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LOGÍSTICA
Luis Piñel
Todos Direitos Autorais Reservados - Catho Online - Luis Piñel
Material de Apoio do Curso Online Logística 
Logistica´
APRESENTAÇÃO DO CURSO
Logística é a atividade viabilizadora de negócios, não apenas por aproximar as partes - os vendedores 
e os compradores -, mas, essencialmente, para reduzir drasticamente custos com materiais e sua movi-
mentação. 
A logística se preocupa de encontrar o caminho mais ágil e econômico para juntar demanda e oferta, 
permitindo preços acessíveis, dentro dos prazos e dos padrões convencionados. 
O curso é recheado de exemplos, para sua melhor assimilação, e ao concluí-lo você estará melhor 
preparado a fazer da logística de sua empresa uma atividade estratégica, lucrativa, que põe os negócios 
para funcionar. 
Neste curso, você terá a oportunidade de:
 Avaliar a sinergia entre economia, marketing e logística.
 Logo no primeiro módulo, você terá três casos para avaliar os erros e acertos dos administra-
dores e experts em logística.
 No módulo dois, ajudamos você a mergulhar fundo em “supply change”. Você verá porque as 
indústrias automobilísticas saíram na frente e saberá a diferença entre parque industrial, consór-
cio modular e condomínio industrial.
 Você será apresentado a algumas táticas que tem ajudado empresas a estar sempre em dia 
com as necessidades e desejos do cliente, como é o caso do postponement, da integração lo-
gística. 
 Poderá verificar também como funciona o sonho de todo profissional de logística: Estoque Ad-
ministrado pelo Fornecedor (VMI – Vendor Managed Inventory), de modo a possibilitar que seu 
estoque próprio seja próximo de zero.
 Terá a oportunidade de aprofundar-se no estudo de canais de distribuição, avaliando sua viabi-
lidade, operacionalização, custo e necessidade. Verá, por meio de exemplos concretos, que esta 
atividade já custou o emprego de gente muito importante que habitavam a cúpula das organiza-
ções.
 No quarto módulo você já está preparado para cotejar o que se tem feito em termos de mo-
vimentação de materiais, transporte e distribuição, para que você mesmo possa diagnosticar, 
analisar, avaliar e montar sua própria operação logística.
 No último módulo, você será apresentado, em detalhes e passo a passo a serviços especia-
lizados de logística (com destaque para transportes), poderá estudar um caso prático bastante 
interessante: o da ECT, conhecerá a estrutura de transporte no Brasil, avaliará comparativos de 
custos entre modos de transporte e entre países.
 Finalizando, daremos a você uma série de dicas de como terceirizar, de uma maneira profissio-
nal e lucrativa, atividades de logística, se esse for o seu caso.
Logistica´
SOBRE O AUTOR
Luis Piñel 
 Administrador de Empresas pela ESAN (Escola Superior de Administração e Negócios)
 Profissional de Logística com experiência de 18 anos ocupando cargos técnicos, gerenciais 
e diretivos em empresas como Souza Cruz, Carrefour, Livrarias Siciliano, Grupo Videolar, Dixie 
Toga e Distribuidora Farmacêutica Panarello dirigindo estruturas de logística e operações produ-
tivas de até 1700 funcionários, 13 Centros de Distribuição e gerindo frotas de até 500 veículos.
 Membro do Conselho de Logística da FECOMERCIO – Federação do Comércio do Estado de 
São Paulo.
 Professor da Faculdade Trevisan para a cadeira de Auditoria Logística.
 Diretor Técnico e professor titular da Escola de Logística & Instituto de Logística.
 Coordenador e professor da cadeira de logística do SENAC – SP.
 Palestrante com mais de 200 apresentações nos mais importantes eventos de logística do país: 
MOVIMAT, Encontro Anual da ASLOG (Associação Brasileira de Logística), Expomodal, entre 
outras.
Logistica´
MENSAGEM DO AUTOR
LUIS PIÑEL
Bem-vindo ao curso Logística Empresarial.
É um grande prazer tê-lo conosco nesta notável tarefa que é o aprendizado sobre Logística.
O termo Logística nos últimos anos tomou de assalto o mundo empresarial, e podemos identificar o 
impacto que isto teve, pelas palavras do eterno guru da administração Peter Druker: “a Logística é a última 
fronteira”.
Apesar de ser uma atividade que acompanha o Ser Humano desde os primórdios de sua existência, 
a Logística já passou por diversas utilizações no meio militar, político e agora no segmento empresarial 
ganha destaque por ser uma Tecnologia Administrativa de grande impacto nos resultados das organiza-
ções.
Não existirá organização lucrativa sem a utilização de uma Logística adequada para atender a satis-
fação de seus clientes e combater a acirrada competitividade que o mercado não pára de desenvolver, 
principalmente pela crescente internacionalização das relações comerciais, políticas, sociais e culturais.
Por ser também uma atividade recente entre os profissionais do mundo empresarial, temos a evidência 
de diversos elementos despreparados na utilização de suas técnicas mais aprimoradas e conseqüente-
mente dando resultados aquém do ideal, colocando em risco a perpetuidade do negócio e do seu próprio 
emprego.
Por outro lado também identificamos no mercado os casos de sucesso que sempre são precedidos de 
profissionais bem qualificados e que procuraram, acima de tudo, absorver o conhecimento correto para 
obterem os melhores resultados.
Nosso objetivo neste curso é que você tenha justamente a oportunidade de absorver o conhecimento 
necessário para se incluir no grupo que faz os melhores resultados e colham SUCESSO!
Além do texto orientativo e totalmente animado, você terá acesso a casos práticos, entrevista, sites, 
livros e principalmente à informação e experiência acumulada em 18 anos de profissão na área de Logís-
tica por este autor.
Coloco aqui o desafio ao participante para que coloque todo seu empenho na leitura atenta dos textos, 
na confecção dos desafios, na pesquisa sugerida, na participação dos fóruns, tirando suas dúvidas, pois 
temos certeza que poderemos ajudar, com seu apoio, à conquistar as informações desejadas para o seu 
SUCESSO PROFISSIONAL!
Conte comigo sempre!
SUCESSO SEMPRE! 
Logistica´
SUMÁRIO
Módulo 1 - Economia, marketing e logística 
1.1 - Introdução ........................................................................................................................ 7
1.2 - Economia e Logística ........................................................................................................8
1.3 - Marketing e Logística .......................................................................................................11
1.4 - A logística e seu desenvolvimento ..................................................................................13
1.5 - Logística: planejamento e auditoria ..................................................................................20
Módulo 2 - Gerenciamento da rede de suprimentos 
2.1 - Integração logística e flexibilidade ...................................................................................28
2.2 - Consórcio Modular e Condomínio Industrial ....................................................................34
2.3 - Planejando e montando uma cadeia de abastecimento .................................................. 37
2.4 - Dicas para escolha de software de SCM .........................................................................40
Módulo 3 - Canais de distribuição 
3.1 - Marketing e Logística .......................................................................................................45
3.2 - Tipos e características dos Canais de Distribuição ........................................................46
3.3 - Estudo de caso das Livrarias Siciliano .............................................................................51
3.4 - Montando seu canal de distribuição .................................................................................52
Módulo 4 -Operações de logística
4.1 - Introdução ........................................................................................................................61
4.2 - Armazenagem ................................................................................................................. 62
4.3 - Movimentação de materiais .............................................................................................65
4.4 - Transportes ......................................................................................................................69
4.5 - Distribuição Física ............................................................................................................71
4.6 - Caso: Terminal Ponta do Félix .........................................................................................72
4.7 - Montando sua operação logística ....................................................................................73
Módulo 5 - Armazenagem, transporte e outras soluções em logística
5.1 - Tipos de Armazenagem ...................................................................................................90
5.2 - Serviços especializados de logística ................................................................................92
5.3 - Transporte ........................................................................................................................95
5.4 - Caso Prático: ECT ...........................................................................................................98
5.5 - A estrutura dos transportes no Brasil ..............................................................................102
5.6 - Terceirização .................................................................................................................111
Referências Bibliográficas ...................................................................................................114
6
Modulo 1´Logistica´
MÓDULO 1
ECONOMIA, MARKETING E LOGÍSTICA 
Neste módulo vamos verificar as relações básicas entre Economia, Marketing e Logística, 
bem como conhecer suas origens e avaliar a importância da logística no contexto atual.
1.1 - Introdução
1.2 - Economia e Logística
1.3 - Marketing e Logística
1.4 - A logística e seu desenvolvimento
1.5 - Logística: planejamento e auditoria
7
Modulo 1´Logistica´
MÓDULO 1
ECONOMIA, MARKETING E LOGÍSTICA 
1.1 - INTRODUÇÃO
É lógico
VERMELHO + AMARELO = LARANJA
2 + 2 = 4
É lógico?
8
Modulo 1´Logistica´
1.2 - ECONOMIA E LOGÍSTICA
Afinal, é lógico ou não é lógico? 
Você já parou pra pensar nas coisas lógicas?
 A logística e o contexto econômico
Leia atentamente as definições abaixo e veja seus autores.
