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Resumo de Direito Administrativo Av. Bimestral 1 B DN6B

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Resumo de Direito Administrativo – Avaliação Bimestral 1° B
Controle da Administração Pública:
Conceito – é a faculdade de vigilância, orientação ou correção que um poder, órgão ou autoridade exerce sobre a conduta funcional de outro.
Espécies de Controle:
Quanto à extensão:
- Interno e Externo – são Institucionais;
- Externo popular.
Controle Interno – é aquele realizado pela entidade ou órgão responsável no âmbito da própria administração. Ex: corregedoria, recurso administrativo, etc.
Controle Externo – é aquele realizado no caso do órgão fiscalizador se situar em âmbito diverso daquele onde a conduta administrativa se originou. Ex: controle judicial do ato administrativo, situação de ato normativo pelo poder legislativo, etc. No controle externo pelos Tribunais de Conta dos Estados, trata-se pela extensão em sua classificação, pois é um órgão externo à administração pública e institucional e não popular.
Controle Externo Popular – é aquele chamado não institucional onde pelo princípio da publicidade, a informação de âmbito administrativo é veiculada à população. Ex: portal transparência, edital público de licitação. 
Quanto ao momento:
1) Controle Prévio / Preventivo – é aquele que se efetiva antes da consumação da conduta administrativa. Ex: Art. 52, inciso III da CF.
2) Controle Concomitante – é aquele que ocorre de forma simultânea à conduta administrativa. Ex: Art. 29 da Lei 8.987 ( fiscalização de obra licitada durante sua realização).
3) Controle Posterior – é aquele que ocorre após a ocorrência da conduta administrativa. O controle posterior abrange os atos de aprovação, anulação, homologação, revogação ou convalidação.
Quanto a natureza do controle:
Legalidade – é aquele que se verifica na conformidade da conduta administrativa com as normas legais que a regem. Vale dizer que a administração pode revogar ou anular o ato, se o fizer de ofício o ato será revogado, se for provocado pelo judiciário o ato será anulado.
Mérito – se consuma pela verificação da conveniência e oportunidade no uso das atribuições do agente público. Por ser discricionário, o controle de mérito só pode ser feito pela própria administração, e nunca pelo judiciário.
Espécies de Controle
Controle Legislativo:
Características – o controle legislativo não pode ultrapassar as hipóteses constitucionalmente previstas, sob pena de ofender a separação entre os poderes. O controle legislativo abrange a administração pública direta e indireta e o judiciário quando esse exerce a função administrativa. Ex: Art. 49, inciso X da CF e demais.
Controle Político – tem por base a possibilidade de fiscalização sobre os atos ligados à função administrativa e organizacional. Ex: Art. 49, incisos X, XI, XIV e XV.
Controle Financeiro – a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União estão em poder do legislativo. No intuito de auxiliar o Congresso Nacional no controle financeiro externo da administração pública, estão os Tribunais de Conta da União (TCU) e pela simetria constitucional, os Tribunais de Conta dos Estados (TCEs). Ex: Art. 48, inciso II da CF.
Controle Judicial
Características – trata-se de remédio constitucional como meio de controle. Dentre as formas de controle externo, o judiciário se apresenta como controlador da legalidade, e não do mérito administrativo. Assim, por exemplo, no Mandado de Segurança, o que se discute é a presença do direito líquido e certo, o perigo na demora e a fumaça do bom direito. Ainda o controle judicial pode ser interno quando trata da sua própria estrutura da administrativa. OBS: direito líquido e certo – direito que não possui obscuridade.
Habeas Corpus – violência/ coação de liberdade de locomoção;
Habeas Data – informação referente a pessoa do impetrante, tratando-se de conhecimento ou retificação. Ação personalíssima.
Mandado de Segurança – direito líquido e certo não amparado por HC ou HD – autoridade pública ou equivalente.
Mandado de Segurança Coletivo – direito líquido e certo coletivo, organização sindical, partido com representação no CN, entidade de classe de mais de 01 ano.
Mandado de Injunção – falta norma regulamentadora – nacionalidade, soberania e cidadania.
Ação Popular – anulação de atos lesivos ao patrimônio público, moralidade administrativa, meio ambiente.
Direito de Petição – defender direito ou noticiar ilegalidade ou abuso de autoridade pública. 
Recurso Administrativo:
Conceito – reapreciação do mérito diferindo do recurso judicial pela competência, recurso interno. É o meio hábil para a reavaliação do ato administrativo pela própria administração pública. O recurso pode ser interposto externamente (por populares) ou internamente pelos próprios agentes públicos e, em regra, não tem efeito suspensivo. 
Espécies:
Representação – é a denúncia de irregularidade feita perante a prórpria administração. Ex: pedido de mudança em local de interdição de trânsito em razão de tumultuo próximo ao hospital.
Reclamação – oposição expressa à atos da administração que afetem direitos próprios do interessado. Ex: recurso contra decisão que indeferiu pedido de alvará para abertura de comércio.
