c Art. 41 do Código Civil, possui personalidade jurídica de direito público e, portanto, admite que lhe seja outorgado o Poder de Polícia. B) A resposta ao item B também é afirmativa, vez que estariam sendo delegados apenas os atos materiais do poder de polícia, sendo certo ainda que o Art. 4º, XI, c, da Lei n. 11.107/2005, admite a autorização da delegação dos serviços do consórcio.
SEMANA 9 Descrição Caso Concreto: A lei federal nº 1.234 estabeleceu novas diretrizes para o ensino médio no país, determinando a inclusão de Direito Constitucional como disciplina obrigatória. Para regulamentar a aplicação da lei, o Presidente da República editou o Decreto nº 101 que, a fim de atender à nova exigência legal, impõe às escolas públicas e particulares, a instituição de aulas de Direito Constitucional, de Direito Administrativo e de Noções de Defesa do Consumidor, no mínimo, de uma hora semanal por disciplina, com professores diferentes para cada uma. Com base na hipótese apresentada, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. A) Considerando o poder regulamentar, conferido à Administração Pública, de editar atos normativos gerais para complementar os comandos legislativos e permitir sua aplicação, é válido o Decreto nº 101, expedido pelo Chefe do Poder Executivo? B) O ato expedido pelo Chefe do Poder Executivo está sujeito a controle pelo Poder Legislativo? R: A. Não, pois o poder regulamentar conferido à Administração tem caráter complementar à lei, a fim de permitir sua aplicação, não podendo criar obrigação nova, não prevista na lei, conforme Art. 84, IV, da CF. B. Sim, pois o Congresso Nacional tem competência constitucional para sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar, conforme previsão do Art. 49, V, da CF. R: A) A resposta é negativa. O poder regulamentar conferido à Administração tem caráter complementar à lei, a fim de permitir sua aplicação. O poder regulamentar destina-se, portanto, a explicitar o teor das leis, preparando sua execução, não podendo criar obrigação nova, não prevista na lei. O Art. 84, IV, da CRFB/88, dá a exatadimensão dessa prerrogativa: “expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”. B) A resposta é positiva. O Congresso Nacional tem competência constitucional para sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar, conforme previsão do Art. 49, V, da CRFB/88. 
 SEMANA 10 Descrição Caso Concreto: João, comerciante experimentado, fundado na livre iniciativa, resolve pedir à administração do município “Y” que lhe outorgue o competente ato para instalação de uma banca de jornal na calçada de uma rua. Considerando a situação narrada, indaga-se: A) Pode o Município “Y” se negar a outorgar o ato, alegando que considera desnecessária a referida instalação? Fundamente. B) Pode o município “Y”, após a outorga, rever o ato e o revogar? Neste caso é devida indenização a João? Fundamente. C) Caso o ato de outorga previsse prazo para a duração da utilização do espaço público, seria devida indenização se o Poder Público resolvesse cancelar o ato de outorga antes do prazo? Fundamente. R: Padrão de Resposta / Espelho de Correção. A. O município “Y” tem o direito de negar, porque, tratando-se ato discricionário, sua aprovação é baseada na conveniência e oportunidade do Administrador. B. Do mesmo modo, o município “Y” pode revogar tal ato autorizativo a qualquer tempo, tendo em vista a precariedade do ato, não sendo devida qualquer indenização em vista dessa característica. C. Por outro lado, a fixação de prazo certo implica em desnaturação do caráter precário do vínculo, ensejando no particular a legítima expectativa de que sua exploração irá vigorar pelo prazo pré-determinado pela própria Administração. Sendo assim, a revogação do ato antes do esgotamento do prazo caracteriza conduta descrita como venire contra factum proprium, ensejando a devida indenização pelos prejuízos efetivamente comprovados. 
SEMANA 11 Descrição Caso Concreto: O Município M, em sérias dificuldades financeiras, pretende alienar algunsdos bens integrantes do seu patrimônio. Em recente avaliação, foi identificado que o Centro Administrativo do Município, que concentra todas as secretarias da Administração Municipal em uma área valorizada da cidade, seria o imóvel com maior potencial financeiro para venda. Com base no caso apresentado, responda aos itens a seguir. A) É necessária licitação para a alienação do Centro Administrativo, caso se pretenda fazê-lo para o Estado X, que tem interesse no imóvel? B) Caso o Município pretenda alugar um novo edifício, em uma área menos valorizada, é necessária prévia licitação? R: Padrão de Resposta / Espelho de Correção - A) O examinando deve indicar que, conforme previsão constante do Art. 17, I, “e”, da Lei nº 8.666/1993, é dispensada a licitação para a venda de um bem imóvel a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo. Portanto, não é necessária a licitação. B) O examinando deve indicar que é possível a locação com dispensa de licitação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia, conforme previsão expressa do Art. 24, X, da Lei nº 8.666/1993.
SEMANA 12 Descrição Caso Concreto: O Estado X está realizando obras de duplicação de uma estrada. Para tanto, foi necessária a interdição de uma das faixas da pista, deixando apenas uma faixa livre para o trânsito de veículos. Apesar das placas sinalizando a interdição e dos letreiros luminosos instalados, Fulano de Tal, dirigindo em velocidade superior à permitida, distraiu-se em uma curva e colidiu com algumas máquinas instaladas na faixa interditada, causando danos ao seu veículo. A partir do caso proposto, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. A) Em nosso ordenamento, é admissível a responsabilidade civil do Estado por ato lícito? B) Considerando o caso acima descrito, está configurada a responsabilidade objetiva do Estado X? R: A. Sim. A responsabilidade do Estado pela prática de ato lícito assenta no princípio da isonomia, ou seja, na igualdade entre os cidadãos na repartição de encargos impostos em razão do interesse público e da solidariedade social, nos termos do Art. 37, § 6º, da CRFB/88. B. Não, pois conduzir seu veículo em velocidade superior à permitida, sem observar a sinalização existente, configura culpa exclusiva da vítima, que é causa de exclusão da responsabilidade objetiva, uma vez que rompe o nexo de causalidade. A) A resposta é positiva. A responsabilidade do Estado pela prática de ato lícito assenta no princípio da isonomia, ou seja, na igualdade entre os cidadãos na repartição de encargos impostos em razão do interesse público. Assim, quando for necessário o sacrifício de um direito em prol do interesse da coletividade, tal sacrifício não pode ser suportado por um único sujeito, devendo ser repartido entre toda a coletividade. B) A resposta é negativa. A configuração da responsabilidade objetiva requer a presença de um ato (lícito ou ilícito), do dano e do nexo de causalidade entre o ato e o dano. A culpa exclusiva da vítima é causa de exclusão da responsabilidade objetiva, uma vez que rompe o nexo de causalidade: o dano é ocasionado por conduta da própria vítima. No caso proposto, Fulano de Tal conduzia seu veículo em velocidade superior à permitida, distraiu-se em uma curva e deixou de observar as placas e o letreiro luminoso que indicavam a interdição da pista.
