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COMERCIO INTERNACIONAL REGULAR 2

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CURSOS ON-LINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL – CURSO REGULAR 
PROFESSOR RODRIGO LUZ E MISSAGIA 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
1
AULA 02 
VALORAÇÃO ADUANEIRA 
Olá pessoal. O comércio exterior sempre foi, para os 
governos, objeto de atenção especial, tal a sua importância 
quanto à geração de divisas, fornecimento de insumos, acesso 
a produtos que o país não consegue produzir ou produz a custo 
muito alto etc. 
Sendo assim, inúmeros são os instrumentos que permitem 
aos governos controlar as transações com outros países, tais 
como: tarifa (imposto) de importação e de exportação, taxa de 
câmbio, cotas (restrições quantitativas) para importação ou 
para exportação, exigências administrativas, ambientais, de 
segurança e outras. 
O imposto de importação é uma dessas armas de que os 
governos dispõem para efetivar tal regulação. Na verdade os 
tributos externos (imposto de importação e imposto de 
exportação) existem basicamente para que o país realize 
controle econômico do comércio exterior. O caráter desses 
tributos é regulatório (extra-fiscal), e não arrecadatório. Assim, 
se o governo quer abrir suas importações, a tendência é reduzir 
(ou mesmo eliminar) a tarifa de importação sobre determinados 
produtos. Por outro lado, a redução do imposto de importação 
de um produto levará a um aumento das importações daquele 
produto, como foi o caso da “enxurrada” de importações de 
automóveis que o Brasil teve em meados da década de 1990. 
CONTEXTO 
Até a eclosão da Segunda Guerra Mundial, com o objetivo 
de proteger suas indústrias e de incrementar suas exportações, 
os grandes países da Europa e os Estados Unidos impunham 
diversas restrições às importações, ao passo que eram criados 
mecanismos de estímulos às exportações, para melhorar a 
Balança Comercial. 
Isso causava um verdadeiro “nó” no comércio internacional. 
Com o fim da 2ª Guerra, os países vencedores se reuniram em 
Bretton Woods, nos EUA, para decidir os rumos da economia 
internacional. Nessa reunião foram criados o Fundo Monetário 
Internacional (FMI), para supervisionar as políticas cambiais dos 
países, e o Banco Internacional de Reconstrução e 
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2
Desenvolvimento (BIRD), para emprestar recursos visando à 
recuperação da Europa. 
Com relação ao Comércio Internacional, foi prevista a 
criação de um Organismo regulador, a Organização 
Internacional do Comércio (OIC), que acabou não saindo do 
papel devido à resistência dos EUA em ratificar o acordo que 
criaria tal instituição. Os estatutos da OIC previam diversos 
acordos para incrementar o comércio internacional. Um deles, 
que se referia a reduções tarifárias, acabou sendo firmado em 
1947. Trata-se do GATT/47 (General Agreement on Tariffs and 
Trade). 
A instituição que os países intentavam formar em 1947 veio 
a surgir quase 50 anos depois, em 1994. É a Organização 
Mundial do Comércio (OMC), assunto que será tratado em aulas 
específicas desse curso. Agora nos interessa que o GATT foi 
assinado em 1947 trazendo uma série de artigos para combater 
o protecionismo alfandegário. 
Ora, voltando ao imposto de importação, para que este 
atinja o efeito de transparência necessária, ou seja, manter 
todos os países informados do seu valor e do grau de proteção 
aplicado ao comércio exterior, é imperioso que este seja 
aplicado a uma base de cálculo correta, que expresse a 
realidade da transação entre comprador nacional (importador) e 
vendedor estrangeiro (exportador). 
Um dos artifícios utilizados pelos países para protegerem 
suas indústrias nacionais (bloqueio de importações) até a 
implementação do GATT era exatamente a manipulação da base 
de cálculo do imposto de importação. Assim, de nada adiantava 
uma reduzida tarifa sobre as importações se esta fosse aplicada 
a uma base de cálculo determinada por critérios arbitrários e 
irreais. Era um subterfúgio dos países, que “fingiam” possuir 
uma baixa tributação às importações, apresentando alíquotas 
reduzidas do II, quando essa alíquota multiplicada por um valor 
elevado artificialmente resultava em uma grande quantidade de 
imposto a pagar, tornando as importações pouco atrativas. Era 
o protecionismo escondido na manipulação da base de cálculo 
do II. 
Assim, a primeira vez que se falou em padronização das 
bases de cálculo do imposto de importação aplicado pelos 
países foi no GATT/47. É o que se chama de valoração 
aduaneira, ou seja, definir, de maneira uniforme, o valor 
aduaneiro das importações. 
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3
O Acordo definiu então que o valor aduaneiro não poderia 
ser baseado em valores arbitrários e fictícios, mas sim no “valor 
real” da transação. A forma de encontrar esse “valor real”, por 
sua vez, não ficou muito clara pela leitura do artigo VII do 
GATT. 
Em 1950, alguns países assinaram a Definição do Valor de 
Bruxelas (DVB), que passou a ser utilizada mesmo por países 
que não assinaram a Convenção que a criou. O valor seria 
determinado por meio de uma noção teórica (preço normal), ou 
seja, um preço estimado, com base em uma venda realizada 
em condições de livre concorrência entre comprador e vendedor 
independentes um do outro. Isso fez com que os governos 
possuíssem flexibilidade para determinação desse “preço 
normal”. Cada país gerenciava sua “pauta de preços normais”, e 
assim não se atingia o efeito padronizador desejado, ficando a 
base de cálculo sujeita ao arbítrio dos interesses econômicos 
dos governos, ou seja, muitas vezes a base de cálculo do 
imposto de importação era manipulada artificialmente para 
encobrir uma política protecionista. 
Com isso, ficou clara a necessidade de um sistema de 
valoração com métodos uniformes, padronizados, e com regras 
claras a serem seguidas pelos países. Com a Rodada Tóquio 
(1973-1979), do GATT, foram retomadas as negociações para o 
estabelecimento de um sistema de valoração aduaneira capaz 
de sanar os problemas até então existentes. Daí surgiu o 
Acordo para a Implementação do Artigo VII do GATT, que foi 
chamado de Acordo de Valoração Aduaneira (AVA). 
No AVA, o conceito de preço real foi modificado, e na 
verdade o “valor real” passou a ser composto somente por 
preços efetivamente praticados, e não mais por preços teóricos. 
O valor passou a ser determinado a partir de uma noção 
positiva, com base no “preço efetivamente pago ou a pagar”. 
Estavam eliminadas as hipóteses de utilização de “preços 
normais” ou “preços mínimos”. Ao invés da teoria, passou-se a 
dar mais importância à operação comercial em si e aos fatos a 
ela associados. 
O AVA estabelece que o valor aduaneiro será determinado a 
partir da aplicação sucessiva de 6 (seis) métodos distintos de 
valoração, que serão vistos a seguir. 
Com a conclusão da Rodada Uruguai, em 1994, foi 
constituída a OMC (Organização Mundial do Comércio), e o AVA 
passou a compor o grupo de Acordos Multilaterais do novo 
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4
GATT (GATT/94). Assim, os países que quiserem integrar a 
OMC devem, obrigatoriamente, assinar o Acordo de Valoração 
Aduaneira (AVA). 
O AVA passou a ser, dessa forma, a ferramenta para que os 
países determinem corretamente a base de cálculo do imposto 
de importação, não servindo para nenhum outro fim. Apesar de 
ser baseado em valores efetivamente praticados, o valor 
aduaneiro não se confunde com o valor faturado pelo 
exportador, podendo este valor sofrer ajustes a fim de se 
determinar a base de cálculo do tributo. 
PRINCÍPIOS GERAIS DO AVA 
Primeiramente vamos reproduzir o preâmbulodo AVA, 
lembrando que este determina que o valor aduaneiro não 
poderá mais ser determinado com base em preços teóricos, ou 
seja, médios, normais ou mínimos. 
O valor de transação é o primeiro dos seis métodos de 
valoração instituídos pelo AVA, caracterizando que o imposto de 
importação incidirá sobre o montante que de fato o importador 
arcou para trazer determinada mercadoria ao país. 
Vejamos.... 
 
Os membros, 
Tendo em vista as Negociações Comerciais Multilaterais; 
Desejando promover a consecução dos objetivos do GATT 
1994 e assegurar vantagens adicionais para o comércio 
internacional dos países em desenvolvimento; 
Reconhecendo a importância das disposições do Artigo VII 
do GATT 1994 e desejando elaborar normas para sua aplicação 
com vistas a assegurar maior uniformidade e precisão na sua 
implementação; 
Reconhecendo a necessidade de um sistema eqüitativo, 
uniforme e neutro para a valoração de mercadorias para fins 
aduaneiros, que exclua a utilização de valores aduaneiros 
arbitrários ou fictícios; 
Reconhecendo que a base de valoração de mercadorias 
para fins aduaneiros deve ser, tanto quanto possível, o valor de 
transação das mercadorias a serem valoradas; 
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5
Reconhecendo que o valor aduaneiro deve basear-se em 
critérios simples e eqüitativos, condizentes com as práticas 
comerciais e que os procedimentos de valoração devem ser de 
aplicação geral, sem distinção entre fontes de suprimento; 
Reconhecendo que os procedimentos de valoração não 
devem ser utilizados para combater o dumping; 
Acordam o seguinte: 
...... 
 
