Buscar

geopolitica 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

O QUE É GEOPOLÍTICA? E GEOGRAFIA POLÍTICA?
Por: José Wiliam Vesentini
 
É freqüente a confusão entre geografia política e geopolítica, que na verdade são imbricadas, se sobrepoem
em grande  parte, mas  não  se  identificam  totalmente.  Existe  uma  história  de  cada  um desses  saberes  que
mostra  suas  origens,  suas  especificidades,  embora  em  alguns  momentos  eles  tenham  se  mesclado,  se
identificado.
 
A expressão geografia política existe há séculos. Há inúmeros livros dos séculos XVII, XVIII e XIX com esse
título. Mas considera­se que geografia política moderna, pelo menos  tal  como a entendemos hoje  ­­  isto é,
como um estudo geográfico da política, ou como o estudo das relações entre espaço e poder ­­ nasceu com a
obra Politische Geographie [Geografia Política], de Friedrich RATZEL, publicada em 1897. Ratzel, na verdade,
não criou o rótulo "geografia política"; ela apenas redefiniu o seu conteúdo, apontando para o que seria um
verdadeiro estudo geográfico da política, uma concepção de política que muito deve à  leitura de Maquiavel.
Antes dele era comum encontrar em obras com esse título a descrição dos rios ou montanhas de tal ou qual
Estado ­ ou seja, qualquer fenômeno ligado ao Estado (o ser político por excelência) era tido como assunto de
geografia  política.  Ratzel  mostrou  que  o  estudo  da  geografia  política  só  vai  se  preocupar  com  o  meio
ambiente ­ as características "naturais" do território, por exemplo (localização, formato, proximidade do mar,
etc.)  ­  desde  que  isso  tenha  relações  com  a  vida  política.  Ele  procurou  estabelecer  uma  série  de  temas
pertinentes à geografia política, que continuam a ser atuais (embora outros tenham surgido posteriormente):
o que é o Estado e quais as suas relações com o território, soberania e território, o que é política territorial
(uma expressão criada por ele), a questão das fronteiras, o que significa uma grande potência mundial, etc.
 
Em síntese, esse geógrafo alemão não foi o primeiro autor a empregar esse rótulo, geografia política, nem
mesmo o primeiro a escrever sobre o assunto  ­ a questão do espaço geográfico na política. Essa análise a
respeito  da  dimensão  geográfica  ou  espacial  da  política  é  bastante  antiga.  Podemos  encontrá­la  em
Aristóteles, em Maquiavel, em Montesquieu e em inúmeros outros filósolos da antiguidade, da Idade Média ou
da época moderna. Mas normalmente essa preocupação com a dimensão espacial da política ­­ tal como, por
exemplo, a respeito do tamanho e da localização do território de uma cidade­Estado, em Aristóteles; ou sobre
a  localização  e  a  defesa  da  fortaleza  do  príncipe,  em Maquiavel;  ou  a  ênfase  na  importância  da  geografia
(física e principalmente humana) para a compreensão do "espírito das Leis" de cada Estado, em Montesquieu
­­  era  algo  que  surgia  en  passant,  como  um  aspecto  meio  secundário  da  realidade,  pois  o  essencial  era
entender  a  natureza  do  Estado  ou  das  Leis,  os  tipos  de  governo  ou  as  maneiras  de  alcançar  e  exercer
eficazmente o poder. Com Ratzel inicia­se um estudo sistemático da dimensão geográfica da política, no qual
a espacialidade ou a territorialidade do Estado era o principal objeto de preocupações. E com Ratzel a própria
expressão "geografia política", que era comumente empregada nos estudos enciclopédicos dos séculos XVII,
XVIII  e mesmo  XIX  (as  informações  sobre  tal  ou  qual  Estado:  sua  população,  contornos  territoriais,  rios,
montanhas,  climas,  cidades principais, etc.), ganha um novo significado. Ela passa a ser entendida como o
estudo  geográfico  ou  espacial  da  política  e  não  mais  como  um  estudo  genérico  (em  "todas"  as  suas
características) dos Estados ou países.
 
