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Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Aula 10: Governo Eletrônico, Transparência e Qualidade Olá pessoal, tudo bem? Na aula de hoje iremos cobrir os seguintes itens: > Governo eletrônico e transparência; Qualidade na Administração Pública. Irei trabalhar com muitas questões da ESAF, mas incluirei algumas questões da FGV, da Cespe ou da FCC quando não tiver questões da ESAF do tema trabalhado, ok? Espero que gostem da aula! UTILIZE O FÓRUM DE DÚVIDAS! ESTAREI LÁ PARA TE AJUDAR! Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Sumário Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Governo Eletrônico e Transparência...................................................................4 Governo Eletrônico e Transparência................................................................4 G2C (Government to Citizen/Consumer ou Governo para Cidadão/Cliente).................6 G2B (Government to Business ou Governo para Empresas)................................... 6 G2G (Government to Government ou Governo para Governo)................................ 7 CEGE................................................................................................... 7 Inclusão Digital....................................................................................... 9 Universalização dos Serviços de Telecomunicações............................................. 9 Certificação Digital...................................................................................9 Compras Eletrônicas Governamentais........................................................... 10 Cartão Magnético................................................................................... 10 Comércio Eletrônico................................................................................ 10 Transparência no Contexto da LRF...............................................................14 Gestão da Qualidade....................................................................................17 Eras da Gestão da Qualidade...................................................................... 18 Era da Inspeção da Qualidade..................................................................18 Era do Controle Estatístico da Qualidade..................................................... 19 Era da Garantia da Qualidade ..................................................................19 Era da Gestão da Qualidade Total............................................................. 20 Principais Autores ou “Gurus” da Qualidade....................................................22 Walter Shewart................................................................................... 22 Ciclo Deming ou PDCA........................................................................ 23 Deming.............................................................................................25 Juran............................................................................................... 27 Feigenbaum....................................................................................... 28 Crosby.............................................................................................29 Ishikawa...........................................................................................30 Ferramentas de gestão da qualidade ............................................................. 30 Diagrama de Causa e Efeito.................................................................... 31 Folha de Verificação.............................................................................32 Histograma....................................................................................... 33 Gráfico de Pareto.................................................................................34 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados -------- 1 C O N C U R S O S ^ Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Diagrama de Correlação ou Dispersão........................................................ 36 Fluxograma....................................................................................... 37 Gráfico de Controle..............................................................................38 Modelo do Gespública..............................................................................39 Modelo da Fundação Nacional da Qualidade ...................................................45 Questões Extras.........................................................................................54 Lista de Questões Trabalhadas na Aula............................................................. 60 Gabarito................................................................................................. 69 Bibliografia.............................................................................................69 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Governo Eletrônico e Transparência Cada vez mais, a transparência nas ações governamentais é vista como elemento necessário para que o país possa reduzir as suas desigualdades, aumentar sua eficiência e atingir o seu pleno desenvolvimento. De acordo com Matias-Pereira1, "a transparência do Estado se efetiva por meio do acesso do cidadão à informação governamental, o que torna mais democrática as relações entre o Estado e sociedade civil." Ou seja, ser transparente é dar acesso para a sociedade de todos os atos e decisões públicas. É informar à sociedade e deixar disponíveis dados e informações que possibilitem uma análise e eventual crítica da atuação do Estado. Mais informado, o cidadão poderá avaliar melhor as políticas públicas, os diversos governantes e fazer melhores escolhas quando for votar. Governo Eletrônico e Transparência. Para que este movimento de ampliação da transparência possa acontecer, a Tecnologia da Informação e o que se conceituou de governo eletrônico são aspectos fundamentais. A evolução das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), como a internet, as redes de computadores, as comunicações via satélite e celular, criaram um ambiente propício para o desenvolvimento da Sociedade do Conhecimento2. Neste contexto, o governo eletrônico é a forma pela qual os governos, de acordo com a ONUi, podem usar a internet e a Web para disponibilizar informação e serviços aos cidadãos. Já para a OCDE4, o governo eletrônico é definido como o uso das TIC, em particular a internet, como ferramenta para levar a um melhor governo. 1 (Matias-Pereira, 2006) 2 (Braga, Alves, Figueiredo, & Santos, 2008) 3 (ONU, 2002) apud (Braga, Alves, Figueiredo, & Santos, 2008) 4 (OCDE, 2003) apud (Braga, Alves, Figueiredo, & Santos, 2008) Prof. Rodrigo Rennó w w w .estrateg iaconcursos.com .br 4 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Já para Diniz5, a ideia de governo eletrônico está ligada a duas dimensões: uma relacionada à modernização da administração pública por meio da utilização destas tecnologias de informação e comunicação (TIC) e na melhoria dos processos administrativos; a outra dimensão seria ligadaao uso da internet para a prestação de serviços públicos eletrônicos. Assim, o governo eletrônico, ou governança eletrônica, é uma ferramenta essencial para que o Estado possa aumentar a transparência de seus atos e programas para a sociedade ao mesmo tempo em que aumenta sua eficiência e eficácia. Portanto, podemos pensar tanto no governo eletrônico como uma forma de modernizar a própria gestão da máquina pública, quanto em uma forma mais moderna e eficiente de prestar serviços públicos aos seus cidadãos. O governo eletrônico se insere, portanto, dentro deste panorama da utilização da internet e das tecnologias de comunicação por todos os agentes da sociedade para trocar informação, vender, comprar, prestar serviços, etc. Dentre os tipos de relacionamento de negócios privados que são encontrados na internet, Nunes e Vendrametto citam6: > B2C (Business to Consumer ou Negócios-Consumidores) - é o meio mais conhecido, em que empresas atendem diretamente ao consumidor final. Neste caso, estão incluídas todas as lojas virtuais e portais institucionais de empresas. Quando compramos algum produto em um site (como a "americanas.com.br", por exemplo) estamos nos utilizando deste tipo; > B2B (Business to Business ou Negócio a Negócio) - neste caso, o que ocorre é a troca de informação ou compra e venda de produtos entre empresas. Portanto, é o uso da internet por empresas, para que estas tenham maior facilidade para negociar entre si. Assim, só participam pessoas jurídicas; Com a disseminação da utilização da internet para o atendimento das demandas de empresas e clientes, o governo se viu cada vez mais cobrado pela população para que passasse a utilizar estas ferramentas. 