SEMANA 13 Descrição Caso Concreto: No Governo Federal, a Casa Civil realizou pregão e, ao final, elaborou registro de preços para a contratação de serviço de manutenção dos computadores e impressoras, consolidando a ata de registro de preços (com validade de seis meses) em 02.10.2010. A própria Casa Civil será o órgão gestor do sistema de registro de preços, sendo todos os ministérios órgãos participantes. Em 07.02.2011, o Ministério “X” pretendeu realizar contratação de serviço de manutenção dos seus computadores no âmbito deste registro de preços, prevendo duração contratual de 1 (um) ano. Nesta situação, indicando o fundamento legal, responda aos itens a seguir. A) É válida a elaboração de uma ata prevendo preço para a prestação de serviços e que permita futuras contratações sem novas licitações? B) Um deputado integrante da oposição, constatando que os preços constantes da ata são 20% superiores aos praticados pelas três maiores empresas do setor, poderá impugnar a ata? C) O Ministério “X” pode realizar a contratação pelo prazo desejado? R: Padrão de Resposta / Espelho de Correção - A) Sim, trata-se do sistema de registro de preços, previsto no Art. 11, da Lei nº 10.520/00. B) Sim, qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do quadro geral em razão de sua incompatibilidade com o preço vigente no mercado (Art. 15, § 6º, da Lei n. 8.666/93). C) Sim. Embora a ata de registro de preços tenha validade máxima de um ano – seis meses, no caso concreto, por previsão do edital –, o contrato tem prazos autônomos em relação à ata. Deve ser celebrado dentro da validade, mas a partir daí, sua duração é regida pelas disposições do Art. 57 da Lei de Licitações.
SEMANA 14 Descrição Caso Concreto: A Secretaria de Saúde do Município de Muriaé-MG realizou procedimento licitatório na modalidade de concorrência, do tipo menor preço, para aquisição de insumos. Ao final do julgamento das propostas, observou-se que a microempresa Alfa havia apresentado preço 8% (oito por cento) superior em relação à proposta mais bem classificada, apresentada pela empresa Gama. Diante desse cenário, a Pasta da Saúde concedeu à microempresa Alfa a oportunidade de oferecer proposta de preço inferior àquela trazida pela empresa Gama. Valendo-se disso, assim o fez a microempresa Alfa, sendo em favor desta adjudicado o objeto do certame. Inconformada, a empresa Gama interpôs recurso, alegando, em síntese, a violação do princípio da isonomia, previsto no Art. 37, XXI, da Constituição da República e no Art. 3º, da Lei n° 8.666/1993. Na qualidade de Assessor Jurídico da Secretaria de Saúde do Município de Muriaé-MG, utilizando-se de fundamentação e argumentos jurídicos, responda aos itens a seguir. A) É juridicamente correto oferecer tal benefício para a microempresa Alfa? B) Houve violação ao princípio da isonomia? R: A) Sim. É o denominado “empate ficto ou presumido”, por meio do qual se presume empatadas as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte que forem iguais ou até 10% superiores a melhor proposta, Art. 44, §1º, Lei Complementar nº 123/2006 .B. 1) Não. O princípio da isonomia, sob seu aspecto material, pressupõe tratamento desigual entre aqueles que não se enquadram na mesma situação fático-jurídica. B 2) No caso em questão, a própria Constituição estabelece a necessidade de tratamento diferenciado às microempresas e às empresas de pequeno porte, Art. 3º, § 14 OU 5º-A, Lei n. 8.666/93 ou Art. 146, III, “d”, Art. 170, IX, Art. 179, CF/88. (0,10). A) A resposta deve ser positiva. O Art. 44, § 1º, da Lei Complementar nº 123/2006 presume como empate as hipóteses em que as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte forem iguais ou 10% (dez por cento) superiores a melhor proposta. É o denominado “empate ficto ou presumido”. B) A resposta deve ser negativa. O examinando deve abordar o princípio da isonomia, previsto de forma genérica no Art. 5º da Constituição da República, sob seu aspecto material, no qual se pressupõe tratamento desigual entre aqueles que não se enquadram na mesma situação fático-jurídica. No caso em questão, a própria Constituição estabelece a necessidade de tratamento diferenciado às microempresas e às empresas de pequeno porte (Art. 146, III, “d”, Art. 170, IX, e Art. 179, todos da CRFB/88).
SEMANA 15 Descrição Caso Concreto: No curso de obra pública de ampliação da malha rodoviária, adequadamente licitada pela Administração Pública, verifica-se situação supervenientee excepcional, na qual se constata a necessidade de realização de desvio de percurso, que representa aumento quantitativo da obra. Diante do caso exposto, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente, responda aos itens a seguir. A) É possível que a Administração Pública exija o cumprimento do contrato pelo particular com a elaboração de termo aditivo, mesmo contra a sua vontade? B) Em havendo concordância entre o particular, vencedor da licitação, e a Administração Pública, há limite para o aumento quantitativo do objeto do contrato? R: Padrão de Resposta / Espelho de Correção - A questão busca avaliar o conhecimento do candidato acerca das alterações contratuais permitidas pela Lei nº 8.666/93, tanto as consensuais quanto as unilaterais, promovidas pela Administração Pública. R: A) O candidato deve responder que o particular é obrigado a aceitar a alteração contratual promovida unilateralmente pela Administração no limite de 25%, uma vez que não se trata de reforma de edifício ou equipamento (em que a alteração permitida é de até 50%). Trata-se da prerrogativa da mutabilidade dos contratos administrativos, legalmente disciplinada no art. 65, L. nº 8.666/93, que representa uma das possibilidades de alteração unilateral do contrato pelo Poder Público. B) Sim, há limite. Em se tratando de alteração consensual, somente não se aplicam os limites previstos no art. 65, § 1º, L. nº 8.666/93 no caso de supressões, § 2°, II, da referida Lei.
SEMANA 16 Descrição Caso Concreto: O Estado ABCD contratou a sociedade empresária X para os serviços de limpeza e manutenção predial do Centro Administrativo Integrado, sede do Governo e de todas as Secretarias do Estado. Pelo contrato, a empresa fornece não apenas a mão de obra, mas também todo o material necessário, como, por exemplo, os produtos químicos de limpeza. O Estado deixou, nos últimos 4 (quatro) meses, de efetuar o pagamento, o que, inclusive, levou a empresa a inadimplir parte de suas obrigações comerciais. Com base no caso apresentado, responda aos itens a seguir. A) A empresa é obrigada a manter a prestação dos serviços enquanto a Administração restar inadimplente? B) Caso, em razão da situação acima descrita, a empresa tenha deixado de efetuar o pagamento aos seus fornecedores pelos produtos químicos adquiridos para a limpeza do Centro Administrativo, poderão esses fornecedores responsabilizar o Estado ABCD, subsidiariamente, pelas dívidas da empresa contratada? R: A) A resposta é negativa. Nos termos do Art. 78, XV, da Lei nº 8.666/1993, “o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situaçãoˮ. Desse modo, pode a empresa suspender o cumprimento de suas obrigações até que a Administração regularize os pagamentos. B) A resposta é negativa. Nos termos do Art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/1993, “A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamentoˮ. Portanto, os fornecedores da sociedade empresária X não poderão responsabilizar o Estado pelo descumprimento das obrigações comerciais.
