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72 - APOSTILA - GESTÃO DA OPERAÇÃO DE IMPORTAÇÃO

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Prévia do material em texto

Gestão da Operação 
de Importação
Professor Me. Alexsandro Cordeiro Alves da Silva
AUTOR
Professor Me. Alexsandro Cordeiro Alves da Silva
●	 Mestre	em	Desenvolvimento	de	Tecnologia,	UFPR/Lactec	(universidade	Federal	
do	Paraná);
●	 Licenciado	 em	 Letras	 -	 Port./Inglês	 Plena,	 UEM	 (Universidade	 Estadual	 de	
Maringá);
●	 Bacharel	em	Administração,	FAPAN	(Faculdade	de	Paraíso	do	Norte);
●	 Graduando	em	Pedagogia,	UniFCV	(Centro	Universitário	Cidade	Verde);
●	 Graduando	 em	 Ciências	 Econômicas,	 UniFCV	 (Centro	 Universitário	 Cidade	
Verde);
●	 Especialização	em	Comércio	Exterior	pela	UNIFAMMA	(União	de	Faculdades	
Metropolitanas	de	Maringá);
●	 Docente	 do	 Curso	 de	 Direito,	 Administração,	 Marketing,	 Logística,	 Ciências	
Econômicas,	 Processos	 Gerenciais,	 Letras,	 Engenharia	 Civil,	 Arquitetura	 e	
Urbanismo	e	Ciências	Contábeis	da	UniFCV;
●	 Coordenador	do	Curso	de	Administração	presencial/EAD	(UniFCV);
●	 Coordenador	do	Curso	de	Ciências	Econômicas	presencial/EAD	(UniFCV);
●	 Coordenador	do	Curso	de	Letras	presencial/EAD	(UniFCV);
●	 Coordenador	do	Curso	de	Marketing	presencial/EAD	(UniFCV);
●	 Coordenador	do	Curso	de	Logística	presencial/EAD	(UniFCV);
●	 Coordenador	do	Curso	de	Empreendedorismo	presencial/EAD	(UniFCV);
●	 Coordenador	do	Curso	de	Comércio	Exterior	EAD	(UniFCV);
●	 Coordenador	Científico	em	Ciclos	de	Estudos	do	UniFCV;	
●	 Gestor	Educacional	do	Colégio	Axia;
●	 Docente	de	pós-graduação	no	Centro	Universitário	Cidade	Verde	(UniFCV).	
Ampla	experiência	como	analista	de	Comércio	Exterior	(10	anos),	produtor	de	ma-
terial	didático,	tradutor,	coordenação	de	cursos	superiores,	e	grupos	de	estudos.	
http://lattes.cnpq.br/8228698800793385
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja	muito	bem-vindo(a)!
Prezado(a)	aluno(a),	que	bom	que	você	escolheu	aprender	mais	sobre	o	tema	que	
mais	tem	crescido	nos	últimos	tempos	no	Brasil!	Proponho	um	compartilhar	de	informações	
que	te	ajudará	a	trilhar	o	caminho	de	sua	graduação.	Este	material	são	reflexões	de	nossa	
experiência,	acertos,	processos	e	acima	de	tudo,	um	pedaço	de	muitas	etapas	que	pode-
mos	construir	sobre	o	Comércio	e	a	Gestão	da	Operação	de	Importação.
Na	unidade	I	iniciaremos	nosso	trajeto	pelo	conceito	aduaneiro,	custos	logísticos,	
tipos	 de	 pagamentos,	 os	 tratamentos	 administrativos	 as	 Licenças	 de	 Importação	 (LI),	 e	
os	 tipos	 de	 importação	 de	material	 usado,	 assim	 como	a	 legislação	 que	 respalda	 cada	
processo.
Já	na	unidade	II	vamos	ampliar	nossos	conhecimentos	sobre	as	operações	espe-
ciais	de	importação.	Veremos	algumas	possibilidades	de	isenção	e	benefícios	encontrados	
na	legislação	aduaneira,	em	destaque	trataremos	da	admissão	temporária,	EX-tarifário,	os	
acordos	internacionais,	os	tipos	de	despachos	aduaneiros,	os	procedimentos	documentais	
e	físicos	nas	aduanas	nacionais,	os	tipos	de	desembaraço	aduaneiro	e	finalizaremos	com	
a	análise	dos	pagamentos	dos	tributos	incidentes	na	importação.
Na	sequência,	nas	unidade	III	e	IV,	trataremos	das	peculiaridades	dos	tributos	que	
envolvem	os	produtos	 importados,	as	defesas	comerciais	e	a	nova	proposta	de	sistema	
único	de	 importação.	Nessa	etapa	você	verá	que	o	sistema	de	 importação	 tem	mudado	
e	os	profissionais	da	área	de	comércio	exterior	terão	novas	oportunidades	para	oferecer	
recentes	serviços,	como	é	o	caso	do	profissional	em	Perícia	Aduaneira.	
Venha	conosco	conhecer	mais	sobre	o	Comércio	Exterior	(COMEX)!	É	uma	área	
fascinante	e	repleta	de	possibilidades.	Esperamos	contribuir	para	o	seu	crescimento	pro-
fissional	e	aguçar	a	vontade	de	continuar	pela	busca	do	conhecimento.	Seja	curioso,	cada	
assunto	tratado	neste	material	abre	a	possibilidade	de	muita	pesquisa	e	temos	certeza	que	
você	estará	à	frente	no	mercado	de	trabalho.
Muito obrigado e bom estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE	I	......................................................................................................5
Métodos de Importação
UNIDADE	II	...................................................................................................27
Operações Especiais de Importação
UNIDADE	III	..................................................................................................52
Tratamento Tributário das Importações
UNIDADE	IV	..................................................................................................72
Despacho de Importação
5
Plano de Estudo:
•	Conceitos	aduaneiros
•	Tratamento	administrativo	
•	Tipos	de	licenciamento	e	material	usado
•	Pagamentos	internacionais	e	custos	logísticos	
Objetivos de Aprendizagem:
•	Conceituar	e	contextualizar	as	teorias	da	Importação
•	Compreender	os	tipos	de	tratamentos	na	Importação
•	Estabelecer	a	importância	da	Legislação	Aduaneira
UNIDADE I
Métodos de Importação
Professor Mestre Alexsandro Cordeiro Alves
6UNIDADE I Métodos de Importação
INTRODUÇÃO
Caro	(a)	aluno	(a),	bem	vindo	(a)	a	primeira	unidade	do	livro.
Vamos	dar	 início	ao	estudo	sobre	os	Métodos	de	 Importação.	Essa	é	uma	área	
do	conhecimento	que	estuda	as	 regras	e	 implicações	da	 importação	 relacionada	com	o	
Comércio	Exterior.	Os	métodos	da	 importação	são	 importantes	devido	ao	 impacto	finan-
ceiro	e	de	planejamento	no	processo	de	importação.	No	entanto,	antes	de	iniciar	o	estudo	
dos	métodos	de	importação,	foi	abordado	neste	primeiro	momento	os	conceitos	gerais	da	
importação,	ou	seja,	as	regras	gerais	aduaneiras.
