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17 - Raciocínio analítico e a argumentação O uso do senso crítico na argumentação Tipos de Argumentos argumentos falaciosos e apelativos

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Prof. Arthur Lima 
 Aula 15 
 
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Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 15 – Raciocínio 
Analítico 
Raciocínio Analítico, Matemática Financeira e 
Estatística para Auditor da área de Auditoria 
Governamental do TCU – 2019 
Prof. Arthur Lima 
Prof. Arthur Lima 
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Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 
Sumário 
RACIOCÍNIO ANALÍTICO ..................................................................................................................................... 3 
RACIOCÍNIO ANALÍTICO E ARGUMENTAÇÃO. RECONHECIMENTO DA ESTRUTURA DE ARGUMENTOS. ....... 3 
RACIOCÍNIO DEDUTIVO, INDUTIVO E ABDUTIVO ............................................................................................. 7 
Raciocínio dedutivo (argumentação por dedução) ............................................................................................. 7 
Raciocínio indutivo (argumentação por indução) ............................................................................................... 9 
Raciocínio adbutivo (argumentação por abdução) ........................................................................................... 11 
TIPOS DE ARGUMENTOS: ARGUMENTOS FALACIOSOS E APELATIVOS ........................................................ 12 
QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR ................................................................................................. 21 
LISTA DE QUESTÕES DA AULA ........................................................................................................................ 35 
GABARITO ....................................................................................................................................................... 41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Arthur Lima 
 Aula 15 
 
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Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 
Raciocínio Analítico 
 
Olá, tudo bem? Aqui é o professor Arthur Lima. 
É com muita alegria que inicio mais essa aula. 
Vamos tratar sobre os seguintes tópicos do seu edital neste encontro: 
 
Raciocínio analítico e argumentação. O uso do senso crítico na argumentação. 
Tipos de Argumentos: argumentos falaciosos e apelativos. 
 
Aproveito para lembrá-lo de seguir as minhas redes sociais e acompanhar de perto o trabalho que desenvolvo: 
 
 
RACIOCÍNIO ANALÍTICO E ARGUMENTAÇÃO. RECONHECIMENTO DA 
ESTRUTURA DE ARGUMENTOS. 
Como já esboçamos no estudo da lógica formal ou proposicional, um argumento é formado por: 
- um conjunto de premissas encadeadas logicamente; e 
- uma conclusão que, supostamente, derive daquelas premissas. 
 
As premissas, ou hipóteses, tem a função de fornecer evidências que fundamentem a conclusão obtida. 
A conclusão, por sua vez, é a ideia que se quer demonstrar ser correta, com base nas outras informações 
fornecidas (premissas). 
Portanto, fica claro que utilizamos um argumento quando queremos defender uma ideia, apresentar um 
ponto de vista. Nisto um argumento difere-se fundamentalmente de uma mera “proposição”. Observe a 
condicional abaixo: 
 
Se chove, José não vai à praia. 
 
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Isoladamente esta proposição não pode ser considerada um argumento, pois ela não está defendendo 
nenhuma ideia. Ela simplesmente apresenta uma informação. Por outro lado, esta mesma informação pode 
servir como premissa para um argumento. Veja o exemplo abaixo: 
 
Se chove, José não vai à praia. Ontem choveu. Logo, posso afirmar que ontem José não foi à praia. 
 
Aqui sim temos um argumento, pois o autor da fala acima pretendeu demonstrar uma ideia (que ele tem 
certeza de José não ter ido à praia ontem) e, para isto, forneceu hipóteses visando fundamentar esta conclusão. 
Em resumo, temos o argumento: 
 
Premissa1: Se chove, José não vai à praia. 
Premissa2: Ontem choveu. 
Conclusão: Logo, posso afirmar que ontem José não foi à praia. 
 
Em alguns casos, a conclusão pode ser enunciada já no início do argumento: 
O Brasil tem a melhor seleção de futebol do mundo, pois é a única que participou de todas as Copas e 
também é a que possui o maior número de títulos. 
 
Repare que foram fornecidas duas informações (ter participado de todas as Copas, e ter o maior número 
de títulos) que permitem inferir a conclusão sustentada, isto é, que o Brasil tem a melhor seleção. A estrutura 
do argumento seria, basicamente: 
 
Premissa1: A seleção brasileira é a única que participou de todas as Copas 
Premissa2: A seleção brasileira possui o maior número de títulos 
Conclusão: O Brasil tem a melhor seleção de futebol do mundo 
 
Neste momento não cabe entrarmos em discussões de mérito. Alguém poderia discordar do argumento 
acima, dizendo: “O Brasil só participou de todas as Copas porque ele está na América do Sul. Se ele disputasse as 
eliminatórias na Europa, duvido que teria participado de todas as edições”. Isto certamente enfraqueceria o 
argumento inicial mas, ainda que frágil, ele continua sendo um argumento, pois tem premissas e conclusão. 
A conclusão poderia ainda estar no meio do argumento. Observe: 
Os serviços públicos no Brasil são muito ruins, de modo que a tributação no Brasil é injusta. Basta lembrar 
que temos uma das mais altas cargas tributárias do mundo. 
 
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Qual a ideia defendida neste argumento? “A tributação no Brasil é injusta”. Esta é a conclusão! E quais os 
dados fornecidos como suporte à esta conclusão? São as duas premissas: 
- Os serviços públicos são muito ruins 
- A carga tributária no Brasil é uma das mais altas do mundo 
 
Em diversas questões será essencial localizar a conclusão e as premissas do argumento. Só assim você 
poderá avaliá-lo corretamente. A principal forma de encontrá-las é lembrando das definições de premissas e 
conclusão, como vimos acima. Entretanto, em muitos casos existem algumas palavras típicas na introdução de 
uma premissa ou de uma conclusão: 
 
- Indicadores de premissas: “pois”, “porque”, “dado que”, “visto que”, “tanto que” etc. 
 
- Indicadores de conclusão: “assim”, “logo”, “deste modo”, “podemos concluir”, “daí”, 
“consequentemente”, “segue que” etc. 
 
Observe ainda que algumas premissas podem ser apresentadas na forma de perguntas retóricas: 
 
É razoável a existência de várias pessoas que jamais frequentam a igreja mas, ainda assim, batizam os seus 
filhos. Popularmente o batismo é visto como uma forma de proteção. Afinal, quem quer arriscar a vida do próprio 
filho? 
 
Repare que a pergunta retórica (“quem quer arriscar a vida do próprio filho?”) é uma das premissas, que 
poderia ser substituída pela afirmação “Ninguém quer arriscar a vida do próprio filho”. Assim, teríamos a 
estrutura: 
 
Premissa1: Ninguém quer arriscar a vida do próprio filho. 
Premissa2: Popularmente o batismo é visto como uma forma de proteção. 
Conclusão: É razoável a existência de várias pessoas que jamais frequentam a igreja mas, ainda assim, 
batizam os seus filhos. 
 
Observe essa questão, que aborda de uma maneira um pouco diferente a identificação de estrutura de 
um argumento. 
 
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FGV – CEAG-SP – 2012) O envelhecimento da população e a dificuldade de exportar produtos e serviços para 
outras regiões do mundo contribuem com o agravamentoda crise econômica de alguns países da União 
Europeia. A dificuldade desses países para articular políticas públicas de ajuste econômico com apoio popular 
intensifica esse fenômeno. 
Qual das alternativas abaixo mais se aproxima da lógica de argumentação apresentada no texto acima? 
A) A prática de esportes e uma alimentação saudável contribuem para a perda de peso. Entre os mais idosos, 
estes dois fatores contribuem, ainda, para a prevenção de diversas doenças. 
B) A pesca em alto-mar, por ser uma atividade de risco, requer profissionais com experiência. Profissionais com 
experiência, por sua vez, são difíceis de ser encontrados e exigem elevada remuneração. Este cenário contribui 
para que o preço dos pescados continue em elevação. 
C) Diferenças geracionais, a maior utilização de dispositivos eletrônicos e a menor preferência por opções de 
carreira consideradas tradicionais ajudam a explicar o aumento da demanda de jovens por cursos superiores 
ligados ao desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação. 
D) O fenômeno da inversão térmica em São Paulo provoca aumento no número de atendimentos de pronto-
socorro nos hospitais, bem como prejudica a respiração de parcela substancial da população paulistana. Esse 
fenômeno causa, também, perdas financeiras ao Sistema Único de Saúde. 
E) Nos últimos anos, houve aumento no número de homens que se submeteram a procedimentos cirúrgicos 
com finalidade estética. Os homens buscam estes procedimentos principalmente para perder gordura 
localizada. Entre as mulheres, o procedimento mais frequente é a colocação de implante de silicone nos seios. 
RESOLUÇÃO: 
A primeira frase do texto do enunciado nos diz que: 
- envelhecimento e dificuldade de exportar agravam a crise 
 
A segunda frase nos diz que: 
- dificuldade de articulação contribui para agravar a crise 
 
Em resumo, temos: 
- envelhecimento, dificuldade de exportar e dificuldade de articulação agravam a crise. 
 
