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Trabalho de História
 
O processo de Revolução Industrial começou na Inglaterra,no século XVIII.
A expansão da Revolução Industrial é muitas vezes chamada de 2ª Revolução Industrial ,desenrola-se na segunda metade do século XIX,na Europa,Estados Unidos e Japão.
Corresponde a um conjunto de transformações rápidas na indústria: novas fontes de energia (petróleo e eletricidade); novas máquinas (motor de explosão,lâmpada), novos setores industriais de ponta (siderurgia e química),novos métodos de trabalho e estandardização da produção.
Causas da prioridade inglesa:
Abundância de matérias-primas
Muita mão de obra disponível
Desenvolvimento das manufaturas (como a lançadeira volante,o tear mecânico e a máquina a vapor)
Vasto mercado de escoamento dos produtos (metrópole e colónias)
Boas vias de comunicação
Burguesia e nobreza dinâmicas e empreendedoras
Consequências:
Aumento da produtividade
Melhoria na alimentação
Aumento demográfico
Aumento da mão de obra
Crescimento Urbano
Inicia-se uma estreita ligação entre as Universidades e as Indústrias,as escolas formam os técnicos que trabalham na investigação e nas fábricas.
As grandes empresas investem na investigação para ultrapassarem a concorrência com novos produtos ou novas máquinas que permitam aumentar ou melhorar a produção.
Os laboratórios tornam-se fundamentais para o progresso.
A investigação torna-se um trabalho de equipa.
Cada avanço coloca novos desafios pelo que começa uma época de progressos cumulativos.
As grandes inovações na indústria vão afetar toda a sociedade.
Novos inventos e novas formas de energia
A Siderurgia torna-se a indústria de ponta da 2ª Revolução Industrial na segunda metade do século XIX.
Bessemer,em 1856, inventou um processo de transformar o ferro em aço mais rápido e barato.
Outros inventos permitiram aumentar a produção.
As necessidades de aço não paravam de aumentar: caminhos de ferro,pontes,edifícios,construção naval,armamento.
Entre 1870 e 1914, a produção mundial de aço aumentou mais de cinco vezes.
O aço substituiu o ferro.
Outro setor industrial que, nesta época, conheceu um grande desenvolvimento foi a indústria química.
W.H. Perkin,em 1856, sintetiza matérias corantes que revolucionam a indústria têxtil.
Surgem novos medicamentos,como a aspirina criada pela Bayer,em 1899.
Produzem-se novos inseticidas e fertilizantes.
Goodyear, em 1884, descobre o processo de vulcanização da borracha,dando origem à indústria dos pneus.
A indústria química, ligada à investigação e inovação,criou novos produtos que vão desenvolver vários setores industriais.
Novas formas de energia
A primeira Revolução Industrial utilizou o carvão como a principal forma de energia,nas vésperas da 1ª Guerra Mundial (1914), a maior parte (90%) da energia produzida na Europa dependia do carvão.
Nas últimas décadas do século XIX desenvolvem-se duas outras formas de energia: eletricidade e petróleo.
Em 1859, na Pensilvânia (EUA) perfura-se o primeiro poço de petróleo.
Surge a indústria petroquímica (petróleo e derivados)
Em 1886, Daimler inventa o motor de explosão que funciona a gasolina.
Em 1897,Diesel, inventa um motor que funciona com óleo pesado (diesel).
Os derivados do petróleo são também utilizados em lubrificantes e outros produtos.
Outros avanços na ciência e técnica:
invenção da turbina e do dínamo
descoberta de poços de petróleo
invenção do motor de combustão
Outra forma de energia que se desenvolveu foi a eletricidade.
Edison inventou a lâmpada elétrica,que nas cidades permitiu substituir o gás pela eletricidade quer na iluminação pública quer na privada.
A eletricidade vai levar a outros inventos: comboio elétrico (Siemens, 1897), telefone (Bell,1876), telégrafo, cinema (irmãos Lumière,1895), rádio (1887), metropolitanos e carros elétricos.
Todas estas invenções contribuíram para o desenvolvimento da vida moderna dos inícios do século XX.
A aceleração dos transportes
O desenvolvimento dos transportes foi fundamental para o sucesso da Revolução Industrial.
