Buscar

EJA Discusivas, provas e exercícios

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EJA – DISCURSIVAS
 “A Educação de Adultos torna-se mais que um direito: é a chave para o século XXI; é tanta consequência do exercício da cidadania como condição para uma plena participação na sociedade. Além do mais, é um do poderoso argumento em favor do desenvolvimento ecológico sustentável, da democracia, da justiça, da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento socioeconômico e científico, além de um requisito fundamental para a construção de um mundo onde a violência cede lugar ao diálogo e à cultura de paz baseada na justiça. ” Declaração de Hamburgo, 1997. Conforme o texto acima e os estudos realizados, disserte sobre os princípios da Educação de Jovens e Adultos e sobre as finalidades da organização dos currículos na Educação de Jovens e Adultos. Segundo Hamburgo A educação de adultos, dentro desse contexto, torna-se mais que um direito: é a chave para o século XXI; é tanto consequência do exercício da cidadania como condição para uma plena participação na sociedade. A educação de adultos pode modelar a identidade do cidadão e dar um significado à sua vida. A educação ao logo da vida implica repensar o conteúdo que reflita certos fatores, como idade, igualdade entre os sexos, necessidades especiais, idioma, cultura e disparidades econômicas. Engloba todo o processo de aprendizagem, formal ou informal, onde pessoas consideradas pela sociedade desenvolvem suas habilidades, enriquecem seu conhecimento e aperfeiçoam suas qualificações técnicas e profissionais, direcionando-as para a satisfação de suas necessidades e as de sua sociedade. A educação de adultos inclui a educação formal, a educação não-formal e o espectro da aprendizagem informal e incidental disponível numa sociedade multicultural, onde os estudos baseados na teoria e na prática devem ser reconhecidos.
 A inclusão de alunos com necessidades especiais é contemplada pelas Políticas Pública Brasileira. Descreva como surgiu o conceito de Educação Inclusiva. A proposta de Educação Inclusiva tem sua gênese na Conferência Mundial de Educação para Todos, promovida pela UNESCO, em 1990, na Tailândia. Nesse evento, por meio de um Plano de Ação, foi estabelecida Perspectiva educacional de inclusão. Uma orientação político-filosófica relativa às propostas educacionais dirigidas aos alunos com necessidades educacionais especiais para contemplar questões básicas de aprendizagem. A referida Conferência, cujos resultados foram assinados por todos os países presentes, pretendeu ampliar o conceito de aprendizagem para todas as crianças, jovens e adultos, incluindo aqueles com necessidades educacionais especiais. A esse respeito, cabe lembrar o seu art. I: Essas necessidades compreendem tanto os instrumentos essenciais para a aprendizagem (como a leitura e a escrita, a expressão oral, o cálculo, a solução de problemas) quanto os conteúdos básicos da aprendizagem (como conhecimentos, habilidades, valores e atitudes) necessários para que os seres humanos possam sobreviver, desenvolver plenamente suas potencialidades, viver e trabalhar com dignidade, participar plenamente do desenvolvimento, melhorar a qualidade de vida, tomar decisões fundamentadas e continuar aprendendo.
 A partir das demandas dos sistemas de ensino, da SECAD/MEC, dos movimentos sociais e de entidades do campo educacional quanto à necessidade de delimitação de alguns parâmetros operacionais para a EJA, assim como em obediência a alguns dos pilares do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que indicam a necessidade de uma visão sistêmica da educação e, portanto, de políticas públicas universalizantes, em contraponto às políticas focalizadas do passado recente, a Comissão da câmara de Educação Básica apresenta as Diretrizes Operacionais Nacionais de EJA que visam nortear o desenvolvimento da Educação de Jovens e Adultos no contexto do sistema nacional de educação, compreendo-a como educação ao longo da vida e garantindo unidade na diversidade. Dessa forma, garantia de oferta de EJA deve se configurar, sobretudo, como direito público subjetivo, o que pressupõe qualidade social, democratização de acesso, permanência, sucesso escolar gestão democrática. Como o documento considera a EJA? Os alunos e alunas de EJA trazem consigo uma visão de mundo influenciada por seus traços culturais de origem e por sua vivência social, familiar e profissional. Podemos dizer que eles trazem uma noção de mundo mais relacionada ao ver e ao fazer, aberto à aprendizagem, eles vêm para a sala de aula com um olhar que é, por um lado, um olhar receptivo, sensível, e, por outro, é um olhar ativo: olhar curioso, explorador, olhar que investiga, olhar que pensa. O sistema ver EJA, como espaço de relações Inter geracionais, de diálogo entre saberes, de compreensão e de reconhecimento da experiência e da sabedoria, tensionadas pelas culturas de jovens, adultos e idosos tem, muitas vezes, essas relações tratadas como problemas. As formas de expressão conflitam com padrões homogêneos, exigindo acolher a discussão de juventudes, do tempo de vida adulta e de velhices, no plural.
 A partir do que você estudou, analise cada aspecto considerado pela educadora Maria Clara, na tentativa de dar ao segmento da educação de jovens e adultos o real atendimento ao jovem e adulto que não completou a educação básica. Para muitos alunos, a EJA é uma via rápida como forma de recuperar o tempo perdido. Essa estratégia não parte só dos jovens, há incentivos velados das redes para que alunos com defasagem e indisciplinados recorram à EJA. Para Maria Clara a EJA no Brasil acaba cumprindo a função de reinserir no sistema educativo toda sorte de diversidade rejeitada pelo sistema regular, incluindo jovens com deficiência intelectual. A elevada matrícula de jovens na EJA têm representado desafios para professores e gestores. Planejada em sua origem para um público adulto, a EJA tem precisado se reinventar ao oferecer também propostas ligadas ao universo juvenil. Para Maria Clara, além das reclamações referentes à falta de valorização do professor e à falta de investimentos na EJA, a maior preocupação dos docentes é a disparidade entre idades. Por outro lado, a diversidade em sala pode apresentar ganhos para todos. Mas o conflito entre gerações existe porque os mais novos acham que sabem tudo, e aprendem mais rápido do que os mais velhos, portanto, o desafio dos professores é planejar atividades para todos. A LDB, de 1996, determinou no art. 38º que a idade mínima para realizar os exames supletivos é de 15 anos para o Ensino Fundamental e de 18 anos para o Ensino Médio. A partir dessa decisão, presumia-se que podendo prestar os exames de conclusão, o aluno também poderia frequentar a EJA. Porém, tema provoca discordâncias, Maria Clara acredita que a diminuição da idade mínima tem sido negativa, acredita que essa medida precisa ser revista, pois pode gerar mais exclusão. A EJA é oferecida pelas redes municipais e estaduais, os alunos estudam nas mesmas salas onde crianças e adolescentes têm aulas. Outra modalidade de EJA é o CIEJA (Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos), que tem infraestrutura própria. Os cursos de Ensino Fundamental são oferecidos em quatro anos e geralmente contam com os seguintes ciclos: alfabetização, básica, complementar e final. Os referentes ao Ensino Médio têm duração de dois anos.
 A resolução n° 4, de 13 de julho de 2010(*) do Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação, por meio da Câmara de Educação Básica, define as diretrizes curriculares nacionais gerais para a educação básica. No capítulo II, trata das modalidades da educação básica e, no art. 28, da educação de jovens e adultos e aponta com maiores detalhes o que a Lei n° 9394/96 traz nos artigos 37 e 38. Analise e elabore um texto sobre o que artigo 28 aponta como papel dos sistemas de ensino na educação de jovens e adultos: Art.28. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) destina-se aos que se situam na faixa etária superior à considerada própria, no nível de conclusão do Ensino Fundamental e doEnsino Médio. § 1° Cabe aos sistemas educativos viabilizar a oferta de cursos gratuitos aos jovens e aos adultos, proporcionando-lhes oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos, exames, ações integradas e complementares entre si, estruturados em um projeto pedagógico próprio. Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA, essa modalidade deve desempenhar três funções: Função reparadora – Não se refere apenas à entrada dos jovens e adultos no âmbito dos direitos civis, pela restauração de um direito a eles negado, o direito a uma escola de qualidade, mas também ao reconhecimento da igualdade ontológica de todo e qualquer ser humano de ter acesso a um bem real, social e simbolicamente importante. Mas não se pode confundir a noção de reparação com a de suprimento. Para tanto, é indispensável um modelo educacional que crie situações pedagógicas satisfatórias para atender às necessidades de aprendizagem específicas de alunos jovens e adultos. Função equalizadora – Relaciona-se à igualdade de oportunidades, que possibilite oferecer aos indivíduos novas inserções no mundo do trabalho, na vida social, nos espaços da estética e nos canais de participação. A equidade é a forma pela qual os bens sociais são distribuídos tendo em vista maior igualdade, dentro de situações específicas. Nessa linha, a EJA representa uma possibilidade de efetivar um caminho de desenvolvimento a todas as pessoas, de todas as idades, permitindo que jovens e adultos atualizem seus conhecimentos, mostrem habilidades, troquem experiências e tenham acesso a novas formas de trabalho e cultura. Função qualificadora – Refere-se à educação permanente, com base no caráter incompleto do ser humano, cujo potencial de desenvolvimento e de adequação pode se atualizar em quadros escolares ou não-escolar.