Reconsideração – é a solicitação de reexame à própria autoridade que praticou o ato. 
Recurso Hierárquico Próprio – dirigido à autoridade ou instância superior do mesmo órgão administrativo em que foi praticado o ato. Ex: colégio de desembargadores como 2ª instância recursal para funcionários do TJ.
Recurso Hierárquico Expresso – é dirigido à autoridade ou órgão diverso à repartição ou poder que expediu o ato recorrido. Ex: comissão especial de julgamento (CEJ). A CEJ de licitação é órgão de caráter extraordinário, temporário e não oficioso, só existindo quando surgir a necessidade especial para a sua criação. 
Agentes Públicos
Conceito – são pessoas físicas incumbidas de uma função estatal, de maneira transitória ou definitiva, com ou sem remuneração. O conceito abrange todos os indivíduos que de uma ou outra maneira prestam serviço público como mesários, membros do legislativo, do judiciário, etc.
Espécies:
Político – são agentes públicos que tem por função o exercício da vontade soberana do Estado, com atribuições constitucionais e sem subordinação hierárquica. Ex: deputados, senadores, ministros dos tribunais de conta da União, Promotor de justiça, etc.
Administrativo – são os chamados servidores que exercem funções comuns da administração. Ex: fiscal, professor da rede pública, escrevente judiciário, etc. Essa categoria não distingue entre cargos concursados e comissionados. 
Delegado – são os particulares que exercem função pública pela transferência de titularidade pelo Estado. Ex: concessionários, leiloeiros judiciais, cartorários.
Servidores Públicos (Administrativo): se dividem em:
Estatutários – cargo regido por estatuto (Lei 8.112/90);
Empregados públicos – emprego regido pela CLT;
Servidores Temporários – função.
Conceito – servidor público são todas as pessoas físicas que mantém relação de trabalho com a administração pública. Os servidores públicos constituem uma espécie de agente público.
Cargo – são unidades de competência indivisíveis, preenchidas por agente público, prevista em número certo, com determinação própria, criados por lei e remunerados por pessoa jurídica de direito público. 
Empregos – são núcleos de encargos de trabalho a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-lo sob o regime de uma relação trabalhista (CLT). Sujeitam-se e uma disciplina de contrato trabalhista, tal como na iniciativa privada.
Função – é a atribuição ou conjunto de atribuições que a administração confere a cada categoria profissional, ou determina individualmente a determinados servidores para a execução de serviços eventuais ou temporários. Ex: servidor emprestado a outro departamento, estagiário.
Formas de Provimento de Cargo Público
Originária – quando não pré existe relação jurídica entre a administração e o servidor. O preenchimento do cargo público ocorreráde forma originária quando não haja uma relação jurídica anterior entre o servidor (concursado ou comissionado) e a administração pública.
Derivada – quando o servidor já se encontra no uso de suas atribuições. É a forma de provimento de cargo público decorrente da préexistência de relação jurídica entre o servidor e a administração. Ex: médico concursado que assume função de diretor; indivíduo que se torna paraplégico e é remetido para outro cargo, etc. Se dividem em:
Promoção – é a elevação de um servidor de uma classe para outra dentro da mesma carreira. Com a promoção ocorre a vacância de cargo inferior e subsequentemente a promoção se torna um ciclo.
Readaptação – é a modificação da função originária do servidor em razão de deficiência física que venha a apresentar. Art. 24 da Lei 8.112.
Reversão – é o retorno ao serviço ativo do servidor aposentado por invalidez quando, porém, inconsistentes o motivo da aposentadoria. Se não houver cargo vago quando o indivíduo retorna, o mesmo será considerado excedente, podendo ser emprestado. Art. 25, 26 e 27 da Lei 8.112.
Aproveitamento – é o retorno ao serviço ativo do servidor que se encontrava em situação de empréstimo funcional e retorna ao cargo que lhe era originário. Art. 30, 31 e 32 da Lei 8.112.
Reintegração – é o retorno ao serviço ativo do servidor que foi exonerado, quando a exoneração for anulada administrativa ou judicialmente, voltando ao mesmo cargo que ocupava anteriormente. Art. 28 da Lei 8.112.
Recondução – é o retorno ao cargo anteriormente ocupado por servidor que não teve êxito em estágio probatório decorrente de outro concurso. Art. 29 da Lei 8.112.
Formas de Vacância de Cargo Público:
Exoneração a pedido – é aquela que não assume caráter disciplinar. Assim, caso o servidor esteja respondendo a processo administrativo, não poderá ser exonerado a pedido. A exoneração tem caráter definitivo.
Licença diferencia-se do afastamento – o motivo gerador do temporário desligamento de sua atividade.
Exoneração de Ofício –ocorre em três situações, em relação aos ocupantes de cargo em comissão por não terem estabilidade, por não aprovação no estágio probatório ou quando o servidor que já tomou posse em cargo público não entra em exercício efetivo dentro do prazo legal. Tem caráter disciplinar.