Com	o	propósito	de	atingir	o	crescimento	das	importações,	mas	dentro	dos	contro-
les	fronteiriços,	foram	estabelecidas	regras	de	importação	para	que	os	órgãos	responsáveis	
pudessem	ter	maior	controle	dos	processos	e	dos	produtos	importados.	Após	a	verificação	
da	necessidade	de	parâmetros	que	respeitassem	as	normas	internacionais	da	Organização	
Mundial	do	Comércio	(OMC),	surgiram	legislações	específicas	para	determinados	tipos	de	
produtos	e	serviços.	
A	partir	do	Decreto	nº	6759	–	Planalto,	foram	criadas	inúmeras	Instruções	Norma-
tivas	(IN)	e	estabelecidos	os	órgãos	responsáveis	por	cada	 tipo/categoria	de	produtos	e	
serviços	a	serem	importados.	Para	cada	setor	as	regras	são	evidenciadas	com	a	finalidade	
de	auxiliar	o	 importador	e	a	fiscalização	na	entrada	de	produtos	no	país.	A	discrepância	
entre	 legislação	 e	 a	 importação	 pode	 gerar	 custos	 adicionais,	 como	multas,	 perdas	 da	
mercadoria	e	devolução	do	produto	à	origem,	se	for	o	caso.
Em	seguida,	serão	apresentadas	as	legislações	específicas	para	o	Licenciamen-
to	 de	 Importação	 de	Produtos	 e	Serviços,	 os	 tratamentos	 administrativos,	 os	 custos	 na	
importação,	os	impostos	incidentes	e	os	tipos	de	pagamento	internacional,	assim	como	o	
conceito	aduaneiro	no	processo	de	importação.
Desejamos	um	ótimo	estudo	a	todos!
7UNIDADE I Métodos de Importação
1 CONCEITOS ADUANEIROS
Em	 linhas	 gerais	 o	 conceito	 aduaneiro	 está	 ligado	 ao	 comércio	 exterior	 que	 se	
relaciona	com	a	compra	e	venda	de	produtos	e	serviços	entre	empresas	e	governos	de	
diferentes	 países	 ao	 redor	 do	 mundo.	 Essa	 correlação	 acompanha	 os	 acontecimentos	
internacionais	(políticos	e	econômicos),	 logo	a	 legislação	aduaneira	vem	ao	encontro	da	
definição	de	tratativas	administrativas	e	processuais,	ou	seja,	tudo	está	sendo	acompanha-
do	desde	a	saída	do	produto	-	na	origem	-	até	a	chegada	no	país	-	destino	-,	e,	as	regras	
devem	ser	observadas	criteriosamente.
Assim	como	as	tendências	de	consumo,	a	legislação	aduaneira	também	pode	so-
frer	alterações,	por	meio	de	emendas,	Instruções	Normativas,	etc,	para	que	os	tratamentos	
de	 cada	 caso	 sejam	 coerentemente	 assertivos	 no	 que	 diz	 respeito	 ao	 cumprimento	 da	
legislação	e	ao	que	ela	propõe.	Ainda,	é	importante	ressaltar	que	as	questões	aduaneiras	
do	país	estabelecem	regras	de	estocagem,	fretes,	classificação	fiscal	de	mercadorias,	tipos	
de	pagamento,	produtos	permitidos	e	proibidos	de	serem	importados,	e,	dentro	outros,	os	
impostos	incidentes	na	importação.
É	na	Legislação	Aduaneira	(LA),	por	meio	do	Decretonº	6759	de	5	de	fevereiro	de	
2009,	que	encontramos	também	os	órgãos	governamentais	responsáveis	pela	fiscalização	
e	 execução	 dos	 procedimentos	 legais	 estabelecidos	 no	 processo	 de	 importação.	 Para	
tanto,	tudo	começa	pela	classificação	fiscal	do	produto	por	meio	da	Nomenclatura	Comum	
8UNIDADE I Métodos de Importação
do	Mercosul	(NCM)	e	consequentemente	a	verificação	do	tratamento	administrativo	que	a	
legislação	prevê	para	cada	produto.	
Contudo,	há	regras	gerais	que	devem	ser	observadas	na	importação,	mas	é	a	partir	
da	classificação	fiscal	da	mercadoria	que	serão	consultadas	as	tratativas	aduaneiras	para	
cada	tipo	de	Nomenclatura	Comum	do	Mercosul	(NCM).
De	início,	a	legislação	é	observada	antes	da	importação	da	mercadoria,	mas	é	na	
aduana	que	todo	o	processo	é	verificado,	ou	seja,	antes	da	entrada	da	mercadoria	no	país	
e	apenas	em	raros	casos	é	permitido	que	o	produto	seja	vistoriado	diretamente	na	empresa	
importadora,	mas	no	geral,	mesmo	nessas	situações	a	aduana	é	o	primeiro	contato	com	o	
produto	estrangeiro.
Segundo	Assumpção	(2007),	o	conceito	de	aduana	é	semelhante	a	Alfândega	(do	
árabe:	قدنفلا;	transl.:	al-fundaq,	“hospedaria”,	“estalagem”)	ou	aduana	(do	árabe:	ناويدلا;	
transl.:	ad-dīwān,	“registro”,	“escritório”).	Para	a	autora,	trata-se	de	uma	repartição	governa-
mental	e	oficial	para	o	controle	de	movimentos	de	entrada	e	saída	de	mercadorias	do	país,	
ou	seja,	entradas	(importações)	e	saídas	(exportações).	
É	 inclusive	 nesse	 local	 (aduana)	 que	 os	 órgãos	 como	 ANVISA,	 INMETRO,	
fiscalização	da	Receita	Federal	e	Estadual,	dentre	outros,	fazem	a	verificação	das	condições	
da	mercadoria.	É	importante	ressaltar	que	esses	órgão	tratam	apenas	da	fiscalização	de	
produtos	e	serviços	e	não	do	controle	de	tráfego	de	pessoas,	para	isso,	há	outras	regras	e	
legislações	que	é	regido	pela	polícia	de	fronteira.
É	na	aduana	(escritório)	que	são	cumpridas	as	regras	dispostas	no	decreto	6759/09	
e	 na	 alfândega	 (local	 de	 hospedagem)	 que	 são	 armazenados	 os	 produtos	 que	 serão	
exportados	ou	 importados.	Pensando	assim,	 por	 isso	que	 se	denomina	a	 legislação	de	
importação	como	 legislação aduaneira,	ou	seja,	órgãos	governamentais	fazendo	cumprir	
determinações	legais	do	país	sobre	determinado	processo	de	importação.	Já	a	estocagem	
e	armazenamento	podem	ser	contempladas	pela	 legislação	aduaneira,	possuindo	assim	
as	regras	alfandegárias	de	armazenagem,	como	local	propício	para	determinados	produtos	
perecíveis,	perigosos,	muito	pesados,	muito	leves,	etc.
Na	 organização	 geral	 e	 fiscalização	 das	 aduanas	 encontramos	 a	 Secretaria	 da	
Receita	Federal	do	Brasil,	órgão	vinculado	ao	Ministério	da	Fazenda,	ambos	estipulados	
com	os	devidos	poderes	no	Regulamento	aduaneiro	do	Brasil	(dec.	6759/09).
