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Mecanismos de Polimerização Profa. Dra. Patrícia Moreira Lima 1º SEM/2017 1 109100 Turma A - Engenharia dos Processos Químicos Industriais Moléculas dos polímeros: nos polímeros, as moléculas (macromoléculas) são constituídas por muitas unidades estruturais repetidas chamadas meros. Monômero: molécula constituída por um único mero. Polímero: macromolécula constituída por vários meros. Polimerização: reações químicas intermoleculares pelas quais os monômeros são ligados, na forma de meros, à estrutura molecular da cadeia 2 Introdução Exemplo: POLIETILENO unidades repetidas de etileno nCH2 CH2 [CH2 CH2 ]n n ≥ 25.000 3 4 5 6 Amorfos: As moléculas do polímero são orientadas aleatoriamente e estão entrelaçadas (geralmente são transparentes). Exemplo: Poliestireno. Morfologia no Estado Sólido: 7 Semicristalinos: Exibem um empacotamento regular (ordenado) em determinadas regiões, chamados sítios cristalinos. Polímeros lineares, mais duros e resistentes. As regiões cristalinas espalham a luz são mais opacos. Exemplo: PET. HOMOPOLÍMEROS polímeros constituídos de uma só unidade repetida Homopolímeros também podem ser feitos a partir de dois monômeros diferentes cujas unidades estruturais formam a unidade repetida. Exemplo: diamina + diácido Poliamidas HEXAMETILENODIAMINA (HMD) + ÁCIDO ADÍPICO NYLON COPOLÍMEROS polímeros formados por duas ou mais unidades de repetição Alternado –Q-S-Q-S-Q-S-Q-S-Q- Em bloco –Q-Q-Q-S-S-S-Q-Q-Q- Aleatório – Q-S-S-Q-Q-S-Q-S-S- Ramificada – Q-Q-Q-Q-Q-Q-Q-Q- S-S-S-S-S-S-S-S- 8 9 Cadeias carbônicas: Poliolefinas - exemplo: polietileno Dienos Estirênicos Clorados Fluorados Acrílicos Polivinilésteres – exemplo: PVA Polifenolformaldeído 10 Classificação - Composição Química Cadeias heterogêneas: Poliamidas - exemplo: nylon Poliésteres - exemplo: PET (politereftalto de etileno) Poliéteres Policarbonatos Poliuretanos Aminoplásticos Derivados de celulose Siliconas Termoplásticos – podem ser fundidos diversas vezes e até mesmo solubilizados em solventes. (poliamida, polietileno, polipropileno, PET) 11 Classificação - Comportamento mecânico Fibras – termoplásticos orientados, com cadeias longas e estendidas (L/D ≥100). A orientação das cadeias e dos cristais, feita de modo forçado durante a fiação, aumenta a resistência mecânica. (Nylon) Elastômeros – podem deformar-se no mínimo 2x seu comprimento, retornando ao original quando o esforço é retirado (borracha) Termorrígidos (termofixos) – não fundem; aquecimento causa degradação, estrutura tridimensional e rígida (poliuretano, silicone, borracha vulcanizada) É a regularidade espacial com que grupos laterais (monômeros) são alocados na cadeia polimérica. Isotáticos – todos os grupos do mesmo lado da cadeia Sindiotáticos – alternado regularmente entre os lados da cadeia Atáticos – aleatoriamente alocados 12 Classificação -Taticidade Polimerização por Condensação Chamada polimerização em etapas ou de crescimento escalonado; Requerem monômeros bifuncionais ou polifuncionais; os monômeros não precisam apresentar ligações duplas Normalmente há mais de um tipo de monômero; Ocorre a eliminação de pequenas moléculas (por exemplo, H2O); Formação de termoplásticos e termofixos 13 Reações de Polimerização Representação de um passo do processo de polimerização por condensação de um poliéster (este passo se repete sucessivamente, produzindo-se uma molécula linear) 14 Exemplo: formação do poli(hexametileno adipamida) - Nylon-66 Representação de um passo do processo de polimerização por condensação de uma poliamida (este passo se repete sucessivamente, produzindo-se uma molécula linear) 15 H2O H3N + C R1 H C O O- H3N + C R2 H C O O- + H3N + C H R1 C O N H C H R2 C O O- Ligação peptídica Exemplo: formação de uma proteína Estruturas 3D de uma proteína 16 Exemplo: formação do politereftalato de etileno (PET) 17 Dímero ARB + ARB → A-R2-B + AB Trímero ARB + A-R2-B → A-R3-B + AB Tetrâmero ARB + A-R3-B → A-R4-B + AB A-R2-B + A-R2-B → A-R4-B + AB Pentâmero ARB + A-R4-B → A-R5-B + AB A-R2-B + A-R3-B → A-R5-B + AB Reação global n ARB → A-Rn-B + (n-1) AB A partir do tetrâmero, o j-mero (j ≥ 4) pode ser formado por caminhos diferentes 18 Progresso de polimerização por condensação: A conversão não é baseada no consumo do(s) monômero(s) (reação se