Número Definição 
Lionel Robbins
“A economia é a ciência que estuda as formas de comportamento hu-
mano resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades 
a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos 
alternativos”
Umbreit, Hunt e Kinter “A economia é o estudo da organização social através do qual os ho-mens satisfazem suas necessidades de bens e serviços escassos” 
Leftwich
“Ao se ocupar das condições gerais do bem-estar, o estudo da economia 
inclui a organização social, que implica distribuição de recursos escas-
sos entre necessidades humanas alternativas, com a finalidade de sa-
tisfazê-las a nível ótimo” 
Barre
“A economia é a ciência voltada para a administração dos escassos re-
cursos das sociedades humanas: ela estuda as formas assumidas pelo 
comportamento humano na disposição onerosa do mundo exterior, de-
corrente da tensão entre desejos ilimitáveis e meios limitados” 
Stonier e Hague
“Não houvesse escassez nem necessidade de repartir os bens entre os 
homens, não existiriam sistemas econômicos nem economia. A econo-
mia é, fundamentalmente, o estudo da escassez e dos problemas dela 
decorrentes” 
Adelphino Texeira da Silva “Economia é a ciência que estuda as relações humanas denominadas econômicas, avaliáveis em moedas e tendo por fim um consumo” 
Ao estudarmos as seis definições de economia, podemos traçar pelo menos quatro elementos co-
muns. 
1. As necessidades são ilimitadas. Os seres humanos e a sociedade tendem a gastar mais do 
que ganham ou possuem.
2. Os recursos são escassos. Segundo Stonier e Hague, se não houvesse escassez não haveria 
economia. 
3. Há uma tensão entre desejos e os meios para adquiri-los, segundo Barre. Temos então uma 
preocupação comportamental e social da economia. 
4. São avaliáveis em dinheiro. Têm, portanto, um valor econômico e preço. 
9
Modulo 1´Logistica´
Exemplo
Alguns exemplos de atividades econômicas:
1. compra de bens e serviços
2. prestação de serviços remunerados
3. produção econômica em geral
4. emprego de capitais para fins produtivos
5. pagamento de aluguéis 
6. venda de bens
7. recebimento de juros
8. importação e exportação de mercadorias
9. recebimento de pensões e auxílios do governo (transferências) 
10. distribuição dos lucros das empresas entre os seus sócios ou acionistas
A macroeconomia cuida:
 das relações globais
 das relações entre povos e nações, sob aspecto econômico
 da moeda e de sua circulação e da relação desta moeda com os demais países
 da capacidade de emprego e do nível de atividade (ou ociosidade) 
A microeconomia cuida:
 das relações econômicas entre indivíduos, empresas e comunidades locais
 das relações econômicas das compras de matéria-prima, acessórios, transportes, armazena-
mentos, embalagens etc. e da colocação desses produtos no ponto de venda
 do preço de compra e de venda, do valor e do giro dos estoques
 do fluxo de caixa e dos empréstimos, financiamentos e poupanças de pessoas, empresas e 
pequenas comunidades
Todos os seres humanos são seres econômicos. As relações econômicas existem desde o início da 
vida em sociedade.
Assim, todas as relações de troca de bens e serviços, desde os primórdios da história do homem, mes-
mo quando existia a simples troca entre mercadorias, são consideradas relações econômicas.
Vamos exercitar esta ação: quando você tem uma necessidade qualquer, digamos que você tem fome 
e necessita se alimentar, vai a uma lanchonete fazer o pedido de um lanche e é servido. Ao final, você 
necessita pagar por aquele alimento que você consumiu.
10
Modulo 1´Logistica´
Esta ação é uma atividade econômica na qual você identificou a sua necessidade, solicitou um bem 
para atender a esta necessidade e realizou o pagamento em moeda.
A Economia de Mercado funciona com milhões de ações como esta, desenvolvendo a comercialização 
de bens e serviços para atender às diversas necessidades do ser humano.
As explicações de como são realizadas estas relações econômicas são esclarecidas pela Macroeco-
nomia e pela Microeconomia.
A macroeconomia tenta responder a questões realmente “relevantes” da vida econômica: pleno em-
prego ou desemprego, produção a plena capacidade ou ociosidade, taxa satisfatória ou insatisfatória de 
desenvolvimento, inflação ou estabilidades dos níveis de preços.
A microeconomia visa explicar como a empresa individual decide qual será o preço de venda de um 
produto em particular, que montante de produção maximizará seus lucros e qual a combinação mais bai-
xa possível de custos de mão-de-obra, matérias-primas, bens de capital e outros insumos, com vistas à 
obtenção de determinado produto. 
Preocupa-se, também, com a forma pela qual o consumidor determina a distribuição de seus gastos 
entre os muitos produtos e serviços que estão à sua disposição, de tal modo que possa maximizar o be-
nefício auferido.
11
Modulo 1´Logistica´
1.3 - MARKETING E LOGÍSTICA
Comercialização de bens e serviços
São os atos de troca de bens (alimentos, materiais de construção etc.)ou serviços (serviços médicos, 
serviços de mão-de-obra etc.), com o devido abastecimento do mercado, por moeda.
As relações econômicas que já estudamos originaram a comercialização de bens e serviços.
O comércio é uma das atividades humanas mais antigas da história. É comum vermos o famoso co-
mércio das feiras livres nas ruas e usarmos este tipo de comércio como o exemplo mais claro da ação de 
troca de bens e serviços por moeda.
A atividade comercial gerou diversos profissionais da arte de comercializar. Enfim, uma atividade que 
depende não só a ação de troca de bens ou serviços por moeda, mas também de identificar as necessi-
dades humanas e buscar soluções para estas necessidades.
Assim, toda comercialização vem precedida de ações que chamamos de Marketing.
 Marketing
Algumas definições:
 “Podemos definir marketing como o processo social e gerencial através do qual indivíduos e 
grupos obtêm aquilo que desejam e de que necessitam, criando e trocando produtos e valores 
uns com os outros.” (Philip Kotler) 
 “O produto é qualquer coisa que possa ser oferecida ao mercado para satisfazer uma necessi-
dade ou desejo.” (Philip Kotler) 
 “O mercado é um grupo de compradores reais e potenciais de um produto.” (Philip Kotler) 
 “O objetivo do marketing é tornar a venda supérflua. É conhecer e reconhecer o cliente tão bem 
que o produto ou serviço sirva (...) e venda por si próprio.” (Peter Drucker)
O ambiente econômico, como vimos, gerou o que chamamos de comercialização de bens e serviços, 
mas a simples atividade de troca de bens e serviços por moeda não é suficiente para atender às necessi-
dades do mercado e seus consumidores.
É necessário existir ações que criem constantes soluções às necessidades humanas, ações estas que 
sejam desenvolvidas com velocidade proporcional aos anseios dos consumidores, ou seja, aos desejos 
de evolução dos mercados, e que são infinitos.
Estas ações, às quais damos o nome de Marketing, têm por função:
 pesquisar o mercado de quais são as necessidades atuais e futuras dos consumidores
 trabalhar na criação deste produto com os técnicos especializados na mesma
 desenvolver este produto com testes de mercado (práticos e teóricos) para que ele atinja o nível 
ideal de satisfação dos consumidores potenciais
 fabricação deste produto para atender aos níveis de demanda do mercado consumidor
 abastecimento do mercado por meio dos canais mais eficientes de atendimento, entrega e 
assistência pós-venda
12
Modulo 1´Logistica´
 comercialização nos níveis ideais de entrega, qualidade, preço e assistência pós-venda frente 
à concorrência existente
Podemos resumir como sendo a ação de gestão dos bens ou serviços, desde a sua identificação como 
necessidade do mercado, até o momento da identificação da satisfação do cliente por meio dos serviços 
de pós-venda.
A atividade de Marketing sempre será decisiva na decisão de colocação ou retirada de bens e serviços 
do mercado, visando sempre equilibrar os objetivos econômicos da relação entre a organização fornece-
dora desta solução (bens ou serviços) e o mercado consumidor (consumidores).
Embora muitos fatores contribuam para o sucesso da empresa, as companhias bem-sucedidas de hoje 
são fortemente centradas no cliente e muito comprometidas com o marketing. O marketing é um processo 
social e gerencial pelo qual os indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação 
e troca de produtos e valor. Subjacente ao marketing está o conceito fundamental de necessidade do 
homem, que é um estado de carência percebida. A necessidade básica é transformada pela cultura e per-
sonalidade em um desejo do homem. Esse desejo, quando ligado ao poder aquisitivo, se torna demanda.
Os profissionais de marketing dirigem essas demandas criando produtos e serviços apropriados. Esses 
produtos satisfazem ás necessidades e desejos e oferecem valor, a percepção do cliente da diferença 
entre as vantagens de possuir e usar o produto e o custo para adquiri-lo. Se o produto oferecer um bom 
valor, irá criar satisfação no cliente. A idéia complexa de qualidade é intimamente ligada à satisfação. 
Qualidade significa não só ausência de defeitos, mas também que o produto ofereça a satisfação que o 
cliente busca. 
O marketing ocorre quando as pessoas decidem satisfazer as suas necessidades e desejos através de 
um processo de troca. Quando valores são realmente trocados entre duas partes, ocorre uma transação. 
Se uma série de transações ocorrer entre as mesmas partes, desenvolve-se um relacionamento a longo 
prazo. Desenvolver este relacionamento com os clientes através de fortes laços sociais e econômicos 
tornou-se uma meta importante para muitos profissionais de marketing.
13
Modulo 1´Logistica´
1.4 - A LOGÍSTICA E SEU DESENVOLVIMENTO 
Afinal, o que é logística?