Antes	de	prosseguirmos,	é	extremamente	importante	que	você	estudante	entenda	a	
lógica	e	organização	de	atuação	aduaneira	na	gestão	da	operação	de	importação.	Sabendo	
9UNIDADE I Métodos de Importação
quais	órgão	estão	envolvidos	na	aduana	e	seus	processos,	ficará	mais	fácil	saber	a	quem	
recorrer	nos	casos	de	organização	de	uma	importação.
No	mesmo	decreto	6759/09	estão	esclarecidos	os	órgãos	intervenientes	e	os	anuen-
tes.	Os	 intervenientes	 têm	relacionamento	com	comércio	exterior	de	alguma	forma,	mas	
nem	sempre	são	impeditivos	de	importação	(banco	do	exportador,	vendedor,	despachante,	
dentre	 outros);	 nem	sempre	 trabalham	somente	 com	comércio	 exterior.	 Já	 os	anuentes	
legislam	e	tem	papel	de	permitir	a	 importação,	ou	seja,	diretamente	 ligado	à	 importação	
(órgãos	como	DECEX,	MAPA,	EXÉRCITO,	dentre	outros).	
De	modo	geral,	os	órgãos	anuentes	trabalham	diretamente	no	país	em	que	a	mer-
cadoria	se	encontra	no	momento	da	análise,	por	 isso,	a	estrutura	do	comércio	no	Brasil	
tem	 como	 seu	maior	 organizador	 o	 próprio	 governo.	 Já	 os	 demais	 órgãos	 analisam	 os	
produtos	e	comparam	com	a	legislação.	Por	exemplo,	se	um	importador	está	trazendo	um	
cavalo,	será	de	responsabilidade	do	importador	juntamente	com	o	(Ministério	da	Agricultura	
Pecuária	e	Abastecimento	 (MAPA)	verificar	a	classificação	e	após	a	permissão,	 trazer	a	
mercadoria	-	sempre	respaldado	pela	legislação	aduaneira.
Dentre	os	órgãos	anuentes	e	intervenientes,	destacam-se:	Conselho	Monetário	Na-
cional	(CMN),	Câmara	de	Comércio	Exterior	(CAMEX),	Ministério	das	Relações	Exteriores	
(MRE),	Ministério	da	Indústria,	Comércio	Exterior	e	Serviços	(MDIC)	-	atual	Ministério	da	
Economia,	Indústria,	Comércio	Exterior	e	Serviços,	Ministério	da	Fazenda	(MF),	Ministério	
das	Comunicações	(MC),	Ministério	da	Agricultura	Pecuária	e	do	Abastecimento	(MAPA),	
Agência	de	Promoção	de	Exportações	S/A	(APEX),	Serviço	Brasileiro	de	Apoio	às	Micro	
e	 Pequenas	 Empresas	 (SEBRAE),	 Seguradora	 Brasileira	 de	 Crédito	 à	 Exportação	 S/A	
(SBCE),	Confederação	Nacional	da	Indústria	(CNI),	Associação	de	Comércio	Exterior	do	
Brasil	(AEB),	Fundação	Centro	de	Estudos	do	Comércio	Exterior	(FUNCEX),	Federações	
Estaduais,	Câmaras	de	Comércio,	dentre	outros.
Ainda,	 cada	 órgão	 acima	 pode	 se	 subdividir,	 dependendo	 da	 necessidade	 e	 da	
legislação.	Obviamente	 você	 não	 precisa	 saber	 de	 todos	 eles,	mas	 é	 importante	 saber	
que	cada	setor	desse	é	um	órgão	responsável	para	determinadas	ações	na	 importação.	
Importante: esta é a distribuição geral, mas é devemos acompanhar os acontecimentos 
do governo, pois cada presidente reorganiza suas partes, podendo renomear, adicionar, 
subtrair ou até mesmo incluir em outras pastas alguns órgãos de atuação.	
Nem	sempre	todos	os	órgãos	estarão	envolvidos	em	todas	as	importações,	mas	
dependendo	do	tipo	de	produto	será	necessário	verificar	com	esses	departamentos	o	que	
deve	fazer	para	que	o	processo	de	importação	não	seja	barrado	no	momento	da	entrada	no	
10UNIDADE I Métodos de Importação
país.	Todos	eles	estão	interligados	e	respondem	a	legislação	aduaneira	e	é	na	aduana	que	
serão	efetivamente	observados.	Para	resumir,	observe	a	estrutura	de	atuação	e	conceito	
aduaneiro:
Figura 1	-	Estrutura	da	Presidência	da	República	na	aduana
Fonte:	o	autor	(2020)
A	presidência	da	república,	Figura	1,	estabelece	e	assina	decretos	sobre	a	impor-
tação	e	exportação	 interna	de	acordo	com	a	 legislação	nacional	e	 internacional.	O	MRE	
(Ministério	das	Relações	Exteriores	ou	Itamaraty)	está	diretamente	ligado	as	relações	in-
ternacionais	e	responsável	pelas	políticas	internacionais	(Bilateral,	regional	e	Multilateral).	
Já	o	MDIC	 (Ministério	da	 Indústria,	Comércio	Exterior	 e	Serviços)	atua	nas	políticas	de	
desenvolvimento	do	comércio	exterior.
Por	sua	vez,	o	Ministério	da	Fazenda	fórmula	e	regulamenta	as	políticas	econô-
micas	do	país,	ou	seja,	é	um	órgão	administrativo	do	comércio	exterior;	é	nele	que	estão	
os	órgãos	relacionados	ao	fisco,	como	Receita	Federal	(responsável	também	pela	vistoria	
e	parametrização	da	mercadoria)	e	BACEN	(responsável	pelas	verificações	de	contratos,	
câmbio	e	pagamentos).	Estes	últimos	são	responsáveis	pela	parte	tributária	da	União.
Como	citado	anteriormente,	cada	órgão	acima	ainda	tem	sob	sua	responsabilidade	
outras	subdivisões	de	departamentos,	como	pode	ser	observado	na	Figura	2.
11UNIDADE I Métodos de Importação
Figura 2	–	Subdivisão	de	responsabilidades	aduaneiras
Fonte:	o	autor	(2020)
Observe	que	cada	departamento	acima	atua	de	maneira	direta	ou	indireta	na	impor-
tação	e	por	isso	é	importante	relembrar	que	cada	órgão	tem	seu	regimento	e	normativas.	
Essas	normativas	é	que	estabelecem	critérios	na	importação	aduaneira	de	determinados	
produtos.	Dependendo	do	tipo	de	tratamento	administrativo	é	que	teremos	que	observar	a	
Instrução	Normativa	(IN)	para	a	importação	de	determinado	produto.
12UNIDADE I Métodos de Importação
2 TRATAMENTO ADMINISTRATIVO
O	tratamento	administrativo	é	a	base	para	a	sequência	da	importação.	Antes	mes-
mo	 de	 começar	 a	 importar	 o	 interessado	 deve	 começar	 a	 classificação	 da	mercadoria;	
ésomente	a	partir	dela	que	é	possível	consultar	os	procedimentos	a	serem	 tomados,	a	
saber,	podemos	definir	os	três	primeiros	passos:	1)	escolhe-se	o	produto	a	ser	importado;	
2)	classifica	o	número	NCM	(Nomenclatura	Comum	do	Mercosul);	3)	consulta	o	tratamento	
administrativo	do	NCM	do	produto.	
