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Transporte Gestão de materiais (1)

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Introdução
É consagrada a importância dos Transportes em nosso cotidiano, bem como dos estudos envolvendo a implantação de novos sistemas ou a otimização dos já implantados, cada vez mais necessários e frequentes.
A modalidade de transporte de carga mais utilizada no Brasil é o transporte rodoviário, com cerca 60% das operações efetuadas por este modo, restando 20% por ferrovias e 20% por hidrovias, justificada pelas dificuldades que as outras categorias enfrentam em atender com eficiência as demandas cada vez maiores das áreas mais remotas do país.
Nos terminais intermodais são desenvolvidas atividades complexas em função da diversidade de modos de transportes, tipos de cargas e procedimentos adotados em cada situação.
Os Sistemas de Informação Geográfica são considerados ferramentas poderosas na gestão de terminais intermodais.
Conceitos Básicos do Transporte
Um sistema de transporte é constituído pelo modo (via de transporte), pela forma (dentre os vários modos de transporte), pelo meio (elemento transportador) e pelas instalações complementares (terminais de carga).
EMBARCADOR OU EXPEDIDOR – Pessoa que concretiza o contrato de transporte com a transportadora, não necessariamente o próprio dono da mercadoria;
CONSIGNATÁRIO – Pessoa responsável pelo recebimento da mercadoria;
VOLUME INDIVISÍVEL – Volume unitário, indivisível durante o processo de transferência e movimentação;
CARGA FRACIONADA – Cargas soltas, como fardos, tambores, barris, engradados, etc;
CARGA UNITIZADA – Lote constituído por diversos pequenos volumes de carga fracionada, juntos, em uma única unidade de carga;
PALLET – Estrado feito normalmente de madeira ou materiais sintéticos, com entradas para os garfos de empilhadeiras, usado para agrupar mercadorias e facilitar o deslocamento;
Formas de Transporte
UNIMODAL – É a forma mais simples de transporte, quando a carga é transportada diretamente, usando apenas um veículo, em uma única modalidade e com apenas um contrato de transporte.
SUCESSIVO – Acontece quando para chegar no destino final a carga passa por um ou mais veículos da mesma modalidade, sendo necessários um ou mais contratos de transporte.
SEGMENTADO – Quando se faz necessária a utilização de veículos diferentes, de uma ou mais modalidades, em vários estágios, onde todos os serviços são contratados separadamente com diversos transportadores. 
MULTIMODAL – Quando a carga é transportada em todo percurso, utilizando duas ou mais modalidades de transporte, com um único contrato.
Modos ou Modais de Transporte
RODOVIÁRIO – A carga é transportada pelas rodovias, em carretas, caminhões, etc.
FERROVIÁRIO – A carga é transportada pelas ferrovias, em vagões fechados e plataformas, etc.
FLUVIAL/LACUSTE (Hidroviário) – A carga é transportada em embarcações, através de rios, lagos ou lagoas.
MARÍTIMO – A carga é transportada em embarcações, pelos mares e oceanos. 
AQUAVIÁRIO – Consiste em uma única definição dos modais marítimo e hidroviário.
AÉREO - A carga é transportada em aviões, através do espaço aéreo.
DUTOVIÁRIO – Sempre na forma de granéis sólidos, líquidos ou gasosos, a carga é transportada através de dutos.
Formas de escolher os modais de transporte mais viável, segundo a necessidade do transportador.
Disponibilidade e frequência do transporte;
Tempo de trânsito;
Valor do frete;
Índice de faltas;
Níveis de serviços prestados;
TRANSPORTE RODOVIÁRIO
O transporte rodoviário deu-se início no Brasil em 1926, com a Rodovia Rio – São Paulo, única pavimentada até 1940. O transporte rodoviário é um dos mais simples e eficientes, sua única exigência é de que existam rodovias, todavia, esse modal apresenta um elevado consumo de consumo. Inúmeros estudos internacionais comprovam que em distâncias superiores a um raio de 500 km, essa forma de transporte se torna antieconômica. Esse modal é indicado principalmente para a distribuição urbana, tendo em vista sua elevada flexibilidade.
