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CASOS CONCRETOS 1~16 AV23

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Semana 01
(Magistratura Federal / 2 Região)
Para provar a sua inocência, o réu subtraiu uma carta de terceira pessoa, juntando-a ao processo. O juiz está convencido da veracidade do que está narrado na mencionada carta. Pergunta-se: como deve proceder o magistrado em face da regra do artigo 5, LVI da Constituição Federal ? Justifique a sua resposta.
RESPOSTA
Atualmente, a teoria da proporcionalidade, da razoabilidade ou do interesse preponderante vem ganhando espaço na doutrina e na jurisprudência, a qual sustenta o seguinte:
Admite-se a prova ilícita, mesmo havendo violação de norma constitucional, em casos excepcionais, ou seja, também se deveria levar em consideração valores igualmente constitucionais protegidos da mesma forma ou de forma mais relevante que aqueles violados na coleta da prova (José Carlos Barbosa Moreira, Sergio Demoro Hamilton).
Ultimamente, a doutrina e a jurisprudência, inclusive do STF, admitem o princípio da proporcionalidade somente em favor da defesa, mas nunca a favor do Estado.
O juiz devera absolver o réu, aplicando o principio da proporcionalidade e aceitando a prova produzida por meio ilícito para relativizar a regra estabelecida no art. 5º, LVI da CF/88, afim de, proteger o direito de liberdade do acusado.
Em uma briga de bar, Joaquim feriu Pedro com uma faca, causando-lhe sérias lesões no ombro direito. O promotor de justiça ofereceu denúncia contra Joaquim, imputando-lhe a prática do crime de lesão corporal grave contra Pedro, e arrolou duas testemunhas que presenciaram o fato. A defesa, por sua vez, arrolou outras duas testemunhas que também presenciaram o fato.
Na audiência de instrução, as testemunhas de defesa afirmaram que Pedro tinha apontado uma arma de fogo para Joaquim, que, por sua vez, agrediu Pedro com a faca apenas para desarmá-lo. Já as testemunhas de acusação disseram que não viram nenhuma arma de fogo em poder de Pedro.
Nas alegações orais, o Ministério Público pediu a condenação do réu, sustentando que a legítima defesa não havia ficado provada. A Defesa pediu a absolvição do réu, alegando que o mesmo agira em legítima defesa. No momento de prolatar a sentença, o juiz constatou que remanescia fundada dúvida sobre se Joaquim agrediu Pedro em situação de legítima defesa.
Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta.
(A) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. Assim, como o juiz não se convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu.
(B) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da acusação. Assim, como o juiz não se convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu.
(C) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. No caso, como o juiz ficou em dúvida sobre a ocorrência de legítima defesa, deve absolver o réu.
(D) Permanecendo qualquer dúvida no espírito do juiz, ele está impedido de proferir a sentença. A lei obriga o juiz a esgotar todas as diligências que estiverem a seu alcance para dirimir dúvidas, sob pena de nulidade da sentença que vier a ser prolatada.
Semana 02
 (Exame de Ordem)
O juiz criminal responsável pelo processamento de determinada ação penal instaurada para a apuração de crime contra o patrimônio, cometido em janeiro de 2010, determinou a realização de importante perícia por apenas um perito oficial, tendo sido a prova pericial fundamental para justificar a condenação do réu.
Considerando essa situação hipotética, esclareça, com a devida fundamentação legal, a viabilidade jurídica de se alegar eventual nulidade em favor do réu, em razão de a perícia ter sido realizada por apenas um perito.
RESPOSTA
Não há nulidade no caso. Com o advento da Lei n.º 11.690/2008, que alterou dispositivos do Código de Processo Penal, o artigo 159 do CPP passou a ter a seguinte redação:
“O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior.
§ 1.º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.”
A inovação legislativa dispensou a antiga exigência de dois peritos no mínimo para a produção do laudo pericial, pois, com a alteração na redação do art. 159, caput, basta agora que a perícia seja realizada por "perito oficial".
