Buscar

CG4

Prévia do material em texto

1 
 
 
O problema da exclusão 
 
Há quem afirme, com razão, que altos índices de violência emergem em uma 
cultura de violência. 
 
Mas o que determina esta cultura de violência? 
 
Na direção do que afirma a UNESCO, entendemos que este resultado é 
atingido, entre outras formas de violência, em razão da(s): 
 
 Cidadania dirigida a poucos; 
 Pobreza; 
 Falta de uma cultura de respeito aos direitos humanos; 
 Discriminação racial e o racismo; 
 Inacessibilidade à justiça; 
 Práticas inadequadas de segurança pública. 
 
O Brasil é pobre? 
 
Apesar de possuir grande número de pessoas pobres, o Brasil não é um país 
pobre. 
 
Isso fica claro pelo fato de possuir o 7º maior Produto Interno Bruto (PIB), 
dentre todos os países. Porém, há um consenso acerca da necessidade de superar um 
quadro de injustiça social e desigualdade, presentes em todo o país, construídos no 
decorrer da história. 
 
A posição intermediária ocupada pelo Brasil no ranking de países do Índice de 
Desenvolvimento Humano (IDH) reflete claramente essa questão, revelando que ainda 
há muitas dificuldades a serem superadas nas áreas de educação, assistência social, 
saúde, distribuição de renda e emprego. 
 
Historicamente, as enormes desigualdades sociais, econômicas e culturais 
expressam uma das características mais marcantes do país. 
 
Em anos recentes, percebe-se um crescimento da consciência da sociedade e 
do governo quanto à necessidade de reverter-se essa condição, criando-se 
mecanismos de participação e controle social, programas, projetos e ações — na 
direção que a nossa própria Constituição de 1988 aponta ―, que indicam um 
movimento de transformações positivas. 
 
 
 
 
 2 
Todavia, apesar dessas mudanças positivas refletidas em dados mais atuais, as 
melhoras ainda são insuficientes para promover o “salto qualitativo” de que o país 
necessita. Isso porque, a pobreza não está relacionada somente à falta de recursos, 
mas a diversos elementos como: 
 
 A desigualdade na distribuição de renda; 
 A vulnerabilidade; 
 A exclusão social; 
 A violência; 
 A discriminação; 
 A ausência de dignidade etc. 
 
O IDH 
 
O Índice de desenvolvimento econômico (IDH) é uma medida comparativa que 
classifica os países pelo seu grau de “desenvolvimento humano”. 
 
Trata-se de um indicador utilizado no relatório anual do Programa das Nações 
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) desde 1993. 
 
A estatística é composta a partir de dados de expectativa de vida ao nascer, 
educação e PIB per capita, recolhidos em nível nacional. 
 
Veja um exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
Mapa-múndi indicando o Índice de Desenvolvimento Humano (baseado em dados de 
2011, publicados em 2 de novembro de 2011) 
 
 acima de 0,900 
 0,850–0,899 
 0,800–0,849 
 0,750–0,799 
 0,700–0,749 
 0,650–0,699 
 0,600–0,649 
 0,550–0,599 
 0,500–0,549 
 0,450–0,499 
 0,400–0,449 
 0,350–0,399 
 0,300–0,349 
 abaixo de 0,300 
 Sem dados 
 
 
Todos os anos, os países membros da ONU são classificados de acordo com 
essas estatísticas, sendo que a medida é estabelecida de 0 a 1 (quanto mais próximo 
do 1, mais alto é o desenvolvimento humano do país). 
 
É bem verdade que o IDH também é usado por organizações locais ou 
empresas com o propósito de medir o desenvolvimento de entidades internas dos 
Estados, como cidades, aldeias etc. 
 
Seja qual for a análise, o IDH combina três dimensões: 
 
 Uma vida longa e saudável (saúde); 
O indicador da saúde leva em conta a expectativa (ou esperança) de vida da pessoa 
ao nascer. 
 
Esse indicador é significativo porque reflete se há no país boas condições sanitárias 
(quando elas melhoram, cai a mortalidade infantil) e um bom atendimento à saúde. 
 
Em 2011, as mais baixas esperanças de vida foram da Guiné-Bissau (48,1 anos), de 
Lesoto (48,2) e de outros países africanos. A mais elevada esperança de vida era a do 
Japão, de 83,4 anos. 
 
 O acesso ao conhecimento (educação); 
Esse indicador é feito com dois índices. 
 
O primeiro é a média de anos de estudo das pessoas adultas, com 25 ou mais anos 
de idade. Segundo este indicador, o número médio de anos de estudo da população 
brasileira vem subindo. 
 
O segundo indicador é o número médio de anos de estudo que a pessoa pode 
esperar receber desde o seu nascimento, segundo os dados atuais de cada país – é a 
expectativa de anos de estudo que o indivíduo daquela determinada região tem, ao 
nascer. 
 
 
 
 4 
 
 O padrão de vida (relacionado à situação material). 
Esse indicador é calculado utilizando-se o valor da Renda Nacional Bruta (RNB) do 
país per capita (ou seja, a renda dividida pelo número de habitantes). 
 
A RNB é o total da riqueza produzida pelos habitantes de um país dentro e fora de 
seu território. 
 
