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O ENSINO NÃO-FORMAL DE GUITARRA ELÉTRICA EM MONTES CLAROS: UM ESTUDO MULTICASO

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS 
DEPARTAMENTO DE ARTES 
CURSO ARTES/MÚSICA 
 
 
 
WASHINGTON SANTOS NEVES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ENSINO NÃO-FORMAL DE GUITARRA ELÉTRICA EM 
MONTES CLAROS: UM ESTUDO MULTICASO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Montes Claros-MG 
Abril/2017
 
 
 
 
Washington Santos Neves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ENSINO NÃO-FORMAL DE GUITARRA ELÉTRICA 
EM MONTES CLAROS: UM ESTUDO MULTICASO 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao curso de 
Licenciatura em Artes - Habilitação em Música 
da Universidade Estadual de Montes Claros 
como exigência para obtenção de grau de 
Licenciado em Artes – Habilitação em Música. 
 
Orientador: Prof. Antônio Normando Freire da 
Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
Montes Claros-MG 
2017 
 
 
 
 
Washington Santos Neves 
 
 
 
 
 
 
O ENSINO NÃO-FORMAL DE GUITARRA ELÉTRICA EM 
MONTES CLAROS: UM ESTUDO MULTICASO 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao curso de 
Licenciatura em Artes - Habilitação em Música 
da Universidade Estadual de Montes Claros 
como exigência para obtenção de grau de 
Licenciado em Artes – Habilitação em Música. 
 
 
 
Membros: 
__________________________________________ 
Prof. Antônio Normando Freire da Silva 
 
 
__________________________________________ 
Ms. Stanley Levi Nazareno Fernandes 
 
 
__________________________________________ 
Ms. Daniel Aguiar Novais 
 
 
 
 
 
 
 
Montes Claros-MG 
Abril/2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a meus 
pais, Vanice e José 
Cleunilson, a minha avó, 
Maria Madalena, a minha 
noiva Monique Anália, aos 
meus familiares e amigos 
que me acompanharam 
nessa trajetória. 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus primeiramente, por me ajudar até a presente etapa da minha vida, sem 
Ele eu não conseguiria. 
Aos meus pais Vanice e José Cleunilson e minha avó Maria Madalena, que 
ajudaram a me tornar a pessoa que sou, me dando educação, suporte, valores e por fim, 
ensinando significados da vida. 
A minha noiva Monique Anália, que me ajudou durante este processo, 
auxiliando, dando conselhos, orientações e me incentivando da melhor forma possível. 
Aos meus amigos, que sempre acreditaram em mim e estiveram comigo 
durante minha trajetória acadêmica. 
Ao meu orientador Prof. Antônio Normando, por abraçar a ideia do trabalho 
e estar continuamente disponível para me ajudar. 
A todos que estiveram presentes em minha vida durante este processo. 
Obrigado! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O aluno que tem todas as possibilidades de 
progredir encontra-se diante de um perigo 
muito difícil de ser evitado durante de seu 
desenvolvimento. Não se trata de se perder 
num narcisismo estéril mas de achar que o 
que já sabe é suficiente, principalmente se 
obteve êxito e fama naquilo que fez. 
Assim, ele corre o risco de se comportar 
como se a existência artística fosse uma 
forma de vida nascida e justificada 
espontaneamente em si mesma. 
O aluno, discípulo, estudante, músico deve 
descobrir em si mesmo que a obra interior 
que deve realizar é bem mais importante que 
as obras exteriores, por mais atraentes que 
sejam, e que ele deve persegui-la se quiser 
ser o artífice de seu destino de artista”. 
(Mozart Mello) 
 
 
 
RESUMO 
 
O objetivo deste trabalho foi analisar o processo do ensino não-formal de guitarra elétrica 
na cidade de Montes Claros – MG. Houve a busca de examinar as metodologias aplicadas 
nas aulas, como também perceber as linhas de pensamento dos professores em relação ao 
ensino do instrumento, formando uma visão parcial do ensino/aprendizagem de guitarra 
elétrica na cidade. O estudo bibliográfico abordou questões referentes a processos de 
ensino/aprendizagem e áreas afins. Além disso, utilizou-se como método um estudo 
multicaso envolvendo 07 (sete) professores de guitarra elétrica atuantes no ensino não-
formal do instrumento na cidade e 01 (um) não atuante. Para a técnica de coleta de dados 
foram realizadas pesquisas de campo envolvendo entrevistas semiestruturadas e 
observações, em que foram concretizados registros fotográficos e audiovisuais. Foi 
possível perceber através da pesquisa que o ensino de guitarra elétrica na cidade de 
Montes Claros - MG acontece através de aulas particulares e cursos livres, o que 
caracteriza a modalidade de ensino não-formal. Os dados apontaram que a maioria dos 
professores ensinam metodicamente. O contexto em que as aulas são ministradas se 
restringe às escolas de música de curso livre presentes na cidade e residência do professor 
ou aluno. Através das entrevistas pode-se perceber vários aspectos referentes ao 
mecanismo de ensino/aprendizagem de guitarra além de questões que envolvem a cidade 
em si. Os resultados desse trabalho poderão contribuir para o alcance de uma melhor 
compreensão acerca do ensino/aprendizagem de guitarra elétrica na cidade, além de 
futuramente, auxiliar na construção de um possível programa específico para os 
professores do instrumento. Poderá também colaborar em futuras pesquisas acerca da 
prática musical na cidade, tendo em vista que a mesma possui diversas instituições de 
ensino de música além de uma extensa diversidade cultural. 
 
Palavras-chave: Ensino/Aprendizagem. Ensino não-formal. Guitarra Elétrica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This work aimed to analyse the no-formal teaching of electrical guitar in the city of 
Montes Claros – MG. Besides that, the methodologies applied in the teaching sessions 
were analysed, and also the teaching philosophies for each instructor regarding the 
instrument. By doing this, we achieved a partial vision of the teaching/learning process 
of guitar classes in Montes Claros. A bibliographic study regarding the teaching/learning 
process and the ancillary processes, using for that the multicase method with 07 (seven) 
active electrical guitar teachers and 01 (one) non active teacher. The data collection was 
realized by means of semi-structured interviews and observations, with photographical 
and audio-visual registers. It was possible to notice that the electrical guitar teaching in 
Montes Claros – MG is conducted in an organized way by means of individual classes or 
free courses, which characterizes the modality of informal teaching. It as also darerved 
that the biggest part of the instructors follow a teaching method. The context in which the 
classes are ministered are the music schools in the city or the teacher/students residences. 
By the interviews it was possible to see various aspects regarding the teaching/learning 
process of electrical guitar in the city. The results of this work can contribute to a better 
understanding about the teaching/learning process of electrical guitar in the city, and it 
can, in the future, be used to build up a feasible specific program to teach the instrument. 
It can also be used infuture researches about the musical practice in the city, having in 
mind that there are various music teaching institutions, besides an extensive cultural 
diversity. 
 
Key words: Teaching/learning. Informal teaching. Electrical guitar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
CAPÍTULO 1 
 
Quadro 1 – Trabalhos publicados acerca do ensino de guitarra no Brasil ................... 22 
 
CAPÍTULO 2 
 
Quadro 2 – Perfil dos professores participantes da pesquisa ....................................... 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
 
CAPÍTULO 3 
 
Gráfico 1 – Influência dos entrevistados ..................................................................... 34 
Gráfico 2 – Formação dos entrevistados ..................................................................... 35 
Gráfico 3 – Tempo de experiência como professor de guitarra .................................. 36 
Gráfico 4 – Valores cobrados ...................................................................................... 39 
Gráfico 5 – Meios de divulgação das aulas ................................................................. 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ANEXOS 
 
 
Figura 1 – Aluno a esquerda afinando a guitarra ......................................................... 58 
Figura 2 – Professor a direta falando sobre acordes .................................................... 58 
Figura 3 – Professor escrevendo no quadro modelos de tríades .................................. 59 
Roteiro de entrevista ................................................................................................... 60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 13 
CAPÍTULO 1 – O ENSINO NÃO-FORMAL DE GUITARRA ELÉTRICA NO 
BRASIL ........................................................................................................................ 15 
1.1 Acerca das modalidades de ensino ....................................................................... 15 
1.2 Sobre educação musical não-formal .................................................................... 19 
1.3 O ensino de guitarra elétrica no Brasil: uma revisão de literatura .................. 21 
CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA ............................................................................ 25 
2.1 Universo de pesquisa ............................................................................................. 25 
2.1.1 Perguntas que nortearam a pesquisa .............................................................. 25 
2.2 Estudo multicaso .................................................................................................... 26 
2.3 Coleta de dados ...................................................................................................... 27 
2.3.1 Pesquisa bibliográfica ................................................................................... 27 
2.3.2 Entrevistas semiestruturadas ......................................................................... 27 
2.3.3 Observações participantes ............................................................................. 28 
2.3.4 Fotografias ..................................................................................................... 28 
2.3.5 Filmagens ...................................................................................................... 29 
2.4 Organização e análise dos dados .......................................................................... 29 
2.4.1 Análise do discurso ........................................................................................ 30 
2.4.2 Transcrição das entrevistas ............................................................................ 30 
2.4.3 Seleção das fotografias .................................................................................. 30 
2.4.4 Seleção e edição das filmagens ..................................................................... 31 
CAPÍTULO 3 – RESULTADOS DO ESTUDO MULTICASO .............................. 32 
3.1 Análise das entrevistas .......................................................................................... 32 
3.1.1 Perfil dos professores participantes ............................................................... 32 
3.1.1.1 Escolha da profissão ........................................................................... 33 
3.1.1.2 Influências ........................................................................................... 33 
3.1.1.3 Formação ............................................................................................ 35 
3.1.1.4 Tempo de experiência .......................................................................... 35 
3.1.1.5 Atuação no mercado ............................................................................ 36 
3.1.2 Características referentes às aulas de guitarra elétrica na cidade .................. 37 
3.1.2.1 Locais de atuação ................................................................................ 37 
3.1.2.2 Equipamentos utilizados ..................................................................... 38 
 