Tendo sido a expressão empregada no singular, resta clara a intenção do legislador de se contentar, de agora em diante, com a perícia realizada por apenas um perito. Nesse contexto, passa a ser regra o que era exceção.
Antes da reforma do CPP a lei exigia que a perícia fosse realizada por dois peritos oficiais sob pena de nulidade, entretanto atualmente o art. 159, CPP exige apenas um perito oficial, não mais se aplicando a súmula 361 do STF, razão pela qual não merece prosperar a alegação da defesa.
Semana 03 – Questão mau formulada!
Mévio Araújo foi denunciado por crime de apropriação indébita de um computador de que tinha a precedente posse. No curso da instrução, restou provado que o computador pertencia a uma entidade central de direito público e que Mévio desempenhava função por delegação do poder público. A partir daí, o magistrado entendeu de sentenciar, com adoção do artigo 383, do CPP, concluindo por condenar Mévio nas penas do artigo 312 c/c art. 327, CP. Inconformada, a defesa interpôs recurso de apelação sustentando a violação aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa (art. 5, LIV e LV da CF). Com base nisto, responda: O recurso da defesa deve ser julgado procedente? Fundamente a sua resposta.
Coma a hipótese é de mutatioliberi, o juiz não poderia condenar Mévio pelo crime de peculato sem haver o aditamento da denúncia por parte do MP. Logo, o magistrado feriu o princípio da correlação que é um princípio garantidor do direito de defesa do acusado, cuja inobservância acarreta a nulidade da decisão.
Portanto, assiste razão à defesa em virtude de ter havido alteração fática, sendo necessário o aditamento da denúncia pelo MP (Mutatio Libelli – art. 384, CPP) acrescentando circunstâncias não narradas na inicial, havendo, portanto, violação aos princípios mencionados, bem como ao princípio da correlação.
Por princípio da correlação entende-se que deve haver uma correlação entre o fato descrito na denúncia ou queixa  e o fato pelo qual o réu é condenado.
Trata-se de mutatioliberi, o juiz deveria ter observado a regra estabelecida pelo art. 384 do CPP e aberto vista para a acusação aditar a denúncia, como não a fez ocorreu violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa, tendo em vista que o réu se defende dos fatos contra ele imputados e estes foram alterados sem que o réu pudesse se manifestar.
Semana 04
Proposta ação penal aonde se imputa a prática de crime de estupro a réu preso em outra unidade da federação, o juiz natural, analisando a inicial, recebe a mesma e determina a citação do denunciado para que o mesmo compareça a audiência de interrogatório designada para 30 dias após. A citação foi realizada considerando que o réu está em local incerto e não sabido, aplicando assim a Súmula 351, STF. Na data marcada, o réu não comparece e o juiz decreta a revelia, nomeando Defensor Público para defesa. Com base nisto, responda: O procedimento utilizado pelo juiz encontra-se em compasso com o ordenamento jurídico? Fundamente a sua resposta.
RESPOSTA:
O réu é citado para oferecer resposta e não para interrogatório, além disso, se o réu estivesse em local incerto e não sabido a citação por edital não acarreta a decretação da revelia, mas sim diante da não constituição de advogado e não comparecimento suspendendo o processo e o prazo prescricional conforme Art. 396 do CPP.. Tratando-se de procedimento ordinário a citação completa a relação processual e abre-se prazo para apresentação da resposta e não para comparecimento para interrogatório.
O procedimentoadotado não está adequado porque o réu deveria ter sido citado para apresentar resposta preliminar, conforme art. 396 do CPP, e não para o interrogatório. Além disso, o juiz considerando que o réu estava em local incerto e não sabido, deveria, portanto, fazer a citação por edital, nessas hipóteses se o réu não comparece e não constitui advogado, se aplicaria o art. 366 do CPP, suspendendo o processo e o prazo prescricional.