A palavra geopolítica, por sua vez, foi criada no início do século XX, mais precisamente em 1905, num artigo
denominado  "As  grandes  potências",  escrito  pelo  jurista  sueco  Rudolf  KJELLÉN.  (Mas  atenção:  a  palavra
geopolítica é que foi criada por Kjellén, pois não há dúvida que essa temática é bem mais antiga, ou seja, as
grandes preocupações geopolíticas não surgiram no início do século XX (preocupações sobre o que é e quem
é uma potência mundial, como se dá a disputa mundial pelo poder entre os Estados, que estratégias seriam
adequadas para tal ou qual Estado tornar­se a potência regional nesta ou naquela parte do globo, etc.). Isto
é,  já  existia  anteriormente  juízos ou análises a  respeito do poderio de  cada Estado, das grandes potências
mundiais ou regionais, com a importância ou o uso do espaço geográfico na guerra ou no exercício do poder
estatal.
 
Normalmente  se  afirma  ­­  em  quase  todas  as  obras  sobre  "história  da  geopolítica"  ­­  que  os  geopolíticos
clássicos,  ou  os  "grandes  nomes  da  geopolítica",  foram  H.J.  MacKinder,  A.T.  Mahan,  R.  Kjellén  e  K.
Haushofer.  Desses  quatro  nomes,  dois  deles  (o  geógrafo  inglês  Mackinder  e  o  almirante  norte­americano
Mahan) tiveram as suas principais obras publicadas antes da criação dessa palavra geopolítica por Kjellén e,
dessa forma, nunca fizeram uso dela. O outro autor, o general alemão Karl Haushofer, foi na realidade quem
popularizou  a  geopolítica,  devido  às  circunstâncias  (ligações,  embora  problemáticas,  com  o  nazismo  e
possível  contribuição  indireta para a obra Mein Kampf,  de Hitler),  tornando­a  tristemente  famosa  nos  anos
1930 e 40, em especial através da sua Revista de Geopolítica [Zeitschrift für Geopolitik], editada em Munique
de 1924  a  44  e  com uma  tiragem mensal  que  começou  com 3 mil  e  chegou  a  atingir  a marca  dos  30 mil
exemplares, algo bastante expressivo para a época.
 
A geopolítica, enfim, conheceu um período de grande expansão no pré­guerra, na primeira metade do século
XX, tendo se eclipsado ­­ ou melhor, ficado no ostracismo ­­ depois de 1945. Ela sempre se preocupou com a
chamada escala macro ou continental/planetária: a questão da disputa do poder mundial, que Estado (e por
quê)  é  uma  grande  potência,  qual  a melhor  estratégia  espacial  para  se  atingir  esse  status,  etc.  Existiram
"escolas  (nacionais)  de  geopolítica",  em  especial  dos  anos  1920  até  os  anos  1970,  em  algumas  partes  do
mundo,  inclusive  no  Brasil.  Não  escola  no  sentido  físico  (prédio  e  salas  de  aula),  mas  sim  no  sentido  de
corrente de pensamento, de autores ­­ mesmo que um tenha vivido distante do outro, no espaço ou às vezes
até no tempo ­­ com uma certa  identificação: no caso da geopolítica brasileira, ela consistiu principalmente
no  desenvolvimento  de  um  projeto  ("Brasil,  grande  potência")  que  se  expressa  como  uma  estratégia
(geo)política e militar com uma clara dimensão espacial. A natureza pragmática, utilitarista (e para o Estado,
único agente visto como legítimo) ou de "saber aplicável" sempre foi uma tônica marcante na geopolítica. Ela
nunca  se  preocupou  em  firmar­se  como  um  (mero?)  "conhecimento"  da  realidade  e  sim  como  um
"instrumento de ação", um guia para a atuação de tal ou qual Estado.
 
A partir  de meados dos anos 1970 a geopolítica  sai  do ostracismo. Ela  volta  a  ser novamente estudada  (a
bem a verdade, ela nunca deixou de ser, mas de 1945 até por volta de 1975 esteve confinada em pequenos
círculos,  em  especial militares).  Só  que  agora,  ao  invés  de  ser  vista  como  "uma  ciência"  (como  pretendia
Kjellén) ou como "uma técnica/arte a serviço do Estado" (como advogavam inúmeros geopolíticos,  inclusive
Haushofer), ela é cada vez mais entendida como "um campo de estudos", uma área interdisciplinar enfim (tal
como, por exemplo, a questão ambiental). Em várias parte do globo criaram­se ­­ ou estão sendo criados ­­
institutos  de  estudos  geopolíticos  e/ou  estratégicos,  que  via  de  regra  congregam  inúmeros  especialistas:
cientistas políticos, geógrafos, historiadores, militares outeóricos estrategistas, sociólogos e, como não podia
deixar de ser (na medida em que a "guerra" tecnológica­comercial hoje é mais importante que a militar) até
mesmo economistas.
 