Repare que o texto do enunciado não é propriamente um argumento, mas uma mera enumeração de 3 causas 
(envelhecimento, dificuldade de exportar e de articulação) que geram 1 consequência (agravar a crise). 
Dentre as alternativas fornecidas, apenas a alternativa C fornece algo parecido. Ela enumera 3 causas 
(diferenças geracionais, a maior utilização de dispositivos eletrônicos e a menor preferência por opções de 
carreira consideradas tradicionais) que levam a 1 consequência (aumento da demanda por cursos superiores 
ligados ao desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação). 
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Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 
Note ainda que a alternativa D está errada pois apresenta uma única causa (inversão térmica) que provoca 3 
consequências (aumento nos atendimentos, prejudica a respiração e gera perdas financeiras). 
Vale observar ainda que a alternativa A apresenta 2 causas (prática de esportes e alimentação saudável) e 2 
consequências (perda de peso e prevenção de diversas doenças nos mais idosos). 
Resposta: C 
 
Vejamos mais esse exercício sobre esta parte introdutória do nosso estudo de Raciocínio Crítico ou 
Analítico. 
CESPE – INPI – 2013) Hoje vou ser muito feliz, pois as crianças são felizes em dias ensolarados. Nos dias 
nublados, algumas pessoas ficam tristes e a previsão, para o dia de hoje, é de dia ensolarado. 
Julgue os itens subsequentes, com base nesse argumento. 
( ) A proposição “A previsão, para o dia de hoje, é de dia ensolarado” é a conclusão desse argumento 
RESOLUÇÃO: 
O argumento pode ser estruturado assim: 
Premissa 1: Crianças são felizes em dias ensolarados. 
Premissa 2: Nos dias nublados, algumas pessoas ficam tristes. 
Premissa 3: A previsão, para o dia de hoje, é de dia ensolarado. 
Conclusão: Hoje vou ser muito feliz. 
Repare que a proposição “A previsão, para o dia de hoje, é de dia ensolarado” é uma das premissas do 
argumento (e não sua conclusão). Junto com a premissa “crianças são felizes em dias ensolarados”, ela permite 
concluir que hoje vou ser muito feliz. Item ERRADO. 
Resposta: E 
 
RACIOCÍNIO DEDUTIVO, INDUTIVO E ABDUTIVO 
Normalmente dividimos os argumentos em Dedutivos, Indutivos e Abdutivos. Vamos conhecer cada um 
deles. 
 
Raciocínio dedutivo (argumentação por dedução) 
Veja este exemplo: 
Todo nordestino é loiro. José é nordestino. Logo, José é loiro. 
 
Estes argumentos da lógica formal (ou proposicional), que estudamos anteriormente, são os chamados 
argumentos dedutivos. Neles o autor da frase tem a clara pretensão de provar conclusivamente (sem margem 
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para discussão) o seu ponto de vista. Veja que, se aceitarmos as premissas como verdadeiras, de fato não resta 
dúvida que a conclusão tem de ser verdadeira. 
 
Ainda como já estudamos, os argumentos dedutivos podem ser avaliados como Válidos ou Inválidos, 
Legítimos ou Ilegítimos. Não há meio termo. 
 
Os argumentos dedutivos são considerados Monotônicos. Isto significa que, uma vez que o argumento 
seja válido, você pode introduzir tantas informações novas quanto quiser e o argumento não deixará de ser 
válido. 
 
Vale ainda ressaltar que não classificamos argumentos como “Verdadeiros” ou “Falsos”. Estes são 
atributos típicos de proposições. Lembre-se que podemos ter argumentos dedutivos válidos contendo uma ou 
mais premissas claramente falsas: 
Todo gato voa. Mingau é um gato. Logo, Mingau voa. 
(Lembrando que o argumento é válido pois, aceitando-se as premissas como verdadeiras, a conclusão 
decorre naturalmente). 
 
Por outro lado, podemos ter argumentos dedutivos inválidos contendo premissas claramente verdadeiras 
e conclusão também verdadeira: 
Os gatos são mamíferos. Os pombos são aves. Logo, os jacarés são répteis. 
(Lembrando que o argumento é inválido porque a conclusão não deriva das premissas). 
 
Uma classificação adicional que podemos utilizar para os argumentos Dedutivos é a expressão 
“argumento sólido”. Dizemos que um argumento dedutivo é sólido quando o mesmo é VÁLIDO e as suas 
premissas são VERDADEIRAS (disto decorrendo, naturalmente, que a conclusão também é verdadeira). 
 
Veja este exercício: 
CESPE – FUNPRESP-EXE – 2016) A afirmação O ouro conduz eletricidade porque é um metal constitui 
exemplo de raciocínio dedutivo. 
RESOLUÇÃO: 
Aqui afirma-se categoricamente a conclusão (de que o ouro conduz eletricidade) com base em uma premissa 
(o ouro é um metal). Ainda que você considere este argumento inválido (pois seria preciso ter mais uma 
premissa dizendo que todo metal conduz eletricidade), ele não deixa de estar no campo dos argumentos 
dedutivos. Item CORRETO. 
Resposta: C 
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Raciocínio indutivo (argumentação por indução) 
Os argumentos Indutivos não têm a mesma pretensão de CERTEZA que vimos nos argumentos 
Dedutivos. O autor apresenta algumas evidências (premissas) que sugerem que a conclusão está correta. O 
exemplo a seguir apresenta um argumento indutivo: 
 
Comprei três carros da Ford e todos deram problema. Meu filho quer comprar um carro. Recomendei que não 
comprasse da Ford, pois eles dão problema. 
 
Repare que o autor do argumento chega a uma conclusão (carros da Ford dão problema) a partir de 
algumas observações (três carros comprados previamente que deram problema). Parte-se da análise de 
situações particulares para a obtenção de uma conclusão de caráter geral. Lembre-se desta, que é a principal 
característica dos argumentos INDUTIVOS: 
Situações Particulares  Conclusão Geral 
 
Repare que você pode até aceitar as premissas (aceitar que a pessoa teve mesmo 3 carros da Fordque 
deram problema) e, mesmo assim, discordar da conclusão! É possível contra argumentar dizendo, por exemplo: 
 
- “Eu discordo. Os seus carros deram problema porque você nunca fez as manutenções nos seus carros de 
acordo com as recomendações dos fabricantes”; 
 
- “Eu discordo. Os seus carros deram problema pois nenhum deles era zero quilômetro, os três carros da Ford 
que você comprou eram bastante usados”. 
 
Veja que, ao inserir novas informações (que talvez foram omitidas propositalmente pelo autor do 
argumento), você enfraquece a conclusão que ele havia obtido a partir da análise de casos particulares. Esta é 
uma característica importante dos argumentos indutivos: eles são “não-monotônicos”. Note que poderíamos 
inserir novas informações que tornariam o argumento ainda mais forte, como: 
 
- “É verdade. Os 3 carros da Ford que você comprou eram zero quilômetro e deram problema”; 
 
- “É verdade. Eu também tive 2 carros da Ford e ambos deram problema. Já os carros da Chevrolet que 
comprei nunca me deixaram na mão”. 
 
Saiba que os argumentos indutivos não podem ser avaliados conclusivamente como sendo válidos ou 
inválidos. Cabe avaliá-los de maneira mais subjetiva, classificando-os em “mais fortes” ou “mais frágeis”. Este 
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exemplo acima poderia ser tratado como um argumento frágil, pois, como já vimos, ele é facilmente colocado 
em dúvida. Note que o fato de ele ser frágil não significa, necessariamente, que a sua conclusão está incorreta. 
Significa apenas que não foram levantadas premissas suficientemente fortes para suportar a tese defendida. 
Da mesma forma, o fato de um argumento indutivo ser considerado “forte” não significa que a sua conclusão é 
verdadeira, mas apenas que as hipóteses levantadas dão bom suporte à conclusão. 
 
Resolva comigo este exercício: 
CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) Situação hipotética: Uma indústria farmacêutica produziu um novo 
medicamento para tratamento de enxaqueca. Como o princípio ativo desse medicamento é uma nova 
substância — Z —, foram feitos três testes, cada um envolvendo 1.000 pessoas diferentes, a fim de determinar 
se a substância Z causa efeitos colaterais significativos. Os resultados dos testes são apresentados na tabela a 
seguir. 
 
Com base nos resultados dos testes, a empresa concluiu que a substância Z não causa efeitos colaterais 
significativos. 
Assertiva: Nessa situação, a conclusão da empresa se baseou em um raciocínio por indução. 
RESOLUÇÃO: 
Veja que a empresa fez 3 testes com um grande volume de pessoas. Como naqueles 3 testes o percentual de 
pessoas com efeitos colaterais foi pequeno, a empresa fez uma INDUÇÃO, uma generalização, assumindo que 
provavelmente o medicamento não deve causar muitos efeitos colaterais quando distribuído para a população 
como um todo. Este é um exemplo claro de argumento indutivo, onde não temos certeza absoluta da 
conclusão, mas sim uma grande probabilidade de que ela seja certa. Item CERTO. 
Resposta: C 
 
Veja ainda esta questão: 
CESPE – TCU – 2015) Julgue os itens a seguir com base nas características do raciocínio analítico e na estrutura 
da argumentação. 
( ) Adotando-se o processo de inferência do tipo indutivo, usado em ciências experimentais, parte-se do 
particular para o geral, ou seja, a partir da observação de casos particulares, chega-se a uma conclusão que os 
transcende. 
RESOLUÇÃO: 
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CERTO, a indução consiste justamente na observação de vários casos particulares que leva a uma conclusão 
que extrapola aqueles casos. Ao observar várias pessoas que tomaram determinado suco de frutas e reparar 
que grande parte delas teve menos incidência de certa doença, podemos usar um processo de inferência 
indutiva para concluir que aquele suco deve ter algum componente que eleva a resistência à doença. Veja que 
as conclusões do raciocínio indutivo não gozam de 100% de certeza, como ocorre na argumentação dedutiva, 
mas ainda assim possuem boa probabilidade de estarem corretas. 
Resposta: C 
 
Raciocínio adbutivo (argumentação por abdução) 
Observe o argumento abaixo: 
Alguém esteve aqui recentemente, pois o assento do sofá ainda está quente. 
 