 
 
3.1.2.3 Valores cobrados................................................................................. 39 
3.1.2.4 Tempo de curso ................................................................................... 40 
3.1.2.5 Demanda de alunos ............................................................................. 41 
3.1.2.6 Formato de aulas ................................................................................ 41 
3.1.2.7 Interesse em aulas ............................................................................... 43 
3.1.2.8 Divulgação das aulas .......................................................................... 44 
3.1.2.9 Metodologia ........................................................................................ 45 
3.1.2.10 Material didático .............................................................................. 46 
3.1.3 O ensino na visão dos professores de guitarra .............................................. 46 
3.1.3.1 Dificuldades encontradas ................................................................... 46 
3.1.3.2 Interação com outros profissionais da área ....................................... 47 
3.1.3.3 Perspectiva pessoal ............................................................................ 48 
3.2 Análise das observações ........................................................................................ 49 
3.2.1 Abordagem .................................................................................................... 49 
3.2.2 Dinâmica inicial ............................................................................................ 50 
3.2.3 Desempenho didático do professor ............................................................... 50 
3.2.4 Desempenho do aluno ................................................................................... 51 
3.2.5 Final das aulas e ponderações pertinentes para o percurso até a próxima aula 
.................................................................................................................................51 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 52 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 54 
ANEXOS ....................................................................................................................... 58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A guitarra elétrica é um instrumento que se destaca há muito tempo no cenário 
musical, mais especificamente desde a década de 30, segundo Gomes (2014). É numerosa 
a quantidade de pessoas que buscam aprender tocar este instrumento por vários motivos, 
dentre eles a fascinação pelo mesmo, a vontade de ingressar em bandas ou conjuntos 
musicais em cuja formação está presente o uso da guitarra elétrica, inspiração vinda de 
guitarristas que estão na mídia, entre outros aspectos. 
Ao fazer-se o levantamento de instituições de Ensino Superior no Brasil que 
oferecem em seu currículo o ensino da guitarra elétrica, percebe-se que são poucas. 
(BORDA, 2005; MÓDOLO, 2014, 2015). 
Outros pesquisadores investigam como é realizado o ensino da guitarra elétrica no 
contexto de aulas particulares (GARCIA, 2010, 2011; OLIVEIRA, 2013; LEÃO, 2014); 
outros ainda mostram-se preocupados com metodologias e métodos que permeiam o 
ensino do instrumento (MÓDOLO; SOARES, 2009; MARQUES; JOLY, 2013). 
Tendo em vista que são poucos os estudos que abordam o ensino da guitarra 
elétrica no Brasil e nenhum especificamente sobre o ensino do instrumento na cidade de 
Montes Claros - MG, esse trabalho teve como objetivo reunir informações a fim de 
responder o seguinte problema de pesquisa: como acontece o ensino não-formal de 
guitarra elétrica no município de Montes Claros – MG? 
Em sua totalidade, a cidade de Montes Claros não possui instituições de ensino 
superior que tenham a guitarra elétrica em sua matriz curricular, sendo assim, o ensino da 
mesma é transmitido através de aulas particulares e escolas de música de curso livre, o 
que caracteriza a modalidade de ensino não-formal. 
Diante disso, outras perguntas foram formuladas com o propósito de expandir ao 
problema de pesquisa: Qual é a metodologia utilizada pelos professores de guitarra? Os 
professores possuem habilitação específica no instrumento? Como é a relação 
professor/aluno? 
O trabalho torna-se relevante por ser o primeiro que aborda o ensino da guitarra 
elétrica no município de Montes Claros/MG, podendo servir como inspiração para outras 
pesquisas similares. Além disso, pode também proporcionar aos professores de guitarra 
uma visão mais abrangente em relação a suas aulas. 
14 
 
 
Este estudo traz ponderações acerca do ensino de guitarra elétrica nos contextos 
não-formais de educação musical, as redundantes de ensino e suas aplicações. 
Para o desenvolvimento do trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica e um 
estudo de casos (multicaso). A pesquisa bibliográfica teve como base publicações 
científicas acerca do ensino de guitarra no Brasil. O estudo multicaso foi desenvolvido 
através de pesquisa de campo, onde foi possível analisar o perfil dos professores 
participantes assim como suas concepções acerca da guitarra elétrica em Montes Claros, 
tratando do ensino e do mercado. 
O trabalho está dividido em 3 (três) capítulos. No primeiro, discute-se sobre as 
modalidades de ensino, apresentando conceitos de vários autores, buscando assim 
esclarecer a diferença existente entre elas. Além disso, discorre-se especificamente sobre 
o ensino não-formal, no qual o trabalho é focado, e logo após se apresenta uma breve 
revisão de literatura a respeito do ensino de guitarra elétrica no Brasil. O segundo capítulo 
apresenta como foi realizado o desenvolvimento da pesquisa. Nele, é abordado o 
problema de pesquisa, o tipo de estudo desenvolvido, assim como os instrumentos de 
coleta de dados e posteriormente a organização dos mesmos. O terceiro capítulo apresenta 
os dados que foram coletados a partir de entrevistas realizadas com alguns professores de 
guitarra elétrica da cidade e observações de aulas dos mesmos. Por fim, o trabalho é 
finalizado com algumas considerações finais, onde são apresentadas possíveis respostas 
para o problema de pesquisa e recomendações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
CAPÍTULO 1 – O ENSINO NÃO-FORMAL DE GUITARRA 
ELÉTRICA NO BRASIL 
 
 
O presente capítulo aborda as questões conceituais e epistemológicas que 
norteiam a pesquisa. 
O capítulo se inicia com vários conceitos de autores que discorrem sobre as 
modalidades de ensino que denominamos como formal, não-formal e informal. Em 
seguida, discute-se alguns pontos acerca da educação musical não-formal e que 
consequentemente remetem ao propósito do trabalho. 
Finaliza-se o mesmo fazendo uma análise do estado da arte do ensino de 
guitarra elétrica no Brasil através de uma revisão de literatura. 
 
 
1.1 Acerca das modalidades de ensino 
 
 
Os processos de ensino/aprendizagem, ao contrário do que possa parecer, não 
se resume apenas a um ambiente escolar. Pode-se perceber que os mesmos acontecem em 
diversas situações, contextos, espaços, com diversos tipos de relação entre quem aprende, 
e quem ensina e em que os mesmos estão aprendendo juntos e compartilhando 
experiências. 
[...] a educação está presente em casa, na rua, na igreja, nas mídias em geral e 
todos nós nos envolvemos com ela, seja para aprender, para ensinar e para 
aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver todos os 
dias misturamos a vida com a educação. Com uma ou várias. [...]. Não há uma 
forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar 
em que ela acontece; o ensino escolar não é a única prática, e o professor 
profissional não é seu único praticante (BRANDÃO, 1981, p. 64). 
Quando se discute a questão do ensino de uma forma geral, tomamos como 
base a figura da escola. Fora dela, todo processo de ensino que não segue uma estrutura 
sistematizada como na escola é considerado não-formal e/ou informal. Vários autores 
discorrem sobre a diferença entre as três modalidades de ensino (formal, não formal e 
informal). 
16 
 
 
Para Libâneo, a educação divide-se em dois grupos, “intencional” e “não-
intencional”. Segundo o autor, a educação formal estaria dentro do grupo da 
intencionalidade. O mesmo afirma que a educação formal, segue uma estrutura planejada 
e organizada, e diz ser a educação escolar o grande exemplo de tal modalidade. 
(LIBÂNEO, 1999, p.88-89). 
Semelhante a essa definição expressa por Libâneo (1999), Maarschalk (1988) 
diz que: 
A educação formal caracteriza-se por ser altamente estruturada. Desenvolve-
se no seio de instituições próprias — escolas e universidades — onde o aluno 
deve seguir um programa pré-determinado, semelhante ao dos outros alunos 
que frequentam a mesma instituição. (MAARSCHALK apud CHAGAS, 1993. 
p. 32). 
Moacir Gadotti (2005) em seu artigo “A questão da Educação Formal/Não-
formal” traz conceitos bastante diretos e objetivos a respeito do que seria educação 
formal. Ele concorda com o que foi dito por Maarschalk (1988). Afirma que tal estrutura 
necessita de uma estrutura hierárquica e burocrática, além de um currículo a ser seguido. 
(GADOTTI, 2005, p. 2). 
Concordando a definição de ensino formal por Gadotti (2005), Gohn (2006) 
acha necessária a demarcação dos campos de desenvolvimento em que cada modalidade 
de ensino atua, assim como a definição de seus objetivos, suas características, resultados 
esperados e a identificação do agente educador presente em cadauma. 
Segundo a autora, a educação formal desenvolve-se em instituições 
regulamentadas por lei, organizadas segundo diretrizes nacionais, onde há regras e 
padrões comportamentais definidos previamente, que no caso seriam as próprias escolas, 
que em sua visão possuem o objetivo de formar o indivíduo como um cidadão ativo, 
desenvolvendo habilidades, competências, criatividade, percepção, motricidade etc. 
Nesse contexto, para Gohn (2006) é esperada na educação formal uma 
aprendizagem efetiva, com a devida titulação e certificação que possibilitam um avanço 
a outros níveis mais elevados. A autora assegura que o agente educador presente nessa 
modalidade é a figura do próprio professor (GOHN, 2006, p. 2-5). 
A educação formal requer tempo, local específico, pessoal especializado, 
organização de vários tipos (inclusive a curricular), sistematização sequencial 
das atividades, disciplinamento, regulamentos e leis, órgãos superiores etc. Ela 
tem caráter metódico e, usualmente, divide-se por idade/classe de 
conhecimento. (GOHN, 2006, p. 4). 
17 
 
