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Garantia da qualidade dos serviços farmacêuticos.

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Garantia da Qualidade dos Serviços 
Farmacêuticos 
	
Deontologia	e	legislação	farmacêutica	
Brasília,	05/06/2017	
Como Garantir a 
Qualidade dos Serviços 
Farmacêuticos? 
Para	 iniciar	esta	reflexão,	é	 importante	
que	 sejam	 feitos	 os	 questionamentos	
básicos:	
•  Qual	 o	 resultado	 esperado	 da	
Prescrição	Farmacêutica	e	serviços?	
•  Quais	 os	 pré-requisitos	 ou	 aspectos	
que	são	necessários	cumprir	para	que	
sejam	 alcançados	 os	 resultados	
desejados?	
O que diz a legislação (teoria)... 
Segundo	 estabelecido	 na	 Política	 Nacional	 de	 Assistência	 Farmacêutica	 (PNAF),	 a	
assistência	farmacêutica	é:		
Um	 conjunto	 de	 ações	 voltadas	 à	 promoção,	 proteção	 e	 recuperação	 da	
saúde,	 tanto	 individual	como	coletivo,	 tendo	o	medicamento	como	 insumo	
essencial	e	visando	o	acesso	e	ao	 seu	uso	 racional.	Envolve	a	pesquisa,	o	
desenvolvimento	e	a	produção	de	medicamentos	e	insumos,	bem	como	a	
sua	seleção,	programação,	aquisição,	distribuição,	dispensação,	garantia	da	
qualidade	 dos	 produtos	 e	 serviços,	 acompanhamento	 e	 avaliação	de	 sua	
utilização,	 na	 perspectiva	 da	 obtenção	 de	 resultados	 concretos	 e	 da	
melhoria	da	qualidade	de	vida	da	população.	
(PNAF	-	BRASIL,	2004)	
•  Como	 saber	 se	 uma	 prática	 implementada	 está	 trazendo	 os	
resultados	esperados?	
o  Por	exemplo,	se	há	a	melhoria	da	saúde	da	população	atendida	em	um	
serviço	clínico	farmacêutico?	
o  Por	exemplo,	se	os	municípios	conseguem	fazer	a	gestão	adequada	dos		
serviços	 farmacêuticos	 de	 modo	 a	 suprir	 as	 demandas	 por	 saúde	 da	
população	atendida?	
	
E nos serviços (na prática)?? 
Diagnóstico,	Monitoramento	e	Avaliação	
Diferença entre diagnóstico, monitoramento e 
avaliação em saúde 
	
Diagnóstico	
ü  Quando	não	se	conhece	o	objeto	a	ser	avaliado	ou	não	se	tem	dados	suficientes	sobre	ele.	
ü  É	o	primeiro	procedimento	a	se	fazer,	o	qual	embasará	a	realização	de	futuras	avaliações.	
Monitoramento		
ü  É	um	acompanhamento	contínuo	de	normas,	metas	ou	parâmetros.	
ü  Permite	 acompanhar	 e	 detectar	 possíveis	 problemas	 ou	 dificuldades	 na	 execução,	
possibilitando,	assim,	respostas	ágeis	aos	problemas	detectados.		
	
	
ü  É	um	processo	crítico-reflexivo	sobre	práticas	e	processos	desenvolvidos	no	âmbito	dos	
serviços	 de	 saúde,	 e	deve	 servir	 para	 direcionar	 ou	 redirecionar	 a	 execução	 de	 ações,	
atividades,	programas.	
ü  Busca	explicações	possíveis	para	a	situação	analisada	por	meio	do	juízo	de	valor	expresso.	
ü  Quando	necessário,	propõe	alternativas	para	melhorar	o	objeto	avaliado.	
	
ü  Uma	 boa	 avaliação	 deve	 selecionar	 e	 obter	 dados,	 assim	 como	 elaborar	 e	 divulgar	 os	
resultados	para	ajudar	a	tomada	e	melhora	das	decisões.	
Avaliação 
Avaliação em saúde 
O	 campo	 da	 avaliação	 em	 saúde	 é	
impregnado	 por	 uma	 diversidade	
de	termos,	conceitos	e	métodos,	o	
q u e	 e s t á	 c o e r e n t e	 c om	 a	
mult ip l i c idade	 de	 questões	
consideradas	 como	 pertinentes	 na	
área	da	saúde,	da	heterogeneidade	
e	 complexidade	 das	 intervenções,	
se jam	 elas	 ações ,	 serviços ,	
programas	ou	políticas	públicas.	
Avaliação da Assistência Farmacêutica 
 
“Avaliação	da	Assistência	Farmacêutica	no	Brasil:	Estrutura,	processo	e	
resultados”	(OPAS,	2005).	
	