Repare que a pessoa abaixo observou um fato concreto (o sofá está quente) e, com base nisso, buscou 
dar uma explicação para isso (alguém esteve aqui recentemente). O raciocínio abdutivo ocorre justamente 
nestas situações onde, diante de fatos que nos são apresentados, nós buscamos apresentar aquela que 
consideramos ser a melhor explicação ou, pelo menos, uma “boa explicação” para aquilo. 
 
Pela sua natureza, o raciocínio por abdução é muito presente na ciência forense, isto é, na análise de cenas 
de crimes. Ao ver o corpo de uma vítima morta no chão, com um bilhete de um lado e a arma em uma das mãos, 
talvez você já pense imediatamente: 
“Foi suicídio, veja a arma na mão e o bilhete ao lado do corpo”. 
 
Existem outras explicações possíveis para esta cena? Certamente. Mas elas são menos prováveis. Alguém 
até poderia pensar: 
“Esta pessoa deve ter tido um infarto e, em seguida, alguém entrou aqui neste local, atirou na pessoa, 
colocou a arma na mão dela e um papel ao seu lado”. 
 
Repare que esta também é uma explicação para a cena observada, entretanto ela é bem menos provável 
e, principalmente, bem menos intuitiva que a anterior. 
 
Os argumentos indutivos também são “não-monotônicos”. Isto significa que, com a introdução de novas 
informações, o argumento vai se tornando mais forte ou mais fraco. Se soubermos que aquela pessoa morta 
sofria de forte depressão, a tese do suicídio ganha força. Mas se soubermos que aquela pessoa tinha vários 
inimigos perigosos, a tese do suicídio fica mais fraca. 
 
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De qualquer modo, o mais importante é você lembrar que o raciocínio por abdução é o raciocínio da 
melhor explicação. Partimos de um caso concreto e buscamos dar uma explicação plausível. Quanto mais 
plausível, intuitiva, provável for a explicação dada, mais forte é o raciocínio. Se houver outras teses alternativas 
que sejam mais plausíveis, o argumento perde força. 
 
Acompanhe a resolução desta questão: 
CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) Considere o texto a seguir: “No meu trabalho, troquei meu computador 
usado por um novo, da marca X, e ele parou de funcionar quando ainda estava na garantia. Preciso comprar um 
computador para o meu filho, mas não vou comprar um da marca X porque, com certeza, esse também vai 
apresentar algum problema antes de expirar a garantia.”. É correto afirmar que a argumentação apresentada 
no texto foi construída com base em um raciocínio por abdução. 
RESOLUÇÃO: 
Este é um argumento por indução, e não por abdução. Nos argumentos por indução, partimos da observação 
de alguns fatos e chegamos a conclusões. Neste caso, observamos que compramos o computador da marca X 
e ele estragou, e concluímos que se comprarmos outro computador da marca X ele deve estragar também. 
Embora seja um argumento por indução, ele é claramente falacioso, afinal trata-se de uma única observação. 
Quanto maior o número de observações, mais crível seria a conclusão. 
Nos argumentos por abdução, o nosso objetivo é encontrar a melhor explicação para um fenômeno observado. 
Por exemplo: “Os computadores da marca X devem ter baixa qualidade, pois o que eu comprei estragou”. Veja 
que, neste caso, eu observei um fenômeno (meu computador estragou) e tentei dar uma explicação para ele 
(os computadores desta marca devem ter baixa qualidade). Item ERRADO. 
Resposta:E 
 
TIPOS DE ARGUMENTOS: ARGUMENTOS FALACIOSOS E APELATIVOS 
Podemos chamar de falácia qualquer argumento errado ou equivocado. Ocorre que alguns raciocínios são 
tão equivocados que não enganam ninguém. Veja este: 
Todas as pessoas que morreram este ano beberam água. Logo, beber água faz mal à saúde. 
 
Assim, no estudo da nossa matéria trataremos com falácias os argumentos incorretos com aparência de 
corretos, ou seja, aqueles que poderiam enganar um ouvinte/leitor perspicaz. Normalmente o engano ocorre 
devido ao apelo persuasivo, em regra psicológico, daquela linha de argumentação. 
 
O erro de raciocínio pode localizar-se na forma ou no conteúdo do argumento. Os argumentos 
formalmente errados são aqueles onde a conclusão não deriva das premissas, ou seja, são os argumentos 
inválidos que estudamos na aula passada. Neste momento, portanto, nos concentraremos nos erros de 
raciocínio não-formais, que estão relacionados com o conteúdo do argumento. 
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Podemos cometer um equívoco não-formal basicamente de duas maneiras: 
- apresentarmos premissas que são irrelevantes, ou pouco relevantes, para a obtenção da conclusão; 
- utilizarmos palavras ou expressões vagas, com mais de um significado, que possam levar a 
interpretações distintas. 
 
No primeiro caso acima, estamos diante das falácias de relevância, enquanto no segundo estamos 
tratando das falácias de ambiguidade. Falaremos ainda dos apelos, ou argumentos apelativos, que consistem 
no uso da emoção para “bloquear” o senso crítico do interlocutor e, com isso, deixá-lo mais suscetível a aceitar 
a ideia defendida. 
 
Nos próximos parágrafos conheceremos as principais falácias. Não se preocupe em gravar os seus nomes, 
mas sim em entender o seu significado. As suas questões de prova vão pedir para que você identifique o erro 
em um determinado argumento, e não que você dê nomes em latim para aqueles erros. Por isso, vamos sempre 
trabalhar com exemplos. 
Para começar, observe esta tentativa de corromper um fiscal: 
 
Sonegador: Caro fiscal, você não deveria lavrar este Auto de Infração. Você ainda está em estágio probatório, 
e eu tenho amigos no governo. 
 
Além das questões criminais envolvidas, o erro na argumentação do sonegador consiste em apresentar 
premissas irrelevantes (estágio probatório e amigos no governo) para a conclusão que ele pretende demonstrar 
(descabimento da lavratura do Auto). Estamos diante de uma falácia de relevância. Mais do que isto, este é um 
caso particular, onde o argumentador utiliza-se da força (física ou psicológica – a ameaça, no caso) para 
“demonstrar” o seu ponto de vista. Costumamos chamar esta falácia de recurso à força ou apelo à força. 
Observe agora a falha nessas duas argumentações: 
 
“Ou eu passo nesse concurso ou esse material do prof. Arthur Lima é ruim” 
 
“Ou a gente reduz a maioridade penal ou vamos continuar vendo o aumento da criminalidade” 
 
Repare que em ambas situações são apresentadas exatamente DUAS alternativas possíveis (passar ou o 
material ser ruim; reduzir a maioridade ou aumentar a criminalidade), quando na realidade podem existir mais 
do que duas possibilidades. No primeiro caso, pode ser que a aluno não passe no concurso mesmo que o 
material seja bom, porque ele ficou nervoso no dia da prova. Ou pode ser que ele passe no concurso mesmo 
que o material seja ruim, caso ele tenha um bom desempenho nas demais matérias. E assim por diante. No 
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segundo caso, pode ser que mesmo reduzindo a maioridade possamos ver um aumento da criminalidade, caso 
a grande maioria dos crimes continue não sendo desvendada (por exemplo). Enfim, nos diversos problemas do 
dia-a-dia, normalmente não existem apenas duas soluções possíveis, mas sim várias. Quando alguém tenta 
reduzir a apenas duas alternativas, incorre na falácia da falsa dicotomia, ou falso dilema. 
 
Tente agora identificar o erro lógico deste argumento, proferido por um aluno universitário: 
 
Professor, você precisa anular algumas faltas minhas. Se eu tiver mais uma falta de agora até o final do ano 
vou estourar o limite, e assim precisarei de mais um ano para concluir a faculdade! 
 
Temos mais um caso onde as premissas (estourar o limite, ficar mais 1 ano) são irrelevantes para se 
demonstrar a conclusão (que o professor deveria anular as faltas). Ao invés de tentar justificar as suas faltas 
(ex.: “tive duas faltas devido a alterações na grade horária que não foram avisadas com antecedência”), ele leva 
a discussão para um lado puramente emocional, clamando pela piedade do professor. Chamamos esta falácia 
de apelo à piedade. Em alguns casos ela funciona! 
Vejamos agora este argumento: 
 
Você deveria baixar o livro pirata, pois o livro original é muito caro. Ou você gosta de jogar dinheiro fora? 
 
Será que o mero fato de um livro ser caro é uma premissa relevante para justificar a pirataria? Não teria 
qualquer função a proteção aos direitos autorais? Você pode até entender que a pirataria é uma prática 
legítima, mas para isto precisa levantar uma premissa mais relevante. Repare na pergunta colocada ao final 
deste argumento. O autor deste argumento sabe que o seu ouvinte não gosta de gastar dinheiro (quem gosta?), 
e apela para esta circunstância para tornar o seu argumento mais convincente. Isto porque nós, seres humanos, 
temos a tendência de questionar menos aquelas coisas que nos são favoráveis. A exploração desta 
tendenciosidade humana certamente deixa o argumento mais protegido de críticas, mas não retira sua 
natureza falaciosa. Estamos diante de uma falácia conhecida como apelo circunstancial. 
O próximo exemplo retrata um discurso de um político em comício: 
 
Meu povo, vocês devem votar em mim. Ou vocês querem manter no poder esta filosofia neoliberalista da 
classe dominante? 
 