1. Logística - É uma ciência que estuda a otimização da movimentação física-econômica da 
coisas. Luís Piñel 
2. Logística - É o processo de planejar, implementar e controlar eficientemente, ao custo correto, 
o fluxo e armazenagem de matérias- primas e estoque durante a produção e produtos acabados, 
e as informações relativas a estas atividades, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, 
visando a atender aos requisitos do cliente. (Definição do CLM – Council of Logistics Manage-
ment USA)
3. Logística – Entre os gregos, arte de calcular ou aritmética aplicada. Parte da arte militar relativa 
ao transporte e suprimento das tropas em operações. Lógica simbólica, cujos princípios são os 
da lógica formal e que emprega métodos e símbolos algébricos. (Definições do Dicionário Con-
temporâneo da Língua Portuguesa Caudas Aulete)
4. Logística – Do francês Logistique, parte da arte da guerra que trata do planejamento e da reali-
zação de projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, repara-
ção, manutenção e evacuação de material (para fins operativos e administrativos); recrutamento, 
incorporação, instrução e adestramento, designação, transporte, bem-estar, evacuação, hospi-
talização e desligamento de pessoal; aquisição ou construção, reparação, manutenção e opera-
ção de instalações e acessórios destinados a ajudar o desempenho de qualquer função militar; 
contrato ou prestação de serviços. (in Ferreira, Aurélio Buarque de Hollanda, Novo Dicionário da 
Língua Portuguesa, 2ª edição, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1986, p. 1045)
5. Logística – Logística é a função sistêmica de otimização do fluxo de materiais e informações 
de uma organização. Integra duas ou mais atividades gerenciais ou operacionais, planejando, 
implementando e controlando o fluxo eficiente de materiais e informações, do ponto de origem ao 
ponto de destino, com o propósito de adequá-los às necessidades dos fornecedores e clientes. 
(Definição da ASLOG – Associação Brasileira de Logística)
Logística empresarial
Trata-se de todas as atividades de movimentação e armazenagem que facilitam o fluxo de produtos 
desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de 
informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço 
adequados aos clientes a um custo razoável. 
 Logística empresarial – elementos essenciais
1. Logística Reversa ou Inversa - No mercado, a reciclagem é considerada como o caminho que 
a embalagem toma após a entrega dos materiais, nunca voltando para a origem. Muitos profis-
sionais também utilizam esta expressão para considerar o caminho inverso feito para a entrega, 
voltando para a origem, só que agora somente com as embalagens. Neste caso, trata-se de 
embalagens reutilizáveis ou retornáveis, que são mais caras e específicas/próprias para acondi-
cionar determinados materiais. Ocorre muito no setor automotivo para o transporte, por exemplo 
de pára-choques, painéis etc., em que estes suprimentossão transportados do fornecedor até a 
montadora em embalagens reutilizáveis, ou seja, são reutilizados retornando ao mesmo. 
(Guialog – Glossário da Logística)
2. Centro de Distribuição (CD) - Centro de distribuição (CD) é um armazém que tem por missão 
realizar a gestão dos estoques de mercadorias na distribuição física.
14
Modulo 1´Logistica´
As atividades englobam recepção, expedição, manuseio e armazenagem de mercadorias, ad-
ministração de informações, emissão de notas fiscais, conhecimentos de transporte e outros 
documentos e, em alguns casos, agregação de valor intrínseco (físico) como a colocação de em-
balagens e rótulos e a preparação de kits comerciais (“compre dois e leve três”, por exemplo).
3. Estoques - Estoques são todos os bens e materiais mantidos por uma organização para suprir 
demanda futura.
4. Controle de Estoques - O controle de estoques consiste em todas as atividades e procedi-
mentos que permitem garantir que a quantidade correta (ou o número correto de unidades) de 
cada item seja mantida em estoque.
5. Armazenagem - Armazenagem é a atividade que permite manter bens e materiais, secos ou 
refrigerados, em instalações adequadas para manter suas características ideais para consumo, 
podendo ser depositada transitoriamente na alfândega, no caso de bens e materiais com origem 
ou destino no exterior, ou não, no caso de bens com origem e destino no território nacional.
 Princípios da logística empresarial
Os princípios da logística estão intimamente ligados às ações de qualquer Operação Logística. 
Para que a logística cumpra seus objetivos, a coisa certa precisa estar no lugar certo, no tempo certo, 
tendo por base informações integradas que dão as diretrizes corretas.
Toda atividade logística se importa em ter os bens ou serviços operados agregando valor de:
a) lugar estar no lugar certo, no lugar onde deverá ser adquirido ou consumido (ex.: consumi-
dor com sede no estádio de futebol, cerveja sendo vendida gelada neste e a cerveja em tempe-
ratura ambiente no supermercado).
b) tempo estar no tempo certo de ser consumido (ex.: cerveja chegando ao estádio para a 
partida de futebol).
c) qualidade estar adequado ao consumo, não estar com suas características ideais alteradas 
(ex.: lata de cerveja furada, problemas de higiene, cerveja sem gás).
d) informação informar de forma adequada o abastecimento (ex.: vendedor de cerveja infor-
mando a venda da cerveja gelada: “Vai uma geladinha aí, doutor?”).
Este interessante exemplo da venda da cerveja gelada no estádio nos permite analisar, na prática, os 
efeitos da logística na agregação de valor ao produto.
O indivíduo que vai a um estádio de futebol sabe que normalmente não é permitido ingressar no mes-
mo com artefatos perigosos (entre eles garrafas e latas), pois podem causar danos a outros.
Em outras palavras:
a) diante de um calor tropical, o torcedor não resiste a uma cerveja para se refrescar (e se hidra-
tar)
b) um copo grande de 300 mililitros custa R$ 3,00, que o torcedor paga com satisfação 
c) no supermercado, a cerveja (que não estará gelada), custa R$ 0,85 
d) o consumidor pagou 253% a mais e ainda ficou satisfeito (mesmo que seu time tenha perdi-
do!)
15
Modulo 1´Logistica´
Se olharmos em termos de logística:
A cerveja gelada (coisa certa, com as características adequadas), estava no lugar certo (uma tarde de 
futebol sob um escaldante clima tropical) e no tempo certo (na hora do jogo, ou um pouco antes). 
O dono da lanchonete tem informações que: 1. o torcedor não pode trazer bebida para o estádio; 2. a 
lanchonete pode ser equipada com bons refrigeradores; 3. os vendedores são adequadamente treinados 
para ser simpáticos e criar um ambiente onde uma “cervejinha” caia bem; 4. pela previsão da quantidade 
de torcedores, o dono da lanchonete verifica o estoque, a quantidade e o posicionamento dos vendedores. 
Como vemos, as informações se integram para oferecer o produto certo, na hora certa e no tempo certo. 
É a logística em ação!
 Logística: uma atividade estratégica
Todas as organizações, tanto empresariais quanto governamentais, trabalham com recursos limitados. 
Assim, é necessária a otimização dos recursos para que se possa realizar as tarefas necessárias e atingir 
os objetivos.
A Logística Empresarial trata da movimentação e armazenagem dos materiais de forma otimizada; 
ajuda com suas informações o planejamento prévio das demais atividades empresariais de uma organi-
zação.
Podemos assim concluir que como aplicação inicial da logística em sua forma estratégica:
1. deverá agregar valor aos bens e serviços de forma que o valor de local, valor de tempo, valor 
de qualidade e valor de informação se transformem em diferencial competitivo
2. gerar redução de custos com a otimização dos estoques e a conseqüente redução de custos 
na operação que resulta desta otimização
3. gerar informações com veracidade e credibilidade sobre o status dos bens ou serviços que a 
organização comercializa, para que as demais partes da organização possam planejar adequa-
damente suas ações e alcançar de forma mais fácil seus objetivos
 
 A logística no varejo
Sempre buscamos trabalhar de forma planejada, com os fluxos de trabalho condizendo com os nossos 
recursos, mas surgem as atividades especiais para as quais devemos nos dedicar para suprir a falta dos 
recursos ideais.
No comércio é comum esta situação devido às demandas do mercado se alterarem constantemente, e 
ser a primeira condição de compra de um produto por um consumidor: o produto estar à disposição para 
aquisição (valor de lugar).
Assim, fica claro que o profissional de logística de uma cadeia de varejo deve ter atributos que possam 
suprir a eterna necessidade das lojas de atender o cliente em suas expectativas:
 identificar a necessidade das lojas, “prever” quais produtos serão procurados
 enviar em tempo os produtos que serão adquiridos pelos clientes
 produtos devidamente embalados para garantir sua qualidade
 transporte eficiente que faça chegar no local de entrega e no prazo correto
16
Modulo 1´Logistica´
 a loja ter a informação adequada do que estará chegando (para poder programar campanhas 
de vendas ou atender encomendas)
Estas ações podem parecer muito lógicas e até mesmo básicas para os iniciantes na matéria, mas 
são, sem dúvida nenhuma, o “diferencial competitivo” de diversas organizações mundialmente conhecidas, 
como Coca-Cola, Sears e McDonald’s. 
Estoque é dinheiro parado
Vamos focalizar numa das maiores concentrações de recursos financeiros de uma organização: os 
estoques.
Avaliando que até 75% do capital de uma organização está no estoque que a mesma possui, vamos 
analisar a posição estratégica da logística numa organização.
Todas as movimentações e armazenagens devem ser feitas de forma otimizada para que não haja 
sobras nem faltas de materiais na organização, pois, se ocorrerem faltas (ou estoque abaixo do ideal):
1. as lojas ficarão sem abastecimento e os clientes irão procurar produtos similares em outras lo-
jas, de forma a atenderem ás suas necessidades, fazendo assim com que a organização varejista 
perca faturamento (e talvez o cliente!)
2. a imagem da organização ficará prejudicada por não atender às expectativas da clientela
Nota: admite-se estoque mais alto quando se pretende torná-lo um investimento, com a antevisão de que 
os preços subirão mais adiante. 