Ø  Avaliou	 os	 resultados	 das	 políticas	 farmacêuticas	 por	meio	
do	acesso,	da	qualidade	e	do	uso	racional	de	medicamentos.		
Ø  A	avaliação	permitiu	visualizar	um	panorama	da	situação	da	
assistência	farmacêutica:	
•  Farmácias	mais	estruturadas;	
•  Avanços	na	política	de	financiamento;		
•  Aumento	 na	 contratação	 de	 farmacêuticos,	 melhor	
qualificados	e	conscientes	do	seu	papel	no	sistema	de	saúde.	
Questões a serem respondidas em avaliação 
em saúde 
•  O	que	será	avaliado?	(em	que	consiste	o	programa	e	em	que	contexto	ele	
existe?)	
•  Que	 aspectos	 do	 programa	 serão	 considerados	 para	 o	 julgamento	 do	
desempenho?	
•  Que	padrões	 (tipo	 ou	 nível	 de	 desempenho)	 devem	 ser	 alcançados	 para	
que	o	programa	seja	considerado	como	tendo	sucesso?	
•  Que	evidências	serão	usadas	para	indicar	o	desempenho	do	programa?	
•  Que	 conclusões	 relacionadas	 ao	 desempenho	 do	 programa	 são	
justificadas	pela	comparação	das	evidências	disponíveis	 com	os	padrões	
selecionados?	
•  Como	as	 lições	aprendidas	serão	usadas	para	melhorar	a	efetividade	da	
saúde	pública?	 	 	 	 	 	 	 	(CDC/OMS,	1999)	
Ao	construir	uma	avaliação,	é	possível	optar	pela	utilização	de	indicadores	já	
construídos	e	validados	em	outros	estudos.	
Pesquisa sobre Acesso, Utilização e Uso 
Racional de Medicamentos (PNAUM) 
1º: Identificação e envolvimento 
dos interessados na avaliação 
•  Envolvidos	 com	 o	 processo	 (financiadores,	
colaboradores,	parceiros,	gerentes,	usuários);	
•  O	 envolvimento	 destes	 atores	 aumenta	 a	
credibilidade	 da	 avaliação;	 clarifica	 os	 papéis	 e	
responsabilidades;	 aumenta	 as	 chances	 de	 que	 a	
avaliação	seja	útil;	
•  Aumenta	 o	 conhecimento;	 minimiza	 os	 conflitos	 de	
interesse.	
	
Detalhada	para	assegurar	o	entendimento	
das	 metas	 e	 estratégias	 do	 programa,	
bem	 como	 expressar	 como	 estes	
elementos	interagem.		
2º: Descrição do 
programa que 
será objeto da 
avaliação 
 
METAS	
ASPECTOS	
PADRÕES	
DESEJADOS/	
OBJETIVOS	
PARÂMETROS/	
EVIDÊNCIAS	DE	
DESEMPENHO		
DO	PROGRAMA	
3º: Definir o desenho 
da avaliação 
 
Finalidades:	
•  explicitar	as	questões	que	deverão	ser	respondidas	
pela	avaliação;	
•  descrever	os	métodos	utilizados	para	amostragem,	
coleta	e	análise	dos	dados;	
•  explicitar	a	forma	de	interpretação	e	julgamento.	
4º: Obtenção de 
evidências 
confiáveis 
•  Definir	 indicadores	 apropriados	 e	 fontes	 de	
informação.	
•  Os	 indicadores	 definem	 características	 que	 dizem	
respeito	 às	 questões	 da	 avaliação,	 dentro	 de	 uma	
medida	específica	possível	de	ser	interpretada.	
Exemplos de indicadores de Estrutura 
a)  Orçamento	
•  Existe	orçamento	adequado	à	aquisição	de	todos	os	medicamentos	necessários,	
assim	como	para	administrar	o	sistema	farmacêutico	eficientemente?		
b)	Administração	do	programa	
•  Existem	recursos	humanos	treinados	em	número	adequado	à	administração	do	
programa	nas	unidades	de	saúde	e	almoxarifados	regionais?	
c)	Seleção	de	Medicamentos	
•  Existe	uma	relação	de	medicamentos	essenciais	(RME)?	Existem	critérios	para	a	
seleção?	Os	medicamentos	são	adequados	aos	parâmetros	de	morbidade?	
Exemplos	de	indicadores	de	Processo	
	
a)  Ciclo	da	Assistência	Farmacêutica	
•  Em	que	medida	o	elenco	 selecionado	 cobre	o	que	é	prescrito	nas	unidades	
básicas	de	saúde?	
•  Os	medicamentos	são	estocados	em	condições	adequadas?	
•  O	sistema	de	distribuição	de	medicamentos	adotado	é	adequado?		
	