Repare que o uso de expressões como “neoliberalista” e “classe dominante” tornam este argumento mais 
aceitável pelas pessoas, apesar de não propriamente trazerem críticas específicas à política que se encontra no 
poder. Este uso de “chavões” que estimulam a receptividade do grande público é conhecido como apelo 
popular. 
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Passemos a mais um caso importante. Veja estes dois argumentos: 
 
Vete a lei dos royalties do petróleo, Dilma! 
A atriz principal da novela das 8 defende isto. 
 
É claro que você deveria aceitar a que a velocidade da luz é um limite máximo. Einstein entendia desta 
forma! 
 
Temos dois argumentos onde o autor pretende convencer o seu ouvinte da conclusão (vetar a lei, aceitar 
que a velocidade da luz é um limite máximo) utilizando, como premissa, o fato de que determinada autoridade 
pensava assim, ou defendia tal ideia. Trata-se da falácia denominada apelo à autoridade. No primeiro caso, a 
menos que a atriz seja uma grande entendida do assunto, a sua opinião não deveria valer mais do que a de um 
leigo qualquer. Mas a verdade é que este recurso persuasivo surte grandes efeitos, sendo bastante explorado 
em comerciais de xampu, refrigerante etc. O segundo caso deve ser avaliado com um pouco mais de cuidado. 
Em uma discussão entre leigos, dizer que Einstein defendia aquela ideia certamente reforça a argumentação 
(embora não seja uma prova propriamente dita), pois trata-se de uma verdadeira autoridade no assunto em 
pauta. Mas este mesmo argumento seria totalmente descabido em uma discussão entre técnicos, em um 
seminário de Física, onde apenas aspectos essencialmente técnicos deveriam ser levantados. 
Existe uma espécie de “inverso”do apelo à autoridade. Veja este exemplo: 
 
Você não deveria usar este perfume. O cantor José Mané o utiliza! 
 
Note que aqui a conclusão (não usar o perfume) é suportada pela depreciação de alguém (no caso, o José 
Mané). Ao invés de apresentar uma premissa mais relevante, o autor deste argumento apela para a má 
reputação do cantor José Mané (provavelmente por outros motivos, e não pela sua capacidade de escolher 
perfumes) para persuadir o ouvinte. Temos o chamado apelo pessoal, ou apelo contra o homem. 
Prossigamos: 
 
Sempre que vai chover pesado as folhas do carvalho ficam onduladas. Logo, são elas que trazem a chuva. 
 
A argumentação acima falha ao atribuir uma falsa causa à chuva. As falsas causas são muito comuns em 
fenômenos como este, que tem alguma relação entre si: quando a umidade aumenta muito, o que 
normalmente ocorre quando está prestes a chover, as folhas do carvalho absorvem muita água e ficam 
onduladas. 
A nossa tendenciosidade nos faz deixar de detectar possíveis falsas causas. Veja este outro exemplo: 
 
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O divórcio é muito prejudicial à criança. Quando os pais se divorciam, há boa chance de os filhos terem futuros 
problemas de relacionamento. 
 
Se você é contrário ao divórcio, talvez não veja falhas nesta frase. Mas alguns podem entender esta frase 
como falaciosa, dizendo: pais que se divorciam geralmente brigam várias vezes na frente das crianças, gerando 
traumas que poderão trazer futuros problemas de relacionamento. 
Intimamente ligados à falsa causa estão dois outros erros de raciocínio: o acidente e a generalização 
apressada. Eles ocorrem quando tratamos como regra geral o que ocorreu em um ou alguns casos particulares. 
Exemplos: 
 
João bebeu água, foi dirigir e se acidentou. Logo, devemos evitar beber água antes de dirigir. 
 
José é corrupto, pois ele é político e, recentemente, a mídia mostrou vários políticos envolvidos em 
escândalos de corrupção. 
 
Este último caso também é chamado de divisão, pois consiste em atribuir uma característica de uma 
coletividade (no caso, a classe política é vista como corrupta) a um indivíduo em particular (no caso, a José). O 
inverso disso é a composição (que é basicamente o mesmo que a generalização), que consiste em atribuir a 
característica de um indivíduo ao todo. Seria algo assim: 
 
Conheço um político chamado José, e ele é corrupto. Logo, fica claro que a classe política é corrupta. 
 
Ainda relacionado com a falsa causa está a falácia da causa complexa. Veja este exemplo: 
O acidente da Germanwings não teria ocorrido se a empresa fizesse testes psicológicos mais 
frequentemente. 
 
Um acidente aeronáutico dificilmente pode ser explicado por um único fator. Geralmente ele tem uma 
causa complexa, isto é, uma série de elementos que contribuíram para a sua ocorrência. De fato, o baixo rigor 
e a frequência da realização de testes psicológicos podem ter contribuído para o acidente da Germanwings em 
2015, onde o copiloto jogou o avião contra uma montanha, matando todos os presentes. Mas existem outros 
elementos que podem ter contribuído em maior ou menor grau, como a jornada estressante dos pilotos, a 
ausência de um mecanismo para que o piloto pudesse abrir a porta do cockpit do lado de fora etc. Quando 
reduzimos a explicação de um problema complexo a uma única causa, estamos incorrendo em uma falácia. 
 
A propósito, analisar a relação de causa e efeito entre dois ou mais fenômenos é bastante importante em 
nossa disciplina. Nesta análise, concentre-se nos seguintes aspectos: 
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- precedência temporal: o fenômeno que é chamado de “causa” deve necessariamente ocorrer ANTES 
do fenômeno que é considerado um “efeito”. A ausência dessa precedência temporal é suficiente para 
eliminarmos a relação de causa-efeito; 
 
- correlação: a causa e o efeito alegados comportam-se de maneira interdependente, ou seja, quando se 
aumenta a ocorrência da causa, aumenta-se também a do efeito, e quando se reduz a ocorrência da causa, 
reduz-se a do efeito. 
 
- eliminação de outras hipóteses: é preciso verificar se existem outras causas que podem gerar o mesmo 
efeito. 
 
Vamos prosseguir? Veja esta frase: 
Existe vida após a morte, pois nunca foi provado que após a morte não há mais nada. 
 
Nesta frase o autor tenta convencer que a sua conclusão é verdadeira (existe vida após a morte) porque 
nunca foi provado o contrário. O erro aqui é entender que a não-comprovação do contrário faz prova conclusiva 
da verdade afirmada. É diferente dizer: 
Pode existir vida após a morte, pois nunca foi provado que após a morte não há mais nada. 
 
Nesta última frase o autor não tem a pretensão de tratar a não-comprovação como prova conclusiva, mas 
apenas como uma sugestão para o seu ponto de vista. Ainda assim, trata-se de um ponto de vista tendencioso, 
pois alguém poderia dizer, com o mesmo “nível de certeza”: 
Pode não existir vida após a morte, pois nunca foi provado que após a morte há alguma coisa. 
 
 Nos três exemplos acima estamos tratando de argumentos cuja falha é o apelo à ignorância. 
 
Passemos à análise desta argumentação de CARRAHER: 
 
Nossa equipe é a mais destacada do torneio porque tem os melhores jogadores e o melhor treinador. 
Sabemos que possui os melhores jogadores e o melhor treinador; por conseguinte, é óbvio, vai ganhar o título. E 
ganhará o título pois merece conquistá-lo. É claro, merece ganhar o título porque é a melhor equipe do torneio. 
 
Observe as duas partes em negrito. A primeira é uma das premissas, a segunda é a conclusão. Repare 
que, na verdade, o argumento conclui algo que já havia sido dado como verdadeiro na premissa. Chamamos 
este tipo de falácia de petição do princípio. 
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Avançando mais um pouco, responda à seguinte pergunta com “SIM” ou “NÃO”: 
 
Você deixou de trair o seu namorado (ou sua namorada)? 
 
Repare que esta pergunta é traiçoeira. Qualquer resposta pode levar a uma conclusão não 
necessariamente verdadeira. O SIM nos dirá que você traía seu parceiro, mas agora não faz mais isso. O NÃO 
nos indicará que você não só o traía, como continua nesta prática. Chamamos este erro de falácia da pergunta 
complexa, pois na verdade temos 2 perguntas em 1: 
 
- Antigamente você traía o seu namorado? 
- E hoje, você trai o seu namorado? 
 
Como você pode perceber, a solução para sair de uma pergunta como esta é dividir a sua resposta em 
duas partes. Ex.: “Eu não traía minha namorada e continuo não a traindo”. 
Vejamos ainda este último exemplo: 
 
O homem é o único ser vivo capaz de amar. Joana é mulher. Logo, Joana não é capaz de amar. 
O erro deste argumento é chamado de falácia de ambiguidade. Isto se deve ao duplo sentido que a palavra 
“homem” pode assumir (ser humano do sexo masculino, ou ser humano em geral). Assim, muita atenção: o uso 
de termos vagos ou com duplo sentido costuma ser uma grande fonte de erros de raciocínio. 
Veja ainda este argumento: 
 
Como você pode ser a favor da redução da maioridade penal? A infância e a adolescência são as fases mais 
belas da vida, em que o desenvolvimento humano se apresenta de forma maravilhosa! 
 
Provavelmente duas pessoas estavam discutindo sobre a redução ou não da maioridade penal. Aquela 
pessoa contrária à redução (fala acima), ao invés de apresentar elementos concretos que demonstrem que a 
redução da maioridade deve ser rechaçada, desvia o foco da conversa para algo que ninguém pode discordar 
(“a infância e a adolescência são as fases maisbelas”), mas que não é o objeto da discussão. Esta é a chamada 
falácia do espantalho. O nome vem do fato que, ao apresentar um elemento que ninguém pode discordar em 
uma argumentação (mas que foge do objeto em discussão), o foco da discussão é modificado, assim como o 
espantalho desvia a atenção em uma lavoura. 
Observe mais um exemplo de falácia do espantalho: 
 
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Você é favorável à liberação das armas de fogo? Você não percebe que a vida é o maior privilégio que os seres 
humanos possuem? 
 