Até 75% do capital de uma empresa está no estoqueAté 75% do capital de uma empresa está no estoque
 Excesso de estoque
Agora vamos analisar o excesso de estoque:
1. teremos produtos empatando capital que poderia ser aplicado, por exemplo, em tarefas de 
expansão da rede de lojas
2. a operação fica com maior complexidade e dificuldade devido ao grande número de itens a 
serem administrados
3. a possibilidade de produtos ficaremobsoletos aumenta ao infinito, visto ainda que o risco de os 
produtos não poderem ser comercializados no período correto pode gerar custos operacionais e 
não somente do valor do produto (imagine produtos que chegam nas lojas após o período ideal 
de comercialização: os mesmos somente agregarão custos à organização de envio e retorno à 
origem de envio, e não irão gerar faturamento, mas somente despesas operacionais)
A logística será o elemento principal do insucesso desta organização gerando custos adicionais des-
necessários.
17
Modulo 1´Logistica´
 Administração da logística
As ações estratégicas da logística devem obedecer a critérios que visam acima de tudo:
1. analisar a cadeia como um todo para que as informações fluam com veracidade e credibilidade
2. criar condições para que as movimentações de materiais sejam as mais velozes e eficientes possí-
veis, criando diferencial competitivo nos prazos a serem praticados
3. otimizar os níveis de estocagem e as áreas de armazenagem e processamento de pedido para que 
possam gerar resultados como: atender adequadamente à demanda de produtos pelos clientes nas quan-
tidades, prazos e qualidade necessários
 Os segmentos da logística
Contribuiremos com o sucesso da organização:
a) como articuladores deste processo, liderando e convencendo toda a alta administração sobre 
a importância dos movimentos logísticos
b) uma logística afinada e profissional pode gerar diferencial competitivo
c) destacar o nome da empresa e sua imagem no mercado como uma organização que atende 
às expectativas do cliente, que é o principal elemento do Gerenciamento da Cadeia de Abasteci-
mento – (Supply Chain Management)
A Logística Empresarial pode ser segmentada em duas grandes áreas:
1. Fluxo de materiais e informações 
Administração de Materiais, que corresponde ao conjunto das operações relativas ao fluxo de ma-
teriais e informações associadas, desde a fonte das matérias-primas até a entrada da fábrica.
2. Garantia de abastecimento 
Distribuição Física, que corresponde ao conjunto das operações relativas ao fluxo de bens, desde 
o local de sua produção até o seu destino final e das informações associadas, garantindo que os 
bens cheguem em boas condições comerciais, oportunamente e a preços competitivos.
O caso da rede de hipermercados carrefour
Uma rede de mais de 200 lojas espalhadas de norte a sul no território brasileiro no ano de 2001, 
líder em faturamento (US$ 70 bilhões/ano) e famosa pelo seu modelo de fazer negócios: unida-
des autônomas que administram de forma descentralizada suas compras, logística e vendas; 
partilhando somente propagandas regionais e objetivos de resultados.
Este era o perfil do Carrefour até o período de 1999, em que diversas reportagens divulgavam 
sua mudança estratégica: mobilizaria esforços na estruturação de uma área de compras centrali-
zada e os estoques estariam também centralizados em Centros de Distribuição para atendimen-
tos a estas lojas.
O modelo não impressiona pelo seu formato, mas pelo prazo em que foi feito (12 meses), e pelo 
gigantismo da organização varejista.
18
Modulo 1´Logistica´
Cada vez mais, o Carrefour verificava perda de faturamento por problemas de abastecimento de 
suas lojas e perdas financeiras por inventários (estoques) muito acima do desejado.
Estes acontecimentos fizeram com que esta organização dirigisse seus esforços ao modelo de 
abastecimento já consagrado no segmento varejista de “Centralização dos Estoques”.
Os hipermercados carrefour buscam a virada!
Seu maior concorrente (Grupo Pão de Açúcar) seguia este modelo com excelentes resultados 
operacionais e financeiros, e ganhava cada vez mais espaço na corrida pela liderança do mer-
cado, dedicando-se até em realizar ações de cidadania se utilizando de Logística Reversa (as 
sacolas plásticas que embalam seus produtos são coloridas, incentivando aos clientes realizar a 
coleta seletiva de lixo, para depois entregar o material reciclado para revenda e doando os valo-
res a instituições de caridade).
Assim, o Carrefour procedeu a uma das maiores experiências logísticas que o mercado pôde 
acompanhar: a mudança de posição estratégica e de estrutura operacional na sua área de aqui-
sições e logística, com investimentos previstos de R$ 60 milhões.
Com as compras centralizadas, a logística focada em estoques em Centros de Distribuição e as 
lojas solicitando por meio de sistemas automáticos suas necessidades, tivemos aí uma verdadei-
ra revolução no tratamento entre Fornecedores, Lojas, Compras e Centros de Distribuição.
Neste período foram construídos Centros de Distribuição, dinamizadas as áreas de Compras, 
Lojas passaram por reformulações para o novo modelo de abastecimento e os Fornecedores se 
prepararam para o atendimento não mais diretamente às Lojas, mas aos Centros de Distribuição 
que deveriam, por sua vez, ser mais eficientes no abastecimento das mesmas por terem acesso 
às informações de necessidades e prioridade de desembarque de seus veículos.
Com um modelo assim desenhado podemos imaginar uma verdadeira virada nos negócios desta 
organização.
O Carrefour amargou um imenso prejuízo, o sistema idealizado não funcionou e uma nova dire-
toria assumiu as operações no Brasil 
Cada vez mais, a logística procura conectar o ponto de fornecimento com o ponto de venda, di-
retamente. 
Mas não foi assim que aconteceu!
No ano de 2001, os jornais de negócios noticiavam de forma crescente a perda da liderança des-
ta organização no segmento varejista (que é marcada pelo faturamento) por causa da logística 
empregada.
Mas o que deu errado?
Um plano tão bem estruturado, uma empresa com capital para aplicar mudanças deste porte e 
pessoal capacitado, o que teria dado errado?
A resposta pode estar em diversas colocações, mas vamos preferir o caminho dos resultados, 
que são os mais concretos e que normalmente norteiam os casos de sucesso e insucesso.
Em 2001 a rede já admitia que o problema de abastecimento das lojas era real e causado por 
problemas logísticos (existiam produtos nos Centros de Distribuição e que faltavam nas Lojas). 
Imagine um investimento de US$ 60 milhões, sobrando material de um lado e faltando de outro. 
Isto é a antítese de uma boa logística. 
A nova equipe que assumiu o comando das operações da empresa (em 2001 foi noticiada a mu-
dança do comando superior da rede no Brasil: presidência e diretoria) tinha por objetivos finais 
padronizar os sistemas de informações que integravam a rede visando sintonizar as prateleiras 
19
Modulo 1´Logistica´
com os estoques e consolidar todo o sistema logístico montado pela administração anterior.
Fonte: assessoria de imprensa do Carrefour, jornais O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Gazeta Mercantil, 
ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados).
Nota: a evolução “mercadoria do fornecedor direto para a gôndola, prateleira ou o ponto de venda” 
evoluiu tanto que muitos supermercados alugam gôndolas a seus fornecedores e ficam com uma parte do 
lucro das vendas efetuadas. 
20
Modulo 1´Logistica´
1.5 - LOGÍSTICA: PLANEJAMENTO E AUDITORIA
O passo-a-passo: logística na prática
O primeiro passo será uma atividade de Auditoria em Logística.
O segundo passo será uma atividade de montagem do Planejamento Logístico.
O objetivo deste primeiro módulo é de capacitar o aluno a entender melhor o que é logística e ter con-
dições de montar seu plano básico de trabalho. Para que isso possa acontecer é necessário que:
a) seja identificada a real situação da logística na organização
b) mensuremos os pontos fortes e fracos por meio de uma metodologia
c) avaliemos as soluções montando um Planejamento Logístico
Dentro desse contexto, as ferramentas que podemos utilizar são:
1. Auditoria Logística
2. Planejamento Logístico
Na seqüência, teremos a metodologia aplicadaem um caso:
1. você chega em uma empresa e assume a direção da área de logística ou desafio semelhante
2. a direção da empresa solicita um diagnóstico e um Plano de Trabalho
3. as informações são difíceis de serem levantadas e é preciso apresentar prazos e resultados
4. a cultura da empresa é resistente às mudanças e é preciso ter habilidade para apresentar 
idéias, propostas e implicações das mudanças
Dicas Importantes
Sugerimos ao aluno ter as seguintes cautelas:
1. faça as apresentações numa linguagem própria do segmento ou a que as pessoas envolvidas 
estejam acostumadas
2. procure sempre mensurar os resultados das operações de forma numérica ou em valor mone-
tário (custo, principalmente)
3. apresente os resultados sempre de forma clara e objetiva, podendo ser na forma de resumos 
ou gráficos
4. procure sempre fazer atas de reunião com o material de apresentação anexado e tendo a as-
sinatura de todos os envolvidos
5. na confecção da Auditoria Logística, convide elementos que não estão na operação do dia-a-
21
Modulo 1´Logistica´
dia para lhe ajudar na avaliação (se possível pessoas leigas, como alguns gerentes, o contador, 
um analista de RH, alguns vendedores etc. e os ouça com atenção. No caso dos gerentes, por 
exemplo, você pode explorar os melhores métodos de avaliação que você poderá adotar para 
que a auditoria tenha eficácia) 
6. para dar credibilidade ao trabalho de Auditoria Logística, convide os responsáveis pela audito-
ria da empresa e, se o caso for mais grave, envolvendo situações de credibilidade, sugere-se a 
contratação de empresa independente e especializada
7. no Planejamento Logístico priorize as atividades que geram resultados mais imediatos (é im-
portante para lhe dar credibilidade ao trabalho)
8. na aprovação do Planejamento Logístico é essencial o envolvimento da Direção Geral (Presi-
dência) da organização
9. conheça com profundidade o ambiente que o rodeia, os objetivos da organização, seu merca-
do e seus clientes
1. Auditoria logística 
Trata-se de um ramo novo da AUDITORIA, advindo da antiga AUDITORIA OPERACIONAL, e 
baseia-se em auditar o “ambiente logístico” nos quesitos operacional, financeiro e de resultados.