No Brasil a distribuição física ainda é feita durante o dia, o que causa congestionamentos nas principais ruas das cidades, aumentando o índice de poluição. Em outras metrópoles, de países mais desenvolvidos essa distribuição acontece durante a noite, melhorando o desempenho das frotas e não congestionando o fluxo viário no período do dia.
A Malha Rodoviária Brasileira
Radiais – Começam em Brasília, numeradas de 1 a 100.
Longitudinais – Sentido Norte – Sul, numeradas de 101 a 200.
Transversais – Sentido Leste – Oeste, numeradas de 201 a 300.
Diagonais – Sentido diagonal, numeradas de 301 a 400.
De ligação – Unem as outras, numeradas de 401 a 500.
Dentre as rodovias federais, destacam-se as seguintes:
BR 101 – Cobre o litoral brasileiro desde a cidade de Osório (RS), passando por capitais litorâneas como Rio de Janeiro, Vitória, Aracajú, Maceió, Recife e João Pessoa, terminando em Natal.
BR 116 – Começa em Jaguarão, na fronteira com o Uruguai, passando por Porto Alegre, Curitiba em seu percurso incorpora a Régis Bittencourt, conhecida como Rodovia da Morte, e também a Rodovia Presidente Dutra, trecho mais movimentado do País – ligando São Paulo e Rio de Janeiro, terminando no Ceará, na cidade de Russas.
BR 153 – A única que atravessa as cinco grandes microrregiões do país, iniciando na cidade de Acegua, na fronteira com o Uruguai, cruzando o território de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Oeste de São Paulo e Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, indo terminar em Marabá.
Dentre as rodovias federais de caráter regional, destacam-se:
Região Norte – BR 174, ligando Manaus a Boa Vista e prosseguindo até a fronteira com a Venezuela, bifurcando-se em Boa Vista na BR 401, em direção à Guyana.
Região Nordeste – BR 407, ligando a cidade de Rui Barbosa à Paraíba, atendendo em seu percurso os portos fluviais de Juazeiro e Petrolina.
Região Centro – Oeste BR 070, ligando Brasília a Cuiabá.
Regiões Sudoeste e Sul – São totalmente cobertas por rodovias federais e estaduais, interligando praticamente todas as microrregiões. 
Vantagens e Desvantagens do Transporte Rodoviário
Vantagens:
Maior disponibilidade de vias de acesso;
Possibilita o serviço porta a porta;
Embarques e partidas mais rápidos;
Favorece os embarques de pequenos lotes;
Facilidade de substituir o veículo em caso de quebra ou acidente.
Desvantagens:
Maior custo operacional e menor capacidade de carga;
Nas épocas de safras provoca congestionamento nas estradas;
Desgasta prematuramente a infraestrutura da malha rodoviária.
TRANSPORTE MULTIMODAL
O conceito de multimodalidade baseia- se na total integração dos modais de transporte. Eventuais gargalos em algum dos pontos de transferência ou em qualquer dos diversos modais empregados geram ociosidade dos veículos, equipamentos e instalações, atrasos na entrega e congestionamento em portos e ferrovias, além de aumentar enormemente os custos globais.
Para que um transporte seja considerado como multimodal, é necessário:
Ser realizado, pelo menos por dois modos de transporte;
Haver um responsável perante o dono da carga;
Haver um único contrato de transporte entre transportador e o dono da mercadoria;
Existir um conhecimento único válido para todo o percurso;
Uso de cargas unitizadas indivisíveis;
Inspeções fiscais apenas na origem e no destino.
O Transporte Multimodal consiste em um único contrato de transporte, utilizando pelo menos dois modais, em decorrência da existência de um Contrato de Transporte Multimodal, desde o local onde o operador de transporte tomar as mercadorias sob sua custódia até o lugar contratual para entrega, responsabilizando-se além do transporte em si, pelos serviços de coleta, consolidação e/ou desconsolidação, armazenagem, manipulação e entrega ao destinatário.