Em relação ao PIB, a RNB adiciona o dinheiro recebido do exterior (enviado por 
pessoas que moram fora ou por filiais de empresas, além de investimentos) e subtrai o 
valor levado para o exterior (pagamento de empréstimos, remessas de lucros etc.). 
 
Os valores são calculados em dólar PPC (paridade do poder de compra), que é uma 
forma de comparar a renda das populações entre países, pois leva em conta não só o 
valor absoluto da renda, mas também o quanto se consegue comprar com uma mesma 
quantia nos diferentes locais. 
 
IDHM Brasileiro 
 
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Brasil cresceu 47,5% 
entre 1991 e 2010, segundo o “Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013”, 
divulgado recentemente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 
(Pnud). 
 
De acordo com a publicação, embora a cidade com o IDHM mais elevado 
seja São Caetano (SP)1, os municípios que tiveram maior evolução no quesito “renda” 
são das regiões Norte e Nordeste. 
 
A classificação do IDHM geral do Brasil mudou muito nos últimos 20 anos. De 
“muito baixo” (0,493), em 1991, passou para “padrão médio” em 2000 — IDHM geral 
do Brasil de 0,612 ―, atingindo em 2010 a classificação “alto desenvolvimento 
humano” (com média de 0,727). 
 
 
 
 
1 IDH SÃO CAETANO. Disponível em: 
http://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/07/sao-caetano-sp-tem-o-melhor-idh-
municipal-e-melgaco-pa-o-pior.html. Acesso 14 out. 2013. 
 
 
 
 5 
Indicadores 
 
Entre os três indicadores que compõem o IDH municipal, veja o que mais 
contribuiu para a pontuação geral do Brasil em 2013: 
 O indicador de longevidade, com 0,816 (classificação “desenvolvimento 
muito alto”; 
 O indicador por renda (0,739; “alto”); e 
 O indicador por educação (0,637; “médio”). 
 
No indicador longevidade, o crescimento foi 23% entre 1991 e 2010, enquanto 
no que diz respeito à renda, a alta foi de 14%. 
 
Embora a educação tenha apresentado o índice mais baixo dos três, foi o 
indicador que mais cresceu nos últimos 20 anos: de 0,279 para 0,637 (128%). 
 
Segundo o Pnud, esse avanço é motivado por uma maior frequência de jovens 
na escola (2,5 vezes mais que em 1991). 
 
Críticas ao IDH 
 
Embora o IDH receba fortes críticas no que se refere à sua metodologia o 
fato de existir um padrão de análise para o desenvolvimento humano (mesmo que 
incompleto ou mesmo com falhas) já significa um grande avanço no processo de 
avaliação. 
O Índice de Desenvolvimento Humano tem sido criticado por uma série de razões. 
Entre elas está a não inclusão de quaisquer considerações de ordem ecológica, 
focando exclusivamente no desempenho nacional e por não prestar muita atenção ao 
desenvolvimento de umaperspectiva global. 
 
O índice também foi criticado como “redundante” e uma “reinvenção da roda”, 
medindo aspectos do desenvolvimento que já foram exaustivamente estudados. 
Foi ainda criticado por ter um tratamento inadequado de renda, falta de 
comparabilidade de ano para ano, e por avaliar o desenvolvimento de forma diferente 
em diferentes grupos de países. 
 
 
 
 
 6 
Além disso, ao apontar saúde e educação como pontos centrais para 
elaboração deste índice, acaba por nos auxiliar no cumprimento da promessa de 
tratar desses dois temas sociais fundamentais. 
 
Vamos começar pela saúde. 
 
Saúde no Brasil 
 
O Sistema Único de Saúde (SUS), criado no Brasil em 1988 com a promulgação 
da nova Constituição Federal, formalmente tornou o acesso gratuito à saúde direito 
de todo cidadão (além de, segundo a Constituição, integral, universal, e igualitário). 
 
Até então, o modelo utilizado estabelecia três categorias: 
 Os que tinham direito à saúde pública por serem segurados pela 
previdência social (trabalhadores com carteira assinada); 
 Os que pagavam serviços à rede privada; e 
 Os que não possuíam direito algum. 
 
A implantação do SUS unificou o sistema, já que antes de 1988 a saúde era 
responsabilidade de vários ministérios, descentralizando sua gestão. 
 
O sistema deixou de ser gerido exclusivamente pelo Poder Executivo Federal 
(que deve formular as políticas públicas) e passou a ser administrado e 
executado por Estados e municípios. 
 
Segundo dados do Ministério da Saúde, dos 190 milhões de brasileiros, 80% 
desse total depende exclusivamente do SUS para ter acesso aos serviços de saúde. 
Para se ter uma noção do gigantismo do sistema, segundo o Ministério da Saúde, 
o SUS tem 6,1 mil hospitais credenciados, 45 mil unidades de atenção primária e 
30,3 mil Equipes de Saúde da Família (ESF). O sistema realiza, por ano, 2,8 
bilhões de procedimentos ambulatoriais, 19 mil transplantes, 236 mil cirurgias 
cardíacas, 9,7 milhões de procedimentos de quimioterapia e radioterapia e 11 
milhões de internações. 
 
