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raciocinio_logico_m06 A2

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1 
Módulo 6 - A argumentação 
 
Prezado aluno, 
Neste módulo, trabalharemos um conceito bastante presente em nosso cotidiano, 
embora não nos demos conta disso: a argumentação, a arte de elaborar argumentos 
convincentes. Argumentar é, Argumentar é, antes de tudo, persuadir, convencer. 
Convence bem quem sabe jogar com os elementos apropriados. Vamos ver como isto 
se dá na prática. 
 
Objetivos: 
Esperamos que ao final dos estudos você seja capaz de entender o conceito de 
argumento; apreender a estrutura básica do argumento; perceber sua 
empregabilidade no cotidiano; perceber o que torna um argumento consistente; 
entender a importância da argumentação quando defendemos determinada posição e 
elaborar corretamente argumentos de vários tipos. 
 
A argumentação 
 
Definição 
Um argumento é, em geral, um raciocínio mediante o qual se pretende provar ou 
refutar uma tese, convencendo alguém da verdade ou falsidade da mesma. 
 
Os argumentos são, em síntese, recursos linguísticos que visam à persuasão, ao 
convencimento. O argumento não é uma prova inequívoca da verdade. Argumentar 
não significa impor uma forma de demonstração, como nas ciências exatas. O 
argumento implica um juízo do quanto é provável ou razoável. Argumentar, portanto, 
é o processo de chegar a conclusões, persuadir, convencer os demais a aceitar 
essas conclusões. 
 
Veja o exemplo! 
Vamos supor que você e seus amigos estão decidindo que passeio farão no fim de 
semana. Você adora praia e, fazendo bom tempo, esta é a sua proposta para o 
grupo. Outro colega, porém, prefere ir ao shopping. Que tipo de argumento você 
poderia usar para convencer os demais? Eis algumas sugestões: 
 
- Ir à praia é um excelente meio de relaxar do estresse do dia a dia: toma-
se sol, nada-se, paquera-se etc. 
 
- Vocês já passam boa parte da semana em ambientes fechados, no 
trabalho ou na própria faculdade. Não seria o caso de buscar ambientes abertos 
nos fins de semana? 
 
- Por fim, a praia costuma ser um programa mais barato: um sanduíche 
natural, uma cervejinha, uns tira-gostos, e a questão está resolvida. No shopping, 
todos acabam gastando mais, com lanches, ingressos de cinema, estacionamento 
e assim por diante. 
 
E então, quem venceu no final? Quem tem os argumentos mais convincentes, é 
lógico! Saber argumentar acaba ajudando a ter um bom desempenho em seu dia 
a dia. 
 
 
2 
 
Além do que foi exposto antes, é bom saber que há diferentes maneiras de expor 
uma opinião. Vamos ver as mais comuns no exercício que se segue. É fácil! Basta 
ler com calma as proposições dos exercícios propostos. Para realizar os 
exercícios, acesse em Acessórios as Ativ_Mód 6 
 
Que tal, agora, discutirmos um pouco mais a fundo como podemos elaborar 
argumentos? O texto que se segue dá boas pistas sobre isso. 
 
Como elaborar argumentos 
 
Os argumentos podem apoiar-se em dois métodos: o método indutivo, que parte 
do particular para o geral, e o método dedutivo, que parte do geral para o 
particular. 
 
O método indutivo vai do efeito à causa. Se vemos o chão molhado, deduzimos 
que choveu. Partimos sempre de dados apreendidos por nossos sentidos ou 
tomamos conhecimento dos dados por meio de um testemunho autorizado. O 
método indutivo apresenta falhas que impedem que cheguemos a conclusões 
definitivas – o chão molhado que vimos pode estar assim em razão não da 
chuva, mas de um carro-pipa que tenha molhado a rua ou de um vazamento de 
um cano. Assim, uma das primeiras providências que devemos tomar é tentar 
reunir o maior número possível de fatos para que a conclusão seja mais segura, 
mas sem garantia absoluta. 
 
A indução pode ser dividida em três subtipos: a generalização, a relação 
causal e a analogia. Veja cada uma delas: 
 
A generalização é uma conclusão sobre um conjunto a partir do estudo de 
alguns indivíduos; apesar de bastante útil, corre o risco de se tornar falsa 
quando apoiada em poucos exemplos. É o que ocorre, por exemplo, quando 
dizemos que todos os japoneses são inteligentes. Com quantos japoneses 
tivemos, de fato, contato? 
 