Iniciou-se com:
a aplicação da máquina a vapor ao barco (invenção de Fulton em 1803) e à locomotiva ( invenção de Stephenson em 1816).
A navegação a vapor com a construção de grandes paquetes em metal.
Era necessário transportar pessoas,matérias-primas e produtos a velocidades e distâncias cada vez maiores.
Em 1830, surgiu o comboio, George Stephenson inaugurou a linha Liverpool-Manchester.
Em 1914, existiam um milhão de Km de linhas construídas em todo o mundo.
O comboio modificou a vida das pessoas,permitiu o crescimento das cidades e tornou possível a circulação rápida dos produtos.
Os navios a vapor tiveram uma ascensão mais lenta.
Na segunda década do século XIX começam a ser mais utilizados.
O desenvolvimento das rotas comerciais marítimas levou à realização de grandes obras de engenharia como os canais do Suez (1869) e do Panamá (1914).
O êxito do vapor levou a algumas tentativas de conseguir um transporte viável por estrada.
Foi o motor de explosão que resolveu o problema da deslocação por estrada.
Surge uma nova indústria, a automóvel,que movimenta imensos capitais e emprega milhares de operários.
Os irmãos Wright,em 1903, criam o primeiro avião, que rapidamente vai desenvolver a indústria da aeronáutica e revolucionar os transportes de longa distância.
Todo o desenvolvimento económico do século XIX tem por base a interligação que esse estabeleceu entre ciência e técnica.
Foi o desenvolvimento da investigação científica que permitiu os novos inventos.
A concorrência obrigava as empresas a investir na investigação e na modernização da produção.
Os novos inventos criavam novas necessidades que estimulavam novas investigações.
O objetivo era produzir a maior quantidade, no menor espaço de tempo e o mais barato possível.
Importância dos Transportes:
A formação de companhias de navegação de longo curso - Great Western.
Deslocação de milhões de pessoas da Europa para a América- emigração europeia.
Deslocação de pessoas e bens mais rápida e mais segura.
Concentração industrial e bancária
A partir do último quartel do século XIX podemos falar de uma civilização industrial.
As pequenas oficinas cederam o seu lugar às grandes empresas industriais.
Significa que no mundo Ocidental (EUA e Europa) a vida económica é dominada pela grande indústria.
As grandes empresas dominam do ponto de vista económico mas também condicionam a tomada de decisões políticas.
A necessidade de investir em investigação, as máquinas cada vez mais complexas exigiam grandes investimentos e a construção de grandes espaços (fábricas) onde trabalham, por vezes, milhares de operários.
As empresas ramificam-se e constroem sucursais,muitas vezes noutros países.
Esta necessidade de investir avultados capitais levou ao desenvolvimento das sociedades por ações, o investimento era dividido pelos acionistas.
A concentração empresarial aumenta na segunda metade do século XIX:
Devido à necessidade de grandes investimentos
As grandes empresas tinham mais capacidade de financiar a investigação e desenvolver novos projetos.
As grandes empresas resistem melhor às crises cíclicas da economia.
As grandes empresas vão absorvendo as mais pequenas e muitas vezes fundem-se entre si.
Tipos de concentração empresarial:
Concentração vertical: a empresa controla as várias etapas da produção desde a matéria-prima até à comercialização do produto.
Este tipo de concentração foi muito comum na indústria siderúrgica.
As concentrações verticais podem ser de dois tipos:
Trusts- uma sociedade única
Holdings- cada empresa mantém a sua autonomia mas existe uma gestão centralizada.
Concentração horizontal:
agrupamento de empresas de um mesmo ramo de produção,o que lhes permite dominar a concorrência
Cartel- forma mais comum de concentração horizontal. As empresas não perdem a sua autonomia,mas combinam
os preços, a quantidade a produzir,a colocação no mercado, de modo a aniquilar a concorrência
Combinando, por vezes estes dois tipos de associação surgem gigantescos grupos económicos que vão dar origem às multinacionais.
Devido ao crescimento gigantesco da indústria e das necessidades de investimentos,na segunda metade do século XIX, surgiram várias formas de criar monopólios de modo a garantir o domínio dos mercados e por conseguinte,melhores lucros.
Há uma clara divisão entre os proprietários (alta burguesia) e os operários (proletariado).