 
 
 
 7 
Dificuldades do SUS 
 
Porém, o SUS, como o maior sistema público de saúde do mundo, embora 
colocando em prática diversas políticas públicas (Política para AIDS e outras doenças 
sexualmente transmissíveis, Política Nacional de Transplantes, Política Nacional de 
Urgências e Emergências, entre muitas outras), encontra-se sobrecarregado e os 
usuários enfrentam longos períodos à espera de atendimento. 
 
Essa deficiência no atendimento, não só no tempo de espera, mas também na 
qualidade dos serviços, tem levado uma parcela significativa e crescente da população 
brasileira a fazer opção pelos planos de saúde privados. 
Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em junho de 2012, 
66,3 milhões de brasileiros mantinham ou eram cobertos por convênios pagos de 
medicina, sendo que entre 2011 e 2013, houve o ingresso de mais de 3 milhões de 
pessoas. 
 
Mas será que esta crise causada pela sobrecarga se deve ao número 
insuficiente de médicos formados pelo país ou pela ausência de estrutura que não 
permite um atendimento mais digno e rápido? 
 
Em 2011, a média nacional era de quase 2 médicos por grupo de mil 
habitantes, média essa superior à recomendada pela OMS (Organização Mundial de 
Saúde). 
 
Neste sentido, se o número de médicos no Brasil não é um problema, sua 
distribuição é, pois apresenta um perfil de desequilíbrio entre as diversas regiões. 
Aliás, o diagnóstico comum, tanto das corporações médicas quanto dos governos, 
sustenta a má distribuição dos médicos — concentrados em grandes centros e 
ausentes no Interior e nas periferias. 
Segundo um levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o 
número de médicos no país cresceu seis vezes mais do que a população em geral 
nas últimas quatro décadas e, atualmente, há quase dois profissionais para cada 
1.000 habitantes. O dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde 
(OMS). No entanto, essa proporção é menor em regiões como a Norte (um 
 
 
 
 8 
médico para cada 1.000 habitantes e Nordeste (1,23 médico para cada 1.000 
habitantes), menos do que a metade da concentração encontrada no Sudeste, 
que possui 2,67 profissionais disponíveis para cada 1.000 pessoas). 
 
Há também a ausência de estrutura adequada, deteriorada pela ausência de 
recursos (tramita no Congresso, desde 2008, proposta para criar uma contribuição 
permanente, (a Contribuição Social de Saúde - CSS) que substituiria, como fonte de 
custeio, o antigo CPMF.) para maiores investimentos na área. Porém, enquanto 
governos e médicos concordam quanto às causas, discordam em quase tudo no que se 
refere a soluções (Seria bom incluir uma reportagem recente sobre a contratação de 
médicos estrangeiros.), e embora se possa observar uma melhora do serviço de saúde 
nos últimos tempos, é ele ainda manifestamente insuficiente e carente de qualidade, 
principalmente nas regiões mais carentes do país. 
 
 
 
 
Educação 
 
A nossa Constituição de 1988 garante a educação como um direito social 
fundamental, estabelecendo seu objetivo como “o pleno desenvolvimento da pessoa, 
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. 
 
 
 
 
 9 
Para que tais objetivos sejam atingidos é necessária a integração das três 
esferas: 
 Federal; 
À União compete organizar o sistema federal de ensino e o dos territórios, 
financiar as instituições de ensino públicas federais, distribuir e suplementar verbas 
e assistência técnica aos estados, municípios e ao Distrito Federal, estadual e 
municipal. 
 Estadual; 
Os Estados e o Distrito Federal têm por responsabilidade atuar principalmente nos 
ensinos fundamental e médio. 
 
 Municipal. 
Cabe aos municípios, prioritariamente, a educação infantil e o ensino fundamental. 
 
A LDB 
 
As principais diretrizes educacionais brasileiras estão estabelecidas em uma 
lei federal que costumamos chamar de LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação). 
 
Nela é que são detalhados os papéis da União, dos Estados e dos municípios: 
 Articulação das ações; 
 Definição das obrigações gerais das instituições de ensino, dos 
professores e dos outros profissionais da área; 
 Definição dos níveis da educação no Brasil; 
 Apresentação de referenciais curriculares e estabelecimento carga 
horária mínima para cada um, nas diversas modalidades. 
 
O PNE 
 
Por outro lado, a Constituição também prevê o PNE (Plano Nacional de 
Educação), que estabelece metas qualitativas e quantitativas gerais a serem 
alcançadas em, no máximo, dez anos. 
 
 
Divisão da educação escolar brasileira 
 
A educação escolar brasileira é dividida em dois níveis: básico e superior. 
 
Vamos analisá-los: 
 
 
 
 
 1
0 
A Educação básica 
 
Em princípio, deve ser proporcionada a todos os brasileiros com idade entre 0 
e 17 anos. 
 
O objetivo é fornecer às crianças e aos adolescentes uma bagagem de 
conhecimentos e habilidades essenciais para que possam exercer a cidadania e 
progredir no trabalho e nos estudos. 
 
Deve dar condições ao educando de prosseguir os estudos em uma área 
específica de seu interesse, em etapas posteriores. 
 
Ela se subdivide em três etapas: 
 
 Educação infantil: É a primeira etapa da educação básica, oferecida em 
creches (até 3 anos de idade) e em pré-escolas (4 e 5 anos). 
 