 
Apesar da figura da escola na maioria das vezes ser considerada o espaço em 
que o ensino formal acontece e se estrutura, pode-se dizer que o mesmo também pode 
acontecer em espaços não-formais ou informais de ensino. Para Libâneo (1999) e Gadotti 
(2005), mencionados anteriormente, todo ensino que acontece intencionalmente também 
pode ser considerado como ensino formal. 
Gadotti (2005) ressalta que “toda educação é, de certa forma, educação 
formal, no sentido de ser intencional, mas o cenário pode ser diferente [...]” (GADOTTI, 
2005, p. 2). Como uma forma de ilustrar essa afirmativa, Libâneo (1999) cita dois 
exemplos: de atividades extraescolares que são proporcionadas por escolas (feiras, visitas, 
etc.) que segundo ele, são práticas não-formais, sendo que a escola é considerada uma 
instituição de ensino formal. 
Assim, o autor mostra que há intercâmbio entre o formal e o não-formal. Um 
outro exemplo seriam atividades que uma associação de bairro (instância de educação 
não-formal) promove, como um curso para mães sobre a importância do aleitamento 
materno, que é ministrado em três dias e que possui objetivos explícitos, métodos, 
conteúdos, que por sinal são considerados características da educação formal. 
(LIBÂNEO, 1999, p.89). Lembrando que: 
[...] a educação escolar convencional é tipicamente formal. Mas isso não 
significa dizer que não ocorra educação formal em outros tipos de educação 
intencional (vamos chamá-las de não-convencionais). Entende-se, assim, que 
onde haja ensino (escolar ou não) há educação formal (...) desde que nelas 
estejam presentes a intencionalidade, a sistematicidade e condições 
previamente preparadas, atributos que caracterizam um trabalho pedagógico-
didático, ainda que realizadas fora do marco do escolar propriamente dito. 
(LIBÂNEO, 1999, p.88-89). 
Em se tratando de ensino não-formal, Libâneo (1999) implicitamente faz uma 
comparação com a estrutura da escola. De acordo com ele, os dois tipos de educação 
acontecem intencionalmente, ou seja, o que difere é o fato do ensino não-formal não 
possuir o mesmo grau de burocracia presente na estrutura do ensino formal. Nas palavras 
do autor, a modalidade de ensino não-formal abrange as “[...] atividades com caráter de 
intencionalidade, porém com baixo grau de estruturação e sistematização, implicando 
certamente relações pedagógicas, mas não formalizadas”. (LIBÂNEO, 1999, p. 89). 
Em consonância com a afirmativa expressa por Libâneo, Gadotti (2005) 
salienta que a educação não-formal é menos hierárquica e menos complicada. Ele 
menciona que tal educação não precisa seguir uma determinada sequência, além disso 
pode modificar sua duração e emitir ou não certificados. (GADOTTI, 2005, p. 2). 
18 
 
 
Maarschalk (1988) ratifica que a educação não-formal acontece fora da 
escola, geralmente envolvendo espaços cujo objetivo é ensinar a um determinado público 
de acordo com o seu interesse. O autor cita como tais espaços os museus, meios de 
comunicação, cursos livres, feiras e encontros. (MAARSCHALK apud CHAGAS, 1993). 
Diante isso, Gohn (2006) concorda com Maarschalk (1988), isto é, que a 
educação não-formal acontece fora da escola. Segundo a autora, tal educação se 
desenvolve através do compartilhar experiências em locais marcados pela não 
formalidade. 
Cabe destacar que Gohn (2006) concorda com a tese defendida por Libâneo 
(1999). Para ela a “intencionalidade” (que na educação não-formal está presente na 
atuação, no participar, na vontade de aprender e de ensinar ou trocar conhecimentos) é 
um fator de extrema importância para se compreender as diferenças existentes entre cada 
modalidade de ensino. 
A autora afirma que não há objetivos “pré-estabelecidos” na educação não-
formal, tais objetivos são construídos por meio do processo de interação entre os 
indivíduos envolvidos e que como consequência, essa interação acaba gerando a forma 
de como o ensino irá acontecer. (GOHN, 2006, p. 2-3). Também nas expressões da autora, 
a educação não-formal não possui uma organização por critérios, tais como idade, série, 
conteúdo, etc., (nisso ela concorda com Libâneo (1999) e Gadotti (2005). 
Ela relata que essa modalidade de ensino ajuda na construção da identidade 
do indivíduo, além de colaborar para o desenvolvimento de sua autoestima. O agente é o 
“outro” com quem se interage. (GOHN, 2006, p. 3, 4). Conforme a mesma, o tema em 
questão, 
[...] forma o indivíduo para a vida e suas adversidades (e não apenas capacita-
o para entrar no mercado de trabalho); [...] os indivíduos adquirem 
conhecimento de sua própria prática, os indivíduos aprendem a ler e interpretar 
o mundo que os cerca. (GOHN, 2006, p. 4, 5). 
Diante de tantos aspectos que caracterizam a educação não-formal, Gadotti 
(2005) faz uma crítica direcionada a pessoas que segundo ele, chamam impropriamente 
de educação informal o que seria de fato educação não-formal. Ele assegura que “a 
educação não-formal é também uma atividade educacional organizada e sistemática, mas 
levada a efeito fora do sistema formal”. (GADOTII, 2005, p. 2). 
 Em se tratando de educação informal, Libâneo (1999, p. 90) trata a mesma 
como sendo não-intencional. Consoante ele, essa modalidade é o resultado do ambiente 
em que o indivíduo está envolvido, e os diversos meios de informações influenciam 
19 
 
 
diretamente em sua educação, contudo de uma forma solta, isto é, sem objetivos 
planejados anteriormente. 
Na visão de Maarschalk (1988) a educação informal acontece através do 
convívio com a família, amigos, colegas, entre outros aspectos; portanto, o autor certifica 
que tal aprendizado acontece de forma espontâneo no decorrer do dia a dia do indivíduo 
(MAARSCHALK apud CHAGAS, 1993). 
Cabe ressaltar que Gohn (2006) reforça o que foi dito por Maarschalk (1988), 
quando declara que o ensino informal acontece em espaços educativos demarcados por 
referências de nacionalidade, localidade, idade, sexo, religião, etnia etc., e que abrange 
família, amigos, diversos ambientes, dentre eles igrejas ou locais de culto a que se vincula 
crença religiosa, etc. 
Ele assegura que tais espaços são os próprios agentes educadores presentes 
em tal modalidade (GOHN, 2006, p. 2-3). Gohn apresenta características significativas 
que são proporcionadas ao indivíduo através da educação informal, ou seja: 
A educação informal socializa os indivíduos, desenvolve hábitos, atitudes, 
comportamentos, modos de pensar e de se expressar no uso da linguagem, 
segundo valores e crenças de grupos que se frequenta ou que pertence por 
herança, desde o nascimento Trata-se do processo desocialização dos 
indivíduos. (GOHN, 2006, p. 3). 
Na visão de Gohn, a educação informal é um processo constante, todavia não 
organizado, no sentido de não ter ou seguir sistematicamente uma demanda hierárquica 
metodológica acadêmica. Segundo a autora, o conhecimento que é transmitido já foi 
anteriormente vivenciado. Ela menciona que não são esperados resultados no processo 
de ensino informal, os devidos resultados mostram-se através do desenvolvimento do 
próprio indivíduo. (GOHN, 2006, p. 4, 5). 
 