Enfim, a palavra geopolítica não é uma simples contração de geografia política,  como pensam alguns, mas
sim algo que diz  respeito às disputas de poder no espaço mundial e que, como a noção de PODER  já o diz
(poder implica em dominação, via Estado ou não, em relações de assimetria enfim, que podem ser culturais,
sexuais, econômicas, repressivas e/ou militares, etc.), não é exclusivo da geografia. (Embora também seja
algo por ela estudado). A geografia política, dessa forma, também se ocupa da geopolítica, embora seja uma
ciência  (ou melhor,  uma modalidade  da  ciência  geográfica)  que  estuda  vários  outros  temas  ou  problemas.
Exemplificando, podemos lembrar que a geografia também leva em conta a questão ambiental, embora esta
não  seja  uma  temática  exclusivamente  geográfica  (outras  ciências  ­­  tais  como  a  biologia,  a  geologia,  a
antropologia, a história, etc. ­­ também abordam essa questão). Mas a geografia ­­ da mesma forma que as
outras ciências mencionadas ­­ não se identifica exclusivamente com essa questão, pois ela também procura
explicar  outras  temáticas  que  não  são  rigorosamente  ambientais  tais  como,  por  exemplo,  a  história  do
pensamento geográfico, a geografia eleitoral, os métodos cartográficos, etc.
 
Esquematizando, podemos dizer que existiram ou existem várias interpretações diferentes sobre
o  que  é  geopolítica  e  as  suas  relações  com  a  geografia  política.  Vamos  resumir  essas
interpretações, que variaram muito no espaço e no tempo, em quatro visões:
 
1.  "A  geopolítica  seria  dinâmica  (como  um  filme)  e  a  geografia  política  estática  (como  uma
fotografia)". Esta foi a interpretação de inúmeros geopolíticos anteriores à Segunda Guerra Mundial, dentre
os  quais,  podemos mencionar  Kjellén,  Haushofer  e  vários  outros  colaboradores  da  Revista  de  Geopolítica,
além do general Golbery do Couto e Silva e inúmeros outros militares no Brasil. Segundo eles, a geopolítica
seria uma "nova ciência" (ou técnica, ou arte) que se ocuparia da política ao nível geográfico, mas com uma
abordagem diferente da geografia: ela seria "mais dinâmica" e voltada principalmente para a ação. Eles viam
a  geografia  como  uma  disciplina  tradicional  e  descritiva  e  diziam  que  nela  apenas  colhiam  algumas
informações  (sobre  relevo,  distâncias,  latitude  e  longitude,  características  territoriais  ou  marítimas,
populações  e  economias,  etc.),  mas  que  fundamentalmente  estavam  construindo  um  outro  saber,  que  na
realidade  seria  mais  do  que  uma  ciência  ou  um mero  saber,  seria  um  instrumento  imprescindível  para  a
estratégia, a atuação político/espacial do Estado. Como se percebe, foi uma visão adequada ao seu momento
histórico ­­ não podemos esquecer que o mundo na primeira metade do século XX, antes da Grande Guerra,
vivia  uma  ordem  multipolar  conflituosa,  com  uma  situação  de  guerra  latente  entre  as  grandes  potências
mundiais ­­ e à legitimação da prática de quem fazia geopolítica naquele momento. Ela também foi coeva e
tributária  de  todo  um  clima  intelectual  europeu  ­­  especialmente  alemão  ­­  da  época,  que  fustigava  o
conhecimento  científico  (  a  "ciência  real",  que  era  contraposta  a  uma  "ciência  ideal"  ou  "novo  saber",  que
deveria  contribuir  para  um  "mundo melhor")  pela  sua  pretensa  "desconsideração  pela  vida  concreta,  pelas
emoções, pelos sentimentos".
 