Dependendo	do	produto	e	sua	classificação	poderá	ser	observado	se	aquele	produto	
será	analisado	pelo	INMETRO,	ou	pelo	MAPA,	ou	pela	ANVISA,	etc.	Ainda,	se	é	permitido	
importar	aquele	produto,	se	o	país	de	origem	está	autorizado	a	enviar	determinado	produto	
para	o	Brasil,	se	os	 impostos	serão	maior	de	determinadas	empresas	de	origem,	ou,	se	
precisa	ter	autorização	para	o	embarque	(mas	esses	tipos	de	autorizações	trataremos	em	
tópico	específico).
No	passo	1,	classificação	do	NCM,	verifica-se	o	tipo	de	produto,	sua	constituição	e	sua	
finalidade	(Revenda,	uso	e	consumo	ou	ativo	e	imobilizado).	É	sabido	que	os	países	possuem	
sua	cultura	e	códigos	linguísticos	que	nem	os	maiores	linguistas	do	mundo	seriam	capazes	de	
entender	a	todos.	Imagine	agora	relacionar	cultura	e	produtos.	Pense	em	uma	caneta!	Simples	
assim.	Mas	nos	EUA	se	diz	“pen”,	já	na	china	se	diz	(bi),	ou	seja,	para	diminuir	o	número	de	
erros	é	melhor	tratar	os	produtos	com	códigos	numéricos	em	que	cada	um	deles	signifique	uma	
coisa,	como	seu	peso,	sua	composição,	sua	função,	sua	finalidade,	material	constituinte,	etc.	
13UNIDADE I Métodos de Importação
O	NCM	está	presente	tanto	na	Tarifa	Externa	Comum	(TEC)	como	na	Tabela	de	Incidência	
do	Imposto	sobre	Produtos	Industrializados	(TIPI),	podendo	ser	consultado	no	site	do	MDIC	
e	 junto	com	o	NCM,	encontra-se	as	alíquotas	de	II,	 IPI,	PIS	e	COFINS,	além	é	claro	do	
manual	de	classificação	de	mercadorias,	assim	como	o	tratamento	administrativo	do	NCM.	
A	Receita	Federal	(RF)	ajuda	na	classificação	da	mercadoria	por	meio	de	consulta	
pública	(item	a	item),	mas	seria	impossível	importar	se	todas	as	vezes	fosse	preciso	esperar	
a	RF	classificar	para	o	cliente	os	produtos,	por	isso,	é	de	domínio	público	a	lista	de	NCMs	
dos	produtos	comuns	nas	 transações	de	comércio	exterior.	Mas	e	os	produtos	que	vão	
surgindo	no	decorrer	do	 tempo?	E	os	produtos	que	deixam	de	existir?	Bem,	para	esses	
casos,	a	classificação	é	feita	por	associação	ou	aproximação	de	produtos.
Se	fosse	necessário	classificar	um	disco	voador,	por	exemplo,	não	há	número	de	
NCM	 para	 esse	 produto,	mas	 há	 um	 relacionado:	 8803.30.00	 -	Aeronaves	 e	 aparelhos	
espaciais,	 e	 suas	 partes.	 Mesmo	 sendo	 estabelecido	 números	 para	 a	 classificação	 da	
mercadoria,	na	prática	é	comum	os	fornecedores	enviarem	documentos	com	classificação	
distintas,	pois	muitas	vezes	no	país	de	origem	o	número	não	está	atualizado	ou	a	fiscaliza-
ção	é	mais	branda	quanto	a	classificação	fiscal.	
A	saber,	a	classificação	 incorreta,	para	o	Brasil,	é	passiva	de	multas	altíssimas,	
onerando	o	importador/exportador;	este	sistema	é	adotado	desde	1995	pelo	Sistema	Har-
monizado	(SH),	criado	pela	OMC	e	define	o	tratamento	administrativo.
Observando	 o	 número	 de	 classificação	 do	 produto,	 é	 possível	 constatar	 que	 a	
classificação	fiscal	é	composta	por	4	dígitos:	0000	(xxxx).	Entretanto,	para	o	Brasil,	deve-se	
atentar	para	a	classificação	mais	específica	do	produto.	No	exemplo	da	caneta,	seu	material	
constituinte	poderia	ser	de	madeira,	logo	o	tratamento	administrativo	seria	pelo	Ministério	
da	agricultura	(MAPA),	poderia	dar	choque	(ANVISA),	poderia	ser	banhada	à	ouro,	poderia	
ser	de	plástico,	etc.	
Para	cada	tipo	de	caneta	há	uma	subclassificação.	Há	livros	específicos	e	discipli-
nas	detalhadas	para	a	classificação	da	mercadoria,	mas	para	você	entender	a	estrutura	da	
classificação	que	designa	o	tratamento	administrativo	de	um	produto	você	pode	observar	
a	Figura	3
14UNIDADE I Métodos de Importação
Figura 3	–	Estrutura	do	NCM
Fonte:	o	autor	(2020)
Na	 estrutura	 anterior	 é	 notório	 que	 dependendo	 do	 tipo	 da	 caneta	 haverá	 uma	
classificação	específica	e	a	classificação	incorreta	pode	gerar	multas	na	importação.	Isso	
acontece	pelo	motivo	de	que	cada	tipo	de	caneta	haverá	um	custo	envolvido,	logo,	a	tri-
butação	sofrerá	variações.	A	classificação	de	mercadoria	é	um	trabalho	árduo	até	mesmo	
para	os	profissionais	do	comércio	exterior.	Alguns	produtos	possuem	também	uma	defesa	
chamada	Antidumping,	para	tornar	o	produto	concorrente,	outras	simplesmente	podem	não	
seguir	os	padrões	nacionais	de	segurança	estabelecidos	pelo	INMETRO.
Para	Assumpção	(2007),	o	controle	administrativo	nas	importações	é	realizado	pelo	
tratamento	 administrativo,	 podendo	 ser	 consultado	 no	 site	 do	MDIC	e	 nele	 consta	 se	 o	
produto	pode	ser	 trazido	 livremente	ou	se	precisa	de	autorização,	ou	seja,	por	meio	da	
Licença	de	Importação	(LI)	sujeita	a	anuência	de	órgãos	do	governo	ou	podem	ser	trazidos	
para	o	tratamento	administrativo	já	estabelecido	na	NCM	de	cada	produto.	Sobre	a	Licença	
de	importação	trataremos	mais	adiante.
15UNIDADE I Métodos de Importação
3 TIPOS DE LICENCIAMENTO E MATERIAL USADO
De	acordo	com	o	art.	13	da	Portaria	SECEX	nº	23/2011,	de	modo	geral,	as	“importa-
ções	brasileiras	estão	dispensadas	de	licenciamento,	exceto	nas	hipóteses	de	importações	
sujeitas	 ao	 tratamento	 de	Licenciamento	Automático,	 Licenciamento	Não-Automático	 ou	
Impedimento”.	Desse	modo,	cabe	aos	importadores	e	despachantes	aduaneiros	a	obser-
vação	da	classificação	dos	produtos	e	seus	tratamentos	administrativos.	