 
1.2 Sobre educação musical não-formal 
 
 
Entre tantos espaços educacionais existentes, a escola esteve como principal 
referência de educação em geral, e, quando se trata de educação musical na atualidade, a 
escola deixa de ser essa “principal referência”, já que há diversos espaços e meios de 
ensinar e aprender música. 
20 
 
 
Souza (2001) diz que crianças e jovens aprendem música nos dias atuais mais 
em espaços extraescolares do que na escola propriamente dita. Ele assegura que é possível 
o ensino e aprendizagem de música sem procedimentos tradicionais que geralmente são 
impostos pela escola. 
Araújo (2009, p. 59) soma às palavras de Souza (2001) que o contexto social 
em que nos encontramos atualmente, permitiu vastas possibilidades para que a educação 
musical se expandisse e tomasse dimensões nunca vistas anteriormente. 
Nas palavras de Salustino (2013): 
Como professor de educação musical, atuando nos espaços localizados em 
comunidades, ONGs, igrejas, associações de bairros, observa-se que muitos 
jovens buscam esses espaços, não apenas para lazer ou recreações, mas para 
aprendizagem efetiva de modalidades, como a música, que em algumas vezes 
não são oferecidas em espaços formais. (SALUSTINO, 2013, p. 16) 
O ensino musical não-formal vem ganhando bastante credibilidade pelo fato 
de não se prender tão somente a um modelo fixo de ensino. Essa modalidade permite a 
criação de possibilidades que admitem uma maior interação entre professor e aluno, 
conforto, flexibilidade no atendimento, além de abranger uma maior demanda de 
diversidade cultural através de metodologias diversificadas que muitas vezes o ensino 
formal de música não é capaz de oferecer. 
Garcia (2010, p. 4) afirma que é comum nos contextos não-formais o ensino 
musical ser entendido por muitos como “aulas de instrumento musical”, e que tanto o 
profissional atuante como a pessoa que se interessa pela atividade buscam a performance 
musical. A mesma é para eles a única forma de conhecimento musical existente, seja por 
vários fatores, dentre eles a falta de conhecimento ou a ideia do que seja “fazer música”. 
O autor supracitado ainda afirma que geralmente esses profissionais não possuem 
formação formal na área, são músicos que visam nas aulas mais uma fonte de renda. 
Cabe mencionar que Arroyo (2000) discorre sobre a importância de a 
educação musical contemporânea construir novas práticas que deem conta de envolver as 
diversas experiências musicais que as pessoas vivem na sociedade atual. Segundo ele, 
crianças e jovens tem contato direto com vários modos de ensino, tais como os meios de 
comunicação, e isso desperta neles a vontade de se aprofundar mais, o que os leva a 
procurar escolas ou instituições que desenvolvam o que foi absorvido por eles através da 
informalidade. (ARROYO apud ARAÚJO, 2009, p. 57). 
Os assuntos musicais a serem abordados neste contexto partem muito mais do 
aluno, baseando-se nos seus gostos e ambições musicais. Seus objetivos (nas 
aulas) são construídos no processo interativo, gerando um processo educativo, 
21 
 
 
e as aulas se tornam possíveis devido a um acordo prévio entre educador e 
educando, o qual poderá ser quebrado quando os interesses divergirem. 
(GARCIA, 2010, p. 5) 
Nas palavras de Oliveira (2003, p. 95), os ambientes onde o ensino não-
formal acontece são áreas que estão em constante desenvolvimento. O autor ainda cita 
deficiências na formação dos educadores musicais que pretendem atuar nesses ambientes, 
tais como a falta de preparação e a dificuldade de planejamento (p. 97). 
É necessário que dentro do ensino musical abordado haja educadores 
qualificados para perceber e suprir as necessidades vindas de diversos públicos, que 
geralmente procuram nessa forma de ensino o aprendizado musical objetivo e específico, 
lazer, cultura entre outros (SALUSTINO, 2013, p. 24). 
Em relação a atuação desses profissionais, Del Ben (2003, p. 31) diz que é 
imprescindível que o professor domine uma gama de saberes para que o mesmo possa 
lidar com particularidades relacionadas ao seu trabalho. Segundo a autora, estes saberes 
devem ser adquiridos em sua formação. 
Morais (2009, p. 27) pondera sobre a importância da flexibilidade que o 
educador musical deve possuir nessa área, pois ele está sujeito a aulas particulares, aulas 
em grupo, disciplinas, projetos de extensão, projetos sociais, dentre outros. 
Nessa conjuntura, tais características citadas no presente texto acerca da 
modalidade de ensino não-formal dentro da educação musical remetem diretamente ao 
objetivo do trabalho que é caracterizar como acontece esse modelo de ensino no contexto 
de aulas particulares de guitarra elétrica na cidade de Montes Claros – MG. 
 
 
1.3 O ensino de guitarra elétrica no Brasil: uma revisão de literatura 
 
 
De acordo com o levantamento realizado através de artigos, dissertações e 
trabalhos de conclusão de curso relacionados ao ensino de guitarra elétrica no Brasil, 
percebe-se que há uma necessidade de mais trabalhos que ampliem o referencial acerca 
do estudo do instrumento. 
Os trabalhos nos quais esse tópico é baseado foram encontrados em anais da 
ABEM e internet. Os mesmos estão apresentados no Quadro 1: 
 
 
22 
 
 
QUADRO 1: Trabalhos publicados acerca do ensino de guitarra no Brasil. 
Título 
Ano de 
publicação 
Autor 
Por uma proposta de currículo em 
guitarra elétrica 
2004 Rogério Borda Gomes 
Por uma proposta curricular de curso 
superior em guitarra elétrica 
2005 Rogério Borda Gomes 
O formal e informal no ensino e 
aprendizagem de guitarra elétrica em 
Florianópolis 
2008 Thiago Grando Módolo 
A integração dos métodos formais e 
informais no ensino-aprendizagem de 
guitarra elétrica em Florianópolis: três 
estudos de caso 
2009 Thiago Grando Módolo 
e 
Jose Soares 
O ensino de guitarra elétrica no contexto 
de aulas particulares 
2010 Marcos da Rosa Garcia 
Ensino e aprendizagem de guitarra em 
espaços músico-educacionais diversos de 
João Pessoa 
2011 Marcos da Rosa Garcia 
Processos de autoaprendizagem em 
guitarra e as aulas particulares de ensino 
do instrumento 
2011 Marcos da Rosa Garcia 
Aulas de guitarra para crianças: dilemas 
e desafios 
2013 Jéssica de Almeida 
e 
Ana Lúcia Louro 
Ensino coletivo de guitarra: um estudo 
sobre as metodologias e potencialidades 
para a iniciação musical através do 
instrumento 
2013 André Ricardo Barros Marques 
e 
Maria Carolina Leme Joly 
Ensino e Aprendizagem da Guitarra 
Elétrica: Uma Breve Revisão da 
Literatura 
2013 Thiago Grando Módolo 
e 
Sérgio Luiz Ferreira de 
Figueiredo 
O ensino particular de instrumento: um 
estudo de caso com alunos de guitarra 
2013 Tiago Oliveira 
O ensino da “guitarra brasileira”: uma 
construção 
2013 Rogério Lopes 
A formação do professor de guitarra 
elétrica atuante no ensino superior: uma 
perspectiva 
2014 Thiago Grando Módolo 
Um panorama do ensino particular da 
guitarra elétrica na cidade de Natal-RN 
2014 Djair Pessoa Leão 
A formação musical e pedagógica em 
quatro cursos superiores de guitarraelétrica no Brasil 
2015 Thiago Grando Módolo 
Fonte: Internet (2016). 
 
23 
 
 
Verificando a existência de uma pequena quantidade de currículos voltados 
para a guitarra elétrica, Gomes (2004) explana que em seu trabalho buscou situar um 
debate e uma procura por indicações, a fim de construir uma matriz curricular superior 
em guitarra elétrica. 
Em sua dissertação publicada no ano seguinte (2005), o autor realizou uma 
pesquisa acerca da história da guitarra no Brasil, analisou documentos curriculares de 
cinco instituições de Ensino Superior, além de abordar assuntos referentes ao seu trabalho 
passado. 
Através de um estudo de casos com três professores de guitarra, Módolo 
(2008) investiga o uso dos métodos formais e informais no ensino e aprendizagem da 
guitarra elétrica na cidade de Florianópolis. Nas palavras do autor, os professores se 
preocupam com a integração de tais métodos na forma de ensinar o instrumento, além de 
possuir diferentes concepções sobre o ensino do mesmo. 
Em seu artigo publicado em 2010, Garcia (2010) expõe resultados 
significativos de uma pesquisa realizada no segundo semestre do ano anterior no qual 
buscou analisar o ensino de guitarra elétrica na cidade de João Pessoa – PB no contexto 
de aulas particulares. Segundo ele, foi possível verificar que, apesar do aumento de cursos 
e da sistematização e organização dos mesmos, a prática ainda é baseada no domínio 
prático da guitarra. 
Já no artigo publicado em 2011, o autor analisa o processo de 
autoaprendizagem em guitarra na mesma cidade. Conforme ele, “é possível afirmar que 
na autoaprendizagem se aprende perguntando, questionando, observando, reproduzindo 
e comparando-se a outros músicos, ídolos (modelos musicais), amigos e familiares”. 
(GARCIA, 2011, p. 1) 
Marques e Joly (2013) apontam em trabalho as vantagens do ensino coletivo 
de guitarra para crianças buscando fazer um levantamento e adequação de materiais 
utilizados nesse tipo de ensino coletivo e na musicalização infantil adaptando estes para 
a guitarra elétrica. 
Módolo e Figueiredo (2013) fazem uma breve revisão de literatura acerca do 
ensino e aprendizagem de guitarra elétrica no Brasil. Os autores estabeleceram quatro 
categorias para essa pesquisa, sendo elas: a inserção da guitarra elétrica em instituições 
de curso superior, a identidade brasileira da guitarra elétrica e sua inserção no contexto 
da música popular brasileira, estudos voltados para a prática e improvisação de músicos 
(guitarristas) e estudos que tratam de aspectos relacionados ao ensino e à aprendizagem 
24 
 