2. Abrangência
A área de Logística é muito abrangente, tendo ramificações em todo o ESPAÇO ECONÔMICO:
 Consumidor
 Varejo
 Distribuidor
 Indústria de Transformação
 Indústria de Base e/ou de Exploração
3. O CHECK LIST de uma auditoria logística se baseia nos seguintes princípios básicos:
1. mapear o ambiente em que se insere a área auditada
2. mapear o nível de desempenho desejado e o realizado
3. elaborar mapas de apuração
4. relatório final (resumo) com notas de apuração de resultados 
1. Ambiente
Vivemos uma era de descontinuidade, quando o pão de cada dia é incerto, afirmou certa vez 
Peter Drucker. Percebendo uma competição cada vez mais desenfreada nos diversos mercados, 
uma pessoa que conheci comentou: “muita gente troca fidelidade por um pequeno desconto”. Se 
há uma receita aqui é foco. Concentre-se naquilo que você sabe fazer melhor e siga em frente 
em vez de dirigir sua empresa olhando no retrovisor. 
2. Nível de desempenho desejado e realizado
A Rede de Supermercados X apresentou seus parâmetros para o desempenho de suas lojas 
22
Modulo 1´Logistica´
abrangendo os itens do Check List 1 (vide tela anterior e artigo do autor com modelos e itens a 
ser auditados). As notas e os pesos foram atribuídos pela equipe de auditoria visando a medir o 
desempenho operacional.
3. Mapa de apuração:
1. mapear o ambiente em que se insere a área auditada
2. mapear o nível de desempenho desejado e o realizado
3. elaborar mapas de apuração
4. relatório final (resumo) com notas de apuração de resultados 
Observação: este assunto será abordado com mais detalhes adiante.
 Auditoria das operações do centro de distribuição
Check list Atividade da auditoria 
1 Resultados Logísticos Globais
2 Recebimento
3 Armazenagem e Separação
4 Conferência, Embalagem e Expedição
5 Transporte e Distribuição
Planejamento das ações logísticas
1. Definição
O PLANEJAMENTO LOGÍSTICO é uma ferramenta de trabalho para a organização das tarefas 
na atividade logística, podendo ser mensurado de forma estratégica, operacional e financeira.
2. Abrangência
A área de logística é muito abrangente, tendo ramificações em todo o ESPAÇO ECONÔMICO:
 consumidor
 varejo
 distribuidor
 indústria de transformação
 indústria de base e/ou de exploração
3. Check list do planejamento logístico
O Check List de um Planejamento Logístico se baseia nos seguintes princípios básicos:
 mapear o ambiente de abrangência
 mapear o nível de desempenho desejado e o realizado
 elaborar mapas de apuração
23
Modulo 1´Logistica´
 priorizar as atividades que dão resultado imediato
 aplicar prazos confiáveis
 mensurar financeiramente os resultados
 relatório final (resumo) com notas de apuração de resultados
 Exemplo
Planejamento logístico em uma rede de supermercados
1. Ambiente
Mercado extremamente competitivo com baixa fidelidade dos seus clientes, tendendo à perda de 
vendas com a falta de produtos foco dos mesmos.
2. Nível de desempenho desejado e realizado
A Rede de Supermercados XXX necessita reduzir seu custo operacional de logística em 15% 
global e aumentar a eficiência com resultados de ganho de mercado traduzidos em aumento de 
faturamento em 20%.
Veja a tabela para mensuração do nível de desempenho e das ações preventivas e corretivas. 
Prioridade Área Atividade Desempenho Atual
Desempenho 
Desejado Ação Prazo
1 Estoques Nível de Esto-que
60 dias de du-
ração
30 dias de du-
ração
Reduzir esto-
ques pela gestão 
de vendas dos 
excessos e ges-
tão de compras 
somente dos pro-
dutos em falta
45 dias
2 Centro de Distribuição
Abastecimen-
to das Lojas
Abastecimento 
de 100% dos 
pedidos das 
lojas em 60 ho-
ras
Abastecimen-
to de 100% 
dos pedidos 
das lojas em 
24 horas
Reestruturação 
operacional com 
investimento em 
automatização 
dos processos
90 dias
3
Transporte 
e Distribui-
ção
M o v i m e n t a -
çâo de Mer-
cadorias do 
Centro de Dis-
tribuição às 
Lojas
Entrega em ve-
ículos próprios 
com idade aci-
ma de 10 anos
Entrega com 
frota tercei-
rizada com 
no máximo 5 
anos, transfor-
mando custo 
fixo em variá-
vel
Criar processo 
de terceirização 
junto a transpor-
tadoras do mer-
cado com cus-
to competitivo 
tendo resultado 
financeiro 10% 
menor do que o 
atual
150 dias
Como a logística afeta os lucros
O termo logística nasceu no exército, para descrever as atividades de apoiar tropas com os suprimen-
tos essenciais para uma campanha militar de sucesso. Somente nos últimos 20 anos tornou-se lugar-co-
mum nas indústrias e no comércio. 
24
Modulo 1´Logistica´
Mais recentemente, devido aos desenvolvimentos da tecnologia da informação durante a última déca-
da e às necessidades de satisfazer demandas cada vez maiores, a logística tornou-se reconhecida como 
uma área de grande oportunidade. Em determinados setores, notadamente na distribuição e no varejo, as 
empresas não podem ignorar a importância da logística em relação à lucratividade. 
É imperativo fornecer serviço ao cliente que não seja superado por ninguém e satisfazer totalmente às 
necessidades de escolha do produto, entrega em tempo e disponibilidade de estoques a um preço compe-
titivo. Não somente a lucratividade, mas também a sobrevivência da empresa depende destas questões. 
Para a maioria, a definição mais amplamente utilizada da logística é “obter os produtos certos, no lugar 
certo, no momento certo, ao menor custo”.
Quando nos referimos ao menor custo, queremos dizer que devemos minimizar todas as atividades 
da logística que não agregam valor— logo, são um mal necessário. Na realidade, é uma função de valor 
agregado, pois é uma parte da cadeia de abastecimento total. A logística engloba o fluxo de materiais, 
produtos e informações na cadeia e inclui todas as funções, desde suprimentos de matérias-primas atra-
vés da produção, montagem, armazenagem e processamento de pedidos do cliente, até as “ligações” da 
entrega ao atacadista, representantes, canal de vendas do varejo e, então, ao cliente. A logística é, então, 
relevante em todos os estágios da produção e fornecimento de um produto, de uma fonte de matéria-prima 
ao cliente. Além das suas principais funções no gerenciamento do inventário, transporte e armazenagem, 
faz interface com o projeto e desenvolvimento de produtos, vendas, marketing, tecnologia da informação, 
recursos humanos e serviços. 
Uma das principais funções da logística é a de explorar os “trade-offs” para minimizar os custos e ma-
ximizar a lucratividade da empresa. Esses “trade-offs” incluem o balanceamento do número de armazéns 
que mantêm estoque e depósito sem estoques necessários para servir a uma rede de clientes, levando 
em consideração custos das propriedades, mão-de-obra e movimentação versus: 
 custos do inventário 
 escolha do modo de transporte e custos através da distribuição primária e secundária 
 níveis de serviço exigidos pelo cliente
Daí testar a sensibilidade e a flexibilidade de sistemas alternativos para as mudanças nos custos do 
combustível, despesas com juros, taxas de mão-de-obra etc., até as mudanças potenciais na legislação. 
Na avaliação dos “trade-offs”, precisa ser dada atenção aos conceitos-chave do gerenciamento dos 
canais, como quanto valor está sendo agregado e a qual custo. 
Cada vez mais as empresas estão buscando estratégias logísticas globais, com as instalações de 
manufatura, montagem e distribuição localizadas em diferentes países, com a necessidade de considerar 
modos alternativos de transportes (marítimo, aéreo, ferroviário, rodoviário etc.) e com estoques em cada 
nível na cadeia para assegurar níveis adequados de serviço e produção eficiente por toda a cadeia. 
A tecnologia da informação é a principal força motriz na busca de melhorias de lucratividade no campo 
da logística. 
Fornecer as informações certas no momento certo para tomar a decisão certa pelo motivo certo – e, 
portanto, melhorar os lucros – é fundamental. Cada vez mais as informações estão sendo substituídas 
pelo inventário. 
Os inventários podem ser reduzidos pela utilização de ligações EDI – Intercâmbio Eletrônico de Dados 
entre clientes e fornecedores e não envolvendo apenas as funções de vendas e compras, mas, também, 
as logísticas. 