Bom, com base no texto acima, podemos destacar os 
seguintes princípios previstos no Acordo: 
1) Princípio da Neutralidade: o AVA não poderá ser 
utilizado para quaisquer fins que não sejam a determinação da 
base de cálculo dos tributos aduaneiros. Para o combate à 
práticas desleais de comércio, como é o caso de dumping e 
subsídios (a serem vistos em outra aula nesse curso), o GATT 
possui remédios próprios, quais sejam, a aplicação de medidas 
antidumping e compensatórias. Isso quer dizer que o fato de 
uma importação estar com preço de dumping em nada afeta a 
base de cálculo do imposto de importação, pois esta se refere 
ao valor da transação (preço efetivamente pago ou a pagar). 
Assim, o importador terá de pagar o imposto de importação 
calculado sobre o valor aduaneiro, além de uma eventual 
alíquota antidumping. 
2) Princípio da Uniformidade: os critérios utilizados para 
valorar as mercadorias devem ser os mesmos, 
independentemente do contribuinte (importador), do local ou da 
época da operação. Os preços praticados podem ser distintos, 
mas a forma de se constituir a base de cálculo tem que ser a 
mesma para todos, seja nacionalmente ou internacionalmente. 
 3) Princípio da Eqüidade: os procedimentos aplicados 
devem tratar a situação com justiça, aplicando-se os mesmos 
direitos para casos semelhantes, jamais se buscando beneficiar 
alguém. 
4) Princípio da Precisão: o valor aduaneiro será 
determinado com base em critérios objetivos, chegando-se, 
dessa forma, a um valor único, preciso e quantificável, qualquer 
que seja o método de valoração. Com a eliminação da 
subjetividade e arbítrio na determinação do VA, este jamais 
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será calculado a partir de valores aproximados, médios, fictícios 
ou arbitrários. 
5) Princípio da Simplicidade: o AVA não é dirigido a 
especialistas, portanto seus critérios devem ser simples, com 
elementos facilmente assimiláveis. 
6) Princípio da Harmonia com as Práticas Comerciais: 
o AVA não existe para influenciar as negociações entre 
importador e exportador. Estas são livres e as regras e práticas 
comerciais devem ser respeitadas e analisadas pelas 
autoridades aduaneiras. Assim, o contrato internacional de 
compra e venda deve ser analisado da forma como foi 
celebrado. Pode ser ainda que ele não exista (acordo verbal 
entre comprador e vendedor). Nesse caso não caberá à aduana 
exigir a sua apresentação. 
7) Princípio da Não-Distinção entre as Fontes de 
Suprimento: os procedimentos de valoração aduaneira não 
podem estabelecer critérios distintos (discriminação) em relação 
à origem da mercadoria. Deverá ser reconhecido que a mesma 
mercadoria pode ter preços distintos se fabricada em países 
distintos, devido a diversos fatores, tais como o custo da mão-
de-obra. Assim, se um tênis fabricado nos EUA for importado 
para Brasil por um preço (ex: US$ 8) e o mesmo tênis fabricado 
na China for importado para o Brasil por US$ 2, se 
comprovados que os preços são de fato os preços das 
transações, as base de cálculo do imposto serão de US$ 8 para 
o tênis americano e US$ 2 para o tênis chinês. 
8) Princípio da Leal Concorrência: os preços levados em 
conta pela aduana para valoração são, supostamente, 
praticados em mercado de livre concorrência. As autoridades 
deverão estar atentas às situações que afetem este mercado 
livre, já que estas são consideradas anormais em relação aos 
procedimentos de valoração. 
9) Princípio da Primazia do Valor de Transação: 
sempre que possível, o valor aduaneiro será determinado com 
base no valor de transação. 
10) Princípio do Sigilo: os documentos apresentados às 
autoridades aduaneiras no procedimento de valoração serão 
resguardados por sigilo fiscal e comercial. 
11) Princípio da Publicidade: as normas de valoração 
devem ser publicadas pelos países importadores para que 
possam ser aplicadas. 
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O ACORDO DE VALORAÇÃO ADUANEIRA (AVA) 
O AVA está estruturado da seguinte forma: 
Introdução Geral 
Parte I - Normas sobre Valoração Aduaneira 
Parte II – Administração do Acordo, Consultas e Solução de 
Controvérsias 
Parte III – Tratamento Especial e Diferenciado aos países 
em desenvolvimento 
Anexo I – Notas Interpretativas 
Anexo II – Comitê Técnico de Valoração Aduaneira 
Anexo III – Possibilidade de reservas em relação a alguns 
dispositivos do Acordo; possibilidade de investigação, pelas 
autoridades aduaneiras dos países importadores, para 
averiguação da veracidade e correção das declarações e 
documentos a elas apresentados. 
MÉTODOS DE VALORAÇÃO ADUANEIRA 
 
 O Acordo estabeleceu 6 (seis) métodos que a fiscalização 
aduaneira deverá seguir, na seqüência, para valorar as 
mercadorias. Isso quer dizer que a aduana somente pode 
passar para o segundo método caso não consiga utilizar o 
primeiro; o terceiro método será aplicado somente na 
impossibilidade de utilização do segundo e assim por diante. Os 
métodos são: 
1) Valor de Transação 
2) Valor de Transação de Mercadorias Idênticas 
3) Valor de Transação de Mercadorias Similares 
4) Valor Deduzido a partir da Revenda 
5) Valor Computado a partir do Custo 
6) Valor Determinado com base em Critérios Razoáveis 
 
 
Além dos métodos de valoração, as Normas do AVA tratam 
sobre outros assuntos, tais como: 
• taxa de câmbio utilizada para conversão do valor; 
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8
• confidencialidade das informações prestadas pelo 
importador; 
• direito de recurso à determinação do valor aduaneiro; 
• necessidade de publicação das normas administrativas 
de valoração; 
• possibilidade de postergação do momento da 
determinação definitiva do valor aduaneiro, podendo o 
importador retirar as mercadorias da alfândega, 
apresentado,se for o caso, garantia suficiente para 
cobrir eventual diferença de tributos; 
• direito do importador de receber, por escrito, 
informação sobre a forma de cálculo do valor 
aduaneiro. 
 
Então vamos combinar o seguinte: enunciaremos os artigos 
do Acordo de Valoração Aduaneira (AVA), um por um, e 
comentaremos os mais importantes logo em seguida. Dessa 
forma, veremos detalhadamente todos os métodos. 
O que aparecer em itálico é porque está dessa forma no 
Acordo. Nosso comentário vem logo abaixo do texto legal. 
 
INTRODUÇÃO GERAL 
 
1 – A base primeira para a valoração aduaneira, em 
conformidade com este Acordo, é o "valor de transação", tal 
como definido no Artigo 1. O Artigo 1 deve ser considerado em 
conjunto com o Artigo 8, que estabelece, inter alia, ajustes ao 
preço efetivamente pago ou a pagar nos casos em que 
determinados elementos, considerados como fazendo parte do 
valor para fins aduaneiros, corram a cargo do comprador, mas 
não estejam incluídos no preço efetivamente pago ou a pagar 
pelas mercadorias importadas. O Artigo 8 prevê também a 
inclusão, no valor de transação de certas prestações do 
comprador a favor do vendedor, sob a forma de bens ou 
serviços e não sob a forma de dinheiro. Os Artigos 2 a 7 
estabelecem métodos para determinar o valor aduaneiro, 
quando este não puder ser determinado de acordo com as 
disposições do Artigo 1.. 
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Comentário: Basicamente o artigo 1 estabelece que o 
método 1 de valoração aduaneira é o “valor de transação”, ou 
seja, o valor que o importador de fato despendeu para comprar 
a mercadoria. Pode ocorrer de este valor estar, vamos dizer, 
“com vícios”, como por exemplo, uma vinculação entre o 
importador e o exportador (matriz e filial), o que faria (ou 
poderia fazer) com que o preço cobrado viesse a ser reduzido. 
Alguma parcela desse valor pode ter ficado de fora do preço. 
Imaginem que o importador (comprador) remeta ferramentas, 
materiais, matrizes ao exportador para que este fabrique o 
produto. Ora, se o preço não contemplar esse custo, 
certamente que estará “viciado”, devendo, pois, ser ajustado, 
somando-se o valor dos referidos materiais, de forma a refletir 
da maneira mais transparente possível o real encargo suportado 
pelo comprador com a aquisição da mercadoria. 
2 – Quando o valor aduaneiro não puder ser determinado 
de acordo com as disposições do Artigo 1, deveria normalmente 
haver um processo de consultas entre a administração 
aduaneira e o importador, com o objetivo de estabelecer uma 
base de valoração de acordo com o disposto nos Artigos 2 ou 3. 
Pode ocorrer, por exemplo, que o importador possua 
informações sobre o valor aduaneiro de mercadorias idênticas 
ou similares importadas, e que a administração aduaneira não 
disponha destas informações, de forma imediata, no local de 
importação. Também é possível que a administração aduaneira 
disponha de informações sobre o valor aduaneiro de 
mercadorias idênticas ou similares importadas, e que o 
importador não tenha acesso imediato a essas informações, 
atendidas as limitações impostas pelo sigilo comercial, para 
determinar uma base adequada de valoração para fins 
aduaneiros. 
 Comentário: Aqui a informação é que o processo deve 
correr com transparência, devendo ser o importador consultado 
e notificado sobre o processo de valoração aduaneira, pois o 
fiscal poderá conseguir com o mesmo informações importantes 
para estabelecer a correta base tributável. 
3 – Os Artigos 5 e 6 proporcionam duas bases para 
determinar o valor aduaneiro, quando, este não puder ser 
determinado com base no valor de transação das mercadorias 
importadas ou de mercadorias idênticas ou similares 
importadas. Pelo disposto no parágrafo 1 do Artigo 5, o valor 
aduaneiro é determinado com base no preço pelo qual as 
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10
mercadorias são vendidas, no mesmo estado em que são 
importadas, a um comprador não vinculado ao vendedor, no 
país de importação. O importador também tem o direito, se o 
requerer, de que as mercadorias que são objeto de 
transformação depois da importação, sejam valoradas com base 
no disposto no Artigo 5. Conforme as disposições do Artigo 6, o 
valor aduaneiro é determinado com base no valor computado. 
Ambos os métodos apresentam certas dificuldades, e por isso o 
importador tem o direito, com base nas disposições do Artigo 4, 
de escolher a ordem de aplicação dos dois métodos. 
Comentário: Esse dispositivo é muito interessante, pois 
até já caiu em prova. Veremos que o método 4 (que está no 
artigo 5) é o método deduzido a partir do preço de revenda. Já 
o método 5 (que está no artigo 6) é o método do valor 
computado a partir do custo. Em virtude da dificuldade de 
determinação de valores nestes métodos, pode o importador, 
desde que com a aquiescência da aduana, solicitar a inversão 
da ordem de utilização desses dois métodos. Por incrível que 
pareça, isso já caiu em prova! 
 