1ª Questão (OAB-RJ): Lei de iniciativa do Congresso Nacional determina a criação de um novo Ministério com atribuições de fiscalização da moralidade administrativa, principalmente após a ocorrência escandalosa do Valério duto e do mensalão. Indignado, o Presidente da República intenta ação objetivando a inconstitucionalidade da referida lei, ao fundamento de que se trata de afronta ao princípio da separação dos poderes. Decida a questão de maneira fundamentada. 
R: Assiste razão ao Presidente, isto porque, a referida lei feriu a Constituição Federal. “Art. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. §1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: II- disponham sobre: e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto na art. 84, VI;” Portanto, a lei possui vício de iniciativa e, também, feriu o princípio da separação dos poderes previsto no art. 2º da Constituição Federal. 2ª Questão: - A Lei n. 10.678, de 23 de maio de 2003, criou a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Presidência da República. O artigo primeiro assim afirma: Art. 1o Fica criada, como órgão de assessoramento imediato ao Presidente da República, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Considerando essa Lei, informe qual a modalidade de distribuição de competência administrativa utilizada na criação da referida Secretaria especial. Diga também se a Secretaria pertencerá à Administração Direta ou Indireta. ( Colaboração do Prof. Marcos Vinícius) Resposta Sugerida: O mecanismo de distribuição de competência é a desconcentração, pois a delegação é feita a órgão (unidade despersonalizada) da pessoa jurídica da União e não à pessoa jurídica da Administração Indireta. Esta última hipótese caracterizaria a descentralização. A Secretaria especial em questão pertencerá à Administração Direta. (art. 4.º, I, do Decreto-Lei 200/67). Aula 2 PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS Princípios Administrativos. 2- Princípios Expressos do Direito Administrativo. 3- Legalidade. 4- Impessoalidade. 5- Moralidade. 6- Publicidade. 7- Eficiência. 8- Princípios Reconhecidos. 9- Princípio da Supremacia do Interesse Público. 10- Princípio da Autotutela. 11- Princípio da indisponibilidade do Interesse Público. 12- Princípio da Continuidade do Serviço Público. 13- Princípio da Razoabilidade. 14- Princípio da Proporcionalidade. 15- Princípio da Motivação. Para a resolução dos casos desta aula, faça, inicialmente, a leitura do capítulo Os Princípios Constitucionais da Administração Pública, do livro Administração Pública Centralizada e Descentralizada, José Maria Pinheiro Madeira,Tomo I, 9ª ed. Editora América Jurídica, 2007. Não deixe de ver a jurisprudência relacionada ao tema em estudo. 1ª Questão 1. “Processual Civil. Recurso ordinário. Mandado de segurança. Descentralização do ensino. Escolas estaduais. Municipalização. Inércia do Executivo. Impetração de segurança. Legitimidade ativa da Câmara Municipal. Precedentes. 1. (...). Afetados os direitos do Município e inerte o Poder Executivo, no caso concreto (municipalização de escolas estaduais), influindo os denominados direitos-função (impondo deveres), não há negar a manifestação de direito subjetivo público, legitimando-se a Câmara Municipal para impetrar mandado de segurança. 2. Recurso ordinário conhecido e provido.” (STJ, RMS 12.068/MG, 17/09/2002). (Colaboração do Prof. J. MADEIRA) Considerando a ementa acima, responda: Qual a teoria adotada pelo ordenamento jurídico brasileiro a respeito dos órgãos públicos? À luz dessa teoria, como se explica a manifestação de vontade do Estado (pessoa jurídica) através de seus agentes (pessoas físicas)? Sabendo que a Câmara Municipal é um órgão público, é possível que se lhe reconheça capacidade processual, como na decisão supracitada? Justifique, do ponto de vista da personalidade jurídica dos órgãos públicos e da jurisprudência. O ordenamento jurídico brasileiro adota a chamada teoria do órgão. Esta teoria abandona as idéias de representação e de mandato e explica a relação entre o Estado (pessoa jurídica) e seus agentes (pessoas físicas) por meio do princípio da imputação volitiva, segundo o qual a vontade do órgão público – que se manifesta por meio deseus agentes, pessoas físicas – é imputada à pessoa jurídica a cuja estrutura pertence. Os órgãos públicos são entes despersonalizados, pois são simples subdivisão/partição interna de uma pessoa jurídica. Por isso, não podem ser sujeitos de direitos e obrigações. Quem responde juridicamente por seus atos é a pessoa jurídica a que estão vinculados. Como conseqüência de sua natureza, os órgãos públicos, em regra, não têm capacidade processual. Contudo, excepcionalmente, a jurisprudência tem conferido capacidade processual a determinados órgãos para certos tipos de litígio. Essa capacidade só é conferida a órgãos públicos de status constitucional (os chamados órgãos independentes e autônomos, como, por ex., a Assembléia Legislativa e a Câmara Municipal), para a defesa de suas prerrogativas e competências, quando violadas por ato de outro órgão. 2ª Questão Josuel, eletricista, prestou serviço eventual à PREFEITURA de HONESTO FELIZ. Emitido o Recibo de pagamento de Autônomo, RPA, a Prefeitura não efetuou o pagamento na data acordada. Passados 02 meses, Josuel apresenta requerimento junto à Prefeitura, no qual pede a expedição de certidão que declare as razões do não pagamento até aquele momento. Em resposta ao requerimento, o Secretário decide no sentido de que não poderá fornecer as informações em razão da ausência de regulamentação do § 3º, do art. 37, da Constituição Federal. Inconformado com a decisão administrativa, Josuel lhe procura para que possa, na condição de advogado, interpor o recurso administrativo próprio para o caso. Analise a questão e responda, fundamentadamente, se a decisão do Secretário é lícita ( Colaboração do Prof. Marcos Vinícius). Resposta Sugerida: A decisão do Secretário violou o princípio da publicidade e o da motivação. Deve o poder público expedir a certidão e apresentar as razões administrativas do não pagamento, por força direta dos incisos XXXIII e XXXIV, alínea “b”, do art. 5.º, da Constituição Federal vigente, bem como por força do art. 93, X, também da Constituição Federal vigente. Ademais, é de se observar que o § 3.º, do art. 37, ao mencionar o acesso a dados relativos a atos de governo, pretende referir-se a atos de alta gerência do Estado e não a atos de gerência baixa, como é o caso que o problema apresenta. Inobstante, a Constituição deve ser interpretada sistematicamente, levando em conta os referidos dispositivos, além daquele que estabelece a publicidade (art. 37, caput, CF), daquele que fixa, como fundamento da República, a cidadania ( art. 1.º, II, CF), e também daqueles que disciplinam o controle da Administração Pública (arts. 70 e seguintes). 