2. "A geopolítica seria ideológica (um instrumento do nazi­fascismo ou dos Estados totalitários) e
a  geografia  política  seria  uma  ciência".  Esta  foi  a  interpretação  de  alguns  poucos  geógrafos  nos  anos
1930 e 40 (por exemplo: A. Hettner e Leo Waibel) e da quase totalidade deles (e também de inúmeros outros
cientistas  sociais) no pós­guerra. Um nome bastante  representativo desta visão  foi  Pierre George,  talvez o
geógrafo  francês mais  conhecido  dos  anos  50  aos  70,  que  afirmava  que  a  geopolítica  seria  uma  "pseudo­
ciência", uma caricatura da geografia política. Esta visão  foi praticamente uma  reação àquela anterior, que
predominou anteriormente, no período pré­Segunda Guerra Mundial. Como  toda  forte  reação, ela  caminhou
para o lado extremo do pêndulo, desclassificando completamente a geopolítica (da qual "nada se aproveita",
nos dizeres de  inúmeros autores dos anos 50 e 60) e até mesmo se  recusando a explicá­la de  forma mais
rigorosa.
 
3.  "A geopolítica seria a verdadeira  (ou  fundamental) geografia".  Esta  foi  a  interpretação que Yves
Lacoste inaugurou com o seu famoso livro­panfleto A Geografia ­ isso serve, em primeiro lugar, para fazer a
guerra, de 1976, e que serviu como ideário para a revista Hérodote ­ revue de géographie et de géopolitique.
Nessa  visão,  a  geografia  de  verdade  (a  "essencial"  ou  fundamental)  não  teria  surgido  no  século  XIX  com
Humboldt e Ritter, mas sim na antiguidade, junto com o advento dos primeiro mapas. O que teria surgido no
século  XIX  seria  apenas  a  "geografia  dos  professores",  a  geografia  acadêmica  e  que  basicamente  estaria
preocupada  em  esconder  ou  encobrir,  como  uma  "cortina  de  fumaça",  a  importância  estratégica  da
verdadeira geografia, da geopolítica enfim. A geopolítica ­­ ou geografia dos Estados maiores, ou geografia
fundamental  ­­  existiria  desde  a  antiguidade  na  estratégia  espacial  das  cidades­Estado,  de  Alexandre  o
Grande, por exemplo, de Heródoto com os seus escritos (obra e autor que, nessa leitura enviesada, teria sido
um  "representante  do  imperialismo  ateniense").  Esta  interpretação  teve  um  certo  fôlego  ­­  ou melhor,  foi
reproduzida, normalmente por estudantes e de forma acrítica ­­ no final dos anos 1970 e nos anos 80, mas
acabou  ficando  confinada  a  um  pequeno  grupo  de  geógrafos  franceses  que,  inclusive,  em  grande  parte  se
afastaram do restante da comunidade geográfica (ou mesmo científica) daquele país. Existe uma visível falta
de  evidências  nessa  tese  ­­  de  comprovações,  e  mesmo  de  possibilidade  de  ser  testada  empiricamente
(inclusive via documentos históricos)  ­­  e,  na  realidade,  ela  surgiu mais  como uma  forma de  revalorizar  a
geografia, tão questionada pelos revoltosos do maio de 1968, tentando mostrar a sua importância estratégica
e militar.
 
4.  "A  geopolítica  (hoje)  seria  uma  área  ou  campo de  estudos  interdisciplinar".  Esta  interpretação
começa a predominar a partir do final dos anos 1980, sendo quase um consenso nos dias atuais. Não se trata
tanto do que  foi  a geopolítica e  sim do que ela  representa atualmente. E mesmo se analisarmos quem  fez
geopolítica, os "grandes nomes" que teriam contribuido para desenvolver esse saber, vamos concluir que eles
nunca  provieram  de  uma  única  área  do  conhecimento:  houve  juristas  (por  exemplo,  Kjellén),  geógrafos
(Mackinder),  militares  (Mahan,  Haushofer)  e  vários  outros  oriundos  da  história,  da  ciência  política,  da
economia, da engenharia, etc. Não tem nenhum sentido advogar o monopólio desse tipo de estudo ­­ seria o
mesmo  que  pretender  deter  a  exclusividade  das  pesquisas  ambientais!  ­­,  já  que  com  isso  estaríamos
desconhecendo a realidade, o que já se fez e o que vem sendo feito na prática. Existem trabalhos recentes
sobre geopolítica, alguns ótimos, oriundos de geógrafos, de cientistas políticos (Luttuak...), de historiadores
(H.  Kissinger,  P.  Kennedy...),  de  sociólogos  (Huntington...)de  militares,  etc.  E  ninguém  pode  imaginar
seriamente  que  num  instituto  ou  centro  de  estudos  estratégicos  e/ou  geopolíticos  ­­  onde  se  pesquise  os
rumos  do  Brasil  (ou  de  qualquer  outro  Estado­nação,  ou mesmo  de  um partidopolítico)  no  século  XXI,  as
possibilidades de confrontos ou de crises político­diplomáticas ou econômicas, as estratégias para se  tornar
hegemônico  no  (sub)continente,  para  ocupar  racionalmente  a  Amazônia,  etc.  ­­  devam  existir  apenas
geógrafos, ou apenas militares, ou apenas economistas ou  juristas. Mais uma vez podemos  fazer aqui uma
ligação  com  o  nosso  tempo,  com  o  clima  intelectual  do  final  do  século  XX  e  inícios  do  XXI.  A  palavra  de
ordem  hoje  é  interdisciplinariedade  (ou  até  transdisciplinariedade),  pois  o  real  nunca  é  convenientemente
explicado  por  apenas  uma  abordagem  ou  uma  ciência  específica.  O  conhecimento  da  realidade,  enfim,  e
mesmo a atuação nela com vistas a um mundo mais justo, é algo muito mais importante do que as disputas
corporativistas.
 