Repare que ninguém (ou quase ninguém) discorda que a vida é o maior privilégio dos seres humanos. 
Entretanto, isto nada tem a ver com o foco da discussão, que é a liberação ou não de armas de fogo. Quem é 
contra ou a favor da liberação deve apresentar fatos, evidências, elementos concretos para suportar a sua 
opinião, e não frases como esta que divergem do objeto em discussão. 
Leia mais um argumento falacioso: 
A: A reforma trabalhista é uma vergonha. Só tem patrão defendendo, nenhum trabalhador é favorável! 
B: Eu sou trabalhador e sou favorável à reforma. 
A: Ah, mas você não representa os trabalhadores de verdade, você trabalha apenas 6 horas por dia. 
 
Veja que a pessoa B refutou o argumento da pessoa A, mostrando um contra exemplo (existem 
trabalhadores que são favoráveis à reforma). Em sua última fala a pessoa A incorre em uma falácia pois, ao 
invés de contra argumentar, apresentando elementos que mostrem que a reforma trabalhista é algo ruim, ela 
simplesmente cria um critério arbitrário para excluir o contra exemplo apresentado. Ela define, sem qualquer 
base para isso, que pessoas que trabalham 6 horas por dia “não são trabalhadores de verdade”. Trata-se da 
falácia do falso escocês. A ideia básica é a seguinte: ao invés de contra argumentar, o interlocutor simplesmente 
exclui as opiniões contrárias à dele com base em critérios arbitrários que ele mesmo define. 
Para guardar o nome desta falácia, veja este exemplo: 
A: Todo escocês gosta de uísque. 
B: Não é verdade. Eu sou escocês e não gosto de uísque. 
A: Ah, mas você não é um escocês de verdade, afinal se mudou para o Brasil. 
 
Veja que a pessoa A cria um critério arbitrário para excluir aquele contra exemplo (B) que fere a sua 
argumentação. Fique ligado, este tipo de falácia aparece muito nas discussões políticas do dia a dia! 
 
Temos ainda que reconhecer a propensão do ser humano a aceitar ideias sem grande reflexão visando 
socializar-se, isto é, adequar-se a um determinado grupo social e às regras aceitas por aquele grupo. A 
convivência naquele grupo leva à SUGESTÃO de que determinada ideia deve ser aceita, sem que 
necessariamente sejam apresentados elementos concretos para isso. Um exemplo extremo pode ser visto na 
propagação de ideias neonazistas no filme “A outra história americana” (American History X). Nele é possível 
observar um grupo de neonazistas e as ideias por eles defendidas. É possível notar que alguns membros do 
grupo nunca refletiram muito bem sobre aquelas ideias, ou talvez até discordem um pouco delas, mas tendem 
a aceitá-las simplesmente para continuarem pertencendo àquele “grupo social”. 
 
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Concluindo este tópico sobre erros de raciocínio, perceba que o importante para resolver questões é estar 
muito atento e questionar a argumentação proposta. Perguntas como “Esta pessoa é especialista neste assunto 
para dar tal opinião?”, ou “Qual a importância desta informação para provar o seu ponto de vista?”, “Especifique 
melhor este aspecto” são as suas grandes ferramentas! 
 
Pratique o reconhecimento de falácias e apelos nos exercícios a seguir. 
CESPE – Polícia Civil/ES – 2009) Julgue o item a seguir, acerca de raciocínio lógico. 
() Considere que o delegado faça a seguinte afirmação para o acusado: “O senhor espanca a sua esposa, pois 
foi acusado de maltratá-la''. Nesse caso, é correto afirmar que o argumento formulado pelo delegado constitui 
uma falácia. 
RESOLUÇÃO: 
Observe que este argumento pode ser estruturado assim: 
Premissa: o senhor foi acusado de maltratar a sua esposa 
Conclusão: o senhor espanca a sua esposa 
Repare que o “pois” nos ajudou a identificar a premissa. Note ainda que a conclusão deste argumento não é 
bem suportada pela premissa utilizada, afinal o mero fato de alguém ser acusado de um crime não permite 
concluir que aquela pessoa efetivamente é criminosa. Seriam necessários mais elementos para chegar nesta 
conclusão, motivo pelo qual o argumento é uma falácia. Item CORRETO. 
Resposta: C 
 
Chega de teoria! Vamos praticar tudo o que vimos até aqui? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questões comentadas pelo professor 
1. CESPE – TRT/21ª – 2010) 
O sustentáculo da democracia é que todos têm o direito de votar e de apresentar a sua candidatura. Mas, 
enganoso é o coração do homem. Falhas administrativas e maior tempo no poder andam de mãos dadas. Por 
isso, todos precisam ser fiscalizados. E a alternância no poder é imprescindível. Considerando o argumento 
citado, julgue os itens subsequentes. 
( ) A afirmação "E a alternância no poder é imprescindível" é uma premissa desse argumento. 
( ) Esse é um argumento válido. 
( ) A sentença "Falhas administrativas e maior tempo no poder andam de mãos dadas" é uma premissa desse 
argumento. 
RESOLUÇÃO: 
Vamos estruturar o argumento: 
Premissa: O sustentáculo da democracia é que todos têm o direito de votar e de apresentar a sua candidatura. 
Premissa: Mas, enganoso é o coração do homem. 
Premissa: Falhas administrativas e maior tempo no poder andam de mãos dadas. Conclusão: Por isso, todos 
precisam ser fiscalizados. 
Conclusão: E a alternância no poder é imprescindível. 
Veja que as premissas mostram que o ser humano pode falhar no poder, especialmente quando ficam muito 
tempo nele. Assim, apontam para as conclusões de que precisamos fiscalizar todos, e devemos promover a 
alternância no poder. Com isso em mãos, vejamos os itens: 
( ) A afirmação "E a alternância no poder é imprescindível" é uma premissa desse argumento. 
ERRADO, é uma das conclusões. 
 
( ) Esse é um argumento válido. 
Note que as conclusões não decorrem diretamente das premissas, há um certo grau de subjetividade / juízo de 
valor entre premissas e conclusões. Alguém poderia entender, por exemplo, que apesar do maior tempo no 
poder elevar o risco de falhas, é possível desenvolvermos mecanismos para inibir a ocorrência delas, de modo 
que a alternância do poder não seria necessária por este motivo. 
Não estamos diante de um argumento formal. Assim, não podemos considerá-lo válido. Item ERRADO. 
 
( ) A sentença "Falhas administrativas e maior tempo no poder andam de mãos dadas" é uma premissa desse 
argumento. 
CORRETO, como vimos acima. 
Resposta: E E C 
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2. ANPAD – 2017) 
Ministério da Saúde anunciará um pacote de medidas para incentivar a oferta de planos de saúde individuais. 
O recuo na oferta de planos individuais tende a atingir uma parte expressiva da população não ligada a 
empresas, sobretudo idosos e doentes. A perda de espaço para planos coletivos é crescente e, por essa razão, 
preocupa o governo federal. A ideia é rever algumas das regras em vigor. Uma das alternativas em estudo é 
permitir a rescisão unilateral de contratos (hoje vedada nos planos individuais e permitida nos coletivos). 
A conclusãodos eventos mencionados no texto está sintetizada na 
A) primeira frase 
B) segunda frase. 
C) terceira frase. 
D) quarta frase. 
E) quinta frase. 
RESOLUÇÃO: 
Vamos separar as frases: 
1) Ministério da Saúde anunciará um pacote de medidas para incentivar a oferta de planos de saúde individuais. 
 fato 
2) O recuo na oferta de planos individuais tende a atingir uma parte expressiva da população não ligada a 
empresas, sobretudo idosos e doentes. motivo para que o MS incentive os planos individuais. 
3) A perda de espaço para planos coletivos é crescente e, por essa razão, preocupa o governo federal. motivo 
para que o MS incentive os planos individuais. 
4) A ideia é rever algumas das regras em vigor. forma de incentivar os planos individuais. 
5) Uma das alternativas em estudo é permitir a rescisão unilateral de contratos (hoje vedada nos planos 
individuais e permitida nos coletivos). forma de incentivar os planos individuais. 
Perceba que temos um fato, os motivos pelos quais o governo quer incentivar os planos individuais e as formas 
como ele pretende fazer isso. Leia o texto agora nessa ordem: 
O recuo na oferta de planos individuais tende a atingir uma parte expressiva da população não ligada a 
empresas, sobretudo idosos e doentes. A perda de espaço para planos coletivos é crescente e, por essa razão, 
preocupa o governo federal. A ideia é rever algumas das regras em vigor. Uma das alternativas em estudo é 
permitir a rescisão unilateral de contratos (hoje vedada nos planos individuais e permitida nos coletivos). Por 
isso, o Ministério da Saúde anunciará um pacote de medidas para incentivar a oferta de planos de saúde 
individuais. 
Perceba como a primeira frase do texto original cumpre o papel de conclusão. 
Resposta: A 
 
