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PROCESSO ADMINISTRATIVO - QUESTÕES DISCURSIVAS

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Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 3 
AUTORES: 
BALTAZAR RODRIGUES 
Procurador do Estado do Rio de Janeiro - PGE/RJ. Sócio do escritório 
Fontana, Maurell, Gaio e Rodrigues Advogados. Mestre em Direito 
Processual pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. Ex-
Diretor Jurídico do Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de 
Janeiro (Rioprevidência - 2013/2014). Aprovado nos seguintes concursos: 
PGE/RJ (15º lugar - 2010); Advogado do BNDES (65º lugar - 2009). 
RODRIGO DUARTE 
Advogado da União. Ex-Oficial de Justiça e Avaliador Federal no TRF da 2ª 
Região; Ex-Técnico Administrativo do Ministério Público da União (MPU) e 
Ex-Técnico de Atividade Judiciária no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro 
(TJRJ); Aprovado e nomeado no concurso de Analista Processual do 
Ministério Público do Rio de Janeiro (MPE/RJ). 
MIGUEL BLAJCHMAN (Organizador) 
Advogado. Fundador do site Questões Discursivas. Ex-Analista de 
Planejamento e Orçamento da Secretaria Municipal da Fazenda do Rio de 
Janeiro (SMF/RJ). Aprovado nos seguintes concursos: Analista de Controle 
Externo do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE/RJ). 
Analista e Técnico do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro 
(MPE/RJ) e Advogado da Dataprev. 
 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 4 
ÍNDICE 
PROCESSO ADMINISTRATIVO 
1. ANALISTA JUDICIÁRIO – TRF3 – 2019 – FCC 
2. PROCURADOR MUNICIPAL – PGM-JAÚ/RO – 2019 – IBADE 
3. PROCURADOR LEGISLATIVO – ASSEMBLEIA DE GOIÁS – 2019 – IADES 
4. DELEGADO DE POLÍCIA – PCRS – 2018 – FUNDATEC 
5. DELEGADO DE POLÍCIA – PCPI – 2018 – NUCEPE 
6. PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/PR – 2016 – BANCA PRÓPRIA 
7. PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – 2017 – CESPE 
8. ANALISTA – DNIT – 2013 - ESAF 
9. DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2017 – CESPE 
10. DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2017 – CESPE 
11. ANALISTA JUDICIÁRIO – TJGO – 2012 – UFG 
12. ANALISTA JUDICIÁRIO - TRF3 - 2014 - FCC 
13. ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - TCE/AM - FCC - 2013 
14. ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA - TRT18 - FCC - 2008 
15. AUDITOR DE CONTROLE INTERNO - PREF. DE SÃO PAULO - 2015 – VUNESP 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 5 
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 
ANALISTA JUDICIÁRIO – TRF3 – 2019 – FCC 
ESTUDO DE CASO - Servidor público federal, ocupante de cargo efetivo e classificado 
em unidade administrativa com atribuições decisórias emdeterminado Ministério foi 
denunciado anonimamente como sujeito ativo de infração disciplinar. Segundo 
narrado pela denúncia anônima, o servidor facilitava a emissão de decisões favoráveis 
aos requerentes mediante ocultação e adulteração de documentos. Pelo que indicava 
a denúncia, havia recebimento de gratificação pelo servidor. Diante da repercussão 
negativa na mídia para a Administração pública, a instauração, apuração e decisão do 
caso por meio de processo administrativo disciplinar ocorreu em tempo recorde. Ao 
servidor foi dado conhecimento sobre a tramitação do processo na mesma decisão 
que determinou seu afastamento do cargo. Não lhe foi permitida a constituição de 
advogado para apresentação de defesa, de forma que o próprio servidor o fez por 
conta própria, mediante razões escritas, precedido de vista de parte dos documentos 
que instruíam os autos do processo disciplinar. Após decisão condenatória que 
culminou em pena de demissão e imediata extinção do vínculo funcional, foi dada vista 
ao servidor, que então pôde constituir advogado para apresentação de recurso. De 
acordo com a narrativa trazida aos autos, responda, fundamentadamente: a. A 
decisão que afastou o servidor público do cargo está amparada na legalidade? b. A 
extinção do vínculo funcional decretada na decisão condenatória da infração 
disciplinar possui fundamento legal? c. Há vício formal ou material no processo 
disciplinar no que concerne à garantia da ampla defesa e do contraditório? 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
 O art. 147 da Lei nº 8.112/90 aduz que como medida cautelar e a fim de que o 
servidor não venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora 
do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, 
pelo prazo de até sessenta dias, sem prejuízo da remuneração. 
 Afastar preventivamente o servidor do cargo é uma medida extrema e, por isso, 
deve ser feita de forma bem ponderada. O afastamento tem por razão diminuir ou 
evitar que a pessoa que responde a um processo administrativa disciplinar possa 
influenciar na escorreita apuração dos fatos. Saliente-se que o pedido de afastamento 
pode ser solicitada pela comissão processante ou, de ofício, por parte da autoridade 
que instaura o processo administrativo disciplinar. Logo, existe base legal para o 
afastamento do servidor. 
 Importante frisar que o enunciado da questão não apresenta maiores 
informações sobre a necessidade de afastamento do servidor, especialmente porque 
aduz apenas sobre denúncia anônima e sem respeito ao contraditório e à ampla 
defesa. Com base nisso, o afastamento preventivo mostra-se medida de grande 
desproporcionalidade, especialmente porque não há indicação de fundamentos 
concretos ou indícios robustos de que o servidor poderia influenciar na apuração. 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 6 
 No que se refere à extinção do vínculo funcional, se ficar comprovado que o 
servidor praticou a conduta narrada na denúncia anônima, ele fica sujeito à aplicação 
da penalidade de demissão, nos termos do art. 117, IX e XII, da Lei nº 8.112/90. 
 Acerca dos vícios formais e materiais, eles são vários. 
 O primeiro ponto de dúvidas envolve a denúncia anônima. Com base na Súmula 
nº 611 do STJ, desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou 
sindicância, é permitida a instauração de processo administrativo disciplinar com base 
em denúncia anônima, em face do poder-dever de autotutela imposto à Administração. 
Acerca da presença de advogado, o art. 156 da Lei nº 8.112/90 dispõe que é 
assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por 
intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e 
contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial. Assim, o poder 
público não poderia impedir o servidor de constituir advogado, muito embora a Súmula 
Vinculante nº 5 aduza que a falta de advogado em processo administrativo disciplinar 
não ofende o texto constitucional. 
Outro tema importante abrange a notificação prévia do servidor. Ela existe para 
que o servidor tenha ciência da instauração de um processo administrativo disciplinar 
e, com isso, permitir que ele exerça o direito ao contraditório e à ampla defesa. O art. 
46 da Lei nº 9.784/99 aduz que os interessados têm direito à vista do processo e a 
obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram, 
ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à 
privacidade, à honra e à imagem. 
Pelo que consta do enunciado, verifica-se que foi dado conhecimento ao 
servidor acerca da tramitação do processo administrativa disciplinar na mesma decisão 
que determinou o afastamento do cargo. Com isso, apesar de não estar claro, tudo 
indica que o aludido servidor não foi notificado previamente. 
No que tange à vista dos autos, importante frisar que a comissão processante 
deve disponibilizar vista dos autos ao acusado e ao eventual procurador por ele 
constituído, com base no art. 161, §1°, da lei 8.112/1990 e art. 46 da Lei nº 9.784/88. O 
enunciado mencionaque foi permitida vista parcial dos documentos, e antes do 
oferecimento de razões escritas, bem como depois da decisão condenatória. 
Por fim, entende-se por atos da comissão processante aqueles que busquem 
colher ou produzir provas, configurando a chamada instrução processual. Nesse 
momento processual caberá à comissão processante empreender acareações, 
depoimentos, investigações e outros atos pertinentes, tudo com vistas a apurar 
elementos de autoria e materialidade. 
Portanto, a comissão processante tem o dever de permitir que o acusado e seu 
eventual procurador possam participar desses atos, devendo haver intimação deles e 
também permitindo que possam produzir provas que entenderem pertinentes. 
Percebe-se, pelo enunciado, que isso não ocorreu. Outra ilegalidade está no fato de que 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 7 
não ocorreu interrogatório do acusado, contrariando o disposto no art. 159 da Lei nº 
8.112/90. 
 