Demissão – Art. 132 da Lei 8.112/90 – é a punição disciplinar, assegurada a ampla defesa e motivada pelas circunstâncias da Art. 132 desta Lei. Quando se trata de cargos em comissão o termo adequado não é demissão, e sim destituição de função. 
Posse em cargo público inacumulável –quando o funcionário público prestar concurso e for nomeado para outro cargo que não possa acumular será declarada a vacância de seu cargo original. Considera-se acumulação proibida o recebimento de vencimentos de cargos ou empregos públicos, salvo as exceções previstas no Art. 37, inciso XVI da CF.
Estabilidade - distingue de estágio probatório
Conceito – garantia, estabilidade é a garantia constitucional de permanência no serviço público outorgada à funcionário que, tendo sido nomeado em caráter efetivo, ultrapassa o lapso de 3 anos. OBS: É correto afirmar que a estabilidade é do serviço público e não do cargo. As formas de perda da estabilidade no serviço estão previstas no Art. 41, § 1°, incisos I, II e III da CF.
Efetividade – é uma característica de provimento do cargo, que pode ser efetivo próprio ou comissionado.
Efetivo Próprio – são os cargos ocupados por aprovados em concurso público.
Comissionado – são os livremente nomeados, em caráter provisório, cuja nomeação e exoneração podem ocorrer a qualquer tempo.
Demissão Invalidada – ocorre quando o servidor público for demitido e essa demissão for invalidada por sentença judicial ele será então, reintegrado e se o ocupante da vaga for estável, será reconduzido ao cargo de origem sem direito à indenização. Ainda, pode ocorrer do servidor reintegrado, ser aproveitado em outro cargo de natureza e vencimento compatível ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. Art. 41, § 2° da CF. 
Extinção do Cargo – se o cargo for extinto ou for declarado a sua não necessidade, o servidor estável ficará disponível até seu aproveitamento em outro cargo. Art. 41, § 3° da CF.
Sistema Remuneratório:
Remuneração – é o somatório do vencimento base (salário) cumulado com vantagens pecuniárias (adicionais).
Subsídio – espécie de remuneração que proíbe o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono prévio, verba de representação ou outra espécie remuneratória. O subsídio se aplica aos mandatos eleitivos, ministros de Estado, secretários estaduais e municipais, ministros do TCU, membros do MP, da defensoria pública e magistrados.
Teto Remuneratório – a remuneração e o subsídio não poderão exceder o subsídio mensal em espécie dos ministros do STF.
Responsabilidade Civil do Estado
Conceito – a responsabilidade civil do Estado, também chamada de extracontratual, tem como pressuposto a idéia de que o dano se exauri com a indenização. Segundo a Teoria do Risco Administrativo, tanto pessoas jurídicas de direito público, quanto as de direito privado enquanto prestadores de serviço público, responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causem à terceiros (art. 37, § 6° da CF). O art. 25 da Lei 8.987/95 trata da responsabilidade exclusiva que terá o concessionário ou permissionário durante a execução de seus atos. 
Responsabilidade pelo Risco Administrativo é Objetiva.
Teorias Explicativas:
Teoria da Culpa Administrativa – essa teoria leva em conta a falta do serviço, que compreende a sua inexistência, o seu mal funcionamento ou o seu retardamento. Para que haja a responsabilidade do Estado nesse caso haveria a necessidade de que a vítima provasse que o dano ocorreu, ou seja, na Teoria do Culpa Administrativa a responsabilidade é subjetiva.
Teoria da Risco Integral – segundo essa teoria, não cabe ao Estado a existência de culpa, ainda que haja a incidência de circunstâncias excludentes como o caso fortuito, força maior ou culpa exclusiva de terceiros.
Teoria do Risco Administrativo – é a teoria adotada pela CF, objetiva e que admite as excludentes de responsabilidade. 
Direito de Regresso – na responsabilidade civil as circunstâncias tidas como objetivas impõe aos responsáveis direitos a obrigação principal como por exemplo, na responsabilidade do patrão pelos atos de seus empregados. Assim, sendo o Estado objetivamente responsável pelos atos de seus agentes, também é dado a ele a possibilidade de regresso. Assim, o direito de regresso é direito subjetivo e acessório, de natureza processual, que visa o ressarcimento do responsável principal pela obrigação contra o causador efetivo do dano.
Responsabilidade por ato legislativo e judicial – com relação aos atos legislativos quando ocorram efeitos concretos prejudiciais ao administrado, advindo de ato legislativo, admite-se a responsabilização do poder público.
Com relação aos atos judiciais, o artigo 630 do CPP e ao artigo 133 do CPC tratam da responsabilidade do juiz ou do juízo quando, dentre outras circunstâncias, proceder com dolo ou fraude, recusa, omissão ou retardamento processual sem justo motivo. Ainda, a CF no seu artigo 50, inciso LXXV, dispõe sobre a possibilidade de reparação por erro judiciário. O prazo prescricional é de 5 anos – Art. 1°-C da Lei 9.494.

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