4 – O Artigo 7 estabelece como determinar o valor 
aduaneiro, nos casos em que este não puder ser determinado 
de acordo com o disposto em algum dos artigos anteriores. 
Os membros, 
Tendo em vista as Negociações Comerciais Multilaterais; 
Desejando promover a consecução dos objetivos do GATT 
1994 e assegurar vantagens adicionais para o comércio 
internacional dos países em desenvolvimento; 
Reconhecendo a importância das disposições do Artigo VII 
do GATT 1994 e desejando elaborar normas para sua aplicação 
com vistas a assegurar maior uniformidade e precisão na sua 
implementação; 
Reconhecendo a necessidade de um sistema eqüitativo, 
uniforme e neutro para a valoração de mercadorias para fins 
aduaneiros, que exclua a utilização de valores aduaneiros 
arbitrários ou fictícios; 
Comentário: Isso é muito importante! Antes da adoção de 
um sistema padronizado de valoração aduaneira, os países 
costumavam estabelecer bases de cálculo arbitrárias ou 
fictícias, com o objetivo real de impor verdadeiras barreiras à 
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importação das mercadorias. Um dos objetivos do Acordo foi 
acabar com isso. 
Reconhecendo que a base de valoração de mercadorias 
para fins aduaneiros deve ser, tanto quanto possível, o valor de 
transação das mercadorias a serem valoradas; 
Reconhecendo que o valor aduaneiro deve basear-se em 
critérios simples e eqüitativos, condizentes com as práticas 
comerciais e que os procedimentos de valoração devem ser de 
aplicação geral, sem distinção entre fontes de suprimento; 
Reconhecendo que os procedimentos de valoração não 
devem ser utilizados para combater o dumping; 
Comentário: O Acordo existe para que, sempre que 
possível, a base de cálculo, ou seja, o valor sobre o qual será 
aplicada a alíquota do imposto de importação represente o valor 
pelo qual a mercadoria foi de fato transacionada. Para isso, 
seus critérios devem ser simples e eqüitativos, para evitar a 
interpretação errônea dos seus dispositivos. Por último, uma 
distinção muuuuuuuuuuuito importante!!!! Pessoal, utilizar a 
valoração aduaneira para combater o dumping é PROIBIDO!!! 
Está errado!!!! A valoração deve ser utilizada para se chegar à 
base de cálculo CORRETA!!!! Se o preço negociado estiver com 
dumping, o remédio é a aplicação de medida antidumping (que 
será explicada pelo Rodrigo), que não tem absolutamente nada 
a ver com o tributo!!!! É medida de defesa comercial. 
 
Acordam o seguinte: 
PARTE I 
NORMAS SOBRE VALORAÇÃO ADUANEIRA 
Artigo 1 
1.O valor aduaneiro demercadorias importadas será o valor 
de transação, isto é, o preço efetivamente pago ou a pagar 
pelas mercadorias, em uma venda para exportação para o país 
de importação, ajustado de acordo com as disposições do Artigo 
8, desde que: 
 
(a). não haja restrições à cessão ou à utilização das 
mercadorias pelo comprador, ressalvadas as que: 
i-sejam impostas ou exigidas por lei ou pela administração 
pública do país de importação; 
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ii-limitem a área geográfica na qual as mercadorias podem 
ser revendidas; ou 
iii-não afetem substancialmente o valor das mercadorias; 
(b). a venda ou o preço não estejam sujeitos a alguma 
condição ou contra-prestação para a qual não se possa 
determinar um valor em relação às mercadorias objeto de 
valoração; 
(c). nenhuma parcela do resultado de qualquer revenda, 
cessão ou utilização subseqüente das mercadorias pelo 
comprador beneficie direta ou indiretamente o vendedor, a 
menos que um ajuste adequado possa ser feito, de 
conformidade com as disposições do Artigo 8; e 
(d). não haja vinculação entre o comprador e o vendedor 
ou se houver, que o valor de transação seja aceitável para fins 
aduaneiros, conforme as disposições do parágrafo 2 deste 
Artigo. 
........ 
A IN/SRF 327/2003, que define os critérios utilizados pela 
administração aduaneira brasileira para a determinação do 
valor aduaneiro, estabeleceu o seguinte: 
 
Art. 8º O método do valor de transação somente será 
utilizado quando a importação resultar de operação comercial 
de compra e venda que implique transferência internacional 
efetiva das mercadorias. 
 
Art. 9º O valor de transação é o preço efetivamente pago 
ou a pagar pelas mercadorias, em uma venda para exportação 
para o país de importação, ajustado de acordo com as 
disposições desta Instrução Normativa. 
 
Art. 10. O preço efetivamente pago ou a pagar compreende 
todos os pagamentos efetuados ou a efetuar, como condição de 
venda das mercadorias objeto de valoração, pelo comprador ao 
vendedor, ou pelo comprador a terceiro, para satisfazer uma 
obrigação do vendedor, assim considerados: 
 
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13
I - comprador, a pessoa que adquire a mercadoria e se 
compromete a pagar ao vendedor o preço negociado, mesmo 
que se utilize de terceiro, nos casos admitidos pela legislação de 
regência, para honrar essa obrigação ou promover o despacho 
aduaneiro de importação; 
 
II - vendedor, a pessoa que, em decorrência da transação 
comercial, transfere ao comprador a propriedade da mercadoria 
que lhe pertence e se compromete a entregá-la conforme 
termos e condições acordados, mesmo que se utilize de 
terceiro, nos casos admitidos pela legislação de regência, para 
honrar essa obrigação ou promover o despacho aduaneiro de 
exportação. 
...... 
Comentário: Aí está o método 1 (valor de transação). É o 
preço efetivamente pago ou a pagar. Isso quer dizer que se a 
venda é à vista, a prazo ou com pagamento antecipado, pouco 
importa. Esse valor pago ou a pagar se refere a uma “venda 
para exportação para o país de importação”. Assim, para que 
seja possível a aplicação do primeiro método é necessário 
identificar que se trata de um contrato de compra e venda, 
onde a propriedade da mercadoria foi transferida de um 
exportador situado em um país para um importador situado em 
outro país. 
Também não será possível a aplicação do Primeiro Método 
quando houver restrições impostas pelo vendedor com relação 
à utilização da mercadoria. Isso quer dizer, por exemplo, que, 
se a mercadoria foi vendida por US$ 100 para um importador 
brasileiro, com a condição de que este importador não a 
revendesse para fulano ou beltrano, é de se supor que este 
preço seria maior se não houvesse essa restrição. 
Porém, algumas restrições são inerentes às práticas 
comerciais, e consiste em princípio do Acordo observar estas 
práticas. É o caso de revendedor de uma determinada área 
geográfica. Ora, se o contrato estabelece que ele só pode 
revender a mercadoria aqui ou ali, isso faz parte da tradição 
comercial. 
Outro tipo de restrição aceita para efeito de aplicação do 
Primeiro Método é aquela imposta pelo governo do país 
importador. O nosso governo impõe certas medidas quanto à 
circulação e posse de determinadas mercadorias no território 
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nacional, como é o caso de armas e munições. A empresa que 
importar esse tipo de mercadoria sabe (ou deveria saber) desse 
tipo de restrição, e esta é considerada normal para aplicação do 
Primeiro Método. 
A terceira restrição aceita pelo Primeiro Método é aquela 
que não afete o valor das mercadorias, de forma substancial. O 
Acordo não definiu qual seria um percentual considerado como 
“influenciador” do preço. Nesse caso, cabe a cada país decidir 
sobre esse critério. 
Então, resumindo, o AVA assinala, na letra (a), que não 
pode haver restrições para utilização das mercadorias pelo 
importador, a menos que sejam restrições que o próprio 
governo do país importador impôs (i), ou que limitem a área 
geográfica de revenda (ii), o que é comum no caso de 
franquias, ou representante exclusivo de vendas, ou que não 
afetam de forma significativa o valor das mercadorias (iii). 
A letra (b) veda a utilização do método de transação 
quando o valor estiver sujeito a alguma contraprestação por 
parte do comprador. Imaginem que o vendedor reduza o preço 
de venda caso o comprador se comprometa posteriormente a 
prestar algum tipo de serviço para o exportador. Se o preço 
desse serviço for determinável, deverá ser incluído no valor 
aduaneiro. 
A Nota Interpretativa ao Artigo I do AVA cita as situações 
abaixo como exemplos onde venda e preço estão sujeitos a 
alguma contraprestação: 
a) o vendedor fixa o preço das mercadorias importadas sob 
a condição de o comprador adquirir também outras mercadorias 
em quantidades especificadas; 
b) o preço das mercadorias importadas depende do preço 
ou preços pelos quais o seu comprador vende outras 
mercadorias ao vendedor das mercadorias importadas; 
c) o preço é fixado com base em uma forma de pagamento 
alheia às mercadorias importadas, tal como quando estas são 
mercadorias semi-acabadas que tenham sido fornecidas pelo 
vendedor sob a condição de lhe ser enviada uma determinada 
quantidade das mercadorias acabadas. 
 