CASO CONCRETO SEMANA 05
Em denúncia pela prática de crime de homicídio culposo, que teve como base da materialidade o laudo de exame cadavérico, a acusada é citada e apresenta resposta através de seu advogado constituído, recebendo o juiz a inicial após esta fase. Como a acusada residia em outro estado da federação, o juiz expediu carta precatória para que a mesma fosse interrogada. Cumprido a precatória, designou audiência de instrução e julgamento que teve a participação de advogado dativo, ante a ausência da defesa, apesar de devidamente intimada e, ao final, o juiz condena a acusada considerando as provas testemunhais sobre a materialidade e autoria. Intimada da sentença, a acusada interpõe recurso arguindo nulidade do procedimento a partir do recebimento da inicial.
Com base nisto responda:
O argumento da defesa deve ser julgado procedente? Fundamente a sua resposta, apontando eventuais violações à princípios constitucionais:
RESPOSTA
Assiste razão a defesa, pois o juiz inverteu a ordem dos aujtos mandando interrogar a acusada antes de qualquer coisa, violando os princípios do devido processo legal, o do contraditório e ampla defesa e o da identidade física do juiz.
Sim, merece ser acolhida a tese da defesa. Porque o juiz inverteu a ordem dos autos procedimentais fazendo o interrogatório antes da oitiva das testemunhas acarretando com isso prejuízo para a defesa a chamada autodefesa gerando nulidade (absoluta). Art. 564 – nulidade absoluta (rol exemplificativo) – art. 572 – nulidades relativas.
CASOS CONCRETOS SEMANA 06
Daniele Duarte, fazendeira de vultosas posses, em virtude de uma viagem de longa data que fará para o exterior, resolve deixar, no terreno de seu vizinho Sandro Santos , sem o conhecimento deste, 2 (dois) cavalos da raça Mangalarga para que o vizinho os cuidasse. Todavia, Sandro Santos percebeu que os referidos animais acabaram danificando toda sua coleção de orquídeas raras, gerando assim evidente prejuízo econômico. Ante o exposto, Sandro comunicou o fato à autoridade policial circunscricional e uma vez lavrado o termo respectivo, foi encaminhado ao Juizado Criminal competente. Durante a primeira audiência, e presentes ambas as partes, não foi possível a conciliação entre as mesmas. Com base nos fatos apresentados, responda, de forma justificada: No caso em tela, é possível o oferecimento de transação penal?
RESPOSTA
Se fizermos uma interpretação literal do art. 76 da lei 9099/95, não seria possível o oferecimento da proposta porque segundo a lei isso só é possível nas ações penais públicas. No entanto, majoritariamente, vem se entendendo que é possível a proposta nas ações privadas com o seu oferecimento pelo querelante, ouvido o MP. O STJ também entende pelo cabimento, no entanto entende que o oferecimento da mesma deve ser feito pelo MP, se não houver oposição do querelante.
OBS: O crime tipificado no Art. 164 CP e que se aplica ao caso concreto é de ação penal privada.
CASOS CONCRETOS SEMANA 07
Gisela Mocarsel está sendo processada por crime de calúnia praticado na presença de várias pessoas (artigo 138 c/c 141 III, ambos do CP). O ofendido / querelante, regularmente intimado para audiência de conciliação (artigo 520 CPP), não comparece de forma injustificada. Pergunta-se:
a) Qual a consequência da referida ausência injustificada do querelante?
Se o querelante não comparece a doutrina diverge. Majoritariamente entende-se que a ausência injustificada do querelante importa em extinção da punibilidade pela perempção – art. 60, III, CPP.
Minoritariamente, entende-se que a sua ausência, significa apenas que não quer a reconciliação.
B) E se a ausência fosse da querelada?
Tratando-se da ausência do querelada a ação deve ser instaurada não havendo qualquer sanção.
CASO CONCRETO DA SEMANA 08
Caio, professor do curso de segurança no trânsito, motorista extremamente qualificado, guiava seu automóvel tendo Madalena, sua namorada, no banco do carona. Durante o trajeto, o casal começa a discutir asperamente, o que faz com que Caio empreenda altíssima velocidade ao automóvel.
