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O espaço, protagonista da arquitetura

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ANA PAULA VIEIRA GUERRA
2018/1
No segundo capítulo de “Saber ver a arquitetura”, intitulado “O espaço, protagonista da arquitetura”, Bruno Zevi traz o espaço como elemento principal que diferencia arquitetura e arte, além de ressaltar que a falta de uma história da arquitetura é fruto da falta de hábito dos homens em compreender o espaço e do insucesso de críticos e historiadores em difundir um estudo espacial dos edifícios. O autor afirma que o caráter essencial da arquitetura é o fato de que, ao agir com um vocabulário tridimensional, o homem passa a ser incluso, diferenciando assim de outras artes. 
Para ele, o volume arquitetônico decompõe os planos que o encerra – o termo encerrado refere-se ao espaço interior típico da arquitetura – e os divide em: paredes exteriores e interiores, planos verticais e horizontais.
Conforme apresenta no texto, a planta de um edifício corresponde a uma projeção abstrata no plano horizontal de todas as suas paredes, mas a arquitetura não provém do conjunto de larguras, comprimentos e alturas dos elementos construtivos que encerram o espaço, mas sim do espaço encerrado, onde os homens andam e vivem.
Sobre o espaço interior e o protagonismo arquitetônico, o autor ressalta que não se pode ser conhecido e vivido a não ser por experiência direta, pois a partir do momento que nos tornamos senhores do espaço e passamos a “vê-los” conseguimos compreender os edifícios, sendo que em cada edifício, o continente é o involucro mural, o conteúdo é o espaço interior, ou seja, um condiciona o outro.
De acordo com Zevi, a descoberta da perspectiva – altura, profundidade e largura – levou os artistas do século XV a acreditar que possuíam as dimensões da arquitetura e o método de representa-los. Foi preciso esperar esta descoberta para se obter uma representação adequada aos ambientes interiores e as vistas exteriores da arquitetura.
Outro elemento além das três dimensões tradicionais, é o deslocamento sucessivo do ângulo visual, que se denominou “quarta dimensão”. Esta propiciou uma sustentação cientifica a exigência crítica de distinguir arquitetura construída e arquitetura desenhada, arquitetura e cenografia, que por longo tempo permaneceram confusas. 
Mas deve se atentar ao fato de que o espaço arquitetônico não se esgota nas quatro dimensões. O fator “tempo” tem dois significados antitéticos, em que na arquitetura a quarta dimensão dá ao espaço sua realidade integral, suficiente para definir o volume arquitetônico. Como lembra o autor, o involucro mural encerra o espaço, mas o espaço em si vai além dos limites da quarta dimensão.
Ao final do capitulo, podemos chegar a algumas conclusões sobre o que de fato é Arquitetura. Primeiro devemos destacar que a definição mais aproximada que podemos dar é a que leva em conta o espaço interior. Tudo que não tem espaço interior não é arquitetura. Vale salientar também que não existe edificação “bela” ou “feia”, pois além dessas características serem relativas é necessário inicialmente dar uma definição analítica de edificação.
Concluímos também que todos os temas que excluímos da arquitetura autêntica entram em jogo na formação dos espaços urbanísticos, e dizer que o espaço interior é a essência da arquitetura não quer dizer que o valor de uma obra se esgota no valor espacial. 
Por fim, o autor ressalta que a história da arquitetura é a história das concepções espaciais e o julgamento arquitetônico é um julgamento sobre o espaço interior dos edifícios.
Citando o mesmo: “a arquitetura não é apenas arte nem só imagem de vida histórica ou de vida vivida por nós ou pelos outros, é também e sobretudo, o ambiente, a cena onde vivemos nossa vida.”
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