5 (Diniz, Barbosa, Junqueira, & Prado, 2009) 6 (Nunes & Vendrametto, 2009) Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Estas iniciativas, também chamadas de e-gov, podem ser desdobradas nestes relacionamentos7: G2C (Government to Citizen/Consumer ou Governo para Cidadão/Cliente) Abrange a utilização da internet e das TIC para o governo atender diretamente aos cidadãos e melhorar a qualidade de seus serviços públicos. Dentre as iniciativas mais conhecidas, podemos citar a utilização das urnas eletrônicas nas eleições (que reduziu enormemente as filas e o tempo de apuração dos resultados) e o recebimento das declarações de imposto de renda pela internet (que possibilita o preenchimento e a entrega dos dados pelo contribuinte no conforto de seu lar). G2B (Government to Business ou Governo para Empresas) é o relacionamento do governo com as empresas, através da utilização da internet e das TIC. O governo busca com estas iniciativas tanto uma melhoria no tempo e nos custos de suas aquisições, bem como o incentivo a determinados negócios e um melhor acesso de pequenos negócios a estas oportunidades de negócios que as compras do governo possibilitam. De acordo com Zimath8: "As iniciativas voltadas para o setor empresarial, o G2B, surgem para atender uma demanda das organizações atualmente munidas de computadores, sistemas de informações gerenciais, aplicações em comércio eletrônico, intranet, extranet. O e-gov permite o "diálogo" digital entre empresas e governo, reduzindo custos, promovendo o desenvolvimento de determinados segmentos e regiões e viabilizando negócios." Dentre as experiências de sucesso nesta área podemos citar o portal Comprasnet, que proporciona uma visão global de todas as compras 7 (Nunes & Vendrametto, 2009) 8 (Zimath, 2003) apud (Nunes & Vendrametto, 2009) Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 efetuadas pelo governo federal9. Os fornecedores têm acesso aos editais e podem participar dos pregões eletrônicos. Já os gestores têm acesso aos preços e catálogos de materiais de modo mais fácil e rápido. G2G (Government to Government ou Governo para Governo) O governo federal também se relaciona com outros entes federados através das TIC. Quando os estados utilizam o portal do CAUC, Cadastro Único de Convênios, para checar se existem pendências com a União estão fazendo uso deste tipo de relacionamento. Desta forma, a internet e as TIC serão cada vez mais utilizadas para que os governos possam trocar informação e se relacionar. G2G - Governo para Governos Figura 1 - Relacionamentos do e-gov CEGE O governo brasileiro vem praticando uma política de incentivo à utilização da internet como maneira de melhor atender aos cidadãos em empresas, além de melhorar a governança pública, ou seja, a gestão dos recursos públicos para poder atender aos desejos e necessidades da sociedade. 9 (Nunes & Vendrametto, 2009) Prof. Rodrigo Rennó w w w .estrateg iaconcursos.com .br 7 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 A coordenação destas ações no governo brasileiro é função do Comitê Executivo de Governo Eletrônico - CEGE. Este comitê elegeu como princípios de sua atuação10: s a promoção da cidadania como prioridade; s a indissociabilidade entre inclusão digital e o governo eletrônico; s a utilização do software livre como recurso estratégico; s a gestão do conhecimento como instrumento estratégico de articulação e gestão das políticas públicas; s a racionalização dos recursos; a adoção de políticas, normas e padrões comuns; s a integração com outros níveis de governo e demais poderes. De acordo com Pinto e Fernandes11, a implementação do programa do governo eletrônico abrange um conjunto de projetos e ações: "Em primeiro lugar, os projetos voltados para a oferta de serviços e informações ao cidadão em meio eletrônico, particularmente por meio de sítios na Internet. A criação e desenvolvimento de portais integradores de serviços e informações tem sido a principal iniciativa. Em segundo lugar, a expansão e melhoria da infra-estrutura de redes de comunicação, destacando-se a constituição da denominada Infovia Brasil, que será uma rede de alto desempenho para uso exclusivo da administração pública federal9. Em terceiro lugar, a convergência e integração entre os sistemas e bases de dados. Avanço relevante nesse sentido foi a definição inicial dos padrões de interoperabilidade para sistemas e equipamentos de informática que deverão orientar a estratégia de integração10. Finalmente, a construção do marco legal e normativo para as transações eletrônicas tem sido prioridade que afeta não somente o desenvolvimento dos serviços do Governo ao cidadão, como também toda a vasta gama de atividades no âmbito do comércio eletrônico." Assim, estes projetos englobam diversas iniciativas que buscam fortalecer o governo eletrônico. Estas iniciativas transversais são 10 (CEGE, 2004) apud (Nunes & Vendrametto, 2009) 11 (Pinto & Fernandes, 2005) Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 fundamentais para criar uma infraestrutura para que o governo eletrônico seja eficaz e eficiente12: Inclusão Digital Abrange iniciativas de cunho social, de forma a possibilitar que pessoas mais necessitadas não fiquem alijadas dos conhecimentos e instrumentosnecessários para que participem da internet e do governo eletrônico. Uma das ações inseridas neste contexto é a ampliação dos telecentros, bem como o fornecimento de acesso em locais remotos e a um preço mais acessível para a população mais carente. Universalização dos Serviços de Telecomunicações Fundamental para que a iniciativa anterior funcione, esta universalização deve proporcionar acesso aos serviços de telecomunicações em todo o território nacional e engloba a telefonia e as redes de dados digitais. Dentre as ações que são inseridas neste contexto, temos: a informatização das bibliotecas, de redes de ensino, de instituições de saúde e ampliação da oferta de conectividade à internet13. Certificação Digital A certificação digital busca, através da disseminação das chaves públicas de segurança, garantir o sigilo e a segurança nas informações, pagamentos e transações online. Estas chaves públicas de segurança são fundamentais para que o governo eletrônico possa funcionar, pois garante a integridade das informações e que somente as pessoas e empresas autorizadas tenham acesso aos seus próprios dados fiscais e cadastrais. 12 (Pinto & Fernandes, 2005) 13 (Pinto & Fernandes, 2005) Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Compras Eletrônicas Governamentais Envolve a disponibilização de informações sobre as compras governamentais e a modalidade de compra conhecida como pregão eletrônico. Esta modalidade aumenta a transparência sobre as aquisições do governo, bem como busca aumentar a competição entre os licitantes e reduzir o custo total para o Estado. O portal utilizado no momento pelo governo federal é o www.comprasnet.gov.br. Cartão Magnético O pagamento de auxílios como o Bolsa-família, entre outros, através de cartões magnéticos possibilita uma redução de custos e o aumento do controle sobre estes programas14. Por meio da utilização destes cartões, o governo pode ter um controle mais eficaz do funcionamento do programa e dos dados destes beneficiários. Comércio Eletrônico Existem diversas iniciativas que estão inseridas neste contexto. A definição dos marcos legais que regulam o comércio eletrônico é uma delas. Outra ação é a inclusão digital de micro e pequenas empresas. De certa forma, busca-se criar o arcabouço jurídico que dê segurança a todas as partes que operam no comércio eletrônico, além de criar condições que possibilitem às pequenas empresas participar deste processo. Vamos ver mais algumas questões? 1 - (ESAF - MTE - AUDITOR - 2010) A correta análise da modernização da Administração Pública brasileira, havida nas últimas décadas, permite chegar à conclusão de que uma das ações mais significativas na gestão pública foi a incorporação do governo eletrônico. (ADAPTADA) 14 (Pinto & Fernandes, 2005) Prof. Rodrigo Rennó w w w .estrateg iaconcursos.com .br 10 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Beleza. A incorporação do governo eletrônico tem sido um dos aspectos mais inovadores da Administração Pública recentemente e tem elevado a qualidade e a acessibilidade dos serviços públicos. O gabarito é questão correta. 