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2. Método de Pensar a Economia

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Mario Rodarte (Cedeplar/FACE/UFMG) Economia A I 
2. Algumas Questões do método 
de pensar a Economia 
Mario Rodarte (Cedeplar/FACE/UFMG) Economia A I 
n  Embora saibamos que a Economia Política só tenha sido 
possível existir a partir do sistema capitalista, alguns 
pensadores procuraram demonstrar que o método de se 
pensar economia é único, ahistórico e atemporal. 
n  Este método, que hoje domina área importante do estudo 
deste campo das ciências sociais é o método da escolha 
racional. Basicamente a idéia subjacente a este método é a 
de que todos os agentes individuais tomam decisões 
baseadas no conjunto de informações disponíveis e estas 
decisões são as melhores possíveis, dado o ambiente em 
que estes tomadores de decisões estejam inseridos. 
2. Como pensar em Economia? 
Mario Rodarte (Cedeplar/FACE/UFMG) Economia A I 
n  Neste caso, estamos diante da idéia de maximização. Parte 
da microeconomia e a macroeconomia baseia-se 
fundamentalmente nesta idéia, ou seja, de indivíduos 
racionais e maximizadores (esta é a base da escola utilitarista 
que, posteriormente, conduziu ao que hoje conhecemos 
como economia neoclássica). 
n  As áreas de estudo da economia são vastas, mas, neste 
curso introdutório vamos discutir basicamente os elementos 
introdutórios da microeconomia e da macroeconomia. 
n  O elemento básico para iniciar este discussão são os 
modelos econômicos. 
2. Como pensar em Economia? 
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n  Um modelo econômico tem o objetivo de analisar algum 
elemento da realidade econômica, usando do método da 
abstração, isto é, admitindo – por hipótese – que algumas 
variáveis do mundo real sejam simplificadas para se 
adequarem melhor ao modelo que desejamos estudar. 
n  Em geral, ao se estudar macroeconomia e microeconomia 
nós utilizamos de modelos para entender a realidade. Estes 
modelos, portanto, partem de hipóteses simplificadoras, mas 
que podem ajudar a entender a realidade que estamos 
vivendo. 
2.1. O que é um modelo? 
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n  O problema é que, em geral, a realidade é extremamente 
dinâmica e os diversos modelos econômicos costumam 
caducar fácil e rapidamente. 
n  Desta forma, é importante – desde já – um senso crítico 
aguçado para evitar construir modelos que não têm nenhuma 
relação com a realidade. Os economistas são mestres em 
fazer isso. 
2.1. O que é um modelo? 
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2.1.1 A Fronteira de Possibilidades 
de Produção 
n  A Fronteira de Possibilidades de Produção define as várias 
combinações possíveis na produção dos produtos em alguma 
economia. 
n  Usando do método da abstração, a PPF (curva de 
possibilidade de produção) é construída utilizando-se de 
apenas dois produtos. 
n  Obviamente que no mundo real são milhares de produtos, 
mas em uma simplificação que permite analisar mais de perto 
algum bem ou produto que se quer estudar é possível 
construir gráficos com a utilização de apenas dois produtos. 
n  Esses são gráficos em dimensão única e são mais simples de 
se analisar, ao mesmo tempo em que permite extrair 
conclusões sobre o objeto de estudo. 
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2.1.1. A Fronteira de Possibilidades de Produção - 
Premissa 
Necessidades 
humanas 
ilimitadas 
Recursos 
produtivos 
limitados 
Escassez de bens 
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2.1.1. A Fronteira de Possibilidades de Produção 
Alternativas de possibilidade de produção
Ponto Bens de 
capital
Bens de 
consumoPreço D 1
A 100 0
B 95 100
C 85 200
D 70 300
E 60 350
F 30 425
G 0 450
H 40 450
Curva de Possibilidades de produção
A
B
C
D
G
F
E
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Bens de consumo
Bens de 
capital
n Tabela 1 n Gráfico 1 
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2.1.1. A Fronteira de Possibilidades de Produção 
Mario Rodarte (Cedeplar/FACE/UFMG) Economia A I 
2.1.1. A Fronteira de Possibilidades 
de Produção 
n  Para simplificar, portanto, podemos admitir com a fronteira de 
possibilidades de produção que estamos nos deparando com 
um bem qualquer, exemplo, computadores, e os demais bens 
produzidos em uma determinada economia. 
n  Eficiência: Quando a economia está produzindo no máximo 
de sua capacidade, ou seja, ao longo da fronteira de 
possibilidades de produção. Qualquer produção aquém da 
fronteira denota uma situação de ineficiência. 
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2.1.1. A Fronteira de Possibilidades 
de Produção 
n  Dado que a produção de todos os bens dependem da 
possibilidade de produzi-las e a escassez de alguns recursos 
impede que se produza todos eles todo o tempo, os agentes 
econômicos se deparam com o fato de que têm de escolher 
entre um bem ou outro. 
n  O custo de oportunidade de se produzir um determinado 
bem é o que se abdica da produção de outro bem para 
produzir este que se quer. Ou seja o custo de oportunidade 
de se produzir um bem é determinado pelo que se deixa de 
produzir de outro bem. 
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Deslocamento da PPF 
n  A PPF se desloca com o desenvolvimento tecnológico e o 
aumento da produtividade dos fatores. 
n  Seu deslocamento, no entanto, não será necessariamente 
igual. 
n  Pode estar relacionado a aumentos de produtividade de um 
bem apenas. Isto fará com que o deslocamento da PPF seja 
baseado no crescimento da produtividade de algum bem. 
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Deslocamento da PPF 
x 
 