Assim, por exemplo, o exportador alemão propõe ao 
importador brasileiro o seguinte negócio: “o preço de mercado 
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15
das minhas canetas é de US$ 0,55 cada. Porém, se você me 
comprar também lápis a US$ 0,20 cada, eu te vendo as canetas 
por US$ 0,30 cada”. Ora, resta claro que, caso o importador 
aceite o negócio, o preço pago pelas canetas será 
artificialmente reduzido de US$ 0,55 para US$ 0,30, e o 
Primeiro Método não poderia ser utilizado, a menos que a 
aduana do país importador consiga quantificar essa diferença e 
adicione US$ 0,25 à base de cálculo do imposto de importação. 
Com relação à alínea (c), imaginem que o exportador 
reduza seu preço se o comprador reverter ao mesmo parcela do 
produto da revenda. É claro que isso não poderia ser aceito, 
uma vez que distorce completamente o preço da transação. É o 
que diz a letra (c). Da mesma forma que a letra (b), caso o 
valor seja aferível (determinável), aí poderia ser aceito o valor 
de transação com a inclusão dessa parcela. 
No caso dereversão de parte do produto da revenda ao 
exportador, fica claro que o preço praticado não representa a 
totalidade do pagamento. Assim, por exemplo, o exportador 
americano vende uma mercadoria ao importador brasileiro por 
US$ 100, sob a condição de que, caso o comprador a revenda 
por valor superior a US$ 150, deverá remeter 1% do seu preço 
de venda ao exportador no exterior. Caso o importador a 
revenda no Brasil, digamos, por US$ 170, deverá enviar US$ 
1,70 (1% de US$ 170) ao exportador nos EUA como 
participação no resultado da revenda. 
Finalmente, a letra (e) indaga sobre a vinculação entre 
comprador e vendedor (ex: matriz e filial) e determina que, em 
princípio, isso inviabilizaria a aplicação do Primeiro Método. 
Porém, caso o valor seja aceitável, não haveria problema. Isso 
quer dizer que, se o valor estiver OK (aceito pela aduana), só o 
fato de haver vinculação entre comprador e vendedor não é 
motivo para rejeição do método 1 (valor de transação). 
O Artigo 15 do AVA define quais são as pessoas 
consideradas como vinculadas: 
 
4.Para fins deste Acordo, as pessoas serão consideradas 
vinculadas somente se: 
(a). uma delas ocupar cargo de responsabilidade ou direção 
em empresa da outra; 
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(b). forem legalmente reconhecidas como associadas num 
negócios; 
(c). forem empregador e empregado; 
(d). qualquer pessoa, direta ou indiretamente, possuir, 
controlar ou detiver 5% ou mais das ações ou títulos emitidos 
com direito a voto de ambas; 
(e). uma delas, direta ou indiretamente, controlar a outra; 
(f). forem ambas, direta ou indiretamente, controladas por 
uma terceira pessoa; ou 
(g).juntos controlarem direta ou indiretamente uma terceira 
pessoa; 
(h). forem membros da mesma família. 
5.As pessoas que forem associadas em negócios, pelo fato 
de uma ser o agente, o distribuidor ou o concessionário 
exclusivo da outra, qualquer que seja a denominação utilizada, 
serão consideradas vinculadas para fins deste Acordo, desde 
que se enquadrem em alguns dos critérios do parágrafo 4 deste 
Artigo. 
....... 
Este dispositivo existe pois é natural que uma transação 
entre matriz e filial seja realizada em situação privilegiada, 
onde nem sempre o preço é representativo do custo da 
operação de compra e venda. Porém, restando comprovado que 
a vinculação entre importador e exportador não influenciou o 
preço, poderá o preço praticado ser aceito e a valoração ser 
realizada com base no primeiro método. 
Com objetivo de estabelecer procedimentos para identificar 
os reais compradores e vendedores nas operações de comércio 
exterior, o governo criou uma hipótese de vinculação na MP 
2.158-35/2001: 
Art. 87. Presume-se a vinculação entre as partes na 
transação comercial quando, em razão de legislação do país do 
vendedor ou da prática de artifício tendente a ocultar 
informações, não for possível: 
I - conhecer ou confirmar a composição societária do 
vendedor, de seus responsáveis ou dirigentes; ou 
II - verificar a existência de fato do vendedor. 
.... 
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17
 
Continuando com a leitura e interpretação dos artigos do 
AVA: 
 
2. (a) Ao se determinar se o valor de transação é aceitável 
para os fins do parágrafo 1, o fato de haver vinculação entre o 
comprador e vendedor, nos termos do Artigo 15, não 
constituirá, por si só, motivo suficiente para se considerar o 
valor de transação inaceitável. Neste caso, as circunstâncias da 
venda serão examinadas e o valor de transação será aceito, 
desde que a vinculação não tenha influenciado o preço. Se a 
administração aduaneira, com base em informações prestadas 
pelo importador, ou por outros meios, tiver motivos para 
considerar que a vinculação influenciou o preço, deverá 
comunicar tais motivos ao importador, a quem dará 
oportunidade razoável para contestar. Havendo solicitação do 
importador, os motivos lhe serão comunicados por escrito; 
 
(b) no caso de venda entre pessoas vinculadas, o valor de 
transação será aceito e as mercadorias valoradas segundo as 
disposições do parágrafo 1, sempre que o importador 
demonstrar que tal valor se aproxima muito de um dos 
seguintes, vigentes ao mesmo tempo ou aproximadamente ao 
mesmo tempo: 
i-o valor de transação em vendas a compradores não 
vinculados, de mercadorias idênticas ou similares destinadas a 
exportação para o mesmo país de importação; 
ii-o valor aduaneiro de mercadorias idênticas ou similares, 
tal como determinado com base nas disposições do Artigo 5; 
iii-o valor aduaneiro de mercadorias idênticas ou similares, 
tal como determinado com base nas disposições do Artigo 6; 
Na aplicação dos critérios anteriores, deverão ser levadas 
na devida conta as diferenças comprovadas nos níveis 
comerciais e nas quantidades, os elementos enumerados no 
Artigo 8 e os custos suportados pelo vendedor, em vendas nas 
quais ele e o comprador não sejam vinculados, e que não são 
suportados pelo vendedor em vendas nas quais ele e o 
comprador sejam vinculados. 
(c) os critérios estabelecidos no parágrafo 2 (b) devem ser 
utilizados por iniciativa do importador e exclusivamente para 
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18
fins de comparação. Valores substitutivos não poderão ser 
estabelecidos com base nas disposições do parágrafo 2 (b). 
Comentário: os dispositivos acima reforçam a idéia de que 
a vinculação entre importador e exportador NÃO é fato 
suficiente para rejeitar o valor de transação. O importador 
deverá comprovar que isso não influenciou o preço, podendo 
utilizar como parâmetro de comparação transação de 
mercadorias idênticas ou similares em tempo aproximado. 
 
Ajustes ao Primeiro Método (do Artigo 8) 
O Primeiro Método de Valoração Aduaneira é o Valor de 
Transação, qual seja, o preço efetivamente pago ou a pagar. 
Porém, conforme determina a Introdução Geral do Acordo, esse 
preço deve ser ajustado quando determinados elementos, 
considerados como fazendo parte do valor para fins aduaneiros, 
corram a cargo do comprador, mas não estejam incluídos no 
preço efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias 
importadas. 
Tais acréscimos devem basear-se exclusivamente em dados 
objetivos e quantificáveis. Resumindo, trata-se de custos que o 
importador arcou para comprar a mercadoria, mas não estão 
incluídos no valor da fatura comercial de compra e venda. 
Então, vejamos: 
 
Artigo 8 
1.Na determinação do valor aduaneiro, segundo as 
disposições do Artigo 1, deverão ser acrescentados ao preço 
efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias importadas: 
(a). os seguintes elementos, na medida em que sejam 
suportados pelo comprador mas não estejam incluídos no preço 
efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias: 
i-comissões e corretagens, excetuadas as comissões de 
compra; 
ii-o custo de embalagens e recipientes considerados, para 
fins aduaneiros, como formando um todo com as mercadorias 
em questão; 
iii-o custo de embalar, compreendendo os gastos com mão-
de-obra e com materiais; 
..... 
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19
 