2 - (FCC - TCM/CE - AUDITOR - 2010) A garantia do sigilo e da segurança nas informações e nas transações que envolvam pagamentos online, fundamental para a consolidação do Governo Eletrônico como instrumento de gestão pública, depende da implantação de (A) um sistema de banda larga universal e estável. (B) um sistema público de busca de informações. (C) uma infraestrutura de chaves públicas. (D) um backbone multicast em toda a extensão da rede pública. (E) uma comissão de gestão da internet pública. O instrumento que garante o sigilo e a segurança nas transações online e é fundamental para a consolidação do governo eletrônico é a certificação digital. Esta certificação se consiste em chaves públicas de segurança. Desta forma, nosso gabarito é a letra C. A letra A descreve um requisito para que as informações sejam transferidas de modo rápido e confiável, mas não garante o sigilo. A letra B descreve o que seria um "Google" público, portanto não se relaciona com o sigilo. Já o backbone multicast (a banca "pegou pesado" nesta!) é um instrumento que facilita videoconferências, entre outras aplicações. Assim, não se relaciona com o que a questão pede. Finalmente, a última alternativa também não se refere ao sigilo e a confiabilidade das transações eletrônicas. Deste modo, o gabarito é mesmo a letra C. 3 - (ESAF - MTE - AUDITOR - 2006) A unificação da informática com a comunicação oportunizou o uso de internet no setor público. Indique se as frases a seguir são falsas (F) ou verdadeiras (V) e assinale a opção correta. I. Através da internet, a administração pública disponibiliza dados e relatórios, dando possibilidade aos cidadãos de decidirem sobre ações do governo. II. A internet possibilita a divulgação de informações para os cidadãos sobre campanhas, procedimentos administrativos, entre outros. Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 III. O uso eficiente da internet possibilita a modernização dos órgãos públicos, promovendo maior profissionalismo. IV. Através da internet, o setor público pode ofertar serviços ao cidadão e disponibilizar dados que permitem o controle externo. Selecione a opção correta. a) Somente I e II são falsas. b) Somente II e IV são verdadeiras. c) Somente a IV é verdadeira. d) Somente a I é falsa. e) Somente a III e IV são falsas. A primeira frase está errada. A internet ainda não tem possibilitado o que poderiamos chamar de democracia direta, ou seja, a deliberação de temas pelos cidadãos e a decisão direta, sem a participação dos representantes eleitos (senadores, deputados etc.). Portanto, a internet tem possibilitado muito mais a informação do cidadão do que uma efetiva participação. Já a segunda afirmativa está perfeita. A terceira frase foi uma "pegadinha" da ESAF. O profissionalismo dos servidores não é função do uso da internet. Ou seja, a internet pode muito bem ser utilizada para outros fins (como passar a tarde inteira no Facebook, por exemplo). Claro que a internet pode servir para melhorar o serviço público, mas ela, por si só, não promove o profissionalismo de ninguém. Finalmente, a quarta frase está perfeita. A internet pode e deve fortalecer o controle externo da Administração Pública. O gabarito é mesmo a letra B. 4 - (ESAF - RFB - AFRF - 2002) Julgue os itens relativos às implementações do governo eletrônico. I. Utilização intensiva de tecnologia de comunicações e informação na administração pública. II. Estabelecimento de canais de acesso com o público em geral e segmentos beneficiários específicos. III. Apoio e fomento à indústria na área de tecnologia de comunicações e informação. IV. Programas de redução da exclusão digital, popularização de equipamentos e do acesso. V. Disponibilização de informações e prestação de serviços por meio da internet. A quantidade de itens corretos é igual a Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 Esta questão busca avaliar a compreensão do processo de implantação do Governo Eletrônico. Todas as afirmativas estão corretas. O governo eletrônico busca realmente o estabelecimento de canais com o público em geral e alguns segmentos específicos (exportadores e importadores, por exemplo). Além disso, faz uso da tecnologia da informação e deve buscar a redução da chamada "exclusão digital". A única principal dúvida de grande parte dos candidatos foi relacionada com a frase "apoio e fomento à indústria na área de tecnologia de comunicação e informação". Entretanto, este é sim um dos princípios do E-gov no Brasil. A adoção do software livre é um dos aspectos desta política. O gabarito é, assim, a letra E. 5 - (ESAF - RFB - AFRFB - 2010) Sob o ponto de vista do cidadão, podemos afirmar que os seguintes mecanismos, todos acessíveis pela Internet, são mantidos pelo governo federal como instrumentos de transparência, exceto: a) ComprasNet. b) SIAFI. c) Portal Brasil. d) Portal da Transparência. e) Portal de Convênios. Questão aparentemente fácil, mas que pode "pegar" muitos candidatos menos atentos. Todos os portais mencionados cumprem esta função, menos o SIAFI. Este sistema não pode ser acessado por qualquer cidadão através da internet. O gabarito é a letra B. 6 - (ESAF - MTE - AUDITOR - 2010) Sobre o tema 'governo eletrônico e transparência', é correto afirmar: a) para uma maior transparência dos governos, é necessário que as informações estejam disponíveis em linguagem acessível, para entendimento do público em geral. Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 b) em regiões com altos índices de exclusão digital, é justificável a pouca transparência dos governos locais. c) como instrumento efetivo para uma melhor governança, a simples implementação do governo eletrônico garante maior eficiência e transparência. d) quanto maior é a oferta de serviços on-line disponibilizados ao cidadão, maior é a transparência dos atos públicos. e) a dimensão tecnológica é mais importante que a político- institucional para definir em que medida um governo eletrônico pode ser mais ou menos transparente. A letra A está perfeita e é o nosso gabarito. Não adianta deixar a informação disponível, mas em uma linguagem que seja fora do "alcance" do cidadão médio. A letra B é absurda. Não é porque a região tem uma carência econômica e social que deve existir um nível de transparência menor. No caso da letra C, somente a implementação do governo eletrônico não garante uma maior eficiência e transparência. Este governo eletrônico deve ser de fácil acesso e deve conter informações importantes ao cidadão. A transparência está ligada ao fácil acesso e à devida utilização e absorção destas informações e serviços. Na letra E, o correto é exatamente o contrário. A dimensão político-institucional é mais importante do que a dimensão técnica. Assim, o gabarito é mesmo a letra A. Transparência no Contexto da LRF Com a entrada em vigor da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, a transparência no Brasil ganhou um grande impulso. Esta lei veio exigir dos governos diversos instrumentos de transparência atualmente consagrados, como o Relatório de Gestão Fiscal - RGF e o Relatório Resumido de Execução Orçamentária - RREO. De acordo com Paludo15, a LRF foi um divisor de águas na história das finanças em termos de transparência das contas públicas no Brasil. Desde então, os diversos governos têm aprimorado seus instrumentos de transparência, de forma a cumprir com a LRF. Estes instrumentos têm possibilitado uma tomada de consciência que antes não se via do estado das contas governamentais e das prioridades e qualidades da diferentes gestões públicas. 15 (Paludo, 2010) Prof. Rodrigo Rennó w w w .estrateg iaconcursos.com .br 14 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Assim, a democracia participativa passa a se tornar realidade, pois somente com instrumentos que facilitem a participação dos cidadãos o controle da sociedade sobre o Estado pode ocorrer. Abaixo, podemos ver os artigos 48, 48-A e 49 da LRF, que detalham os instrumentos de transparência da lei: Da Transparência da Gestão Fiscal "Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante: I - incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; II - liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; III - adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: I - quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; II - quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários. Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade. Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá demonstrativos do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de fomento, incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, especificando os empréstimos e financiamentos concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da seguridade social e, no caso das agências financeiras, avaliação circunstanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício. "16 Vamos ver uma questão sobre estes temas? 7 - (FMP - TCE-RS - AUDITOR - 2011) A transparência da gestão fiscal será garantida pela participação da sociedade e pela divulgação que deve ser dada a todas as ações relacionadas à arrecadação de receitas e à realização de despesas. Com esse propósito, a LRF criou alguns mecanismos. Assinale a Incorreta. A) A participação popular na discussão e na elaboração dos planos e dos orçamentos. B) A disponibilidade das contas dos administradores, durante todo o exercício, para consulta eapreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade. C) A emissão de relatórios periódicos de gestão fiscal, de acesso público e ampla divulgação. D) A emissão de relatórios periódicos de execução orçamentária, de acesso público e ampla divulgação. E) O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados por Conselho de Orçamento Participativo, constituído por representantes de todos os poderes e esferas de governo, do MP e de entidades técnicas representativas da sociedade. Esta questão da FMP cobrou o conhecimento dos instrumentos de transparência trazidos pela LRF. A letra A está correta e está contida no primeiro inciso do artigo n°48 da l| i. As outras alternativas também estão todas contidas no texto legal. A única alternativa incorreta é a letra E. A banca se pautou em uma "pegadinha" maldosa. Este Conselho de Gestão Fiscal está previsto no Artigo n° 67 da LRF, mas ainda não foi criado. Veja abaixo o texto legal17: "Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados 16 Lei Complementar n° 101/2000 17 Lei Complementar n° 101/2000 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 por conselho de gestão fiscal, constituído por representantes de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades técnicas representativas da sociedade, visando a: I - harmonização e coordenação entre os entes da Federação; II - disseminação de práticas que resultem em maior eficiência na alocação e execução do gasto público, na arrecadação de receitas, no controle do endividamento e na transparência da gestão fiscal; III - adoção de normas de consolidação das contas públicas, padronização das prestações de contas e dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de que trata esta Lei Complementar, normas e padrões mais simples para os pequenos Municípios, bem como outros, necessários ao controle social; IV - divulgação de análises, estudos e diagnósticos." Como a banca solicitou os instrumentos já criados pela LRF, esta alternativa se torna incorreta (apesar de estar prevista no texto legal). Portanto, o nosso gabarito é mesmo a letra E. Gestão da Qualidade. A qualidade é um conceito antigo, mas que cada dia se torna mais importante no dia-a-dia das organizações. As ideias principais que baseiam o significado atual da qualidade são, basicamente, as seguintes: s Atender às expectativas, requisitos e desejos dos clientes; s Executar as tarefas da melhor forma possível; s Preocupação constante em melhorar os processos de trabalho; s Não desperdiçar esforços e recursos; s Fazer correto o trabalho desde o princípio. A gestão da qualidade é vista hoje como fundamental para o sucesso de uma instituição, pois a permite ser mais competitiva perante seus concorrentes, manter e conquistar novos clientes e ter uma atuação sustentável econômica e ambientalmente. Entretanto, esta preocupação com a qualidade nem sempre foi tão forte. Antes dos anos 50 do século passado, a grande maioria das indústrias Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 estava mais focada em aumentar a produção do que em se preocupar com a gestão da qualidade. Naquela época, os gestores visualizavam a gestão da qualidade como um processo reativo (ocorria após a produção do bem já ter acontecido) e voltado para as inspeções. Hoje em dia, a gestão da qualidade deve englobar todas as atividades da organização e são consideradas essenciais para o sucesso estratégico de uma organização18. Eras da Gestão da Qualidade A evolução da qualidade pode ser classificada em quatro eras19: Era da Inspeção, Era do Controle Estatístico da Qualidade, Era da Garantia da Qualidade e a Era da Gestão da Qualidade Total. Inspeção Controle Estatístico -------------------------------------------------------------------------------------------------------------■> Garantia da Qualidadel____________________________ J f------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- _ Gestão Total da Qualidade Figura 2 - Eras da Gestão da Qualidade Era d a Inspeção da Q ualidade A gestão da qualidade como conceito começou a ser desenvolvida nos primórdios da industrialização. Com a produção em massa e o crescimento das indústrias, a questão da produtividade e do controle de desperdícios ficou mais evidente para os gestores. 18 (Garvin, 1988) 19 (Garvin, 1988) Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Aquele cenário de oficinas pequenas e artesanais deixou de existir. Em seu lugar, vieram imensas indústrias com máquinas a vapor e milhares de empregados. Estes empregados nem sempre tinham noção da importância de seu trabalho e como cada tarefa impactava no processo seguinte. A consequência era um grande número de produtos defeituosos e perda de material e esforço. Para reduzir este desperdício, o controle da qualidade passou a ser realizado. No primeiro momento, a produção era vistoriada somente após o produto estar "pronto". Ou seja, a qualidade do produto somente era checada após o processo produtivo daquele produto ter sido encerrado. Não existia, assim, uma preocupação maior com a prevenção. A ideia era evitar que produtos defeituosos fossem entregues aos clientes. Se algum produto não estivesse de acordo com o padrão, a equipe o descartaria. Era do Controle E statístico d a Q ualidade A inspeção dos itens era muito custosa e não evitava as ocorrências dos defeitos. Com o tempo, as indústrias passaram a enfatizar o controle da qualidade de maneira a tentar analisar as causas dos defeitos. Nesta fase o uso da estatística foi inserido. O controle censitário (feito um a um) era muito pouco eficiente. A Estatística possibilitou o uso da amostragem e da geração dos limites aceitáveis de defeitos em um processo. Sempre que um processo produtivo apresentasse um "desvio" dos padrões de defeitos seria objeto de uma análise mais apurada. Este controle estatístico barateou a gestão da qualidade e possibilitou um maior conhecimento dos aspectos que influenciavam mais na qualidade. Isto facilitou a descoberta dob problemas nos processos produtivos e sua correção. Nesta fase, o foco dos administradores a descoberta e correção dos fatores que geravam problemas nos processos20. Era d a G arantia d a Q ualidade Na etapa da garantia da qualidade, o foco passou para a prevenção. Na mente dos administradores, a preocupação em aprender 20 (Dale, 1999) Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 com os problemas encontrados e planejar suas ações de correção passaram a ocupar um papel central. Autores como Juran e Deming passaram a enfatizar o planejamento da gestão da qualidade, no treinamento dos membros da organização para lidar com a qualidade, na preocupação com a motivação dos funcionários, na melhoriados processos de trabalho, na melhora dos instrumentos de controle, dentre outros21. A gestão da qualidade passou a ser vista como um processo sistêmico, global e holístico, englobando todos os fatores do funcionamento de uma instituição22. Dentre os principais conceitos e ferramentas gerados nesta época, temos muitos utilizados até hoje, como: a filosofia "zero defeitos" ("fazer certo desde a primeira vez"), a engenharia da confiabilidade e o cálculo do custo da qualidade. Era