3ª Questão: Prefeito de cidade de interior iniciou obras de revitalização de praça, para nela instalar chafariz, nova iluminação e espaço para realização de feira de artesanato. Durante a realização das obras manteve na praça uma placa na qual constavam informações técnico-administrativas, além de símbolo utilizado em sua campanha eleitoral, a fim de identificar que aquele empreendimento era uma iniciativa de sua gestão. Após concluídas as obras, restou provado que houve aplicação irregular de verbas e ilicitude do procedimento licitatório para contratação de serviços, com obtenção de vantagem econômica pelo Prefeito, à título de comissão paga pelo licitante vencedor, do que resultou enriquecimento ilícito do Prefeito, assim como lesão ao erário. Pergunta-se: a) Quais os princípios constitucionais de Direito Administrativo foram desrespeitados? Fundamente inclusive com dispositivos legais. b) Poderá o Prefeito perder a função pública em razão das irregularidades apontadas? c) Decorridos mais de cinco anos, ainda será possível a condenação do Prefeito ao ressarcimento ao erário? (Colaboração do Prof. J. MADEIRA). Resposta Sugerida: art. 37 § 1º CF – Princípio da Impessoalidade Princípio da Moralidade e da Legalidade Sim, art. 37 § 4º da CF, pois configura-se improbidade administrativa Não, art. 37 § 5º in fine CF, contém ressalva, considerando imprescritível a ação de ressarcimento ao erário Aula 3 PODERES ADMINISTRATIVOS Poderes Administrativos. 2- Uso e Abuso de Poder – excesso e desvio de poder. 3- Poder Discricionário. 4- Poder Vinculada. 5- Poder Regulamentar. 6- Poder Hierárquico. 7- Poder Disciplinar. 8- Deveres dos Administradores Públicos Para a resolução dos casos desta aula, faça, inicialmente, a leitura do capítulo Poderes Administrativos, do livro Administração Pública Centralizada e Descentralizada, José Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9ª ed. Editora América Jurídica, 2007. Manual de Direito Administrativo, José Dos Santos Carvalho Filho, 15ª ed. Editora Lúmen Juris. Não deixe de ver a jurisprudência relacionada ao tema em estudo. 1ª Questão: - OTÁVIO é farmacêutico recém-formado que, após longos anos de faculdade, pretende assumir a Farmácia do pai, além de tentar concursos públicos para os hospitais locais e assim estruturar sua vida. Não obstante, o Diretor do Conselho Regional de Farmácia, Sr. THEODÓTUS, determinou que somente os primeiros vinte por cento dos formandos daquele ano teriam licença para exercer a profissão, pelo fato de existir um verdadeiro excesso de profissionais no mercado, ensejando a sua saturação e gerando desemprego para a categoria. Tais fatos foram devidamente documentados na Resolução do Conselho, respaldados, ainda, em estudos estatísticos do IBGE. Inconformado, OTÁVIO realiza consulta a Advogado, Dr. PTOLOMEU, que, por sua vez concordou com a Resolução acima citada, que estaria baseada no teor do art. 170, inciso VII e 173, §4°, todos da CRFB.Você concorda com o Dr. PTOLOMEU? Fundamentar.(Colaboração do Prof. J. MADEIRA) Resposta Sugerida: A ação do órgão fiscalizador de profissão constitui evidente abuso de poder, atentando contra o direito individua de livre exercício profissional. A licença a ser expedida pelo órgão tem natureza vinculada, o que também condiciona um processo de avaliação e aprovação adequado ao fim a que se destina, ou seja: avaliar se o agente está apto ao exercício profissional. A saturação do mercado de trabalho, por outro lado, não legitima qualquer nova restrição que se queira impor àquele que deseje se fazer profissional na área de Farmácia, não se aplicando, na espécie o teor dos dispositivos elencados no enunciado, preordenados que estão à atividade de regulação do Estado sobre o domínio econômico e proteção/repressão ao abuso de poder econômico. 1ª Questão - Município X costumava atrair turistas que para lá se dirigiam com o propósito de observar objetos voadores não identificados. Acreditavam que naquela localidade era possível manter contato com seres de outros planetas. Em razão disso, o Prefeito, pretendendo fomentar o turismo esotérico em sua cidade e contando com orçamento suficiente, lança edital de licitação para construção de um “espaçoporto”, obra de grandes proporções para pouso e decolagem de espaçonaves e discos voadores. Analise o ato sob o aspecto do poder discricionário e do princípio da razoabilidade.( Colaboração da Profa. - Luciana Marinho) Resposta: Agiu o prefeito no exercício do poder de discricionário, pois tem certa margem de liberdade para decidir, com base nos critérios de conveniência e oportunidade, em quais projetos investirá os recursos municipais. Entretanto, a discricionariedade deve ser exercida dentro dos limites da razoabilidade. No caso sob análise foi desrespeitado o princípio da razoabilidade, pois o meio não é adequado para alcançar o fim de fomento ao turismo, a obra não é necessária e a relação de custo/benefício revela mais desvantagens que vantagens para o interesse público. Examinados os critérios da adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito, conclui-se que foi violado o princípio da razoabilidade. 2ª Questão: No exercício do poder Disciplinar, a Administração Pública aplica punição a seu agente João idêntica à aplicada a Pedro (também agente público da mesma Administração), sendo certo que os dois praticaram falta grave ensejadora da pena de demissão, e que Pedro teveconduta bem mais grave que João. João ingressa em Juízo requerendo a anulação do ato de punição, haja vista que o mesmo não foi motivado, e que sua pena não foi condizente com sua conduta. A Administração Pública se defende afirmando o caráter de discricionariedade da punição disciplinar, não havendo a obrigatoriedade de motivação de ato discricionário. Além disso, alega que as punições idênticas aplicadas aos agentes tiveram por finalidade servir de exemplo para todos os agentes públicos, a fim de desmotivá-los a praticar atos similares. Pergunta-se: a) Procede a alegação da Administração Pública quanto à desnecessidade de motivação do ato punitivo? b) Está correta a punição aplicada a João? Sendo negativa a resposta, qual foi o princípio reconhecido ferido, e por quê? c) Caso tenha sido João processado criminalmente pelo mesmo fato e absolvido, a decisão judicial vincula a Administração Pública na decisão do processo administrativo? (Colaboração do Prof. Sérgio Luiz) Resposta a) A apuração regular da falta disciplinar é indispensável para a legalidade da punição interna da Administração. Daí o cabimento de Mandado de Segurança contra ato disciplinar (Lei nº 1.533/51, art. 5º, III). A motivação da punição disciplinar é sempre imprescindível para a validade da pena. A discricionariedade do poder disciplinar circunscreve-se à escolha da penalidade dentre as várias possíveis, a graduação da pena, a oportunidade e a conveniência de sua imposição (ex.: Lei de Improbidade Administrativa – Lei nº 9.784/99, art. 2º). Porém, para a verificação da existência da falta e da veracidade dos motivos em que Administração embasa a punição, deve haver a motivação do ato punitivo. Essa motivação pode ser resumida, mas não pode ser dispensada totalmente. Segundo a moderna doutrina francesa, todo ato administrativo é inoperante quando o motivo invocado é falso ou inidôneo, vale dizer, quando ocorre inexistência material ou inexistência jurídica dos motivos. Os motivos devem ser materialmente exatos e juridicamente fundados. b) Não. Foi ferido o Princípio da Proporcionalidade. Deve ser observado o Princípio da Proporcionalidade relativamente à sanção imposta e à gravidade da infração (Lei nº 9.784/99, art. 2º). Por tal princípio, deve a Administração se valer dos meios estritamente necessários para atingir o interesse público. As penas devem ser graduadas de acordo com as condutas para que se atenda o interesse público. c) A sentença criminal somente vincula a Administração Pública quando afirma que o agente não foi o autor do fato, ou que o fato não ocorreu. Aula 4 PODER DE POLÍCIA 1- Poder de Polícia. 