Tecnica de Parecer nocoes basicas5

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Direito Administrativo II
Diego Pimenta Moraes1
Técnica de Parecer - noções básicas
Introdução
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 Conceito: O parecer é a manifestação formal do 
entendimento do parecerista sobre a matéria submetida à sua 
análise;
 Finalidade: Acolhido o parecer, suas razões e conclusões 
passam a integrar as razões de convencimento de quem o 
solicitou, que é o chamado consulente. 
Forma
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 Todo parecer deve conter 03 (três) elementos fundamentais, a saber:
1 – Relatório;
2 – Fundamentação;
3 – Conclusão.
 Também é indispensável ao parecerista:
1 – Observar as normas da ABNT;
2 – Elaborar Ementa;
3 – Assinar seu trabalho.
RELATÓRIO
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 É a descrição objetiva dos fatos documentados nos autos do 
processo ou na consulta formulada ao parecerista;
 Nesta fase, o parecerista não emite juízo de valor sobre a 
matéria que esta relatando.
RELATÓRIO
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 Exemplo:
João da Silva, ocupante do cargo de agente administrativo de determinado Município da 
Federação, foi investigado, indiciado e processado administrativamente pela prática de 
infração administrativa disciplinar, consistente na aquisição de gêneros alimentícios, sem 
licitação, para o fornecimento de alimentos nos 15 (quinze) abrigos destinados às 
populações de rua, administrados pela municipalidade.
Após ser regularmente citado, o mesmo, embora apresentando debilitado quadro de saúde, 
apresentou defesa escrita, de próprio punho, sem advogado. Defesa esta, ao final, não 
acolhida pela Comissão Processante da Corregedoria, que, por sua vez, entendeu, à luz 
das normas jurídicas previstas no Estatuto dos Serviços Públicos Municipais, pela 
aplicação da penalidade de demissão, bem como a remessa de cópia dos autos do 
processo administrativo disciplinar ao Ministério Público Estadual, para a promoção da 
respectiva ação penal cabível.
Irresignado com a aludida decisão, o citado agente público solicita consulta jurídica acerca 
do caso supra mencionado. Em especial, requer opinamento no que concerne a validade 
do processo administrativo disciplinar e a da conseqüente decisão proferida, na medida 
em que a sua defesa não se efetivou por meio de advogado.
É o relatório. Passamos a opinar.
FUNDAMENTAÇÃO
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 O parecerista irá enquadrar os fatos documentados nos autos 
processuais nas normas aplicáveis ao caso concreto;
 Apresentar todos os motivos do opinamento;
 Os motivos são as razões de fato e de Direito.
Dicas para a Fundamentação
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 Apresentação de normas em Hierarquia;
 Entendimento Doutrinário;
 Entendimento Jurisprudencial em Hierarquia.
Exemplo:
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2.1. ESTEIO NORMATIVO DA OBRIGAÇÃO DE LICITAR
É cediço que a obrigação de licitar encontra abrigo, primeiramente, em sede constitucional, prevendo o constituinte 
originário que:
Art. 37, XXI. ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante 
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam 
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências 
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
Inseridos neste procedimento licitatório estarão sempre os princípios regentes de toda e qualquer atividade 
administrativa previstos no art. 37 da Constituição, em especial, o princípio da moralidade e publicidade.
[...] 
2.1.1 Implicações do descumprimento do dever de licitar
Fixado, desta maneira, o dever de licitar e as suas exceções, importa consignar quais as conseqüências do 
descumprimento ilegal deste dever. Por certo, o descumprimento ilegal do dever de licitar implica ao transgressor 
em uma atitude configurada como ilícito, cuja responsabilidade poderá, a depender do caso em concreto, 
estender-se a todas as esferas normativas, quais sejam, civil, penal e administrativa.
[...]
CONCLUSÃO
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 Momento em que o parecerista efetivamente se manifesta 
sobre a pretensão examinada;
 Clara, suscinta e objetiva.
CONCLUSÃO
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À luz de toda fundamentação exposta, concluímos que:
o descumprimento do dever constitucional de licitar, qualifica-se como ilícito, e pode ensejar ao transgressor sanções 
nas múltiplas esferas do direito, quais sejam, civil, penal e administrativa;
a apuração de ato ilícito na Administração Pública não pode ser apurada sem a observância do princípio, 
originariamente instituído para o Processo Penal, do contraditório e da ampla defesa, formalmente previsto 
na redação do art. 5º, LV, da Constituição da República.
não há que se falar em processo administrativo dissociado de todas as faculdades que integram o contraditório e a 
ampla defesa, em especial, a presença de profissional dotado de capacidade não só postulatória, mas também 
técnica para dar seguimento aos atos processuais.
a Súmula 343 do STJ constitui grande e importante inovação para o processo administrativo, inovação esta que não 
deve se perder frente ao novo tratamento dado à matéria pelo STF consubstanciado na Súmula Vinculante nº. 05. 
do ponto de vista administrativo, seria possível a provocação da Administração Pública, por meio de petição, em 
conformidade com o art. 5º, XXXIV, “a”, requerendo a anulação do processo administrativo disciplinar. 
a utilização do Mandado de Segurança, in casu, poderia ser inócua frente ao objetivo de anular o processo 
administrativo e reintegrar o servidor público às suas funções. Isto porque, a existência da Súmula Vinculante 
poderia ofuscar requisito indispensável à concessão da segurança, qual seja, o direito líquido e certo.
a Ação Ordinária visando a anulação do processo administrativo disciplinar com pedido incidental de 
inconstitucionalidade da Súmula Vinculante 05 do STF seria a medida judicial mais viável. Afastaria-se a aplicação 
desta súmula e, com a imposição do art. 5º, LV da Constituição, seria pleiteado a anulação do ato administrativo 
mantendo o entendimento já consagrado pela jurisprudência do STJ.
É como opinamos, salvo melhor juízo. 
Dicas Gerais
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 Objetividade nos parágrafos;
 Atentar para o consulente;
 Atualização nas citações;
 Desdobrar o texto em tópicos;
 Raciocínio deve ter: começo, meio e fim;
 OBJETIVO: solucionar o problema.