d a Gestão d a Q ualidade Total Os novos tempos geraram um aumento das demandas dos clientes e da competição entre as organizações. Esse cenário mais competitivo trouxe novas normas internacionais de qualidade, como a ISO 9000, e as diversas leis de proteção ao consumidor. Com isso, a qualidade passou a ser uma necessidade. Na era da Gestão da Qualidade Total, o tema da qualidade passou a ser visto pelos gestores como um fator estratégico para o sucesso de suas organizações. A qualidade passou a ser encarada como um aspecto principal para que os desejos e necessidades dos clientes sejam atendidos e a empresa atinja os resultados esperados. Estes clientes da organização seriam tanto os externos (consumidores dos produtos e serviços da organização), quanto os internos (funcionários e setores internos que dependem de nosso trabalho). Dentro dessa filosofia, todas as tarefas e atividades da organização devem ser vistas como importantes para que a organização tenha qualidade. Desde o trabalho de limpeza até a manutenção dos equipamentos são importantes. Dentre os principais valores e elementos da GQT, temos: 21 (Garvin, 1988) 22 (Junior, Cierco, Rocha, Mota, & Leusin, 2008) Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Melhoria Contínua Foco no Cliente Envolvimento dos Em pregados Benchm arking Figura 3 - Principais elementos da GQT. Fonte: (Sobral & Peci, 2008) Assim, a qualidade de uma empresa é vista como diferencial competitivo pelos clientes e parceiros da mesma23. A gestão da qualidade seria vista como um ponto fundamental na gestão estratégica das empresas. O gestor deveria, portanto, envolver todas as relações da empresa nessa filosofia de qualidade. Não só o cliente final deve ser enfatizado, mas também os relacionamentos com os empregados e fornecedores. Assim sendo, a empresa passa a ser visualizada como um todo - a qualidade deve estar inserida em todas as suas áreas (e não só no setor de "produção"). Se um só setor não fizer "sua parte", o cliente poderá não ficar satisfeito. 23 (Rennó, 2013) Prof. Rodrigo Rennó w w w .estrateg iaconcursos.com .br 21 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Estratégia r n N f ii R^n»; * * Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados C O N C U R S O S Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 • "uma abordagem gerencial de uma organização centrada na qualidade, baseada na participação de todos os seus membros, buscando um sucesso de longo prazo através da satisfação de seus clientes e beneficiando todos os membros da organização e a sociedade." Figura 4 - Definição de Gestão da Qualidade Total. Fonte: (ISO8402) apud (Dale, 1999) Desta forma, os funcionários do setor financeiro, do setor de segurança, dentre outros setores, devem compreender como suas atividades contribuem para que a organização tenha qualidade e satisfaça seus clientes. A Gestão da Qualidade Total deve gerar, através da melhoria contínua de seus processos de trabalho, o comprometimento de uma organização com a qualidade24. Principais Autores ou "Gurus" da Qualidade W alter S hew art Shewart foi um dos pioneiros no estudo da gestão da qualidade e foi também grande inspirador de Deming e Juran, os mais conhecidos "gurus" da qualidade. Ele é hoje conhecido como o introdutor do controle estatístico da Qualidade. Como engenheiro, ficou também conhecido pelo seu trabalho na companhia Bell Telephone Industries. Nessa empresa, em que trabalhou por mais de trinta anos, desenvolveu muitas técnicas de gestão da qualidade. Dentre os impactos dos seus estudos na gestão qualidade, temos o ciclo PDCA e o gráfico de controle. O segundo iremos conhecer quando chegarmos no tópico das ferramentas da qualidade. Abaixo, vamos conhecer o ciclo PDCA. 24 (Daft, 2005) Prof. Rodrigo Rennó w w w .estrateg iaconcursos.com .br 22 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Ciclo D em ing ou PDCA Uma das ferramentas mais conhecidas e utilizadas na gestão da qualidade, o ciclo PDCA (ou ciclo de Shewart ou Deming), auxilia o gestor na busca de uma melhoria contínua dos processos de trabalho. Seu objetivo principal é a simplificação deste processo de melhoria. Como são apenas quatro "passos", cada funcionário pode visualizar o funcionamento da ferramenta e conseguirá auxiliar na gestão da qualidade das empresas. Seu criador foi mesmo Shewart. Ele buscou gerar uma ferramenta que possibilitasse aos administradores a identificação dos problemas em um processo. Estes problemas seriam, então, vistos como uma oportunidade de melhoria e seriam enfocados continuamente pelos membros da organização. O foco central da ferramenta seria a busca por reduzir a diferença entre os requisitos e desejos dos clientes e o que o processo consegue "entregar", ou seja, seu desempenho. Esta ferramenta é chamada de ciclo porque deve ser continuamente refeita, reiniciada. A cada "passagem", os dados do último "ciclo" são utilizados como insumo da próxima passagem. A ferramenta enfatiza a melhoria contínua dos processos. As etapas do PDCA são: Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Planejar V_______________ • Estabelecemos os objetivos e as ações e métodos para que estes objetivos sejam alcançados r Executar V_______________ • Executamos o que foi planejado. Além disso, coletamos os dados para que possam ser analisados na próxima fase e treinamos os funcionários nas atividades e tarefas que devem executar. Verificar • Verificamos os resultados das ações. Para isso, utilizamos ferramentas para a tomada de decisão, como histogramas, diagramas de Ishikawa, cartas de controle, dentre outras Agir • Se os resultados forem bons, iremos padronizar as ações e dos planejamentos adotados. Se os resultados forem ruins, buscaremos as falhas e revisaremos o processo para evitar que os problemas voltem a acontecer. De acordo com Junior et Al25, "o ciclo PDCA é um método gerencial para a promoção da melhoria contínua e reflete, em suas quatro fases, a base da filosofia do melhoramento contínuo." Os passos principais da ferramenta podem ser visualizados no gráfico abaixo: 25 (Junior, Cierco, Rocha, Mota, & Leusin, 2008) Prof. Rodrigo Rennó w w w .estrateg iaconcursos.com .br 24 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM r Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 f à Plan - Planejar v_______________ j \ r Act - Do - Executar Agir ------ ..y _^___________ Check- Verificar___________ J Figura 5 - Passos do ciclo PDCA Um dos principais objetivos doPDCA é o de aumentar a previsibilidade nos processos organizacionais e, com isso, aumentar a chance de sucesso da empresa. Esta previsibilidade ocorre pela padronização dos processos de sucesso26. Deming. Este autor deu uma contribuição imensa para o movimento da gestão da qualidade no Japão nos anos 50 e 60 do século passado, após este país ter sua infraestrutura destruída na Segunda Guerra Mundial27. Ele foi convidado a visitar o país, pois suas empresas estavam com dificuldades para conseguir competir com seus competidores estrangeiros e precisavam utilizar seus recurso! do melhor modo possível para ganhar competitividade. Eles decidiram, assim, investir na gestão da qualidade. Os processos de trabalho seriam enfatizados de modo a entregar o melhor produto ou serviço para os clientes, com menos esforço. Para Deming, o cliente deve sempre ser o foco da gestão da qualidade. Como os desejos e necessidades dos clientes não ficam estáveis, também os parâmetros de qualidade devem evoluir. 