VANTAGENS
Esse tipo de transporte alia a conveniência e a simplicidade jurídico-administrativa do transporte unimodal à eficiência econômico-energética do transporte segmentado, com um único responsável perante o dono da carga.No aspecto operacional, é necessário que a carga seja unitizada, de forma indivisível e inviolável. Significa dizer que a unidade será integralmente transferida de um modo de transporte para outro, sem que as suas frações sejam manuseadas diretamente. Sob o aspecto fiscal, a carga é inspecionada apenas na origem e/ou destino, não ocorrendo desagregação das suas unidades de carga durante todo o transporte.
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO
O transporte aquaviário (também pode ser chamado de hidroviário) é aquele em que se utiliza a água para a locomoção do meio de transporte, pode ser subdividido entre diferentes tipos de acordo com o corpo de água que ele utiliza:
Marítimo é o transporte que acontece sobre mares e oceanos, onde se utilizam navios para o transporte de cargas, podendo ser cabotagem (onde há transporte entre os portos do mesmo país) ou longo curso (quando o transporte é feito entre países ou continentes);
Fluvial é o transporte que se utiliza os rios para o transporte de cargas, geralmente feitos através de barcos;
Lacustre é quando o transporte é feito através de lagos e lagoas.
Os transportes aquaviários são muito utilizados para transporte de produtos e de pessoas, um dos seus principais motivos é o baixo custo que esse transporte possui. Geralmente é utilizado para o transporte de grandes cargas a longas distâncias. O baixo custo desse transporte ajuda na melhoria do valor comercial dos produtos deixando-os mais competitivos no mercado, uma vez que o custo de transporte influência no custo final do produto.
Esse modal é muito utilizado para o transporte marítimo internacional, principalmente na relação entre continentes, pois facilita o acesso das mercadorias, além de ter rotas exclusivas e não haver problemas no trânsito.
Como todo transporte, o aquaviário também possui suas desvantagens, como o tempo longo de trânsito, a dependência de terminais especializados, a necessidade de vias apropriadas (principalmente para o transporte fluvial) e distância dos centros de produção, onde muitas vezes requer auxílio de outro modal de transporte para a chegada e saída da mercadoria.
Para o transporte fluvial são construídas as Hidrovias, onde se utilizam de rios, lagos e lagoas navegáveis. Sendo de grande importância para o transporte de grandes quantidades de mercadorias, como minérios e produtos não perecíveis.
No Brasil há uma rede hidroviária de aproximadamente 22.037 km, e transportam cerca de 13% da mercadoria interna do país. As principais hidrovias do país são a Amazônica com 17.651 km, Tocantins – Araguaia com 1.360 km, Paraná – Tietê com 1359 km, Paraguai com 591 km, São Francisco com 576 km e Sul com 500 km. Na região amazônica há cerca de 80% das vias navegáveis do país, por isso é a região onde tem os maiores números de hidrovias.
Na questão marítima o Brasil possui 8,5 mil km de costa navegáveis e 34 portos públicos. Desses portos 16 são delegados a estados ou municípios e 18 marítimos administrados pela Companhias Docas, uma sociedade onde o acionista majoritário é o Governo Federal. Cerca de 90% das exportações do país são feitas pelos portos, o que garante a grande utilização desse modal no Brasil, com isso há setores que investem nesse modal de transporte, seja na criação de portos particulares ou na relação de embarcações, uma vez que esse modal é um dos que mais se utiliza no país para o comércio internacional.
O transporte aquaviário é utilizado em ampla escala por países com acesso ao oceano ou mares, pois facilita o contato internacional e historicamente foi uma das primeiras formas de contato entre os continentes.
Transporte Ferroviário 
O transporte ferroviário está subordinado ao DTF – Departamento de Transporte Ferroviário, órgão vinculado ao Ministério dos Transportes.
Transporte ferroviário é aquele realizado por trens, composto de vagões puxados por locomotivas, sobre trilhos. Ele tem trajetos devidamente delineados, sem flexibilidade quanto a percursos, presos a caminhos únicos. Em caso de obstrução da ferrovia pode ter como resultado atraso na entrega da mercadoria.
Ele pode ser realizado de forma nacional, dentro de um país, ou internacional, abrangendo dois ou mais países. No plano internacional é um modal utilizado, geralmente, para efetuar transporte entre países limítrofes. Pode ser realizado também entre países que não façam fronteiras entre si, mas que apresentem condições para tal, tanto como relação à distância quanto à viabilidade de custos e condições das ferroviais, cujo trânsito é realizado através de um terceiro ou terceiros países.