2- Conceito. 3- Fundamento. 4- Competência. 5- Objeto. 6- Finalidade. 7- Polícia Administrativa e Polícia Judiciária. 8- Atributos. 9- Limites. 10- Formas de Atuação. 11- Legitimidade da Polícia Administrativa. Para a resolução dos casos desta aula, faça, inicialmente, a leitura do capítulo Poder de Polícia, José Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9ª ed. Editora América Jurídica, 2007. Manual de Direito Administrativo, José Dos Santos Carvalho Filho, 15ª ed. Editora Lúmen Juris. Não deixe de ver a jurisprudência relacionada ao tema em estudo. 1ª Questão: (OAB/RJ) Diante da crise financeira do Município, Secretário Municipal de Urbanismo determina aos fiscais municipais que apliquem as multas pelo descumprimento de posturas sempre nos valores máximos previstos na legislação. Examine a juridicidade das multas aplicadas em cumprimento a essa determinação. ( Colaboração da Profa. Nilma Cláudia), GABARITO: As multas são inválidas. A uma, porque multa não é instrumento de política arrecadatória, mas a retribuição pela prática de alguma infração administrativa, de modo que sua aplicação sempre no valor máximo previsto na legislação contraria o princípio da finalidade. A duas, porque deve haver uma proporcionalidade entre a gravidade da infração cometida e o valor da multa (dosimetria da sanção), sob pena de violação ao próprio princípio da proporcionalidade e ao devido processo legal substantivo. 2ª Questão: (OAB/RJ) - Elabore um parecer sobre a questão abaixo: No desempenho do policiamento ostensivo inerente às respectivas atribuições, policiais militares entenderam configurar prática de ato obsceno a permanência na praia, tostando-se ao sol, de uma banhista que, inclusive em companhia do marido e nitidamente sem qualquer atitude provocativa que pudesse ser interpretada como de atentado ao pudor, encontrava-se de topless, e, usando de violência, conduziram-na à Delegacia Policial. Consultor(a) jurídico(a) do Comando da Polícia Militar, equacione, à luz do regramento a que se submete o exercício do poder de polícia administrativa de segurança pública, a hipótese que lhe é submetida a parecer, para orientação do procedimento a ser adotado pelo comando. (Colaboração do Prof. J. MADEIRA) Advogado: GUILHERMO RICQUES OAB/RJ nº 1000 Rua da Cancela, 20 – Rio de Janeiro PARECER Trata-se de consulta formulada à Consultoria Jurídica do Comando da Policia Militar, a fim de analisar a legalidade do exercício do poder de polícia na repressão a prática do topless por parte de banhista. A Consulta em destaque vem desacompanhada de documentos. O Estado, através dos seus agentes públicos, exercendo o poder de policia, repreendeu a prática do topless fazendo uso de violência incompatível com o ato repreendido. Não resta dúvida que pode o Estado exercer o poder de policia que encontra-se legalmente definido no artigo 78, do Código Tributário Nacional, prescrevendo o seguinte: "Art. 78 -Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública, que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais e coletivos." Assim, o poder de policia consiste na prerrogativa que tem a Administração Pública de condicionar o exercício de determinados direitos e liberdades ao interesse público, com isso aplicando, se necessário for, sanções aos administrados. Na hipótese que nos é apresentada, o Estado age através da polícia militar que, por determinação constitucional expressa, tem competência para intervir em situações como a ora analisada. O fundamento constitucional supracitado encontra-se no artigo 144, § 5°, da Constituição Federal de 1988, que atribui à polícia militar o Exercício do policiamento ostensivo. No entanto, houve por parte dos agentes públicos cristalino excesso em sua investida, urna vez que a administrada que fazia topless não apresentava ameaça ao interesse público que justificasse o uso de violência. Deve a Administração Pública respeitar, dentre outros princípios, o da razoabilidade e o da proporcionalidade, quando pratica seus atos e exerce seus poderes. O principio da razoabilidade está associado ao devido processo legal. Ou seja, os atos administrativos devem observar um procedimento conhecido por todos os interessados, sendo vetada a existência de surpresas. Já o princípio da proporcionalidade é aquele segundo o qual é defeso à Administração Pública a aplicação de sanções e a prática de atos desproporcionais aos seus fatos geradores. No caso em tela houve o rompimento dos dois princípios destacados acima por parte da polícia militar. O poder de polícia deve ser exercido sempre pautado pela legalidade e pelo interesse público, sendo defeso a aplicação deste poder da Administração Pública para que o administrador alcance objetivos particulares. Sempre que houver a figura do abuso de poder (seja na espécie excesso/ seja na modalidade desvio) o exercício do poder de polícia será ilegal e deverá ser reprimido pela própria autoridade administrativa. No caso em tela, houve abuso de poder por parte da autoridade policial que, ao fazer uso de violência desnecessária acabou agindocom desvio de poder, pois atuaram os policiais em descompasso com o que determina a lei. Não se vislumbra na ação policial a finalidade pública do ato. Assim, conclui-se que os policiais militares tinham competência para agir como agentes repressores de ilegalidades e de irregularidades que colocam em jogo a ordem pública. No entanto, acabaram exercendo o poder de polícia de modo diferente do que prescreve a lei, constatando-se a figura do desvio de poder que é uma modalidade de abuso de poder e que invalida o exercício do poder de policia. Destarte, diante da irregularidade constatada no exercício do poder de polícia, opino pela revisão do ato administrativo com a sua anulação e a apuração de responsabilidade dos policiais que participaram do evento. É o parecer, S .M. J. -3ª Questão - Reagindo a um apelo da Associação Diretores Lojistas do Município do Rio de Janeiro, a Prefeitura Municipal Deflagra uma nova onda ofensiva contra as atividades clandestinas (comércio pirata e comércio fora dos locais previstos) dos vendedores ambulantes no Rio de Janeiro. Assim, a prefeitura celebra um convênio com o SENAC-RJ, para a atuação de estagiários dos cursos de segurança de instalações comerciais e empresariais (o que, na visão da prefeitura, seria aproximado com a atividade da Guarda Municipal do RJ), efetuando prisões em flagrante, lavrando autos de infração e apreendendo mercadorias. O Advogado da Associação de Ambulantes do RJ representa ao Ministério Público Estadual, afirmando que os agentes da prefeitura não teriam, na espécie, poder de polícia judiciária para tais medidas. Como você, na qualidade de advogado, se pronunciaria a respeito? (Colaboração do Prof. J. MADEIRA). Resposta Sugerida: O aluno deverá considerar que as medidas de polícia assinaladas acima não poderiam ser perpetradas por agentes estranhos à Administração Pública. Para o desempenho das funções acima, o agente deverá ostentar a qualidade de funcionário público regulamente admittido nos quadros da Administração. O poder de polícia constitui atividade ligada diretamente ao poder de império, podendo ser exercida pela Administração Direta e Indireta do Estado, e não por agentes da iniciativa privada ou estranhos à Administração. Sob outro aspecto, o aluno deverá identificar a imprecisão do argumento apresentado pelo advogado, abordando os conceitos de policia judiciária e administrativa. 