Muito assustada, Madalena pede insistentemente para Caio reduzir a marcha do veículo, pois àquela velocidade não seria possível controlar o automóvel. Caio, entretanto, respondeu aos pedidos dizendo ser perito em direção e refutando qualquer possibilidade de perder o controle do carro. Todavia, o automóvel atinge um buraco e, em razão da velocidade empreendida, acaba se desgovernando, vindo a atropelar três pessoas que estavam na calçada, vitimando-as fatalmente. Realizada perícia de local, que constatou o excesso de velocidade, e ouvidos Caio e Madalena, que relataram à autoridade policial o diálogo travado entre o casal, Caio foi denunciado pelo Ministério Público pela prática do crime de homicídio na modalidade de dolo eventual, três vezes em concurso formal.
Realizada Audiência de Instrução e Julgamento e colhida a prova, o Ministério Público pugnou pela pronúncia de Caio, nos exatos termos da inicial.
Na qualidade de advogado de Caio, chamado aos debater orais, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso:
a) Qual (is) argumento (s) poderia (m) ser deduzidos em favor de seu constituinte?
A tese a ser sustentada é a da culpa consciente.
b) Qual pedido deveria ser realizado?
A desclassificação do crime da modalidade dolosa para culposa e o declínio da competência para o juízo competente. Art. 419, CPP.
c) Caso Caio fosse pronunciado, qual recurso poderia ser interposto e a quem a peça de interposição deveria ser dirigida?
Recurso em sentido estrito – Art. 581, II, CPP. O recurso é dirigido ao juiz, por se tratar de peça de interposição de recurso.
Tendo em vista a perícia que o réu tinha sob o veículo, e até mesmo os argumentos utilizados pelo mesmo antecedendo ao acidente, não se trata de dolo eventual, mas sim da forma culposa do crime narrado, portanto, não se trata de alçada para tribunal do júri, sendo, portanto feito o pedido de desclassificação do réu. Caso este fosse pronunciado, caberia recurso em sentido estrito, conforme art. 581, IV, do CPP.
CASO CONCRETO 09
Antônio foi submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri e condenado por 4X3. Após o julgamento, descobriu-se que integrou o Conselho de Sentença o jurado Marcelo, que havia participado do julgamento de Pedro, co-réu no mesmo processo, condenado por crime de roubo conexo ao delito pelo qual Antônio foi condenado. Pergunta-se: Qual a defesa que poderá ser apresentada pelo Defensor de Antônio em eventual recurso interposto? Justifique a sua resposta:
A tese a ser apresentada é a de Suspeição de impedimento com base no Art. 449, II CPP.
CASO CONCRETO 10
(Ministério Público – PR / 2008)
Tício foi condenado à pena privativa de liberdade de 06 (seis) anos de reclusão por violação ao artigo 157, parágrafo 2, incisos I e II do Código Penal. Da sentença condenatória, Tício foi intimado em 09/05/2008 (sexta-feira), oportunidade em que manifestou o interesse de não recorrer da decisão condenatória. O advogado de Tício, defensor devidamente constituído, fora intimado da decisão condenatória em 08/05/2008 (quinta-feira). No dia 16/05/2008, o advogado de Tício interpôs recurso de apelação. O recurso é tempestivo ou não? Justifique a sua resposta.
RESPOSTA: É tempestivo de acordo com o entendimento do supremo quando a intimação é feita na sexta o prazo começa a contar na segunda. No processo penal vale a vontade daquele que quer recorrer e o prazo começa a partir da ultima “coisa” a ter sido realizada.
CASOCONCRETO 11
(OAB) Pedro, almejando a morte de José, contra ele efetua disparo de arma de fogo, acertando-o na região toráxica. José vem a falecer, entretanto, não em razão do disparo recebido, mas porque, com intenção suicida, havia ingerido dose letal de veneno momentos antes de sofrer a agressão, o que foi comprovado durante instrução processual. Ainda assim, Pedro foi pronunciado nos termos do previsto no artigo 121,  caput, do Código Penal. Na condição de Advogado de Pedro:
I. indique o recurso cabível;
II. o prazo de interposição;
III. a argumentação visando à melhoria da situação jurídica do defendido.
Indique, ainda, para todas as respostas, os respectivos dispositivos legais.