processa mesmo com o consumo total do monômero); Grupos funcionais A e B podem indicar o progresso da reação; Para uma alimentação equimolar de grupos funcionais: 0 0 M MM p p = fração dos grupos funcionais A e B que reagiram M = concentração molar tanto do grupo funcional A como do B 19 Para cinética de primeira ordem em relação a A e B: Para alimentação equimolar temos: [A] = [B] = M Em termos da conversão fracional de grupos funcionais, p, Grau médio de polimerização → número de unidades estruturais por cadeia Massa molar média → massa molar média de uma unidade estrutural x número médio de unidades estruturais por cadeia: ]B][A[k dt ]A[d 2kM dt dM ktM1 M M 0 0 ktM1 p1 1 0 p1 1 xn Snn MxM 20 Polimerização por adição (em cadeia) Requerem presença de um iniciador; Normalmente há apenas um tipo de monômero; O monômero apresenta pelo menos uma ligação dupla entre carbonos . Ocorre ruptura de uma ligação e a formação de duas simples. Não há formação de sub-produto; Grande parte dos polímeros comerciais (polietileno, polipropileno, PVC, Teflon,...) 21 • Iniciação: Na etapa de iniciação, o iniciador se decompõe gerando dois radicais livres, os quais vão reagir com o monômero: I2 : iniciador (ex.: peróxido de benzoíla); M : monômero; kd : taxa de decomposição do iniciador; kp1 : taxa de propagação; 22 Progresso de polimerização por adição: • Propagação: Na propagação, o radical livre ataca o monômero, gerando um outro radical que vai atacar outro monômero e assim sucessivamente. Para uma cadeia de tamanho “r”: r: Quantidade de monômeros incorporados; M : monômero; kp : taxa de propagação; 23 •Transferência de Cadeia: A transferência de um radical de uma cadeia de polímero crescente pode ocorrer nos seguintes modos: M: monômero; C: outra espécie qualquer; S: solvente • Terminação: As cadeias poliméricas em crescimento podem terminar por acoplamento ou desproporcionamento. Como não há muito como controlar, tende-se a se ter larga distribuição de massas molares: Acoplamento: Duas extremidades ativas se combinam e formam uma molécula só: Desproporcionamento: Duas extremidadesativas reagem entre si e formam duas cadeias distintas: 24 Via radicais livres (adição) Mais usada industrialmente; Simples e não exige condições tão rígidas quanto a aniônica ou catiônica, já que nessas não pode haver água ou oxigênio; O grau de polimerização é muito variável e geralmente há alto grau de ramificação; Tendência a larga distribuição de massas molares – pois a terminação ocorre aleatoriamente, quando 2 cadeias colidem. 25 Mecanismos de Polimerização (como as cadeias crescem na adição) Adição catiônica Iniciador é catiônico: ele transfere carga para o monômero, que se torna reativo; Monômero deve ser olefina com substituintes doador de elétrons e ou cíclico heterogêneo (nucleofílico); Sensível à habilidade do solvente em formar íons livres; Exemplo: produção de poli-isobutileno. 26 (materialsworldmodules.org/resources/polimarization/3-addition.html) Mecanismos de Polimerização (como as cadeias crescem na adição) Adição aniônica Iniciador deve ter reatividade similar à do monômero. A iniciação envolve transferência de elétrons através de metais alcalinos ou ânions fortes; Monômero vinílico com grupos fortemente eletronegativos; Polimerização ocorre através de espécies de carbanion ativas; Solventes a serem usados dependem do iniciador e do carbanion da cadeia que se propaga. 27 (materialsworldmodules.org/resources/polimarization/3-addition.html) Mecanismos de Polimerização (como as cadeias crescem na adição) Por coordenação (Ziegler-Natta) Usada para produzir cadeias lineares (Polipropileno isotático); Baseada em catalisador de metal de transição e um co-catalisador metálico do grupo III, como o alumínio; 28 (materialsworldmodules.org/resources/polimarization/3-addition.html) Mecanismos de Polimerização (como as cadeias crescem na adição) Característica Adição Policondensação Formação de subprodutos durante a reação Não Sim Centro Ativo Insaturação Grupos funcionais Tipo de cadeia formada Carbônica homogênea Carbônica heterogênea Etapas do Mecanismo 1) Iniciação 2) Propagação 3) Terminação Única Monômero X Cadeias Presença de monômero de cadeias Monômero é consumido logo no início da reação Necessidade de Iniciador Sim Não 29 Reações de Polimerização - resumo Polimerização em massa Monômero e iniciador são postos em contato (ambos em fase líquida), formando um sistema homogêneo; A polimerização prossegue até esgotar; Geralmente conduzida diretamente no molde; Forma polímero puro (já que não usa solventes); Difícil agitação e controle de temperatura devido aumento da viscosidade. Obtenção PEBD e Nylon 6,6. 