26 (Junior, Cierco, Rocha, Mota, & Leusin, 2008) 27 (Junior, Cierco, Rocha, Mota, & Leusin, 2008) Prof. Rodrigo Rennó w w w .estrateg iaconcursos.com .br 25 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Este autor criou os princípios da qualidade, que são muito cobrados em provas de concurso. De acordo com Deming, existem 14 princípios28: 1. Criar uma constância de propósito de aperfeiçoamento do produto e do serviço, a fim de torná-los competitivos, perpetuá-los no mercado e gerar empregos; 2. Adotar a nova filosofia. Vivemos numa nova era econômica. A administração ocidental deve despertar para o desafio, conscientizar-se de suas responsabilidades e assumir a liderança em direção à transformação; 3. Acabar com a dependência de inspeção para a obtenção da qualidade. Eliminar a necessidade da inspeção em massa, priorizando a internalização da qualidade do produto; 4. Acabar com a prática de negócio compensador baseado apenas no preço. Em vez disso, minimizar o custo total. Insistir na ideia de um único fornecedor para cada item, desenvolvendo relacionamentos duradouros, calcados na qualidade e na confiança; 5. Aperfeiçoar constante e continuamente todo o processo de planejamento, produção e serviço, com o objetivo de aumentar a qualidade e a produtividade e, consequentemente, reduzir os custos; 6. Fornecer treinamento no local de trabalho; 7. Adotar e estabelecer liderança. O objetivo da liderança é ajudar as pessoas a realizar um trabalho melhor. Assim como a liderança dos trabalhadores, a liderança empresarial necessita de uma completa reformulação; 8. Eliminar o medo; 9. Quebrar barreiras entre os departamentos. Os colaboradores dos setores de pesquisa, projetos, vendas, compras ou produção devem traffiilhar em equipe, tornando-se capazes de antecipar problemas que possam surgir durante a produção ou durante a utilização dos produtos ou serviços; 10. Eliminar slogans, exortações e metas dirigidas aos empregados; 11. Eliminar padrões artificiais (cotas numéricas) para o chão de fábrica, a administração por objetivos (APO) e a administração através de números e metas numéricas; 28 (Deming, 1990) apud (Junior, Cierco, Rocha, Mota, & Leusin, 2008) Prof. Rodrigo Rennó w w w .estrateg iaconcursos.com .br 26 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 12. Remover barreiras que despojem as pessoas de orgulho no trabalho. A atenção dos supervisores deve voltar-se para a qualidade e não para números. Remover as barreiras que usurpam dos colaboradores das áreas administrativas e de planejamento/engenharia o justo direito de orgulhar-se do produto de seu trabalho. Isto significa a abolição das avaliações de desempenho ou de mérito e da administração por objetivos ou por números; 13. Estabelecer um programa rigoroso de educação e auto- aperfeiçoamento para todo o pessoal; 14. Colocar todos da empresa para trabalhar de modo a realizar a transformação. A transformação é tarefa de todos. Juran Outro dos grandes nomes da gestão da qualidade, Joseph Juran era romeno, mas viveu radicado nos Estados Unidos. Foi também um dos impulsionadores da revolução da qualidade no Japão no pós guerra. Seu trabalho influenciou tremendamente a gestão da qualidade. Sua obra mais famosa foi o livro: "Quality Control Handbook", publicado em 1951. Ele foi criador do Instituto Juran e trabalhou muitos anos como professor e consultor nessa área. Como exemplos dos impactos de seu trabalho na gestão da qualidade, podemos citar a "trilogia da qualidade", além da mudança do enfoque da gestão da qualidade (do plano operacional para o plano estratégico). A trilogia da qualidade de Juran tem três princípios: planejamento, controle da qualidade e aperfeiçoamento. Abaixo, podemos ver cada um deles: Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 f \ Planejamento • identificação das necessidades dos clientes; projetar produtos adequados a esses clientes e planejar processos adequados a estes mesmos produtos ^--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- — ' Controle da Qualidade • buscaríamos avaliar o desempenho real da qualidade na organização; comparar esse desempenho com as metas e propor medidas corretivas, quando necessário - — — - -------------- - W J Aperfeiçoamento • Determinar o que é necessário para melhorar continuamente a qualidade; detalhar seus responsáveis e treinar, motivar e apoiar as equipes. Figura 6 - Trilogia da Qualidade de Juran F eigenbaum Feigenbaum trabalhou muitos anos na empresa GE e trouxe como contribuição para a gestão da qualidade os conceitos dos custos da qualidade e de que a gestão da qualidade deve ser um esforço sistêmico. De acordo com ele, a gestão da qualidade deve compreender os custos envolvidos e derivados da produção sem qualidade. Assim, existiriam diversos custos relacionados com a garantia da qualidade e com a falta de qualidade dentro em uma empresa. Os principais custos seriam os seguintes: Custos da Qualidade • Custos da Prevenção • Custos da Avaliação • Custos das falhas internas • Custos das falhas externas Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Além disso, ele identificou o problema dos esforços sistêmicos na gestão da qualidade. Para ele, todos os setores devem estar envolvidos na busca pela qualidade, e não apenas alguns. Sem o envolvimento de todos, a qualidade total nunca seria alcançada e os resultados seriam decepcionantes. Ele também afirmava que a participação e o conhecimento do sistema de qualidade por parte dos gestores da organização deveriam ser enfatizados, pois eram fatores primordiais. Sem que os principais administradores conheçam este sistema, o busca pela qualidade perderia impulso. A comunicação das ações do sistema de gestão da qualidade aos funcionários seria falha e sua implementação não teria sucesso. Crosby Outro dos "gurus da qualidade", Crosby foi um grande escritor americano que trouxe o conceito de "defeito zero",ou seja, de que não podemos aceitar os "padrões de qualidade". O objetivo é não ter nenhum defeito. De acordo com ele29, para obtermos qualidade não podemos "aceitar" que existam pequenas falhas. Para o autor, devemos buscar o "zero defeito": "O propósito da qualidade não é acomodar as coisas erradas, é eliminá-las para evitar tais situações. É exatamente a mesma coisa das falhas de soldagem que encontrei quando trabalhava na Martin. Enquanto mantínhamos um nível aceitável delas, elas existiam, quando se tornaram inaceitáveis, desapareceram." Com isso, ele trouxe o conceito de que todos nós devemos "fazer certo desde a primeira vez". Não seria aceitável produzir bens defeituosos e depois descarta-los. Deveríamos nos preocupar em assegurar que nossos processos de trabalho tenham sempre qualidade. 29 (Crosby, 1990) Prof. Rodrigo Rennó w w w .estrateg iaconcursos.com .br 29 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Ishikaw a Este teórico japonês, Kaoru Ishikawa, foi um discípulo dos gurus norte-americanos. Ele traduziu muitas destas teorias americanas para o contexto e a realidade do Japão. Além disso, criou suas próprias ferramentas. Como exemplo do impacto do seu trabalho, temos a difusão dos círculos da qualidade (CQC, grupos pequenos de empregados que conduzem o controle da qualidade. democratizando a sua gestão). Outro impacto importante foi a criação da ferramenta que muitos associam ao seu nome: o diagrama de causa e efeito. Ferramentas de gestão da qualidade Existem diversas ferramentas para a gestão da qualidade. Sete delas são mais utilizadas e muitas bancas de concursos cobram seu conhecimento. Elas são instrumentos que facilitam o monitoramento e a melhoria dos processos de trabalho. As principais são: diagrama de causa e efeito, folha de verificação, histograma, gráfico de Pareto, diagrama de correlação, fluxograma e gráfico de controle. Cada ferramenta tem um objetivo e uma função específica na gestão da qualidade, mas são utilizados de modo simultâneo em muitas situações. Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Ferramentas Diagrama de Causa e Efeito Principal Função Levantar possíveis causas para problemas Coletar dados relativos à não conformidade de um produto Identificar com que frequência certo dado aparece em um conjunto de dados Distinguir, entre os fatores, os essenciais e os secundários Estabelecer correlação entre duas variáveis Descrever processos t Analisar a variabilidade dos processos Figura 7 - Ferramentas da Qualidade. Adaptado de Mello (2012) apud (Rennó, 2013) D iagram a de Causa e Efeito Este diagrama é utilizado quando precisamos estudar as possíveis causas de um problema. Ele é chamado de "causa e efeito" exatamente por isso - nos auxilia a entender essa relação entre as causas e os efeitos. Para a gestão da qualidade, ele é muito importante para que os envolvidos no problema possam visualizar todos os fatores que podem estar provocando os defeitos. Vamos imaginar um caso prático? Uma secretaria de trânsito está buscando estudar as causas dos acidentes de trânsito. Muitos aspectos podem gerar acidentes, não é mesmo? Poderíamos citar, por exemplo, as vias sem conservação, motoristas embriagados, falta de sinalização, falta de policiamento na área como alguns destas possíveis causas. O diagrama de "causa efeito" (ou Ishikawa, seu criador) possibilita a estruturação e a hierarquização destas possíveis causas. Sabendo quais são as principais causas, podemos atuar para reduzir estas causas, evitando muitos dos seus efeitos, como os defeitos no processo produtivo. Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Estratégia C O N C U R S O S ^ citado: Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Abaixo, podemos ver um exemplo deste diagrama, com o exemplo Figura 8 - Gráfico de Ishikawa Assim sendo, quando utilizamos este diagrama, conseguimos estruturar as causas prováveis de um efeito ou problema. Folha de Verificação A folha de verificação é um instrumento muito simples. Ela nada mais é do que uma relação de "eventos" e a descrição de quantas vezes cada um deles "aconteceu". Na sua aplicação prática, um funcionário apenas vai somando quantas vezes cada defeito ocorreu em um formulário ou planilha eletrônica. Assim, a folha de verificação é uma ferramenta de coleta de dados de uma situação específica, normalmente um processo produtivo. Para entendermos melhor o que está causando os problemas na cadeia produtiva, precisamos saber mais sobre estes fatores. Portanto, a folha de verificação seria a primeira ferramenta a ser utilizada na Gestão da Qualidade. Os dados coletados por essa ferramenta são depois usados pelas outras ferramentas. Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Abaixo, teríamos um exemplo de uma folha de verificação: Estratégia C O N C U R S O S ^ Figura 9 - Exemplo de folha de verificação. No caso do exemplo acima, teríamos uma boa noção de quais são os defeitos no processo produtivo. A pintura (tinta borrada) foi o problema que mais vezes ocorreu neste processo produtivo. Uma informação como essa seria posteriormente utilizada para que a equipe procurasse entender o que está gerando estes defeitos no produto e melhorar a qualidade. H istogram a O gráfico chamado de Histograma nada mais é do que um gráfico de barras, muito conhecido por aqueles que trabalham diariamente com planilhas eletrônicas (como o MS Excel). Esta ferramenta serve para que o gestor possa facilmente interpretar uma lista de frequência. Quando este administrador receber a folha de verificação, por exemplo, irá transformá-la em um gráfico de barras - o Histograma. Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Figura 10 - Exemplo de gráfico histograma Este gráfico facilita a visualização dos aspectos que devem ser enfatizados na busca da qualidade. Quando a lista de frequência é grande, com muitos itens, o gráfico é uma ferramenta adequada para a análise destes dados de um modo mais rápido. Gráfico de P areto O gráfico de Pareto é uma das ferramentas mais utilizadas na tomada de decisão e na gestão da qualidade das organizações. Ele é baseado no princípio de Pareto. Este princípio foi desenvolvido por Vilfredo Pareto no Século XIX30, mas é amplamente usado atualmem te. Este gráfico é excelente para que os gestores consigam identificar os itens importantes em um determinado problema. Ele também é conhecido como a regra do "80/20". Pareto trouxe a noção de que, normalmente, poucos itens ou fatores geram a maioria dos efeitos ou impactos. Para ele, 20% dos fatores gerariam 80% dos efeitos (por isso a regra do "20-80"). Os demais fatores (80%) seriam relativamente insignificantes, resultando em uma pequena parcela dos resultados. 30 (Junior, Cierco, Rocha, Mota, & Leusin, 2008) Prof. RodrigoRennó www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Na prática, este gráfico nos auxilia a entender quais são os fatores que devem ser priorizados. Dentre os casos práticos, teríamos: a gestão de estoque em uma loja, a taxa de criminalidade de acordo com regiões, a taxa de mortalidade de acordo com o tipo de doenças, dentre diversas outras. De acordo com Pareto, o gestor deveria focar seus esforços naqueles poucos itens que geram a maioria dos impactos. Se cerca de vinte ruas concentram 80% dos assaltos, o policiamento destas áreas deve ser reforçado, por exemplo. O mesmo poderia ser dito da gestão de estoques em uma loja. Se cerca de trinta itens concentram 80% das vendas, eles devem estar bem posicionados na prateleira e não podem faltar. No caso da saúde, as principais doenças (que geram a maior parte das mortalidades) poderiam ser enfatizadas. A maior parte dos recursos de pesquisa deveriam ser alocadas no estudo destas doenças, por exemplo. Um gráfico de Pareto se assemelha ao exemplo abaixo: Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Figura 11 - Gráfico de Pareto D iagram a de Correlação ou D ispersão Esta ferramenta possibilita a correlação entre fatores diferentes. Ou seja, ela auxilia um gestor na análise do efeito em um fator quando o outro fator é alterado. Deste modo, o gráfico nos deixa ver como a alteração em um aspecto do problema afeta o outro. Na prática, esta ferramenta serve para que possamos saber quais são os fatores que devem ser melhorados em um processo ou problema público. Como exemplos, teríamos a análise de quais fatores geram uma melhora na mortalidade infantil em uma cidade, quais os fatores geram a redução nos defeitos de uma linha de montagem, quais são os métodos de ensino que melhoram (ou não) os resultados dos alunos, dentre outros. Assim, este gráfico demonstraria se existe ou não uma correlação entre os fatores. Se os pontos ficarem muito "espalhados", não existiria uma correlação forte. O contrário indicaria que esta correlação existe. Abaixo, temos um exemplo deste tipo de gráfico. Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Figura 12 - Gráfico de dispersão. Fonte: (Rennó, 2013) Fluxogram a Como a gestão da qualidade está focada na melhoria e padronização dos processos de trabalho, uma das ferramentas mais utilizadas é exatamente o fluxograma. Esta ferramenta possibilita o mapeamento e redesenho dos processos, de um modo fácil e simples. Além disso, um processo "mapeado" facilita a análise de seus passos e dos seus "gargalos". Através da utilização de diversos símbolos padronizados, chamados de notações, conseguimos descrever todas as etapas e decisões envolvidas em um processo. Com isso, podemos propor melhorias e mudanças. Abaixo podemos ver um exemplo de fluxograma: Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Figura 13 - Exemplo de Fluxograma Gráfico de C ontrole Quando um gestor trabalha com "padrões de qualidade", costuma utilizar esta ferramenta. O gráfico de controle é utilizado para que possamos analisar a variabilidade de um processo. O primeiro passo é definir quais seriam os limites mínimos e máximos esperados de um processo. Sempre que o resultado sair daquela faixa de resultados esperados, teríamos que analisar porque isso aconteceu. Podemos ver um exemplo desta ferramenta abaixo: Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Figura 14 - Gráfico de Controle. Fonte: (Rennó, 2013) Neste exemplo, os meses de fevereiro e setembro teriam apresentado resultados "fora" do padrão e deveriam ser estudados mais a fundo. Assim sendo, o gráfico de controle facilita a identificação de algum fator que esteja impactando o processo de produção, por exemplo. Sempre que os resultados valores estiverem dentro da faixa esperada, poderíamos considerar que o processo está "sob controle". Modelo do Gespública O termo excelência remete à qualidade, que no caso do setor público está relacionado à qualidade na prestação de serviços públicos à população. De acordo com o Gespública31, "Excelência em gestão pública pressupõe atenção prioritária ao cidadão e à sociedade na condição de usuários de serviços públicos e destinatários da ação decorrente do poder de Estado exercido pelas organizações públicas. As organizações públicas, mesmo as que prestam serviços exclusivos de Estado, devem submeter-se à avaliação de seus usuários, obter o conhecimento necessário para gerar produtos e serviços de valor para esses cidadãos e, com isso, proporcionar-lhes maior satisfação. Esse fundamento envolve não apenas o cidadão individualmente, mas também 31 (Ministério do Planejamento, Prêmio Nacional de Gestão Pública - PQGF; Instrução para Avaliação da Gestão Pública, 2007) Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 todas as formas pelas quais se faça representar: empresas, associações, organizações e representações comunitárias." Portanto, quando falamos de excelência nos serviços públicos, estamos nos referindo a um serv iço púb lico de qua lidade à sociedade em geral. Desta forma, devemos saber quais são as necessidades dos cidadãos e buscar atendê-los da melhor forma possível. Desde o in íc io da