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ITER CRIMINIS 1. Fase Externa: A fase externa do Iter criminis é composta por 3 etapas: Preparação - A preparação é também etapa não punível, embora alguns doutrinadores afirmem que existem uma categoria de crimes denominados "crimes obstáculo" que seriam aqueles passíveis de punição na fase preparatória do Iter Criminis. (Ex. Art. 288 CP - Associação criminosa). Obs.: Não se pune a cogitação e a preparação (Fases iniciais das 2). Execução - Também chamada de atos executórios, esta etapa do Iter Criminis é passível de punição desde que apresente-se revestida de idoneidade e de indiscutibilidade. Ex. Usar objeto idôneo. Consumação - É a última etapa do Iter Criminis e pode ser definida pela reunião de todos os elementos descritos na conduta tipificada (Art. 14 CP Crime consumado). Obs.: Os crimes tentados serão apenados com a mesma pena correspondente ao crime consumado, porém com redução de 1/3 a 2/3 da pena. Exaurimento - Embora não seja considerado elemento integrante do Iter Criminis o exaurimento é com ele estudado. Pode ser conceituado como sendo as consequências negativas posterior a consumação. Vale lembrar que nem todo crime comporta exaurimento. 2. ILICITUDE A ilicitude é o segundo elemento do crime e pode ser conceituado como sendo a relação de contrariedade entre a conduta e o ordenamento jurídico todavia o direito penal preocupa-se efetivamente com as chamadas causas excludentes da ilicitude (Institutos penais que se presentes no caso concreto terão como conseqüência a exclusão do substrato ilicitude e por conseqüência a exclusão do próprio crime ). Tais causas excludentes da ilicitude podem ser divididas em duas espécies: Genéricas e Especificas. As excludentes da ilicitude genéricas encontram-se capituladas no Art. 23 do código penal e são as seguintes: Estado de necessidade, legítima defesa e estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de um direito. Espécies de excludentes da ilicitude genéricas: • Estado de necessidade: O direito penal autoriza que em determinadas situações de conflitos entre dois bens juridicamente protegidos que um deles possa perecer para resguardar o outro. Cabe ressaltar que o estado de necessidade pode se dar tanto para ações humanas quanto para fenômenos naturais, e desde que não haja outra forma de resguardar os dois bens jurídicos. "Não se pune por estado de perigo" Ex. 1 perecer para que 1 permaneça Obs¹.: O direito admite também o chamado Estado de necessidade de Estado de necessidade. Obs².: Existe ainda o chamado estado de necessidade putativo(imaginário), ou seja, aquele em que o individuo age acreditando estar em estado de necessidade, porém não está. (Afasta o dolo e entra a culpa) • Legítima defesa: Podemos conceituar legítima defesa como sendo repelir agressão injusta e iminente proferida por pessoa. É imprescindível que a reação seja razoável e proporcional. Temos ainda admissibilidade da legítima defesa em face de legítima defesa putativa, bem como a legítima defesa putativa contra legítima pessoa putativa. Finalmente temos que a legítima defesa poderá ser pessoal ou em favor de terceiro. • Estrito cumprimento do dever legal: Algumas autoridades públicas em razão de sua função tem o dever legal de agir em determinadas situações e terão como conseqüência a exclusão da ilicitude de sua conduta. • Exercício regular do direito: Consiste na permissão legal para que determinadas condutas particulares sejam desprovidas da ilicitude. 3. Excludentes da Ilicitude Específicas O direito penal brasileiro prevê além das excludentes da ilicitude genéricas as chamadas excludentes da ilicitude específicas, ou seja, causas que afastam o tipo penal de forma pontual e delimitada a certos crimes. Nesse contexto podemos citar o artigo 128 do código penal (aborto legal). 4. Institutos: Tentativa: O artigo 14 inciso 2 do código penal trás o instituto da tentativa também denominada de "conatus". Sua natureza jurídica é de causa geral de diminuição de pena. Nesse contexto entende-se por tentativa toda vez que o agente iniciar a execução do crime, porém não atingir a consumação por razões alheias a sua vontade Classificações da tentativa ( Art. 14, II CPB): - Perfeita (Crime Falho): É aquela em que o agente criminoso esgota todos os meios executórios do crime, todavia não ocorre a consumação. - Imperfeita: É aquela em que o agente criminoso não esgota todos os meios de execução. - Cruenta (Vermelha): É aquela em que o objeto jurídico protegido é atingido pela ação do agente. Exemplo: Efetuar disparos, pessoa cai sangra, ocorre ferimento, mas não morre. - Incruenta (Branca): É aquela em que o objeto jurídico protegido não é atingido. Exemplo: Disparos contra a vitima, esgota as munições, mas não acerta nenhum. Desistência voluntária e Arrependimento eficaz/Resipiscência (Art. 15 CPB): A desistência voluntária e o arrependimento eficaz são institutos penais que impedem a consumação do delito de forma voluntária pelo agente ("Posso, mas não quero"). Merecem destaque o fato de que tanto na desistência eficaz como no arrependimento eficaz temos a verificação do início dos atos executórios. A diferença entretanto reside no fato de que na desistência voluntária os atos executórios não são encerrados: Já o arrependimento eficaz ocorre também o início dos atos executórios, porém o seu esgotamento. Quero, mas não posso. Tentativa Posso, mas não quero. Desistência voluntária Arrependimento posterior (Art. 16 CP): O arrependimento posterior é também uma causa de redução de pena, verificada toda vez que o agente criminoso ao consumar o crime age no sentido de reparar o dano ou restituir integralmente a coisa até o recebimento da peça inicial acusatória (denúncia). 5. Crime impossível/"Tentativa inidônea"/"Quase crime"/"Crime oco" (Art. 17 CP): O crime impossível pode ser considerado efetiva causa excludente da tipicidade e dividi-se em duas espécies distintas. A primeira ocorre quando o meio empregado é absolutamente ineficaz para causar a consumação, já a segunda espécie ocorre quando o objeto atingido apresenta-se absolutamente impróprio para consumação do crime. Ineficácia absoluta do meio: Exemplo: Ao invés de usar cianureto usa açúcar para matar marido ou arma impossível de atirar, arma que não funciona. Absoluta impropriedade do objeto atingido: Exemplo: Matar alguém já morto. 6. CULPABILIDADE É o terceiro elemento ou substrato do crime para a teoria finalista clássica e será avaliado somente quando houver fato típico e ilicitude. Pode ser conceituado como sendo um conjunto de elementos ligados ao sujeito ativo do crime e que ensejaram ou não a punição do agente. Seus elementos formadores são: Imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, exigibilidade de conduta diversa.
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