Em	caso	de	autorização	automática,	o	importador	pode	trazer	a	mercadoria	e	pro-
videnciar	o	registro	da	Declaração	de	Importação	(DI)	no	Sistema	Integrado	de	Comércio	
Exterior	(SISCOMEX),	e,	consequentemente	proceder	com	o	Despacho	Aduaneiro	junto	à	
Receita	Federal	do	Brasil.
A	Receita	Federal	 disponibiliza	aplicativos	 como	o	 “importador”	 e	 no	 site	 da	RF	
para	simular	se	o	produto	está	sujeito	a	liberação	automática	ou	Licenciamento	prévio,	ou	
seja,	se	precisará	de	autorização	de	algum	órgão	anuente	para	a	importação.	Ainda,	para	
auxiliar	o	importador,	a	RF	também	disponibiliza	uma	tabela	de	informativa	a	respeito	do	
Tratamento	Administrativo	aplicado	às	Importações	denominada	“bens	sujeitos	à	Licença	
ou	Proibição	na	Importação”.
A	Licença	de	 Importação	 (LI),	é	um	documento	ou	 informação	na	Nomenclatura	
Comum	do	Mercosul	(NCM	-	explicada	anteriormente)	emitido	pelo	SISCOMEX	que	libe-
ra	 a	 importação	 de	mercadoria.	 Todo	 produto	 tem	 o	 processo	 de	 licenciamento,	 sendo	
a	maioria	automático	e	 liberado	diretamente	no	NCM	indicado.	Dependendo	do	produto,	
16UNIDADE I Métodos de Importação
deverá	passar	pela	 liberação	por	meio	do	 licenciamento.	Vejamos	a	seguir	os	principais	
Licenciamentos	de	Importação	(LI).
3.1 Importações Dispensadas de Licenciamento
A	maioria	dos	produtos	não	precisam	de	Licença	de	Importação	(LI).	São	produ-
tos	que	geralmente	 já	são	trazidos	para	o	país	com	certa	frequência	e	também	já	foram	
analisadas	as	possibilidades	de	comercialização,	ou	que	não	 ferem	nenhuma	 legislação	
estabelecida.	Isso	não	significa	que	um	produto	que	não	tenha	LI	será	sempre	assim,	pois	
em	algum	momento	o	governo	pode	entender	que	determinado	produto	ou	país	começou	a	
ir	contra	a	legislação	interna	do	país	de	origem	ou	destino.
3.2 Importações Sujeitas a Licenciamento Automático
Os	 produtos	 classificados	 nesta	 modalidade	 são	 liberados	 automaticamente.	 A	
diferença	em	relação	com	a	anterior	é	que	neste	caso	irá	precisar	registrar	a	LI	no	sistema	
do	órgão	anuente,	mas	assim	que	for	registrado	aparecerá	que	está	liberada.	Essa	moda-
lidade	normalmente	é	usada	apenas	para	que	os	órgãos	anuentes	tenham	maior	controle	
de	 quantidade	 de	 determinado	 produto	 está	 entrando	 no	 país,	 ou	 para	 acompanharem	
determinados	desempenhos	econômicos	do	produto.	Normalmente	uma	LI	com	licencia-
mento	automático	passa	a	ter	licenciamento	obrigatório	dependo	do	que	for	constatado	no	
processo	de	análise.Costumeiramente	 o	Ministério	 da	Agricultura	 Pecuária	 e	Abastecimento	 (MAPA)	
considera	móveis	 de	madeira	 com	o	 Licenciamento	 automático	 e	 quando	 a	mercadoria	
chega	é	feita	a	vistoria	da	carga.	Alguns	licenciamentos	automáticos	podem	levar	alguns	
dias	para	a	liberação;	isso	ocorre	quando	o	sistema	irá	verificar	alguns	dados	do	registro	da	
LI	e	se	estão	de	acordo,	por	exemplo	país	de	origem	e	tipo	de	material	constituinte.
3.3 Importações Sujeitas a Licenciamento Não Automático
Nesta	modalidade	a	mercadoria	não	poderá	embarcar	para	o	Brasil	até	que	o	órgão	
anuente	analise	o	caso.	Ainda,	o	tempo	de	deferimento	é	maior,	pois	o	produto	está	sob	
análise.	Essa	análise	pode	estar	relacionada	a	diversos	motivos,	desde	sub	preços	(para	
prevenir	defesa	comercial),	cargas	perigosas,	venenos,	produtos	de	marca,	alimentos,	san-
ções	internacionais	pela	Organização	Mundial	do	Comércio	(OMC)	feitas	a	alguns	países,	
dentre	outras.
Produtos	dessa	categoria	estão	sob	controle	do	governo	principalmente	no	que	se	
diz	respeito	a	qualidade	e	quantidade	de	produtos	importados	(alimentos,	medicamentos,	
17UNIDADE I Métodos de Importação
brinquedos	etc.),	visando	sempre	a	proteção	do	mercado	interno.	Os	produtos	mais	comuns	
que	constam	com	impeditivo	são	os	que	precisam	de	certificações	do	MAPA,	INMETRO,	
ANVISA,	DECEX,	IBAMA,	dentre	outros.	Por	fim,	mesmo	após	a	liberação	da	importação	
pelos	órgãos	anuentes,	a	maioria	dos	produtos	deste	tratamento	administrativo	(constantes	
na	NCM)	passam	por	uma	vistoria	física	assim	que	chegam	na	alfândega	com	a	finalidade	
de	verificação	de	irregularidade,	como	é	o	caso	de	pneus,	bebidas,	brinquedos,	animais,	
ferramentas,	etc.
3.4 Importações de Material Usado (Licenciamento)
Em	consonância	com	o	art.	13	da	Portaria	SECEX	nº	23/2011,	de	modo	geral	é	
proibido	a	importação	de	Material	usado.	Entretanto,	o	governo	abre	exceção	para	alguns	
produtos,	e,	obviamente	esses	produtos	passam	pelo	tratamento	administrativo	da	LI	não	
automático,	uma	vez	que	será	analisado	caso	a	caso.		
Para	as	exceções	destacamos	(apenas	algumas)	do	que	pode	ser	importado	como	
material	usado:	a)	Máquinas,	equipamentos,	aparelhos,	instrumentos,	ferramentas,	moldes	
e	contêineres	para	utilização	como	unidade	de	carga,	na	condição	de	usados,	desde	que	
não	sejam	produzidos	no	país	(Brasil),	ou	seja,	que	não	tem	similar	aqui	em	nosso	país	
para	atender	a	demanda;	b)	partes	e	peças	de	equipamentos	de	produtos	importados	e	que	
somente	o	fabricante	possui;	c)	equipamentos,	partes	e	peças	que	sejam	destinados	para	
a	reconstrução	do	país	(em	caso	de	catástrofes);	d)	veículos	antigos	para	colecionadores,	
desde	que	classificados	nas	NCMs	8701,	8702,	8703,	8704,	8705,	8709,	8711	e	8716,	e	no	
sub	item	8903.91.00	da	NCM;	e)	Instrumentos	para	a	aeronáutica	ou	marinha;	f) Importação	
de	equipamentos,	partes	e	peças	de	regime	drawback,	ou	seja,	de	equipamentos	que	serão	
trazidos	para	fabricação	de	produtos	a	serem	exportados;	g)	importação	de	vestuário	para	
desfiles	e	equipamentos	para	utilização	em	jogos	olímpicos,	dentre	outras	situações.