PROCURADOR MUNICIPAL – PGM-JAÚ/RO – 2019 – IBADE 
No dia 10 de janeiro do ano em curso, dois policiais militares realizaram a ronda no 
calçadão em determinado local e, nesse transcurso, uma mulher sedutora, de beleza 
estonteante, atraente e de corpo escultural, de alta sensualidade, caminhava com 
passos firmes, arrastando os olhares de um dos policiais que não se contendo com o 
corpo escultural da jovem, sussurra, em voz meio baixa, no ouvido da cidadã, dizendo-
lhe: “Cantada não arranca pedaço, você é muito gostosa!”. De repente, surge em cena 
seu noivo, desarmado, que presenciou o ocorrido pois se encontrava atrás dela 
manuseando o seu telefone. Nesse ínterim, esse parte para forte discussão com os 
policiais e, posteriormente, surge uma luta corporal e, tendo como consequência, 
disparo de vários tiros, culminando com a morte do jovem. Aberta Sindicância para 
apuração dos indícios, a comissão sindicante, após instruir e colher os devidos 
depoimentos, opina pelo afastamento dos policiais e abertura do processo 
administrativo disciplinar. O contraditório e ampla defesa foi assegurada, resultando 
na aplicação, pela autoridade competente, da penalidade máxima de demissão dos 
PMs envolvidos pela conduta antijurídica incompatível com o mister funcional. 
Revoltados e inconformados, os policiais demitidos promovem uma demanda no 
âmbito do Judiciário, postulando à anulação do ato de exclusão, cumulando-se 
sucessivamente o pleito de reintegração no posto e percepção de verbas 
indenizatórias (soldos que não foram pagos durante o período de afastamento). Com 
base na situação hipotética acima apresentada, responda, de forma fundamentada, às 
seguintes indagações. 1. Com a abertura do processo administrativo disciplinar, os 
policiais militares poderiam alegar, preliminarmente, que houve violação dos 
princípios da ampla defesa e contraditório na sindicância? 2. Qual é a natureza jurídica 
da sindicância administrativa? 3. Quais as principais diferenças entre a sindicância e o 
processo administrativo disciplinar? 4. Caso ocorra a absolvição em sede penal, a 
sentença surtirá efeitos sobre a decisão administrativa? 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
Instaurado o processo administrativo disciplinar não há que se alegar mácula 
na fase de sindicância, porque esta apura as irregularidades funcionais para depois 
fundamentar a instauração do processo punitivo, dispensando-se a defesa do 
investigado nessa fase de mero expediente investigatório. 
Cabível o ato administrativo precedido do processo regular que, baseado na 
fundamentação legal da punição, determina a demissão do servidor investigado. 
Ressalta-se que o procedimento de sindicância tem caráter prévio, preparatório 
e inquisitório e visa instruir de elementos para a instauração do processo 
administrativo disciplinar, chamado de principal. Contudo, a sindicância pode embasar 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 8 
ou não o processo principal, já que o processo administrativo posterior é autônomo 
podendo prescindir da sindicância. 
Diante do caso, não cabe aos ex-policiais arguirem cerceamento de defesa nana 
fase da sindicância, pois neste momento não há acusados e sim investigados que 
somente assumirão esta posição no processo administrativo principal. 
 Em nosso ordenamento jurídico a sindicância não se confunde com processo 
disciplinar, traduzindo mera apuração sumária de fatos, que, se confirmados e 
identificada a autoria, conduz à instauração de inquérito, a partir do qual ao indiciado 
deve ser assegurada ampla defesa. 
Caso ocorra a absolvição em sede penal, não basta o trânsito em julgado da 
sentença criminal. Seria preciso provar que não houve falta residual, isto é, que os fatos 
imputados aos policiais não ocorreram ou que eles não os praticaram. A absolvição 
criminal é irrelevante na esfera administrativa mesmo quando fundada na ausência de 
tipicidade do fato, por ser a falta administrativa um residium em relação ao ilícito 
penal. 
 