É considerada uma complementação direta da ação da família e da 
comunidade. Tem como finalidade o desenvolvimento inicial da criança do ponto de 
vista físico, psicológico, intelectual e social. 
 
 Ensino fundamental: O ensino fundamental já foichamado de 1º grau, 
primário e ginásio e é oferecido, principalmente, pelas redes municipais e estaduais. 
 
Esse nível de ensino teve sua duração mínima ampliada de oito para nove anos 
pela Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006. 
 
Com a alteração, o ensino fundamental passou a ser proporcionado às crianças 
e jovens de 6 a 14 anos. A Constituição de 1988 estabelece que é obrigação do Estado 
oferecer o ensino fundamental gratuitamente. 
 
 Ensino médio: É a etapa final da educação básica e já foi chamada de 2º 
grau e de colegial. 
 
Destina-se aos adolescentes com idade entre 15 e 17 anos. 
 
Essa fase do ensino ― atualmente considerada essencial para muitas funções 
produtivas — ainda apresenta grandes problemas, principalmente em relação ao 
acesso dos estudantes. 
 
A Educação Superior 
 
É oferecida aos alunos que completam o nível médio, sendo voltada para áreas 
específicas do conhecimento. 
 
 
 
 1
1 
 
Inclui não só as graduações, como as pós-graduações oferecidas pelas 
faculdades, universidades e os centros tecnológicos. 
 
As três modalidades de ensino da educação 
 
Para enfrentar as diversidades e as necessidades específicas, a educação pode 
ser apresentada em três modalidades de ensino: 
 
 Educação especial: 
 
É a modalidade de ensino destinada a crianças, jovens e adultos portadores de 
necessidades especiais, aos superdotados e àqueles que apresentam problemas de 
conduta. 
 
O direito à educação especial é assegurado pela Constituição de 1988 e 
reafirmado pela LDB. 
 
A educação especial deve ser oferecida da educação infantil ao ensino 
superior, preferencialmente na rede regular. Nesse caso, é chamada de educação 
inclusiva. 
 
 Educação de jovens e adultos: 
 
Essa é uma modalidade de ensino voltada às pessoas que não terminaram o 
ensino fundamental ou o médio em cursos regulares e na idade adequada. 
 
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) era chamada no passado de supletivo. 
 
A LDB determina que jovens e adultos nessa situação devam ter acesso 
gratuito a cursos e exames que permitam a continuidade e a conclusão dos estudos. 
 
 Educação profissional: 
 
Tem por finalidade a educação profissional, auxiliando os jovens a 
qualificarem-se e, consequentemente, inserirem-se no mercado de trabalho. 
 
 
O financiamento da educação 
 
A Constituição de 1988 estabeleceu que no mínimo 18% da receita arrecadada 
com impostos da União e 25% da receita arrecadada por Estados, Distrito Federal e 
municípios devem ser investidas na educação, embora algumas constituições estaduais 
e leis orgânicas municipais tenham previsto percentuais ainda maiores (30% a 35%). 
 
 
 
 
 1
2 
As receitas devem cobrir as despesas educacionais que incluem: remuneração 
e aperfeiçoamento de professores; manutenção de instalações e equipamentos; 
levantamentos estatísticos e concessão de bolsas de estudo, entre outros itens. 
 
Além desses recursos, há outras fontes (podemos citar o FNDE (contribuições 
vindas das empresas em geral e entidades públicas e privadas) e o FUNDEB (os recursos 
provêm de percentual de impostos arrecadados por municípios e Estados, além de uma 
complementação pela União)) que auxiliam no financiamento da educação oferecida 
pelo próprio setor público. 
 
Os esforços de auxílio de financiamento da educação atingem também a rede 
privada, principalmente por meio de dois programas: o FIES e ProUni. 
 
 
Expansão do ensino particular no Brasil 
 
Os financiamentos têm levado a uma expansão do ensino particular no Brasil, 
que representa 88% das instituições de ensino superior e 74% do total de matrículas 
em cursos de graduação espalhados pelo país. 
 
Esse processo de expansão educacional privada acelerou-se na década de 
1990, com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que facilitou a 
criação de centros universitários, faculdades e institutos ou escolas superiores, 
diminuindo as exigências quanto ao desenvolvimento de pesquisa e extensão e 
possibilitando estas instituições a manter o ensino com menores custos. 
 
Que, como vimos, é a lei que define e regulariza o sistema de educação 
brasileiro com base nos princípios presentes na Constituição. 
 
A avaliação do ensino no Brasil 
 
O MEC, por meio do INEP, tem se utilizado de vários instrumentos para avaliar 
a qualidade do ensino de rendimento da educação dos estudantes do Brasil. A partir 
de então, gera dados para a definição das políticas públicas, em busca da melhoria da 
qualidade do ensino. 
 
Avaliação na educação básica 
 
Na educação básica tem-se como instrumentos principais: 
 
 O ENEM 
 
Exame Nacional de Ensino Médio. 
 
 
 
 
 1
3 
Avalia o desempenho dos estudantes ao término do Ensino Médio, além de ser 
a prova de conclusão do ensino médio para estudantes que cursam o EJA (Educação de 
Jovens e Adultos). 
 
