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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Universidade Federal Fluminense Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ Disciplina: Literatura Portuguesa I Coordenadora: Maria Lúcia Wiltshire de Oliveira Tutora a Distância: Adriana Gonçalves AD1 – 2016 / 2 CURSO: Licenciatura em Letras POLO: Paracambi ALUNA: Alessandra Gonçalves da Silva MATRÍCULA: 13113120163 DATA: 18/08/2016 X AD1 AD2 Relatório Sejam bem-vindos à 1ª avaliação da disciplina Literatura Portuguesa I – 2016-2. A AD1 também é uma forma de fixar as leituras e estudos realizados até aqui. Avisos: A AD1 se refere aos conteúdos das Aulas 1, 2, 3, 4, 5 e 6 do seu Caderno Didático e da Sala de aula virtual da disciplina. A AD1 está disponibilizada na plataforma a partir das 12:00 h do dia 5 de agosto, sexta-feira. As respostas devem ser postadas na plataforma até 23:55 h do dia 14 de agosto, domingo, ou seja, 10 dias depois da abertura. Poste as respostas diretamente seguindo as instruções da plataforma, pois não há possibilidade de postagem de arquivo. Não serão consideradas provas de AD1 entregues no pólo, nem postagens de arquivos na plataforma ou emails. Critérios: Escreva no mínimo 50 (cinquenta) palavras para cada resposta, mas não copie palavras do Caderno Didático ou da internet. As respostas não devem ultrapassar 100 (cem) palavras, ou seja, 400 (quatrocentas) palavras na prova toda. As questões valem 2,5 (dois e meio) pontos cada uma. Serão consideradas na atribuição dos pontos: correção, coesão, coerência e originalidade. Bons estudos, boa avaliação! QUESTÕES Em nossa disciplina não trabalhamos com os estilos literários de época ordenados em sequência cronológica, mas com temáticas que são eixos norteadores. 1ª questão: Explique com suas palavras o que compreendeu a respeito de cada eixo adotado nesta disciplina: a) Território - Em Levantado do chão de José Saramago há uma relação com o território que é feita na opressão exploratória dos latifundiários. Frente à ela o deslocamento exercido por aqueles sujeitos se dá também em um plano mais interiorizado, de negação a essa condição, de levantar-se contra. É importante que, ao longo das discussões, o aluno mencione e dialogue com o texto camoniano Os Lusíadas. Deslocamento – O texto de Garret, Viagens na minha terra, no qual o deslocamento é realizado subvertendo a perspectiva além-mar, costumeira na literatura portuguesa, para explorar o território nacional Tejo acima. Outro texto que subverte o imaginário das grandes navegações é o poema “Deriva XV”, de Andresen: aqui o que resta de Lisboa não é apenas nostalgia, mas o tédio que em composição com o título sugere um ambiente de incertezas, a falta de um destino que pode ser expandido metonimicamente (Lisboa/Portugal). Em O Delfim de Cardoso Pires temos uma ambientação parecida com “Deriva XV”, em que entra em cena o contraste do cenário atual com os tempos mais felizes das grandes navegações e das conquistas do país. Escrita – Com Eduardo Lourenço temos o eixo da escrita subjacente à reflexão; “Literatura como interpretação de Portugal”. Ou seja, Portugal é escrita, reescrita e inscrita ao longo de sua tradição literária. É importante ressaltar aspectos da percepção da construção de uma identidade nacional pela escrita, como exemplo disso temos Mensagem de Fernando Pessoa e sua referência intertextual a’Os Lusíadas e às grandes navegações portuguesas. Mais especificamente, o trecho citado em nosso material, exaltando a valentia dos navegadores frente ao mar, como uma postura metafórica assumida pela pátria e a ser assumida na vida. 2ª questão: Escolha um texto /autor em nosso caderno didático de sua preferência, relacione-o a um dos três eixos e justifique. Gil Vicente, em relação à certa distopia ensejada por sua peça Auto da Índia, deixa de focalizar o ângulo costumeiro do Império das grandes navegações para criticá-lo. Como crítica seu teatro expõe pelo artifício do riso as mazelas geradas pelo projeto expansionista, dentre elas o adultério e a decomposição da família. Torna-se, portanto, primeira e importante voz a estabelecer o contraponto ao discurso enaltecedor dos grandes feitos. Mais tarde, em Os Lusíadas, Camões incorporará em sua epopéia o mesmo contraponto, mantendo na obra ambos os discursos, de enaltecimento e contestação ao projeto. Na epopéia, o episódio do Velho do Restelo e de Adamastor funcionam como vozes dotadas de um contra-discurso às grandes navegações, tal como fora realizado anteriormente por Gil Vicente em sua peça. 3ª questão: Na sua opinião, por que razão Camões é o autor que abre o curso, recebendo tratamento ao longo de três aulas (aulas 2, 3 e 4)? Camões foi um grande poeta português, que com sua obra prima, "Os Lusíadas", relata as aventuras de Vasco da Gama pelos mares bravios do mundo conhecido no início do século XVI. Ele conseguiu driblar as próprias regras eclesiais e incluir fortes tons mitológicos no grande poema composto de 10 cantos. Muitos escritores na Língua Portuguesa, nos séculos seguintes inspiraram-se na Lírica de Camões, não só a épica como também amorosa. 4ª questão: Sob o ponto de vista do eixo da Escrita indique a qualidade principal que você atribui aos seguintes autores, justificando: Fernão Lopes – Gil Vicente – O teatro de Gil Vicente mistura temas profanos e religiosos (Ex.: Auto da Mofina Mendes ou dos Mistérios da Virgem), assim como vemos no auto contemporâneo brasileiro em que há cenas profanas (peripécieas cômicas de João Grilo e Chicó) e cenas religiosas, como o julgamento final diante de Cristo, do Diabo e da Virgem. O tema do aultério também é comum nos dois autos: a ama e seus amantes no Auto da Índia e as traições da mulher do padeiro no auto brasileiro. Luís de Camões – Em Os Lusíadas, por exemplo, Camões “canta” a pátria portuguesa na Proposição (“armas e os barões assinalados”), na Invocação (as Tágides), na Dedicatória (elogio ao rei D. Sebastião) e em grande parte da Narração. Mas também se lamenta diante das vaidades, da cobiça, dos vícios e da corrupção através dos comentários (excursos) ao longo do poema, como pelas advertências do velho do Restelo e pelas profecias do gigante Adamastor. Para o crítico Eduardo Lourenço trata-se de um movimento alternado de “sinfonia e réquiem”.
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