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Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I 3. Oferta e Demanda Individual e de Mercado Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I n A microeconomia é a parte da teoria econômica que estuda os mercados e a unidade individual. Por exemplo, oferta e demanda individual, a firma, o comportamento do consumidor. n Diferencia-se da macroeconomia, que estuda os fenômenos macro como inflação, produto e riqueza, taxa de câmbio etc. 3.1. O que é Microeconomia Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I n A metodologia básica para o estudo da microeconomia é a de comportamento racional e equilíbrio. O comportamento racional, baseado na teoria da escolha racional, afirma que os agentes individuais sempre procuram otimizar o seu comportamento e escolhem, dada as informações disponíveis e alguns constrangimentos, o melhor possível. Este é o princípio da otimização. n Embora sujeito a críticas, o princípio da otimização e a teoria da escolha racional serão os elementos básicos para o estudo da Microeconomia e a construção de modelos teóricos associados ao comportamento do indivíduo econômico, que pode ser o consumidor ou a firma. Neste sentido os mercados são nada mais do que o conjunto de consumidores e firmas individuais, ou agentes econômicos individuais. 3.1. O que é Microeconomia Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I n Outro princípio fundamental no uso da microeconomia é o equilíbrio. n Basicamente a idéia de equilíbrio relaciona-se com o fato de que a oferta de bens disponíveis na economia se iguala à demanda (procura) por esses bens. Importante notar que o conceito de equilíbrio não está diretamente relacionado à estabilidade. n Em geral o equilíbrio tende a ser estável, mas nem toda situação de estabilidade é equilibrada. 3.1. O que é Microeconomia Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I n A metodologia básica empregada para o estudo da microeconomia baseia-se na utilização de modelos abstratos, cujo objetivo é o de apresentar um conjunto simplificado que pode ser usado para obter conclusões lógicas. n De fato, toda a construção da teoria da escolha racional e do comportamento individual maximizador implica uma relação lógica muito clara. Por isto é possível utilizar a matemática, basicamente cálculo e álgebra linear, para construir os modelos econômicos. 3.1. O que é Microeconomia Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I n Em qualquer modelo, seja ele verbal, geométrico ou algébrico, algumas características de uma determinada situação são tomadas como dadas, que são os parâmetros, ou variáveis exógenas. n Outras são explicadas ou determinadas pelo modelo, que são as variáveis endógenas, ou simplesmente variáveis. 3.1. O que é Microeconomia Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I n Outra característica importante no estudo da microeconomia é o tipo de equilíbrio que está envolvido. Quando o objetivo é estudar apenas uma característica qualquer de um modelo, chamamos isto de estudo de equilíbrio parcial. Neste caso estuda-se variáveis em um determinado contexto em que as demais variáveis são consideradas como dadas (condição de coeteris paribus). n Este é o caso de estudar a demanda e a oferta de um bem qualquer. Sabemos que a quantidade demandada e a quantidade ofertada de um bem qualquer depende dos preços e da variação dos preços deste bem. No entanto, a relação entre este bem e os demais não entra nesta análise. Este é o caso da análise microconômica de equilíbrio parcial. 3.1. O que é Microeconomia Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I n Diferentemente da metodologia de equilíbrio parcial é possível estudar equilíbrio geral, em que – em princípio – incluem-se todas as variáveis disponíveis. n Neste caso, diferentemente da noção de equilíbrio parcial, o estudo do equilíbrio geral estudará todos os bens e suas relações com preços e outras variáveis importantes, e – por exemplo – a relação entre a variação do preço de um bem e sua quantidade demandada e quantidade ofertada dependerá também das quantidades ofertadas e demandadas de outros bens. 3.1. O que é Microeconomia Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I 3.2. Modelo de Oferta e Demanda em um Mercado Simples n Um modelo de demanda e oferta de mercado objetiva, primordialmente, determinar as quantidades demandadas e ofertadas de algum bem, relacionando-as com o nível de preços. n Importante notar aqui que há uma diferença – extremamente importante – entre quantidades demandadas e ofertadas e oferta e demanda. n A demanda de mercado (que é representada, em geral, por uma curva de inclinação negativa) é determinada pelas preferências dos consumidores, dado o nível de renda. n A oferta de mercado é determinada pelas condições de uma determinada economia. As quantidades demandadas e ofertadas são variáveis dependentes que tendem a variar em função da variação do preço, que em nosso modelo é uma variável independente. Mais à frente esta distinção ficará mais clara. Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I 3.2. Modelo de Oferta e Demanda em um Mercado Simples n Para entendermos o modelo de oferta e demanda de mercado é necessário definir, primeiramente, as funções em que estamos trabalhando. n Desta forma, é razoável supor que a demanda por um determinado produto (ou bem) depende de diversos fatores como preferência dos consumidores, gostos, renda, idade, localização geográfica, moda, nível de educação etc. n O mesmo ocorre com a oferta de mercado, que em geral depende da tecnologia disponível, da pesquisa de mercado, custo dos insumos utilizados etc. Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I 3.2. Modelo de Oferta e Demanda em um Mercado Simples Uma função de demanda então pode ser definida como: XD = D(p, a1, a2, a3.....an) Ao passo que a oferta poderá ser definida como: XS = S(p, b1, b2, b3.....b n) No modelo de oferta e demanda de mercado a condição de equilíbrio será aquela em que oferta e demanda se igualam. Esta condição é também conhecida como market clearing. XS = XD Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I 3.3. Os Determinantes da Demanda Individual 1) Preço: Em geral, ou seja, para o caso dos bens normais, a quantidade demandada varia com o preço do bem. Desta maneira, se o preço cai a quantidade demanda aumenta. Observe que a variável independente neste caso é o preço e não a quantidade demandada. Em uma função linear a relação entre quantidade demandada será a seguinte: Qd = a – bP Onde Qd é a quantidade demandada, P o nível de preços, a e b são parâmetros. n A partir da assunção de que, coeteris paribus, haja uma relação inversa entre preços e quantidades demandadas, é possível concluir pela Lei da Demanda, que diz que – coeteris paribus – a quantidade demandada de um bem aumenta quando o preço diminui. Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I 3.3. Os Determinantes da Demanda Individual 2) Renda: Obviamente a renda é também uma variável importante no estudo da demanda. É lícito supor que – coeteris paribus – quando a renda se eleva, a quantidade demandada de algum bem aumenta e vice-versa. Isto ocorrerá quando este bem é um bem normal. No caso dos bens inferiores ocorrerá o inverso, coeteris paribus. 3) Gostos: São as preferências dos consumidores individuais. Obviamente a demanda por um bem depende das preferências e gostos dos consumidores. Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I 3.3. Os Determinantes da Demanda Individual 4) Expectativas: Expectativas em relação ao futuro podem afetar a demanda por um determinado bem. Por exemplo, a expectativa de uma crise na Argentinaprovavelmente afetará – coeteris paribus – a demanda por dólar. Ou seja, a taxa de câmbio Real-dólar tem nas expectativas um fator importante. 5) Qualquer outra coisa que o consumidor individual considere relevante: como, por exemplo, valores, instituições, moda etc. Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I 3.3.1 A curva de Demanda P Q Figura 1: A Curva de Demanda: Preços e quantidade demandada são inversamente relaciona Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I n A curva de demanda acima demonstra a relação linear entre quantidade demanda e preço do produto. n Observem que não estão incluídos as outras variáveis envolvidas no determinação da demanda. Isto porque estas variáveis são exógenas e serviram para construir a curva de demanda. As variáveis endógenas que estamos trabalhando no momento são preço e quantidades. n Deve-se observar, ademais, que a demanda de mercado é a soma das demandas individuais. 3.3.1 A curva de Demanda Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I 3.3.2 Bens Substitutos e Bens Complementares n Os Bens Substitutos são aqueles em que a queda no preço de um bem reduz a demanda por outro bem. n Bens Complementares são aqueles que a queda do preço de um bem aumenta a demanda por outro bem (gasolina e automóveis etc). Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I 3.3.3 Deslocamentos da Curva de Demanda e alterações ao Longo da Curva n Os deslocamentos da Curva de demanda se diferenciam dos deslocamentos ao longo da curva de demanda. No primeiro caso, chamamos de alterações na Demanda enquanto no segundo caso chamamos de alterações na Quantidade Demandada. n Os deslocamentos da demanda ocorrem, basicamente, por alterações na Renda ou nas Preferências dos Consumidores. Os deslocamentos da curva de demanda, ou simplesmente deslocamento da demanda fazem com que ao mesmo preço, os consumidores estejam dispostos a demandar mais de um determinado bem (caso o deslocamento da demanda seja positivo) ou menos de um determinado bem (para o caso dos deslocamentos negativos na curva de demanda). Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I Deslocamentos da Curva de Demanda P Q D D1 D2 Figura 2: Deslocamentos da Curva de Demanda Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I n As alterações na quantidade demandada dos bens decorrem basicamente devido a alterações nos preços. n Determinadas políticas públicas podem ter o objetivo de afetar a demanda dos consumidores por determinado bem. Seus objetivos podem ser deslocar a curva de demanda ou mesmo estimular deslocamentos na quantidade demandada desses produtos. 3.3.3 Deslocamentos da Curva de Demanda e alterações ao Longo da Curva Mario Rodarte (Cedeplar/UFMG) Economia A I n No primeiro caso, a estratégia tem de se basear em influir, de alguma maneira, na preferência dos consumidores. n No caso de estratégias que visem alterar a quantidade demandada, e não a demanda, a alternativa mais viável e fácil economicamente é aumentar ou diminuir a tributação indireta sobre o produto. Neste último caso o preço final deste bem será afetado e, por conseguinte, a quantidade demandada do mesmo. O papel do governo neste aspecto é de fundamental importância. 3.3.3 Deslocamentos da Curva de Demanda e alterações ao Longo da Curva
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