O sistema bancário foi uma peça fundamental deste desenvolvimento económico:
Os bancos mais pequenos foram absorvidos pelos maiores.
As grandes instituições bancárias dominam o mundo das finanças e abrem um grande número de sucursais,muitas delas em países estrangeiros.
Os bancos também investem no desenvolvimento industrial fomentando o crédito, surgem bancos especializados nesse tipo de negócios,os bancos de negócios ou investimento.
Racionalização do trabalho
A necessidade de produzir com qualidade e ao mais baixo preço possível levou a que Frederick Taylor publicasse um livro onde expunha os seus métodos para racionalizar o trabalho,esse método ficou conhecido por Taylorismo:
A produção é dividida numa série de movimentos essenciais que cada operário executa.
O tempo para executar essa tarefa é predefinido e articulado com os outros operários constituindo uma cadeia de produção.
Os objetos produzidos eram todos iguais,a estandardização.
Henry Ford foi o primeiro a aplicar estas ideias.
Em 1913, o seu carro Ford,Modelo T, é produzido numa linha de montagem.
O produto é que se desloca e não os operários.
Estes tinham de trabalhar ao ritmo imposto pelas máquinas.
Foram introduzidos sucessivos melhoramentos.
O modelo T foi o primeiro carro de massas,só existia na cor preta.
O tempo de montagem do carro foi reduzido das 12 horas iniciais para 1,5 horas.
O preço do carro foi diminuído para um terço.
De modo a compensar a dureza do trabalho os salários foram elevados para o dobro do corrente na indústria.
A empresa permitia que os operários comprassem carros,proporcionando-lhes suaves prestações,era uma forma de recuperar uma parte do investimento no aumento dos salários.
Os métodos empresariais de Henry Ford ficaram conhecidos como fordismo.
Estes novos métodos de trabalho foram contestados por sindicatos e numerosos intelectuais.
Apontavam a estes métodos o facto de serem desumanos e terem transformado os antigos artesãos em proletários que executavam uma tarefa repetitiva sem qualquer criatividade,uma espécie de autómato.
Charlie Chaplin, entre outros, no seu filme, Os Tempos Modernos,satirizou esta situação.
Este método de trabalho veio acentuar as desigualdades entre os proprietários e os trabalhadores.
Operariado industrial
A industrialização e o crescimento das cidades foram acompanhadas pelo aumento do operariado.
A vida dos operários era difícil,os salários eram baixos e trabalhavam em más condições durante 15 ou mais horas por dia.
A mão de obra infantil e feminina era mais barata.
O proletariado trabalhava em fábricas com más condições de higiene e segurança e vivia em casas insalubres e mal iluminadas.
Eram pequenos espaços onde viviam famílias numerosas.
Estas condições de vida favoreceram:
o aparecimento e a propagação de graves doenças
a degradação de vida e a miséria moral
descontentamento
revoltas e agitação social
Foi neste ambiente que nasceu e se desenvolveu o movimento operário e sindical e se desenvolveram as ideias do socialismo.
Movimento sindical
Surgiram em Inglaterra, no início do século XIX, as primeiras associações de operários, algumas das quais deram origem a sindicatos.
Em 1825 os primeiros sindicatos uniram-se formando as Trade Unions.
Em 1864 foi fundada a associação internacional dos trabalhadores pelos sindicatos ingleses e franceses sobre a orientação de Karl Marx.
Funções das associações:
chamar a atenção dos governos e da população para as difíceis condições em que viviam os operários.
Lutar para conseguir que os patrões melhorassem as condições de trabalho.
Lutar para que o governo apoiasse mais a população dando melhores condições de vida.
Geografia da Industrialização
Nos meados do século XIX, a Inglaterra detém a hegemonia da industrialização.
Mostra um claro avanço sobre os restantes países.
Iniciou a sua Revolução Industrial mais cedo do que os restantes países.
O desenvolvimento da sua economia tem como alicerces as ideias do liberalismo económico.
Era a primeira a nível mundial nos têxteis e metalurgia.
É o país com maior densidade de caminhos de ferro.
Maior crescimento demográfico e urbano.
Utilizava, em larga escala, a força do vapor.
Dominava o comércio internacional.
Tinha um sistema financeiro extremamente avançado.