Os clientes, notadamente no comércio (lojas de departamentos, por exemplo), cada vez mais buscam 
entregas em quantidades menores e mais freqüentes em seus centros de distribuição, não somente para 
reduzir inventários, mas desfrutar os benefícios que isso pode trazer em termos de necessidades do es-
25
Modulo 1´Logistica´
paço reduzido no armazém (através das entregas just-in-time e cross-docking, produtos mais frescos, vida 
mais longa dos produtos na prateleira e menos potencial de obsolescência dos produtos de alta tecnologia 
e produtos da moda). 
As alianças estratégicas entre clientes e seus distribuidores e transportadores asseguram a maximiza-
ção tanto do serviço ao cliente, quanto do potencial de lucro. 
26
Modulo 1´Logistica´
RESUMO
1. A logística está incluída no contexto econômico. Há pelo menos quatro características da eco-
nomia que têm influência decisiva sobre a logística: 1. necessidades ilimitadas; 2. recursos es-
cassos; 3. tensão entre desejos e meios disponíveis para adquiri-los (enfoque comportamental); 
4. são avaliáveis monetariamente. 
2. Para entendermos melhor a logística, é importante compreender os conceitos micro e macroe-
conômicos. A macroeconomia cuida das relações globais, entre nações, da moeda e sua circula-
ção, indicadores de inflação, capacidade de gerar emprego e atividade econômica. Na microeco-
nomia, as relações são com os indivíduos, empresas e comunidades locais. Cuida também das 
relações de compra e venda, do crédito, dos transportes, do giro dos estoques e afins.
3. O marketing e a logística também têm estreita relação. Peter Drucker afirmou certa vez: “O 
objetivo do marketing é tornar a venda supérflua. E conhecer e reconhecer o cliente tão bem, que 
o produto ou o serviço sirva... e venda por si próprio”.
4. O autor entende por logística uma ciência que estuda a movimentação físico-econômica das 
coisas. 
5. A logística empresarial, na concepção de Ronad H. Bellou, trata de todas as atividades de 
movimentação e armazenagem que facilitam o fluxo do produto desde o ponto onde se fez a 
aquisição até o ponto de consumo, assim como os fluxos de informação, que alocam os produtos 
em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados ao cliente, a um 
custo razoável. 
6. Os cinco elementos essenciais em logística são: 1. Logística reversa ou inversa; 2. Centro de 
Distribuição (CDs) � tendem a desaparecer ao longo do tempo ou a sofrer drástica redução de 
quantidade e volume; 3. Estoque; 4. Controle de estoque; 5. Armazenagem.
7. Os princípios da logística são: 1. que a coisa certa, 2. esteja no lugar certo, 3. no tempo certo. 
Para isso, considerando que vivemos na era da telemática (telecomunicações + informática), in-
tegrar as informações precisas é que permitirá o funcionamento adequado dos 3 princípios. 
8. A logística é estratégica para a redução máxima de custos, baixa de estoques, giro rápido dos 
produtos, fundamentalmente porque grande parte das empresas tem 75% DO SEU CAPITAL 
INVESTIDO EM ESTOQUE. 
9. Os segmentos da logística são 2: fluxo de materiais e informações; garantia de abastecimen-
to.
10. O caso do Carrefour é bastante exemplificativo: investiu-se R$ 60 milhões em Centros de 
Distribuição e o resultado foi desastroso, porque: 1. centros de distribuição estão em desuso, 2. 
a estrutura das informações não era adequada. 
11. A prática da logística no dia-a-dia é constituída de dois passos elementares: 1. auditoria lo-
gística; 2. planejamento logístico.
12. O passo-a-passo para a eficácia das atividades logísticas consiste em: 1. Recebimento; 2. 
Armazenagem e Separação; 3. Conferência, embalagem e expedição; 4. Transporte e Distribui-
ção e 5. Relatório dos resultados logísticos globais que integram os levantamentos, análises e 
avaliações dos 4 passos anteriores.
13. As alianças estratégicas entre fornecedores, distribuidores e transportadoras asseguram a 
satisfação do cliente (que encontrará a mercadoria que procura), a redução de despesas (a partir 
de uma cadeia de suprimentos inteligente e planejada) e, conseqüentemente, o aumento dos 
lucros. 
27
Modulo 2´Logistica´
MÓDULO 2
GERENCIAMENTO DA REDE DE SUPRIMENTOS 
Neste módulo você conhecerá o que é o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (SCM 
- Supply Chain Management), suas aplicações e benefícios.
2.1 - Integração Logística e Flexibilidade
2.2 - Consórcio Modular e Condomínio Industrial
2.3 - Planejando e montando uma cadeia de abastecimento
2.4 - Dicas para escolha de software de SCM
28
Modulo 2´Logistica´
MÓDULO 2
GERENCIAMENTO DA REDE DE SUPRIMENTOS 
 2.1 - INTEGRAÇÃO LOGÍSTICA E FLEXIBILIDADE
Supply Chain Management
É uma abordagem de gestão empresarial voltada a oferecer o máximo de valor agregado nos produtos 
e serviços ao cliente e o máximo de retorno sobre o investimento do ativo fixo (o investimento das organi-
zações no negócio), através da gestão efetiva e otimizada dos fluxos de materiais, produtos, informações 
e recursos financeiros, de extremo a extremo da cadeia (do início ao fim da área de atividade), desde as 
fontes de suprimentos até o consumidor final. É a integração de todos oscomponentes da cadeia de ne-
gócios, sem verticalizar (assumir a operação) as atividades, mas com a focalização (dedicação ao que é 
importante) de cada empresa em seu negócio principal. 
Exemplo prático: a indústria automobilística, no exemplo da fábrica de caminhões da Volkswagen, bus-
cou em toda a cadeia de fornecedores a otimização máxima ao seu negócio, entregando a eles parte das 
funções de montagem dos veículos (vide caso prático). 
 ECR – Efficient Consumer Response
É um movimento de racionalização da cadeia varejista. Seu significado em português é Resposta Efi-
ciente ao Consumidor.
Um modelo estratégico de negócios, no qual fornecedores e varejistas trabalham de forma integrada, 
visando melhorar a eficiência da cadeia logística, de forma a entregar maior valor ao consumidor final.
A abordagem sobre a Administração da Cadeia de Suprimentos vai focar o atual estágio no Brasil, pro-
curando mostrar que o sonho da saída do produto do fornecedor até o ponto de vendas é possível, mas 
ainda há uma série de providências operacionais para sua implantação. 
O conceito de abastecimento, ou da logística, objetiva buscar acima de tudo a satisfação plena dos 
clientes em seus anseios, ou seja, busca equacionar toda a cadeia de suprimento de forma a atender às 
necessidades dos consumidores de forma completa, mas alcançando os objetivos financeiros da organi-
zação.
À guisa de exemplo, o consumidor dos grandes centros procura cada vez mais conveniência. Desde 
um home banking até uma pizza entregue quentinha em casa, ou compras pela internet, o desafio maior é 
tornar essas operações viáveis, e esse é o trabalho da logística. Há, entretanto, um entrave maior, que é 
o da lucratividade — a Amazon, maior empresa do mundo em vendas de livros e similares, perdeu muito 
dinheiro no início de suas operações. 
 Funcionamento de uma cadeia de suprimentos
 Ganha-ganha
Vejamos o exemplo do consumidor de cerveja em lata de alumínio. Seu perfil, como consumidor, se 
pesquisarmos em maiores detalhes, busca sua satisfação: 
 no sabor do produto
29
Modulo 2´Logistica´
 na fácil disponibilidade de aquisição para não manter estoques em sua residência
 no preço de compra
Para atender a estes requisitos de satisfação, a detentora da marca do produto (cerveja em lata de alu-
mínio) deverá exercitar um processo de negociação no modelo ganha-ganha com toda a cadeia envolvida 
no processo de suprimento de nosso consumidor de cerveja em lata. 
Funcionamento de uma cadeia de suprimentos ganha-ganha, através da integração logística
 A integração logística
Os atores envolvidos neste processo de abastecimento são: 
1. redes de varejo que comercializam seus produtos
2. fornecedores da indústria de cerveja (lata de alumínio, cevada, água, equipamentos etc.)
3. distribuidores autorizados dos produtos desta indústria de cerveja
4. fornecedores de insumos aos fornecedores da indústria de cerveja (alumínio em folha, equi-
pamentos etc.)
Esta cadeia relativamente simples no seu conceito pode integrar dezenas de empresas em uma só 
atividade: produção, distribuição e comercialização de cerveja em lata de alumínio.
O processo deverá atender a requisitos básicos da necessidade dos clientes, como vimos acima, mas 
buscando otimização operacional em toda a cadeia, principalmente na redução dos níveis de estoques e 
na operação logística envolvida.
O Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos se dá por técnicas que não visam à “verticalização” das 
atividades (atividades sendo realizadas por um só agente da cadeia — ex.: a indústria de cerveja fabricar 
a lata de alumínio ou montar lojas para vender a mesma diretamente ao consumidor final), mas sim iden-
tificando as oportunidades de desenvolvimento de soluções e de otimizações na cadeia, através da “hori-
zontalização”, gerando melhor atendimento ao cliente e, conseqüentemente, um diferencial competitivo.
Estoque Administrado pelo Fornecedor (VMI – Vendor Managed Inventory)
Parceria em que o fornecedor repõe os estoques do cliente com base nos níveis de estoque informados 
pelo próprio cliente por via eletrônica (EDI, Internet ou outros meios). O cliente participa somente com a 
informação sobre seus níveis de estoque e, preferencialmente, de maneira automática, de forma que seus 
custos de controle de estoques e pedidos sejam reduzidos ao mínimo.
O VMI permite:
 a redução dos custos para cliente e fornecedor
 a redução dos níveis de estoque
A abrangência do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos não possui limites.
