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Aula 10 – O Regime Militar e as Reformas Educacionais
A opção pelo capital estrangeiro em detrimento dos projetos de desenvolvimento do país, naquela época sob a denominação de “nacional-desenvolvimentismo”, favoreceu a grupos específicos ligados às elites dirigentes. A reorganização da educação escolarizada foi uma das primeiras medidas de controle do novo governo. Por meio de uma série intrincada de leis e atos burocráticos, o sistema se ensino foi conduzido aos padrões que desembocaram no caos cultural. Nas Universidades, principalmente nos seus cursos mais ligados às Ciências Humanas e Sociais, a violência ditatorial atingiu o seu ápice fazendo desaparecer alunos, professores, funcionários etc., todos considerados subversivos e ameaçadores. Nas Faculdades e Universidades, os “Diretórios Acadêmicos” foram fechados, a União Nacional dos Estudantes (UNE) foi colocada na marginalidade; nas escolas secundárias, os “Grêmios Estudantis”  foram transmutados em “centros cívicos”, que funcionavam sob a direção de alunos indicados pela direção. Nos currículos, surgem as disciplinas “Educação Moral e Cívica”, “Organização Social e Política do Brasil” (nas escolas de 1° e 2° Graus) e “Estudo dos Problemas Brasileiros” (nos cursos superiores) em substituição a História do Brasil, Filosofia e Sociologia. A ideologia é a do controle das mentes e dos corpos.
As novas tendências pedagógicas implantadas são pautadas no tecnicismo, no neopositivismo e no modelo behaviorista de psicologia. As tendências tradicionais e as ideias escolanovistas também permaneceram. Na educação brasileira, entram em cena os “testes” como, por exemplo, os de medida do “coeficiente de inteligência”, cujo objetivo principal era o de “classificar as pessoas”.
Vale ressaltar a introdução dos estudos e ideias de Jean Piaget no Brasil, pelos esforços de Lauro de Oliveira Lima. Nos anos 70, ainda que de maneira muito limitada e restrita a algumas poucas universidades, começam a circular no país as ideias de autores diversos que, muito lentamente, influenciaram algumas práticas educativas.
Veja alguns fatos que marcaram a década de 80.
-Uma série de profissionais da educação se destacou no movimento nacional para a redemocratização.
-Estudos e pesquisas sobre as teorias educacionais receberam um novo impulso.
-Estatísticas oficiais indicavam que de cada 100 indivíduos que se matriculavam no ensino primário, 85 deles não chegavam ao ensino secundário (antigo segundo grau, atualmente ensino médio).
1-Corte de verbas públicas para a educação.
2-Os programas das aposentadorias antecipadas para os professores públicos.
3-A perda do poder aquisitivo dos profissionais da educação.
4-A contratação de mão-de-obra barata pelas universidades públicas na modalidade de “professores substitutos”.
5-O avanço sem precedentes das universidades privadas (sob os estímulos e as subvenções governamentais).
Ao iniciarmos o novo milênio (século XXI), observamos uma nova crise na educação. Um problema que atinge todos os setores da sociedade, pois tanto as escolas públicas quanto as escolas particulares sentem seus reflexos. Novos caminhos são necessários, porque ainda é muito longa a distância a ser percorrida e bastante difícil será a marcha que nos levará das escolas que temos para as escolas que desejamos. Talvez, somente com um novo movimento de união de lutas, de esforços e de ideais, alvos impossíveis de serem atingidos individualmente.

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