A libra esterlina (a moeda inglesa) é a moeda-padrão,a referência nas trocas internacionais.
A realização da primeira Exposição Universal, em 1851, em Londres foi uma exibição do seu poderio industrial e tecnológico.
Todavia na segunda metade do século XIX, a Inglaterra começa a sentir dificuldades.
A sua tecnologia que tinha sido a mais avançada do Mundo começa a ser ultrapassada.
A Alemanha,com uma industrialização mais recente, apresenta um parque industrial mais moderno e, por conseguinte, mais produtivo.
No início do século XX, a economia inglesa é ultrapassada pelos Estados Unidos da América.
Terminavam 150 anos de supremacia económica.
Afirmação de novas potências
Durante o século XIX,vários países iniciaram a sua industrialização:
Europa-França, Alemanha, Bélgica e Suíça
América-Estados Unidos da América
Ásia-Japão
França
A França foi o segundo país,após a Inglaterra, a iniciar a sua industrialização.
Mas o ritmo da sua industrialização foi lento.
A França tinha poucas minas de carvão, e por isso tinha de importar.
Outro problema residia no elevado número de pequenos agricultores que se mantiveram apegados aos seus modos de vida.
Só na primeira década do século XX, a França conheceu um grande dinamismo.
Os setores mais evoluídos foram:
eletricidade
automóvel
construção civil
cinema
Apesar deste surto, a França não conseguiu alcançar os países mais evoluídos.
Apesar de tudo isto, conseguiu desenvolver os setores da exploração mineira e da metalurgia.
Dedicou-se também à construção de uma rede de caminhos de ferro.
Alemanha
A Alemanha só iniciou o seu arranque industrial em meados do século XIX mas demonstrou um grande dinamismo.
Não investiram nos têxteis e passaram diretamente para a grande indústria,carvão,aço e caminhos de ferro.
Mais tarde desenvolveram as indústrias químicas,construção naval e eletricidade.
A Alemanha, entretanto unificada, compete diretamente com a Inglaterra,desenvolvendo uma forte competitividade e rivalidade que vai originar conflitos.
Desenvolveram as indústrias metalúrgicas.
No sector industrial apresentou um grande desenvolvimento sobretudo:
a indústria do algodão
dos produtos químicos
Estados Unidos da América
Aparecimento de novas indústrias sobretudo:
sectores da metalurgia
sectores do têxtil algodoeiro
Inovações na ciência e na técnica
Nos Estados Unidos da América as matérias-primas e recursos naturais eram abundantes,como carvão,petróleo,rios (produção de eletricidade), e minerais variados.
O arranque industrial data de 1830 e inicia-se no setor têxtil.
O grande dinamismo provém da siderurgia, entre 1870 e 1890, neste setor deram-se grandes concentrações empresariais, e a United States Steel Corporation, tornou-se a principal empresa mundial no setor da metalurgia.
A indústria automóvel, com Henry Ford, conhece um significativo arranque.
Adotaram uma política protecionista e beneficiaram de enorme crescimento demográfico (mercado interno).
No início do século XX, lideravam
a economia mundial.
Eram os primeiros na produção de carvão, petróleo,ferro, aço,cobre, zinco,chumbo e alumínio e os segundos no têxtil.
A destruição na Europa provocada pela Primeira Guerra Mundial vai acentuar o domínio económico americano.
Japão
O Japão era um país agrícola e atrasado que rapidamente se industrializou.
Começou a industrialização nos finais do século XIX.
Quando pela força foi obrigado a abrir os seus portos ao comércio, o Imperador Mutsu-Hito resolveu iniciar uma revolução para modernizar o país.
Iniciou-se assim a era Meiji (do progresso),desde o fim do Xogunato Tokugawa,com:
construção de fábricas
caminhos de ferro
construção naval
O dinamismo da industrialização foi promovido pelo Estado que financiou indústrias,concedeu monopólios e outros privilégios e promoveu a entrada de capitais e técnicos estrangeiros.
Verificou-se um intenso crescimento demográfico (mercado nacional).
Criou-se um espírito nacional de superioridade dos japoneses em relação aos outros povos.
Os setores de maior desenvolvimento foram:
siderurgia
construção naval
sedas
A permanência de formas de economia tradicional
A História do século XIX foi marcada pelo desenvolvimento industrial.