30
Modulo 2´Logistica´
Integração estratégica permite ao cliente concentrar-se na sua atividade-fim
Podemos em um momento estar negociando com um fornecedor local sobre a matéria-prima utilizada 
na concepção de um produto, bem como no momento seguinte estar envolvendo neste processo de otimi-
zação o fornecedor deste fornecedor no exterior.
O que importa nesta fase é que a integração seja estratégica, para que a cadeia como um todo usufrua 
dos benefícios desta parceria.
Podemos citar, ao menos, cinco benefícios
1. concentrar-se nas suas atividades-fim
2. ênfase absoluta na satisfação plena do consumidor final
3. formação de parcerias entre fornecedores e clientes, ao longo da Cadeia de Suprimentos
4. abertura plena, entre parceiros, possibilitando acesso mútuo às informações operacionais e 
estratégicas
5. aplicação de esforços de forma sistemática e continuada, visando agregar o máximo valor para 
o consumidor final e eliminar os desperdícios, reduzindo custos e aumentando a eficiência, como 
tem sido o desafio das americanas.com, uma das empresas brasileiras com uma logística sofis-
tica e de alto volume, procurando dar ao consumidor um preço competitivo e uma entrega quase 
que imediata (prazo de um dia nos grandes centros)
 A flexibilidade do sistema logístico
Como podemos perceber, a integração tem que ser plena, estratégica e flexível ao longo de toda a ca-
deia de suprimento, a ponto de, caso o consumidor mude sua necessidade, toda a cadeia se movimente 
em direção a esta mudança de forma automática.
Nesta fase poderemos encontrar exemplos que marcaram época na administração das empresas, 
como o Consórcio Modular da Fábrica de caminhões da Volkswagen em Resende, no Rio de Janeiro.
O Consórcio Modular é uma gestão da fábrica em que a Logística e a Qualidade são administradas 
pela Volkswagen, mas os principais fornecedores não somente entregam componentes na fábrica — eles 
participam do processo de fabricação montando seus componentes nos motores e trabalhando em células 
na sua linha principal.
Temos ainda o Estoque Administrado pelo Fornecedor, como no caso da Kaiser, que tem com a Dixie 
Toga (seu fornecedor de rótulo) um acordo logístico pelo qual o mesmo é que verifica a necessidade de 
rótulos a serem abastecidos para cada fábrica e encaminha em tempo hábil para a produção.
No McDonald’s temos o que chamamos de integração “para trás”, ou seja, ele mantém fazendas e 
alianças com outros produtores que o abastecem. 
Enfim, relataremos aqui diversos casos nos quais a integração em favor da minimização dos custos e 
da agilização das soluções para o cliente será o foco. 
 Postponement - Retardamento na Finalização de um Produto
O postponement é uma estratégia de produção que procura retardar, até o último momento possível, 
a caracterização final de produtos manufaturados e/ou serviços, com o objetivo de facilitar a redução dos 
estoques e incrementar a capacidade de personalização do que é oferecido no mercado.
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Modulo 2´Logistica´
Exemplo: a Benetton fabrica suas peças de roupas no Extremo Oriente, na cor de fundo cinza, e tinge 
as mesmas no país de destino, retardando assim o final do processo produtivo e eliminando problemas 
com a mudança de cores da moda.
A logística vem desde a década de 40 aumentando em muito sua importânciano mundo empresarial. 
Ela hoje é considerada a principal ferramenta para se acessar e manter mercados de forma eficiente, des-
de que vencidas as barreiras alfandegárias.
Vamos começar a analisar a logística de forma diferenciada a partir deste momento para os segmentos 
industriais, comerciais e de serviços, tendo em vista a importância e agregação de valor que a mesma 
exerce de forma diferencial a cada segmento.
O caso Benetton
Agora, por quê a Benetton decidiu realizar uma operação tão complicada em uma atividade tão 
simples? Não poderia já tingir os tecidos na cor de consumo para se obter “economia de esca-
la”?
O que acontece é que a Benetton sofre constantes alterações de moda com as mudanças propi-
ciadas pelas cores das estações. Assim, a proprietária da marca, neste caso a Benetton, prefere 
postergar ao máximo possível a finalização do processo produtivo para evitar a perda de produto 
por motivo de tingimento.
Enfim, podemos chegar à conclusão de que a logística no mundo atual gera diferenciais competitivos 
para se ganhar e manter mercados; é um dos elementos-chave para que principalmente as grandes cor-
porações possam buscar em qualquer parte do mundo fornecedores à altura dos seus objetivos de custo 
e operação e fazer com que os seus clientes tenham cada vez mais suas necessidades atendidas. 
O Brasil está inserido neste contexto principalmente devido à grande extensão territorial que possui e, 
em conseqüência, a necessidade de atender a mercados muito diferentes uns dos outros.
 A logística gerando valor – o case Benetton
Agora vamos analisar a intricada engrenagem logística que teve que ser elaborada para esta operação 
colocada em prática pela Benetton pudesse existir. 
1. Uma grande marca de moda (Benetton) identificou as necessidades de um mercado (consumi-
dores) e desenvolveu um produto para atendê-las
2. Este produto teve que buscar o melhor nível de custo e qualidade no mundo para que pudesse 
ser competitivo em sua colocação no mercado, pois com certeza ele irá disputar em preço e qua-
lidade com fabricantes locais que também conhecem a necessidade do cliente
3. Os fornecedores no Extremo Oriente terão que ser mais eficientes em custo, qualidade e prazo, 
pois ainda têm que realizar os embarques das mercadorias de forma que cheguem nas lojas no 
máximo no mesmo dia que a concorrência
4. Os fornecedores e o cliente tiveram que gerar eficientes sistemas de comunicação para saber 
exatamente o que necessita ser confeccionado e em que seqüência, em que quantidade e em 
que prazo de entrega
5. Este mesmo sistema de comunicação teve que gerar informações precisas de quando ocorreu 
o embarque, onde está a mercadoria e quando ela estará disponível para a próxima fase
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Modulo 2´Logistica´
Analisando esta complicada engrenagem podemos imaginar as diversas empresas que se agregaram 
neste exemplo: empresas de transporte (rodoviário, aéreo, marítimo etc.), despachantes aduaneiros, ter-
minais portuários e aeroportuários, empresas de comunicação — enfim, diversas empresas que estão no 
vácuo da operação “industrial”, mas que são as gestoras do que viabilizou levar esta operação industrial 
(gerando conseqüentemente empregos, renda, riqueza) ao Extremo Oriente. 
1. Baixo custo não é tudo: não somente o baixo custo industrial viabilizou esta ação empresarial 
no caso da Benetton
2. Eficiência dos agentes logísticos: com certeza também a eficiência dos agentes logísticos 
contribuiu com esta tomada de decisão de postergar a conclusão da industrialização de produtos 
de moda, pois se analisarmos o valor de lugar, já estudado neste curso, um produto que deve ser 
comercializado no verão e chegue no inverno não teria valor
3. Para entrar em mercados internacionais, preços e condições precisam ser competitivos: 
os custos operacionais para a transferência da mercadoria do Extremo Oriente para o resto do 
mundo são extremamente mais competitivos do que os custos industriais para a fabricação da-
quele produto em seu país de origem
 Exemplo
A fabricante e distribuidora de fitas de vídeo e cds videolar
A Videolar é uma fabricante e distribuidora nacional de fitas de vídeo e CDs musicais, com fatura-
mento próximo de US$ 450 milhões/ano, com aproximadamente 2.000 funcionários e três plantas 
(uma em Barueri, SP, e duas em Manaus, AM).
Sua principal função é a fabricação e a distribuição de CDs musicais e fitas de vídeo solicitados 
pelas produtoras musicais ou de filmes.
Da produção, em Manaus, ela transfere para Barueri, em seu Centro de Distribuição, a função de 
entrega aos clientes finais (locadoras de vídeo, lojas especializadas, supermercados etc.).
Seus insumos vêm do Extremo Oriente (resinas), transportadas de navio até Manaus ou de for-
necedores em São Paulo — ou seja, não possui um limite geográfico para se adquirir o melhor 
para atender às necessidades dos seus clientes.
A visualização geral dessa intricada engrenagem é simples, mas o difícil é imaginar o trabalho 
gerado para que milhares e milhares de lançamentos cheguem no tempo certo às lojas para co-
mercialização, mesmo convivendo com problemas de roubo ou falsificações destes produtos.
A logística aqui empregada pode parecer simples em um primeiro momento, mas vamos analisá-
la em partes:
1. Logística de Suprimentos: 
 as resinas que chegam do Extremo Oriente têm suas compras centradas em Barueri, SP. O 
fornecedor coreano, ao atender o pedido de Barueri, faz os embarques marítimos semanais 
rumo a Manaus
 os materiais gráficos são produzidos em São Paulo e embarcados por via aérea com destino 
a Manaus
2. Logística de Distribuição:
 O Centro de Distribuição de Barueri recebe os produtos confeccionados em Manaus em 
lotes, que devem então receber preparação (separação dos pedidos em pequenas unidades 
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Modulo 2´Logistica´
e reembalagem) para seu despacho rodoviário ou aéreo para alcançar a clientela dentro de 
prazos razoáveis
Este esquema operacional criado pela Videolar permitiu que a mesma ganhasse mercado pelos 
preços competitivos que pratica (se utilizando dos benefícios de aquisição otimizada, benefício 
fiscal, mão-de-obra econômica na planta de Manaus), associados à eficiência logística que tem 
(entrega os pedidos de forma fracionada, conferida e embalada) por meio do seu Centro de Dis-
tribuição em São Paulo.