 Analise a situação da formação docente para atuação no EJA? No Brasil a formação de jovens e adultos começou, quando se viu necessário profissionalizar a nova sociedade pós-escravidão, para a recente industrialização e urbanização do país. Deste período até os dias de hoje muito se foi feito para que a Educação de Jovens e Adultos fosse vista não apenas como uma forma de habilitação para o mercado de trabalho, mas como a formação de cidadãos críticos, reflexivos e autônomos. O papel do professor é de mediador desta formação, utilizando métodos de ensino adequados, possibilitando aos alunos a oportunidade de alcançarem cada vez mais um novo nível de conhecimento que satisfaça suas necessidades como indivíduo de uma sociedade. Para que esse objetivo seja alcançado têm-se a preocupação com a formação do professor, que deve ser contínua. A formação de professores voltada à EJA visa aperfeiçoar técnicas pedagógicas, metodologias de ensino que possibilitem a permanência desses educandos na escola, proporcionando-lhes um ensino significativo, que os levem à análise crítica dos fatos abordados em sala de aula e do seu meio social.
 Ao longo dos anos, como tem sido a questão da EJA no Brasil? A EJA vem ocupando um espaço reduzido no sistema educativo, estando marcada por apresentar um caráter estritamente compensatório e por constituir lugar exclusivo e reconhecido dos desprovidos de valor social. Alfabetizar jovens e adultos tem sido um desafio para o sistema educacional brasileiro, pois ainda constatamos a existência de pessoas adultas pouco ou não alfabetizadas. Essa constatação fere um dos principais princípios do direito à cidadania, que é o direito à Educação Básica, em qualquer idade e para toda a vida. Atualmente, quando tratamos da Educação de Jovens e Adultos, referimo‑nos à oferta da Educação Básica, que inclui o Ensino Fundamental e o Ensino Médio para os que não estudaram ou completaram seus estudos na idade própria. Por muito tempo, a preocupação fora a erradicação do analfabetismo e a manutenção de classes de alfabetização. 
 Com relação ao atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais como deve ser o processo de construção do P.P.P. da escola? Face aos princípios e diretrizes da educação inclusiva é possível afirmar que o Brasil ainda não reúne condições de efetivar tal projeto em toda a sua dimensão. Ainda hoje o precário atendimento as necessidades escolares dos alunos brasileiros são responsáveis pelos elevados índices de evasão e repetência escolar.
 Como a autora Maria Fernanda Rezende Nunes define que o neoliberalismo entra no cenário mundial? Entra no cenário mundial difundindo a crença no mercado o Estado mínimo a exaltação da empresa privada e o darwinismo social, com a naturalização dos índices de desemprego. As políticas passam a se dirigir para a privatização o corte dos gastos públicos entre eles os benefícios sociais. Entretanto o desmonte do Estado do Bem-Estar Social nos países que foram efetivamente beneficiados por ele não é e nem tem sido tão fácil quanto a formulação teórica sugere, pois, os trabalhadores organizados tem forças para lutar pela garantia das suas conquistas. Ele vai entrando como “uma luva” no Brasil sendo defendidas por tendências políticas divergentes.
 Como é composto o aluno do EJA? Os alunos do EJA são jovens e adultos que representam uma parcela grande da população, que não tiveram acesso ao seu direito de estudar no tempo previsto em Lei, de 6 a 14 anos. O público do EJA é composto, como o próprio nome diz, de pessoas jovens e adultas, e isso significa que do ponto de vista da aprendizagem, elas não podem ser consideradas pessoas vazias. Elas têm uma história, uma trajetória, e por isso mesmo trazer consigo diferentes experiências, bagagens e conhecimentos acumulados ao longo de sua existência. A inserção em diferentes espaços, como família, trabalho, grupo religioso, entre outros, vai dando a esses jovens e adultos uma visão muito particular de mundo, de valores, vai formando sua personalidade. Além disso, no contexto da sala de aula, é impossível dissociar a vida pessoal de cada um: seus sonhos e frustrações, conquistas e decepções, memórias, alegrias e traumas construídos ao longo de sua trajetória.
 Como Fáveo e Andrade definem a Política Pública da Educação de Jovens e adultos no Brasil? A Educação de Jovens e Adultos (EJA), no Brasil, sempre ocupou espaço reduzido nos sistemas educativos, com um caráter estritamente compensatório e quase que exclusivo dos desprovidos de valor social. Os currículos, conteúdos, métodos e materiais didáticos utilizados na Educação de Jovens e Adultos geralmente reproduzem inadequadamente os modelos voltados às crianças. A origem dos problemas está na não-universalização do Ensino fundamental e no afastamento do poder público no que se refere à definição e implementação de políticas públicas que garantam o atendimento de jovens e adultos trabalhadores. As ações definidas para a EJA configuram-se como campanhas ou movimentos, em geral desenvolvidos a partir do governo, com envolvimento de organizações da sociedade civil para a realização de propostas de eliminação do analfabetismo ou de formação de mão-de-obra, em curtos espaços de tempo. Essas políticas não têm atingido as causas do problema, perdem -se na descontinuidade administrativa e são associadas ao ensino noturno supletivo que absorve jovens e adultos que não conseguiram concluir o ensino básico na idade regular.
 Como Lourenço Filho via a questão do analfabetismo? Lourenço Filho trouxe o conceito de alfabetização funcional da Educação Fundamental ou da Educação de Base, a qual consistia no desenvolvimento dos conhecimentos de leitura, escrita e cálculo, noções gerais de história, geografia, ciências, higiene, saúde e civismo para as crianças e também para os adultos analfabetos. A educação de base corresponderia aos conteúdos da escola primária. Assim, a educação de adultos, com os mesmos conteúdos da escola primária para as crianças, já contribuía para a realização do ideal de educação para todos. No caso específicodo Brasil, atribuía‑se ao ensino supletivo o esforço de fornecer a todos a educação de base ou educação fundamental, entendendo‑se por educação de base o processo educativo dedicado a proporcionar a cada indivíduo os instrumentos indispensáveis da cultura de seu tempo, em técnicas que facilitassem o acesso a essa cultura – como a leitura, a escrita, a aritmética elementar, noções de ciências, de vida social, de civismo, de higiene – e com as quais, segundo suas capacidades, cada homem pudesse desenvolver‑se e procurar melhor ajustamento social.
 De acordo com Valle (2009) o pensamento neoliberal educacional vê a escola? Como espaço do desenvolvimento de talentos, hábitos de preparação para desafios conectada com a atividade geral das vidas humanas, pois a nova liberdade é a política do conflito regulado e a economia social da maximização de oportunidades da vida intelectual. 
 Elabore uma lista sobre as características dos alunos da EJA. Os alunos e alunas de EJA trazem consigo uma visão de mundo influenciada por seus traços culturais de origem e por sua vivência social, familiar e profissional. Podemos dizer que eles trazem uma noção de mundo mais relacionada ao ver e ao fazer, aberto à aprendizagem, eles vêm para a sala de aula com um olhar que é, por um lado, um olhar receptivo, sensível, e, por outro, é um olhar ativo: olhar curioso, explorador, olhar que investiga, olhar que pensa. O sistema ver EJA, como espaço de relações Inter geracionais, de diálogo entre saberes, de compreensão e de reconhecimento da experiência e da sabedoria, tensionadas pelas culturas de jovens, adultos e idosos tem, muitas vezes, essas relações tratadas como problemas. As formas de expressão conflitam com padrões homogêneos, exigindo acolher a discussão de juventudes, do tempo de vida adulta e de velhices, no plural.
 Em nossos estudos destacam-se a importância do processo de interação entre o professor e o aluno da EJA, no desenvolvimento do trabalho pedagógico ao se buscar uma mudança na prática pedagógica, visando a vida do trabalho e de estudos do aluno da EJA, visando ao acesso, permanência com sucesso e inclusão na escolaridade básica brasileira. Quais são as características do projeto pedagógico do Eja para que... O reconhecimento da diversidade na EJA levou a legislação educacional a tomar a decisão de garantir o acesso e a permanência dos alunos na escola, e para que eles tenham sucesso na aprendizagem, com um ensino de qualidade, possibilitando‑lhes um atendimento de acordo com as suas condições e modos de vida. Encontramos, na legislação artigos que determinam, esclarecem e orientam ações, programas e projetos que dão suporte ao desenvolvimento dessa modalidade de ensino. A metodologia desse ensino está voltada para a discussão do desenvolvimento e aprendizado de jovens e adultos, a organização das atividades em projetos e o papel do professor na organização e direção das situações de aprendizagem dos alunos. A metodologia da Língua Portuguesa é discutida tendo o texto de uso social como o condutor da alfabetização de jovens e adultos, considerando a prática social e localização cultural. A metodologia de Matemática tem como fundamento articular os conteúdos com questões da realidade e evitar a fragmentação por meio do trabalho em torno de eixos ou núcleos centrais que possibilitem a análise dos fenômenos. A metodologia de Estudos da Sociedade e da Natureza tem o objetivo de aprimorar a formação da cidadania, considerando os educandos como sujeitos de sua própria história e da de seu tempo, tendo em vista que a complexidade do mundo moderno, as rápidas transformações das tecnologias de informação e comunicação e as mudanças nas formas de produção exigem o desenvolvimento de habilidades e competências que levem os alunos a compreender criticamente a sociedade em que vivem, inserindo‑os na realidade, de forma consciente e participativa.
