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Andressa Lima Maalouf
Análise do filme: O Psicopata Americano
Profª: Fernanda Nogueira Campos
Centro Universitário Faculdade Metropolitanas Unidas
São Paulo, 31 de Outubro de 2014
Introdução
A posição esquizo-paranóide, descrita por Melanie Klein, refere-se a primeira fase de desenvolvimento infantil, que vai do nascimento até os seis primeiros meses aproximadamente e é caracterizada por processos dissociativos e angústia persecutória.
É nessa posição que a criança relaciona-se apenas com objetos parciais e estabelece relações com o mundo externo através dos processos de introjeção e projeção. A mãe pode ser vista como o seio bom ou o seio mau, na qual a criança pode ter grandes sentimentos de inveja frente a esse seio que é autossuficiente. A inveja descrita por Klein, está diretamente relacionada com a destruição ou danificação desse objeto (seio). 
O falso self começa a ser gerado quando a mãe é incapaz de satisfazer e atender as necessidades da criança, colocando seu próprio gesto e assim, fazendo com que a criança se adapte ao ambiente e se submeta a ela. Dessa forma, em casos mais próximos de saúde, o falso self tem como função proteger e defender o verdadeiro self, mantendo-o oculto, e em casos graves, o falso self substitui o verdadeiro, fazendo com que a percepção que o individuo tem de si e que as pessoas tem dele, seja, na verdade, a couraça espessa que ele criou. Segundo Winnicott, quando o falso self encontra-se em extremos mais patológicos, é acompanhado por uma sensação de vazio, futilidade e irrealidade.
Síntese do filme
O psicopata americano conta a história de Patrick Bateman, um jovem executivo bem sucedido de Nova York que apresenta características narcisistas em sua personalidade. Excessivamente vaidoso quanto a aparência física, Bateman mostra-se como sendo apenas uma imagem, na qual foi cuidadosamente construída e tem de utilizar objetos, como cartões de visita, para tornar essa imagem real. Extremamente competitivo, aparentemente um carreirista, com um egocentrismo exacerbado e muita inveja, Bateman busca constantemente ser o melhor em tudo e quando não atinge a superioridade, não se conforma. Esconde fortes tendências assassinas, na qual durante o dia mostra-se como um ‘bom moço’ e a noite mata sem pensar. 
Análise do filme: O Psicopata Americano 
No filme, Patrick Bateman apresenta-se enquanto realiza seu ritual diário de exercícios e cuidados com a pele. Cita com precisão sua rotina, dizendo cada passo e cada produto utilizado. O modo como o personagem é mostrado no começo da cena em meio aos seus cosméticos, dá a entender que o que está sendo mostrado é apenas uma imagem. Isso se confirma quando Bateman, ao retirar a máscara facial aplicada diz “Há uma ideia de quem seja Patrick Bateman, uma abstração, não sou real, somente uma entidade, algo ilusório. Embora possa esconder meu olhar frio e apertando minha mão você sinta minha carne e até pense que temos o mesmo estilo de vida, eu simplesmente não existo”.
Ao analisar a cena, o retirar da máscara facial pode ser visto como o personagem retirando sua máscara e que o que será mostrado no decorrer da trama, refere-se, não à imagem que foi apresentada, mas ao verdadeiro eu, seu verdadeiro self. Outro ponto a ser abordado nessa cena é que enquanto o personagem tira a máscara, ele diz que não é real, que simplesmente não existe. Em sua teoria, Winnicott afirma que o falso self, quando se encontra nos extremos mais patológicos da escala, é acompanhado por uma sensação subjetiva de vazio, futilidade e irrealidade. Dessa forma, é possível perceber que a imagem que as pessoas tem de Patrick Bateman, é o seu o falso self. Algo que pode ser retratado para exemplificar o vazio, sentido pelo personagem devido ao falso self, é seu apartamento. Mostra-se na trama como sendo amplo, porém não há muitos móveis e não há cor, sendo composto apenas pela cor branca. 
O apego de Bateman por cartões de visita é evidente e pode ser percebido como uma forma de se encontrar como real no mundo. Ao ver que há outro cartão melhor que o dele, ele tem inveja e visa destruir seu oponente. Em sua obra, Melanie Klein, descreve a posição esquizo-paranóide, na qual o bebê, por ver o seio da mãe (objeto parcial) como autossuficiente, ataca-o de forma voraz, a fim de destruí-lo ou danificá-lo. Para Klein, a inveja é um sentimento raivoso de que outra pessoa possui e desfruta de algo desejável, sendo o impulso invejoso o de tirar este algo ou estraga-lo. Dessa forma, possível ver aspectos do sentimento de inveja sentido na posição esquizo-paranóide, quando, ao ver que o cartão de visitas de Allen, seu rival, é o mais bonito de todos, ele sente que precisa destruí-lo. E quando isso acontece, ele passa a usar o nome do rival como sendo seu em alguns momentos e até mesmo utilizando do apartamento de Allen, que foi dito como mais bonito que o dele por uma das mulheres, como sendo seu. 
Destaca-se ainda a maioria das vítimas de Bateman eram mulheres, podendo representar, na posição esquizo-paranóide, a da destruição da mãe (seio) como objeto parcial. 
Alguns aspectos importantes que são mostrados no encerramento, levam a crer que Bateman não cometeu nenhum assassinato mostrado na trama e que na verdade, eram seus instintos de morte, sua inveja primitiva, seu verdadeiro self. A confirmação disso se dá pela agenda encontrada pela secretária, sendo mostrado que todos os assassinatos estavam ali desenhados. 
O relato de Bateman no fim da trama, permite que o espectador se identifique e “decida” se tudo o que foi mostrado ocorreu ou não. 
Referências
SEGAL, H. Introdução à obra de Melanie Klein. Rio de Janeiro: Imago, 1975
KLEIN, M. Inveja e Gratidão e outros trabalho. Rio de Janeiro: Imago, 1985
WINNICOTT, D.W. A família e o desenvolvimento individual. 
NETO, O.F. As principais contribuições de Winnicott à prática clínica. Disponível em: 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0486-641X2008000100009&script=sci_arttext

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