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IMPORTANCIA DA LIBERDADE INDIVIDUAL ADQUIRIDA PELA AUTONOMIA INTELECTUAL

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IMPORTANCIA DA LIBERDADE INDIVIDUAL ADQUIRIDA PELA AUTONOMIA INTELECTUAL
O direito à liberdade individual é uma exigência muito comum no discurso popular da atualidade, porém, o que não se pensa é, como, de fato, essa liberdade será alcançada sem que seja de forma ilusória, como passa a refletir o filósofo Olavo de Carvalho no filme O Jardim das Aflições.
Um fato exposto por Olavo é que cada direito cresce ainda mais o controle do Estado, afinal, para que haja efetividade alguém precisa fiscalizar, e alguém precisa punir aquele que vai contra esse direito dado. Isso quer dizer, que quando se promulga um direito referente a liberdade de um indivíduo, está promulgando também mais controle estatal sobre esse mesmo individuo, por isso, “liberdade ilusória”.
Uma outra problemática apresentada no referido filme em relação a extensão do Estado, pode ser percebida na própria cultura. O Estado, além das formas de controle tecnológicas e normativas, usa da revolução cultural trazida por Antônio Gramsci, isto é, dissemina ideais comunistas/marxistas sem identidade com os mais variados pretextos através do domínio da mídia, da doutrinação em universidades, partidos etc.
Trata-se do fenômeno da apropriação cultural, primeiramente por parte do Estado, que torna a cultura de uma coletividade inteira em uma cultura própria, transformando-a em um instrumento de poder; e posteriormente por parte da população que, em sua maioria, apenas absolve aquilo que lhe é transmitido em termos culturais e ideológicos. Esta é uma reflexão um tanto implícita no filme, mas que demonstra uma posição bastante sóbria da realidade, visto que, o mais comum nos dias atuais são pessoas que não pensam, apenas repetem.
A forma de “vencer” essa falsa liberdade normativa e adquirir uma liberdade de fato é através da autonomia intelectual. Discursa Olavo de Carvalho que diante dessas várias correntes de poder atuantes sobre nós, a saída é exercitar a inteligência, ou seja, se adaptar as características que não podem ser mudadas (genéticas, por exemplo) e moldar aquilo que é recebido do externo (cultura, doutrinas etc.), esta é a condição de ser livre.
O grande segredo é descobrir as origens daquilo que pensamos, pois se não se sabe de onde veio o que está moldando o próprio pensamento, não se pode saber o poder que isso exerceu sobre si, e dessa forma, não existe autonomia, não existe livre arbítrio, não existe liberdade individual.
Exercitar a inteligência é elemento fundamental do conhecimento da própria consciência, e por consequência, da formação da personalidade. Se trata de receber uma circunstância e transforma-la em você, invés de você se transformar no que a circunstância impõe, como menciona Olavo.
Esse exercício, inclusive, se torna um grande auxiliador na busca pela verdade e no alcance das virtudes. Só examinando a própria consciência, conhecendo as influências do exterior é que se consegue melhor compreensão do todo, melhor compreensão da verdade, daquilo que está no “ser” e nunca irá para o “não ser”. Esse caminhar de exercício e reflexão cotidiano é que dará autonomia suficiente para chegar no equilíbrio, na virtude segundo Aristóteles, e assim, possivelmente, dar seguimento em uma verdadeira justiça.

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