4ª Questão - Um criador de suínos foi autuado pela fiscalização ambiental por lançar efluentes, sem prévio tratamento, contendo fezes dos animais, no córrego que passa em sua propriedade. a) Qual dos poderes administrativos se pode identificar neste caso? b) Para a execução da multa, aplicada ao final do processo administrativo, poderá o IBAMA valer-se do atributo da auto-executoriedade? (Colaboração da Prof. Márcia Medeiros) Resposta: a) Poder de Polícia b) Não, pois no caso específico deste ato punitivo, multa, excepcionalmente, não se aplica o atributo da auto-executoriedade, uma vez que a Administração Pública depende da interferência do Poder Judiciário. Sendo assim, será necessária a inscrição em dívida ativa e posterior propositura de ação de execução fiscal. 5ª Questão: (Procuradoria Municipal do RJ) - O proprietário de um prédio residencial unifamiliar atingido por um incêndio que o destruiu, com perda da totalidade de seus elementos estruturais, requer alvará de licença para a sua reconstrução. O Município do Rio de Janeiro negou-lhe o alvará requerido, alegando que o lote onde se situava a edificação está sujeito a afastamento conforme a legislação edilícia atualmente vigente, e que a reconstrução pretendida se fará parcialmente sobre a área de recuo. O proprietário recorre da decisão, sus sustentando que a negação fere seu direito de propriedade, impedindo a recomposição de seu patrimônio, e que o prédio, se reconstruído, ocupará exatamente a área anteriormente ocupada. Ameaça o Município com a responsabilização por perdas e danos, caso persista sua negativa. A autoridade a que é dirigido o recurso solicita a audiência da Procuradoria. Geral. Qual a orientação a ser dada? Fundamente a resposta. (Colaboração do Prof. J. MADEIRA). Resposta Sugerida: Entendem os legisladores da matéria que o loteamento, o desmembramento, o remembramento, a construção, a reforma e a demolição de iniciativa privada, pelo grande dispêndio de recursos e pelo tempo que demandam, não devem ficar sob controle a posteriori. Assim, a licença será expedida após a verificação em abstrato do atendimento às prescrições edilícias. No caso, a licença fica subordinada a observância das normas edilícias. Válida a argumentação do Município ao negar o alvará de licença para reconstrução do prédio, uma vez que o projeto, atualmente, não preenche os requisitos impostos pela lei vigente. No tocante a essa questão, o prédio foi destruído e, sendo assim, não há que se falar em definitividade do alvará de licença anterior. Aula 5 ATO ADMINISTRATIVO Ato Administrativo. 2- Conceito. 3- Elementos. 4- Características. 5- Mérito. Administrativo. 6- Formas e Efeitos. Para a resolução dos casos desta aula, faça, inicialmente, a leitura do capítulo Ato Administrativo, José Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9ª ed. Editora América Jurídica, 2007. Manual de Direito Administrativo, José Dos Santos Carvalho Filho, 15ª ed. Editora Lúmen Juris. Não deixe de ver a jurisprudência relacionada ao tema em estudo. 1ª Questão: O prefeito de determinado município do Rio de Janeiro expede um ato administrativo que possui o seguinte conteúdo que se destaca: “...a partir desta data, a população deste município deve mudar seus hábitos alimentares e praticarem atividades físicas regularmente e zelar pela sua saúde, pois estão expressamente proibidos de morrer sob pena de multa a ser aplicada aos familiares...” O que levou o referido prefeito à prática do ato foi o fato do cemitério local está lotado e não ter concluído o procedimento licitatório para a aquisição de terreno para construção de novo cemitério. Infelizmente, na vigência deste ato, um dos familiares de Aiolos veio a falecer, vindo a ser surpreendido com a multa aplicada pela Administração. Indignado, o procura para saber se deve ou não pagar a multa aplica. Na condição de advogado, o que diria a seu cliente? Justifique a resposta. (Colaboração do Prof. Wilims de Melo) RESPOSTA SUGETÃO: O ato administrativo para que possas ser considerado válido, deve possuir todos os elementos (competência, forma, motivo, objeto e finalidade). A ausência de pelos menos um desses elementos já é suficiente para caracterizar a ilegalidade do ato e, conseqüentemente a sua invalidação. Neste caso, estamos diante do elemento objeto do ato administrativo. Frise-se que o objeto é a matéria que o ato vai tratar, por isso, deve ser lícito e possível, mesmo que se insira dentro do leque de opções conferido pela ordem jurídica ao agente administrativo (mérito administrativo). Logo, o ato se afigura como ilegal por haver ilegalidade do objeto, posto ser o assunto, a matéria impossível de ser tratada desta forma, haja vista que a única coisa certa na vida é a morte, além disso, a atitude não se afigura como razoável. Portanto, a multa não deverá ser paga e sim anulada conforme a Súmula 473 do STF. 2ª.Questão: (Procuradoria da República) - Tendo em vista o Enunciado 473 da Súmula do Supremo Tribunal Federal - "A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial " -, assinalar as diferenças entre revogação e invalidação dos atos administrativos, quanto aos sujeitos, aos motivos e aos efeitos de uma e de outra, esclarecendo, ademais, fundamentadamente, se aquela apreciação judicial alcança tantos os atos vinculados quanto os discricionários, ou se limita, apenas, aos da primeira categoria. (Colaboração do Prof. J. MADEIRA) Resposta Sugerida: Revogaçãodo ato: é a supressão de um ato legítimo e eficaz, realizada pela Administração, e somente por ela, por não mais convir a sua existência, operando os seus efeitos daquela data em diante (ex nunc). Anulação do ato: é a declaração de invalidade de um ato administrativo ilegítimo e ilegal, feita pela própria administração ou pelo Poder Judiciário, baseando-se em razões de legitimidade, diversamente da revogação, que se funda em motivos de conveniência e oportunidade (privativo da administração), operando os seus efeitos desde o início de sua edição (ex tunc). A administração pode revogar, portanto, de ofício, os seus próprios atos por razões de conveniência ou oportunidade. É manifestação do poder revisional decorrente do princípio da autotutela consagrado no verbete 473, da Súmula do Supremo Tribunal Federal, reproduzido, em sua maior parte, no art. 80 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, de 1989. Trata-se de desfazer ato perfeito, válido e eficaz, portador de disciplina ou regramento que não mais atende ao interesse do serviço, daí a revogação competir, exclusivamente, à Administração, que não pode ser compelida a revogar, seja por particulares ou pelos demais Poderes. Porque perfeito, válido e eficaz, o ato revogado constituiu direitos que devem ser respeitados pela revogação, daí esta produzir efeitos ex-nunc. Em face dessas características, o controle da revogação de atos administrativos pelo Poder Judiciário alcança apenas lesões a que o ato revogador eventualmente dê causa sobre direitos constituídos com base no ato revogado; danos indenizáveis que resultem da a revogação, ou o teor de vinculação que exista na norma de regência da atividade revocatória e cujo descumprimento pela Administração vicie os requisitos da competência, da forma ou da finalidade, certo que o objeto e o motivo - os demais elementos que integram a estrutura essencial do ato administrativo - são, de ordinário, entregues, na espécie, à discrição da autoridade administrativa, insuscetível de controle judicial, ressalvada hipótese em que esta explicite motivos, vinculando-se à sua existência e idoneidade (teoria dos motivos determinantes), de sorte que a inexistência dos motivos enunciados ou a inindoneidade para produzir os resultados almejados configurem vício de motivo (v. Lei nº 4.617/65, art. 2º, alinea “d”) a ensejar, também, o controle judicial. 