 Enunciado: Que a educação seja o processo através do qual o indivíduo toma a história em suas próprias mãos, a fim de mudar o rumo da mesma. Como? Acreditando no educando, na sua capacidade de aprender, descobrir, criar soluções, desafiar, enfrentar, propor, escolher e assumir as consequências de sua escolha. Mas isso não será possível se continuarmos bitolando os alfabetizandos com desenhos pré-formulados para colorir, com textos criados por outros para copiarem, com caminhos pontilhados para seguir, com histórias que alienam, com métodos que não levam em conta a lógica de quem aprende. (FUCK, 1994, p. 14 - 15). Tendo por referência a passagem textual, disserte sobre as concepções que permearam a trajetória histórica da Educação de Jovens e Adultos e indique que tipo de educação deve ser desenvolvido para atender as necessidades de pessoas que não tiveram acesso à escola em idade escolar. EJA no Brasil, muitos desafios são enfrentados, o que exige tratar de aspectos conceituais que sustentam modos de formular e compreender este diagnóstico e que, mais do que isto, orientam políticas públicas de Estado. Primeiramente cabe abordar a concepção de educação de jovens e adultos, que entende educação como direito de aprender, de ampliar conhecimentos ao longo da vida, e não apenas de se escolarizar. Tratar a EJA como direito significa reafirmar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, para a qual a educação constitui direito fundamental da pessoa, do cidadão; mais do que isto significa criar, oferecer condições para que esses direitos sejam, de fato, exercidos. Desde o final da primeira metade do século XX, os sistemas nacionais de educação vêm decidindo seus rumos e filosofia a partir da prioridade política assumida por todos os Estados. Entre nós, brasileiros, só em 1988 o direito à educação para todos voltou à Constituição Federal. A solução e entender que: EJA é espaço de tensão e aprendizado em diferentes ambientes de vivências, que contribuem para a formação de jovens e de adultos como sujeitos da história. Negros, brancos, indígenas, amarelos, mestiços; mulheres, homens; jovens, adultos, idosos; quilombolas, pantaneiros, ribeirinhos, pescadores, agricultores; trabalhadores ou desempregados — de diferentes classes sociais; origem urbana ou rural; vivendo em metrópole, cidade pequena ou campo; livre ou privado de liberdade por estar em conflito com a lei; pessoas com necessidades educacionais especiais – todas elas instituem distintas formas de ser brasileiro, que precisam incidir no pl e execução de diferentes propostas e encaminhamentos para a EJA.
 Escreva sobre a importância do planejamento didático. A importância do planejamento é para fugir da rotina, da repetição mecânica dos cursos e das aulas; para evitar a improvisação o que pode provocar ações soltas, desintegradas. É um processo que “visa dar respostas a um problema, estabelecendo fins e meios que apontem para a sua superação de modo a atingir objetivos previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro”, mas considerando as condições do presente, as experiências do passado, os aspectos contextuais e os pressupostos filosóficos, culturais, econômicos e político de quem planeja e com quem se planeja. Para garantir: a eficiência, eficácia e efetividade do processo ensino-aprendizagem; a continuidade do trabalho do professor; o cumprimento da programação estabelecida; a distribuição racional do tempo disponível; a seleção cuidadosa dos objetivos, dos conteúdos, assim como de metodologia, recursos e procedimentos de avaliação; o conhecimento por parte dos alunos, das metas do trabalho do professor.
 Escreva sobre como deve ser a avaliação na EJA? A avaliação dos alunos da Educação de Jovens e Adultos tem o objetivo de garantir‑lhes a aprendizagem com sucesso na escola. A sequência de atividades planejadas, de antemão, pelo educador não pode ser considerada como um plano fixo e imóvel. Se houver necessidade, ajustes devem ser realizados no decorrer da realização do plano, para que os objetivos de aprendizagem sejam atingidos. O plano de trabalho deve seravaliado não apenas quanto ao que os alunos sabem ou não sabem, mas avaliar a proposta pedagógica, a adequação dos trabalhos do professor em relação aos alunos que tem sob sua responsabilidade. Os objetivos didáticos é que devem orientar o estabelecimento de critérios de do processo de avaliação continuada das aprendizagens. Quanto à avaliação final, devem ser estabelecidos critérios que reflitam os aspectos essenciais das aprendizagens da Educação de Jovens e Adultos como um todo, que estão relacionados aos pilares das competências e habilidades do aprender a fazer e do aprender a aprender, que garantem independência e autonomia nos processos de aprendizagem individual. Podemos elencar, como critério de avaliação como: • compreender um texto lido; • produzir uma mensagem escrita; • ler e escrever números naturais; • resolver problemas simples; • identificar informações contidas em tabelas ou esquemas simples.
 Escreva sobre a importância de Paulo Freire na atualidade do EJA e a educação como um todo? A educação popular foi por muito tempo marginalizada pela escola oficial. O movimento que começa no final da década de 50, se estende pela de 60 é uma herança cultural, uma verdadeira pedagogia de luta, transformação, libertação. Paulo Freire é símbolo dessa luta. Ele sempre tinha muito a aprender, escutar, dialogar. Ele não admitia educação como método ou técnica neutra, negava esta neutralidade. Para ele, educação é ato político. O povo não é desestruturado. Há um tecido social pedagógico-educativo, onde seres humanos se constroem, se destroem, constroem suas identidades, seus valores. Ao questionar o legado de Freire para a educação de jovens e adultos consideramos que o desafio que Freire continua nos colocando é como desenvolver a EJA na perspectiva e no espírito da educação popular e de forma a preparar o cidadão para participar ativamente do processo democrático. Embora a escolaridade ainda seja um dos principais desafios da EJA, como reconstituir e valorizar a dimensão política e emancipatória desse processo? Os nossos processos de ensino aprendizagem estão ainda excessivamente mais preocupados com o ensino do que com a aprendizagem. Como trazer os educandos para o centro da nossa preocupação pedagógica em termos teórico-metodológicos, políticos e práticos? Num mundo ainda regido pelo neoliberalismo, pela predominância do mercado e pela influência da empregabilidade sobre os contornos da EJA, que ofertamos, como estabelecer novas utopias em que os princípios de qualidade de vida, solidariedade, justiça e sustentabilidade predominem sobre os do consumismo, do individualismo e de uma visão antropocêntrico da relação do mundo natural – humano e natureza? Freire sempre nos desafia e questiona. O lançamento da política de participação social coloca desafios imediatos que a EJA não pode se furtar a responder. A educação popular foi por muito tempo marginalizada pela escola oficial. O movimento que começa no final da década de 50, se estende pela de 60 é uma herança cultural, uma verdadeira pedagogia de luta, transformação, libertação. Paulo Freire é símbolo dessa luta. Ele sempre tinha muito a aprender, escutar, dialogar. Ele não admitia educação como método ou técnica neutra, negava esta neutralidade. Para ele, educação é ato político. O povo não é desestruturado. Há um tecido social pedagógico-educativo, onde seres humanos se constroem, se destroem, constroem suas identidades, seus valores. 
 Experiências em EJA no BRASIL. Alfabetização Solidária – Com o intuito de reduzir os índices de analfabetismo no país, o governo brasileiro, criou em 1997 o Programa de Alfabetização Solidária (PAS). Diversas ações foram realizadas e os resultados obtidos mostraram que o PAS contribuiu para a diminuição do analfabetismo entre jovens e adultos. Brasil alfabetizado – Promover a superação do analfabetismo entre jovens com 15 anos ou mais, adultos e idosos e contribuir para a universalização do ensino fundamental no Brasil. Sua concepção reconhece a educação como direito humano e a oferta pública da alfabetização como porta de entrada para a educação e a escolarização das pessoas ao longo de toda a vida. Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (MOVA) - Surgiu em 1989 em São Paulo durante a gestão de Paulo Freire na secretaria municipal de educação de São Paulo, com uma proposta que reunia Estado e Organizações da Sociedade Civil, para combater o analfabetismo entre jovens e adultos. Objetivo: assegurar a todos os jovens e adultos a escolaridade, combatendo o preconceito em relação ao analfabetismo. 
 Explique o que vem a ser o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). O IDEB é um indicador da qualidade educacional, que combina o Saeb, a Prova Brasil e a taxa de aprovação de cada escola e de cada município, considerada com o tempo médio que o aluno leva para concluir uma série. Foi criado com o propósito de nortear as políticas educacionais do país, a fim de melhorar a qualidade do processo ensino-aprendizagem. Este índice analisa, no mesmo indicador, o desempenho dos alunos nas avaliações aplicadas pelo MEC nas redes públicas de todo o país e as taxas de evasão e repetência destas mesmas escolas.