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3. ANPAD – 2017) 
Principal aposta do governo para economizar água diante da grave estiagem, a redução da pressão nas 
tubulações da companhia de abastecimento de dada metrópole está ampliando o número de “vítimas“ da crise 
hídrica. Ao reduzir a pressão na rede de abastecimento, “empurra-se” menos água pelos canos. Por um lado, 
reduzem-se os vazamentos no sistema. Por outro, deixam-se casas sem água, em especial aquelas localizadas 
em pontos altos. 
Assinale, dentre as alternativas a seguir, aquela que apresenta, com base exclusivamente no texto, as premissas 
do governo para reduzir a pressão nas tubulações da companhia de abastecimento. 
A) Diminuição de vazamentos no sistema e relevo irregular na metrópole. 
B) Crise hídrica e necessidade de reduzir a pressão na rede de abastecimento. 
C) Ineficiência da companhia de abastecimento e redução de vazamentos no sistema. 
D) Atuação do governo sobre a companhia de abastecimento e vazamento em algumas casas. 
E) Necessidade de fazer frente à pouca água disponível e redução de vazamentos no sistema 
RESOLUÇÃO: 
Com base exclusivamente no texto, podemos destacar as seguintes premissas do governo para reduzir a 
pressão nas tubulações da companhia de abastecimento: 
Principal aposta do governo para economizar água diante da grave estiagem, a redução da pressão nas 
tubulações da companhia de abastecimento de dada metrópole está ampliando o número de “vítimas“ da crise 
hídrica. Ao reduzir a pressão na rede de abastecimento, “empurra-se” menos água pelos canos. Por um lado, 
reduzem-se os vazamentos no sistema. Por outro, deixam-se casas sem água, em especial aquelas localizadas 
em pontos altos. 
Analisando as alternativas, temos: 
A) Diminuição de vazamentos no sistema e relevo irregular na metrópole. 
O relevo irregular não foi uma das premissas. 
 
B) Crise hídrica e necessidade de reduzir a pressão na rede de abastecimento. 
Não foi mencionada crise hídrica no texto. 
 
C) Ineficiência da companhia de abastecimento e redução de vazamentos no sistema. 
Não foi mencionada ineficiência da companhia. 
 
D) Atuação do governo sobre a companhia de abastecimento e vazamento em algumas casas. 
Não foi mencionado vazamento em algumas casas, mas sim no sistema. 
 
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E) Necessidade de fazer frente à pouca água disponível e redução de vazamentos no sistema. 
Essa é a alternativa correta. Ela faz menção à grave estiagem ao dizer “pouca água disponível” e completa com 
a redução de vazamentos no sistema, tal qual no texto. 
Resposta: E 
 
4. CESPE – FUNPRESP-EXE – 2016) 
O texto que se segue, produzido por um detetive durante uma investigação criminal, ilustra um raciocínio por 
indução. 
Ontem uma senhora rica foi assassinada em sua casa. No momento do crime, havia uma festa na casa da vítima 
e nela estavam presentes umas cinquenta pessoas. Dessas cinquenta, é sabido que nove tinham algum tipo de 
problema com a senhora assassinada. Assim, é plausível supor que o assassino esteja entre essas nove pessoas. 
RESOLUÇÃO: 
Veja que, diante de uma cena de crime, tentou-se buscar uma explicação para o ocorrido (supondo que o 
assassino seja uma das pessoas que tinham problema com a vítima). Sabemos que este é um raciocínio 
abdutivo, também conhecido como “raciocínio da melhor explicação”. Item ERRADO. 
Resposta: E 
 
5. CESPE – FUNPRESP-EXE – 2016) 
No diálogo seguinte, a resposta de Q é embasada em um raciocínio por abdução. 
P: Vamos jantar no restaurante X? 
Q: Melhor não. A comida desse restaurante não é muito boa. Li em um site de reclamações muitas pessoas 
dizendo que, após comerem nesse restaurante, passaram muito mal e tiveram de ir ao hospital. Além disso, 
conheço cinco amigos que comeram lá e foram parar no hospital 
RESOLUÇÃO: 
Nos argumentos por abdução, o objetivo é dar uma explicação para um fenômeno observado. 
No argumento deste item temos um raciocínio por indução, onde se parte da observação de algumas situações 
particulares(pessoas que comeram no restaurante e passaram mal) e infere-se a conclusão geral (de que a 
comida do restaurante não é boa). Item ERRADO. 
Resposta: E 
 
6. CESPE – SEGESP/AL – 2013) 
Considerando os símbolos lógicos usuais e as representações das proposições lógicas por meio de letras 
maiúsculas, julgue os itens seguintes, relacionados à lógica proposicional. 
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( ) Considere o seguinte argumento: “Todo criminoso identificado é quase sempre levado à prisão. Os peritos 
sempre conseguem encontrar, na cena de um crime não adulterada, alguma maneira de identificar o criminoso. 
Logo, toda vez que os peritos são chamados e investigam a cena do crime, o criminoso é capturado e levado à 
prisão.” É correto afirmar que esse é um argumento válido, classificado como um argumento indutivo 
RESOLUÇÃO: 
Não podemos classificar argumentos indutivos como válidos ou inválidos, esta classificação deve ser utilizada 
para argumentos dedutivos, uma vez que a validade consiste na obediência às regras da lógica formal. Repare 
que a conclusão (toda vez que os peritos são chamados e vão à cena do crime, o criminoso é capturado e preso) 
NÃO é uma decorrência lógica das premissas. Isto porque as premissas deixam claro que não é sempre, mas 
“quase sempre”, que o criminoso que é identificado chega a ser preso. E foi dito apenas que no caso de cenas 
de crime não adulteradas os peritos conseguem identificar os criminosos, mas não foi dito o que ocorre quando 
a cena do crime é adulterada. Assim, este item está ERRADO. 
Resposta: E 
 
7. CESPE – FUNPRESP-EXE – 2016) 
Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da argumentação, julgue os itens a seguir. 
( ) O raciocínio Nenhum peixe é ave. Logo,nenhuma ave é peixe é válido. 
RESOLUÇÃO: 
Temos o seguinte argumento: 
Premissa: Nenhum peixe é ave 
Conclusão: Nenhuma ave é peixe 
Repare que, se a premissa for verdadeira (não houver nenhum peixe no mundo que também é ave), a conclusão 
obrigatoriamente deve ser verdadeira (não haverá nenhuma ave no mundo que também seja peixe). Portanto, 
podemos dizer que a conclusão decorre automaticamente da premissa, o que caracteriza um argumento válido. 
Item CORRETO. 
Resposta: C 
 
8. CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) 
Situação hipotética: Ao arrumar a sala de um professor, o faxineiro encontrou, no chão, dois livros escritos em 
língua estrangeira. Como havia várias estantes na sala, o faxineiro as observou e desenvolveu o seguinte 
raciocínio: “De todos os livros que estou vendo aqui, os que são escritos em língua estrangeira ficam na estante 
de madeira. Esses dois livros são escritos em língua estrangeira. Logo, eles devem ficar na estante de madeira. 
Vou colocá-los lá.”. 
Assertiva: Nessa situação, o empregado desenvolveu um raciocínio dedutivo válido 
RESOLUÇÃO: 
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O argumento do faxineiro pode ser sintetizado assim: 
•Premissa 1: Todos os livros estrangeiros que vi ficam na estante de madeira 
•Premissa 2: Estes livros são estrangeiros 
•Conclusão: Logo, estes livros devem ficar na estante de madeira 
Este não é um argumento dedutivo válido, pois as premissas podem ser verdadeiras (de fato todos os livros 
estrangeiros que o faxineiro viu ficarem na estante, e aqueles dois livros do chão serem mesmo estrangeiros) 
e, mesmo assim, a conclusão ser falsa. Talvez haja um outro motivo pelo qual todos aqueles livros estrangeiros 
estão na estante de madeira, e que os livros do chão não se encaixem neste critério. Item ERRADO. 
Resposta: E 
 
9. CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) 
Julgue os itens a seguir, considerando as maneiras de pensar com argumentos racionais. 
( ) Forma de raciocínio empregada em ciências experimentais, a abdução é um processo de inferência no qual 
se parte do particular para o geral, ou seja, a partir da observação de casos particulares, chega-se a uma 
conclusão que extrapola essas premissas 
RESOLUÇÃO: 
O raciocínio descrito no enunciado é a INDUÇÃO, na qual parte-se da análise de vários casos particulares para, 
a partir daí tecer-se conclusões que extrapolam as premissas. Item ERRADO. 
Resposta: E 
 
10.CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) 
Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da argumentação, julgue os itens que se 
seguem. 
( ) Sob o ponto de vista da dedução lógica, o seguinte argumento é inválido. 
Grande parte da população brasileira que tomou a vacina contra o vírus H1N1 não teve a doença. O meu pai 
tomou a vacina contra o vírus H1N1. Logo, o meu pai não terá a doença causada pelo vírus H1N1. 
RESOLUÇÃO: 
O fato de grande parte da população que tomou a vacina não ter ficado doente NÃO significa que TODAS as 
pessoas que tomaram a vacina não ficarão doentes. Portanto, pode acontecer de o pai, mesmo tendo tomado 
a vacina, ficar doente. Ou seja, é possível que as premissas sejam ambas verdadeiras e a conclusão seja falsa, o 
que nos remete a um argumento INVÁLIDO. Item CERTO. 
Resposta: C 
 
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11.ANPAD – 2017) 
Em um debate eleitoral, dois candidatos discutem a temática “transporte público”. 
Assinale, dentre as alternativas a seguir, a única que constitui argumento falacioso apresentado por um dos 
candidatos. 
A) Quando se fala em transporte público, as variáveis a serem consideradas são diversas. Uma delas consiste 
na demanda real e demanda potencial. 
B) Peguei um ônibus diversas vezes por dia para ver quanto tempo gastaria para realizar um trajeto que 
normalmente realizo em 20 minutos de carro. 
C) O transporte público da cidade não atende às nossas necessidades de locomoção. Basta perguntar a 
qualquer cidadão 
D) Se realmente quisermos garantir sustentabilidade ambiental, o transporte público é, sim, uma opção muito 
mais viável que o carro individual em diversos aspectos! 
E) Eu acho ridículo que nossos cidadãos tenham que pagar R$ 4,00 por um sistema de transporte público que, 
na minha opinião, é medíocre, lento e sucateado. 
RESOLUÇÃO: 
Vamos avaliar as opções de resposta: 
Quando se fala em transporte público, as variáveis a serem consideradas são diversas. Uma delas consiste na 
demanda real e demanda potencial. 
Veja que este candidato inicia a sua argumentação levantando um aspecto que, segundo ele, precisa ser 
analisado para se enfrentar a questão do transporte público. O argumento segue uma linha racional, não sendo 
falacioso. 
 