Vale lembrar que os ajustes acima normalmente já estão 
embutidos no valor a pagar pela mercadoria. Portanto, somente 
devem ser incluídos no valor aduaneiro caso não façam parte 
do preço. 
É normal que as comissões de venda, corretagens e custos 
de embalagem já façam parte do produto final. Comissões de 
venda são aquelaspagas pelo vendedor (exportador) a seus 
agentes ou representantes. Como normalmente é o vendedor 
quem paga essas comissões, ela já está incluída no preço. As 
corretagens são pagas a corretores independentes e seguem o 
mesmo raciocínio. 
As comissões ou corretagens são consideradas como 
prestações de serviços, e podem ser pagas tanto pelo 
comprador quanto pelo vendedor. Se o importador mantém um 
representante seu no exterior para procurar uma boa 
oportunidade de negócio para trazer determinada mercadoria 
para o país, resta claro que este agente está prestando um 
serviço ao importador, então é razoável que seu custo tenha o 
mesmo tratamento que teriam os custos relativos a funcionários 
e outras despesas do importador, ou seja, estas comissões de 
compra não entram no valor aduaneiro. 
Vejamos outro acréscimo ao preço: 
 
(b) o valor, definitivamente atribuído, dos seguintes bens e 
serviços, desde que fornecidos direta ou indiretamente pelo 
comprador, gratuitamente ou a preços reduzidos, para serem 
utilizados na produção e na venda para exportação das 
mercadorias importadas, e na medida em que tal valor não tiver 
sido incluído no preço efetivamente pago ou a pagar; 
i-materiais, componentes, partes e elementos semelhantes, 
incorporados às mercadorias importadas; 
ii-ferramentas, matrizes, moldes e elementos semelhantes, 
empregados na produção das mercadorias importadas; 
iii-materiais consumidos na produção das mercadorias 
importadas; 
iv-projetos de engenharia, pesquisa e desenvolvimento, 
trabalhos de arte e de "design", e planos e esboços necessários 
à produção das mercadorias importadas e realizados fora do 
país de importação; 
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20
 
.... 
 
Bom, o dispositivo acima se refere a bens ou serviços 
vinculados ao produto importado que tenham sido fornecidos 
pelo importador. Tomemos como exemplo um importador 
brasileiro que encomenda uma máquina de cortar granito a um 
exportador italiano. 
O italiano diz que precisa de um projeto de “design” da 
máquina. O importador contrata o serviço, e manda o inglês 
remeter o projeto ao fabricante italiano. O serviço saiu por US$ 
2000. Depois o italiano diz que precisa de aço para confecção 
das serras. O brasileiro diz que aço no Brasil é mais barato e 
envia uma remessa para o italiano (valor de US$ 3000). Por 
fim, o produto fica pronto e o italiano fatura para o brasileiro 
por US$ 10,000. 
Qual foi o custo para o importador trazer essa máquina ao 
país? Vocês acham que nesses US$ 10,000 estão o projeto e o 
aço? É claro que não. Quem pagou foi o importador. O custo 
final para ele foi de US$ 15,000, somando máquina, projeto e 
aço. Faz sentido, não é mesmo? 
Dois detalhes: 
1) Se o projeto fosse contratado no Brasil e enviado ao 
fabricante italiano ele não entraria no valor aduaneiro. Basta ler 
o inciso iv acima, que diz que tais projetos são os “realizados 
fora do país de importação”. 
2) O aço (matéria-prima) entraria no valor aduaneiro se 
fosse exportado de forma definitiva para o italiano (exportação 
normal). Caso fosse utilizado o mecanismo de “exportação 
temporária para aperfeiçoamento passivo”, quando da 
importação da máquina seria cobrado tributo apenas sobre o 
valor agregado. 
Vejamos outro acréscimo: 
 
(c). royalties e direitos de licença relacionados com as 
mercadorias objeto de valoração, que o comprador deva pagar, 
direta ou indiretamente, como condição de venda dessas 
mercadorias, na medida em que tais royalties e direitos de 
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21
licença não estejam incluídos no preço efetivamente pago ou a 
pagar; 
.... 
 
Quando um importador compra do exterior um produto que 
contenha marca registrada, ele deverá pagar ao titular da 
marca os royalties e direitos de licença associados à 
mercadoria. Porém, normalmente esses valores já são incluídos 
no valor da fatura (valor a pagar). Nesse caso não haveria 
ajuste nenhum a fazer no valor aduaneiro. Tais custos somente 
serão incluídos no valor aduaneiro caso não estejam incluídos 
no preço pago ou a pagar. 
O outro ajuste previsto é: 
 
(d). o valor de qualquer parcela do resultado de qualquer 
revenda, cessão ou utilização subseqüente das mercadorias 
importadas, que reverta direta ou indiretamente ao vendedor. 
.... 
 
Já fizemos um exemplo acima onde o importador se 
comprometeu a remeter ao exportador 5% do faturamento caso 
revendesse o produto por mais de US$ 150. Nesse caso, a 
parcela revertida ao exportador deverá ser incluída no valor 
aduaneiro das mercadorias importadas. Quando não for possível 
a determinação desse valor, o primeiro método será rejeitado. 
 
Parcelas incluídas no Valor Aduaneiro 
O AVA prevê a possibilidade de que os Membros (países 
signatários do Acordo) incluam outras parcelas no valor 
aduaneiro. Trata-se de um ajuste facultativo. Vejamos: 
 
2.Ao elaborar sua legislação, cada Membro deverá prever a 
inclusão ou a exclusão, no valor aduaneiro, no todo ou em 
parte, dos seguintes elementos: 
(a). o custo de transporte das mercadorias importadas até 
o porto ou local de importação; 
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22
(b). os gastos relativos ao carregamento, descarregamento 
e manuseio, associados ao transporte das mercadorias 
importadas até o porto ou local de importação; e 
(c). o custo do seguro. 
3.Os acréscimos ao preço efetivamente pago ou a pagar, 
previstos neste Artigo, serão baseados exclusivamente em 
dados objetivos e quantificáveis. 
4.Na determinação do valor aduaneiro, nenhum acréscimo 
será feito ao preço efetivamente pago ou a pagar, se não 
previsto neste Artigo. 
 
Comentário: Muita atenção com esse artigo 8. Ele se 
refere aos ajustes que devem ser realizados no preço de 
transação para que este reflita o real desembolso por parte do 
importador. Na prova de AFRF/2002-1 caíram 3 questões sobre 
isso. 
O Brasil, como signatário do AVA, decidiu pela inclusão de 
todos os itens previstos no valor aduaneiro, tal como se pode 
observar pelo artigo 77 do Regulamento Aduaneiro (Decreto 
4.543/2002: 
 
 Art. 77. Integram o valor aduaneiro, 
independentemente do método de valoração utilizado (Acordo 
de Valoração Aduaneira, Artigo 8, parágrafos 1 e 2, aprovado 
pelo Decreto Legislativo no 30, de 1994, e promulgado pelo 
Decreto no 1.355, de 1994): (Redação dada pelo Decreto nº 
4.765, de 24.6.2003) 
 I - o custo de transporte da mercadoria importada até 
o porto ou o aeroporto alfandegado de descarga ou o ponto de 
fronteira alfandegado onde devam ser cumpridas as 
formalidades de entrada no território aduaneiro; 
 II - os gastos relativos à carga, à descarga e ao 
manuseio, associados ao transporte da mercadoria importada, 
até a chegada aos locais referidos no inciso I; e 
 III - o custo do seguro da mercadoria durante as 
operações referidas nos incisos I e II. 
.... 
A IN/SRF 327/2003 normatizou o assunto da seguinte 
forma: 
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23
 
Art. 4º Na determinação do valor aduaneiro, 
independentemente do método de valoração aduaneira 
utilizado, serão incluídos os seguintes elementos: 
I - o custo de transporte das mercadorias importadas até o 
porto ou aeroporto alfandegado de descarga ou o ponto de 
fronteira alfandegado onde devam ser cumpridas as 
formalidades de entrada no território aduaneiro; 
II - os gastosrelativos a carga, descarga e manuseio, 
associados ao transporte das mercadorias importadas, até a 
chegada aos locais referidos no inciso anterior; e 
 
III - o custo do seguro das mercadorias durante as 
operações referidas nos incisos I e II. 
§ 1º Quando o transporte for gratuito ou executado pelo 
próprio importador, o custo de que trata o inciso I deve ser 
incluído no valor aduaneiro, tomando-se por base os custos 
normalmente incorridos, na modalidade de transporte utilizada, 
para o mesmo percurso. 
§ 2º No caso de mercadoria objeto de remessa postal 
internacional, para determinação do custo que trata o inciso I, 
será considerado o valor total da tarifa postal até o local de 
destino no território aduaneiro. 
 
§ 3º Para os efeitos do inciso II, os gastos relativos à 
descarga da mercadoria do veículo de transporte internacional 
no território nacional serão incluídos no valor aduaneiro, 
independentemente da responsabilidade pelo ônus financeiro e 
da denominação adotada. 
 
Conclusão: No Brasil, todos os custos relativos ao 
transporte que o importador tiver para trazer a mercadoria para 
o Brasil deverão ser incluídos no valor aduaneiro. 
Vale observar os parágrafos do artigo 4º da IN/SRF 
327/2003. O primeiro determina que, se o frete for gratuito ou 
pago pelo importador, deverá ser incluído no valor aduaneiro. O 
segundo define que o frete que compõe o VA, no caso de 
remessas por correio, é aquele cobrado até o local de destino 
da mercadoria. O terceiro diz que os custos de descarga da 
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mercadoria quando chegada ao Brasil também devem compor o 
valor aduaneiro. 
 