 Escreva sobre o trabalho com projetos na EJA. O que é? Como deve ser o trabalho? O que significa um bom projeto? Especifique suas partes. Preparar um projeto requer a integração de múltiplos recursos, conhecimento e estratégias. O projeto parte de uma situação-problema, de uma necessidade, tem o objetivo compartilhado com todos os envolvidos e prevê um produto final, predefinido e compartilhado com os participantes. Todo projeto necessita de uma metodologia e a metodologia de projetos está relacionada a uma visão interdisciplinar dos saberes, pelo fato dela estar centrada na resolução de problemas da vida prática. Deve-se ter em mente que um projeto deve estar embasado em problemas da vida cotidiana para que a fatia de realidade recortada para o estudo seja inteiramente analisada, desmistificada e conhecida por todos os envolvidos. Além disso, deve-se ter em mente que o conhecimento advindo desse processo, resultado de uma metodologia de integração e superposição de saberes, possa proporcionar um novo jeito de ser e de sentir, trazer uma nova luz, que reflita uma nova forma de “estar no mundo”, processo este que nos exige sabedoria para bem conviver conosco e com o que nos rodeia. Entre outras coisas, um bom projeto tem um objetivo claro e uma justificativa coerente com o mesmo, o educando conhece o assunto e sabe o que os alunos conhecem e desconhecem do mesmo, o conteúdo do projeto é significativo em si e para os alunos, os alunos compartilham o objetivo do projeto, o tema e os desdobramentos do projeto estão incluídos em práticas sociais, de modo a sempre transcender os muros da escola e o produto final do projeto torna visíveis os processos de aprendizagem e conteúdo apreendidos.
 Explique a responsabilidade sobre a Gestão da Educação dentro do contexto moderno a partir dos impactos e demandas econômicas, políticas e sociais, culturais e tecnológicas. As políticas e a gestão da educação no Brasil caracterizam políticas do governo, a importância dessa disciplina é justificada pelo seu compromisso e formação do cidadão. Vários desafios são colocados para sociedade uma vez que o contexto educacional é mediado pelo contento político econômico, social e cultural. É necessário as condições da oferta de ensino de qualidade, organização do trabalho escolar compatível com os objetivos educativos da instituição, há necessidade de formação de professores que vão trabalhar com esses alunos no sentido de desenvolver a sociedade um novo cidadão mais completo e lúcido, mas em condição de atuar na sociedade contribuindo para o seu enriquecimento. São necessários mecanismos de informação e da comunicação entre todos os segmentos da escola, gestão democrática, participação de diversos grupos e pessoas nas atividades e espaços educativos.
 Lederman realizou em 1926 umdos mais antigos estudos sobre Andragogia, estabelecendo cinco pressupostos. Explique com suas palavras o que é Andragogia e comente o pressuposto abaixo dando um exemplo de aplicação: “A experiência é a mais rica fonte para jovens e adultos aprenderem; por isso, o centro da metodologia da educação de adultos é a análise das experiências". Andragogia é a arte ou ciência de orientar adultos a aprender. O termo remete a um conceito de educação voltada para o adulto, em contraposição à pedagogia, que se refere à educação de crianças (do grego paidós, criança). A andragogia é um conceito amplo de educação do ser humano, em qualquer idade. A UNESCO já usou o termo para referir-se à educação continuada. Ciência que estuda as melhores práticas para orientar adultos a aprender. É preciso considerar que a experiência é a fonte mais rica para a aprendizagem de adultos. Estes são motivados a aprender conforme vivenciam necessidades e interesses que a aprendizagem satisfará em sua vida. O modelo baseia-se nos seguintes princípios. 1. Necessidade de saber: adultos precisam saber por que precisam aprender algo e qual o ganho que terão no processo. 2. Autoconceito do aprendiz: adultos são responsáveis por suas decisões e por sua vida, portanto querem ser vistos e tratados pelos outros como capazes de se autodirigir. 3. Papel das experiências: para o adulto suas experiências são a base de seu aprendizado. As técnicas que aproveitam essa amplitude de diferenças individuais serão mais eficazes. 4. Prontidão para aprender: o adulto fica disposto a aprender quando a ocasião exige algum tipo de aprendizagem relacionado a situações reais de seu dia-a-dia. 5. Orientação para aprendizagem: o adulto aprende melhor quando os conceitos apresentados estão contextualizados para alguma aplicação e utilidade. 6. Motivação: adultos são mais motivados a aprender por valores intrínsecos: autoestima, qualidade de vida, desenvolvimento.
 Faça a linha do tempo da história do EJA. Inclua dados históricos e políticos da mesma época. Década de 30 - A educação de adultos começa a delimitar seu lugar na história da educação no Brasil. Década de 40 - Ampliação da educação elementar, inclusive da educação de jovens e adultos. Década de 50 - Pensamento Paulo Freire. Década de 60 - Pensamento de Paulo Freire, assim como sua proposta para a alfabetização de adultos, inspira os principais programas de alfabetização do país. 1964 - Plano Nacional de Alfabetização, orientado pela proposta de Paulo Freire. Foi interrompida pelo Golpe Militar. 1967- Governo assume o controle dos Programas de Alfabetização de Adultos, tornando-os assistencialistas e conservadores. Lançado o MOBRAL. 1969 - Campanha Massiva de Alfabetização. Década de 70 - MOBRAL expandiu-se pelo território nacional. PEI – Programa de Educação Integrada, derivado do MOBRAL, sendo uma forma condensada do antigo curso primário. Década de 80 - Movimentos sociais e início da abertura política. Os projetos de alfabetização se desdobraram em turmas de pós-alfabetização. 1985 - MOBRAL extinto e seu lugar ocupado pela Fundação Educar, que apoiava iniciativas do governo, entidades civis e empresas. Década de 90 - Extinção da Fundação Educar, criou-se um vazio na Educação de Jovens e Adultos. Década de 90 - Conferência Mundial de Educação para Todos. 1997 - V Conferência Internacional de Educação de Jovens. 1998 - LDB 9394/96. 2000 - Parecer nº 11/2000 – CEB/CNE trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Também foi homologada a Resolução nº 01/00 – CNE.
 Há uma explicação para o difícil processo de legitimação do direito à educação para as populações pobres no Brasil? O modo de tratar sujeitos analfabetos ou de baixa escolaridade como um grupo homogêneo, inadequação de currículos, conteúdos, métodos e materiais didáticos são a marca da discriminação que contribui significativamente para a manutenção das desigualdades e, consequentemente, para uma recorrente produção de excluídos.
 Leia a epígrafe: “As características do leitor: cultura, conhecimento prévio e linguístico, esquemas conceituais e o seu propósito na leitura é que irão produzir maneiras diferenciadas de interpretação dos textos. A capacidade de interpretar e aprender com os textos está diretamente ligada àquilo que o indivíduo conhece antes do ato da leitura. As características do leitor são tão importantes como as do texto. ” (Durante, 1998, p. 29). Diante do que foi citado acima e do que aprendemos na aula, como deve ser o trabalho com Língua Portuguesa na Educação de Jovens e Adultos? Que princípios norteados devem ser levados em consideração (cite e explique pelo menos três princípios). A metodologia da Língua Portuguesa é discutida tendo o texto de uso social como o condutor da alfabetização de jovens e adultos, considerando a prática social e localização cultural. Comprometida com o uso social da leitura e escrita, pretende romper com a aprendizagem de técnicas de leitura e escrita e com a dicotomia das formas mecânicas de ler e aprender. Para que o processo educativo com a linguagem seja realizado em direção a uma aprendizagem significativa, é necessário não perder de vista o que é ler e escrever. A resposta é relativamente simples: ler corresponde a compreender um texto, e escrever é produzir esse texto. A predisposição para a aprendizagem vem quando escrever e ler tem sentido e há, por parte do aluno, motivação para aprender. Por outro lado, com a crença de que poder é querer, o professor consegue atuar com relação à autoestima do educando, garantindo a aprendizagem significativa. Alguns objetivos gerais que são propostos para a área da Língua Portuguesa: como por exemplo que os educandos sejam capazes de: • Valorizar a língua como veículo de comunicação e expressão das pessoas e dos povos. • Respeitar a variedade linguística que caracteriza a comunidade dos falantes da Língua Portuguesa. • Expressar‑se oralmente com eficácia em diferentes situações, interessando‑se por ampliar seus recursos do sistema de representação. 