3ª.Questão: (Min. Púb. - RJ – ) É válido ato administrativo editado por agente da Administração acometido de loucura? Responda a questão fundamentadamente, formulando, a título introdutório, considerações sobre o papel da vontade no ato administrativo. ( Colaboração do Prof. J. MADEIRA) Resposta Sugerida: É uma situação interessante decorrente da perda posterior da capacidade por parte de um agente público. Os atos por ele praticados são válidos? A doutrina tem-se posicionado no sentido da validade do ato administrativo vinculado, praticado por servidor incapacitado mentalmente, quando é adotado o único objeto fixado em lei. O argumento apresentado é o de que a vontade do agente não é determinante para fixação do objeto do ato vinculado, pois a lei já indica o único caminho a ser seguido. A mesma solução não pode ser aplicada aos atos discricionários em que a vontade do agente é essencial na escolha do melhor objeto. 4ª.Questão: Um empresário requer a renovação da licença de funcionamento de sua empresa. Passados seis meses da protocolização desse requerimento, nada foi decidido pela autoridade administrativa competente. Que medidas e argumentos jurídicos poderiam ser deduzidos em favor da empresa? (Colaboração do Prof. J. MADEIRA). GABARITO: Cabe ação judicial, especialmente mandado de segurança, para compelir a autoridade competente a se pronunciar. O Judiciário não pode se substituir à Administração para deferir a licença, mas pode ordenar que ela aprecie o pedido, deferindo-o o indeferindo-o. Todo pedido administrativo deve ser respondido (dever de decidir) por força do direito constitucional de petição (art. 5º, XXXIV, a, CF). A decisão deve ser proferida dentro do prazo fixado pela legislação (no âmbito federal, na ausência de lei específica, o prazo é de cinco dias - art. 24, LPAF). Fora do âmbito da União, inexistindo lei específica, a resposta deve ser dada em prazo razoável, que certamente deve ser inferior a seis meses para uma licença de funcionamento Aula 6 ATO ADMINISTRATIVO 1- Classificação dos atos administrativos. 2.Atos vinculados e discricionários, simples, complexo e composto e outros. 3. Motivação: Teoria dos motivos determinantes. 4. Mérito administrativo. 5. Controle da discricionariedade. Para a resolução dos casos desta aula, faça, inicialmente, a leitura do capítulo Poderes Administrativos, do livro Administração Pública Centralizada e Descentralizada, José Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9ª ed. Editora América Jurídica, 2007. Manual de Direito Administrativo, José Dos Santos Carvalho Filho, 15ª ed. Editora Lúmen Juris. Não deixe de ver a jurisprudência relacionada ao tema em estudo. 1ª Questão: (Magistratura do Estado de Mato Grosso – prova preliminar) É possível o controle jurisdicional sobre o ato administrativo discricionário? Explique. (Colaboração do Prof. Marcelo Guimarães) RESPOSTA SUGESTÃO: No que tange a competência, forma e finalidade do ato discricionário, o Poder Judiciário poderá controlar haja vista serem elementos vinculados a lei, devendo o administrador observá-los quando da sua edição. Porém, o mérito do ato administrativo discricionário foge do controle judicial, uma vez que ao Judiciário não é dado substituir a Administração para adentrar nos aspectos da conveniência, da oportunidade, da justiça ou da eqüidade do ato. Contudo, poderá o judiciário controlar os elementos que abrigam o mérito administrativo – motivo e objeto – ao verificar que o motivo é inexistente e o objeto é ilegal. Mas a ilegalidade não é só a desconformidade do ato com a lei, sendo, também, ilegal quando deixa de observar a moral administrativa e o interesse coletivo, indissociável de toda atividade pública. 2ª Questão: Meliato, funcionário público federal, foi acusado de ter praticado conduta que causou dano ao erário. Ao fim do processo administrativo, no qual foram garantidas a ampla defesa e o contraditório, a autoridade competente optou pela demissão, punição prevista legalmente para tal conduta. Inconformado com a decisão, Meliato ajuíza ação requerendo sua reintegração. Compete ao Judiciário avaliar se as condutas praticadas pelos agentes da Administração guardam incompatibilidade com os valores ético-funcionais que exige a função pública? Por quê? (Colaboração do Prof. Augusto Nepomuceno) RESPOSTA SUGESTÃO: Não, tal questão compõe o mérito administrativo, o que compete exclusivamente a própria Administração, pois se o Judiciário executasse tal controle estaria substituindo o que ele considera valor ético funcional pelo que o administrador pensa ser e estaria assim subvertendo o princípio constitucional da separação de poderes e especialidade de funções. Aula 7 ATO ADMINISTRATIVO 1- Espécies de atos administrativos – Decretos, Resoluções, Licença, Permissão, Autorização e outros. 2- Extinção dos Atos Administrativos. Para a resolução dos casos desta aula, faça, inicialmente, a leitura do capítulo Poderes Administrativos, do livro Administração Pública Centralizada e Descentralizada, José Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9ª ed. Editora América Jurídica, 2007. Manual de Direito Administrativo, José Dos Santos Carvalho Filho, 15ª ed. Editora Lúmen Juris. Não deixe de ver a jurisprudência relacionada ao tema em estudo. 1ª Questão: Através da expedição de decreto, o Chefe do Poder Executivo determina a extinção de cargo público que estava preenchido pelo Sr. Milo (servidor público concursado), sob alegação de que o mesmo estava respondendo a processo administrativo disciplinar. Indignado, deseja saber de você, advogado, se poderia a Administração Pública ter agido desta forma, ou seja, extinguindo cargo público através de decreto. Fundamente.(Colaboração do Prof. Wiliams de Melo) RESPOSTA SUGETÃO: Trata-se de extinção de cargo público, cuja regra exige a expedição de lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo, conforme art. 61, § 1º, II, a da CF, ou seja, somente por lei poderá ser criado, modificado ou extinto um cargo público. Contudo, a própria Constituição Federal trouxe algumas exceções previstas no art. 84, VI, a, b, como por exemplo, a reestruturação de cargos quando não importar aumento de despesa e quando o cargo estiver vago. Desta forma, constata-se que o presente ato foi utilizado como meio de punição do servidor em virtude de estar respondendo a processo administrativo disciplinar, o que caracteriza, desde já, desvio de finalidade, além do mais, o cargo se encontra preenchido e, logo, só poderá ser extinto com a edição de lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo. Desta forma, tem-se que o presente decreto não é meio para tal atitude, por afrontar os princípios do devido processo legal, contraditório, ampla defesa e, principalmente, o princípio da legalidade. Com estas explicações, deve o decreto ser anulado. 