Peguei um ônibus diversas vezes por dia para ver quanto tempo gastaria para realizar um trajeto que normalmente 
realizo em 20 minutos de carro. 
Este candidato apresenta um experimento concreto que, de alguma forma, ajuda a compreender o problema 
do transporte público. Não temos um argumento falacioso. 
 
O transporte público da cidade não atende às nossas necessidades de locomoção. Basta perguntar a qualquer 
cidadão 
Aqui temos um argumento falacioso. Ao invés de apresentar dados concretos, informações que possam ser 
efetivamente debatidas, o candidato apela para uma linha argumentativa vaga (“basta perguntar a qualquer 
cidadão”), sem apresentar qualquer elemento racional que ajude no entendimento do problema. 
 
Se realmente quisermos garantir sustentabilidade ambiental, o transporte público é, sim, uma opção muito mais 
viável que o carro individual em diversos aspectos! 
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Aqui temos uma argumentação racional, em que o candidato expõe uma vantagem do transporte público em 
relação ao individual. 
Eu acho ridículo que nossos cidadãos tenham que pagar R$ 4,00 por um sistema de transporte público que, na 
minha opinião, é medíocre, lento e sucateado. 
Veja que o candidato apresenta uma opinião altamente subjetiva, mas pelo menos ele deixa explícito (“na 
minha opinião”) que está apresentando apenas o seu ponto de vista individual. Não temos uma argumentação 
falaciosa. 
Resposta: C 
 
12.CESPE – FUNPRESP-EXE – 2016) 
O raciocínio a seguir está embasado em um argumento de autoridade. 
Não há uma causa única para a depressão. Deve-se estudar essa doença, tentando-se isolar diversos fatores 
que podem desencadear quadros depressivos, pois, de acordo com pesquisa recente da Organização Mundial 
de Saúde, a depressão é uma doença multifatorial. 
RESOLUÇÃO: 
Veja que o autor do argumento não apresenta elementos concretos que justifiquem que a depressão é uma 
doença multifatorial, ele simplesmente “invoca” uma autoridade no assunto (a Organização Mundial de 
Saúde). Estamos diante de um argumento de autoridade, ou “apelo à autoridade”, como vimos em nosso curso. 
Item CORRETO. 
Resposta: C 
 
13. CESPE – FUNPRESP-EXE – 2016) 
Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da argumentação, julgue os itens a seguir. 
( ) Considerando o argumento abaixo, contrário à ideia de que os castigos são uma forma eficaz de educar 
crianças, é correto concluir que, na cadeia argumentativa da qual faz parte, esse argumento tem valor retórico 
considerável na medida em que combate diretamente o argumento daqueles que são contrários ao uso dos 
castigos como recurso educativo. 
O argumento em discussão já é, de saída, inválido! A pessoa que o defende não tem conhecimento de causa 
para opinar sobre a melhor maneira de educar uma criança. Como considerar o ponto de vista de uma pessoa 
que nunca tevefilhos? Reitero: o argumento em discussão não é válido! 
RESOLUÇÃO: 
Veja que estamos diante da falácia do “apelo pessoal”, ou “apelo contra o homem”, que estudamos em nosso 
curso. O autor deste argumento busca simplesmente desqualificar a outra pessoa (a que defende que castigos 
são eficazes), e não atacar o real problema, o que seria feito apresentando elementos convincentes de que os 
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castigos não são eficazes para educar crianças. Portanto, é ERRADO dizer que este argumento tem valor 
retórico considerável, trata-se de um argumento frágil e falacioso. 
Resposta: E 
 
14.CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) 
Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da argumentação, julgue os itens que se 
seguem. 
( ) Situação hipotética: Em um diálogo, o acadêmico A disse ao acadêmico B: “Por que você ainda usa a teoria 
X? Ninguém mais na nossa área usa essa teoria. O que está em voga, hoje em dia, é a teoria Y.”. Assertiva: 
Nessa situação hipotética, a declaração de A constitui um exemplo de apelo à autoridade 
RESOLUÇÃO: 
ERRADO, não se buscou nenhuma autoridade para justificar o argumento. Seria um argumento por autoridade 
se, por exemplo, tivéssemos algo assim: 
“Por que você ainda usa a teoria X? Einstein já falava que esta teoria é falha, e que deveríamos considerar a 
teoria Y. ” 
Note que aqui sim a base da argumentação é o “peso” da opinião de uma autoridade (Einstein). 
Resposta: E 
 
15. CESPE – TCU – 2015) 
Julgue os itens a seguir com base nas características do raciocínio analítico e na estrutura da argumentação. 
( ) A superstição segundo a qual passar debaixo de escada traz azar ilustra uma relação equivocada entre uma 
causa e um efeito. 
RESOLUÇÃO: 
CERTO, pois de fato nessa superstição associa-se a causa “passar debaixo da escada” com o efeito “ter azar”. 
Tratamos bastante sobre como identificar relações de causa e efeito em nosso curso, e um dos aspectos que é 
preciso observar é a ausência de explicações alternativas. Portanto, se em um determinado dia você passou 
debaixo de uma escada e também bateu o seu carro ou perdeu o emprego, é preciso verificar se esse ‘azar’ tem 
uma explicação alternativa (sua desatenção no volante ou o seu mal relacionamento com o chefe, por 
exemplo). 
Resposta: C 
 
 
 
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16.FCC – ICMS/SP - 2013) 
Observe os dados de uma pesquisa realizada para verificar a existência ou não de alguma relação entre o estado 
civil de um homem (casado ou solteiro) e sua tendência para o consumo de doces. No universo do Gráfico 1, os 
homens solteiros e casados foram escolhidos aletoriamente na população, ao passo que o universo do Gráfico 
2 é um subconjunto do universo do primeiro. Os gráficos mostram que 
(A) o estado civil de um homem e sua tendência para o consumo de doces têm uma relação causal: o casamento 
causa redução na tendência ao consumo de doces. 
(B) o estado civil de um homem e sua tendência para o consumo de doces têm uma relação causal: a redução 
no consumo de doces causa uma maior tendência ao casamento. 
(C) o processo de coleta de informações foi inadequado, pois os Gráficos 1 e 2 apresentam dados contraditórios 
entre si. 
(D) não existe qualquer relação entre o estado civil de um homem e sua tendência para o consumo de doces. 
(E) o estado civil de um homem e sua tendência para o consumo de doces estão correlacionados, mas não existe 
relação causal entre eles. 
RESOLUÇÃO: 
Observando o gráfico 1, temos a informação de que os homens solteiros consomem mais gramas de doces por 
dia que os casados (170 vs. 95 gramas, em média). Note que neste gráfico foram entrevistados homens de todas 
as idades, de modo que a idade média dos solteiros foi, como seria esperado, inferior à idade média dos casados 
(27 vs. 45 anos). 
No gráfico 2 foi feita uma restrição de idade, observando-se apenas homens entre 45-50 anos, e neste caso 
houve um “empate técnico” no que se refere ao consumo de doces de solteiros e casados (78g vs. 81g por dia). 
Assim, podemos inferir que o estado civil do homem não é um fator determinante para o consumo de doces, 
mas sim a sua idade: homens mais velhos tendem a comer menos doces. Como os solteiros tem uma média de 
idade menor, eles acabam sendo os que comem mais doces. 
Em outras palavras: há uma “ligação” (correlação) entre o estado civil do homem e o seu consumo de doces, 
mas o estado civil não é a causa desse maior ou menor consumo (e sim a idade). Temos essa afirmação na 
alternativa E: 
(E) o estado civil de um homem e sua tendência para o consumo de doces estão correlacionados, mas não existe 
relação causal entre eles. 
Resposta: E 
 
17. CESPE – SEGESP/AL – 2013) 
Nas investigações, pesquisadores e peritos devem evitar fazer afirmações e tirar conclusões errôneas. Erros de 
generalização, ocorridos ao se afirmar que certas características presentes em alguns casos deveriam estar 
presentes em toda a população, são comuns. É comum, ainda, o uso de argumentos inválidos como justificativa 
para certas conclusões. Acerca de possíveis erros em trabalhos investigativos, julgue o item a seguir. 
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( ) A argumentação “Se todos os elementos de um conjunto X tiverem determinada característica e se X contiver 
o conjunto Y, então todos os elementos de Y também terão essa característica” contém um erro de 
generalização. 
RESOLUÇÃO: 
Aqui não há um erro de generalização, pois partimos de uma característica presente em todos os elementos de 
um conjunto maior (X) e concluímos que essa mesma característica deve estar presente nos elementos de um 
subconjunto daquele conjunto maior (Y). Exemplificando: 
“Se todos os brasileiros gostam de futebol, e o conjunto dos brasileiros contém o conjunto dos cearenses, então 
todos os cearenses gostam de futebol”. 
A generalização ocorreria no caso contrário, onde partimos da característica de um conjunto menor e 
estendemos para um maior. Veja este caso: 
“Se todos os cearenses gostam de futebol, e o conjunto dos cearenses faz parte do conjunto dos brasileiros, 
então todos os brasileiros gostam de futebol”. Item ERRADO. 
Resposta: E 
 