 Lourenço Filho defendeu a necessidade da elevação dos níveis de instrução de toda a população como condição para o desenvolvimento econômico da nação. Foi protagonista da Campanha de Educação de Adultos na década de 1940, que visava instituir políticas globais para tornar possível solucionar problemas. Em 1949, organizou e dirigiu o Seminário Interamericano de Alfabetização e Educação de Adultos, realizado no Rio de Janeiro, sob os auspícios da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco). Defendia a educação comum para todo o Estado Brasileiro e chamava isso de educação de base que inclui ler, escrever, contar, princípios básicos de saúde e higiene, e conhecimentos de história e geografia. Nessa ocasião recebeu o título de “ Maestro de las Américas”. De acordo com esse texto e dos estudos realizados, como Lourenço Filho via a questão do analfabetismo? Lourenço Filho trouxe o conceito de alfabetização funcional da Educação Fundamental ou da Educação de Base, a qual consistia no desenvolvimento dos conhecimentos de leitura, escrita e cálculo, noções gerais de história, geografia, ciências, higiene, saúde e civismo para as crianças e também para os adultos analfabetos. A educação de base corresponderia aos conteúdos da escola primária. Assim, a educação de adultos, com os mesmos conteúdos da escola primária para as crianças, já contribuía para a realização do ideal de educação para todos. No caso específico do Brasil, atribuía‑se ao ensino supletivo o esforço de fornecer a todos a educação de base ou educação fundamental, entendendo‑se por educação de base o processo educativo dedicado a proporcionar a cada indivíduo os instrumentos indispensáveis da cultura de seu tempo, em técnicas que facilitassem o acesso a essa cultura – como a leitura, a escrita, a aritmética elementar, noções de ciências, de vida social, de civismo, de higiene – e com as quais, segundo suascapacidades, cada homem pudesse desenvolver‑se e procurar melhor ajustamento social.
 Maria Clara Di Piero sobre a LDB 9394 para elevar idades mínimas de ingresso no EJA, que segundo a Lei 9394/96, é 15 anos para o ensino fundamental e 18 para o ensino médio.: O tema não reuniu consenso na rodada de audiências públicas realizadas pelo CNE em 2007. Minha posição naquela ocasião foi; Nas últimas décadas, a EJA foi chamada a cumprir uma nova função, qual seja , a de acolher a reinserir no sistema educativo adolescentes das camadas populares dele excluídos devido aos processos de seleção presentes na escola regular (fracasso escolar, rejeição a adolescentes com defasagem idade-série, discriminação de jovens tidos com indisciplinados, recusa ao atendimento a adolescentes em liberdade assistida, etc.) e relacionados a processos mais amplos de exclusão social ( pobreza, desemprego, novas configurações das famílias, violência urbana, etc.). Assim, para que se assegure o direito à educação de qualidade, qualquer redefinição dos parâmetros de acolhimento ou rejeição desses adolescentes na EJA deve ser acompanhada de políticas sociais a expulsar esses adolescentes. Uma eventual elevação da idade mínima de ingresso no EJA deve ser acompanhada de políticas de atenção aos adolescentes como elevada defasagem idade-série e aos jovens com baixa escolaridade cujas condições socioeconômicas impõem o ingresso precoce no mundo do trabalho. A partir das colocações de Maria Clara Di Pierro, discuta as questões relativas à função social da educação de jovens e adultos e a idade para o ingresso na educação de jovens e adultos no Ensino Fundamental e Ensino Médio. Deve-se levar em consideração o perfil desses estudantes, distinto daqueles que têm oportunidade de estudar na “idade convencional” no que diz respeito à seleção de conteúdos, materiais didáticos e metodologias de ensino e da avaliação, uma vez que esses alunos, em sua maioria, trabalham durante o dia em período integral. A ausência do domínio da leitura e da escrita, no entanto, não representa ausência de cultura e outros saberes não acadêmicos. Nesse contexto, os projetos pedagógicos para turmas da EJA devem ser pensados de maneira que possam contemplar o multiculturalismo e que sejam capazes de valorizar e reconhecer a complementaridade entre os saberes acadêmicos e os informais (ligados ao contexto sociocultural do educando), a experiência de vida já adquirida pelos discentes e as diferenças entre as formas de conhecimento. O currículo deve abranger temas que possibilitem compreender o contexto em que os alunos vivem, ou seja, que apresentem significado. Essa concepção está de acordo com o documento base do Proeja, que estabelece o objetivo da educação para adultos integrada à formação profissional.
 Mariana é uma professora que se mudou recentemente para uma cidade no interior da Bahia e conseguiu aulas em uma escola de alfabetização de adultos, que trabalham o dia todo na lavoura e estudam à noite. Sugira uma atividade de língua Portuguesa para Mariana trabalhar com seus alunos. É importante que o ensino da EJA não copie o mesmo modelo de aula desenvolvida no ensino regular. Temos de considerar as condições específicas do aluno que participa das aulas. A metodologia da Língua Portuguesa é discutida tendo o texto de uso social como o condutor da alfabetização de jovens e adultos, considerando a prática social e localização cultural. Comprometida com o uso social da leitura e escrita, pretende romper com a aprendizagem de técnicas de leitura e escrita e com a dicotomia das formas mecânicas de ler e aprender. Um exemplo de atividade pode ser: Classificar palavras ou expressões pelo critério de proximidade do sentido (nomes de pessoas, nomes de animais, nomes de cores, nomes de ferramentas, expressões que servem para descrever uma casa, atividades que realizamos no fim de semana etc.).
 Na Declaração de Hamburgo de 1997, há o reconhecimento do direito do adulto que não concluiu a educação básica na idade própria, conforme o texto a seguir: A Educação de Adultos torna-se mais que um direito: é a chave para o século XXI; é tanto consequência do exercício da cidadania como condição para uma plena participação na sociedade. Além do mais, é um poderoso argumento em favor do desenvolvimento ecológico sustentável, da democracia, da justiça, da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento socioeconômico e cientifico, além de um requisito fundamental para a construção de um mundo onde a violência cede lugar ao diálogo e à cultura de paz baseada na justiça (Declaração de Hamburgo, 1997). - Quais são os aspectos na Declaração de Hamburgo que foram discutidos e que destacam a importância da educação de jovens e adultos? Em 1997, foi realizada uma conferência internacional sobre a educação de adultos em Hamburgo, que estudava o trabalho, o trabalhador e sua escolaridade, da qual resulta a Declaração de Hamburgo: uma agenda para o futuro da educação do trabalhador. Com 27 indicadores, dez metas na agenda para a educação de adultos para o século XXI, esse encontro propôs‑se a discutir dez temas, conforme vimos apontados no sumário apresentado anteriormente, assim como um plano, a partir da declaração efetivada, para o acompanhamento dos trabalhos que nortearão os encontros futuros. Foi assumido o compromisso de melhorar o nível de vida e promover uma educação democratizada; Encorajar a participação da sociedade civil na criação de comunidades de aprendizado; Também enfatizou a necessidade de eliminar toda forma de preconceito na educação, tendo como alvo uma educação livre e acessível; Reconhecimento das minorias com suas peculiaridades; A educação aos adultos deveria ser implementada em todos os setores da sociedade, como indústria, agricultura, comércio, turismo, etc.; Temas – 1- Educação de adultos e democracia; 2- Melhorar as condições e qualidade da educação de adultos; 3- Garantir o direito universal à alfabetização e educação básica; 4- Educação de adultos, igualdade e equidade entre homens e mulheres e a autonomia da mulher; 5- Educação de adultos e a mutação no mundo do trabalho; 6- Educação de adultos em relação com meio ambiente, saúde e população; 7- Educação de adultos, cultura, meios de comunicação e novas tecnologias de informação; 8- Educação de adultos para todos: os direitos e aspirações dos diferentes grupos (idosos, migrantes e nômades, refugiados, deficientes e populações prisionais); 9- Aspectos econômicos da educação de adultos; - Fomentar a cooperação e a solidariedade internacional. 
 Na educação de jovens e adultos, o ensino da língua portuguesa deve ter como finalidade o desenvolvimento da capacidade de representação e comunicação. O texto é a unidade básica do ensino e não as letras, sílabas, palavras ou frases descontextualizadas. A aprendizagem significativa dos conteúdos implica na atribuição de sentido e construção de novos significados. Paulo Freire foi fonte inspiradora que levou a muitas experiências formais de escolarização de jovens e adultos, pois para alfabetizar as pessoas analfabetas parte do universo cultural dos alunos, reconhecendo suas experiências e histórias de vida e associa-os ao sentido político e social da educação. Como Paulo Freire pensou o processo de alfabetização para os analfabetos? Conforme vimos antes, Paulo Freire investe contra o discurso liberal em matéria de educação, condenando a educação puramente técnica e científica. Para ele, o trabalhador precisa adquirir uma consciência política, para desempenhar com inteira liberdade sua cidadania. Paulo Freire considera o conceito de “educação bancária”, dizendo que o educando memoriza os dados mecanicamente e os repete. O educador é o sujeito do processo e os educandos são meros objetos. Por isso, a educação libertadora do homem visa a construir o diálogo, através do qual os oprimidos possam confrontar os opressores. As idéias de Paulo Freire em relação ao processo de alfabetização de adultos começam com a crítica do sistema tradicional que tinhaa “Cartilha” como base Era um método abstrato, pré-fabricado e imposto. A partir daí, Paulo Freire procurou os caminhos para encontrar um jeito mais humano de ensinar-aprender a ler e escrever. Segundo ele “a educação deve ser um ato coletivo, solidário, um ato de amor”. A primeira etapa pedagógica de construção do método foi chamada por Paulo Freire de vários nomes: “levantamento do universo vocabular”, “descoberta do universo vocabular”, etc. O contato inicial é realizado no campo. Trata-se de uma pesquisa simples que tem como objetivo imediato a obtenção dos vocábulos mais usados pela população a se alfabetizar. Uma vez composto o universo das palavras geradoras, trata-se de exercitá-las com a participação da comunidade. As palavras geradoras são escolhidas após pesquisa no meio ambiente. Em seguida, projeta-se a palavra dividida em sílabas. A partir daí o grupo passa a criar outras palavras. E assim por diante.
