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AD2 Literaturas Africanas I Nicolle Guerreiro Chaboudet 15113120146

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CEDERJ
Nome: Nicolle Guerreiro Chaboudet
Matrícula: 15113120146
 Literaturas Africanas I
1 – Como aponta Bokar, líder espiritual de Amadou Hampâte Bâ e o saber, outra. A escrita é a fotografia do saber, mas ela não é o próprio saber. O saber é uma luz que está no homem. É a herança de tudo o que os ancestrais puderam conhecer e nos transmitiram em germe, assim como o baobá está contido em sua semente” (Cf. Aula 8) 
Comente esse fragmento, associando suas observações à importância da oralidade na formação das literaturas africanas de língua portuguesa.
Resposta: 1 – A tradição oral é a grande escala da vida e para o escritor, historiador, etnólogo malinês Hampaté Bâ é dela que se recupera e relaciona todos os aspectos. Pode parecer caótica àqueles que não lhe descortinam o segredo e desconcertar a mentalidade cartesiana acostumada a separar tudo em categorias bem definidas. Nos espaços africanos de língua portuguesa, mesmo significados por projetos literários distintos, é possível ouvir, em muitos textos escritos, o burburinho característico da oralidade. A incursão em visões teóricas que se dedicaram a problematizar e tentar compreender as múltiplas faces em que opera a oralidade, notadamente, na cultura dos povos africanos, permitiu melhor visualização do cenário abrangido por esta categoria conceitual. Ademais, a desconstrução de determinados ‘dogmas’, ou, idiossincrasias que grassavam sobre a literatura africana pode ser viabilizada: i) verificou-se que não somente das narrativas curtas é formado o acervo literário daquele continente; como também o fato de que, ii) a presença, expressiva, de indícios da(s) oralidade(s) no texto literário é muito mais em função de condições históricas e materiais do que de uma suposta anima africana.
	