Embora de caráter não obrigatório, o exame tem papel de grande importância 
para os estudantes que querem concorrer a uma bolsa no Programa ProUni ou mesmo 
para ingressar no Fies. 
 
Aos poucos, vem se sendo utilizado como processo de seleção para as 
universidades públicas federais. 
 
 O SAEB 
 
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica. 
 
Seu propósito não é avaliar os estudantes, mas o próprio sistema educacional, 
a fim de corrigir suas falhas e definir políticas públicas de ensino e áreas prioritárias 
para investimento. 
 
 O IDEB 
 
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. 
 
Estabelece índices de qualidade do ensino que auxiliam no planejamento e 
definição de políticas públicas que auxiliam na elevação do nível da educação no 
Brasil. 
 
Avaliação no ensino superior 
 
Já para o ensino superior, o MEC utiliza como instrumentos de avaliação, 
principalmente: 
 
 O SINAES 
 
O SINAES ― Sistema Nacional de Avaliação — engloba três componentes: 
 
a) Avaliação dos Cursos de Graduação - Confirma e renova o reconhecimento 
dos cursos, levando em conta a qualificação do corpo docente, a organização 
didático-pedagógica e as instalações físicas da instituição. 
 
b) Avaliação Institucional - Compreende uma autoavaliação feita pelos 
estabelecimentos de ensino e uma avaliação externa, realizada por uma comissão do 
MEC; 
 
 
 
 
 1
4 
c) Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – O ENADE é o mais 
utilizado. Ele mede o rendimento dos graduandos com relação ao programa estudado 
no decorrer do curso. 
 
 A avaliação da CAPES 
 
A avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 
analisa os programas de pós-graduação stricto sensu. 
 
 O IGC 
 
O Índice Geral de Cursos da Instituição confere um conceito geral a cada 
instituição de ensino, tendo como parâmetros vários dados como, por exemplo, o 
resultado no ENADE, a qualidade do corpo docente, a infraestrutura física e os 
recursos pedagógicos oferecidos. 
 
As ações afirmativas e o ensino 
 
Esse é um tema que tem recebido grande destaque nos últimos anos. 
 
As ações afirmativas são políticas compensatórias aplicadas com vistas a 
diminuir a desigualdade social observada no seio da sociedade. 
Várias são as medidas que têm sido tomadas para enfrentar o problema: criação 
de programas, utilização do sistema de cotas, bônus ou fundos para garantir 
emprego a membros de grupos discriminados; instituição de bolsas de estudo e 
linhas de crédito para fins educacionais; provimento e reparações financeiras; 
distribuição de terras e habitação; e, por fim, medidas que garantam proteção a 
estilos de vida ameaçados. 
 
Os procedimentos referentes a essas políticas podem acontecer no âmbito 
público ou privado e ter caráter voluntário,ou mesmo resultar de uma determinação 
legal. 
 
Em qualquer dos casos, seu objetivo público é combater as desigualdades 
observadas nos indicadores de renda, escolaridade e padrão de vida da sociedade. 
No Brasil, paulatinamente (até 2016), as instituições púbicas de nível superior 
federal deverão reservar 50% das vagas oferecidas da seguinte forma: 
 
 
 
 1
5 
a) metade (25% do total global) para estudantes de escolas públicas com 
renda familiar bruta igual ou inferior a um salário mínimo e meio per capita; e 
 
b) a outra metade (os outros 25% do total global) para estudantes de 
escolas públicas com renda familiar superior a um salário mínimo e meio. 
 
 
Nos dois casos, também será levado em conta percentual mínimo 
correspondente ao da soma de pretos, pardos e indígenas no Estado, de acordo com o 
último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
 
A explicação fica mais clara observando o mapa: 
 
 
 
As cotas “raciais” 
 
No que se refere à questão das cotas “raciais”, a própria ciência vem 
atestando sobre a inexistência de “raças”, afirmando que as diferenças genéticas 
entre um homem negro, um branco e um índio são ínfimas. 
 
Porém, sabemos que as diferenças na cor da pele entre populações diversas, 
econômicas, culturais e sociais são fatores que no decorrer da história, mas ainda em 
 
 
 
 1
6 
grande escala nos dias de hoje, tendem a explicitar discriminações e preconceitos de 
toda ordem. 
 
No Brasil, como sabemos, há um alto índice de miscigenação e infinitas 
variações de cor de pele e traços físicos. 
 
O Censo de 2010 atestou que mais da metade da população brasileira (50,7%) 
é composta de negros (pretos e pardos), sendo que diversos estudos atestam que os 
referidos pretos e pardos mantém um padrão de vida inferior ao mantido pelos 
brancos. 
Apesar da melhora de suas condições sociais nos últimos dez anos, as diferenças 
em relação à população branca ainda são grandes. 
 
Enquanto a taxa de analfabetismo para brancos é de 5,9%, entre os negros é 
superior a 13%. 
 
No que se refere ao tempo de estudo médio, enquanto um branco estuda em 
média 8,4 anos, o negro estuda 6,7 anos. 
 
Isso se reflete no âmbito laborativo: por hora trabalhada, um negro recebe 
menos 40% que um branco. 
 
Fato que repercute nos dados referentes à pobreza, que informam que três 
quartos entre os 10% mais pobres no Brasil são negros. 
 