	
Exemplos	de	indicadores	de	Resultados	
	
a)  Utilização	de	medicamentos	
•  A	prescrição	e	o	uso	de	medicamentos	são	racionais?	
b)	Satisfação	do	usuário	
•  A	população	e	os	profissionais	estão	satisfeitos	com	o	programa?	
•  Comparar	 os	 resultados	 com	 os	 objetivos	 do	 programa,	 com	
desempenhos	anteriores,	etc.;	
•  Recomendar	 ações	 ou	 decisões	 que	 sejam	 consistentes	 com	 as	
conclusões;	
•  Limitar	 as	 conclusões	 a	 situações,	 períodos	 de	 tempo,	 pessoas,	
contextos	e	propósitos	aos	quais	os	resultados	são	aplicáveis.	
5º: Justificar as conclusões 
	
		
•  Assegurar	 que	 os	 interessados	
sejam	 informados	 sobre	 os	
resultados	da	avaliação;	
•  Assegurar	que	os	resultados	sejam	
considerados	 nas	 decisões	 ou	
ações	que	afetam	o	programa.	
•  	 Esta	 etapa	 garante	 que	 a	
avaliação	 realize	 seu	 objetivo	
primário:	ser	útil!	
6º: Compartilhar as 
lições aprendidas e 
assegurarseu uso 
Como apresentar os resultados de uma 
avaliação 
•  Uma	 avaliação	 não	 servirá	 para	 subsidiar	 a	 tomada	 de	 decisões	 e	
intervenção	 concreta	 se	 seus	 resultados	 não	 forem	 comunicados	
adequadamente.	
•  É	fundamental	adequar	a	linguagem	ao	público-alvo.		
• O	relatório	final	deve	conter	a	menor	quantidade	de	texto	possível,	
com	o	maior	número	de	informações,	com	uma	breve	interpretação	
destas,	em	quadros,	tabelas	e	matrizes.	
Avaliação da Assistência Farmacêutica 
 PUBLICAÇÕES EM REVISTAS CIENTÍFICAS 
Objetivo 
•  Avaliar	 a	 gestão	 da	 assistência	 farmacêutica	 em	 um	 município	
catarinense,	 sob	 as	 dimensões	 organizacional,	 operacional	 e	 da	
sustentabilidade.	
Ø  Os	 dados	 foram	 coletados	 por	 meio	 de	 entrevista	 semiestruturada,	 com	
perguntas	abertas	e	fechadas	aos	seguintes	atores:		
•  secretário	de	saúde;	
•  farmacêuticos;	
•  prescritores;	
•  gerentes	das	unidades	de	saúde;	
•  usuários.	
	
Ø  A	 matriz	 utilizada	 é	 composta	 de	 44	 indicadores,	 distribuídos	 em	 três	
dimensões:	organizacional,	operacional	e	da	sustentabilidade	contemplam	o	
modelo	.	
Método 
Método 
Ø  Para	emissão	do	juízo	de	valor	da	avaliação,	os	resultados	da	pesquisa	são	
apresentados	em	cores,	utilizando	como	referência	a	sinalização	adotada	no	
trânsito:	verde;	amarela	e	vermelha.	A	cor	roxa	foi	incluída	na	situação	
intermediária,	entre	o	amarelo	e	o	vermelho.		
	
As	cores	são	associadas	a	um	julgamento:		
	