18. ANPAD – 2017) 
Durante uma interação entre dois sujeitos, A e B, se deram três diálogos - representados a seguir por I, II ou III, 
cada um composto por duas falas, uma de A e outra de B. Os diálogos foram independentes, e as falas 
ocorreram na ordem apresentada. A primeira fala do diálogo é chamada de fala inicial, e a segunda é chamada 
de contra-argumento. 
Diálogo I 
A: O pai da Filosofia é Aristóteles? 
B: Não sei lhe dizer. 
Diálogo II 
B: Há algo errado com a logística de transporte que estamos utilizando. Nossos prazos não diminuem; nem os 
nossos custos. 
A: A causa dos resultados insatisfatórios pode estar fora da logística propriamente dita. Por exemplo, você 
olhou cuidadosamente o nível de treinamento dos nossos colaboradores? 
Diálogo III 
A: O coaching executivo está dando muito certo em nossas empresas do Sudeste. Também teremos ótimos 
resultados com a sua implementação em nossas fábricas do Norte. 
B: Sugiro que reflitamos um pouco mais sobre essa sua lógica. 
Há falácia em: 
A) todas as falas. 
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B) apenas uma fala. 
C) apenas duas falas localizadas no mesmo diálogo. 
D) apenas duas falas localizadas em dois diálogos distintos 
E) apenas três argumentos localizados emdois ou mais diálogos. 
RESOLUÇÃO: 
Podemos chamar de falácia qualquer argumento errado ou equivocado, ou ainda, argumentos incorretos com 
aparência de corretos. Vamos analisar cada diálogo: 
Diálogo I 
A: O pai da Filosofia é Aristóteles? 
B: Não sei lhe dizer. 
Não foi identificado nenhum argumento errado. 
 
Diálogo II 
B: Há algo errado com a logística de transporte que estamos utilizando. Nossos prazos não diminuem; nem os 
nossos custos. 
A: A causa dos resultados insatisfatórios pode estar fora da logística propriamente dita. Por exemplo, você 
olhou cuidadosamente o nível de treinamento dos nossos colaboradores? 
Veja que B se utiliza de duas observações (“Nossos prazos não diminuem; nem os nossos custos”) para concluir 
que há algo errado com a logística de transporte. Apesar de aparentemente correto, esse argumento não é 
necessariamente verdadeiro, visto que, assim como disse A, o problema para que os prazos e custos não 
diminuam pode estar fora da logística propriamente dita. Portanto, há falácia na fala de B. 
 
Diálogo III 
A: O coaching executivo está dando muito certo em nossas empresas do Sudeste. Também teremos ótimos 
resultados com a sua implementação em nossas fábricas do Norte. 
B: Sugiro que reflitamos um pouco mais sobre essa sua lógica. 
O fato de ter dado certo no Sudeste não garante êxito no Norte. Dessa forma, há falácia no argumento de A. 
Assim, identificamos falácia em apenas duas falas, localizadas em dois diálogos distintos. 
Resposta: D 
 
 
 
 
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19.CESPE – TCU – 2015) 
Julgue os itens a seguir com base nas características do raciocínio analítico e na estrutura da argumentação. 
( ) A pergunta complexa: “Você deixou de roubar dinheiro de seus pais? ”se baseia na pressuposição de que o 
interlocutor a quem essa pergunta se dirige não rouba mais dinheiro de seus pais 
RESOLUÇÃO: 
ERRADO, pois a pressuposição aqui é de que o interlocutor roubava dinheiro dos pais anteriormente. É por isso 
que se pergunta se ele “deixou de roubar”. Sem essa pressuposição, a pergunta deveria ser simplesmente “você 
rouba dinheiro de seus pais?”. 
Resposta: E 
 
20. CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) 
Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da argumentação, julgue os itens que se 
seguem. 
( ) A pergunta “Você aplicou bem o dinheiro que adquiriu de forma ilícita, dilapidando o patrimônio da 
empresa?” traz um ataque direto à pessoa do interlocutor, o qual não pode se defender, pois não há como ele 
cancelar as informações pressupostas na pergunta 
RESOLUÇÃO: 
Veja que a pergunta, como foi feita, se for respondida com SIM ou NÃO apenas deixará a pessoa que respondeu 
em situação ruim. Afinal, dizendo SIM, ela está dizendo que aplicou bem o dinheiro ilícito. Se disser que NÃO, 
estará dizendo que aplicou mal o dinheiro ilícito. Ou seja, de qualquer forma ela estará aceitando que usou 
dinheiro ilícito. 
Temos aqui uma pergunta dupla. A forma de se defender é dizendo que vai dividir a pergunta em duas e 
respondê-las separadamente: 
•O dinheiro foi bem aplicado? SIM 
•Esse dinheiro foi obtido de forma ilícita, dilapidando o patrimônio da empresa? NÃO 
Item ERRADO, afinal é possível se defender. 
Resposta: E 
 
21.CESPE – TCU – 2015) 
Julgue os itens a seguir com base nas características do raciocínio analítico e na estrutura da argumentação. 
( ) A seguinte situação é um exemplo de apelo popular: “Dentro do metrô, um rapaz começa a pedir ajuda aos 
demais passageiros para pagar sua passagem de volta para casa. Sua justificativa para essa atitude é o fato de 
ter sido assaltado e não ter um centavo”. 
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RESOLUÇÃO: 
ERRADO, trata-se de um apelo à piedade. O apelo popular consiste no uso de expressões vagas, como “elite”, 
“neoliberalismo”, “capitalistas”, etc., que costumam ter uma conotação negativa para o público em geral 
(embora não necessariamente sejam coisas ruins). 
Resposta: E 
Fim de aula. Até o próximo encontro! 
Saudações, 
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Lista de questões da aula 
1. CESPE – TRT/21ª – 2010) 
O sustentáculo da democracia é que todos têm o direito de votar e de apresentar a sua candidatura. Mas, 
enganoso é o coração do homem. Falhas administrativas e maior tempo no poder andam de mãos dadas. Por 
isso, todos precisam ser fiscalizados. E a alternância no poder é imprescindível. Considerando o argumento 
citado, julgue os itens subsequentes. 
( ) A afirmação "E a alternância no poder é imprescindível" é uma premissa desse argumento. 
( ) Esse é um argumento válido. 
( ) A sentença "Falhas administrativas e maior tempo no poder andam de mãos dadas" é uma premissa desse 
argumento. 
 
2. ANPAD – 2017) 
Ministério da Saúde anunciará um pacote de medidas para incentivar a oferta de planos de saúde individuais. 
O recuo na oferta de planos individuais tende a atingir uma parte expressiva da população não ligada a 
empresas, sobretudo idosos e doentes. A perda de espaço para planos coletivos é crescente e, por essa razão, 
preocupa o governo federal. A ideia é rever algumas das regras em vigor. Uma das alternativas em estudo é 
permitir a rescisão unilateral de contratos (hoje vedada nos planos individuais e permitida nos coletivos). 
A conclusão dos eventos mencionados no texto está sintetizada na 
A) primeira frase 
B) segunda frase. 
C) terceira frase. 
D) quarta frase. 
E) quinta frase. 
 
3. ANPAD – 2017) 
Principal aposta do governo para economizar água diante da grave estiagem, a redução da pressão nas 
tubulações da companhia de abastecimento de dada metrópole está ampliando o número de “vítimas“ da crise 
hídrica. Ao reduzir a pressão na rede de abastecimento, “empurra-se” menos água pelos canos. Por um lado, 
reduzem-se os vazamentos no sistema. Por outro, deixam-se casas sem água, em especial aquelas localizadas 
em pontos altos. 
Assinale, dentre as alternativas a seguir, aquela que apresenta, com base exclusivamente no texto, as premissas 
do governo para reduzir a pressão nas tubulações da companhia de abastecimento. 
A) Diminuição de vazamentos no sistema e relevo irregular na metrópole. 
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B) Crise hídrica e necessidade de reduzir a pressão na rede de abastecimento. 
C) Ineficiência da companhia de abastecimento e redução de vazamentos no sistema. 
D) Atuação do governo sobre a companhia de abastecimento e vazamento em algumas casas. 
E) Necessidade de fazer frente à pouca água disponível e redução de vazamentos no sistema 
 
4. CESPE – FUNPRESP-EXE – 2016) 
O texto que se segue, produzido por um detetive durante uma investigação criminal, ilustra um raciocínio por 
indução. 
Ontem uma senhora rica foi assassinada em sua casa. No momento do crime, havia uma festa na casa da vítima 
e nela estavam presentes umas cinquenta pessoas. Dessas cinquenta, é sabido que nove tinham algum tipo de 
problema com a senhora assassinada. Assim, é plausível supor que o assassino esteja entre essas nove pessoas. 
 
5. CESPE – FUNPRESP-EXE – 2016) 
No diálogo seguinte, a resposta de Q é embasada em um raciocínio por abdução. 
P: Vamos jantar no restaurante X? 
Q: Melhor não. A comida desse restaurante não é muito boa. Li em um site de reclamações muitas pessoas 
dizendo que, após comerem nesse restaurante, passaram muito mal e tiveram de ir ao hospital.

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