 Na Lei n° 9394/96, a seção V trata da educação de jovens e adultos, e encontramos no: Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. § 1° Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características dos alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. § 2° O Poder Público viabilizará e estimulará a acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si. § 3° A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação profissional, na forma do regulamento (incluído pela Lei n° 11.741, de 2008). O que o art. 37 da Lei n° 9394/96 assegura aos jovens e adultos que não estudaram na idade própria? O artigo esclarece todos os direitos assegurados às pessoas jovens e adultas. Ele esclarece para quem se destina: aos que não puderam, por diferentes razões, ser matriculados na escola, aos que não puderam continuar seus estudos, seja por exclusão, abandono ou outros motivos, tanto o Ensino Fundamental como o Médio.
 Na Lei º9394/96, art. 38, que trata da educação de jovens e adultos, estabelece que: Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular. §1ºOs exames a que se refere este artigo realizar-se-ão. I- No nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos. II- No nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos. §2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos, mediante exames. Quais são as atribuições dos sistemas do ensino no atendimento à educação de jovens e adultos? O artigo informa de maneira explícita para a EJA são as responsabilidades dos diferentes poderes executivos: federal, estaduais e municipais frente à educação escolar brasileira. Deixa bem claro quais as atribuições de cada um deles, sugerindo o desenvolvimento das atribuições e competências de forma colaborativa, tendo como objetivo principal a oferta da educação escolar. Define as funções como supletivas e redistributivas, o papel da União e a garantia de que, em todo o território nacional, existam oportunidades educacionais, com recursos adequados para o padrão de qualidade mínimo do ensino. 
 No que se baseia a EJA? No princípio, estabelecido pela Constituição de 1988 e na LDB onde toda e qualquer educação visa o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Normatiza as formas de oferta da EJA, bem como esclarece que esta deve basear‑se na base nacional comum, isto é, no currículo considerado mínimo para o cidadão que conclui a Educação Básica. Partindo do princípio de que a educação ocorre durante toda a vida e em qualquer espaço, prescreve o reconhecimento dos conhecimentos e experiências de vida dos educandos da EJA. 
 Nos anos de 1950, o clima de entusiasmo em relação a educação de jovens e adultos diminui, as iniciativas... explique a postura de Paulo Freire frente ao trabalho educativo na educação de jovens e adultos. Freire considerava a educação um ato político, uma construção contínua considerando a ação sobre a realidade do aluno. Para aprender a ler e escrever o aluno tem que perceber seu papel na sociedade e querer mudar, ter uma consciência crítica, perceber o mundo e suas constantes mudanças, observar, refletir e agir. Ele destaca o envolvimento que o professor deve ter com o aluno, conhecer sua história e sua capacidade de aprender para fazer a diferença na vida desse aluno. Também fala da importância desse diálogo para ampliar a visão do mundo que o aluno tem. Para ele o aluno deve se libertar através da educação, se ver como cidadão de direitos e deveres e mudar sua história.
 Nos estudos de Luria, apontaram que os indivíduos que tinham passado por algum processo de instrução e trabalhado nas fazendas coletivas utilizavam categorias abstratas na resolução das tarefas, independente da experiência do seu contexto concreto. Ao contrario indivíduos não escolarizados que continuaram trabalhando na agricultura tradicional tendiam a resolver as tarefas segundo seus contextos de experiência de vida e relações concretas usadas no cotidiano. Conclui-se então que não foi o processo de escolarização/alfabetização que determinou, exclusivamente, mudanças nos conteúdos e formas de pensamento desses adultos envolvidos na pesquisa. Pesquisadores apresentam diferentes posições teóricas a esse respeito. Um grupo que relaciona desenvolvimento com aprendizagem defende que a escolarização formal é condição necessária para o desenvolvimento de formas mais elaboradas de pensamento, o que muitas vezes leva ao entendimento de que aqueles que não tiveram acesso à escolarização formal são inferiores intelectualmente. Outros pesquisadores já afirmam que o desenvolvimento é que determina a aprendizagem e que o desenvolvimento cognitivo é universal e nada tem a ver com a escolarização formal. Ainda, outro grupo defende que a alfabetização é condição para o desenvolvimento do pensamento lógico‑formal e abstrato. Essa postura teórica levou ao mito da alfabetização em sociedades letradas como o diferencial entre os indivíduos, o que determina o grupo de indivíduos iletrados como deficitário no desenvolvimento de formas mais elaboradas de pensamento. Há também os pesquisadores que entendem que a aquisição da leitura e escrita desenvolve habilidades específicas que não influenciam no desenvolvimento cognitivo. 
 O governo brasileiro lança pela primeira vez em 1947 uma campanha visando alfabetizar a população... Faça um comentário das justificativas que levaram Lourenço Filho a dizer que alfabetizar adultos é mais rápido e simples. Lourenço Filho produziu ensaios e cartilhas para representar seu pensamento em relação a ensinar ler e escrever. Foi o primeiro diretor da Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos que estabelecia programas mínimos para o ensino elementar onde deveriam levar em conta as necessidades sociais e as capacidades individuais do educando, assim, o adulto em meio a sua vivência, tem uma ideia do sistema de escrita com mais semelhanças do que diferenças em relação à criança. As pessoas constroem hipóteses acerca da leitura pelos próprios portadores de texto, como o adulto já tem contato com muitos portadores, para ele se torna mais fácil ler e escrever. 
 O que a EJA (Educação de Jovens e Adultos) representa? A EJA é uma modalidade diferente do ensino regular em sua estrutura, o indivíduo adulto, já traz a sua experiência de vida, dessa forma há uma mudança daquilo que vai ser ensinado, para torná-lo significativo e atrativo para que o mesmo continue em sala de aula. O adulto para EJA são geralmente pessoas desempregadas, trabalhadoresem busca de uma melhor condição de vida, uma boa moradia e que lutam para superar suas condições precárias, no qual estão nas raízes do analfabetismo. Apesar do corte por idade a EJA não nos leva apenas a uma questão de especificidade etária, mas, a uma questão de especificidade cultural. Os jovens e adultos da EJA devem ser tratados sem desprezo, até porque já trazem consigo uma história de vida não muito boa. O professor da EJA deve estar preparado para trabalhar com cada tipo de vida inserida na sala de aula. Além de uma boa interação professor-aluno, que vai contribuir no processo ensino-aprendizado para o crescimento do educando e do educador em proporcionar meios que venham ajudar no desenvolvimento do aluno. A função reparadora da EJA significa não só os direitos civis como o direito a escola de qualidade, mas também ao reconhecimento da igualdade de todos e qualquer ser humano. Dessa forma, a EJA representa um caminho de aceleração no desenvolvimento do Brasil, que vem se arrastando com essa desigualdade social durante toda a história.
 O que a LDB determina quanto aos sistemas de ensino da EJA? A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96), em seu artigo 37º § 1º diz: Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. Segundo a LDB, em seu artigo 38º, “os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular”. No mesmo artigo, é definida a idade mínima para a realização dos exames: - Maiores de 15 anos podem prestar exames para a conclusão do Ensino Fundamental. - Maiores de 18 anos podem prestar exames para a conclusão do Ensino Médio. Adolescentes com idades inferiores as estabelecidas acima devem frequentar as escolas regulares.
 O que acha dos recursos que utiliza na EJA? Por quê? A EJA utiliza integralmente ou em partes, experiências da educação não-formal seguem as orientações curriculares do CNE, organizando os componentes e conteúdos em torno de eixos temáticos e tem o trabalho como eixo geral integrador desses temas. Esse material tem uma flexibilidade que possibilita a liberdade do professor preparar seu planejamento, podendo incluir textos e atividades que possam melhorar a sala de aula e a organização do processo ensino-aprendizagem.
 O que aponta o art. 211 da Constituição? Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino. § 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) § 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
 Os jovens e adultos que frequentam o EJA tem qual objetivo em mente? Geralmente quem entra na EJA são pessoas adultas, que não tiveram a oportunidade de frequentar a escola na idade própria. Para uma pessoa adulta que retoma seus estudos, o desejo maior é o de se preparar para o trabalho, de ter autonomia e de se dar bem profissionalmente. Mas atualmente para muitos alunos jovens considerados problemáticos e até com atraso de aprendizagem usam recuperar o tempo perdido, e essa estratégia não parte só dos jovens, há incentivos velados das redes para que alunos com defasagem e indisciplinados recorram à EJA.