 
da guitarra elétrica. Nas palavras dos autores supracitados, há uma necessidade de mais 
trabalhos que ampliem o referencial acerca do estudo da guitarra elétrica. 
Oliveira (2013) realizou um estudo de caso com três alunos de guitarra no 
contexto particular. Seu trabalho teve como foco investigar a rotina de estudo da guitarra 
na vida cotidiana de cada aluno e como essa prática afeta os mesmos na música e em sua 
volta. 
Em sua dissertação, Lopes (2013) busca definir o que de fato seria o que 
denominamos “guitarra brasileira” além de elaborar uma metodologia para o ensino da 
mesma em que os conteúdos estejam baseados na música brasileira. Segundo o autor a 
guitarra brasileira é caracterizada pelo seu componente rítmico e a elaboração de uma 
metodologia seria possível. 
Módolo (2014) apresentou em seu trabalho dados preliminares da pesquisa 
de mestrado intitulada "A Formação dos Professores de Guitarra Elétrica em Cursos 
Superiores no Brasil” onde investigou a formação musical oferecida nesses cursos e de 
que maneira questões pedagógicas fazem parte ou não da formação oferecida. Para a 
escolha das instituições teve como critérios: uma instituição que oferece há vários anos 
Bacharelado em Música Popular com a opção pela guitarra elétrica, uma instituição que 
iniciou recentemente o curso de Bacharelado em Instrumento com a opção pela guitarra 
elétrica e uma instituição que oferece o curso de Licenciatura em Instrumento com a 
opção pela guitarra elétrica. 
Em seu trabalho de concluso de curso, Leão (2014) expõe de forma breve a 
evolução da guitarra elétrica até sua chegada ao Brasil, discorre sobre as dificuldades em 
obter materiais metodológicos e professores específicos para o ensino do instrumento nas 
primeiras décadas de seu surgimento no país e apresenta um panorama do ensino 
particular da guitarra elétrica na cidade de Natal-RN através de um questionário aplicado 
a 16 professores particulares do instrumento em questão da cidade. 
Módolo (2015) investiga a formação musical oferecida em quatro cursos 
superiores no Brasil que incluem guitarra elétrica, através de um estudo de caso 
envolvendo quatro professores de guitarra elétrica. O autor destaca vários resultados 
obtidos através da pesquisa, dentre eles que os professores participantes aprendem na 
prática a atuarem como docentes de guitarra elétrica, as aulas de grupo estão presente nas 
quatro instituições e proporcionam uma maior interação entre professor e aluno, dentre 
outros vários resultados. 
 
25 
 
 
CAPÍTULO 2 – METODOLOGIA 
 
 
O presente capítulo apresenta a metodologia utilizada para chegar ao objetivo 
da pesquisa, ou seja, analisar o processo do ensino de guitarra elétrica no contexto de 
aulas particulares na cidade de Montes Claros – MG. 
O capítulo inicia-se com uma breve caracterização do estudo, abordando 
aspectos a respeito do universo de pesquisa em questão e, em seguida apresentará um 
questionário que norteia a pesquisa. 
Dando continuidade, são expostos os instrumentos de coleta e análise de 
dados utilizados na realização da pesquisa. 
 
 
2.1 Universo de pesquisa 
 
 
A cidade de Montes Claros possui atualmente cerca de 08 (oito) escolas de 
música, dentre as quais cinco possuem aulas de guitarra elétrica. 
Não há um número exato de quantos professores particulares do instrumento 
a cidade possui. Também não há dados de quantos alunos são matriculados nas escolas e 
aulas particulares de guitarra devido ao fato de serem cursos livres com uma grande 
rotatividade, sem obrigatoriedade de cursar disciplinas curriculares. 
 
 
2.1.1 Perguntas que nortearam a pesquisa 
 
 
A pergunta central que a norteia é: “Como acontece o ensino não-formal de 
guitarra elétrica no município de Montes Claros – MG?” 
A partir de tal pergunta desencadearam-se outras, sendo elas: “Qual é a 
metodologia utilizada pelos professores de guitarra?”, “Os professores possuem 
habilitação específica no instrumento?”, “Como é a relação professor/aluno?” 
 
 
26 
 
 
2.2 Estudo multicaso 
 
 
Foram realizados 08 (oito) estudos de caso com professores particulares de 
guitarra elétrica da cidade de Montes Claros - MG. Tal metodologia foi escolhida pois 
pretendeu-se analisar como ocorre o ensino do instrumento na cidade, não como um todo, 
pois, como se trata de um município com aproximadamente 400.000 habitantes (IBGE, 
2016), supõe-se que não existam apenas oito professores particulares de guitarra em toda 
a cidade. 
Em geral, os estudos de caso representam a estratégia preferida quando se 
colocam questões do tipo "como" e "por que", quando o pesquisador tem pouco 
controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em fenômenos 
contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real. (YIN, 2005, p. 19) 
Não serão expostos nomes dos professores participantes da pesquisa, sendo 
assim, abaixo apresento um perfil desses professores representados por números. Tais 
professores foram selecionados mediante a condições de busca por parte do pesquisador, 
tendo como critério a faixaetária (professores entre 20 a 40 anos). 
 
 QUADRO 2: Perfil dos professores participantes da pesquisa. 
Professor 1 
22 anos, ministra aulas em sua própria residência. 
Professor 2 
23 anos, ministra aulas em sua própria residência. 
Professor 3 
24 anos, ministra aulas na instituição de ensino denominada Ciamp. 
Professor 4 
25 anos, ministra aulas em sua própria residência e/ou em domicílio. 
Professor 5 
26 anos, ministra aulas na instituição denominada Villa Music e/ou em domicílio. 
Professor 6 
27 anos, ministra aulas em sua própria residência e/ou em domicílio. 
Professor 7 
27 anos, ministra aulas na instituição denominada Sol Maior. 
Professor 8 
37 anos, no momento não leciona. Mora atualmente fora do país, onde exerce a 
profissão de músico. 
 Fonte: Dados da pesquisa (2016). 
 
 
27 
 
 
2.3 Coleta de dados 
 
 
Como instrumentos de coleta de dados foram realizados pesquisa 
bibliográfica, entrevistas semiestruturadas, observações participantes, registros 
fotográficos além de filmagens das aulas ministradas pelos professores selecionados. 
 
 
2.3.1 Pesquisa bibliográfica 
 
 
A pesquisa bibliográfica foi realizada durante todo o processo de 
desenvolvimento do trabalho, tendo como objetivo alicerçar e embasar teoricamente o 
assunto abordado, além de fornecer informações quantitativas, históricas e culturais 
acerca do ensino de guitarra elétrica no Brasil. 
Foram consultados trabalhos específicos que tratam sobre o ensino do 
instrumento no Brasil e áreas afins relacionadas ao tema, encontrados em artigos, 
dissertações e trabalhos de conclusão de curso. Tais publicações foram registradas através 
de um levantamento que foi citado na pesquisa bibliográfica. 
 
 
2.3.2 Entrevistas semiestruturadas 
 
 
Foram realizadas entrevistas praticamente durante todo o processo de 
desenvolvimento do trabalho. 
O objetivo dessas entrevistas foi colher diversas informações acerca do 
desenvolvimento, metodologia, e outros aspectos referentes às aulas de guitarra. Além 
disso, pôde-se registrar impressões pessoais que os professores têm acerca do ensino e 
prática do instrumento em questão no município e região. 
Este trabalho abrangeu também um guitarrista que, por sua prática, 
conhecimento e metodologia no instrumento, é referência na cidade. Atualmente esse 
guitarrista reside fora do país. 
Foi adotado o modelo de entrevista semiestruturada, que permite que aspectos 
referentes ao contexto pesquisado possam ser explorados. 
28 
 
 
[...] por ser uma técnica face a face é possível que o entrevistador esclareça 
alguma pergunta ou terminologia não compreendida pelo entrevistado ou, o 
que é mais importante, o entrevistador pode pedir detalhes de respostas 
fornecidas quando são detectados fatos interessantes ou novos. (CUNHA, 
1982, p.10) 
Tal formato permitiu que os professores entrevistados pudessem ir além do 
que estava no roteiro pré-estabelecido. Durante as entrevistas, o roteiro adaptava-se as 
características pessoais e contextuais de cada professor. 
Para transcrição e análise de dados, todas as entrevistas foram gravadas em 
áudio. 
 
 
2.3.3 Observações participantes 
 
 
A observação participante foi a etapa mais importante da pesquisa, pois a 
mesma possibilitou um contato direto do pesquisador com o contexto/fenômeno 
pesquisado. Segundo Cunha (1982, p. 12), a observação “é o método através do qual o 
pesquisador capta a realidade observada”. Ainda nas palavras do autor, tal método: 
[...] exige bastante preparo por parte do observador, tendo em vista que o 
mesmo estará atento a condutas humanas, captadas através dos sentidos 
auditivo e visual, podendo, naturalmente, ocorrer distorções ou mesmo 
concentrar-se num aspecto nem sempre o mais relevante. (CUNHA, 1982, p. 
12) 
Foram realizadas 07 (sete) observações, sendo uma observação por professor 
no período de 27/09/2016 a 19/10/2016. Um dos entrevistados não está atuando no 
momento como professor, por isso não pôde ser observado. 
O objetivo das observações foi analisar pessoalmente como acontece o ensino 
e aprendizagem de guitarra elétrica na cidade através de aulas particulares, captando 
também demais fatores que estejam presentes em todo o processo. 
 