A relação causal estabelece a ligação entre dois fatos e conclui que um é a 
causa do outro. Essas causas podem ser necessárias (quando estão presentes, 
o efeito ocorre, como quando vemos nuvens escuras e afirmamos que vai 
chover), suficientes, quando podem produzir um efeito involuntário, (como uma 
inundação, por exemplo, que decorresse daquela chuva) e contributivas, se 
ajudam o efeito a ocorrer, mas não podem sozinhas produzi-lo (como o vento 
que teria precedido a chuva em questão). 
 
A analogia combina generalização e relação causal, estabelecendo uma relação 
entre um efeito e uma causa hipotética. Por exemplo: o carro de meu vizinho 
começou a dar problemas na partida. Ele o levou ao mecânico e descobriu que a 
causa do problema havia sido combustível adulterado, que danificara vários 
sistemas do automóvel. Ora, meu carro começou a dar o mesmo problema e 
descobri, conversando com ele, que ambos abastecemos no mesmo posto. Por 
generalização (mais de um carro que abasteceu naquele posto apresentou 
problemas) e relação causal (o mesmo problema deve ter origem na mesma 
causa), chego à conclusão de que meu carro também foi afetado pelo bendito 
combustível adulterado. 
 
 
 
3 
O método dedutivo parte do geral para o particular, do abstrato para o 
concreto, da causa para o efeito. Por exemplo: observou-se, ao longo dos 
tempos, que todos os metais conduziam eletricidade. Logo, a conclusão lógica 
possível seria que todo metal é bom condutor de eletricidade. 
 
Vamos tentar distinguir melhor os diferentes tipos de argumentos resultantes 
do raciocínio indutivo? Vamos lá! Você vai ver que não tem mistério nenhum. 
Clique em Acessórios e realize as Atividades do Módulo 6 
 
Viu como é fácil distinguir as bases dos argumentos elaborados a partir de um 
raciocínio indutivo? 
 
Agora, trabalharemos outro tema bastante interessante: a contra-argumentação. 
Podemos começar? 
 
Consistência e evidência dos argumentos 
 
Percebeu o quanto caminhamos até aqui? Viu o quanto aprendemos neste processo? 
Agora, vamos para a parte final de nosso desafio: trabalhar a consistência dos 
argumentos que elaboramos e, principalmente, perceber o quanto é importante saber 
argumentar. Afinal, como dizem os juristas, ganha a contenda quem apresentar os 
argumentos mais convincentes. 
 
Consistência e evidência dos argumentos 
 
A argumentação sustenta-se em dois elementos principais: a consistência do 
raciocínio que o origina e a evidência das provas que lhe dão base. 
 
No primeiro caso, a argumentação deve basear-se nos princípios da lógica. Caso 
contrário, torna-se uma discussão estéril, um simples bate-boca, em que não é 
possível distinguir se alguém está com a razão. 
 
Quanto ao segundo caso, considera-se a evidência como o critério da verdade, a 
certeza a que se chega pelo raciocínio ou pela apresentação de fatos ou testemunhos. 
 
Veja um exemplo! 
Se eu quiser argumentar em torno da idéia de que os professores no Brasil não são 
valorizados adequadamente, basta apresentar argumentos apoiados em fatos como os 
baixos salários pagos à categoria, as más condições de trabalho em muitas escolas, a 
necessidade de ter mais de um emprego para manter um rendimento mínimo e assim 
por diante. 
 
Argumentação formal: a proposição 
 
A proposição, também chamada de declaração ou tese, é a ideia que você está 
defendendo com seu argumento. Em outras palavras, é o ponto de partida da 
argumentação que você vai formular. No exemplo anterior, sobre os professores, o 
ponto de partida foi a não-valorização desse profissional. A partir dessa proposição, 
selecionamos os argumentos que a apoiassem, ou seja, os baixos salários, as más 
condições de trabalho etc. 
 
 
 
4 
Vamos trabalhar a elaboraçãode bons argumentos? É só resolver, com calma e 
atenção, os exercícios de auto avaliação apresentados a seguir . Mãos à obra! 
 
EXERCÍCIO 
 
1. Abaixo há uma série de argumentos. Redija uma tese (ou proposição) 
adequada a cada conjunto. 
 
Conjunto 1 
a) Os restaurantes a quilo são mais baratos que os restaurantes à la carte. 
b) Os restaurantes a quilo oferecem maior variedade de comida que os à la carte. 
c) Os restaurantes a quilo oferecem maior rapidez no atendimento que os à la 
carte. 
 _______________________________________________________ Tese: 
 
 
Conjunto 2 
a) A correção de provas dá muito trabalho aos professores. 
b) As provas causam nervosismo aos alunos. 
c) As provas não avaliam adequadamente os alunos. 
 ________________________________________________________ Tese: 
 
Conjunto 3 
a) Carros importados não possuem assistência técnica. 
b) Carros importados têm impostos mais caros. 
c) Carros importados sofrem maior desvalorização. 
 _______________________________________________________ Tese: 
 
2. Sempre que passamos de uma premissa diretamente a uma conclusão, 
assumimos como verdadeira alguma ideia intermediária. Quais são as idéias 
assumidas como verdadeiras nos seguintes raciocínios? 
 