y 
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n  O primeiro modelo econômico, útil para o estudo da 
macroeconomia e da microeconomia é o modelo do fluxo 
circular da renda. 
n  O Fluxo circular é uma maneira engenhosa de simplificar a 
organização da economia entre seus principais agentes, 
basicamente, famílias e empresas. 
n  Observem que analisei apenas famílias e empresas, sem 
introduzir governo e mercado internacional. Isto significa que 
nas hipóteses deste modelo simples ainda não há governo e 
a economia é fechada, isto é, não possui relações com o 
exterior. 
2.1.2. O Fluxo Circular 
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Mercado de Bens e Serviços 
Empresas vendem 
Famílias compram 
 Mercado de Fatores de Produção 
Famílias vendem 
Empresas compram 
Empresas 
Produzem e vendem Bens e Serviços 
Contratam e utilizam fatores de 
produção 
Famílias 
Produzem e vendem Bens e Serviços 
Contratam e utilizam fatores de 
produção 
 
2.1.2. O Fluxo Circular 
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2.1.2. O Fluxo Circular 
n  No fluxo circular a economia possui, portanto, famílias e 
empresas na tomada de decisões. 
n  Empresas: produção de bens e serviços com a utilização dos 
insumos que são os fatores de produção (Terra, trabalho e 
capital). Atenção: capital em economia são basicamente 
maquinário e bens imóveis. Portanto atenção com o conceito 
de capital. As empresas, portanto, produzem bens e serviços 
e pagam salários, aluguéis e lucros para as famílias. 
n  Famílias: Compram e consomem bens e serviços e são 
proprietárias dos fatores de produção. Portanto as famílias 
compram bens e serviços e vendem os fatores de produção 
ao passo que as empresas comprar fatores de produção 
(pagando para isso lucros, salários e aluguéis) e vendem os 
produtos que elas fabricam. 
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2.2. Microeconomia e 
Macroeconomia 
n  A Microeconomia e a Macroeconomia são áreas distintas do 
estudo da economia e que se dedicama estudar aspectos 
diferentes desta área. 
n  A Microeconomia é o estudo das unidades individuais, 
famílias e empresas ao passo que a Macroeconomia é o 
estudo dos agregados econômicos. A Macroeconomia se 
dedica ao estudo de fenômenos como inflação, crescimento 
econômico, desemprego etc. 
n  Para alguns economistas é impossível entender a 
macroeconomia sem seus fundamentos microeconômicos, ou 
seja, sem considerar as decisões microeconômicas 
individuais. A partir do intenso debate na profissão que houve 
nos anos 70 e 80, hoje o mainstream da profissão argumenta, 
como o faz Mankiw, que a macroeconomia não é uma área 
independente da profissão e necessita dos fundamentos 
micro, ou seja, aqueles ligados às decisões individuais. 
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2.2. Microeconomia e 
Macroeconomia 
n  Há outros grupos de economistas, no entanto, que vêm a 
macroeconomia como um objeto distinto da microeconomia. 
n  Neste caso, a macroeconomia não é vista como a soma de 
comportamentos individuais, mas como uma área que possui 
uma natureza própria. 
n  O argumento central é que, em economia, nem sempre a 
soma das unidades individuais conduz ao agregado 
macroeconômico. O paradoxo da parcimônia é um bom 
exemplo disso. 
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2.3. Análise normativa e positiva 
n  A análise positiva tenta descrever os fenomenos como eles 
são, sem fazer juízo de valor dos mesmos enquanto a análise 
normativa é, por natureza, propositiva. 
n  Embora para alguns é possível definir claramente estes dois 
campos da análise econômica, não é consensual este ponto 
entre os estudiosos das ciências sociais. 
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2.4 Dez princípios da economia 
(segundo Mankiw) 
1.  Pessoas enfrentam tradeoffs 
Escassez 
2.  O custo de alguma coisa é o que você 
desiste para obtê-la 
Custo de oportunidade 
3.  Pessoas racionais pensam na margem 
Alterações marginais de comportamento 
4.  Pessoas respondem a incentivos 
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2.4 Dez princípios da economia 
(segundo Mankiw) 
5. O comércio pode melhorar a situação de 
todos 
Adam Smith já dizia isso 
6. Os mercados são, em geral, uma boa forma 
de organizar a atividade econômica 
Alocação de recursos via sistema de preços 
7. Os governos podem às vezes melhorar os 
resultados do mercado 
Existência de falhas de mercado. 
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2.4 Dez princípios da economia 
(segundo Mankiw) 
8. O padrão de vida de um país depende de 
sua capacidade de produzir bens e serviços 
Adam Smith já dizia isso 
9. Os preços sobem quando o Governo emite 
moeda demais 
Jean Bodin (séc. XVI) pela equação: M x V = P x Q 
10. A sociedade enfrenta um tradeoff de curto 
prazo entre inflação e desemprego.

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