Fonte: http://www.geocritica.com.br/geopolitica.htm
 
Exercício 1:
A geografia política é um ramo de geografia (e, mais especificamente, da geografia humana) que se dedica ao estudo da interação entre a política e o território,
nomeadamente  no  que  diz  respeito  à  administração.  É  freqüente  a  confusão  entre  geografia  política  e  geopolítica,  que  na  verdade  são  imbricadas,  se
sobrepõem  em  grande  parte,  mas  não  se  identificam  totalmente.  Existe  uma  história  de  cada  um  desses  saberes  que  mostra  suas  origens,  suas
especificidades,  embora  em  alguns  momentos  eles  tenham  se  mesclado,  se  identificado.  Em  relação  a  distinção  observada  entre  a  geografia  política  e  a
geopólítica, é correto afirmar que:
I ­ por definição a geopolítica interpreta o espaço do ponto de vista do estado, e a geografia política, o estado pela visão do espaço;
II  ­  geografia  política  só  vai  se  preocupar  com  o  meio  ambiente  ­  as  características  "naturais"  do  território,  por  exemplo  (localização,  formato,
proximidade do mar, etc.) ­ desde que isso tenha relações com a vida política;
III ­  a geopolítica se preocupa em analisar o que é o Estado e quais as suas relações com o território, soberania e território, o que é política territorial ,
a questão das fronteiras, o que significa uma grande potência mundial, etc;
IV  ­  a geografia política,  ou  seja,  a  análise  a  respeito  da  dimensão  geográfica  ou  espacial  da  política  é  bastante  antiga.  Podemos  encontrá­la  em
Aristóteles, em Maquiavel, em Montesquieu e em inúmeros outros filósolos da antiguidade, da Idade Média ou da época moderna.
A ­ as alternativas I, II e III estão corretas;  
B ­ as alternativas II, III e IV estão corretas;  
C ­ as alternativas I, III e IV estão corretas;  
D ­ as alternativas I, II e IV estão corretas;  
E ­ as alternativas III e IV estão corretas;  
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 2:
Os  principais  precursores  da  geopolítica  clássica  não  eram  geógrafos  e  sim  estrategistas  militares.  Conseqüentemente,  a
preocupação básica da geopolítica  clássica nunca  foi  de um conhecimento  (geográfico e/ou  científico)  sobre um aspecto da
realidade  (a  dimensão  espacial  da  política)  e  sim  de  estabelecer  bases  para  que  o  “seu” Estado  se  fortalecesse  no  cenário
internacional. A geopolítica  logo se expandiu,  tendo encontrado um clima propício no período pré e entre guerras da primeira
metade do século XX. Considerando os pressupostos da geopolítica clássica, podemos afirmar o que “clima propício” para esta
expansão refere­se a:
 