 Paula, que assumiu uma classe de educação de jovens e adultos recentemente, leu sobre a importância do ensino da matemática para esses alunos. A partir daí, começou a fazer propostas diferentes para os alunos por meio da resolução de problemas. Trabalhar dessa forma significa que a metodologia utilizada nas salas de EJA permite ao professor trabalhar de forma interdisciplinar; logo, o ensino da matemática proporciona ao professor a condição de promover entre os alunos a capacidade de estabelecer relações, de pesquisar, de selecionar e processar informações de forma autônoma e significativa, partindo de suas vivências cotidianas. Os estudos acerca da educação de jovens e adultos destacam a importância de os professores compreenderem a diversidade que constitui os percursos, as experiências e as identidades dos sujeitos-alunos. No ensino da matemática não apenas as condições sociais influem, mas também as condições humanas individuais associadas às necessidades de como contar e calcular. Escrever os pontos de mudança na prática educativa nas aulas de matemática da Prof. Paula, influenciadas pela leitura sobre a aprendizagem da matemática pelos alunos da EJA. A metodologia de Matemática tem como fundamento articular os conteúdos com questões da realidade. As habilidades de leitura, interpretação e produção de textos matemáticos, a utilização de conceitos matemáticos na resolução de situações‑problema, a leitura, interpretação e construção de tabelas e gráficos, o reconhecimento das relações espaciais e a análise de propriedades geométricas serão organizados em momentos de aprendizagem significativa, que ampliem os recursos cognitivos dos alunos frente à realidade. Os jovens e adultos não alfabetizados possuem conhecimentos matemáticos intuitivos, que foram desenvolvidos em função das necessidades práticas do cotidiano. Realizam cálculos mentais para resolver problemas cotidianos e imediatos. O ponto de partida para a aprendizagem da Matemática são os conhecimentos prévios dos alunos, e a escola deve ensinar os processos sistematizados e formais. A comunicação oral é importante, pois os alunos possuem um conhecimento informal, baseado na linguagem oral, permite‑lhes o suporte para a compreensão de noções e notações matemáticas, para a aprendizagem significativa de procedimentos mais abstratos. O desafio é organizar uma proposta que auxilie os alunos na compreensão e na atuação em sua realidade. A resposta está em usar o cálculo mental, a realidade já vivenciada pelo aluno, o que é de seu domínio, para depois passar para a etapa escrita onde pode solicitar que os alunos formalizem, por escrito, o que foi exposto verbalmente, utilizando os conhecimentos matemáticos envolvidos em cada questão resolvida. 
 Paulo Freire é a principal referência teórica no trabalho com Educação de Jovens e Adultos. De acordo com a Unidade II, como Paulo Freire entende o ato de educar e como deve ser a relação entre educador e educando? Freire tem como um de seus princípios o entendimento da tarefa educativa como ato não isento de intenções, parte do pressuposto de que a educação não é neutra, de que o ato educativo é um ato político, considerando que, ao escolhermos as atividades para a tarefa de alfabetizar, escolhemos uma metodologia que facilite a aprendizagem dos alunos, e que essa escolha não é isenta de uma carga ideológica. Entende o ato de educar como construção e reconstrução contínua de significados acerca de uma realidade, tendo como meta a ação sobre essa realidade. Dessa maneira, Paulo Freireafirma ser indissociável, do processo de aprendizagem da leitura e escrita, o processo de politização. O alfabetizando é desafiado a refletir sobre o seu papel na realidade social, a repensar sua história. Essa reflexão promove a superação da visão ingênua, mágica, para a consciência crítica. Em Angicos, nos chamados círculos de cultura, os alfabetizandos aprendiam a ler as palavras e o mundo. Ao dialogar com seus pares e com o professor, percebiam aspectos antes imperceptíveis da realidade, ao analisar as condições reais, além de seus aspectos superficiais. O professor e o aluno realizavam o movimento de observação, reflexão, readmiração e ação, exercício este carregado de caráter político.
 Pensar em EJA (Educação de Jovens e Adultos) no Brasil é voltar em termos históricos ao início de nossa colonização. Os autores do material didático priorizam esses estudos nos seguintes períodos: A- De 1940 a 1950 B- De 1950 a 1970 C- De 1970 a 1990 D- De 1990 a 2000 E- De 2000 até nossos dias incluindo os desafios atuais. RESPOSTA – Década de 40 - Ampliação da educação elementar, inclusive da educação de jovens e adultos. Década de 50 - Pensamento Paulo Freire. Década de 60 - Pensamento de Paulo Freire, assim como sua proposta para a alfabetização de adultos, inspira os principais programas de alfabetização do país. 1964 - Plano Nacional de Alfabetização, orientado pela proposta de Paulo Freire. Foi interrompida pelo Golpe Militar. 1967- Governo assume o controle dos Programas de Alfabetização de Adultos, tornando-os assistencialistas e conservadores. Lançado o MOBRAL. 1969 - Campanha Massiva de Alfabetização. Década de 70 - MOBRAL expandiu-se pelo território nacional. PEI – Programa de Educação Integrada, derivado do MOBRAL, sendo uma forma condensada do antigo curso primário. Década de 80 - Movimentos sociais e início da abertura política. Os projetos de alfabetização se desdobraram em turmas de pós-alfabetização. 1985 - MOBRAL extinto e seu lugar ocupado pela Fundação Educar, que apoiava iniciativas do governo, entidades civis e empresas. Década de 90 - Extinção da Fundação Educar, criou-se um vazio na Educação de Jovens e Adultos. Década de 90 - Conferência Mundial de Educação para Todos. 1997 - V Conferência Internacional de Educação de Jovens. 1998 - LDB 9394/96. 2000 - Parecer nº 11/2000 – CEB/CNE trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Também foi homologada a Resolução nº 01/00 – CNE.
 Pode-se considerar a EJA como uma educação que irá suprir aquilo que ficou faltando na ausência de uma escola na idade própria, ou pela evasão? Não, EJA deve ser tratada com valor em si mesma, considerando-se principalmente, as singularidades e propriedades dessa modalidade educacional, levando em conta as características do aluno, seus interesses, condições de vida e de trabalho.
 Porque a Educação de Jovens e Adultos no Brasil ocupa um lugar reduzido, marginal no cenário das políticas públicas para educação? Pela escassez dos recursos financeiros e materiais disponíveis para a área como também por práticas profundamente compensatórias, assistencialistas, aligeiradas, mecanicistas, com resultado pouco satisfatório, sem avaliação. 
 Porque a juventude vem sendo um dos grandes protagonistas na sala de aula? Porque a maioria desses jovens é produto de uma escolarização sem qualidade, pois as crianças entram na escola, não aprendem, repetem ou são empurradas para as series seguintes até se evadirem. Tornam-se jovens e adultos que receberam apenas um verniz de escolarização e um acúmulo de histórias educacionais de fracasso.
 Porque há tanta evasão nesta educação? A evasão nesse segmento é tão alta que chega a ser encarada como natural. Os conteúdos devem ter relação com a vida dos alunos, estimulante, tem-se a obrigação de responder as necessidades e lidar com os problemas pessoais dos alunos, afinal, na maioria dos casos eles sofrem com questões familiares, profissionais, conjugais entre tantas outras. É necessário que o professor além de um mediador de informações também seja um estimulador a prática escolar.
 Quadro da evolução das matrículas por modalidade de ensino no Brasil de 2007 a 2012, na educação de jovens e adultos:
Segundo o Censo escolar, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) apresentou queda de 3,4% (139.292), totalizando 3.906.877 matriculas em 2012. Desse total 2.561.013 (65,6%) estão no Ensino Fundamental (inclui EJA integrada a educação profissional e Pró Jovem Urbano) e 1.309.871 (34,4%) no Ensino Médio (inclui EJA integrada a educação profissional). Segundo dados da Pnad/IBGE 2011, o Brasil tem uma população de 56,2 milhões de pessoas com mais de 18 anos que não frequentam a escola e não têm Ensino Fundamental completo. Esse contingente é uma clientela potencial a ser atendida pela EJA. Como podemos avaliar o atendimento da EJA de 2007 a 2012? O que deveria chamar atenção é o fato de ainda termos mais de 13 milhões de analfabetos. A forma como estamos lidando com a questão do analfabetismo não é a forma mais eficaz. O fato de ter uma matrícula que anualmente cai é significativa. Segundo o Censo da Educação Básica 2012, o número de matrículas na EJA vem apresentando queda há pelo menos seis anos. Entre 2007 e 2012, a modalidade perdeu cerca de 1 milhão de matrículas. Essa queda tem a ver com uma certa rejeição por parte dos jovens e adultos que não conseguem ver a relevância do que se faz na EJA para sua vida profissional, social, o mundo do trabalho. Ainda veem a EJA como algo muito parecido com a escola regular. Os horários, os espaços, as regras impostas, a maneira como se organiza o currículo – tudo isso faz com que as pessoas não vejam significado no que é oferecido. Não se aproxima nem um pouco daquilo que eles necessitam nesse momento da vida deles. É preciso repensar as políticas de EJA articulando-as com uma formação para o mundo do trabalho e uma formação geral para o trabalhador. Mas não podemos reduzir a EJA à escolarização e nem a uma qualificação profissional, mas sim como uma formação geral da pessoa como cidadã. É preciso pensar em algo que venha ao encontro do jovem, adulto ou idoso que lhe permita mostrar suas potencialidades. Ele tem uma história de vida, um caminhar. Não basta certificar sem dar a ele a real oportunidade de se sentir completo na sua educação. Essa “customização” do atendimento pode se dar por meio de tutoria, onde um educador acompanha um grupo de alunos e procura conhecer um pouco melhor suas crenças, seus valores, seus sonhos, com o objetivo de estabelecer conexões com o projeto de vida dos alunos.  