Por	fim,	cabe	ressaltar	que	o	prazo	de	liberação	de	cada	modalidade	de	Licença	de	
Importação	vai	depender	de	sua	categoria,	ou	seja,	deferimento	diferente	para	cada	tipo	de	
LI.	Os	processos	mais	ágeis	são	os	do	MAPA	e	DECEX	(de	3	a	5	dias),	já	os	processos	com	
deferimento	pela	ANVISA	e	INMETRO	levam	mais	tempo	(de	20	a	30	dias)	para	análise,	
uma	vez	que	precisarão	de	mais	tempo	para	a	aferição	do	que	é	exigido	na	importação.	
Os	registros	e	acompanhamentos	são	feitos	por	meio	do	Sistema	Integrado	de	Comércio	
Exterior	(SISCOMEX).
18UNIDADE I Métodos de Importação
4 PAGAMENTOS INTERNACIONAIS E CUSTOS LOGÍSTICOS INTERNACIONAIS
O	 transporte	 da	mercadoria	 oriunda	 de	 outros	 países	 fica	 a	 cargo	 dos	 agentes	
logísticos,	muitas	vezes	conhecidos	como	“agentes	de	carga”.	Trata-se	de	um	grupo	de	
empresas	responsáveis	pela	logística	das	empresas	e	para	entender	melhor	o	seu	funda-
mental	papel	no	translado	de	mercadorias	e	serviços	é	importante	entender	as	regras	que	
regem	o	transporte	de	mercadorias	e	a	responsabilidade	de	cada	envolvido.
De	modo	geral,	há	dois	momentos	envolvendo	custos	 internacionais.	Primeiro	o	
momento	em	que	se	paga	a	mercadoria	ao	 fornecedor;	e,	o	segundo	momento	em	que	
se	paga	pelo	 transporte	da	mercadoria.	No	primeiro,	a	negociação	é	entre	o	comprador	
e	 vendedor	 e	 o	 pagamento	 da	mercadoria	 é	 feita	 por	 intermédio	 dos	 canais	 bancários	
devidamente	 credenciados	 para	 esse	 fim.	 Já	 no	 segundo	momento,	 pode	 ou	 não	 estar	
envolvido	o	fornecedor,	trata-se	do	transporte	da	mercadoria.	Nesse	caso,	o	fornecedor	só	
será	envolvido	caso	a	modalidade	de	transporte	necessite	sua	influência,	a	saber,	chama-
dos	essa	modalidade	de	transporte	de	Incoterms	(International Commercial Terms	/	Termos	
Internacionais	de	Comércio).
Segundo	 o	 site	 governamental	 (http://www.aprendendoaexportar.gov.br/),	 os	
Incoterms	 servem	para	definir	 as	 responsabilidades	e	obrigações	de	 cada	envolvido	na	
importação,	logo,	entende-se	que	o	custo	logístico	deve	ser	assumido	pelos	envolvidos	no	
processo	e	delimitados	pelas	regras	de	transporte	de	mercadorias,	assim	como	a	respon-
sabilidade	de	cada	envolvido.	Importante	saber	que	essas	regras	não	são	leis,	mas	foram	
19UNIDADE I Métodos de Importação
editadas	 e	 reunidas	 pela	Câmara	 de	Comércio	 Internacional	 (CCI)	 com	 a	 finalidade	 de	
ajudar	os	negociadores	internacionais.
Vigente	desde	2010,	em	resumo,	os	principais	Incoterms	que	devem	aparecer	na	
fatura	de	compra	podem	ser	classificados	como:	a)	EX	WORKS	-	EXW	(Local de Entrega 
Nomeado)	em	que	o	fornecedor	apenas	fabrica	ou	vende	a	mercadoria	e	o	comprador	paga	
o	transporte	desde	a	fábrica,	na	origem,	até	a	empresa	do	comprador,	no	destino;	b)	já	no	
FREE	CARRIER	-	FCA	(Livre no Transportador)	o	vendedor	entrega	a	mercadoria	em	local	
combinado,	para	que	o	comprador	retire	e	dali	em	diante	o	vendedor	não	tem	mais	res-
ponsabilidade	de	custos	de	transporte	pela	mercadoria;	c)	FREE	ALONGSIDE	SHIP	-	FAS	
(Livre ao Lado do Navio) como	o	nome	já	diz,	o	combinado	será	o	exportador	deixar	a	mer-
cadoria	não	em	um	local	qualquer,	mas	sim	ao	lado	do	navio	para	embarque.	Nesse	caso,	
os	custos	da	alfândega	são	incorporados	ao	exportador,	uma	vez	que	a	mercadoria	será	
entregue	livre	para	embarcar;	d)	FREE	ON	BOARD	-	FOB	(Livre Embarcado) o	exportador	
fica	responsável	pelos	custos	logísticos	até	o	momento	em	que	a	mercadoria	embarcar	no	
transporte	 internacional.	A	diferença	deste	 Incoterms	é	que	é	utilizado	unicamente	para	
transportes	marítimos;	e)	COST	AND	FREIGHT	-	CFR	(Custo	e	Frete)	nesta	modalidade	o	
custo	e	o	frete	é	pago	pelo	exportador,	ou	seja,	na	negociação	o	exportador	já	considerará	
os	custos	que	terá	para	o	translado	da	mercadoria	e	incluirá	no	valor	da	mercadoria,	desta-
cando	na	nota	o	que	é	valor	de	mercadoria	e	o	que	é	valor	de	frete	internacional;	f)	COST,	
INSURANCE	AND	FREIGHT	-	CIF	(Custo,	Seguro	e	Frete),	nesta	modalidade	o	seguro	da	
mercadoria,	os	custos	dos	bens	e	frete	são	incluídos	na	nota,	destacando	cada	um	deles	
devidamente,	além	é	claro	de	combinar	o	local	de	entrega	da	mercadoria.	Em	suma,	temos:
Tabela 1	–	Resumo	do	Incoterms
GRUPO INCOTERMS 2010 PONTO DE TRANFERÊNCIA DO CUSTO PONTO DE TRANFERÊNCIA DO RISCO
E EXW	-	EX-WORK ORIGEM ARMAZÉM	NA	ORIGEM
F
FAS	-	FREE	ALONG	SIDE	SHIP TRANSPORTE	PRINCIPAL	NÃO	PAGO AO	LADO	DO	NAVIO
FOB	-	FREE	ON	BOARD TRANSPORTE	PRINCIPAL	NÃO	PAGO PRIMEIRA	MURADA	DO	NAVIO
FCA	-	FREE	CARRIER TRANSPORTE	PRINCIPAL	NÃO	PAGO PRIMEIRO	TRANSPORTE	INTERNACIONAL
C
CFR - COST	AND	FREIGHT TRANSPORTE	PRINCIPAL	PAGO PRIMEIRA	MURADA	DO	NAVIO
CIF - COST,	INSURANCE	AND	
FREIGHT TRANSPORTE	PRINCIPAL	PAGO PRIMEIRA	MURADA	DO	NAVIO
CPT -	COST	AND	FREIGHT TRANSPORTE	PRINCIPAL	PAGO PRIMEIRO	TRANSPORTE	INTERNACIONAL
CIP -	COST,	INSURANCE	AND	
FREIGHT	PAID TRANSPORTE	PRINCIPAL	PAGO
PRIMEIROTRANSPORTE	
INTERNACIONAL
DAP	-	DELIVERY	AT	PLACE DESPESAS	ATÉ	LOCAL	DE	ENTREGA LOCAL	DETERMINADO	DO	DESTINO
D
DAT - DELIVERY	AT	TERMINAL DESPESAS	ATÉ	TERMINAL	DE	ARMAZENAMENTO
LOCAL	DETERMINADO	DO	
DESTINO
DDP	-	DELIVERY	DUTY	PAID DESPESAS	INCLUINDO	IMPOSTOS	ATÉ	LOCAL	FINAL	DE	ENTREGA
LOCAL	DETERMINADO	DO	
DESTINO
Fonte:	o	autor	(2020)
20UNIDADE I Métodos de Importação
Os	 termos	 EXW,	 FCA,	 CIP,	 CPT,	 DAP,	 DAT,	 DDP	 são	 utilizados	 para	 qualquer	
modalidade	de	 transporte	 (terrestre,	marítimo,	aéreo	e	 ferroviário),	 incluindo	multimodal.	