PROCURADOR LEGISLATIVO – ASSEMBLEIA DE GOIÁS – 2019 – IADES 
Leia, com atenção, as informações a seguir. Após ciência da prática de irregularidade 
funcional por ato de servidor público da Câmara Legislativa do Estado de Goiás, a 
autoridade competente publicou ato administrativo que constituiu a comissão 
processante sem, no entanto, descrever, de forma detalhada, as irregularidades 
investigadas. Após o trâmite regular do inquérito administrativo, a comissão 
processante do respectivo processo administrativo disciplinar (PAD) apresentou à 
autoridade competente o relatório final, que recomendou a aplicação da pena de 
suspensão de 120 dias, sem intimar previamente o servidor. Ato contínuo, a 
autoridade competente aplicou a pena sugerida pela comissão. Acerca da situação 
hipotética apresentada, de acordo com a doutrina especializada e a jurisprudência do 
Superior Tribunal de Justiça (STJ), redija um texto dissertativo e (ou) descritivo, de 
forma fundamentada, abordando o seguinte conteúdo: a) Necessidade de descrição 
pormenorizada das irregularidades investigadas no ato de instauração do PAD; b) 
Necessidade de intimação do servidor após a apresentação do relatório final pela 
comissão processante; e c) Possibilidade de o Poder Judiciário atuar no controle 
jurisdicional do ato punitivo. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
O candidato deve abordar os seguintes pontos: 
1) Ausência de necessidade de descrição das irregularidades investigadas; 
2) Necessidade de indicação da materialidade da transgressão objeto da apuração; 
3) Desnecessidade de intimação do servidor após a apresentação do relatório final; 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 9 
4) Ausência de previsão legal para intimação do servidor público; 
5) Ausência de ofensa ao contraditório e à ampla defesa; 6) Possibilidade de atuação 
do Poder Judiciário no caso; 
7) Presença de controle de legalidade; 
8) Ausência de mérito administrativo; 9) Ilegalidade do ato punitivo por extrapolação 
da margem de discricionariedade do administrador público, segundo os limites 
concedidos pelo legislador; e 
10) Pena de suspensão de até 90 (noventa) dias – art. 291 da Resolução no 1.073/2001, 
cc art. 130 da Lei no 8.112/1990. Segundo o Superior Tribunal de Justiça (STJ), é 
desnecessária a descrição pormenorizada das irregularidades investigadas, no ato 
administrativo de instauração de processo administrativo disciplinar. Para o STJ, basta 
indicar a materialidade da transgressão objeto da apuração. Ainda segundo o STJ, por 
ausência de previsão legal, a falta de intimação do servidor público, após a 
apresentação do relatório final pela comissão processante, em processo administrativo 
disciplinar, não configura ofensa às garantias do contraditório e da ampla defesa. Para 
a Corte, eventual afronta a tais princípios somente restará caracterizada quando 
negado à parte trazer para o processo, no momento oportuno, elementos tendentesao 
esclarecimento da verdade dos fatos, ou ainda, em respeito à dialeticidade do 
processo, responder ao que houver sido alegado pela parte adversa. Portanto, o fato 
de o acusado não ter sido intimado para se manifestar a respeito do relatório final, por 
si só, não traz nenhum tipo de prejuízo à defesa, seja porque o momento para 
produção de provas ou para a impugnação da acusação feita pela administração dá-se 
em fase anterior, durante a instrução do PAD, seja porque poderia interpor recurso 
administrativo contra a decisão final da autoridade competente encarregada de julgar. 
Quanto à possibilidade de controle judicial, regra geral, o Poder Judiciário não pode se 
imiscuir no mérito administrativo, que trata da discricionariedade conferida por lei ao 
administrador, em que se permite ao agente público decidir acerca da oportunidade e 
conveniência da prática do ato. Entretanto, no presente caso, a atuação do controle 
jurisdicional do ato punitivo é possível no presente caso, porquanto a administração 
extrapolou os limites legais para o prazo da pena de suspensão que é de, no máximo, 
90 (noventa) dias. Houve ilegalidade na prática do ato punitivo. Nesse sentido, para o 
STJ, a atuação do Poder Judiciário, no controle jurisdicional do PAD, limita-se ao exame 
da regularidade do procedimento e à legalidade do ato, à luz dos princípios do 
contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, sendo-lhe vedada qualquer 
incursão no mérito administrativo a impedir a análise e valoração das provas 
constantes no processo disciplinar. 
FONTE JURISPRUDENCIAL: 
STJ, RMS 57703 / PI, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, Julg. 
04/12/2018, Publ. DJe 10/12/2018; MS 21.898/DF, Rel. Ministra REGINA HELENA 
COSTA, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe 01/06/2018; e MS 20.348/DF, Rel. Ministro MAURO 
CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe 03/09/2015. FONTE DOUTRINÁRIA: DI 
PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2017, p. 257-262. 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 10 
MARINELA, Fernanda. Direito administrativo. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 357-359. 
MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo. São Paulo: Saraiva, 2015, p. 266-
267. 
 
DELEGADO DE POLÍCIA – PCRS – 2018 – FUNDATEC 
Adenor da Silva, policial civil, lotado na Delegacia de Polícia de Arroio do Tigre, foi 
convocado pelo Delegado de Polícia Titular do órgão para atender a uma 
ocorrência de roubo a estabelecimento comercial. Alegando estar de folga, não 
atendeu à convocação, deixando de cumprir a tarefa que lhe foi incumbida. Nesse 
contexto fático, analise a conduta do policial civil sob o enfoque da 
responsabilidade administrativo-disciplinar, indicando (com a devida 
fundamentação legal) a infração disciplinar a ele imputável e a respectiva 
classificação, o meio de apuração e a autoridade competente para promove-la, bem 
como a penalidade cabível. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
Adenor da Silva praticou infração disciplinar prevista no art. 81, XXIX, da Lei nº 
7.366/80, que tipifica a conduta do policial no momento em que ele se negou a atender 
a ocorrência policial (o que constitui infração, mesmo ele estando em período de folga), 
deixando de cumprir tarefa de que foi incumbido. 
A infração disciplinar praticada por Adenor é classificada como transgressão 
grave, nos termos do art. 82, III, § 3º, da Lei nº 7.366/80 e tem como meio de apuração 
a sindicância, estabelecida no art. 98 da Lei nº 7.366/80, cuja autoridade competente 
para a instauração será o Delegado de Polícia titular da delegacia onde o servidor está 
lotado, ou seja, o titular da delegacia de polícia de Arroio do Tigre. 
A penalidade cabível para a conduta do servidor policial será a suspensão de 31 
a 90 dias, conforme art. 89, I, da Lei nº 7.366/80. 
 
DELEGADO DE POLÍCIA – PCPI – 2018 – NUCEPE 
Beltrano é Delegado da Polícia Civil do Estado do Piauí. Em dezembro de 2017, chegou 
à Corregedoria da Polícia Civil, a denúncia anônima de que Beltrano teria cometido, 
ainda no mês de fevereiro de 2011, no exercício do cargo de Delegado, grave infração 
de natureza administrativa, prevista como hipótese geradora da perda do cargo 
público. Considerando a situação posta e com fundamento nas normas incidentes, na 
doutrina, bem como na jurisprudência dos tribunais superiores, discorra, em um único 
texto, sobre os seguintes tópicos: 1. A denúncia anônima é instrumento juridicamente 
idôneo para dar origem a processo administrativo disciplinar? 2. O transcurso do 
tempo, desde o momento em que teria ocorrido a suposta infração, inviabiliza a 
apuração disciplinar? 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 11 
Consoante entendimento sumulado do STJ, a denúncia anônima é sim 
instrumento jurídico idôneo para dar origem a processo administrativo disciplinar. Há 
um poder-dever de autotutela imposto à Administração Pública no sentido de apurar 
imediatamente as irregularidades que tiver ciência, não sendo possível arquivar 
denúncia plausível de irregularidade sob o simples e único argumento de que é 
anônima. 
Contudo, mostra-se pertinente uma necessidade de investigação preliminar 
para apurar a verossimilhança da denúncia anônima e coletar elementos de convicção. 
Caso constatada a existência de indícios de materialidade e autoria da irregularidade, o 
resultado da apuração preliminar servirá como fundamento para a instauração do 
processo disciplinar. 
Somado a isso é, importante haver prudência e discrição na realização da 
investigação preliminar, em caráter reservado, de modo a resguardar os direitos da 
personalidade do denunciado. 
Quanto à segunda indagação, destaque-se que há a existência de prazos para 
exercício da pretensão punitiva disciplinar, de modo a preservar a estabilidade das 
relações jurídicas e a segurança jurídica, bem como sancionar eventual inércia da 
Administração Pública. Os prazos variam conforme a gravidade da infração disciplinar 
cometida. 
No caso de infração punida com demissão o prazo é de cinco anos. Como o 
termo inicial do prazo é a data do conhecimento do fato pela autoridade competente 
para a instauração do processo administrativo disciplinar, e não o momento em que foi 
cometida a infração, não foi consumada a prescrição no caso apontado no enunciado. 
 
PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/PR – 2016 – BANCA PRÓPRIA 
Explique qual critério deve ser adotado pela autoridade administrativa competente 
para julgamento de processo administrativo disciplinar para escolha e dosimetria de 
sanções, nas hipóteses de concurso formal ou de infrações continuadas, à míngua de 
disposição expressa a respeito no estatuto respectivo. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
Há duas correntes sobre o tema. A primeira sustenta que as sanções devem ser 
aplicadas cumulativamente. Tal corrente doutrinária compreende que as regras de 
cálculo de pena nas hipóteses de concurso formal próprio (CP, art. 70, caput, primeira 
parte) e crime continuado (CP, art. 71) não podem ser aplicadas analogicamente às 
infrações disciplinares, na medida em que se trata de ficções. Logo, a ausência de 
norma semelhante no estatuto disciplinar não significaria lacuna, mas sim a opção do 
legislador pelo sistema de cúmulo material. Outra corrente doutrinária sustenta a 
possibilidade de aplicação analógica das regras do art. 70 e 71, do Código Penal. A 
similitude entre ramos sancionadores do Direito e o postulado da proporcionalidade 
autorizariam tal solução. 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 12 
 
PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – 2017 – CESPE 
Após instauração e instrução de processo administrativo disciplinar, a comissão 
processante de um órgão público do estado de Roraima concluiu pela absolvição de 
determinado servidor público desse órgão por insuficiência de provas. Do exame do 
relatório da comissão remanesceram dúvidas quanto à necessidade decontinuidade 
das diligências investigativas, razão por que a autoridade competente designou nova 
comissão processante, que, depois de realizar novas diligências instrutórias, concluiu 
pela prática de ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário o fato 
de o servidor ter usado de forma intencional e em seu proveito bem do acervo 
patrimonial do poder público, o que culmina na penalidade de demissão. 
Considerando essa situação hipotética e o entendimento do STF sobre a matéria, 
responda, de modo fundamentado, aos seguintes questionamentos. 1 Foi válida a 
designação de nova comissão processante? [valor: 0,70 ponto] 2 Foi correta a 
classificação da conduta do servidor? [valor: 0,60 ponto] 3 É possível que a própria 
administração pública apure e puna, na esfera disciplinar, servidor público pela prática 
de ato de improbidade com base no Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do 
Estado de Roraima? [valor: 0,60 ponto] 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
O STF tem entendido ser possível a realização de diligências instrutórias com a 
designação de nova comissão processante, no caso de, a partir do exame do relatório 
da primeira comissão, haver motivação e dúvida razoável que ampare a continuidade 
das diligências investigativas. 
 Segundo o princípio da verdade material, a autoridade julgadora pode baixar 
os autos do processo administrativo disciplinar em diligência, dado que, entre outros 
motivos, a autoridade julgadora do processo administrativo disciplinar não se vincula 
ao relatório da comissão processante. 
O uso, por servidor público, em proveito próprio, de bens integrantes do acervo 
patrimonial do poder público constitui prática de improbidade administrativa que 
resulta em enriquecimento ilícito, já que o agente aufere dolosamente vantagem 
patrimonial indevida. Portanto, está incorreta a capitulação como ato de improbidade 
que causa prejuízo ao erário. 
 Com base na independência das instâncias, ao prever a demissão do servidor 
que incorre em ato de improbidade administrativa, o estatuto dos servidores faz 
remissão às condutas tipificadas na Lei de Improbidade Administrativa, que podem ser 
apuradas e punidas pela própria administração. Entretanto, na esfera disciplinar, 
somente é reconhecível a prática de ato de improbidade administrativa doloso, nunca 
culposo. Inclusive, o STF reputa correta a capitulação do fato imputado a servidor como 
improbidade administrativa quando a situação posta trata de improbidade por ato de 
enriquecimento ilícito em que se exige o elemento dolo. 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 13 
FONTES: 
Maria Sylvia Zanella di Pietro. Direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2015, p. 990; 
Alexandre Mazza. Manual de direito administrativo. São Paulo: Saraiva, 2015, p. 651; 
Antonio Carlos Alencar Carvalho. Manual de processo administrativo disciplinar e 
sindicância. 4.ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2014, p. 1.464-5; José Armando da Costa. 
Direito administrativo disciplinar, São Paulo, Método, 2009, p. 537 (“pelo menos na 
esfera disciplinar, somente é reconhecível a prática de ato de improbidade 
administrativa doloso, nunca culposo.”); e STF: RMS 33666/DF, rel. orig. min. Marco 
Aurélio, red. p/ o acórdão min. Edson Fachin, 31/5/2016. (RMS-33666). 
 