1. O motorista do carro da frente é uma mulher; é melhor ultrapassá-lo. 
 
2. Cheguei, em meu exercício, à mesma resposta dada pelo livro; acertei mais um! 
 
3. O sinal do colégio está tocando; estou atrasado! 
 
4. Minha mãe a viu com outro no cinema; vou terminar o noivado. 
 
5. O Ibope mostrou que o Flamengo é o time de maior torcida; vou ser 
flamenguista! 
 
6. O outdoor diz que este sabão é melhor. Minha roupa vai ficar mais branca. 
 
7. São cinco horas no meu relógio. Vou chegar atrasado à consulta. 
 
8. Ela me cumprimentou. Acho que não está mais zangada comigo. 
 
9. A médica recomendou este xarope. Ele vai ficar bom logo. 
 
 
 
5 
Percebeu que argumentos fazem parte de nosso dia a dia? Dominar a percepção e 
elaboração de argumentos nos torna, com certeza, usuários mais eficientes de 
nosso idioma. 
 
Tipos de argumentos e estratégias 
argumentativas 
 
A) Argumento pró-tese 
 
Caracteriza-se por ser extraído de fatos reais de conhecimento geral. A estrutura 
adequada para desenvolvê-lo seria: Tese + porque + e também + além disso. Cada um 
desses elos coesivos introduzem fatos distintos. 
 
Por exemplo, a necessidade de melhorar a cidade do Rio de Janeiro visando à 
realização da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016. Poderíamos, a partir 
desse fato, elaborar o seguinte argumento: 
 
Precisamos buscar de todas as formas resolver os principais problemas que o Rio 
apresenta, como transporte e segurança, porque receberemos milhares de turistas em 
ambas as ocasiões, e também o mundo todo estará de olho em nossa cidade por 
ocasião dos eventos esportivos; além disso, será uma ótima oportunidade para 
melhorar inclusive a vida dos próprios cariocas. 
 
B) De autoridade (ex auctoritate ou ab auctoritate) 
 
Argumento constituído com base nas fontes autorizadas, em pesquisas científicas 
comprovadas. 
 
Veja o exemplo! 
O Ministério da Saúde adverte: fumar faz mal à saúde. 
(Mensagem veiculada em maços de cigarro; neste caso, a autoridade que dá 
credibilidade ao argumento é o próprio Ministério da Saúde.) 
 
C) Argumento de senso comum 
 
Consiste no aproveitamento de uma afirmação que goza de consenso geral, que está 
amplamente difundido na sociedade. 
 
Exemplo: Quando ocorre um crime no qual uma mãe mata um filho, por exemplo, fica 
fácil argumentar em torno da condenação da acusada, uma vez que, perante o senso 
comum, trata-se de um crime sem perdão, pois uma mãe morre pelos filhos, mas não 
os mata. 
 
D) Argumento de causa e consequência 
 
Estabelece a relação de causalidade. São apresentadas as causas e as consequências 
de um ato praticado. 
 
 
 
6 
Exemplo: quando se defende a adoção de leis mais rígidas para motoristas que 
dirigem alcoolizados, em geral os argumentos utilizados associam o alcoolismo (causa) 
ao aumento de acidentes de trânsito (consequência). 
 
E) Argumento de prova 
 
É construído a partir de um indício extraído de um fato real. 
 
Exemplo: quando se comprova que o motorista responsável por um acidente estava de 
fato alcoolizado, fica fácil argumentar em torno de sua condenação, uma vez que há 
um fato real (o nível de álcool em seu sangue) que serve como prova para embasar a 
argumentação. 
 
Não foi fácil lidar com argumentos válidos e sua tipologia? Agora, vai ficar muito mais 
fácil defender suas opiniões com argumentos bem estruturados e variados, não é 
mesmo? 
 
No próximo tópico, apresentaremos um conceito novo: a contra-argumentação. Com 
isso, além de defender nossos próprios pontos de vista, aprenderemos a enfraquecer 
os argumentos contrários. Mãos à obra! 
 
 
7 
 
Argumentação e contra-argumentação 
 
Neste tópico, você estudará como contra-argumentar, ou seja, a dialogar com 
argumentos contrários à sua tese, visando enfraquecê-los ou até mesmo neutralizá-
los. Vamos lá! 
 