O aumento da produção conseguiu acompanhar o crescimento populacional e, nos países industrializados, um número cada vez maior de pessoas usufruíam de uma melhor qualidade de vida.
Nestes séculos todos os setores da atividade económica (agricultura, indústria, comércio,sistema financeiro, comunicações,transportes) sofreram profundas alterações que provocam mudanças irreversíveis no modo de vida das populações.
No entanto, a par desta industrialização continua a existir um mundo atrasado,onde permaneciam as técnicas e modos de produção antigos.
Países como o Império Austro-Húngaro, Império Russo, a Europa do Sul (Portugal,Espanha, Grécia e Itália), o tempo permanecia imóvel, mantinham modos de produção medievais e conheceram um arranque industrial muito tardio.
Existiam ainda regiões, sobretudo em África e na América Latina que eram colónias e estavam dependentes das decisões tomadas nas metrópoles.
Na Ásia, o Japão foi o único país a industrializar-se.
Nos próprios países mais desenvolvidos coexistiam formas de produção tradicional,sobretudo na agricultura, com as formas mais modernas de produção.
A industrialização desenrolou-se a ritmos muito diferentes,consoante as regiões.
A agudização das diferenças
No século XIX, a maior parte dos países permanece subdesenvolvida, com exceção da Europa,EUA e Japão.
A baixa produtividade agrícola criava poucos lucros e por isso não existiam capitais para investir na indústria,impossibilitando o desenvolvimento dessas regiões.
As diferenças entre países ricos e pobres aumentam.
A confiança nos mecanismos auto reguladores do mercado
Nos séculos XVI,XVII e XVIII, vários países adotaram medidas protecionistas, sobretudo com base nas ideias mercantilistas.
Proteger a produção nacional da concorrência estrangeira era a ideia central.
O Estado intervinha na economia fomentando determinados setores,criando regras e tabelando preços.
No entanto, a Revolução Industrial foi suportada por um sistema económico livre-cambista.
O livre-cambismo tinha por base as ideias de Adam Smith (1720-1790) e foi desenvolvido por outros teóricos como David Ricardo (1772-1823),Thomas Malthus e Jean Baptiste Say.
Defendiam a total liberdade da iniciativa privada,sem qualquer atuação por parte do Estado,porque segundo a sua opinião, através da lei da oferta e da procura e da livre concorrência, o mercado auto regulava-se.
Segundo as suas ideias seria o livre-cambismo que iria assegurar o desenvolvimento do Mundo.
Na Inglaterra estas ideias são executadas pelo Governo de Sir Robert Peel, que assumiu o poder em 1841, e em 1860 só 48 produtos pagavam taxas alfandegárias para entrar em Inglaterra contrastando com os 1150 produtos em 1840.
A adoção do livre-cambismo pela Inglaterra vai influenciar outros países e entre 1850 e 1870, o livre-cambismo dominou as políticas económicas europeias.
Mesmo os EUA que sempre mantiveram uma atitude protecionista baixaram as suas taxas alfandegárias.
Sociedade em mudança
A revolução agrícola e industrialização levaram ao crescimento das cidades.
O êxodo rural em busca de melhores condições de vida e melhores salários foi facilitado pelo desenvolvimento dos transportes.
Todavia, o crescimento urbano trouxe problemas como:
desenraizamento e insegurança das populações
aumento da delinquência, do alcoolismo e da mendicidade
emigração, pois nas cidades não havia emprego para todos
Sociedade e mentalidade burguesas
É uma sociedade de classes onde a importância de cada um dependia da sua profissão,do que fazia e do que possuía.
A burguesia ocupava lugar de destaque e dividia-se em:
Alta burguesia (industrial e financeira):
liderava a economia
influenciava o poder político
ditava as modas
impunha um modelo de vida
formas de diversão
Média e baixa burguesia (classe média) composta por:
pequenos e médios empresários e profissionais liberais como médico, advogado e engenheiro.
No estrato mais baixo estava o proletariado composto pela grande massa de operários que enchia as cidades.
Capitalismo financeiro
O liberalismo económico que defendia a liberdade de iniciativa e de concorrência e a não intervenção do Estado na economia levou ao desenvolvimento de grandes empresas.