ANALISTA – DNIT – 2013 - ESAF 
A respeito do processo administrativo federal e tendo por base a disciplina que lhe foi 
dada pela Lei n. 9.784/99 e respectivas alterações, discorra sobre os seguintes 
aspectos: a) Os princípios do processo administrativo e a importância do processo para 
o Estado de Direito. b) A competência administrativa. c) O dever de decidir e a 
motivação dos atos administrativos. d) As formas de extinção do processo. e) O 
recurso administrativo e a revisão. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
 Entende-se por processo administrativo a concatenação de atos, sequencial e 
ordenadamente praticados, tendo por escopo a prática de uma finalidade específica, 
tal como a homologação de uma licitação ou o julgamento de um PAD. 
 O processo administrativo possui importância porque permite a concretização 
do interesse público através da documentação formal que gerou a prática de um ato, 
atendendo aos reclamos do respeito ao devido processo legal e toda a principiologia 
inerente. É a maneira pela qual a Administração Pública legitima sua atuação perante 
a sociedade e também perante a ótica interna, admitindo o controle judicial posterior 
de legalidade e/ou de constitucionalidade. A doutrina mais abalizada entende que a 
existência de uma procedimentalização evita a concentração decisória em um ato 
imediato e único, assegurando a manifestação para todos os interessados. 
 No tocante aos princípios, além de todos os princípios constitucionais inerentes 
à Administração Pública (previstos no art. 37 da CRFB) e os contidos no art. 5º da CRFB 
(notadamente o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa), existem 
alguns que são específicos aos processos administrativos. 
 O primeiro deles é o do impulso oficial, isto é, de forma diversa do que ocorre no 
exercício da função jurisdicional, os processos administrativos podem ser instaurados 
sem a necessidade de provocação de qualquer particular interessado. Portanto, uma 
notícia de jornal pode fazer com que o Poder Público inicie um processo administrativo 
para apurar uma possível fraude em licitações. 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 14 
 O segundo deles é o da instrumentalidade das formas, isto é, o processo é o 
instrumento para aplicação da lei, de modo que as exigências a ele pertinentes devem 
ser adequada se proporcionais ao fim que se pretende atingir. Como consequência, 
vislumbra-se o aproveitamento dos atos processuais,que admite o saneamento do 
processo quando se tratar de nulidade sanável, cuja inobservância não prejudique a 
administração ou o administrado. 
 O terceiro princípio é o do informalismo, isto é, os atos praticados em processos 
administrativos não dependem de forma prescrita em lei, de forma que requerimentos 
e petições de particulares não precisam seguir as mesmas formalidades existentes em 
um processo judicial. Logicamente, informalismo não significa ausência total de formas 
ou permissão para processos desordenados ou bagunçados. 
 Um quarto princípio é o da verdade real, ou seja, busca-se a verdade material, 
ainda que sejam apresentadas provas ou manifestações fora do prazo. Diversamente 
da esfera judicial, que se baseia no que está contido nos autos processuais, não 
admitindo manifestações extemporâneas, o processo administrativo admite, por 
exemplo, que uma defesa seja protocolada fora do prazo, ou que um recurso 
intempestivo seja dado como fora do prazo, mas, diante da autotutela, as razões ali 
elencadas podem servir para modificar um ato. 
 Um quinto princípio é o da gratuidade, ou seja, inexiste cobrança de custas, 
emolumentos ou ônus sucumbenciais, já que o Poder Público busca tutelar o interesse 
coletivo. Tanto é verdade que a Súmula Vinculante nº 21 proíbe a exigência de depósito 
ou arrolamento prévio de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso 
administrativo. 
 O sexto princípio é o da motivação, ou seja, é o dever imposto ao Estado indicar 
os pressupostos de fato e de direito que determinaram a prática dos atos 
administrativos. Com isso, permite-se a possibilidade de recurso, o controle social e o 
próprio controle jurisdicional. Aduza-se que a motivação pode ser simples, mas não 
simplória, indicando os dispositivos normativos pertinentes, bem como que se aceita a 
chamada motivação per alliunde (adotando as razões expostas em uma 
manifestação/ato anterior, como um parecer jurídico). 
 Correlato ao dever de motivação está o dever de decidir, de forma que, regra 
geral, o Poder Público deve exarar uma manifestação, salvo se o silêncio tiver alguma 
intenção expressa (um consentimento, por exemplo). 
 Acerca da competênciaadministrativa,ela é irrenunciável e se exerce pelos 
órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e 
avocação legalmente admitidos. Entende-se que competência é uma qualidade 
legítima de jurisdição ou autoridade para conhecer e julgar certo feito submetido à sua 
deliberação. 
 Em paralelo com a competência, está a temática recursal, ou seja, o duplo grau 
é obrigação, de forma que deve ser ofertado ao particular a possibilidade de recorrer. 
Saliente-se que o recurso administrativo pode fazer com que a situação do particular 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 15 
piore, mas, se isso puder ocorrer, deve-se oportunizar manifestação prévia ao possível 
afetado. Diferente é o caso da revisão, que não pode piorar a situação da pessoa. Logo, 
a doutrina menciona que é admitida a reformatio in pejus no recurso administrativo, 
mas não se admite reformatio in pejus na revisão administrativa. 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
Súmula Vinculante nº 21 - É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento 
prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. 
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINARIO EM MANDADO DE SEGURANCA. 
ADMINISTRATIVO. ATO ADMINISTRATIVO. MOTIVAÇÃO. AUSÊNCIA. 1. O motivo e 
requisito necessário a formação do aro administrativo e a motivação, alçada a 
categoria de principio, e obrigatória ao exame da legalidade, da finalidade e da 
moralidade administrativa. 2. Como aro diverso e autônomo que e, o aro 
administrativo que torna sem efeito aro anterior, requer fundamentação própria, não 
havendo falar em retificação, se o ato subsequente não se limita a emendar eventual 
falha ou erro formal, importando na desconstituição integral do ato anterior. ( ... ). 4. 
Agravo regimental improvido". (AgRg no RMS 15.350/DF, rei. Min. Hamilton 
Carvalhido, DJ 8.9.2003). 
 
DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2017 – CESPE 
Um agente policial civil, envolvido em esquema criminoso de facilitação para 
organização criminosa de informações sigilosas e privilegiadas a respeito da realização 
de operações, tendo auferido, com isso, vantagens pecuniárias, foi demitido após 
apuração em processo administrativo disciplinar. Como fundamento da penalidade 
administrativa, a autoridade julgadora, além da adoção de outras provas, baseou-se no 
uso de interceptações telefônicas produzidas em processo criminal com sentença 
condenatória proferida. O policial demitido ajuizou ação requerendo reintegração ao 
cargo, alegando impossibilidade de utilização, em processo administrativo disciplinar, 
das interceptações telefônicas emprestadas de processo penal, principalmente porque 
a sentença de condenação criminal sequer havia transitado em julgado. Nessa situação 
hipotética, está correta a alegação apontada pelo servidor demitido? Fundamente a 
sua resposta considerando o entendimento dos tribunais superiores. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
De acordo com o entendimento prevalente no STJ, é legítima a utilização, em 
processo administrativo disciplinar, de provas emprestadas de processo penal 
instaurado pelos mesmos fatos, ainda que a sentença da condenação criminal não 
tenha transitado em julgado, ou seja, não tenha se tornado definitiva. É imprescindível, 
entretanto, que haja submissão ao contraditório e à ampla defesa, de forma a evitar 
máculas a esses importantes princípios constitucionais. 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 16 
A Súmula nº 591 do STJ claramente menciona que é permitida a prova 
emprestada no processo administrativo disciplinar, desde que devidamente autorizada 
pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla defesa. 
No que tange à ilegalidade do uso de provas produzidas em processo penal 
ainda não transitado em julgado, dois motivos atestam a legalidade delas. O primeiro 
diz respeito à independência existente entre as instâncias administrativa e criminal. 
Assim, salvo em casos excepcionais, o resultado de uma não contamina a conclusão do 
outro. O segundo motivo é que, inexistindo dúvida fundada ou comprovada sobre a 
nulidade das provas, não deve prosperar o argumento de que estas somente seriam 
servíveis com o trânsito em julgado do feito criminal. 
Por fim, ainda que se aceitasse a tese de ilegalidade do uso de prova 
emprestada, pelo enunciado verifica-se que outras provas serviram de fundamento 
para a sanção administrativa aplicada aos agentes públicos. 
JURISPRUDÊNCIA APLICADA: 
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. POLICIAL CIVIL ESTADUAL. DELITO 
ADMINISTRATIVO TAMBÉM APURADO COMO CRIME DE CONCUSSÃO. ALEGAÇÕES DE 
NULIDADE DO PROCESSO DISCIPLINAR. PROVAS EMPRESTADAS. CABIMENTO. EXCESSO 
DE PRAZO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE DANOS. PENALIDADE DE DEMISSÃO. 
INCIDÊNCIA DA NORMA APLICÁVEL COM RELAÇÃO AOS FATOS APURADOS. 
INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. 
AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. (...)3. Há sintonia entre as partes do processo 
penal e os fatos que deram origem aos dois processos, assim como existem outras 
provas nos autos do PAD a corroborar as provas emprestadas. As referidas provas 
foram transladadas por meio da devida autorização do juízo criminal e submetidas ao 
contraditório, tendo havido direito de defesa. A Primeira Seção do STJ tem aceitado o 
empréstimo de provas, desde que haja atenção ao devido processo legal e ao 
contraditório. Precedentes: MS 17.472/DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Primeira 
Seção, DJe 22.6.2012; MS 15.787/DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Seção, 
DJe 6.8.2012; e MS 16.122/DF, Rel. Min. Castro Meira, Primeira Seção, DJe 24.5.2011. 
(...)Recurso ordinário improvido. 
 
DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2017 – CESPE 
Segundo o STF, o processo administrativo prepara, fundamenta e legitima a atuação 
do administrador, bem como representa elemento de transparência para essa 
atuação. A respeito do processo administrativo, redija um texto dissertativo, à luz da 
Lei 9784 de 1999, atendendo ao que se pede a seguir: 1 – Discorra sobre o direito do 
administrado previsto na referida lei, quanto ao tratamento dispendido por 
autoridades e servidores (3 pontos). 2 – Cite cinco casos em que os atos 
administrativos devem ser motivados (4,5 pontos). 3 – Informe que atos não são 
passíveis de delegação a outro órgão ou titular (2 pontos). 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 17 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
A Lei nº 9.784/99 regula o processo administrativo federal genérico, isto é, 
normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal 
direta e indireta, visando, em especial, a proteção dos direitos dos administrados e ao 
melhor cumprimento dos fins da Administração. Ademais, conforme o art. 1º, §1º, da 
Lei nº 9.784/99, o Legislativo Federal e o Judiciário Federal sofrem a incidência dessa 
norma quando no desempenho de função administrativa. 
Importante mencionar que essa lei, por ser genérica, faz com que os processos 
administrativos específicos continuem a ser regidos por lei própria, sendo que a Lei nº 
9.784/99 é aplicada subsidiariamente. 
No que tange aos direitos do administrado, além de toda a proteção 
constitucional, notadamente o princípio do contraditório e da ampla defesa, há alguns 
direitos expressamente previstos. O primeiro deles é o de ser tratado com respeito 
pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o 
cumprimento de suas obrigações. O segundo dever é ter ciência da tramitação dos 
processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, 
obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas. O 
terceiro dever é poder formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, 
os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente. O quarto dever expresso 
é o de fazer-se assistir, facultativamente, por advogado,salvo quando obrigatória a 
representação, por força de lei. 
Em relação ao item 2 do enunciado, o art. 50 da Lei nº 9.784/99 elenca o rol de 
atos que devem ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos. 
Podem ser citados como exemplo: atos que neguem, limitem ou afetem direitos ou 
interesses; atos que imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; atos que 
decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; atos que dispensem 
ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; atos que decidam recursos 
administrativos; atos que decorram de reexame de ofício; atos que deixem de aplicar 
jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e 
relatórios oficiais; e atos que importem anulação, revogação, suspensão ou 
convalidação de ato administrativo. 
Acerca do item 3, segundo o art. 13 da Lei nº 9.784/99, os atos que não são 
passíveis de delegação são: a edição de atos de caráter normativo; a decisão de 
recursos administrativos; e as matérias de competência exclusiva do órgão ou 
autoridade. Frise-se que o ato de delegação especificará as matérias e poderes 
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação 
e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada. Além 
disso, é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. 
 
ANALISTA JUDICIÁRIO – TJGO – 2012 – UFG 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 18 
Disserte sobre a sindicância abordando conceito, características, diferenciando do 
processo administrativo disciplinar. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
A sindicância é o meio sumário de investigação para apuração de falhas ou 
infrações administrativas, ou fatos anômalos que tenham gravidade e comprometam o 
serviço público. Tem como característica a informalidade e a sumariedade, sendo um 
procedimento utilizado como cautela para evitar imputações injustas e desnecessárias 
ao servidor público. A sindicância não se confunde com processo administrativo 
disciplinar, um não depende necessariamente do outro. 
O processo administrativo é mais formal e utilizado para apuração de infrações 
mais graves. De acordo com a Lei de Organização Judiciária a sindicância será utilizada 
para a apuração de infrações cujas penas imputadas sejam de suspensão, censura, 
multa e advertência. Já, se para a infração a ser investigada for prevista pena de 
demissão deverá ser instaurado processo administrativo disciplinar. 
 