década de 90, existem program as que buscam a evo lução da qua lidade na adm in istração púb lica32. O primeiro passo ocorreu no governo Collor, com a criação do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade - PBQP. Este programa tinha o objetivo de aumentar a competitividade das empresas brasileiras dentro de um cenário de abertura comercial, pois existia a preocupação de que o setor privado não estivesse em condições de igualdade com os concorrentes de outros países neste aspecto (qualidade). Dentro deste programa, foi incluído também o setor público no subprograma - Programa da Qualidade no Setor Público - PQSP (que acabou depois sendo transformado em um programa separado). Neste prim eiro momento, o foco era a m elhoria dos processos. No governo Fernando Henrique Cardoso, o PQSP foi transformado no Programa da Qualidade e Participação da Administração Pública (QPAP). Este program a tinha um foco nas ferram entas da gestão da qua lidade e com o objetivo de m odern izar o apare lho estatal. Cabe lembrar que no governo FHC ocorreu um grande esforço para introduzir a administração gerencial. No caderno MARE n°4, que analisa o programa de qualidade (em 1997), fica bem claro esta preocupação do governo com a mudança de paradigma33, "O Programa da Qualidade e Participação na Administração Pública é o principal instrumento de aplicação do Plano Diretor daReforma do Aparelho Estado, propondo-se a introduzir no Setor Público as mudanças de valores e comportamentos preconizados pela Administração Pública Gerencial, e, ainda, viabilizar a revisão dos processos internos da Administração Pública com vistas à sua maior eficiência e eficácia." Naquele momento, após sete anos da introdução do PBQP, a avaliação que se fazia era de que o setor público não tinha acompanhado 32 (Ferreira, 2009) 33 (Brasil, 1997) Prof. Rodrigo Rennó w w w .estrateg iaconcursos.com .br 40 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 o dinamismo do setor privado. Entretanto, entendia-se que existiam progressos a serem comemorados. De acordo com a mesma publicação, "Entretanto, ainda que considerada a debilidade do desempenho no setor público frente aos resultados da iniciativa privada, o saldo alcançado pelos esforços de sensibilizar as organizações públicas foi positivo. A posição, hoje, não é mais de marco zero, registrando-se inúmeras instituições públicas federais, estaduais e municipais que já aderiram à prática de implantar programas de Qualidade, recebendo, por isso, manifestação positiva da sociedade." Em 2000, ainda no governo FHC, foi criado o Programa da Qualidade no Serviço Público - PQSP, inserindo o foco na satisfação dos cidadãos (usuárjos dos serviços públicos). Finalmente, em 2005, foi instituído o atual GESPÚBLICA, Program a Nacional de Gestão Púb lica e Desburocratização, unificando desta forma o programa de qualidade com o de desburocratização (que tem raízes no governo de Juscelino Kubitschek - Comissão de Simplificação Burocrática de 1956)34. Podemos ter uma ideia melhor da evolução dos programas de qualidade no gráfico abaixo: 1990__ Sub Programa da Qualidade e Produtividade na Administração Pública 1996__ QPAP Programa da Qualidade e Participação na Administração Pública Gestão de processos. Gestão resultados 2000__ PQSP Programa da Qualidade no Serviço Público Qualidade do atendimento ao cidadão 2 0 0 5 . . . GESPÚBLICA Programa Nacional de Gestão Pública e Desbutocrati- zação Gestão por resultados orientada para o cidadão Figura 15 - Evolução dos Programas de Qualidade no Setor Público. Fonte: Gespública O GESPÚBLICA35, criado pelo Decreto n°5.378, detalha em seu artigo n°2 os seus objetivos: "Art. 2° O GESPÚBLICA deverá contemplar a formulação e implementação de medidas integradas em agenda de transformações da 34 (Ferreira, 2009) 35 (Ministério do Planejamento, Prêmio Nacional da Gestão Pública - PQGF; Instruções para Avaliação da Gestão Pública - 2008/2009, 2008) Prof. Rodrigo Rennó w w w .estrateg iaconcursos.com .br 41 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 gestão, necessárias à promoção dos resultados preconizados no plano plurianual, à consolidação da administração pública profissional voltada ao interesse do cidadão e à aplicação de instrumentos e abordagens gerenciais, que objetivem: I - eliminar o déficit institucional, visando ao integral atendimento das competências constitucionais do Poder Executivo Federal; II - promover a governança, aumentando a capacidade de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas; III - promover a eficiência, por meio de melhor aproveitamento dos recursos, relativamente aos resultados da ação pública; IV - assegurar a eficácia e efetividade da ação governamental, promovendo a adequação entre meios, ações, impactos e resultados; e V - promover a gestão democrática, participativa, transparente e ética." Na busca destes objetivos, o GESPÚBLICA elaborou o Modelo de Excelência em Gestão Pública - MEGP. Este modelo tem como base os princípios constitucionais da administração pública e, como pilares, os fundamentos da excelência gerencial36. O GESPÚBLICA explicita os nossos "famosos" princípios constitucionais desta forma37: 36 (Ministério do Planejamento, Prêmio Nacional da Gestão Pública - PQGF; Instruções para Avaliação da Gestão Pública - 2008/2009, 2008) 37 (Ministério do Planejamento, Prêmio Nacional da Gestão Pública - PQGF; Instruções para Avaliação da Gestão Pública - 2008/2009, 2008) Prof. Rodrigo Rennó w w w .estrateg iaconcursos.com .br 42 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência •Estrita obediência à lei. Nenhum resultado poderá ser considerado bom, nenhuma gestão poderá ser reconhecida como de excelência à revelia da lei. •Não fazer acepção de pessoas. O tratamento diferenciado restringe-se apenas aos casos previstos em lei. A cortesia, a rapidez no atendimento, a confiabilidade e o conforto são requisitos de um serviço público de qualidade e devem ser prestados a todos os cidadãos- usuários indistintamente. •Pautar a gestão pública por um código moral. Não se trata de ética (no sentido de princípios individuais, de foro íntimo), mas de princípios morais de aceitação pública. •Ser transparente, dar publicidade aos fatos e dados. Essa é uma forma eficaz de indução ao controle social. •Fazer o que precisa ser feito com o máximo de qualidade ao menor custo possível. Não se trata de redução de custo de qualquer maneira, mas de buscar a melhor relação entre qualidade do serviço público prestado e o correspondente gasto público exigido. Já os pilares do MEGP, fundamentos da excelência gerencial, são descritos pelo GESPÚBLICA do modo abaixo38: Pensam ento s istêm ico - Entendimento das relações de interdependência entre os diversos componentes de uma organização, bem como entre a organização e o ambiente externo, com foco na sociedade. Aprend izado organ izaciona l - Busca contínua e alcance de novos patamares de conhecimento, individuais e coletivos, por meio da percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de informações e experiências. Cultura da Inovação - Promoção de um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação de novas ideias que possam gerar um diferencial para a atuação da organização. Liderança e constância de propósitos - A liderança é o elemento promotor da gestão, responsável pela orientação, estímulo e comprometimento para o alcance e melhoria dos resultados organizacionais e deve atuar de forma aberta, democrática, inspiradora e 38 (Ministério do Planejamento, Prêmio Nacional da Gestão Pública - PQGF; Instruções para Avaliação da Gestão Pública - 2008/2009, 2008) Prof. Rodrigo Rennó w w w .estrateg iaconcursos.com .br 43 de 70 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM Administração Pública p/ AFRFB Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes - Aula 10 motivadora das pessoas, visando ao desenvolvimento da cultura da excelência, à promoção de relações de qualidade e à proteção do interesse público. É exercida pela alta administração, entendida como o mais alto nível gerencial e assessoria da organização. O rientação por processos e in form ações - Compreensão e segmentação do conjunto das atividades e processos da organização que agreguem valor às partes interessadas, sendo que a tomada de decisões e a execução de ações devem ter como base a medição e análise do desempenho,
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