Levou também a um desenvolvimento da banca:
os empresários recorriam a empréstimos para comprar máquinas e matérias-primas
o grande comércio exigia novas formas de pagamento (notas bancárias, letras e cheques)
A Bolsa e as sociedades anónimas também se desenvolveram.
Empresas atingiram um poderio forte que passaram a controlar a produção e a venda de determinados produtos.
Aquelas que não conseguiram competir faliram ou foram compradas pelas grandes empresas.
Formaram-se grandes concentrações empresariais ou monopólios.
As debilidades do livre-cambismo. As crises cíclicas do capitalismo
O livre-cambismo apresentava um problema intrínseco ao sistema,com uma periodicidade de 6 a 10 anos existiam crises,estas crises eram de um novo tipo, não eram originadas por falta de produtos mas pelo excesso de produtos no mercado,eram crises de superprodução.
Eram resultado da concorrência e da necessidade de produzirem mais e mais barato.
O economista Clément Juglar (1824-1905) foi o primeiro a estudar estes ciclos económicos que duram 10 anos, que, por isso,foram denominados ciclos de Juglar.
Na fase de crescimento económico, a procura é maior do que a oferta,os preços sobem.
A perspetiva de grandes lucros leva ao aumento do investimento, a especulação na Bolsa aumenta.
Esta situação gera um aumento da produção que leva a que a oferta seja maior do que a procura.
Os produtos acumulam-se nos armazéns,os preços baixam, para reduzir a produção os salários baixam e recorre-se ao despedimento de trabalhadores.
Muitas empresas não resistem e abrem falência,arrastando consigo alguns Bancos (que tinham emprestado dinheiro).
Muitos investidores perdem dinheiro na Bolsa.
Os despedimentos fazem diminuir o consumo que leva a produção a diminuir ainda mais.
Estas crises iniciam-se num ou em vários países e propagam-se rapidamente.
Em 1810 regista-se a primeira crise,em 1929 a mais grave.
Entre essas datas verificaram-se 15 períodos de recessão económica que provocaram o aumento da miséria e agitação política e social.
Os teóricos do liberalismo consideram estas crises cíclicas como simples ajustamentos económicos.
Outros veem nas crises os sinais de que o mercado não é capaz de se auto regular.
No final do século XIX,muitos países adotaram medidas protecionistas para proteger a sua economia da concorrência estrangeira.
Estas crises suscitaram protestos.
Após a crise de 1929, ficou patente a necessidade
dos Estados intervirem na vida económica.
O mercado internacional e a divisão do trabalho
Durante o século XIX e até à Primeira Guerra Mundial o comércio registou um crescimento acelerado.
Devido ao aumento da produção agrícola e industrial,ao crescimento demográfico e ao desenvolvimento dos transportes e das comunicações.
Este comércio é dominado pela Europa, no início do século XX detém 2/3 do comércio mundial.
Inglaterra,EUA, França e Alemanha são responsáveis por cerca de 50% do comércio mundial.
No século XIX surgem zonas económicas especializadas e a repartição mundial do trabalho.
O surgir de zonas especializadas teve que ver com as potencialidades naturais e humanas de cada região.
A especialização de uma região num determinado produto conseguia gerar muitos lucros que compensavam a necessidade de importar outros produtos.
A Revolução Industrial agudizou as diferenças na divisão internacional do trabalho.
Inglaterra,EUA,Alemanha e França produziam cerca de 70% de toda a produção industrial mundial.
Estes fornecem os países mais atrasados da Europa e dos outros continentes com os produtos industrializados e adquirem a estes produtos agrícolas e matérias-primas.
Este sistema de trocas favorecia os países mais ricos.
Apesar de alguns países em vias de desenvolvimento terem sido estimulados na procura de diminuírem as suas dependências económicas,ao longo do século XIX,estas diferenças,entre países pobres e países ricos,foram aumentando.
O capitalismo industrial contribuiu para criar um mundo desigual.
Um grupo muito restrito de países controla a economia mundial.
Nos finais do século XIX,e como forma de defender os países menos desenvolvidos da livre concorrência,desenvolveram-se novas medidas protecionistas,de modo a tornar possível a industrialização desses países.

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