Já	os	termos	FAS,	FOB,	CFR,	CIF	são	utilizados	somente	para	transporte	de	mercadorias	
via	marítima	ou	fluvial.	Os	termos	do	Grupo	“F”	e	do	Grupo	“E”	correspondem	ao	transporte	
internacional	não	pago.	Os	do	Grupo	“D”	(Delivered)	e	os	do	Grupo	“C”	correspondem	ao	
transporte	pago.
Além	desses	Incoterms	destacados	há	uma	lista	que	pode	ser	consultado	no	site	
da	Receita	Federal,	e,	é	importante	esclarecer	que	cada	Incoterms	destaca	as	responsa-
bilidades	e	deveres	de	cada	envolvido,	além	de	delimitar	a	modalidade	de	transporte	de	
cada	um,	ou	seja,	alguns	só	podem	ser	usados	para	o	transporte	marítimo,	outros	para	o	
transporte	aéreo	e	outros	para	os	rodoviários.	Além	disso,	a	logística	internacional	prevê	as	
questões	de	armazenagem,	viabilidade	de	modalidade,	seguro	da	mercadoria,	transporte	
interno	e	externo,	além	é	claro	das	responsabilidades	e	riscos	das	partes	envolvidas.
Considerando	as	modalidades	de	transporte,	é	importante	que	o	importador	tenha	
em	mente	que	dependendo	do	modo	que	trata	a	mercadoria	terá	mais	ou	menos	custos.	
Entretanto,	 há	 transportes	 que	 são	mais	 rápidos	 e	mais	 custosos	 o	 que	 pode	 ajudar	 o	
importador	em	iminente	necessidade	de	determinada	mercadoria.
Os	custos	internacionais	dependem	da	distância	em	que	a	mercadoria	irá	percorrer,	
para	isso,	há	a	necessidade	de	uma	cotação	de	frete	internacional	que	pode	ser	feita	dire-
tamente	pelos	agentes	de	carga.	Logo,	os	agentes	de	carga	terão	tabelas	internacionais	de	
origem	e	destinos	logísticos	e	é	calculado	pelo	peso	e	cubagem	da	mercadoria.	Somente	
com	o	peso	e	a	cubagem	é	possível	fazer	uma	cotação	de	preço	de	transporte,	além	é	claro	
da	origem	e	destino	da	mercadoria.
Você	deve	estar	se	perguntando:	mas	e	como	se	faz	o	pagamento	dessa	mercado-
ria	e	transporte?	Bem,	vamos	por	partes!	Pense	assim:	primeiro	devo	pagar	a	mercadoria	
ao	fornecedor	e	segundo	pagar	pelo	transporte	dessa	mercadoria.	Szabo	(2016)	citando	
Ballou	(2004)	esclarece	que	a	“logística	é	lida,	além	de	bens	materiais,	como	o	fluxo	de	ser-
viços,	(...)	o	que	significa	que	inclui	todas	as	atividades	importantes	para	a	disponibilização	
de	bens	e	serviços”.	
Considerando	isso,	para	enviar	o	dinheiro	pela	mercadoria	o	comprador	deve	ser	
cadastrado	regularmente	como	importador	e	cumprir	as	regras	de	envio	de	valor	constantes	
na	Resolução	n°	3.568,	de	29.05.2008	do	Banco	Central.	Se	a	negociação	doméstica	é	cheia	
de	regras	e	parametrizações,	imagine	no	comércio	exterior!	Os	fatores	que	mais	influenciam	
na	negociação	são	os	fatores	culturais,	pois	a	confiança	da	modalidade	de	pagamento	varia	
21UNIDADE I Métodos de Importação
de	país	para	país.	No	momento	em	que	se	prepara	para	entrar	no	comércio	internacional,	
deve-se	 ter	em	mente	que	os	costumes	estarão	envolvidos	 também	na	negociação,	por	
isso,	a	distância	e	a	língua	pode	ser	impeditivos	para	o	sucesso	de	uma	relação	comercial.
Normalmente	os	próprios	bancos	“fecham	o	câmbio”	por	meio	das	regras	específicas	
de	câmbio	que	são	regulamentadas	pela	Lei	4.595,	de	1964,	Resolução	CMN	3.265,	2005,	
dentre	 outras,	 sempre	 com	a	 fiscalização	 e	 atualizações	 feitas	 pelo	Sistema	Financeiro	
Nacional,	Conselho	Monetário	Nacional	(CMN)	e	Banco	Central.
Em	regras	gerais	os	pagamentos	da	mercadoria	são	feitos	pelos	bancos	via	con-
tratos	internacionais	nas	seguintes	modalidades:	Antecipado	(antes	do	embarque),	À	vista	
(do	momento	do	embarque	até	o	registro	da	Declaração	de	Importação	(DI)),	A prazo	(após	
o	registro	da	mercadoria),	ou,	ROF	(Registro	sobre	Operação	Financeira)	para	os	casos	
de	negociação	com	pagamento	acima	de	360	dias.	O	cálculo	de	custo	de	cada	operação	é	
feito	exclusivamente	pelos	bancos	e	deve	ser	consultado	de	acordo	com	o	montante	a	ser	
enviado,	logo	não	há	fórmula	prévia	estabelecida	para	essa	movimentação	financeira.
Para	cada	contrato	os	bancos	ou	agentes	financeiros	cobram	uma	pequena	taxa	
de	operação	e	o	custo	maior	está	na	observação	da	taxa	cambial	no	dia	do	pagamento.	
Logo,	o	acompanhamento	do	mercado	financeiro	e	a	cotação	do	dólar	é	fundamental	para	
o	momento	em	que	 for	pagar	uma	mercadoria	 internacional.	Normalmente	as	empresas	
importadoras	combinam	com	seus	agentes	 financeiros	 (bancos)	para	que	acompanhem	
o	melhor	momento	para	envio	do	dinheiro.	Após	o	envio	é	obrigatoriamente	necessário	
declarar	à	Receita	Federal	o	motivo	do	envio	e	após	a	mercadoria	Registrada,	vincular	o	
valor	na	nota	de	registro.