 
2.3.4 Fotografias 
 
 
Os registros fotográficos feitos no decorrer das aulas de guitarra foram de 
fundamental importância, pois através delas podê-se captar detalhes importantes, tais 
29 
 
 
como: características dos ambientes em que as aulas acontecem, equipamentos e objetos 
utilizados, expressões e performances, além de outros aspectos fundamentais presentes 
nas aulas. 
 
 
2.3.5 Filmagens 
 
 
Os registros em vídeo foram coletados em diferentes momentos e situações 
das aulas, captando informações e detalhes, tais como aspectos particulares da prática 
com o instrumento até um diálogo entre professor e aluno, que posteriormente seriam de 
grande aproveitamento para a realização de uma análise de dados. 
Uma vantagem que este instrumento de coleta de dados proporciona é a 
percepção de detalhes que muitas vezes passam desapercebidos ou a que por algum outro 
fator não se deu muita atenção. 
Segundo Loizos, “o vídeo tem uma função óbvia de registro de dados sempre 
que algum conjunto de ações humanas é complexo e difícil de ser descrito 
compreensivamente por um único observador, enquanto ele se desenrola” (LOIZOS apud 
DURÃES FILHO, 2010). 
 
 
2.4 Organização e análise dos dados 
 
 
Todos os dados coletados durante a pesquisa foram organizados e analisados 
através de instrumentos que permitiram uma clara compreensão acerca do fenômeno 
pesquisado, direcionando assim ao foco principal da pesquisa. 
Foram utilizados os seguintes instrumentos de organização de dados: 
constituição do referencial teórico, análise dos discursos, seleção e transcrição de 
entrevistas, seleção das fotografias, finalizando com a seleção e edição de filmagens. Tal 
processo de organização de dados somou muito ao processo de análise dos mesmos. 
 
 
 
 
30 
 
 
2.4.1 Análise do discurso 
 
 
Essa etapa teve como foco compreender o que foi dito pelos entrevistados. 
Partindo desse ponto de vista, interpretou-se não apenas o discurso em si, mas também as 
práticas discursivas. 
 
 
2.4.2 Transcrição das entrevistas 
 
 
Depois de registradas em áudio, foi feita uma seleção das entrevistas que 
seriam transcritas, sendo o próximo passo transformar as mesmas em registros escritos. 
A fim de apresentar as características pessoais de cada entrevistado, opta-se 
em preservar as palavras e expressões por eles ditas, pois assim poderia de forma mais 
clara apresentar o universo pesquisado. Vale lembrar que não é uma tarefa fácil 
transformar em texto algumas expressões verbais, uma vez que as mesmas apresentam 
certas implicações que dificultavam na codificação. 
 
 
2.4.3 Seleção das fotografias 
 
 
Foram selecionadas fotografias que apresentassem visualmente aspectos que 
facilitassem a análise e compreensão do universo estudado. 
Através das fotografias escolhidas foi possível registrar momentos 
específicos das aulas de guitarra, assim como características de instrumentos musicais, 
diversidade de equipamentos, materiais usados na realização das aulas, ambiente em que 
as aulas acontecem, etc. 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
2.4.4 Seleção e edição das filmagens 
 
 
Foram registrados em vídeo momentos específicos das aulas de guitarra. Tais 
momentos envolvem desde diálogos a exercícios passados pelo professor ao seu aluno.32 
 
 
CAPÍTULO 3 – RESULTADOS DO ESTUDO MULTICASO 
 
 
O presente capítulo visa analisar e discutir os dados obtidos através das 
entrevistas e observações realizadas com professores de guitarra elétrica da cidade de 
Montes Claros participantes da pesquisa. 
Através de uma coleta anteriormente realizada, pôde-se obter informações 
que contribuirão na compreensão de como o ensino de guitarra elétrica acontece na 
cidade. 
Durante o capítulo não serão citados os nomes dos professores por motivos 
éticos; sendo assim, os mesmos foram identificados como “Professor 1”, “Professor 2”, 
e assim consecutivamente. 
 
 
3.1 Análise das entrevistas 
 
 
3.1.1 Perfil dos professores participantes 
 
 
Foram entrevistados 08 (oito) professores do gênero masculino que atuam no 
contexto não-formal de ensino de guitarra elétrica, que é caracterizado pelo ensino nas 
escolas de música de cursos livres e/ou residências em Montes Claros, sendo a faixa etária 
dos entrevistados entre 22 a 37 anos de idade. 
A maioria dos entrevistados atuam e residem na cidade, exceto um deles, que 
atualmente mora nos Estados Unidos, onde atua apenas como músico. Como citado 
anteriormente, esse professor foi referência de guitarra na área do ensino e performance 
na cidade, portanto, foi decidido que tal professor seria incluído na pesquisa. 
 
 
 
 
 
33 
 
 
3.1.1.1 Escolha da profissão 
 
 
Os entrevistados tiveram respostas bem parecidas em relação à escolha da 
profissão de “professor de guitarra”. Segundo eles, os fatores que os influenciaram estão 
basicamente relacionados ao prazer em ensinar, à paixão pela guitarra, influência por 
parte da família, e junto à questão financeira. Nas palavras do professor 4: “[...] eu penso 
assim, tipo em expor mesmo tudo que eu tenho, tudo que eu aprendi não é pra mim reter. 
Acho que a principal função do educador, eu acho, do ser humano assim, é poder passar 
né cara.” (Professor 4, 2016). 
O professor 3 diz que o que o motivou foi “o prazer, a paixão, o amor pela 
guitarra e o ver nos olhos das pessoas quando você mostra alguma coisa que você sabe e 
ela se identifica e fica feliz com isso.” (Professor 3, 2016). 
O professor 8 diz que: 
[...] a primeira coisa é o fato de tá reciclando [...] eu absorvia o material, eu já 
queria já transferir aquele conhecimento, e com isso eu ia, eu ia tá solidificando 
a ideia do que eu já tinha estudado né, essa foi a primeira coisa, é... ter mais 
uma fonte de renda foi outra [...] (Professor 8, 2016) 
Segundo relato do professor 2: “Minha família já vem de um histórico de 
músicos né, minha irmã é professora de música, meu pai é musico, nasci num cenário 
musical. Desde pequeno já tive essa vocação [...] comecei exercer a função, tocar, e tô até 
agora [...]” (Professor 2, 2016). 
 
3.1.1.2 Influências 
 
 
Ao discorrerem sobre suas influências na guitarra, os professores 
entrevistados demonstraram ser bastante ecléticos em relação a estilos, timbres e épocas 
diferentes. 
Foram citados guitarristas brasileiros renomados, dentre os quais tiveram 
destaque: Edu Ardanuy, Kiko Loureiro e Juninho Afram. Os professores 4 e 8 fazem 
menção a dois desses guitarristas ao relatarem: “Eduardo Ardanuy que é um guitarrista 
que eu sou... assim, pra mim é um dos melhores guitarristas do mundo [...] não tem como 
guitarrista brasileiro não ser influenciado por Kiko Loureiro né [...]” (Professor 4, 2016). 
34 
 
 
[...] acho que a minha maior influência na guitarra foi o Kiko Loureiro por 
vários motivos: o contato que eu tive com ele, aquele contato direto, eu aprendi 
muito com ele, então a gente tinha uma relação de amizade. Então eu pude ver 
muita coisa de perto, foi, foi o que me ajudou, na verdade não foi nem tanto na 
guitarra mas a forma de como ele pensa... ah..., na música eu acho que foi uma 
grande influência [...] (Professor 8, 2016) 
Na visão do professor 2, a questão da influência depende de fases. Segundo 
ele “a influência de todo guitarrista evangélico é o Juninho Afram, do Oficina G3. Aí, a 
partir que fui amadurecendo mais, eu fui encontrando meu estilo [...]” (Professor 2, 2016). 
Sabe-se que muitos guitarristas brasileiros são influenciados por guitarristas 
de outros países, e não foi diferente com os professores participantes da pesquisa. 
Além dos guitarristas brasileiros citados anteriormente, também se fez 
menção aos guitarristas Steve Vai, Yngwie Malmsteen, John Petrucci, Frank Gambale, 
Eddie Van Halen, B. B. King, Joe Satriani, Andy Timmons, Jimi Hendrix, dentre muitos 
outros também renomados no instrumento em questão. 
 
GRÁFICO 1: Influência dos entrevistados. 
Fonte: Dados da pesquisa (2016). 
 
Percebe-se no Gráfico 01, que a maior parte dos professores de guitarra de 
Montes Claros participantes da pesquisa são influenciados por guitarristas de outros 
países. 
 
 
 
Guitarristas de 
outros países
75%
Guitarristas 
brasileiros
25%
35 
 
 
3.1.1.3 Formação 
 
 
A formação docente dos entrevistados está baseada em conservatórios, 
escolas de música, graduação em música, aulas particulares com outros professores e 
autodidatismo. Os conservatórios estão localizados nas cidades de Montes Claros - MG 
e São Paulo - SP. 
A escola de música está situada em Belo Horizonte – MG e as Universidades 
são pertencentes também às cidades de Montes Claros e Belo Horizonte, além de cursos 
a distância. 
 