ANALISTA JUDICIÁRIO - TRF3 - 2014 - FCC 
ESTUDO DE CASO - Ricardo, servidor público ocupante de cargo efetivo em Tribunal 
Federal, utilizou veículo pertencente ao Tribunal para fins estranhos ao serviço, 
retirando-o, sem a devida autorização da garagem do edifício no qual funciona o 
Tribunal, para realizar, no final de semana, viagem ao litoral. Carlos, amigo de Ricardo, 
conduziu o veículo e transportou, além de Ricardo, mais quatro passageiros, cobrando 
dos mesmos R$ 50,00 (cinquenta reais) pelo traslado. Carlos conhecia a procedência 
do veículo. Saulo, chefe imediato de Ricardo, sabia do ocorrido e não adotou qualquer 
medida para impedir que Ricardo utilizasse o veículo oficial em proveito próprio e 
tampouco comunicou ao Diretor da repartição. Considerando as disposições da Lei nº 
8.112/90, que trata do regime jurídico dos servidores públicos civis da União, bem 
como a Lei no 8.429/92, que estabelece as sanções aplicáveis aos atos de improbidade 
administrativa, responda, fundamentadamente, às seguintes indagações: a.A que 
penalidade Ricardo está sujeito? Quem é a autoridade competente para aplicação da 
pena e quais são as fases do correspondente processo disciplinar? Qual o prazo 
prescricional da correspondente ação disciplinar? Esse prazo é passível de 
interrupção? Em caso positivo, em que hipótese(s)? b. Ricardo se sujeita, mesmo na 
hipótese de condenação na esfera administrativa, às sanções previstas na Lei de 
Improbidade Administrativa? Quais seriam essas sanções? Carlos, que não é servidor 
público, também está sujeito às referidas sanções? É determinante, para fins de 
configuração da(s) conduta(s) como ato de improbidade, a comprovação do dano ao 
patrimônio público? c. Saulo também pode responder por ato de improbidade? 
Admite-se que conduta omissiva seja configurada como ato de improbidade? 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 19 
 A Lei nº 8.112/90, conhecida como estatuto dos servidores públicos federais, 
elenca as penalidades que podem ser aplicadas a tais pessoas em caso de 
descumprimento dos deveres institucionais: advertência; suspensão; demissão; 
cassação de aposentadoria ou disponibilidade; destituição de cargo em comissão; e 
destituição de função comissionada. 
 Deve ser ressaltado que a exoneração não se constitui em penalidade, ainda 
que se refira a um cargo em comissão. Isso é uma característica do cargo em comissão, 
ou seja, ele é de livre nomeação e livre exoneração. 
 Diante do narrado no enunciado da questão, Ricardo enquadrou-se na previsão 
legal de transgressão às normas proibitivas da Lei nº 8.112/90 (art. 132, XIII; e 117, 
XVI), especificamente na modalidade de utilizar pessoal ou recursos materiais da 
repartição em serviços ou atividades particulares. 
 Assim, Ricardo estará sujeito à pena de demissão e a autoridade competente 
para aplicá-la é o presidente do tribunal ao qual esteja vinculado, com base no art. 
141, I, da Lei nº 8.112/90. 
 O prazo prescricional da ação disciplinar é de cinco anos. Ressalte-se que ele 
pode ser interrompido mediante a abertura de sindicância ou instauração de processo 
administrativo disciplinar. As fases do processo administrativo disciplinar englobam a 
instauração, inquérito administrativo (instrução, defesa e relatório) e julgamento. 
 No que tange às sanções de improbidade administrativa, Ricardo está sujeito a 
elas, ante o fato de serem independentes das punições penais, civis e administrativas, 
conforme art. 12 da Lei nº 8.429/92. No caso de Ricardo, ele incorreu nos atos de 
improbidade que importam enriquecimento ilícito, pois auferiu vantagem patrimonial 
indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade. 
 Carlos, mesmo não sendo servidor, está sujeito às sanções da Lei de 
Improbidade Administrativa, com base no art. 3º dessa norma. Esse artigo menciona 
que as disposições da Lei nº 8.429/92 são aplicáveis, no que couber, a quem não for 
agente público, bastando concorrer ou induzir para a prática do ato de improbidade ou 
dele se beneficiar. 
 Em relação à ocorrência de dano, a sanção independe da efetiva ocorrência de 
dano, salvo no tocante à pena de ressarcimento. 
 Acerca de Saulo, importante frisar que a omissão também pode configurar ato 
de improbidade, com base no art. 10 da Lei nº 8.429/92. 
GABARITO DA BANCA EXAMINADORA: 
A Prova Estudo de Caso destinar-se-á a avaliar o domínio de conteúdo dos temas 
abordados, a experiência prévia do candidato e sua adequabilidade quanto às 
atribuições do cargo e especialidade. A Prova Estudo de Caso terá caráter eliminatório 
e classificatório. Cada uma das questões será avaliada na escala de 0 (zero) a 100 
(cem) pontos, considerando-se habilitado o candidato que tiver obtido, no conjunto das 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 20 
duas questões, média igual ou superior a 60 (sessenta). a.De acordo com o artigo 132, 
XIII c/c artigo 117, XVI, a pena é de demissão. A autoridade competente para a 
aplicação da pena é o Presidente do Tribunal (art. 141, I) e as fases do processo 
disciplinar são: instauração, com a publicação do ato que instituir a comissão; inquérito 
administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório; e julgamento (art. 151). 
O prazo prescricional é de 05 (cinco) anos, podendo ser interrompido com a abertura 
de sindicânciaou instauração de processo disciplinar, até a decisão final proferida por 
autoridade competente (art. 142, I e § 3º). b.Sim, pois as sanções são independentes, 
conforme artigo 12. As sanções passíveis de serem aplicadas a Ricardo são aquelas 
previstas no artigo 12, I, da Lei no 8.429/92, quais sejam, perda de bens ou valores 
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, 
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 8 (oito) a 10 (dez) anos, 
pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e 
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais 
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da 
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 05 (cinco) anos. Sim, pois, de acordo com o 
disposto no art. 3º, as disposições da referida Lei são aplicáveis, no que couber, àquele 
que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de 
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Não, pois, 
conforme disposto no artigo 21, I, a aplicação das sanções previstas na referida Lei 
independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena 
de ressarcimento. c. Sim, a conduta praticada por Saulo encontra-se prevista no artigo 
10, II, da Lei de Improbidade Administrativa e admite-se conduta omissiva, pois de 
acordo com o aludido dispositivo legal, constitui ato de improbidade qualquer ação ou 
omissão que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou 
dilapidação dos bens ou haveres da Administração. 
 
ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - TCE/AM - FCC - 2013 
ESTUDO DE CASO - No curso de determinado processo administrativo, regido pela Lei 
Federal 9.784/99 (Lei que regula o Processo Administrativo no âmbito da 
Administração Pública Federal), João, titular de direitos e interesses e parte no aludido 
processo, ingressa com recurso administrativo contra determinada decisão proferida 
pela autoridade responsável. A respeito do mencionado recurso administrativo, 
responda fundamentadamente: a. Qual prazo para sua interposição? b. Para qual 
autoridade o recurso será dirigido? Aborde sobre o eventual cabimento de 
reconsideração. C. Será julgado, no máximo, por quantas instâncias? d. Possui, como 
regra, efeito suspensivo? 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
 A Constituição Federal assegura o contraditório e a ampla defesa para os 
litigantes em processo judicial e administrativo. Segundo a norma que regula o 
Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, é de dez dias o 
prazo para interposição de recurso administrativo, salvo disposição legal específica. 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 21 
 O recurso contra decisão administrativa será encaminhado inicialmente à 
autoridade que exarou a decisão. E, após apreciar as alegações recursais e documentos 
acostados, poderá ela, no prazo de cinco dias, reconsiderar a decisão. Não havendo 
reconsideração da autoridade recorrida, o recurso será enviado à autoridade superior. 
Importante aduzir que o recurso administrativo tramitará no máximo por três 
instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. 
 É comum, na esfera administrativa, interpor-se pedido de reconsideração 
contra decisão, mesmo após o trânsito em julgado administrativo. Em não existindo 
previsão para interposição de recurso, ele não é e não pode ser considerado recurso, 
não sendo assim conhecido como tal. Em homenagem aos princípios que regem o 
processo administrativo, em especial o da legalidade e o da verdade material, que 
orienta e autoriza a Administração Pública a aceitar e buscar as provas que entender 
necessárias, havendo fatos novos ou circunstâncias que venham a demonstrar, a 
posteriori, a existência de vícios que tornem ilegal o ato administrativo, pela autotutela 
administrativa, o Poder Público pode rever os seus atos. 
 Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a 
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias 
relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. 
 O recurso administrativo não tem efeito suspensivo, salvo disposição legal em 
contrário. No entanto, havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação 
decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, 
de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. 
 
ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA - TRT18 - FCC - 2008 
ESTUDO DE CASO - Constatada a existência de acumulação irregular de cargos por 
parte de Humberto, funcionário público federal do Poder Executivo, este permaneceu 
silente depois de notificado para fazer opção por um dos cargos acumulados. Em 
consequência, nos termos da Lei nº 8.112/90, deve ser instaurado processo de 
verificação de acumulação de cargos. Discorra sintética e fundamentadamente a 
respeito desse processo, comentando sobre: a) a natureza do procedimento e a forma 
de instauração; b) citação e defesa (possibilidade, ou não, de ainda ocorrer o 
desligamento de um dos cargos); c) relatório da Comissão; d) decisão (considerando 
que a autoridade competente acolheu o parecer da Comissão, que reconheceu a 
ilegalidade da acumulação); e) aplicação da pena de demissão (indicar quem é a 
autoridade competente para aplicá-la). 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
 O acúmulo de cargos, empregos ou funções é vedado pela atual Constituição 
com o escopo de evitar que o agente público não consiga dedicar tempo suficiente e 
adequado para a consecução de seu mister. Logo, o importante princípio constitucional 
da eficiência pode ser encontrado como um substrato jurídico para essa proibição. 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
 22 
 Porém, a própria Constituição elenca um rol de exceções justamente pelo fato 
de que em algumas situações, devido ao caráter peculiar da função, é até 
recomendável haver a acumulação. Desta forma, Administração e o agente acabam 
sendo beneficiados. 
 Como o servidor foi notificado e quedou-se silente, não resta outra alternativa a 
não ser a instauração de um processo administrativo disciplinar, pelo rito sumário, 
para apurar eventuais irregularidades. O prazo para sua conclusão é de 30 dias, 
podendo ser prorrogado por mais 15. A partir disso, ocorrerá a instauração, com a 
publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por dois servidores 
estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto 
da apuração; a instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório; e, 
por fim, o julgamento. 
 A instauração do processo ocorrerá através de ato administrativo, normalmente 
portaria, que indicará a comissão processante composta por servidores, bem como 
apontará a autoria e materialidade da suposta transgressão. A indicação da autoria 
dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos 
cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação ilegal, dos órgãos 
ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do 
correspondente regime jurídico. 
 A comissão promoverá a citação pessoal do servidor indiciado por intermédio 
de sua chefia imediata para apresentar defesa escrita, sendo assegurada vista do 
processo na repartição. Com a abertura de prazo para defesa, restará evidenciada a 
boa-fé se o servidor optar por um dos cargos. Assim, fica evidenciado que é possível ao 
servidor se desligar de um dos cargos mesmo com a instauração do processo 
administrativo disciplinar. 
 Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à 
inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos 
autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo 
dispositivo legale remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento. 
 Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de 
demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos 
cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em 
que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados. A aplicação da pena de 
demissão, destituição ou cassação será feita pela autoridade máxima do órgão. 
 
AUDITOR DE CONTROLE INTERNO - PREF. DE SÃO PAULO - 2015 – VUNESP 
Um servidor público municipal responde a processo criminal e inquérito administrativo 
por ter sido flagrado exigindo propina, valendo-se do cargo que ocupa. Se for 
absolvido por insuficiência de provas para condenação na esfera criminal por sentença 
transitada em julgado, responda: a) Em razão disso, deve ser absolvido no inquérito 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
 
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administrativo? Justifique e discorra brevemente sobre as hipóteses em que a 
absolvição criminal repercute na esfera administrativa. b) Nos termos do Estatuto dos 
Funcionários Públicos do Município de São Paulo, uma vez que o funcionário seja 
submetido a inquérito administrativo, o mesmo poderá ser exonerado a pedido? 
Fundamente de forma breve a resposta. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
No caso em apreço, discute-se a repercussão de sentença criminal na esfera 
administrativa acerca de conduta baseada nos mesmos atos praticados por agente 
público. Em princípio, a separação de poderes (prevista no art. 2º da CRFB) expressa 
que essas esferas de investigação e punição são absolutamente independentes, uma 
vez que não é possível que um Poder tolha a esfera de atribuições de outro. 
Porém, o Estado é único e essa unidade deve guiar uma certa coerência entre os 
atos do Poder Público, mesmo se tratando de funções típicas de poderes diferentes. 
Assim, é notório que uma absolvição criminal, desde que observados certos requisitos, 
deve implicar numa absolvição na esfera administrativa. Pois bem: quais seriam, então, 
tais requisitos que acabam por condicionar a decisão administrativa em função de uma 
sentença criminal? 
Em primeiro lugar, os processos (administrativo disciplinar e criminal) devem 
versar exatamente sobre os mesmos fatos; ou, ao menos, o processo criminal deve 
apurar fatos que são antecedentes lógicos dos fatos que deram causa à investigação 
administrativa. Segundo: não pode se estar diante do chamado resíduo administrativo, 
que vem a ser um ilícito que só existe na esfera administrativa, não passível de punição 
criminal. Terceiro, a sentença criminal deve ser condenatória ou absolutória por 
negativa de delito ou de autoria, pois apenas essas espécies de decisões são capazes de 
construir um juízo de certeza acerca da existência ou inexistência da conduta delituosa. 
Vale dizer: a sentença criminal que absolve o réu por insuficiência de provas não 
é passível de influenciar a esfera administrativa. Essa espécie de sentença decorre do 
princípio da presunção de inocência (in dubio pro reo, previsto no art. 5º, LVII, da 
CRFB), segundo o qual a existência de dúvidas acerca de determinada questão, em um 
processo criminal, deve necessariamente induzir a um julgamento mais favorável ao 
acusado. Ou seja: inexistindo certeza sobre a autoria e a materialidade do delito em 
âmbito criminal, o servidor não deve necessariamente ser absolvido também no 
inquérito administrativo. 
De acordo com o art. 194 do Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de 
São Paulo, o servidor submetido a inquérito administrativo só pode ser exonerado a 
pedido após comprovada a sua inocência ou o cumprimento da punição que lhe foi 
imposta (salvo nas hipóteses de abandono de cargo ou de faltas injustificadas, nas 
quais a possibilidade de exoneração a pedido será concedida pela autoridade 
competente para impor as penalidades).

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