Foram estes argumentos, entre outros, que o Supremo Tribunal Federal 
utilizou para considerar constitucional o sistema de cotas (inclusive racial) no ensino 
superior e o Programa Universidade para Todos (ProUni). 
 
Mais de 70 universidades públicas já adotaram cotas ou programas de 
bonificação nos vestibulares para afrodescendentes, muitas vezes associando ou 
vinculando a cor de pele do candidato à sua situação social (ter vindo de escola 
pública) ou econômica (baixa renda familiar). 
 
 
 
 
 1
7 
Segundo levantamentos estatísticos, essas ações afirmativas, somadas ao 
ProUni, ampliaram a presença no ensino superior de pessoas que se declaram negras 
(de 18% para 34%, entre 1998 e 2008). 
 
Embora sejam muitas as divergências e polêmicas sobre a eficácia e justiça 
desse tipo de política, a verdade é que a legislação de cotas (Lei nº 12.711/2012 e 
Decreto nº 7.824/2012) já está pronta para produzir efeitos a partir de 2013. 
 
A corrupção 
 
A palavra “corrupção” é apresentada nos dicionários como sinônimo de 
“decomposição” e “putrefação”. 
 
Nos dias de hoje, infelizmente, é comum ouvir que a corrupção é um traço da 
nossa cultura. 
 
Embora se afirme que as práticas de corrupção sejam um fenômeno disseminado 
em maior dimensão nos dias de hoje, a verdade é que no decorrer da história 
brasileira, a corrupção sempre esteve presente como uma marca da falta de 
adequada separação entre o espaço público e o espaço privado. 
 
O fato do processo de independência do país ter ocorrido sem ruptura sem 
rompimento dos interesses da elite econômica e política que vinha do período 
anterior, explica em parte a manutenção de uma lógica de utilização do Estado 
para fins privados, já presentes no Império. 
 
Se é mais fácil associar a corrupção aos regimes autoritários e ditatoriais 
vivenciados pelo país no decorrer do Século XX ― quando imperou o arbítrio, a 
força e a censura, a ausência de fiscalização —, a verdade é que mesmo em 
períodos de normalidade democrática, como nos dias de hoje, as manchetes de 
jornais não deixam de noticiar escândalos de corrupção. 
 
O Brasil está situado em 69° lugar no ranking que mede o nível de corrupção, 
produzido pela ONG Transparência Internacional. 
 
Porém, a gravidade do dado é que a corrupção tem consequências ainda mais 
insalubres do que parece: ela representa um ataque contundente ao bem-
estar dos cidadãos brasileiros, diminuindo investimentos públicos na saúde, na 
educação, em infraestrutura, segurança, habitação, entre outros direitos essenciais à 
vida, além de desqualificar os mandamentos constitucionais e abalar as instituições 
democráticas. 
 
 
 
 
 1
8 
A impunidade 
 
Outro problema relacionado diretamente à corrupção e que vem sendo 
apontado pelos estudiosos que se dedicam ao estudo da sociedade brasileira é a 
disseminação de outro tipo de cultura (negativa): a cultura da impunidade. 
 
Questiona-se, cada vez mais, acerca da morosidade da justiça, o direito de 
políticos e autoridades estatais a prerrogativa de foro ― situação que a população 
enxerga, na maioria dos casos, como foros “privilegiados”. 
 
Porém, o problema não se limita às classes políticas. Fica a forte impressão de 
que a imensa desigualdade econômica existente entre os brasileiros mais ricos em 
relação aos brasileiros mais pobres se reproduz no campo dos direitos. 
 
Todavia, há motivos para acreditar que também nessa área o país pode 
avançar. 
 
Se até maio de 2010, ou seja, mais de 21 anos após a promulgação de nossa 
Constituição de 1988, o STF não havia condenado qualquer parlamentar, entre maio 
de 2010 e agosto de 2013 foram condenados 11 parlamentares. Fato que nos leva a 
crer que a impunidade é um fenômeno que já não representa uma regra absoluta. 
 
Tal como nos direitos sociais, onde é observado que, apesar da imensa 
desigualdade apontada pelos dados estatísticos, os índices vêm apresentando 
melhoras evidentes. 
 
Podemos imaginar, assim, que a pressão da cidadania é capaz de melhorar 
também os níveis de corrupção e impunidade ainda presentes em alta escala na 
sociedade brasileira. 
 
De qualquer forma, há relação entre melhora dos níveis sociais e combate à 
corrupção e à impunidade. 
 
 
 
 1
9 
SAIBA MAIS (AULA 4) 
 
Como de costume, indicamos algumas obras e endereços eletrônicos que 
podem ser úteis no aprofundamento do tema: 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_no_Brasil 
 
http://www.todospelaeducacao.org.br/educacao-no-brasil/ 
 
http://www.mec.gov.br/ 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sa%C3%BAde_no_Brasil 
 
http://www.brasil.gov.br/sobre/saude 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_dos_munic%C3%ADpios_brasileiros_
por_IDH 
 
http://www.pnud.org.br/IDH/DH.aspx 
 
ALMANAQUE Abril 2013. São Paulo: Abril, 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2
0 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DA AULA 4 
 
 
Questão 1 
 
Observe os dois rankings abaixo listados que se referem ao IDH e ao PIB. 
 