2 – Disserte sobre a importância da criação do prelo nas colônias africanas de língua portuguesa, a partir do fragmento abaixo, extraído do ensaio de Jurema Oliveira (cf. Material de estudo – Aula 9), intitulado “As literaturas africanas e o jornalismo no período colonial” e de que modo essa criação possibilitou a produção literária nas colônias. 
Africanos, portugueses e brasileiros publicavam nos espaços comuns dos almanaques, boletins, jornais, revistas e folhetos. Não tinham surgido ainda as designações de literatura angolana, moçambicana ou são-tomense com caráter de sistema nacional, mas a escrita já deixara de ser espaço de europeidade absoluta para se tornar contaminação relativa de línguas. De facto, poetas portugueses e angolanos intercalavam no texto em português, mais extenso, frases, diálogos, versos, lexemas em língua banta, quase que exclusivamente o quimbundo. A integração é perfeita, na coerência do sentido e da sonoridade e na coesão dos segmentos e dos ritmos (LARANJEIRA apud OLIVEIRA, 1992, p.11-12)
Resposta: A instalação do prelo nas colônias africanas de língua portuguesa pode ser considerada o marco inicial para o desenvolvimento da expressão escrita narrativa nestes territórios. A criação do prelo (imprensa) nas colônias africanas de língua portuguesa foi decisiva para que surgisse um espaço para as manifestações literárias que, pouco a pouco, começavam a se diferenciar das manifestações literárias da metrópole, buscando uma expressão própria. A circulação de jornais – primeiramente os Boletins Oficiais – cumpria o papel de promover a ‘civilização’ na África portuguesa. Com a perda do Brasil e a crescente exploração das riquezas da África, era preciso investir em alguns recursos na colônia, especialmente de controle e fiscalização. Assim, nascia uma classe média letrada basicamente mestiça, formada de funcionários públicos, administradores, pequenos comerciantes, que era a principal consumidora desses folhetins que circularam na África portuguesa desde os fins do século XIX, quando é criado o prelo. Em 1842, instala-se o prelo em Cabo Verde, em 1845, em Angola; em 1854, em Moçambique; em 1857, no arquipélago de São Tomé e Príncipe e, finalmente, em 1879, na Guiné. Dessa forma, nascia assim um jornalismo que abria um tímido espaço para as manifestações literárias e artísticas, incorporando, inclusive, um vocabulário nativo e expressões próprias dos idiomas locais. Todos esses periódicos do século XIX e mesmo do início do século XX tiveram tiragem e circulação reduzidas, mas contribuíram para o embrião de um nativismo que, mais tarde, será fundamental para a afirmação do nacionalismo e das lutas pela independência.
3) O movimento negritude e o pan-africanismo motivaram, no período que se segue à Segunda Guerra Mundial, uma tomada de consciência da situação do negro, não só no continente africano, quanto na América, para onde milhares de africanos foram levados em séculos anteriores durante a escravidão. 
Disserte sobre a relação entre esses acontecimentos e os movimentos pró- independência que ganharam força nas colônias africanas nas décadas de 1950/1960.
Resposta: Pan-africanismo, Negritude e Teatro Experimental do Negro são três movimentos diaspórico-africanos que nasceram em épocas e contextos históricos diferentes, porém têm algumas convergências em termos político-ideológicos e linhas de ação que pretende-se demonstrar no exercício da presente comunicação. A ideologia Pan-africanista surgiu de um sentimento de solidariedade e consciência de uma origem comum entre os negros do Caribe e dos Estados Unidos. Ambos estavam envolvidos numa luta semelhante contra a violenta segregação racial. O principal objetivo é o alcance da democracia. A Negritude tem a sua origem nos movimentos culturais protagonizados por negros, brancos, mestiços que, desde as décadas de 10, 20, 30 (século XIX), vinham lutando por renascimento negro (busca e revalorização das raízes culturais africanas, crioulas e populares) principalmente em três países das Américas, Haiti, Cuba e Estados Unidos da América, mas também um pouco por todo o lado. O Teatro Experimental do Negro (TEN) surgiu em 1944, no Rio de Janeiro, como um projeto idealizado por Abdias Nascimento (1914-2011), com a proposta de valorização social do negro e da cultura afro-brasileira por meio da educação e arte, bem como com a ambição de delinear um novo estilo dramatúrgico, com uma estética própria, não uma mera recriação do que se produzia em outros países. Teria como papel defender a “verdade cultural do Brasil”. Não é preciso dizer que todos esses movimentos – Nativismo, Negritude e Pan-africanismo – impulsionaram uma revisão crítica dos processos de colonização e da condição africana e estimularam a organização de movimentos pela independência dos países africanos do jugo colonial. A década de 1940 seria marcada por intensas transformações sociais, políticas e econômicas no mundo. O fim da Segunda Guerra Mundial criou uma abertura decisiva de possibilidades democráticas para os povos do mundo inteiro. Nesse contexto, o nativismo, o pan-africanismo e a negritude se tornaram importantes instrumentos na conscientização do povo africano, dentro e fora do continente.
4 – Comente, com suas palavras, por que o conceito de pós-colonialismo é problemático, quando associado às literaturas africanas de língua portuguesa.
Resposta: Pós-colonialismo se refere a uma perspectiva teórica e cultural que realiza uma releitura da colonização como parte de um processo global. Não é possível falar de uma teoria única pós-colonial, mas sim de uma série de estudos que trazem contribuições com orientações distintas nas mais variadas áreas de conhecimento (estudos culturais, crítica literária, ciências sociais, política, história, filosofia, etc.) e que têm em comum o fato de realizarem fortes críticas às narrativas eurocêntricas como modelo civilizatório universal. As Literaturas Africanas de Língua Portuguesa são ainda jovens, com aproximadamente, 150 anos de existência. Dessa forma, essas literaturas descolaram-se da literatura portuguesa trazida como modelo pelos colonizadores. Essa discussão é problematizada, à medida que o aspecto cronológico não pode ser uma balizasegura para se demarcar a chamada literatura colonial da literatura pós-colonial. Em muitos casos, há rupturas anteriores à independência e há ainda continuidade de certas formas já existentes no período demarcado como o da literatura colonial. Para Inocência Mata, a pós-colonialidade é uma estética, cuja característica principal é a contestação das relações de poder entre etnias, classes e gêneros. Relações de poder resultantes de situações de dominação, e que estavam rasuradas nos discursos nacionalistas, ou seja, que seguiam uma estética anticolonial. Assim, de certa forma, autores que começaram sua produção no período colonial estão de certo modo ligados a estética pós-colonial

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