Argumentação e contra-argumentação 
 
Quando lidamos com a elaboração de argumentos, escrevendo um texto 
argumentativo ou participando de um debate, por exemplo, não podemos fingir que 
somos donos da verdade e que não há posições antagônicas às que estamos 
defendendo. Ao contrário, um bom argumentador antecipa os argumentos contrários 
que podem ser levantados contra a tese que está defendendo e busca neutralizá-los. 
 
Veja o exemplo abaixo: 
 
Vamos supor que você esteja participando de um debate cujo tema central é 
“Vestibular, um mal necessário”, e um de seus colegas, que defende o fim do 
vestibular, se sai com o seguinte argumento: 
 
O vestibular é injusto porque privilegia os candidatos pertencentes às classes mais 
favorecidas economicamente, uma vez que os candidatos que estudaram em escolas 
com infraestrutura deficiente, como as escolas públicas do Brasil, por mais que se 
esforcem, não têm condições de concorrer com aqueles que frequentaram bons 
colégios. 
 
Num primeiro momento, esse argumento parece imbatível, já que faz referência a uma 
realidade de nosso país, ou seja, a discrepância existente entre o ensino público e o 
privado, principalmente o das escolas tidas como de primeira linha. Mas é possível 
contra-argumentar, com base em outros fatos concretos. 
 
Observe a seguir! 
 
Mesmo que o acesso à universidade fosse facilitado para candidatos de condição 
econômica inferior, com a adoção de outras formas de seleção que não o vestibular, o 
problema não seria resolvido, pois a falta de um aprendizado sólido, no Ensino 
Fundamental e Médio, comprometeria o ritmo de aproveitamento desse aluno no curso 
superior. A questão, portanto, não seria eliminar o vestibular em si, mas as diferenças 
entre as escolas públicas e privadas; essas diferenças são as verdadeiras responsáveis 
pela seleção dos candidatos mais favorecidos economicamente. 
 
Percebeu como é importante saber contra-argumentar? Além de marcar sua posição, a 
contra-argumentação propicia um bom andamento para o debate, pois permite 
focalizar vários ângulos de uma mesma questão. 
 
Veja agora um uso criativo para a contra-argumentação, a partir de um caso real: 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Em 2005, em entrevista no Programa do Jô, a modelo Daniela Cicarelli admitiu 
roubar em jogos de cartas com amigos. Tentando fazer piada, ela completou: “Roubo 
profissionalmente. Parece que nasci em Brasília”. Embora Jô Soares, imediatamente, 
tentasse amenizar o clima, afirmando que a imensa maioria dos brasilienses não se 
enquadrava nessa categoria, o estrago estava feito. 
 
Houve, é claro, as reações inusitadas e ineficazes, como a de alguns deputados, 
que cogitaram declararDaniela persona non grata em Brasília. 
 
Mas a resposta mais inteligente veio da agência de publicidade Mr. Brain. 
Alguns dias depois, em letras garrafais, a agência veiculou um anúncio que dizia: 
“Toda modelo é burra”. E embaixo, em letras menores: "Daniela Cicarelli, viu como é 
injusto quando alguém generaliza uma opinião?". Ao lado da assinatura da agência, 
segue a mensagem: "Protesto de uma agência genuinamente brasiliense à declaração 
da modelo em entrevista no programa do Jô Soares afirmando que sabe roubar tão 
bem (no jogo) que parece ter nascido em Brasília." 
 
A resposta da agência, na verdade uma contra-argumentação à afirmativa de 
que quem rouba bem nasceu em Brasília, foi fantástica por dois motivos: primeiro, 
derrubou inteligentemente a afirmativa da modelo; segundo, por fazer uso do mesmo 
recurso que ela empregou, a generalização. Em resumo, Daniela acabou provando do 
próprio remédio. 
 
 
Se quiser ler na íntegra a matéria sobre a resposta da Mr. Brain à afirmativa de 
Daniela Cicarelli, é só clicar no link abaixo: 
http://www.adnews.com.br/publicidade.php?id=22082 
 
Agora, vamos pôr em prática nossa capacidade de contra-argumentação! 
 
Atividades de Auto - avaliação 
 
1. Os argumentos abaixo não estão bem estruturados. Alguns apresentam 
problemas de generalização excessiva, outros de erro de causa, outros ainda de falta 
ou impossibilidade de comprovação do que é declarado. Quando isso ocorre, fica mais 
fácil ainda contra-argumentar para derrubar tais afirmações. Elabore contra-
argumentos contra as declarações que se seguem: 
 
A) Se eu abrir uma exceção para você, deveria abrir também para João. Se abrir para 
João, devo abrir para André. E para Marcos também. Depois para Maria, Madalena 
etc. 
 