Vejam que mesmo a uma distância de 4.000 quilômetros aéreos, ou 15 dias de transporte terres-
tre, não tirou a eficiência desta organização. Pelo contrário: gerou diferencial competitivo perante 
as concorrentes localizadas no eixo Rio - São Paulo.
Caso da Videolar
A Videolar se beneficia da logística de suprimentos baseada em São Paulo e que abastece sua 
unidade no Estado do Amazonas. Se beneficia também da logística de distribuição porque em 
São Paulo, que é o centro econômico do país, está mais próxima dos clientes e pode dar-lhes um 
atendimento de primeira classe. 
Alternativas que representam benefícios para a Videolar:
1. aquisição otimizada 
2. benefício fiscal 
3. mão-de-obra com salários menores na planta de Manaus 
Principais riscos enfrentados pela Videolar e seus clientes:
1. roubo
2. pirataria
3. falsificação 
 
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Modulo 2´Logistica´
2.2 - CONSÓRCIO MODULAR E CONDOMÍNIO INDUSTRIAL 
Caso das montadoras de automóveis
Em termos logísticos, as montadoras foram pioneiras. Percebendo que cerca de 60% a 70% 
dos custos estavam no processo produtivo, logo buscaram alternativas bastante criativas. Assim 
como acontece na informática (e-mail, download, boot) e finanças (bonds, stock market), a logís-
tica também absorveu alguns termos em inglês:
Termo em inglês Interpretação em português
just-in-time (JIT) No tempo exato
just-in-sequence (JIS) Na seqüência correta
sider Tipo de carroceria de caminhão, que tem lonas retratéis 
em suas laterais
follow sourceFornecedor preferencial (normalmente local)
marshalianos Escola de pensamento econômico
core business Foco no negócio
buyer-supplier relationships Relacionamento entre compradores e fornecedores
Global source Fornecedor mundial
 O pioneirismo da logística nas empresas automobilísticas
Tipo de logística Definição/ Comentário
Consórcio modular Integra o sistema de montagem da empresa automobilística
Condomínio Industrial
Entrega peças ou módulos sob encomenda e mediante pré-
via programação (que pode sofrer oscilações). Há integra-
ção entre os fornecedores
Parque Industrial 
Empresas fornecedoras se instalam nas proximidades da 
fábrica e trabalham individualmente sem que, necessaria-
mente, tenham contato com as demais empresas instaladas 
no local
O condomínio industrial é uma configuração que resulta da associação de vários conceitos abaixo 
descritos.
1. desverticalização
2. concentração da montadora de automóveis no seu core business
3. fornecimento em subconjuntos, just-in-time externo seqüenciado cuja implantação conjunta foi 
factível devido à possibilidade, em termos de perspectivas de mercado, de construção de novas 
plantas 
4. do acirramento da disputa pelo fornecimento direto na cadeia automotiva
5. do conseqüente aumento de poder de barganha das montadoras
6. das facilidades oferecidas pelos governos locais, que estimularam (e estimulam) os agrupa-
mentos (cedendo terrenos, benefícios fiscais e outras regalias ou vantagens)
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Modulo 2´Logistica´
A LOGÍSTICA PROVOCOU UM “REENGENHARIA”,
UMA VERDADEIRA REVOLUÇÃO NA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
Para o sucesso de uma montadora, descobriu-se a necessidade da redefinição de seu core business, 
que passaria a englobar somente as cinco atividades abaixo. 
Core business da indústria automobilística
As atividades centrais nas quais a empresa deve se debruçar e se dedicar para obter sucesso, afinal, 
eram cinco:
1. As finanças 
2. Tendências de mercado e respectivos cenários 
3. O projeto
4. O desenvolvimento e a certificação de produtos
5. As atividades de vendas e pós-vendas
O pioneirismo da logística nas empresas automobilísticas
A seleção dos parceiros deu-se através de uma concorrência mundial. No final de 1995 foi realizada 
uma primeira reunião com 65 possíveis fornecedores, escolhidos pelo departamento de compras da VW, 
em função dos seguintes fatores qualificadores, segundo a montadora:
 capacidade financeira para sustentar eventuais resultados negativos nos primeiros períodos 
de operação
 capacidade tecnológica comprovada, com competência para participar de projetos em esque-
mas de co-design e de desenvolver processos de produção – uma vez que a VW se afastaria 
cada vez mais do processo de fabricação, o produto que leva a sua marca ficaria muito mais 
dependente da tecnologia dos parceiros. 
 qualidade assegurada e bons serviços de assistência técnica
 posição global no mercado 
Apenas como curiosidade, os fornecedores participantes do Consórcio Modular da VW na seqüência 
de montagem são os seguintes: 
Parceiro Módulo
Iochpe-Maxion Chassis
Meritor (Rockwell) Eixos/ Suspensão
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Modulo 2´Logistica´
Remon (Borlem/Firestone/Iochpe) Rodas montadas
Powertrain (Cummins/MWM) Motor
VDO Tapeçaria
Delga Estamparia / Armação
Carese (Eisemann) Pintura
Passados mais de cinco anos da implantação do consórcio modular, conclui-se que a estratégia da 
VW: 
1. em repartir com seus parceiros uma parte do investimento 
2. de manter a montagem dos módulos sob a responsabilidade dos mesmos, utilizando-se do 
mesmo espaço físico e compartilhando as experiências, pois na época a VW não tinha experiên-
cia em montagem de caminhões 
3. fez com que hoje o modelo proporciona resultados competitivos à montadora e ainda mais com 
a adoção da prática de tailor made - personalização dos caminhões; um pós-venda agressivo e 
uma flexibilidade na fábrica garantiram à montadora o segundo lugar no ranking de caminhões 
Fonte: Parcialmente baseado em GUIALOG, Délvio Venanzi, doutorando em Engenharia de Produção – UNIMEP – Pi-
racicaba — SP
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Modulo 2´Logistica´
2.3 - PLANEJANDO E MONTANDO UMA CADEIA DE ABASTECIMENTO
 Como deve funcionar o SCM
A forte competição de mercado que as empresas vivem na atualidade, associada às mudanças de com-
portamento dos clientes (que buscam cada vez mais serviços agregados aos produtos), está obrigando as 
empresas a reverem todas as formas de atuação de seus negócios.
Dentro deste contexto, as empresas estão avaliando constantemente o que é foco do negócio e o que 
não é para dirigir esforços e recursos (cada vez mais escassos) de forma a realizar o melhor resultado 
possível.
Uma das técnicas que ajudam neste desafio é o Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento (SCM 
– Supply Chain Management). A seguir, vamos sugerir alguns check-lists para a confecção do seu plane-
jamento.
Uma das maiores críticas quando se monta um plano de Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento 
(SCM – Supply Chain Management) é em relação ao universo a ser avaliado. Para tanto devemos criar 
uma avaliação do universo em que estamos incluídos e criticar nossa atuação com foco no negócio.
A seguir vamos verificar quatro formas de verificação para que a logística de sua empresa funcione 
adequadamente. 
Para que um Supply Chain Management funcione, pelo menos quatro pontos de checagem e conferên-
cia fazem-se necessários. 
1. Definindo o universo atual de abrangência
2. Avaliando o que devemos fazer e o que não devemos fazer
3. Avaliando as vantagens da terceirização, com a finalidade de colocar a empresa como um todo 
concentrada no seu core business 
4. Avaliando os parceiros
Ponto de checagem e conferência 1
1. desenhar a cadeia de abastecimento atual: montar fluxograma apresentando as atividades 
primárias e secundárias da atividade e destacando objetivos, metas e envolvidos (podem ser 
departamentos, fornecedores ou clientes). 
2. enumerar envolvidos e grau de importância (unidades da organização, fornecedores e clien-
tes): criar planilha de importância por responsabilidade (ranking de importância e peso nas deci-
sões estratégicas). 
3. avaliar o tempo de acesso ao mercado (“time to market”) que a sua organização executa; 
desenvolver ferramentas que possam medir o tempo de acesso (tempo que leva para colocar 
o produto ou serviço à disposição do cliente) e comparar com o executado pela concorrência e 
desenvolver uma meta para a sua organização para este tempo de acesso (avaliar o que a con-
corrência executa e pesquisar o que o cliente deseja ou necessita como tempo de acesso). 
4. verificar a existência de capital investido em atividades que não sejam foco e que poderia ser 
reinvestido nas atividades-fim da organização: montar planilha financeira identificando valores 
aplicados no negócio, dividindo por atividades-fim e atividades não-fim (atividades que são o foco 
da organização e atividades que não são foco da organização, ou seja, as atividades passíveis 
de terceirização e permitindo o mínimo de investimento em ativo fixo).
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Modulo 2´Logistica´
Ponto de checagem e conferência 2: 
Refletindo sobre o que devemos e o que não devemos fazer 
 quais são as nossas competências chaves na empresa? 
 quais são as funções e/ou processos que não estão integrados às nossas competências-cha-
ve? 
 ainda é possível avançar internamente antes de terceirizar? 
 quais são as barreiras associadas à nossa cultura empresarial?
 o que se deseja obter com o processo de terceirização? 
 como vamos minimizar os impactos sobre os recursos humanos? 
 como gerar as oportunidades de desenvolvimento pessoal para os nossos especialistas? 
 que estrutura e know-how devem ter nossos parceiros? 
 estes parceiros já existem no mercado ou deveremos incentivar sua criação?
Deveremos

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