 
 GRÁFICO 02: Formação dos entrevistados. 
 Fonte: Dados da pesquisa (2016). 
 
 
3.1.1.4 Tempo de experiência 
 
 
Todos os professores entrevistados relatam ter começado a dar aulas no 
período de sua juventude, por volta dos 17 a 26 anos de idade. Analisando o tempo em 
que ministram aulas de guitarra elétrica em Montes Claros, chegamos a média de 6 meses 
a 17 anos de aulas do instrumento em questão. 
 
23%
29%18%
12%
12%
6%
Conservatório
Aulas particulares
Graduação em Música
Formação em outra área
Autodidata
Escolas de música
36 
 
 
 
 GRÁFICO 3: Tempo de experiência como professor de guitarra. 
 Fonte: Dados da pesquisa (2016). 
 
No Gráfico acima é possível perceber o tempo de experiência de cada 
entrevistado como professor de guitarra. Os números nas barras azuis em vertical 
representam os anos ou meses (Exemplo: 1 “um ano”, 0,1 “um mês”). 
 
 
3.1.1.5 Atuação no mercado 
 
 
Além de aulas de guitarra, todos os professores atuam no mercado em 
variados segmentos pertencentes ao meio musical, tais como: aulas de outros 
instrumentos, músico da noite, gravações em estúdio, workshops, bandas autorais, covers 
e produção musical. 
Dos entrevistados, três não tem sua renda baseada apenas em aulas de guitarra 
ou atividades que girem em torno da música. Nas palavras do professor 1: “Trabalho em 
uma loja de instrumentos musicais no setor de vendas. Por preferência, preferi não viver 
de música diretamente, acaba sendo uma renda extra pra mim, mas meu trabalho mesmo 
é com vendas na loja de instrumentos musicais.” (Professor 1, 2016). 
Para o professor 6 “[...] geoprocessamento é que gera mais renda, é o meu 
carro chefe.” (Professor 6, 2016). 
O professor 7 diz fazer “alguns trabalhos com móveis e artigos em madeira, 
também trabalho no buffet dos meus pais [...]” (Professor 7, 2016). 
 
3
6
3
5
8
7
0,6
17
37 
 
 
3.1.2 Características referentes às aulas de guitarra elétrica na cidade 
 
 
3.1.2.1 Locais de atuação 
 
 
Segundo o relato de alguns professores em relação ao local das aulas, os 
mesmos afirmamque trabalham de forma autônoma. Sendo assim, essas aulas acontecem 
em sua própria residência ou na casa do aluno. A escolha do local das aulas depende de 
um acordo feito entre as partes. 
Então, minhas aulas de guitarra são ministradas ou na minha residência ou na 
residência do aluno, entende? Fica a critério do aluno, assim, alguns alunos eu 
atendo lá em casa né, na minha casa mesmo e tal, e ou dependendo do interesse 
do aluno, eu vou até a casa do aluno mesmo e ministro as aulas. (Professor 4, 
2016) 
Outros professores dizem ministrar aulas apenas em sua própria residência 
e/ou escola de música de cursos livres, pois acreditam que o tempo que gastam se 
locomovendo de uma casa de aluno para outra, é equivalente ao tempo em que poderiam 
estar dando outra aula, então, não é viável para eles. Como diz o professor 8: 
[...] cara, tive várias fases de, eu ia na casa do aluno no início, depois eu já vi 
que não era tão viável porque eu perdia muito tempo pra ir de um ponto até o 
outro. Então era mais fácil pros alunos virem até minha casa [...] (Professor 8, 
2016). 
Ainda segundo ele: 
[...] dava aula no meu quarto mesmo e, é a coisa começou a evoluir, tive que 
mudar depois. Eu aluguei uma sala, é, ai cê já começa, ter, ter que enfrentar 
problemas [...] ai já entra questão grana no meio, cê tem que pagar aluguel, 
aquela coisa toda, ah eu já, ai eu já comecei a sentir, eu falei: não! (Professor 
8, 2016) 
O mesmo professor cita em seu relato que chegou a abrir sua própria escola de 
música, porém por motivos financeiros (aluguel do ponto, contas, etc.) foi obrigado voltar 
a dar aulas em casa. 
 
 
 
 
 
38 
 
 
3.1.2.2 Equipamentos utilizados 
 
 
Em relação aos equipamentos utilizados nas aulas, estão presentes: guitarras, 
pedais, amplificadores, cabos, afinador, metrônomo, notebook, aparelho sonoro para 
reprodução das Backing Tracks (Playbacks) e quadro branco. O professor 3 chega a citar 
a importância de um microfone para a voz quando necessário. 
Em seu relato, o professor 4 diz que, se a aula acontecer em sua residência, 
não tem necessidade do aluno levar seu próprio equipamento (a menos que o mesmo faça 
questão), pois ele fornece todo o suporte necessário para que a aula aconteça e 
consequentemente o conforto do aluno: “[...] se for na minha residência, aí eu já tenho 
todo o equipamento [...] na minha casa não é necessário o aluno tá deslocando com esse 
equipamento, lá em casa já tem todo o suporte.” (Professor 4, 2016). 
Alguns professores não utilizam pedais de efeitos nas aulas, para estes, apenas 
a guitarra, um cabo e o amplificador resolvem o problema. O professor 8 discorda do 
pensamento destes quando discorre sobre a utilização de pedais de efeitos nas aulas: 
[...] não tem como eu falar pro cara: “ah o pedal de Chorus... ah”, e descrever 
por exemplo o efeito sem a pessoa ouvir né... “a, são duas linhas de guitarra, 
uma é levemente desafinada” ... o cara, é, ele pode tentar entender mas, quando 
ele escuta o pedal de Chorus, ele vai unir a teoria com a pratica, então eu fazia 
questão de ter esse equipamento pra poder mostrar [...] (Professor 8, 2016) 
Nas palavras do mesmo: 
[...] eu era bem cuidadoso com relação a isso, comprava, comprei móveis né, 
ia nas lojas especializadas, escolhia os móveis tipo, quais são as tendências, os 
móveis modernos e tudo mais pra dar um conforto pra pessoa que tava ali 
estudando [...] eu queria que ela sentisse a vontade, então eu comprava os 
móveis deixava tudo, ah... organizado [...] pra gerar essa, esse conforto e fazer 
a pessoa se sentir à vontade quando ela tivesse estudando né, então um lugar 
arejado com equipamento bacana pra que, pra ela sentisse motivada a continuar 
e não o contrário né . (Professor 8, 2016) 
Acima, o professor faz menção a itens interessantes em relação as aulas, aos 
quais a maioria dos entrevistados não faz menção. O professor não só se preocupa com o 
conforto do aluno, mas também com relação à estética e contemporaneidade do local das 
aulas. O mesmo considera os móveis presentes no espaço como equipamento essencial 
para que a aula aconteça. 
 
 
 
39 
 
 
3.1.2.3 Valores cobrados 
 
 
Segundo os entrevistados, geralmente os alunos fecham o pacote com 04 (quatro) 
aulas, sendo 1 hora/aula por semana. Há casos em que os alunos preferem fazer mais de 
uma aula por semana, consequentemente, há um acréscimo no valor. Nas palavras do 
professor 7: “na escola o valor cobrado na presente data é R$ 90,00 por mês, uma aula 
semanal, e R$ 150,00 por mês, duas aulas semanais. O pagamento é feito no ato da 
matricula.” (Professor 7, 2016). 
O professor 4 diz que, se o aluno preferir fazer as aulas em sua própria 
residência, ele cobra uma taxa de deslocamento, que como citado anteriormente, acaba 
tomando do profissional um tempo que seria equivalente a outra aula que o mesmo 
poderia estar ministrando: “[...] pra eu poder tá deslocando até a casa do aluno eu cobro 
a taxa de deslocamento que é um acréscimo de R$ 50,00 na mensalidade.” (Professor 4, 
2016). 
Em suas respostas, alguns professores dizem cobrar especificamente por aula, a 
não ser que o aluno prefira pagar por mês. Em caso de escolas de música, o pagamento é 
feito no ato da matrícula, e se em residência ou domicílio, o pagamento é adiantado na 
primeira aula. Abaixo segue o Gráfico 04 especificando o número associado aos 
entrevistados (eixo vertical) juntamente aos valores cobrados pelos mesmos (eixo 
horizontal). 
 