B) Os brasileiros gostam de praia, café, carnaval e futebol. 
 
C) A lei que reduz o porte de armas de fogo deve ser abolida, pois, desde que entrou 
em vigor, a criminalidade aumentou. 
 
D) Você confia num dentista que foi aprovado com média cinco no vestibular? 
 
E) A ingestão de vinho faz bem. 
 
 
 
9 
F) Dez milhões de pessoas não podem estar erradas. Junte-se à nossa igreja você 
também. 
 
G) A astrologia é uma arte adivinhatória praticada há milhares de anos no Oriente. 
Conta-se que os antigos reis da Babilônia teriam feito uso dela para saber os dias 
mais propícios para as batalhas. Até os antigos imperadores chineses recorriam aos 
astros para guiar seus passos no governo. É inadmissível que ainda hoje não a 
considerem uma ciência. 
 
H) Os índices de analfabetismo têm aumentado muito depois do advento da televisão. 
Obviamente ela compromete a aprendizagem. 
 
I) Espero que o senhor aceite meu trabalho, mesmo incompleto, e dê uma ótima nota, 
pois passei cinco noites sem dormir e ainda por cima cuidando de minha avó, que está 
muito doente. 
 
J) Professor, eu preciso tirar boa nota. Se eu aparecer em casa com nota tão baixa, 
minha mãe pode sofrer um ataque cardíaco. 
 
Viu com é interessante elaborar contra-argumentações? Elas podem ser muito úteis 
em nosso dia a dia, pois às vezes uma contra-argumentação adequada na hora certa 
pode nos livrar de problemas ou até mesmo contribuir para resolvê-los. 
 
Para terminar, que tal ler uma história envolvendo argumentação e contra-
argumentação? Ela circula pela internet sem autoria, pode mesmo ser encontrada em 
vários sites, mas é muito bem bolada e bastante conhecida pelos estudantes de 
Direito. Divirta-se! NÃO ADIANTA SER UM BOM ADVOGADO 
 
 
 
Não adianta ser um bom advogado 
 
Um réu estava sendo julgado por assassinato... Havia evidências indiscutíveis 
sobre sua culpa, mas o cadáver não aparecera. 
 
Quase ao final da sua sustentação oral, o advogado de defesa, temeroso de que 
seu cliente fosse condenado, recorreu a um truque: 
 
– Senhoras e senhores do júri, senhor Juiz, eu tenho uma surpresa para todos! 
– disse o advogado, olhando para o seu relógio... – Dentro de dois minutos, a pessoa 
que aqui se presume assassinada entrará na sala deste Tribunal. 
E olhou para a porta. 
 
Os jurados, surpresos, também ansiosos, ficaram olhando para a porta. 
Decorreram-se dois longos minutos e nada aconteceu. O advogado, então, completou: 
– Realmente eu falei e todos vocês olharam para a porta com a expectativa de 
ver a suposta vítima. Portanto, ficou claro que todos têm dúvida, neste caso, se 
alguém realmente foi morto. Por isso insisto para que vocês considerem o meu cliente 
inocente. (De acordo com o preceito “In dubio pro reo”, ou seja, em caso de dúvida, 
beneficia-se o réu). 
 
 
 
10 
Os jurados, visivelmente surpresos, retiraram-se para a decisão final. Alguns 
minutos depois, o júri voltou e pronunciou o veredicto: 
 
– Culpado! 
– Mas como? - perguntou o advogado... – Eu vi todos vocês olharem fixamente 
para a porta; é de se concluir que estavam em dúvida! Como condenar na dúvida? 
E o juiz esclareceu: 
– Sim, todos nós olhamos para a porta, menos o seu cliente... 
 
Moral da história: não adianta ser um bom advogado se o cliente for burro! 
 
 
 
 
 
Bem, aqui acaba nosso trabalho conjunto. Espero ter ajudado você a perceber e 
utilizar, com mais clareza, seus recursos linguísticos e de raciocínio. 
 
Aproveite bem suas novas habilidades. 
Boa sorte! 
Indo além 
Por fim, segue a sugestão de um site muito interessante. Nele você 
encontrará textos sobre lógica e temas afins, como inferências, 
silogismos, proposições e assim por diante. 
http://logicanet.wordpress.com/ 
	A) Argumento pró-tese
	C) Argumento de senso comum
	D) Argumento de causa e consequência
	E) Argumento de prova
	É construído a partir de um indício extraído de um fato real.

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