O transporte ferroviário não é tão ágil quanto o rodoviário no acesso às cargas, já que as mesmas devem, em geral, ser levadas a ele.
É recomendado para mercadorias de baixo valor agregado e grandes quantidades. É competitivo, por exemplo, para produtos agrícolas a granel, minérios, siderúrgicos, cujo valor é muito baixo, e precisa de um transporte barato para não tornar seu custo final maior. O espaço no veículo, para o transporte da carga, é reservado diretamente com o transportador. A carga poderá ser transportada isoladamente, em veículo exclusivo, ou juntamente com outras cargas de outros embarcadores, quando não for suficiente para ocupação do espaço total do veiculo 
Vantagens:
Menor custo de transporte 
Frete mais barato em relação ao rodoviário 
Está livre de congestionamento 
Propicia o transporte de grandes quantidades de carga
Desvantagens 
É um transporte mais lento do que o rodoviário 
Não tem flexibilidade de trajeto 
Exige o transbordo constante de carga para que seja levada ao seu destino final.
Transporte Aéreo
O transporte aéreo é único dentro da sua característica, sendo uma atividade que envolve facilidade e rapidez. Pode ser dividido em 
Internacional que é o transporte entre aeroportos de países diferentes, isto é, relações de comercio exterior 
Nacional denominado de transporte doméstico, ou ainda de cabotagem embora esse termo não seja muito comum, que faz a ligação entre aeroportos de um mesmo país.
O transporte aéreo é um modo de transporte ágil, e recomendado para mercadorias de alto valor agregado, pequenos volumes e encomendas urgentes. É competitivo por exemplo, para produtos eletrônicos como computadores, softwares, celulares, etc. Adequado para viagens de longa distância e intercontinentais.
Vantagens 
Ideal para transporte de mercadorias que precisam ser entregues rápido.
Documento de transporte obtido com maior rapidez, face à emissão antecipada.
Os aeroportos normalmente estão próximos de centros de produção, industrial ou agrícola.
Usado particularmente com muita eficácia para transportar amostras. 
Desvantagens 
Frete relativamente alto em relação aos demais 
Capacidade de carga bem menor do que outros modos de transporte 
Transporte Dutoviário
O Transporte Dutoviário é normalmente constituído e operado pelas grandes empresas petrolíferas e petroquímicas de cada país, principalmente pelo fato destas deterem os processos industriais e comerciais das duas pontas do modal, que podem ser: exploração, exportação, importação, refino e pontos de distribuição. Assim, muitas vezes há um único usuário desta infra-estrutura. A recente abertura deste mercado, em diversos países, faz com que a malha dutoviária passe a ser gerida como um modal de transporte “comercial“, com tarifas específicas e exigências cada vez maiores. A malha dutoviária brasileira é detida em sua quase totalidade pela Petrobras, sendo a maior parte dos seus dutos de transporte e alguns dutos de transferência geridos pela subsidiária Transpetro. 
Vantagens
Permite que grandes quantidades de produtos sejam deslocados de maneira segura, diminuindo o tráfego de cargas perigosas por caminhões, trens ou por navios e, consequentemente, diminuindo os riscos de acidentes ambientais.
Podem dispensar armazenamento;
Simplificam carga e descarga;
Diminuem custos de transportes;
Menor possibilidade de perdas ou roubos.
Redução do desmatamento;
Melhoriada qualidade do ar nas grandes cidades;
Facilidade de implantação, Alta confiabilidade, Baixo consumo de energia, Baixos custos operacionais;
Conclusão
A intermodalidade nos transportes de cargas é praticada em países desenvolvidos e já é realidade no Brasil. Sistemas que auxiliem no planejamento e gestão de terminais intermodais de cargas tem sido objeto de pesquisas e projetos na área.
REFERENCIA: 
Livro: Transportes e Seguros no comércio exterior 
Autores: Samir Keedi e Paulo C. C. De Mendonça
Paginas : 141,142,149,150
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/7742/7742_4.PDF Acessado em 26/112017

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