Analise os dados aí contidos e, após, marque a opção que melhor explica a 
realidade brasileira: 
 
 
 
a) O Brasilé um país pobre, embora o nível de qualidade de serviços sociais 
oferecidos à sua população seja considerado de bom nível em comparação à média 
mundial. 
b) O Brasil possui índice de desenvolvimento humano incompatível com o 
tamanho de sua economia. 
 
 
 
 2
1 
c) A desigualdade social ainda presente no Brasil é resultado da fragilidade 
da economia brasileira. 
d) O índice de desenvolvimento humano no Brasil é proporcional ao 
tamanho de sua economia. 
e) Os dados acima demonstram que o Brasil é, sob qualquer aspecto de 
análise, um país subdesenvolvido. 
 
Resposta: Letra B. 
 
Embora sejamos a sétima economia do mundo — o que quer dizer que o país 
produz muita riqueza ―, o nível de desenvolvimento humano (que analisa, por 
exemplo, o nível dos serviços de saúde e educação do país) é apenas o 69º do mundo. 
 
Isso quer dizer que a força de nossa economia não se traduz em bons níveis 
sociais. Porém, vale a pena frisar que o Brasil, embora tendo índices de IDH apenas 
razoáveis, é uma das mais fortes economias do mundo. 
 
Questão 2 
 
O IDH é uma medida comparativa que classifica os países pelo seu grau de 
“desenvolvimento humano”. 
 
Trata-se de um índice utilizado pelo Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento (PNUD) no seu relatório anual. 
 
 
 
 
 2
2 
A análise do quadro acima trata do avanço do IDH brasileiro nos últimos 30 
anos. 
 
Sobre o tema é possível afirmar: 
 
a) A renda per capita nacional vem obtendo grande avanço. 
b) A educação, embora seja um dos componentes mais mal avaliados no IDH 
brasileiro, foi a que mais avançou no período. 
c) A expectativa de vida do brasileiro está diminuindo. 
d) Os índices que compõem a análise do IDH brasileiro permaneceram 
estagnados. 
e) O IDH brasileiro, embora tenha melhorado no período, já está em fase de 
regressão. 
 
Resposta: Letra B. 
 
Observe que o IDH da educação brasileira era 0,4 em 1980 (de um máximo de 
1,0), sendo que atingiu, em 2010, índice próximo a 0,65. Por isso, embora a educação 
seja o fator que menos contribui para um bom resultado do IDH, é o que mais avanço 
produziu no período. 
 
Já a renda per capita avançou pouco, conforme comprova a pequena variação 
de nível observada na linha vermelha. 
 
 O índice do IDH brasileiro avançou de forma uniforme no período (de 5,5 a 
índice superior a 7), conforme se pode observar pela variação de nível na linha verde. 
 
No que diz respeito à expectativa de vida, vê-se que a expectativa de vida do 
brasileiro vem aumentando progressivamente, sendo esta avaliação a que mais 
contribui, em termos de avaliação, para o IDH brasileiro. 
 
Questão 3 
 
 
 
 
 2
3 
 
A implantação do SUS no Brasil unificou o sistema, já que antes de 1988 a 
saúde era responsabilidade de vários ministérios, descentralizando a gestão. 
 
Sobre o sistema de saúde brasileiro, analise as assertivas abaixo e, após, 
marque a opção que contém a resposta correta. 
 
I) No sistema brasileiro de saúde estabelecido pela Constituição de 1988, 
apenas o trabalhador tem acesso aos serviços de saúde; 
 
II) O SUS (Sistema único de Saúde), criado no Brasil em 1988 pela 
Constituição Federal de 1988, formalmente tornou o acesso gratuito à saúde direito 
de todo cidadão (além de integral, universal, e igualitário); 
 
III) O sistema brasileiro de saúde é exclusivamente público, não sendo 
permitida a realização de serviços de saúde por rede privada de hospitais; 
 
IV) A análise de dados oficiais leva a crer que o número de médicos no Brasil 
não é um problema, embora seja sim um problema o desequilíbrio na distribuição dos 
profissionais pelas diversas regiões do país. 
 
Sobre as assertivas acima, é possível afirmar que estão corretas: 
 
a) I e II 
b) II e III 
c) III e IV 
d) I e IV 
e) II e IV 
 
Resposta: Resposta, Letra E. 
 
A Constituição de 1988, ao criar o SUS, tornou o acesso gratuito à saúde um 
direito de todo cidadão. Também estabeleceu como princípios para este sistema a 
igualdade, a integralidade e a universalidade. 
 
No que tange a questão do quantitativo de médicos no Brasil, não há grande 
polêmica de que estes, se bem distribuídos, seriam suficientes. 
 
 
 
 2
4 
 
O problema está no fato de que os médicos estão concentrados 
principalmente nas regiões Sudeste e Sul do país, enquanto em algumas sub-regiões 
das Regiões Norte e Nordeste o número de médicos está abaixo do que a OMS entende 
como adequado. 
 
No que se refere à exclusividade do serviço de saúde público no Brasil, sabe-se 
que isso não acontece. Pelo contrário, é crescente a expansão do setor privado na 
área da saúde, principalmente por meio dos planos de saúde. 
 
