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resumo de dos delitos e das penas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - CCSA
DISCIPLINA: DIREITO PENAL II
DOCENTE: ANDREO ALEKSANDRO NOBRE MARQUES
DOCENTE: DISCENTE: LUIZ GABRIEL DANTAS DE SOUZA SILVA
DIREITO NOTURNO 2016.2
Dos delitos e das penas: 
importância para a cultura jurídico-penal e contribuição para os princípios do Direito Penal atual
Natal – RN
2017
	Cesare Bonesana, o Marquês de Beccaria, em sua obra “Dos delitos e das penas”, sob influência do contratualismo de Rousseau e da filosofia iluminista, fazia uma crítica ao sistema penal de sua época, que era caracterizado pela arbitrariedade dos juízes, pela desproporcionalidade e indeterminação das penas, sem contar com as formas esdrúxulas e desumanas de produzir provas, que seriam um contraponto ao princípio presunção de inocência; mostrava as falhas do Direito Penal de sua época e questionava a eficácia dele. 
	Para Beccaria, o direito deveria preocupar-se com o bem para a maioria das pessoas. Nesse sentido, condenava as práticas nefastas que aconteciam e afirmava que as penas deveriam atingir fins específicos que gerassem ordem e segurança, ou seja, as penas tinham que ser proporcionais à lesão que causavam. A partir de Cesare Beccaria que começou a haver uma ideia sobre a distinção entre o direito humano e a justiça divina, tentando acabar com a vingança em nome do estado e a crueldade das penas. Ajudou na preservação do principio da humanidade e na inovação do direito penal.
	Vale ressaltar que Beccaria defendia que o julgamento estaria abaixo da lei e que a decisão do juiz deveria se vincular a esta, sendo, então, a pena proporcional a legislação e à lesão que ocasionou. A finalidade da pena era a de evitar a prática delituosa por outras pessoas e a prisão era uma medida cautelar para que houvesse a coleta de provas. Era contrário ao sistema da pena de morte e visava a celeridade na aplicação da sanção penal, sendo racional e humanizando a aplicação do direito. 
	Podem-se obter, a partir da leitura da obra, alguns princípios que fazem parte do Direito Penal ainda hoje, como por exemplo, o princípio da Anterioridade, quando diz que não há crime sem lei anterior que o defina e nem pena sem prévia cominação legal, Beccaria apresentou esse princípio e também o classificou como parte do princípio da Legalidade. Esse último é dado a partir da máxima que ninguém será obrigado a fazer ou não qualquer coisa senão em decorrência da lei; na época de Beccaria as penas não eram compatíveis com os dispositivos legais e apenas um cumprimento de verdade poderia ajudar a mudar isso. 
	Beccaria também pensou acerca do princípio da Responsabilidade Pessoal, afirmando que nenhuma pena deveria passar da pessoa do condenado, onde seus sucessores não sofreriam quaisquer punições. Além de falar da Irretroatividade da Lei Penal, na qual diz que a lei não retroagirá, exceto para benesse do réu. Na época de Beccaria, havia aumento de penas, através dos Monarcas, para causar prejuízos ao acusado; diminuindo, assim, a quantidade de ilegalidades dos governantes e assegurando que a lei que seria posta era a do tempo do ato do crime. 
	Influenciou, também, no princípio da Proporcionalidade da Pena, onde a pessoa que praticou o delito deve ser submetida apenas ao proporcional da lesão que causou, era ferrenho em discordar da pena de morte, mostrando sua preocupação com a realização das penas e seu amoldamento ao fato perpetrado. A publicidade dos atos processuais foi também discutida por Beccaria, visando evitar ilegalidades na aplicação da pena, como caças a inimigos políticos, prisões indevidas e outros atos. Apenas com a possibilidade de obter acesso ao que fora praticado (e está sendo acusado), podemos tentar deixar o direito menos desigual. 
	Outro princípio que podemos encontrar na obra de Beccaria é o da Presunção de Inocência, dando ao acusado a oportunidade de se defender durante todo o processo. Apenas após a consumação e comprovação da culpa é que será declarado realmente responsável e culpado pelo ilícito que praticou. Impede que os efeitos da condenação atinjam a pessoa processada antes do trânsito em julgado.

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