•  	Vermelho:	Urgente	-	sinaliza	os	indicadores	que	precisam	ser	priorizados.		
•  	Roxo:	Alerta	-	evidencia	os	indicadores	que	precisam	ser	melhorados.		
•  	Amarelo:	Cuidado	-	sinaliza	os	indicadores	que	apresentaram	avanços,	porém	
precisam	ser	aperfeiçoados.		
•  Verde:	Manter/Avançar	-	representa	os	indicadores	que	estão	de	acordo	com	a	
imagem-objetivo	que	se	deseja	construir.		
Método 
Quadro 1 – Resultados obtidos 
pelo município na dimensão 
organizacional da pesquisa 
Assistência farmacêutica nos 
m u n i c í p i o s c a t a r i n e n s e s : 
avaliação e qualificação da 
capacidade de gestão, 2013 	
Quadro 2 – Resultados obtidos pelo 
município na dimensão operacional 
da pesquisa Assistência farmacêutica 
nos municípios catarinenses: avaliação 
e qualificação da capacidade de gestão, 
2013. 	
Quadro 3 – Resultados obtidos 
pelo município na dimensão da 
sustentabilidade da pesquisa 
Assistência farmacêutica nos 
municípios catarinenses: avaliação 
e qualificação da capacidade de 
gestão, 2013. 	
Resultados 
•  Destaca-se	como	avanços:	
•  A	 resolutividade	 das	 questões	 gerenciais	 de	 caráter	 técnico,	 como	 a	
programação	de	medicamentos	para	aquisição;	
•  	A	existência	de	uma	lista	de	medicamentos	padronizados,	que	direciona	os	
serviços	 farmacêuticos	e	contribui	no	processo	de	educação	continuada	aos	
prescritores.	
•  Fragilidades:	
•  Nenhuma	 unidade	 de	 saúde	 visitada	 tem	 instrumentos	 de	 verificação	 ou	
garantia	das	condições	de	armazenamento	de	medicamentos;		
•  Falta	de	um	Plano	de	Gerenciamento	de	Resíduos	de	Serviço	de	Saúde;		
•  Falta	de	parceria	entre	a	coordenação	da	assistência	farmacêutica	municipal	
e	a	estadual.	
Conclusões 
•  	Os		resultados	desta	avaliação	geraram	subsídios	para	a	melhoria	da	
gestão	da	assistência	farmacêutica,	já	que	os	profissionais	que	atuam	
na	 área,	 ao	 se	 apropriarem	 desses	 resultados,	 terão	 mais	
instrumentos	 e	 argumentos	 para	 a	 negociação	 com	 os	 gestores,	
visando	o	desenvolvimento	da	área.		
Objetivo do estudo 
Método 
Ø Four	researchers	visited	all	community	pharmacies.	
Ø 	only	one	professional	per	pharmacy	was	invited	to	participate	in	the	
study	in	an	attempt	to	avoid	possible	bias.		
Ø A	structured,	self-administered	questionnaire	was	developed,	
validated,	and	subsequently	used	for	data	collection.		
Ø This	survey	contained	47	objective	questions	and	was	divided	into	
the	following	categories:		
Ø 	1-general	information,	
Ø 	2-knowledge,	
Ø 	3-professional	conduct.	
Resultados 
•  Most	pharmacists	(76.9%)	presented	regular	knowledge,	while	only	
20.5%	had	adequate	knowledge	regarding	pharmaceutical	
dispensing.	
Resultados 
Conclusões 
Ø Pharmacists	showed	gaps	in	the	knowledge	and	skills	utilized	to	
perform	certain	clinical	duties,	such	as	dispensing	medications	and	
pharmaceutical	care.	
Ø Participants	also	reported	the	need	to	improve	their	
pharmacotherapeutic	knowledge	and	patient	orientation	skills	to	be	
able	to	conduct	their	role	as	healthcare	professionals	in	a	full	and	
committed	way.		
	
O	 objetivo	 do	 estudo	 é	 avaliar	 o	 efeito	 da	 reestruturação	 da	
Assistência	Farmacêutica	no	município	de	Aracaju-SE.		
 
Objetivo 
Ø  	 Para	 avaliação	 da	 Assistência	 Farmacêutica	 foi	
utilizado	um	banco	de	dados	documental.	
Ø  Aplicaram-se	os	 indicadores	do	 Instrumento	de	Auto-
Avaliação	 para	 o	 Planejamento	 da	 Assistência	
Farmacêutica	 (IAPAF)	 do	 “Planejar	 é	 Preciso”,	 que	
aborda	tópicos	de	acordo	com	o	“Ciclo	da	Assistência	
Farmacêutica”.		
Método 
	
		
	 Os	 dados	 mostram	 que	 a	 falta	 de	 ações	 de	 desenvolvimento	 da	 AssistFar	
contribuíram	 para	 a	 presença	 de	 resultados	 insatisfatórios,	 principalmente	 nas	
etapas	 de	 prescrição	 e	 dispensação,	 sinalizando	 a	 necessidade	 de	 elaborar	 uma	
estratégia	de	gestão	que	vise	sua	reformulação.		
	
Neste	 cenário,	 é	preciso	 incorporar	 às	 equipes	de	 saúde	mais	 farmacêuticos	que	
atuem	 em	 todas	 as	 etapas	 da	 AssistFar,	 promovendo	 uma	 gestão	 racional	 de	
medicamentos.	
Resultados e Conclusão 
• A	prática	da	avaliação	deve	ser	incorporada	no	cotidiano	da	
farmácia.		
• A	avaliação	deve	ser	utilizada	como	ferramenta	na	tomada	
de	 decisão	 e	 como	 fator	 para	 incorporação	 de	 novos	
parceiros	na	construção	da	assistência	farmacêutica,	como	
os	outros	profissionais	de	saúde	e	do	controle	social.

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