CASO CONCRETO 12
Em 11/1/2008, Celso foi preso em flagrante pela prática do crime previsto no artigo 213, CP. Regularmente processado, foi condenado a uma pena de 6 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado. Somente a defesa recorreu da decisão e, logo após a interposição do recurso, Celso fugiu da prisão. Considerando essa situação hipotética, mencione:
a) qual foi o recurso interposto pela defesa (mencionar também dispositivo legal pertinente)
Apelação com base no Art. 593, I, CPP.
b) qual a possibilidade de conhecimento e julgamento do recurso interposto em face da fuga de Celso.
A questão trata do Art. 595 CPP que trazia a previsão de que o recurso interposto pelo réu, que deveria estar preso – art. 594 CPP, fugisse da prisão durante o trâmite do recurso, este seria julgado deserto, ou seja, o Tribunal não julgaria o recurso. Com a reforma dada pela Lei 11719 de 20 de Junho de 2008 os referidos artigos foram revogados, por não se coadunarem com o sistema acusatório, nem com os princípios constitucionais. Assim, se a sentença foi proferida após a reforma de 2008, o Tribunal poderá conhecer e julgar o recurso apesar da fuga do apelante.
CASO CONCRETO 13
Mefistóteles foi condenado a 20 anos de reclusão pela prática de latrocínio. Na sentença condenatória, o juiz demonstra clara contradição entre as razões de sua fundamentação com sua decisão, principalmente ao acolher os depoimentos favoráveis das testemunhas de defesa bem como ao considerar boa a tese de desclassificação apresentada em alegações finais orais sob o argumento de violação de princípio constitucional (prova obtida por meio ilícito). Sabendo que a decisão foi prolatada em AIJ (audiência de instrução e julgamento), dia 03/06/2011 (sexta-feira), pergunta-se:
a)    Qual o instrumento cabível, no caso em tela, para obter o esclarecimento da contradição?
Embargos de declaração, pois houve contradição na sentença.
b)    Qual o último dia para interposição do instrumento citado na questão anterior?
É de 2 dias o prazo, logo contando-se o prazo a partir da segunda-feira, o prazo final será dia 07/06/11 de acordo com a sumula 310 STF;
c)    Sendo uma decisão condenatória, qual a data máxima para interposição de recurso de apelação, considerando a interposição do instrumento citado no item a acima?
De acordo com a corrente majoritária e o STJ, por analogia aplica-se o CPC, sendo o prazo interrompido. Por outro entendimento deve-se aplicar a Lei  9099/95, ocorrendo a suspensão do prazo.
CASO CONCRETO 14
Aristóteles foi condenado à pena de 9 anos de reclusão pela prática do crime de estupro (artigo 213, caput, CP). Após o trânsito em julgado da sentença condenatória, Aristóteles, através de seu advogado, ajuíza pedido de revisão criminal da sentença que lhe fora desfavorável, sustentando vício processual insanável consistente na ausência da intimação de seu então patrono para a apresentação de resposta preliminar obrigatória (art. 396, CPP). O Tribunal de Justiça competente acolhe o pleito de revisão criminal, anulando o referido processo. Nesta hipótese, pergunta-se: Seria juridicamente possível que, após a anulação, por meio de revisão criminal, do primeiro julgamento de Aristóteles, seja proferida, em um segundo julgamento pelo juízo de primeiro grau, sentença condenatória com imposição de sanção penal mais gravosa do que aquela que lhe fora anteriormente imposta? Justifique a sua resposta:
Não poderá dar pena mais alta, entretanto a regra geral e o entendimento majoritário aplica-se a regra do §único do art. 626. Entretanto há uma corrente que entende que o § único do art. 626 só é aplicado no juízo da revisão criminal. Nesse caso poderia o juiz agravar a situação do réu.