Outros casos de inaplicabilidade do Primeiro Método 
Há casos em que a autoridade aduaneira, em procedimento 
de fiscalização, não consegue reunir elementos suficientes para 
comprovar a veracidade dos dados informados pelo importador 
quanto à aplicação do Primeiro Método. Sendo assim, foram 
criadas duas hipóteses de afastamento do Primeiro Método. 
A primeira consta no Regulamento Aduaneiro (Decreto 
4.54/2002), e se refere a dúvidas não esclarecidas pelo 
importador com os documentos apresentados: 
 Art. 82. A autoridade aduaneira poderá decidir, com 
base em parecer fundamentado, pela impossibilidade da 
aplicação do método do valor de transação quando (Acordo de 
Valoração Aduaneira, Artigo 17, aprovado pelo Decreto 
Legislativo no 30, de 1994, e promulgado pelo Decreto no 
1.355, de 1994): 
 I - houver motivos para duvidar da veracidade ou 
exatidão dos dados ou documentos apresentados como prova 
de uma declaração de valor; e 
 II - as explicações, documentos ou provas 
complementares apresentados pelo importador, para justificar o 
valor declarado, não forem suficientes para esclarecer a dúvida 
existente. 
 Parágrafo único. Nos casos previstos no caput, a 
autoridade aduaneira poderá solicitar informações à 
administração aduaneira do país exportador, inclusive o 
fornecimento do valor declarado na exportação da mercadoria. 
 
A segunda se refere à má conservação dos elementos de 
prova por parte do importador, e foi criada pela MP 
2.158/2001: 
 
Art. 86. O valor aduaneiro será apurado com base em 
método substitutivo ao valor de transação, quando o 
importador ou o adquirente da mercadoria não 
apresentar à fiscalização, em perfeita ordem e 
conservação, os documentos comprobatórios das 
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informações prestadas na declaração de importação, a 
correspondência comercial, bem assim os respectivos 
registros contábeis, se obrigado à escrituração. 
 
SEGUNDO MÉTODO – VALOR DE TRANSAÇÃO DE 
MERCADORIAS IDÊNTICAS 
Caso não seja possível a aplicação do primeiro método, por 
um dos motivos expostos (Ex: não se tratar de uma venda; 
reversão do produto de revenda ao exportador cujo valor não 
se possa determinar), será utilizado o segundo método, o valor 
de transação de mercadorias idênticas, cujas transações devem 
ser relativas a vendas para o mesmo país de importação, 
exportadas em tempo aproximado. Vejamos o texto do AVA: 
 
Artigo 2 
1.(a) Se o valor aduaneiro das mercadorias importadas não 
puder ser determinado segundo as disposições do Artigo 1, será 
ele o valor de transação de mercadorias idênticas vendidas 
para exportação para o mesmo país de importação e 
exportadas ao mesmo tempo que as mercadorias objeto de 
valoração ou em tempo aproximado; 
 
(b) Na aplicação deste artigo será utilizado, para se 
estabelecer o valor aduaneiro, o valor de transação de 
mercadorias idênticas, numa venda no mesmo nível 
comercial e substancialmente na mesma quantidade das 
mercadorias objeto de valoração. Inexistindo tal venda, 
será utilizado o valor de transação de mercadorias e/ou 
em quantidade diferente, ajustado para se levar em 
conta diferenças atribuíveis aos níveis comerciais e/ou às 
quantidades diferentes, desde que tais ajustes possam 
ser efetuados com base em evidência comprovada que 
claramente demonstre que os ajustes são razoáveis e 
exatos, que conduzam a um aumento quer a uma 
diminuição no valor. 
 
Comentário: A aplicação do segundo método, quando não 
for possível a aplicação do primeiro, se refere ao valor de 
transação de mercadorias idênticas, a um tempo aproximado, 
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26
produzidas no mesmo país que as mercadorias objeto de 
valoração, preferencialmente pela mesma pessoa. 
Quando se fala em valor de transação de mercadorias 
idênticas, significa que houve uma outra importação, em época 
aproximada, de mercadoria idêntica a que está sendo valorada, 
que já passou por um processo de valoração aduaneira. 
Atenção! Não basta a mercadoria idêntica ter sido importada 
em época próxima. O valor aduaneiro desta tem de ter sido 
ratificado pelas autoridades alfandegárias do país de 
importação. 
Imaginem que a transação original (a que está sendo 
valorada) foi de 100 unidades de perfumes, a US$ 1,50 cada (é 
uma mercadoria que apresenta grandes problemas de valoração 
aduaneira). Se o método 1 for rejeitado, a aduana partirá para 
o método 2 (valor de transação de mercadorias idênticas). 
Suponha que se encontrou uma transação anterior de venda, 
para o mesmo país, só que de 100.000 unidades (a US$ 0,80) 
unidades do mesmo perfume, oriundos do mesmo país, que já 
tenha passado por processo de valoração aduaneira! Ora, a 
diferença na quantidade negociada está influenciando o preço. 
São transações distintas. Não posso utilizar o preço de uma 
como base para o preço da outra. O que o texto diz é que, se 
não houver outra transação para tomar como parâmetro eu 
deveria utilizar essa mesma, só que ajustando. Vocês acham 
que para eu trazer a negociação de 100.000 frascos de perfume 
para o patamar comercial da negociação de 100 perfumes eu 
deveria fazer o quê com os US$ 0,80? Resposta: deveria somar 
um ajuste, pois o preço unitário em uma venda de 100.000 
unidades é normalmente inferior ao preço unitário de uma 
venda de apenas 100 unidades, não é isso? Porém, nem sempre 
esse ajuste é fácil de ser apurado. 
 
2.Quando os custos e encargos referidos no parágrafo 2 do 
Artigo 8 estiverem incluídos no valor de transação, este valor 
deverá ser ajustado para se levar em conta diferenças 
significativas de tais custos e encargos entre as mercadorias 
importadas e as idênticas às importadas, resultantes de 
diferenças nas distâncias e nos meios de transporte. 
Comentário: Aqui ele se refere ao artigo 8, que deixa a 
critério daspartes incluir ou não o valor do transporte, do 
carregamento (e descarregamento) e do seguro. Vimos que o 
Brasil incluiu todos eles na apuração da base de cálculo. É claro 
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que isso deverá ser levado em consideração se estes valores 
estão incluídos no valor de transação para efeito de se 
estabelecer um comparativo com o valor de transação de 
mercadorias idênticas. 
3. Se, na aplicação deste artigo, for encontrado mais de um 
valor de transação de mercadorias idênticas, o mais baixo deles 
será o utilizado na determinação do valor aduaneiro das 
mercadorias importadas. 
Comentário: Isso é bastante objetivo para cair na prova!!! 
Pode ser que, na apuração do método 2, encontrem-se mais de 
um valor de transação de mercadorias idênticas já ratificados 
pela autoridade aduaneira. E aí??? O AVA é bem claro. O VALOR 
A SER UTILIZADO SERÁ O MAIS BAIXO DENTRE OS DOIS 
ENCONTRADOS. 
Mas afinal, o que seriam mercadorias idênticas? A resposta 
está no Artigo 15 do AVA: 
 
Artigo 15 
.... 
2.(a) Neste Acordo, entende-se por "mercadorias idênticas" 
as mercadorias que são iguais em tudo, inclusive nas 
características físicas, qualidade e reputação comercial. 
Pequenas diferenças na aparência não impedirão que sejam 
consideradas idênticas mercadorias que em tudo o mais se 
enquadram na definição. 
... 
 (c) as expressões "mercadorias idênticas" e "mercadorias 
similares" não abrangem aquelas mercadorias que incorporem 
ou comportem, conforme o caso, elementos de engenharia, 
desenvolvimento, trabalhos de arte e de design, e planos e 
esboços, para os quais não tenham sido feitos ajustes segundo 
as disposições do parágrafo 1 (b) (iv) do Artigo 8, pelo fato de 
terem sido tais elementos executados no país de importação; 
(d) somente poderão ser consideradas "idênticas" ou 
"similares", as mercadorias produzidas no mesmo país que as 
mercadorias objeto de valoração; 
(e) somente serão levadas em conta mercadorias 
produzidas por uma pessoa diferente, quando não houver 
mercadorias idênticas ou similares, conforme o caso, produzidas 
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pela mesma pessoa que produziu as mercadorias objeto da 
valoração. 
 