GRÁFICO 04: Valores cobrados. 
Fonte: Dados da pesquisa (2016). 
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
80,00 mensal 20,00
hora/aula
120,00
mensal
150,00 /
200,00
mensal
40,00
hora/aula
150,00
mensal
90,00 /
150,00
mensal
150,00
mensal
40 
 
 
3.1.2.4 Tempo de curso 
 
 
Ao analisar a duração dos cursos de guitarra elétrica oferecidos pelos 
professores entrevistados, nota-se uma grande variedade de ideias uma vez que, se trata 
de profissionais que atuam de forma autônoma. 
Segundo respostas fornecidas, o tempo estimado para duração do curso, em 
sua maioria, é livre. Alguns professores dizem não estimular um tempo determinado por 
trabalharem com pessoas com diferentes dificuldades. 
Conforme, o professor 8, cada aluno tem um ritmo próprio de aprendizagem, 
por isso não é lícito estimular um tempo e moldar o aluno no mesmo. 
[...] algumas pessoas elas tinham um ritmo mais rápido, outras, ah, um pouco 
mais lento o que não quer dizer que uma é melhor que a outra né, eu por 
exemplo, eu sou bem metódico, então assim eu preciso entender aquilo não 
importa o tempo eu preciso entender e algumas pessoas eu percebi assim elas 
[...] (Professor 8, 2016) 
Nas palavras do professor 2, seu curso é livre, porém ele sempre adverte ao 
aluno que, três a quatro meses de curso é o necessário para que ele já saia tocando seguro 
do que está fazendo, podendo assim caminhar com suas próprias habilidades, sem precisar 
mais gastar dinheiro com aulas. 
Geralmente eu mesmo falo com os alunos que o tempo máximo que eles ficam 
aqui é de 3 a 4 meses [...] ai depois que eles aprendem esses 4 meses as vezes 
podem caminhar com as próprias pernas, não tem necessidade de ficar vindo 
aqui e aula começar ser muito repetitiva [...] (Professor 2, 2016) 
Outros professores dizem estimular um tempo de duração do seu curso. 
Alguns trabalham com contrato, como é o caso do professor 4. Segundo ele, seu curso 
tem uma duração mínima de seis meses, e caso o aluno decida parar com as aulas antes 
de completar os seis meses, o mesmo assina uma rescisão de contrato. 
O professor 3 afirma que o tempo de duração do seu curso de guitarra elétricaé baseado em suas apostilas. No relato do professor, o mesmo diz seguir os módulos das 
apostilas, assim que finalizam uma apostila, passam para a outra. Tendo passado por todas 
as apostilas, o curso é finalizado também. 
De acordo com o professor 7, na escola especializada em que o mesmo 
ministra aulas, o curso de guitarra tem duração de dois anos, e ao final do curso o aluno 
recebe um certificado. 
41 
 
 
O ensino formal também certifica, mas a diferença entre as certificações é que 
uma é legitimada exclusivamente pelo Estado. 
 
 
3.1.2.5 Demanda de alunos 
 
 
Em relação ao número de alunos que fazem aulas de guitarra com os 
professores participantes da pesquisa, podemos totalizar cerca de 50 (cinquenta) que são 
frequentes, sendo que, varia entre 03 (três) a 15 (quinze) alunos por professor. 
Alguns fatores, tais como a falta de tempo, contribuem para que esse número 
não seja maior, assim como cita o professor 4: “[...] volta e meia surge é, novos alunos, 
interesse, novos interessados e tal, mas devido à falta de tempo não dá pra poder tá 
atendendo.” (Professor 4, 2016). 
Segundo relato da maioria dos entrevistados, a rotatividade, os períodos de 
férias e a própria desistência dos alunos são pontos que eles consideram negativos nas 
aulas, pois, acabam desestabilizando financeiramente o professor. Os mesmos relatam 
que muitas vezes ficam receosos de fazer compromissos confiantes na renda provinda das 
aulas de guitarra pois, muitas vezes ela é incerta. 
 
 
3.1.2.6 Formato de aulas 
 
 
Outro assunto abordado foi a questão de aulas coletivas. O professor 5 
ministra aulas em turma com no máximo 03 (três) pessoas, pois acredita que com esse 
número ainda é possível manter o rendimento da aula. 
Já o professor 6, além de professor de guitarra, ministra aulas de geografia 
para turma de em média 40 (quarenta) alunos. Sendo assim, o mesmo afirma não ter 
dificuldades em aplicar aula para um número maior de alunos, além disso, procura 
oferecer promoções para que possa aumentar a quantidade de estudantes de guitarra e 
consequentemente sua renda mensal: “[...] as aulas vai depender do acordo firmado. Se o 
aluno conseguir mais de uma pessoa ele tem desconto, isso facilita pra mim e pro aluno 
[...] já tô acostumado com aula de 40 alunos, eu não tenho problema com isso.” (Professor 
6, 2016). 
42 
 
 
Todos os professores entrevistados deixaram registradas suas opiniões a 
respeito de aulas individuais e aulas em turma. Para a maioria, as aulas individuais 
proporcionam um maior contato entre o professor e aluno, e esse contato possibilita um 
maior rendimento e aproveitamento da aula, uma vez que, a atenção é inteiramente 
voltada para o aluno e mais ninguém. Nas palavras do professor 8, “[...] eu queria ter um 
contato direto eu não queria dividir entre 2, 3, 4 alunos né eu queria entender o, o interesse 
assim pô meu interesse é nisso [...] o cara chega e fala eu quero isso aí a gente vai estudar 
aquilo a gente vai focar naquilo [...]” (Professor 8, 2016). 
Segundo o professor 4 é “indiscutível que a aula particular ela é bem mais 
produtiva né pro aluno, com certeza a absorção do aluno do conteúdo e a sua atenção, a 
atenção do professor é totalmente voltada pro aluno com certeza o resultado é bem maior 
[...]” (Professor 4, 2016). 
Para o professor 5 a aula “individual é bacana pela atenção total que você tem 
do professor e tá com o tempo totalmente disponível só pra você pra tirar dúvidas esse 
tipo de coisa.” (Professor 5, 2016) 
Outros professores deixaram claro pontos positivos e negativos em relação a 
aulas de turma. Na visão destes, aulas de turma proporcionam uma troca de conhecimento 
entre pessoas com diferentes experiências e gostos musicais, e que isso acaba somando 
ao aprendizado. 
Por outro lado, esse formato é desgastante e trabalhoso para o professor de 
guitarra e até para os próprios alunos, uma vez que, alguns professores podem não 
conseguir dividir sua atenção para mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Pode acontecer 
também de possuir alunos com níveis musicais e técnicos diferentes, podendo assim 
travar o avanço da aula. Para o professor 5 “a aula em turma é interessante por outro lado 
pela troca de experiência que você pode ter com os colegas e tocar em grupo né? A parte 
da prática de conjunto ela funciona melhor na turma do que na aula individual.” (Professor 
5, 2016). 
O professor 7 diz que “os alunos não tem o mesmo perfil e nem a mesma 
facilidade que outros. Então quando tem mais de um, a não ser que sejam muito bons, a 
aula nunca rende.” (Professor 7, 2016). 
[...] devido esse desnível, assim, do aprendizado dos alunos, acabam que a 
gente sempre tem que ta, é, dando atenção a mais pra aqueles que vão ficando 
pra trás pra poderem ta desenvolvendo junto com os outros e tal e por isso que 
acaba não podendo aplicar mais [...] (Professor 4, 2016) 
Segundo o professor 1: 
43 
 
 
Eu acho que cada aluno tem um desenvolvimento, um processo, uns pegam 
mais fácil, outros com mais dificuldade, sempre da diferença de um aluno pro 
outro. Em casos específicos dou aula em grupo, por exemplo, tenho alunos que 
são pai e filho, mas não gosto de dar aula em turma não. (Professor 1, 2016) 
Segundo o professor 3 “[...] a aula em turma é interessante pra você poder 
visualizar. Várias cabeças pensando te desperta mais conhecimento pra que você possa 
cair de cara na área.” (Professor 3, 2016). 
 
 
3.1.2.7 Interesse em aulas 
 
 
Em relação ao interesse dos alunos em procurarem as aulas de guitarra, os 
professores apresentaram vários fatores que remetem à procura pelas mesmas, dentre eles 
o aprimoramento da técnica e o saber improvisar. Esses fatores atribuem ao guitarrista 
uma certa segurança na hora de tocar. 
Segundo três professores, a maior parte dos alunos que os procuram 
interessados em aulas quer aprender a solar, alunos estes que não têm nenhum 
conhecimento acerca de escalas e outros conteúdos necessários para a prática desejada. 
Nos relatos dos professores 2 e 5, os alunos que procuram suas aulas 
geralmente têm um certo conhecimento acerca do instrumento, porém buscam aperfeiçoar 
esse conhecimento a ponto de poder ter o controle do instrumento sem apresentar 
dificuldades. 
De acordo com outros professores, o interesse dos alunos são os mais variados 
possíveis. Tem alunos que buscam as aulas tendo o instrumento apenas como um hobbie, 
outros procuram as aulas com um certo interesse e com o decorrer do tempo vão se 
interessando em aprender mais. Há ainda alunos que chegam com objetivos específicos. 
Assim como discorre o professor 7: “[...] A grande maioria quer tocar apenas por lazer 
ou até terapia. Alguns só querem aprender o básico e outros já estudam teoria. Também 
tem aqueles que querem aprender uma música específica e acabam se interessando por 
tudo.” (Professor 7, 2016) 
[...] tem outros alunos que já entram no curso com intuito de aprender técnicas 
de palhetada, palhetada sweep, palhetada híbrida, palhetada alternada, enfim... 
já tem outros que já querem aprender improvisação, já outros que querem 
aprender é acordes, harmônica, progressão harmônicas, acordes substitutos e 
tal e enfim. (Professor 4, 2016) 
44 
 
 
O professor 3 faz um comentário interessante quando diz que: “Tem gente que 
fantasia muito ver a pessoa em cima do palco e quer fazer igual” (Professor 3, 2016). 
Segundo ele, esses alunos simplesmente se inspiram em outros guitarristas famosos em 
performances de shows e isso desperta neles o desejo de tocar guitarra. 
 
 
3.1.2.8 Divulgação das aulas 
 
 
Em tratando de como os professores divulgam suas aulas de guitarra,

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