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AD2 Economia Brasileira Contemporanea 20172

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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Avaliação a Distância – AD2
Período - 2017/2º (Outubro 2017)
Disciplina: ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
Coordenador: Prof. Dr. Maxwel Ribeiro Moreira
ALUNO: Dhiego dos Santos Silva			MATRÍCULA: 13215060481
AD2:
Tendo por base, única e exclusivamente, a leitura do material didático, aulas 6 a 10, estabeleça as diferenças básicas entre o keynesianismo e o neoliberalismo, enquanto bases teóricas de referência para as políticas econômicas nacionais.
RESPOSTA:
Uma das conseqüências de longo prazo da crise de 1929 foi a substituição paulatina do instrumental teórico do liberalismo econômico, até então hegemônico, pelo novo instrumental trazido pelo pensamento keynesiano, que propunha que as leis de mercado fossem complementadas pela intervenção do Estado na economia, sem, no entanto, atingir a autonomia da empresa privada. 
Sob a influência do pensamento Keynesiano houve uma reestruturação e reforma do capitalismo após a Segunda Guerra Mundial, o que proporcionou importantes desenvolvimentos tecnológico, administrativo e organizacional, culminando em um longo período de crescimento econômico vivido pela economia mundial desde meados da década de 1940.
Entretanto, no final da década de 1960 e início da de 1970, o mundo entrou numa profunda crise, pondo fim ao período de prosperidade. Esse quadro de crise econômica foi potencializado pela chamada crise do petróleo, provocando aumento dos custos de produção, inflação e desequilíbrio nos balanços de pagamentos dos países importadores de petróleo. 
Devido a essa combinação de fatores deu-se o rompimento do equilíbrio construído no pós-guerra, que estava ancorado no padrão tecnológico e nos fundamentos do pensamento keynesiano.
A superação dessa crise deu-se com a utilização de uma nova base tecnológica, de uma nova base teórica e com a intensificação do comércio internacional. A nova base tecnológica foi obtida com a Terceira Revolução Industrial, a nova base teórica veio do pensamento neoliberal e a intensificação do comércio deu-se com a globalização
Os princípios do pensamento keynesiano influenciaram por muitas décadas a política econômica dos países capitalistas. Mas o keynesianismo começou a perder importância com a crise da década de 1970, que marcou o rompimento do equilíbrio até então existente.
A crise abriu espaço para o renascimento das idéias liberais. Pouco a pouco, o neoliberalismo foi se transformando na nova base teórica de referência da política econômica adotada pelos governos capitalistas, com o intuito de superar a forte crise que afetava seus países.
O neoliberalismo tem como princípios gerais a menor participação possível do Estado na economia e a total liberdade de comércio. Nesse sentido, o pensamento neoliberal recomenda:
- O Estado deve ter equilíbrio com as contas públicas, ou seja, não deve ter déficit, não pode gastar mais do que arrecada. O Estado precisa obter superávits, arrecadar mais do que gasta.
- O Estado deve reduzir sua intervenção na economia ao mínimo possível, atuando apenas como “agente estruturante”.
- O Estado deve fazer um amplo processo de privatização, vendendo suas empresas para o capital privado.
- O Estado deve flexibilizar as relações entre o capital e o trabalho, ou seja, deve eliminar os privilégios dos trabalhadores e não deve intervir na relação entre capital e trabalho, deixando que as partes se encontrem no mercado e definam o preço da mão-de-obra e as condições de trabalho.
- O Estado deve eliminar todas e quaisquer barreiras de proteção aos mercados nacionais, de modo a garantir o livre fluxo de capitais e mercadorias.
As primeiras influências verificadas na economia brasileira em decorrência das mudanças no contexto mundial já podiam ser observadas na década de 1980.
Com o fracasso da política heterodoxa do Plano Cruzado, dois outros planos de caráter híbrido foram experimentados: o Plano Bresser, do ministro Luiz Bresser Pereira, e o Plano Verão, do ministro Maílson da Nóbrega. Na parte ortodoxa desses planos seria possível identificar as possíveis influências do pensamento neoliberal.
A influência desse pensamento foi mais claramente observada a partir da política econômica do governo do presidente Collor, que, em março de 1990, tomou posse e lançou o seu plano de estabilização econômica.
O Governo Collor adotou uma política econômica sob forte influência do pensamento neoliberal, que surgiu em substituição ao pensamento keynesiano, que perdera influência no bojo da crise do final da década de 1960 e início da década de 1970.
Podemos concluir que, com o neoliberalismo, foi implementado um conjunto de processos que acabaram com a possibilidade de se combinar crescimento da produção com crescimento dos salários e dos preços finais menores, tudo isso viabilizado pelos ganhos de produtividade.
A base teórica neoliberal e a Terceira Revolução Industrial influenciaram o Plano Collor, lançado em março de 1990, que teve como principal protagonista o confisco dos ativos financeiros que provocou um enxugamento brutal da liquidez da economia, conseguiu, num primeiro momento, derrubar a inflação do patamar de 80% ao mês para um patamar inferior a 10%, mas derrubou também o nível de atividade e as taxas de emprego do país. 
No período em que o vice-presidente Itamar Franco exerceu a presidência, foi elaborado e lançado o Plano Real, um plano de estabilização econômica sob fortes influências do pensamento neoliberal.
O sociólogo Fernando Henrique Cardoso, ao assumir o cargo de ministro da Fazenda, montou uma equipe econômica com muitos economistas que tinham como origem a PUC-RJ, alguns dos quais tinham participado do Plano Cruzado. Deu início, com a sua equipe, à elaboração de um plano econômico e à preparação do ambiente para o lançamento daquele que viria a ser considerado o mais bem-sucedido plano de estabilização econômica do país: o Plano Real.
O Plano Real foi concebido e executado sob a influência do arcabouço teórico neoliberal. A vitória inconteste do plano de estabilização econômica de características claras do neoliberalismo no combate à elevada e galopante inflação brasileira ficou evidente nos índices anuais de inflação, que mostraram quedas sucessivas ao longo dos quatro anos do primeiro mandato do presidente FHC.

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