  I  ­      característica  essencial  da  política  internacional  do  “modelo  westphaliano”,  do  período  que  se
compreende  da  segunda  metade  do  século  XVII  até  o  início  do  século  XX,  pode­se  atribuir  a  “um
programa  selvagem  de  exploração  colonial  e  formação  de  alianças  secretas  e  acirradas  rivalidades,
num  complexo  jogo  de  interesses  políticos  e  econômicos,  freqüentemente  destrutivo  das  sociedades
colonizadas e instigador de tensões políticas entre os países europeus;
II ­ ordem internacional, que segundo a visão idealista deveria se apoiar na supressão da diplomacia
secreta, na liberdade dos mares, na limitação dos armamentos, na remoção das barreiras comerciais,
no reajustamento dos territórios, no fim da exploração colonial e criação de uma Sociedade das
Nações;
III ­ processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural, política, com o
barateamento dos meios de transporte e comunicação dos países do mundo no final do século XX e
início do século XXI;
IV ­ análise da dimensão geográfica ou espacial da política bastante difundida nas obras de Aristóteles,
em Maquiavel, em Montesquieu e em outros filósofos da antiguidade, da Idade Média ou da época
moderna, que acabou por orientar a política externa das grandes potências a partir do final do século
XIX e início do século XX.
 
 
A ­ As alternativas I e  II estão corretas;  
B ­ As alternativas III e IV estão corretas;  
C ­ As alternativas I, III e IV estão corretas;  
D ­ A alternativa I está correta; 
E ­ A alternativa III está correta.  
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 3:
Podemos afirmar que um estudo sistemático da dimensão geográfica da política se deu a partir:
A ­ da publicação das obras de Aristóteles, Maquiavel, Montesquieu e inúmeros outros
filósofos da antiguidade, da Idade Média ou da época moderna, que se ocuparam em
escrever, por exemplo, sobre a dimensão espacial da política ­­ tal como, por exemplo, a
respeito do tamanho e da localização do território, ou a ênfase na importância da geografia
ou ainda sobre a localização e a defesa da fortaleza do príncipe; 
B ­ de 1945 quando passa a se preocupar com a chamada escala macro ou
continental/planetária: a questão da disputa do poder mundial, que Estado é uma grande
potência, qual a melhor estratégia espacial para se atingir esse status , etc; 
C ­ de meados dos anos 1970 em que a geopolítica sai do ostracismo e volta a ser
novamente estudada agora, como "um campo de estudos", uma área interdisciplinar enfim
(tal como, por exemplo, a questão ambiental); 
D ­ da publicação das obras  do general alemão Karl Haushofer que acabou por  popularizar
a geopolítica, devido às circunstâncias (ligações, embora problemáticas, com o nazismo e
possível contribuição indireta para a obra Mein Kampf , de Hitler), tornando­a tristemente
famosa nos anos 1930 e 40, em especial através da sua Revista de Geopolítica [ Zeitschrift
für Geopolitik ], editada em Munique de 1924 a 44 e com uma tiragem mensal que
começou com 3 mil e chegou a atingir a marca dos 30 mil exemplares, algo bastante
expressivo para a época. 
E ­ da publicação da obra Politische Geographie [Geografia Política], de Friedrich RATZEL,
publicada em 1897. Com Ratzel inicia­se um estudo sistemático da dimensão geográfica da
política, no qual a espacialidade ou a territorialidade do Estado era o principal objeto de
preocupações; 
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 4:
Podemos dizer que existiram ou existem várias interpretações diferentes sobre o que é geopolítica e as suas relações com a
geografia política. Essas interpretações, que variaram muito no espaço e no tempo. A concepção de que "a geopolítica seria
dinâmica e a geografia política estática”:
 
               I.      foi a interpretação de alguns poucos geógrafos nos anos 1930 e 40 (por exemplo: A. Hettner e Leo
Waibel) e da quase totalidade deles (e também de inúmeros outros cientistas sociais) no pós­guerra.
Um  nome  bastante  representativo  desta  visão  foi  Pierre  George,  talvez  o  geógrafo  francês  mais
conhecido  dos  anos  50  aos  70,  que  afirmava  que  a  geopolítica  seria  uma  "pseudo­ciência",  uma
caricatura  da  geografia  política.  Esta  visão  foi  praticamente  uma  reação  àquelaanterior,  que
predominou anteriormente, no período pré­Segunda Guerra Mundial;
 
                          II.           a  interpretação de  inúmeros geopolíticos anteriores à Segunda Guerra Mundial,  dentre os quais,
podemos mencionar Kjellén, Haushofer e vários outros colaboradores da Revista de Geopolítica, além
do general Golbery do Couto e Silva e inúmeros outros militares no Brasil;
 