CASO CONCRETO 15 (OAB)
Caio, na qualidade de diretor financeiro de uma conhecida empresa de fornecimento de material de informática, se apropriou das contribuições previdenciárias devidas dos empregados da empresa e por esta descontadas, utilizando o dinheiro para financiar um automóvel de luxo. A partir de comunicação feita por Adolfo, empregado da referida empresa, tal fato chegou ao conhecimento da Polícia Federal, dando ensejo à instauração de inquérito para apurar o crime previsto no artigo 168-A do Código Penal. No curso do aludido procedimento investigatório, a autoridade policial apurou que Caio também havia praticado o crime de sonegação fiscal, uma vez que deixara de recolher ICMS relativamente às operações da mesma empresa. Ao final do inquérito policial, os fatos ficaram comprovados, também pela confissão de Caio em sede policial. Nessa ocasião, ele afirmou estar arrependido e apresentou comprovante de pagamento exclusivamente das contribuições previdenciárias devidas ao INSS, pagamento realizado após a instauração da investigação, ficando não paga a dívida relativa ao ICMS. Assim, o delegado encaminhou os autos ao Ministério Público Federal, que denunciou Caio pelos crimes previstos nos artigos 168-A do Código Penal e 1º, I, da Lei 8.137/90, tendo a inicial acusatória sido recebida pelo juiz da vara federal da localidade. Após analisar a resposta à acusação apresentada pelo advogado de Caio, o aludido magistrado entendeu não ser o caso de absolvição sumária, tendo designado audiência de instrução e julgamento. Com base nos fatos narrados no enunciado, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) Qual é o meio de impugnação cabível à decisão do Magistrado que não o absolvera sumariamente?
Habeas corpus, pois da decisão que recebe a denúncia não cabe recurso e da decisão que rejeita a denúncia cabe recurso em sentido estrito. Art. 647 c/c 648, VII CPP.
b) A quem a impugnação deve ser endereçada?
No TRF
c) Quais fundamentos devem ser utilizados?
Quando a parcela devida da Previdência Social é paga antes do processo é extinta a punibilidade na forma do Art. Art 168 A, § 2º do CP e incompetência absoluta do juízo federal para julgar o crime estadual.
CASO CONCRETO 16 (OAB)
Em 22 de julho de 2008, Caio foi condenado à pena de 10 (dez) anos de reclusão, a ser cumprida em regime inicialmente fechado, pela prática, no dia 10 de novembro de 2006, do crime de tráfico de drogas, previsto no artigo 33 da Lei 11.343/2006. Iniciada a execução da sua pena em 7 de janeiro de 2009, a Defensoria Pública, em 10 de fevereiro de 2011, requereu a progressão do cumprimento da sua pena para o regime semiaberto, tendo o pedido sido indeferido pelo juízo de execuções penais ao argumento de que, para tanto, seria necessário o cumprimento de 2/5 da pena.
Considerando ter sido procurado pela família de Caio para advogar em sua defesa, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
Qual(is) o(s) meio(s) de impugnação da decisão que indeferiu o pedido da Defensoria Pública?
Agravo na execução – Art. 197 da LEP.
b) Qual(is) argumento(s) jurídico(s) poderia(m) ser usado(s) em defesa da progressão de regime de Caio?
O Art. 112 da LEP – cumprido 1/6 da pena o indivíduo faz jus ao benefício de progressão de regime.
Pena do réu – 10 anos.
07/01/2009 – Começo da pena
02/2011 - DP entra com pedido de progressão de regime.
1/6 da pena é igual a um ano e seis meses. Vigia em 2006.
Lei posterior alteroupara 2/5 da pena.
Portanto, a lei que alterou a progressão de regime em relação aos crimes hediondos e assemelhados é posterior a data da condenação, ou seja, 2006. Edição de Lei mais gravosa ao condenado – lei que diga respeito ao direito material, ou seja, cumprimento de pena – não retroagirá em desfavor do réu, permanecendo o regime de 1/6 da pena por ser mais benéfico ao réu.

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