2ª Questão: Em virtude da expedição da Portaria 378/MS/ANVS/99 o Município do Rio de Janeiro praticou ato administrativo determinando a inutilização das unidades do lote analisado de sal refinado Iodado marca “Aro”, colhida e, 19/12/01, por estar em desacordo com a Portaria, visto que a quantidade de iodo no sal era em quantidade inferior à mínima exigida pela ANVS (40 mg/Kg), apresentando 29,74mg/KG. Indignado, o particular, proprietário do produto apreendido, ingressa com uma medida cautelar inominada com pedido de liminar inaudita altera parte. Em sua fundamentação, alega que foi expedida a Resolução nº 175/ANVISA/MS de 08/07/06 (nº 1214.00/06) que determinava novos parâmetros para avaliação macro e microscópica de substâncias prejudiciais à saúde humana em alimentos embalados. Contudo, não demonstrou em que ponto estaria a ato inquinado de vício. Em parecer da procuradoria, destaca-se: “...os consumidores podem sofre danos à saúde, caso o lote, liberado, seja comercializado.” Decida a questão de maneira fundamentada. (Colaboração do Prof. Wiliams Melo) RESPOSTA SUGETÃO: “Agravo de Instrumento. Ato administrativo. Poder de polícia. Atributos do ato administrativo. Presunção de veracidade e auto-discricionariedade. Insindicabilidade do mérito administrativo pelo Judiciário. Não tendo o agravante logrado êxito em demonstrar a ilegalidade do ato administrativo que determinou o recolhimento e a inutilização das unidades do lote analisado de sal refinado Iodado marca “Aro”, colhida em 19/12/01, em razão de o produto estar em desacordo com a Portaria 378/MS/ANVS/99. Vale dizer: o agravado verificou a existência de iodo no sal em quantidade inferior à mínima exigida pela ANVS (29,74 mg/Kg), sendo que o mínimo seria de 40 mg/Kg, daí porque a conclusão do agravado de que o produto era impróprio para o consumo. Logo, não que se reprimir o ato administrativo em questão se dele não se afastou a presunção de veracidade e o agravante não logrou comprovar a ilegalidade do mesmo. Ato que se insere no poder de polícia da Administração Pública e que é auto-executável, não obstante eventual prejuízo para o agravado possa pelo mesmo ser buscado pelas vias próprias, se for o caso. Recurso desprovido.” Agravo de Instrumento nº 2003.002.20483. Aula 8 ATO ADMINISTRATIVO 1- Invalidação (ou Anulação). 2- Revogação. 3- Teoria da Convalidação, Sanatória e Confirmatória do ato administrativo. Para a resolução dos casos desta aula, faça, inicialmente, a leitura do capítulo Poderes Administrativos, do livro Administração Pública Centralizada e Descentralizada, José Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9ª ed. Editora América Jurídica, 2007. Manual de Direito Administrativo, José Dos Santos Carvalho Filho, 15ª ed. Editora Lúmen Juris. Não deixe de ver a jurisprudência relacionada ao tema em estudo. 1ª Questão (OAB-RJ): Um servidor público processado criminalmente e administrativamente pelo mesmo fato, requer a extinção deste feito, uma vez que naquele ficou demonstrado, mediante sentença judicial, que se encontrava noutro local no momento do crime. Na qualidade de assessor jurídico, oriente o administrador quanto a esse requerimento administrativo. Fundamente a resposta. (Colaboração do Prof. J. MADEIRA) RESPOSTA SUGESTÃO: “Recurso Especial. Administrativo. Servidor absolvido em processo criminal. Art. 386, inc. IV do CPP. Reintegração ao servidor. Art. 126 da Lei 8.112/90. – Lei 8.112/90. Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. Sentença absolutória que negou a autoria do fato. Em decorrência da separação dos poderes, as jurisdições administrativa e criminal são autônomas e distintas. Contudo, haverá repercussão absoluta da segunda em relação à primeira, se a sentença criminal reconhecer a inexistência do fato ou negar a sua autoria. Precedentes. Prequestionamento. A imputação administrativa foi a pratica do ilícito penal. Repelido este, por negativa de autoria, evidentemente repercute afetando a sua existência. Recurso conhecido e provido (STJ, Resp 121834/DF, Min. José Arnaldo da Fonseca)”. Desta forma, deve a demissão do servidor ser anulada por falta um dos elementos de validade do ato administrativo, qual seja, o motivo, em virtude da teoria dos motivos determinantes, posto que o servidor só fora demitido pela prática do ilícito penal, como ficou demonstrado que não foi ele o autor do ilícito, não haveria motivos para que a Administração lhe aplica-se a pena de demissão. Neste caso, temos a aplicação plena do verbete sumular nº 473 do STF. 2ª Questão: Candidato em concurso público, após lograr êxito nas provas objetivas e discursivas, foi reprovado no exame psicotécnico. Buscando informações sobre a reprovação, descobriu que a exigência do exame psicotécnico estava previsto apenas no edital do concurso, ao contrário das provas objetivas e discursivas que estavam previstas, além do edital, na lei. Desta forma, deseja saber se existe alguma forma de anular o ato de reprovação e prosseguir no concurso. Na condição de advogado, esclareça os seguintes itens: 1- É possível a exigência do exame psicotécnico em concurso público? Caso afirmativo, haveria requisitos para sua validade? 2- É possível a anulação da reprovação do candidato? Sob qual alegação? (Colaboração do Prof. J. MADEIRA) RESPOSTA SUGETÃO: 1- É perfeitamente possível a exigência do exame psicotécnico, principalmente quando o cargo se afigurar como de grande complexidade. Destaca-se que o exame em questão não atesta conhecimento do candidato, mas a existência de eventual desvio de conduta, desequilíbrio mental etc. Os requisitos de validade são: Existência de lei exigindo o exame conforme Súmula 686 do STF (considera o exame válido se observar o art. 37, II da CF, mencionando que o provimento em cargo público se dará mediante a realização de provas ou de provas e títulos a serem definidos por lei.); Que os critérios adotados pelo exame sejam cientificamente comprovados e objetivos; e possibilitem ao candidato tomar ciência dos motivos de sua reprovação. 2- Sim, posto que neste caso, a exigência do exame está prevista tão somente no edital (ato administrativo regulamentar) e não na lei conforme exige a Constituição (art. 37, II). Assim, não pode o referido ato criar a exigência de provas para concurso que não estejam previstas em lei, sob pena de caracterizar a ilegalidade do ato. Logo, pode o ato ser anulado pelas fundamentações expostas tanto pela própria Administração como pelo Poder Judiciário conforme a Súmula 473 do STF. Aula 9 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 1- Introdução. 2- Contratos da Administração. 3- Conceito. 4- Sujeito do Contrato e Espécies. 5- Características. 6- Cláusulas Exorbitantes. 7- Equação Econômico-Financeira. Para a resolução dos casos desta aula, faça, inicialmente, a leitura do capítulo Contratos Administrativos, José Maria Pinheiro Madeira, Tomo

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