            III.      foi a interpretação que Yves Lacoste inaugurou com o seu famoso livro­panfleto A Geografia ­ isso
serve,  em  primeiro  lugar,  para  fazer  a  guerra,  de  1976,  e  que  serviu  como  ideário  para  a  revista
Hérodote ­ revue de géographie et de géopolitique. Nessa visão, a geografia de verdade (a "essencial"
ou  fundamental)  não  teria  surgido  no  século  XIX  com  Humboldt  e  Ritter,  mas  sim  na  antiguidade,
junto com o advento dos primeiro mapas;
 
 
          IV.      Esta interpretação começa a predominar a partir do final dos anos 1980, sendo quase um consenso nos
dias atuais. Não se trata tanto do que foi a geopolítica e sim do que ela representa atualmente.
 
A ­ as alternativas III e IV estão corretas; 
B ­ a alternativa II está correta; 
C ­ as alternativas I e II estão corretas; 
D ­ as alternativas II, III e IV estão corretas; 
E ­ a alternativa I está correta 
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 5:
Existe um amplo entendimento no campo de estudo da geopolítica de que existiram ou existem várias interpretações diferentes
sobre o que é geopolítica e as suas relações com a geografia política. Essas interpretações variaram muito no espaço e no
tempo. É correto afirmar que a concepção de que "a geopolítica seria ideológica e a geografia política seria uma ciência”:
 
 
 
 
 
 
               I.      foi a interpretação de alguns poucos geógrafos nos anos 1930 e 40 (por exemplo: A. Hettner e Leo
Waibel) e da quase totalidade deles (e também de inúmeros outros cientistas sociais) no pós­guerra.
Um  nome  bastante  representativo  desta  visão  foi  Pierre  George,  talvez  o  geógrafo  francês  mais
conhecido  dos  anos  50  aos  70,  que  afirmava  que  a  geopolítica  seria  uma  "pseudo­ciência",  uma
caricatura  da  geografia  política.  Esta  visão  foi  praticamente  uma  reação  àquela  anterior,  que
predominou anteriormente, no período pré­Segunda Guerra Mundial;
 
                          II.           a  interpretação de  inúmeros geopolíticos anteriores à Segunda Guerra Mundial,  dentre os quais,
podemos mencionar Kjellén, Haushofer e vários outros colaboradores da Revista de Geopolítica, além
do general Golbery do Couto e Silva e inúmeros outros militares no Brasil;
 
            III.      foi a interpretação que Yves Lacoste inaugurou com o seu famoso livro­panfleto A Geografia ­ isso
serve,  em  primeiro  lugar,  para  fazer  a  guerra,  de  1976,  e  que  serviu  como  ideário  para  a  revista
Hérodote ­ revue de géographie et de géopolitique. Nessa visão, a geografia de verdade (a "essencial"
ou  fundamental)  não  teria  surgido  no  século  XIX  com  Humboldt  e  Ritter,  mas  sim  na  antiguidade,
junto com o advento dos primeiro mapas;
 
          IV.      Esta interpretação começa a predominar a partir do final dos anos 1980, sendo quase um consenso nos
dias atuais. Não se trata tanto do que foi a geopolítica e sim do que ela representa atualmente.
A ­ as alternativas III e IV estão corretas; 
B ­ a alternativa II está correta; 
C ­ as alternativas I e II estão corretas; 
D ­ as alternativas II, III e IV estão corretas; 
E ­   a alternativa I está correta. 
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 6:
 É consenso no campo de estudo da geopolítica de que existiram ou existem várias interpretações diferentes
sobre o que é geopolítica e as suas relações com a geografia política. Essas interpretações variaram muito no
espaço e no tempo. Neste sentido, é correto afirmar que a concepção de que "a geopolítica seria a
verdadeira (ou fundamental) geografia”:
 
                I  ­        foi a  interpretação de alguns poucos geógrafos nos anos 1930 e 40 (por exemplo: A. Hettner e Leo
Waibel) e da quase totalidade deles (e também de inúmeros outros cientistas sociais) no pós­guerra.
Um  nome  bastante  representativo  desta  visão  foi  Pierre  George,  talvez  o  geógrafo  francês  mais
conhecido  dos  anos  50  aos  70,  que  afirmava  que  a  geopolítica  seria  uma  "pseudo­ciência",  uma
caricatura  da  geografia  política.  Esta  visão  foi  praticamente  uma  reação  àquela  anterior,  que
predominou anteriormente, no período pré­Segunda Guerra Mundial;
 