 Quais são as vantagens de estar sendo alfabetizado na fase adulta? A educação é tão valiosa que é uma condição prévia a muitas outras coisas de nossa sociedade: ler livros, entender cartazes, escrever cartas, sentar-se ao computador, navegar na rede mundial de computadores, votarem com consciência, assinar o nome em registros, ler um manual de instruções, participarem mais conscientemente de associações, partidos e desenvolver o poeta, ou o músico, ou o artista que reside em cada pessoa.
 Quais possibilidades que a EJA em sua composição desperta para os alunos? Possibilidades de uma educação de jovens e adultos trabalhadores, concebida não como estratégia de compensação, reposição, suplência ou de adequação ao mercado, mas principalmente, como meio de formação ampla e integral de homens e mulheres.
 Qual a melhor maneira de ensinar alunos na EJA? Para trabalhar com esses estudantes, é fundamental conhecê-los bem, as classes são heterogêneas, desta forma deverá haver uma diversificação de materiais e métodos, sendo eles adequados a idade e a necessidade.
 Qual é a relação de aluno professor na EJA? Uma das principais características dos alunos na EJA é que têm baixa autoestima e acanhamento da sociedade, por não ser alfabetizado. Uma das mais importantes lições para o professor é saber que ele é quem vai descobrir que tem muito a aprender, o professor irá perceberque tem muito a descobrir. Deste modo deve informar que a educação facilita as relações pessoais e sua integração profissional de seus alunos.
 Que a educação seja o processo através do qual o indivíduo toma a história em suas próprias mãos, a fim de mudar o rumo da mesma. Como? Acreditando no educando, na sua capacidade de aprender, descobrir, criar soluções, desafiar, enfrentar, propor, escolher e assumir as consequências de sua escolha. Mas isso não será possível se continuarmos bitolando os alfabetizandos com desenhos pré-formulados para colorir, com textos criados por outros para copiarem, com caminhos pontilhados para seguir, com histórias que alienam, com métodos que não levam em conta a lógica de quem aprende. (FUCK, 1994, p. 14 - 15) Tendo por referência a passagem textual, disserte sobre as concepções que permearam a trajetória histórica da Educação de Jovens e Adultos e indique que tipo de educação deve ser desenvolvido para atender as necessidades de pessoas que não tiveram acesso à escola em idade escolar. 
 Referência: PIERRO, M.C. D. I. Democratização da Gestão e qualidade social da Educação. Educação de jovens e Adultos. Brasília-DF, 16/04/2008. 1- Dados básicos sobre a educação básica escolar de jovens e adultos. A população jovem e adulta que demanda o ensino fundamental público e gratuito – direito público subjetivo dos cidadãos e dever do Estado - é maioria: dentre as 132 milhões de pessoas com 15 anos ou mais registradas em 2005, 67 milhões (51%) tinham baixa escolaridade, sendo 14 milhões de analfabetos absoluto (11%) e a cerca de 33 milhões de analfabetos funcionais (25%) da população com menos de 4 anos de estudos. Para uma demanda potencial tão extensa, a cobertura escolar (subestimada nas estatísticas oficiais pelo efeito FUNDEF) proporcionada em 2005 pela oferta de Eja em 45mil escolas (57% das quais no Nordeste) era reduzida: considerados o ensino presencial e não presencial, as matrículas somaram 3,9 milhões no Ensino Fundamental e 1,7 milhões no Ensino Médio, totalizando 5,6 milhões de estudantes, o que representava pouco mais que 10% do total de matrículas na Educação Básica. A eles devemos acrescentar cerca de 2 milhões de inscrito em programas de alfabetização de adultos, 70% dos quais no Nordeste. Assim, a cobertura escolar na EJA Fundamental (+- 6 milhões de estudantes) situa-se abaixo de 10% da demanda potencial. Explique os dados apontados por Maria Clara Di Pierro sobre o atendimento da EJA no Brasil em 2005 e o motivo pelo qual ela diz ser 10% abaixo da demanda potencial. Ao analisar a política nacional de EJA, faz se necessário situa-la no conjunto da política nacional de educação. Em termos gerais, a EJA, passou por um processo de institucionalização vista da ótica de sua normatização e de seu financiamento, tornando-se parte da oferta regular de educação. Nesse sentido, as estruturas garantem a possibilidade de a pessoa continuar os estudos formais de educação básica em qualquer fase da sua vida. Permanecem questionamentos sérios sobre a qualidade da oferta e sobre a sua relevância social. Os altos índices de abandono e evasão são indicativos dessa fragilidade. A questão da formação do educador de adultos, os conteúdos, o tipo de oferta e os materiais didáticos são destacados como evidência da inconsistência da oferta. Lembramos que a demanda potencial para EJA é superior ao número total de alunos atualmente atendidos no ensino básico regular.
Houve importantes esforços de dar prioridade para regiões e espaços geográficos – o nordeste e o campo – que registravam os piores índices educacionais. Para atender a diversidade de demandas, criaram-se programas para distintos segmentos da população (jovens agricultores, pescadores, ribeirinhos, quilombolas, mulheres, pessoas privadas de liberdade, jovens infratores) e para faixas etárias específicas (juventude). 
Contudo, a experiência com a modalidade de EJA mostra, de um lado, a dificuldade de articular programas que nascem separados e, de outro, a limitação de uma política de oferta sem atenção para a necessidade de uma estratégia de mobilização. A ineficácia dos programas sugerida pelos altos índices de evasão, abandono e baixos níveis de aprendizagem e pela queda no número de matrículas indica a necessidade de se avaliar tanto os formatos dos programas, como os próprios conteúdos. 
A capacidade de contribuir de uma forma mais efetiva à superação de desigualdades dependerá de pelo menos três fatores. Primeiro, estratégias e formatos que mobilizem a demanda latente. Segundo, a qualidade dos programas ofertados. Nesse quesito, as universidades desempenham um papel fundamental na formação de bons educadores. E, terceiro, a efetivação de políticas de intersetorialidade que articulem políticas sociais cujos sujeitos são muito parecidos. Ao mesmo tempo, a política de educação de jovens e adultos enfrenta o desafio de ir além de uma visão escolar da educação ao longo da vida e reconhecer a necessidade e validade de outros espaços e formatos de aprendizagem. 
 Referência: PIERRO, M.C.DI. Democratização da Gestão e qualidade social da Educação. Educação de jovens e Adultos. Brasília-DF, 16/04/2008. Quais são os desafios cruciais da Educação Brasileira de Jovens e Adultos que merecem atenção? 1- Ampliação da cobertura – O que só poderá ocorrer com a superação do crônico sub-financiamento. A palavra de ordem, nesse caso, é isonomia. 2- Superação de visão compensatória – Na qual se sustentam os modelos inadequados e empobrecidos de educação remedial (nos moldes do ensino supletivo), inclusive as campanhas de alfabetização que recorrem à desprofissionalização do educador e são descompromissadas com a continuidade de estudos dos egressos na educação básica. 3- A adoção de uma visão ampliada e EBJA – Que adota uma perspectiva intersetorial da formação dos jovens e adultos e aborda os nexos entre educação e política (incluindo a formação para a cidadania participativa), educação e cultura (incluindo a promoção da leitura, a inclusão digital, a fruição e conservação do patrimônio artístico e cultural), e a educação e trabalho (incluindo formação profissional e para a economia solidária). 4- A formação continuada – (Inicial e em serviço), profissionalização e valorização dos educadores.
 Referência. Segundo dados do Censo Escolar de 2005, a Eja contava com 248 mil funções docentes, predominante nas zonas urbanas (85%) e nas redes públicas (93% sendo 53% estadual e Segundo Lima (1993) as pesquisas sobre escolaridade e desenvolvimento, nas duas últimas décadas têm seguido rumos diferentes. Alguns autores, que relacionam desenvolvimento de formas mais elaboradas de pensamento, levando a concluir que grupos que não têm acesso à escolarização são intelectualmente inferiores. Apresente os estudos de Luria. Os resultados dos estudos de Luria, pesquisados no Uzbequistão e Khirgisia, com o objetivo de identificar a influência da mudança social e tecnológica no processo de pensamento em adultos, apontaram que os indivíduos que tinham passado por algum processo de instrução e trabalhado nas fazendas coletivas utilizavam categorias abstratas na resolução das tarefas, independente da experiência do seu contexto concreto. Ao contrário, indivíduos não escolarizados que continuaram trabalhando na agricultura tradicional tendiam a resolver as tarefas segundo seus contextos de experiência de vida e relações concretas usadas no cotidiano. Nessa investigação, estão envolvidos o processo de instrução e o contexto de vida e social dos indivíduos, a transformação social, política e econômica decorrente da Revolução de 1917. Os indivíduos que usaram estratégias categoriais na resolução das tarefas propostas passaram pelo contexto escolar e participaram das discussões coletivas sobre assuntos sociais vitais para sua época. Não foi o processo de escolarização/alfabetização que determinou, exclusivamente, mudanças nos conteúdos e formas de pensamento desses adultos envolvidos na pesquisa.
 Segundo a citação de Maria Clara

Continue navegando