TERCEIRO MÉTODO – VALOR DE TRANSAÇÃO DE 
MERCADORIAS SIMILARES 
 
Artigo 3 
1.(a) Se o valor aduaneiro das mercadorias importadas não 
puder ser determinado segundo as disposições dos Artigos 1 e 
2, será ele o valor de transação de mercadorias similares 
vendidas para exportação para o mesmo país de importação e 
exportadas ao mesmo tempo que as mercadorias objeto de 
valoração, ou em tempo aproximado; 
(b) Na aplicação deste Artigo, será utilizado, para 
estabelecer o valor aduaneiro, o valor de transação de 
mercadorias similares, numa venda no mesmo nível comercial e 
substancialmente na mesma quantidade que as mercadorias 
objeto de valoração. Inexistindo tal venda, será utilizado o valor 
de transação de mercadorias similares vendidas em um nível 
comercial diferente e/ou em quantidade diferente, ajustado 
para se levar em conta diferenças atribuíveis aos níveis 
comerciais e/ou às quantidades, desde que tais ajustes possam 
ser efetuados com base em evidência comprovada que 
claramente demonstre que os ajustes são razoáveis e exatos, 
quer estes conduzam a um aumento quer a uma diminuição no 
valor. 
2.Quando os custos e encargos referidos no parágrafo 2 do 
Artigo 8 estiverem incluídos no valor de transação estiverem 
incluídos no valor de transação, este valor deverá ser ajustado 
para se levar em conta diferenças significativas de tais custos e 
encargos entre as mercadorias importadas e as similares às 
importadas, resultantes de diferenças nas distâncias e nos 
meios de transporte. 
3.Se, na aplicação deste Artigo, for encontrado mais de um 
valor de transação de mercadorias similares, o mais baixo deles 
será utilizado na determinação do valor aduaneiro das 
mercadorias importadas. 
Comentário: Agora introduzimos o método 3 (valor de 
transação das mercadorias similares). Reparem que não há 
praticamente diferença entre o texto desse método 
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(mercadorias similares) com o texto do método anterior 
(mercadorias idênticas). A distinção está exatamente em saber 
o que o Acordo entende como sendo uma mercadoria “idêntica” 
e uma mercadoria “similar”. Todas as demais regras são 
válidas, inclusive a de que a mercadoria similar deve vir do 
mesmo país de origem. Vejamos a definição de mercadorias 
similares: 
 
Artigo 15 
.... 
(b) neste Acordo , entende-se por "mercadorias similares" 
as que, embora não se assemelhem em todos os aspectos, têm 
características e composição material semelhantes, o que lhes 
permite cumprir as mesmas funções e serem permutáveis 
comercialmente. Entre os fatores a serem considerados para 
determinar se as mercadorias são similares incluem-se a sua 
qualidade, reputação comercial e a existência de uma marca 
comercial; 
 
QUARTO MÉTODO – VALOR DEDUTIVO OU DE 
REVENDA 
 
 
Artigo 4 
Se o valor aduaneiro das mercadorias importadas não 
puder ser definido segundo o disposto nos Artigos 1, 2 ou 3, 
será ele determinado de acordo com as prescrições do Artigo 5 
ou, se isto não for possível, a determinação do valor será feita 
de conformidade com o disposto no Artigo 6, a menos que, a 
pedido do importador a ordem de aplicação dos Artigos 5 e 6 
seja invertida. 
Comentário: Bom. Esse artigo apenas indica que, caso não 
seja possível a aplicação dos métodos 1, 2 e 3, o valor será 
determinado pelo método 4 (valor de revenda deduzido), a 
menos que o importador prefira o método 5 (custo 
reconstituído), e a aduana concorde com a troca. 
Artigo 5 
1.(a) Se as mercadorias importadas, ou mercadorias 
idênticas ou similares importadas, forem vendidas no país de 
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importação no estado em que são importadas, o seu valor 
aduaneiro, segundo as disposições deste Artigo, basear-se-á no 
preço unitário pelo qual as mercadorias importadas ou as 
mercadorias idênticas ou similares importadas, são vendidas 
desta forma na maior quantidade total, ao tempo da importação 
ou aproximadamente ao tempo da importação das mercadorias 
objeto de valoração, a pessoas não vinculadas àquelas de quem 
compram tais mercadorias, sujeito tal preço às seguintes 
deduções: 
i-as comissões usualmente pagas ou acordadas em serem 
pagas, ou os acréscimos usualmente efetuados à título de 
lucros e despesas gerais relativos a vendas em tal país de 
mercadorias importadas da mesma classe ou espécie; 
ii-os custos usuais de transporte e seguro, bem como os 
custos associados, incorridos no país de importação; 
iii-quando adequado, os custos e encargos referidos no 
parágrafo 2 do Artigo 8; e 
iv-os direitos aduaneiros e outros tributos nacionais 
pagáveis no país de importação em razão da importação ou 
venda das mercadorias. 
Comentário: Esse método (QUARTO) é o seguinte. A 
aduana vai verificar o preço pelo qual essa mercadoria 
normalmente é revendida no mercado do país do importador e 
vai compará-lo com o preço declarado pelo importador. É claro 
que para fazer esse tipo de comparação deverão ser excluídos 
os tributos incidentes na importação (II, IPI, ICMS, PI, COFINS, 
AFRMM), comissões, transporte e seguro até o estabelecimento 
do importador, as despesas gerais e os lucros associados à 
transação de revenda..... 
(b) Se nem as mercadorias importadas, nem as 
mercadorias idênticas ou similares importadas são vendidas ao 
tempo ou aproximadamente ao tempo da importação das 
mercadorias objeto de valoração, o valor aduaneiro que, em 
circunstâncias diversas estaria sujeito às disposições do 
parágrafo 1 (a) deste Artigo, será baseado no preço unitário 
pelo qual as mercadorias importadas, ou as mercadorias 
idênticas ou similares importadas, são vendidas no país de 
importação, no estado em que foram importadas, na data mais 
próxima posterior à importação das mercadorias objeto de 
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valoração, mas antes de completados noventa dias após tal 
importação. 
2.Se nem as mercadorias importadas, nem mercadorias 
idênticas ou similares importadas são vendidas no país de 
importação no estado em que foram importadas, e se assim 
solicitar o importador, o valor aduaneiro será baseado no preço 
unitário pelo qual as mercadorias importadas, na maior 
quantidade total, a pessoas não vinculadas, àquelas de quem 
compram tais mercadorias, levando-se devidamente em conta o 
valor adicionado em decorrência de tal processamento, e as 
deduções previstas no parágrafo 1 (a) deste Artigo. 
..... 
Como exemplo desse quarto método, podemos tomar uma 
mercadoria importada em consignação. Isso quer dizer que não 
houve uma transação de compra e venda e o método 1 foi 
rejeitado. Supondo que não foram encontradas transações 
valoradas de mercadorias idênticas e similares, então os 
métodos 2 e 3 também não se aplicam. 
Aí parte-se para o quarto método. Verifica-se então que a 
mercadoria foi vendida no Brasil pelo importador para um 
terceiro por R$ 100.000,00, tendo incidido na operação 20% de 
tributos internos (ICMS, PIS, COFINS), sendo que o importador 
pagou R$ 2.000,00 de frete para levar a mercadoria do porto 
até o destinatário, além de ter pago R$ 5.000,00 de imposto na 
importação. Considerando que esse tipo de venda normalmente 
está sujeita a uma margem de lucro de 15% sobre o preço de 
revenda, então chegaríamos ao seguinte valor aduaneiro: 
 
Preço de Revenda R$ 100.000 
(-) Impostos 20% (R$ 20.000) 
(-) Frete Interno (R$ 2.000) 
(-) Imposto na Importação (R$ 5.000) 
(-) Margem de Lucro (R$ 15.000) 
(=) Valor Aduaneiro R$ 48.000 
 
QUINTO MÉTODO – VALOR COMPUTADO 
 
Artigo 6 
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1.O valor aduaneiro das mercadorias importadas, 
determinado segundo as disposições deste artigo, basear-se-á 
num valor computado. O valor computado será igual à soma 
de: 
(a). o custo ou o valor dos materiais e da fabricação ou 
processamento, empregados na produção das mercadorias 
importadas; 
(b). um montante para lucros e despesas gerais, igual 
àquele usualmente encontrado em vendas de mercadorias da 
mesma classe ou espécie que as mercadorias objeto de 
valoração, vendas estas para exportação, efetuados por 
produtores no país de exportação, para o país de importação; 
(c). o custo ou o valor de todas as demais despesas 
necessárias para aplicar a opção de valoração escolhida pela 
Parte, de acordo com o parágrafo 2 do Artigo 8. 
2. Nenhum Membro poderá exigir ou obrigar qualquer 
pessoa não residente em seu próprio território a exibir para 
exame ou a permitir acesso a qualquer conta ou registro 
contábil, para a determinação de um valor computado. Todavia, 
as informações fornecidas pelo produtor das mercadorias com o 
objetivo de determinar o valor aduaneiro de acordo com as 
disposições deste artigo, poderão ser verificadas em outros 
país, pelas autoridades do país de importação, com anuência do 
produtor e desde que tais autoridades notifiquem com suficiente 
antecedência o governo do país em questão e que este não se 
oponha à investigação. 
Comentário: O método 5 é o método do valor 
reconstituído a partir do custo de produção, ou seja, vai no 
sentido contrário ao do método anterior. O importador poderá 
solicitar a inversão dos métodos 4 e 5 (artigos 5 e 6), e a 
aduana poderá acatar ou não. No método do valor reconstituído 
toma-se o custo de produção e adicionam-se as despesas 
necessárias e os lucros normais que o produtor-exportador teria 
na transação, de forma a se chegar ao custo arcado pelo 
importador, ou seja, um valor próximo da realidade comercial. 
É claro que as autoridades brasileiras não poderão sair 
investigando as empresas exportadoras no exterior. Isso na 
maioria das vezes pode ser feito com a ajuda e iniciativa do 
próprio exportador, ou por meio de intercâmbio entre a aduana 
brasileira (importador) e a aduana do país exportador (já 
ouviram falar do adido aduaneiro em Miami? Pois é. Dentre 
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outras coisas, tem essa função de estabelecer o intercâmbio). 
Na prática, porém, é um método muito difícil de ser utilizado, 
dada a dificuldade em se obter dados referentes ao processo 
produtivo do exportador no exterior. 
 