                      II  ­  a  interpretação  de  inúmeros  geopolíticos  anteriores  à  Segunda  Guerra  Mundial,  dentre  os  quais,
podemos mencionar Kjellén, Haushofer e vários outros colaboradores da Revista de Geopolítica, além
do general Golbery do Couto e Silva e inúmeros outros militares no Brasil;
 
             III  ­ começa a predominar a partir do final dos anos 1980, sendo quase um consenso nos dias atuais. Não
se trata tanto do que foi a geopolítica e sim do que ela representa atualmente;
 
      IV ­ foi a interpretação que Yves Lacoste inaugurou com o seu famoso livro­panfleto A Geografia ­ isso
serve,  em  primeiro  lugar,  para  fazer  a  guerra,  de  1976,  e  que  serviu  como  ideário  para  a  revista
Hérodote ­ revue de géographie et de géopolitique. Nessa visão, a geografia de verdade (a "essencial"
ou  fundamental)  não  teria  surgido  no  século  XIX  com  Humboldt  e  Ritter,  mas  sim  na  antiguidade,
junto com o advento dos primeiro mapas.
A ­ as alternativas II e IV estão corretas; 
B ­ a alternativa III está correta; 
C ­ as alternativas I e II estão corretas; 
D ­ a alternativa IV está correta 
E ­ as alternativas II, III e IV estão corretas. 
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 7:
A geografia política é um ramo de geografia (e, mais especificamente, da geografia humana) que se dedica
ao estudo da interação entre a política e o território, nomeadamente no que diz respeito à administração. É
freqüente a confusão entre geografia política e geopolítica, que na verdade são imbricadas, se sobrepõem em
grande parte, mas não se identificam totalmente. Existe uma história de cada um desses saberes que mostra
suas origens, suas especificidades, embora em alguns momentos eles tenham se mesclado, se identificado.
Em relação a distinção observada entre a geografia política e a geopolítica, é correto afirmar que:
I – a geopolítica se preocupa em analisar o que é o Estado e quais as suas relações com o território,
soberania e território, o que é política territorial, a questão das fronteiras, o que significa uma
grande potência mundial, etc;
 
II ­ geografia política só vai se preocupar com o meio ambiente ­ as características "naturais" do
território, por exemplo (localização, formato, proximidade do mar, etc.) ­ desde que isso tenha
relações com a vida política;
 
III ­  por definição a geopolítica interpreta o espaço do ponto de vista do estado, e a geografia
política, o estado pela visão do espaço;
 
IV ­ a geografia política, ou seja, a análise a respeito da dimensão geográfica ou espacial da política
é bastante antiga. Podemos encontrá­la em Aristóteles, em Maquiavel, em Montesquieu e em
inúmeros outros filósofos da antiguidade, da Idade Média ou da época moderna.
A ­ as alternativas I, II e III estão corretas; 
B ­ as alternativas II, III e IV estão corretas; 
C ­ as alternativas I, III e IV estão corretas; 
D ­ as alternativas I, II e IV estão corretas; 
E ­ as alternativas III e IV estão corretas. 
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 8:
 
O geógrafo  inglês Halford John Mackinder(1861­1947), que em 1904 escreveu seu  famoso artigo  “O
pivô geográfico da História”, é academicamente reconhecido como o “pai” de qual conceito:
A ­   poder naval    
B ­   heartland    
C ­   rimland    
D ­   espaço vital    
E ­   pan­regiões  
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 9:
 
A  confrontação  geopolítica  no  período  da  Guerra  Fria  entre  poder  terrestre  versus  poder  marítimo,
respectivamente, ganhou forma institucional sob quais alianças militares:
A ­   Pacto de Tordesilhas e Santa Aliança    
B ­   Westphalia e Santa Aliança    
C ­     Pacto de Varsóvia e OTAN   
D ­    OTAN e Comissão Brundtland.   
E ­     CEI e União Européia        
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 10:
 
O conceito geopolítico de espaço­vital (lebensraum) foi elaborado por qual geógrafo:
A ­ Carl Schmitt     
B ­ Elen Sample    
C ­       Carl Ritter   
D ­   Alexander von Humboldt    
E ­ Friedrich Ratzel 
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários

Outros materiais