 
Questão 4 
 
Leia reportagem da BBC, que trata da educação brasileira, extraída em 18 
de agosto de 2013, do site 
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/07/130722_idh_municipios_
pai.shtml: 
 
Apesar de avanços, educação ainda trava desenvolvimento no Brasil 
 
Atualizado em 29 de julho, 2013 — 16:45 (Brasília) 19:45 GMT ― Educação 
teve maior avanço, mas partiu de patamar mais baixo. 
Os municípios do Brasil alcançaram, em média, um índice de 
desenvolvimento humano alto, graças a avanços em educação, renda e expectativa 
de vida nos últimos 20 anos. 
 
Mas o país ainda registra consideráveis atrasos educacionais, de acordo com 
dados divulgados nesta segunda-feira pela ONU e pelo Ipea (Instituto de Pesquisa 
Econômica Aplicada).O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 aponta que o 
IDHM (índice de desenvolvimento humano municipal) médio do país subiu de 0,493 em 
1991 para 0,727 em 2010 — quanto mais próximo de 1, maior é o desenvolvimento. 
 
Com isso, o Brasil passou de um patamar “muito baixo” para um patamar 
“alto” de desenvolvimento social. O que mais contribuiu para esse índice foi o 
aumento na longevidade (a expectativa de vida da população subiu de 64,7 anos para 
73,9 anos). Também houve aumento na renda, de 14,2% ou (R$ 346,31) no período. 
 
Os maiores desafios se concentram na educação, o terceiro componente do 
IDHM. Apesar de ter crescido de 0,279 para 0,637 em 20 anos, o IDHM específico de 
 
 
 
 2
5 
educação é o mais distante da meta ideal. Em 2010, pouco mais da metade dos 
brasileiros com 18 anos ou mais havia concluído o ensino fundamental; e só 57,2% dos 
jovens entre 15 e 17 anos tinham o ensino fundamental completo (...). 
 
Sobre a educação brasileira é possível afirmar: 
 
a) A melhora no nível da educação brasileira, nos últimos 20 anos, faz com 
que tenhamos nos dias de hoje um dos melhores sistemas educacionais do planeta. 
b) Apesar dos esforços e da implantação de diversas políticas públicas 
educacionais, o país ainda se recente de um quadro educacional com maior qualidade, 
que contribua para impulsionar o país para o desenvolvimento não só econômico, mas 
também social. 
c) O Brasil não dispõe no nível superior, de políticas educacionais que 
concedam suporte às minorias raciais ou sociais e isso contribui para que, por 
exemplo, negros e índios, cada vez mais estejam mais excluídos do processo de 
desenvolvimento do país. 
d) Um problema fundamental da política educacional brasileira é a ausência 
total de instrumentos de avaliação tanto na educação básica, como na educação 
superior. 
e) A educação no Brasil vem passando por um processo de estatização, 
sendo que a educação promovida pela rede privada vem progressivamente perdendo 
vigor. 
 
Resposta: Letra B. 
 
A letra A está equivocada, pois o sistema educacional do Brasil ainda não é 
competitivo quando comparado ao de outros países mais desenvolvidos.No que se refere à letra C, as instituições púbicas de nível superior federal, 
paulatinamente (a partir de 2013), deverão reservar parte das vagas das instituições 
para que as mesmas sejam ocupadas por minoriais raciais e sociais. 
 
No que pertine à letra D, como foi visto, o Brasil vem desenvolvendo uma 
série de instrumentos de avaliação, como, por exemplo, o ENEM e o ENAD, que 
ajudam a traçar um mapa da educação brasileira. 
 
 
 
 
 2
6 
Por último, referindo-nos à letra E, deve-se ressaltar que o crescimento da 
educação brasileira é mais contundente no setor privado do que no setor público. A 
ausência de condições de investimento por parte do poder público para alavancar o 
ensino (principalmente o ensino superior) explica o crescimento da influência das 
instituições privadas na política de educação. 
 
 
Questão 5 
 
 
A corrupção e seu combate têm sido temas recorrentes nos últimos tempos, 
no Brasil. 
 
Ao analisar a charge acima, assinale a assertiva que melhor a retrata. 
 
A) A corrupção é parte da cultura do povo brasileiro. 
B) A corrupção é um tipo de conduta que se vincula somente às camadas 
mais altas da sociedade brasileira. 
C) O desvio de dinheiro para a corrupção inviabiliza políticas públicas 
fundamentais para o futuro do país. 
D) O desvio de verbas para fins de corrupção é um crime do colarinho 
branco. 
E) A corrupção é um problema com o qual o povo brasileiro deve se 
acostumar. 
 
 
 
 
 2
7 
Resposta: Letra C. 
 
A charge acima deixa claro que o futuro da criança (que representa o futuro 
do país) está sendo ameaçado pela corrupção, já que o dinheiro público desviado 
deveria estar sendo aplicado em políticas públicas sociais. 
 
Isso vai ao encontro de outra questão e que diz respeito ao fato de não ser o 
Brasil um país pobre, mas o desperdício, a ineficiência e a corrupção acabam por 
colocar o desenvolvimento do país em xeque. 
 
As demais opções não apresentam vinculação com a charge.

Continue navegando