SEXTO MÉTODO – CRITÉRIOS RAZOÁVEIS 
 
Artigo 7 
1.Se o valor aduaneiro das mercadorias importadas não 
puder ser determinado com base no disposto nos Artigos 1 a 6, 
inclusive, tal valor será determinado usando-se critérios 
razoáveis, condizentes com os princípios e disposições gerais 
deste Acordo e com o Artigo VII do GATT 1994, e com base em 
dados disponíveis no país de importação. 
2.O valor aduaneiro definido segundo as disposições deste 
Artigo, não será baseado: 
(a). no preço de venda, no país de importação, de 
mercadorias produzidas neste; 
(b). num sistema que preveja a adoção para fins 
aduaneiros do mais alto entre dois valores alternativos; 
(c). no preço das mercadorias no mercado interno do país 
de exportação; 
(d).no custo de produção diferente dos valores computados 
que tenham sido determinados para mercadorias idênticas ou 
similares, de acordo com as disposições do Artigo 6; 
(e). no preço das mercadorias vendidas para exportação 
para um país diferente do país de importação; 
(f). em valores aduaneiros mínimos; ou 
(g). em valores arbitrários ou fictícios. 
3.Caso o solicite, o importador, por escrito, sobre o valor 
aduaneiro determinado segundo as disposições deste artigo, e 
sobre o método utilizado para determinar tal valor. 
..... 
Comentário: O método 6 (artigo 7) é o que se costuma 
chamar de “método do desespero”. Cuidado que o valor não 
pode ser arbitrário! É um valor determinado com base em 
critérios razoáveis, com as vedações previstas no item 2 (não 
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pode ser baseado em valor mínimo, não pode ser o mais alto 
entre dois valores possíveis, não pode ser baseado nos preços 
do mercado interno do país de exportação, e outras proibições). 
Os critérios razoáveis a serem aplicados neste sexto 
método pressupõem o respeito aos princípios básicos do acordo. 
O que se permite é uma flexibilização da utilização de algum 
dos métodos anteriores (1 a 5) como critério razoável, como 
por exemplo, buscar transações de mercadorias idênticas ou 
similares por tempo maior que o normalmente previsto para 
aplicação dos métodos 2 e 3, ou ainda, flexibilizar o conceito de 
mercadorias idênticas e similares. 
 
Pessoal, a seguir vamos reproduzir os artigos do AVA que 
não foram desenvolvidos no texto da aula, para ficar como 
material de estudo para vocês. Os artigos não são tão 
importantes quanto os métodos, mas contêm algumas 
definições que podemaparecer na prova. 
Artigo 9 
1.Sendo necessária a conversão de moeda para a 
determinação do valor aduaneiro, a taxa de câmbio a ser 
utilizada será aquela que tiver sido devidamente publicada pelas 
autoridades competentes do país de importação interessado, e 
refletirá, tão efetivamente quanto for possível, para o período 
abrangido por cada publicação, o valor corrente de tal moeda 
nas transações comerciais, expresso em termos da moeda do 
país de importação. 
2.A taxa de conversão a ser utilizada será aquela em vigor 
no momento da exportação ou da importação, conforme tiver 
sido estabelecido por cada Membro. 
Artigo 10 
Toda informação que por sua natureza seja confidencial ou 
que seja fornecida em caráter confidencial para fins de 
valoração aduaneira, será tratada como estritamente 
confidencial pelas autoridades interessadas, que não a 
revelarão sem a autorização expressa da pessoa ou do governo 
que tenha fornecido tal informação, exceto se, no contexto de 
procedimentos judiciais, for exigido o seu fornecimento. 
Artigo 11 
1.Com relação à determinação do valor aduaneiro, a 
legislação de cada Parte disporá quanto ao direito a recurso, 
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sem sujeição a penalidades, por parte do importador ou por 
qualquer outra pessoa responsável pelo pagamento dos direitos 
aduaneiros. 
2.O direito a recurso, de primeira instância, sem imposição 
de penalidades, poderá ser exercido perante um órgão da 
administração aduaneira ou perante um órgão independente. 
Todavia, a legislação de cada Parte disporá quanto ao direito a 
recurso a instância judicial, sem imposição de penalidades. 
3.O recorrente será notificado sobre a decisão do recurso e 
as razões que a fundamentaram ser-lhe-ão comunicadas por 
escrito. O recorrente deverá também ser informado sobre seu 
eventual direito de interpor novo recurso. 
Artigo 12 
O país de importação, pertinente fará publicar, de 
conformidade com o Artigo X do GATT, as leis, regulamentos, 
decisões judiciais e normas administrativas de aplicação geral 
que ponham em vigor este Acordo. 
Artigo 13 
Se no curso da determinação do valor aduaneiro das 
mercadorias importadas, tonar-se necessário retardar a 
determinação definitiva deste valor, o importador poderá, 
entretanto, retirá-las da alfândega, apresentando, se exigido, 
garantia suficiente sob a forma de fiança, depósito ou qualquer 
outro instrumento apropriado que cubra o pagamento total dos 
direitos aduaneiros aos quais as mercadorias possam estar 
sujeitas. A legislação de cada Parte conterá normas para tais 
circunstâncias. 
Artigo 14 
As notas contidas no Anexo I deste Acordo formam parte 
integrante e os Artigos deste Acordo devem ser interpretados e 
aplicados conjuntamente com suas respectivas notas. Os 
anexos II e III também formam parte integrante deste Acordo. 
Artigo 15 
1.Neste Acordo: 
(a). "valor aduaneiro das mercadorias importadas" significa 
o valor das mercadorias para fins de incidência de direitos 
aduaneiros ad valorem sobre mercadorias importadas. 
(b). "país de importação" designa o país ou território 
aduaneiro de importação; e 
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36
(c). "produzidas" inclui cultivadas, manufaturadas e 
extraídas. 
..... 
3.Neste acordo, entenda-se por "mercadoria da mesma 
classe ou espécie", as que se enquadram num grupo ou 
categoria de mercadorias produzidas por uma indústria ou setor 
industrial determinado, e abrange mercadorias idênticas ou 
similares. 
..... 
5.As pessoas que forem associadas em negócios, pelo fato 
de uma ser o agente, o distribuidor ou o concessionário 
exclusivo da outra, qualquer que seja a denominação utilizada, 
serão consideradas vinculadas para fins deste Acordo, desde 
que se enquadrem em alguns dos critérios do parágrafo 4 deste 
Artigo. 
Artigo 16 
Por meio de solicitação por escrito, o importador terá o 
direito de receber, da administração aduaneira do país de 
importação, uma explicação por escrito sobre como foi 
determinado o valor aduaneiro das mercadorias por ele 
importadas. 
Artigo 17 
Nenhuma disposição deste Acordo poderá ser interpretada 
como restrição ou questionamento dos direitos que têm as 
administrações aduaneiras de se assegurarem da veracidade ou 
exatidão de qualquer afirmação, documento ou declaração 
apresentados para fins de valoração aduaneira. 
.... 
Pessoal, não se esqueçam do básico. O Acordo de Valoração 
Aduaneira foi recepcionado pela legislação brasileira. Ele 
estabelece as normas a serem seguidas pelas autoridades 
aduaneiras para a determinação da base de cálculo do imposto 
de importação. 
ITENS NÃO INCLUÍDOS NO VALOR ADUANEIRO 
O parágrafo 3 da Nota Interpretativa ao Artigo 1 do AVA 
determina que não serão incluídos no valor aduaneiro os 
seguintes encargos e custos, desde que sejam destacados do 
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37
preço efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias 
importadas: 
a) encargos relativos à construção, instalação, montagem, 
manutenção ou assistência técnica, executados após a 
importação, relacionados com as mercadorias importadas, tais 
como as instalações, máquinas ou equipamentos industriais; 
b) o custo de transporte após a importação (no país do 
importador); 
c) direitos aduaneiros e impostos incidentes no país de 
importação. 
 
A IN/SRF 327/2003 determina os seguintes casos de 
parcelas excluídas do valor aduaneiro: 
 
Art. 5º No valor aduaneiro não serão incluídos os seguintes 
encargos ou custos, desde que estejam destacados do preço 
efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias importadas, 
na respectiva documentação comprobatória: 
I - custos de transporte e seguro, bem assim os gastos 
associados a esse transporte, incorridos no território aduaneiro, 
a partir dos locais referidos no inciso I do artigo anterior; e 
II - encargos relativos a construção, instalação, montagem, 
manutenção ou assistência técnica da mercadoria importada, 
executadas após a importação. 
Art. 6º Os juros devidos em virtude de acordo de 
financiamento contratado pelo comprador e relativo à compra 
de mercadorias importadas não serão considerados como parte 
do valor aduaneiro, desde que: 
I - os juros sejam destacados do preço efetivamente pago 
ou a pagar pelas mercadorias; 
II - o acordo de financiamento tenha sido firmado por 
escrito; 
III - quando requerido, o importador possa comprovar que: 
a) tais mercadorias são vendidas realmente ao preço 
declarado como preço efetivamente pago ou por pagar; e 
b) a taxa de juros estabelecida não excede o nível 
usualmente praticado nesse tipo de transação no momento e no 
país em que tenha sido concedido o financiamento. 
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38
Parágrafo único. O disposto neste artigo será aplicado nas 
situações em que o financiamento seja concedido pelo 
vendedor, por entidade bancária ou outra pessoa física ou 
jurídica e, quando couber, nos casos em que as mercadorias 
sejam valoradas por método distinto daquele baseado no valor 
de transação. 
Art. 7º O valor aduaneiro de suporte informático que 
contenha dados ou instruções (software) para equipamento de 
processamento de dados será determinado considerando 
unicamente o custo ou o valor do suporte propriamente dito, 
desde que o custo ou o valor dos dados ou instruções esteja 
destacado no documento de aquisição. 
§ 1º O suporte informático

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