30 Processos de Polimerização Polimerização em solução Usa solvente inerte (hexano, nafta) que solubiliza monômero, iniciador e polímero formado (sistema homogêneo); Facilidade na agitação e melhor controle de temperatura. Custo elevado na recuperação do solvente. Tende a produzir polímero menos puro e menor massa molecular; Obtenção resina alquídica. 31 Processos de Polimerização Polimerização em suspensão Monômero em geral não é solúvel no meio de dispersão (água na maioria das vezes) – sistema heterogêneo; Iniciador geralmente solúvel no monômero; Agente estabilizante: usado para aderir na superfície da gota e não haver coalescência; Necessita de boa agitação mecânica; tempo longo de polimerização; Forma partículas esféricas; Haverá distribuição de tamanho das partículas e também de massa molar – importante papel da agitação e da concentração do agente estabilizante; A separação dos produtos é fácil. 32 Processos de Polimerização Polimerização em emulsão Usa iniciador solúvel em água; monômero parcialmente solúvel; A razão monômero/surfactante é muito alta; Forma micelas e gotas de monômero; O radical livre tem a tendência de ir para a micela e não para a gota de monômero. O monômero migra da gota grade de monômero para dentro de uma micela; Alta velocidade de reação; Forma polímero de alta massa molecular (entra um só radical na micela e não tem terminação aleatória). 33 Processos de Polimerização Fonte: G. Shlieout, K. Arnold, and G. Müller Powder and Mechanical Properties of Microcrystalline Cellulose With Different Degrees of Polymerization AAPS PharmSciTech 2002; 3 (2) article 9 É a massa molar média e a distribuição de tamanhos de cadeias que conferem ao polímero as suas propriedades finais 34 Distribuição de massas molares A distribuição típica da concentração Pj de todas as cadeias poliméricas de comprimento j (j variando de 1 a n) é caracterizada por suas propriedades. j P j ( m o l/ L ) j j j P P y Fração molar do polímero com j unidades de repetição: 35 Distribuição de massas molares Momentos da distribuição (ln) 1j j n n Pjl 1) Momento zero da distribuição (l0): concentração do polímero PP j j 1 0l 2) Primeiro momento da distribuição (l1): relacionado ao número total de unidades de monômero e, portanto, à massa 1 1 j jjPl 3) Segundo momento da distribuição (l2): dá maior ênfase às cadeias maiores 1 2 2 j jPjl 36 Propriedades da distribuição Nas reações de condensação, o comprimento médio de cadeia em número (mn) é também conhecido como grau de polimerização: p X nn 1 1 m p = conversão fracional dos grupos funcionais de A ou B Massa molar média em número Snn MM m SM = massa molar média das unidades estruturais. Nas reações de adição, é a massa molar do monômero SM MM Comprimento médio de cadeia em número (mn) 1 1 0 1 j j j j n P jP l l m Massa molar média em massa Sww MM m Comprimento médio de cadeia em massa (mw) 1 1 2 1 2 j j j j w jP Pj l l m Para cada espécie polimérica, a massa por unidade de volume é jS jPM 37 Propriedades da distribuição Generalização para massas molares médias Assim: S k k S j j k j j k k MM Pj Pj M l l 1 1 1 1 nMM 0 wMM 1 zMM 2 13 zMM http://www.ias.ac.in/initiat/sci_ed/resources/chemistry/MolWeight.pdf acesso em 20/05/2010 38 Propriedades da distribuição Variância média em número (s2n) 2 0 1 0 22 l l l l s n Índice de polidispersão (D) 2 1 20 l ll m m n w n w M M D D = 1: todos as cadeias têm o mesmo tamanho D >> 1: há uma larga distribuição nos tamanhos das cadeias poliméricas 1D 39 Propriedades da distribuição Estatística associada a outros momentos da distribuição: l3: está ligado à obliquidade ou assimetria e é uma medida da assimetria da distribuição. l4 : está ligado à curtose, uma medida de dispersão que caracteriza o “achatamento” da curva da função de distribuição http://gpiserver.dcom.upv.es/Numerical_Recipes/bookcpdf/c14-1.pdf acesso em 20/05/2010 40 Propriedades da distribuição
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