Nesse	momento	é	 importante	pensar	em	mercadoria	 como	o	bem	 tangível	 che-
gando	até	o	destino.	Já	no	caso	de	serviços,	por	exemplo,	um	molde	ou	hora	trabalhada	
no	produto,	caso	seja	cobrado	à	parte,	 também	deve	ser	negociado	à	parte	e	pago	em	
contratos	distintos,	pois	um	contrato	será	na	modalidade	de	ferramental	e	serviços	e	outro	
de	mercadoria	a	ser	embarcada,	o	que	está	previsto	nas	normal	da	Lei	4.595,	de	1964,	
Resolução	CMN	3.265,	2005.
Os	custos	logísticos	internacionais,	segundo	Szabo	(2016)	citando	Ballou	(2004),	
“é	uma	somatória	dos	custos	dos	elementos-chaves	dessa	cadeia,	como	por	exemplo,	o	
custo	de	transporte,	o	custo	de	armazenagem,	processamento	de	pedido,	ou	seja,	todos	os	
custos	ligados	direta	ou	indiretamente	aos	produtos”.
Devemos	considerar	as	variáveis	de	custos	na	separação	da	mercadoria,	embala-
gem	e	marcação	dos	produtos,	além	das	licenças	necessárias	junto	aos	órgão	anuentes,	
22UNIDADE I Métodos de Importação
taxas	e	tributos	envolvidos	no	manuseio,	documentações	de	transporte	e	desembaraço	da	
mercadoria,	 seguros	e	 frete	 internacional/nacional,	modal	 de	 transporte	 e	monitoramen-
to	 de	 saída	 e	 chegada	 da	mercadoria	 (Follow-up).	 Só	 é	 possível	 calcular	 os	 custos	 da	
mercadoria	por	meio	de	uma	previsão	de	despesas!	Normalmente	tudo	é	calculado	pela	
cubagem	da	mercadoria,	como	a	seguir:	Cubagem	x	custo	da	armazenagem	+	cubagem	x	
frete	+	cubagem	x	taxas.	O	cálculo	que	fazemos	entre	custos	internacionais	e	impostos	de	
mercadoria	chega	a	80%	do	valor	real	do	produto.
É	comum	entre	os	 importadores	a	previsão	de	despesas	para	que	 tenham	uma	
estimativa	 de	 custos.	 Sendo	 assim,	 os	 custos	 logísticos	 podem	 ser	 classificados	 como	
variáveis	e	 invariáveis,	sendo	os	variáveis	de	acordo	com	o	volume	da	atividade	(arma-
zenagem	nos	portos	e	aeroportos)	e	os	fixos	que	não	variam	de	acordo	com	o	volume	da	
atividade	(armazenagem	própria).	
Cada	 tributo	na	previsão	de	despesas	deve	ser	considerado	como	 internacional	
e	 nacional	 e	 ambos	 estão	 envolvidos	 no	 custo	 da	mercadoria	 e	 a	 divisão	 entre	 eles	 é	
proporcionalmente	regido	por	legislação	própria,	que	serão	vistos	em	outras	unidades.
Para	que	se	comece	a	entender	a	previsão	de	despesas	é	importante	fazer	a	classi-
ficação	da	mercadoria,	após,	cotar	o	valor	do	frete,	considerar	o	valor	do	seguro,	escolher	a	
modalidade	de	importação,	consultar	os	impostos	incidentes	no	tipo	de	importação	e	tipo	de	
produto.	Separadamente	da	taxa	de	câmbio	utilizada	para	o	envio	de	pagamento	ao	exterior,	
é	necessário	consultar	a	taxa	PTAX,	que	será	usada	na	nacionalização	da	mercadoria.	É	
considerando	essa	taxa	para	os	cálculos	dos	impostos	na	incidentes	na	importação.	A	taxa	
PTAX	é	uma	média	da	variação	do	dólar	calculado	em	determinado	período	de	tempo,	ou	
seja,	é	uma	taxa	de	câmbio	calculada	durante	o	dia	pelo	Banco	Central	do	Brasil.	Consiste	
na	média	das	taxas	informadas	pelos	dealersde	dólar	durante	4	janelas	do	dia.	É	a	taxa	de	
referência	para	o	valor	do	Dólar	de	D2	(em	dois	dias	úteis).
Para	facilitar	o	entendimento	elaboramos	uma	previsão	de	despesas	padrão	consi-
derando	uma	importação	FOB	marítimo	de	USD	150000,00:
23UNIDADE I Métodos de Importação
Tabela 2	-	Proposta	de	previsão	de	despesas
Fonte:	o	autor	(2020).
Observe	que	o	custo	internacional	está	inserido	no	valor	aduaneiro	(Custo,	Seguro	
e	Frete);	as	taxas	 incidentes	no	processo,	mesmo	que	 internacional,	entram	na	base	de	
cálculo	para	os	impostos	nacionais.	Sobre	cada	imposto	nacional	trataremos	nas	unidades	
seguintes	e	ajudará	a	entender	o	fato	gerador	de	cada	imposto.
24UNIDADE I Métodos de Importação
SAIBA MAIS
Você	pode	fazer	uma	simulação	dos	impostos	e	do	custo	de	importação.	Para	isso,	a	
Receita	Federal	disponibiliza	dois	aplicativos	 importantes	para	verificação	da	NCM	e	
também	dos	possíveis	custos	de	importação.	Além	disso,	nestes	aplicativos	(Importa-
dor)	pode	ser	consultado	o	tratamento	administrativo,	ou	seja,	se	a	mercadoria	precisa	
de	Licença	de	Importação	e	se	é	permitido	importar.	Consulte	a	NCM	de	algum	produto	
no	site	do	MDIC	e	faça	um	teste	do	App:
Fonte:	Receita	Federal	em	<http://www4.receita.fazenda.gov.br/simulador/>	(2020).
 
REFLITA 
“Existe	o	risco	que	você	não	pode	 jamais	correr,	e	existe	o	risco	que	você	não	pode	
deixar	de	correr.”	
Peter	Drucker.
25UNIDADE I Métodos de Importação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro	aluno,	nesta	unidade	percebemos	que	o	método	de	importação	é	vasto	e	cheio	
de	detalhes	a	serem	observados.	Em	uma	importação,	vimos	que	é	importante	considerar	
a	classificação	fiscal	da	mercadoria	ou	do	serviço	por	meio	da	Nomenclatura	Comum	do	
Mercosul	(NCM).	É	a	partir	dela	que	poderemos	começar	a	entender	os	tratamentos	admi-
nistrativos	de	cada	serviço	ou	produto,	ou	seja,	se	é	um	produto	novo,	usado,	para	uso	e	
consumo,	revenda,	industrialização,	ou	para	ativo	e	imobilizado.	Partindo	da	classificação,	
é	importante	observar	o	local	de	origem	e	destino	da	mercadoria	e	se	há	Licenciamento	da	
Importação	e	o	tipo	de	licenciamento	(automático,	não	automático).
Em	um	segundo	momento,	após	a	mercadoria	ser	devidamente	classificada	e	estar	
pronta	para	o	embarque,	chega	o	momento	de	pagar,	nesse	sentido,	observamos	nesta	uni-
dade	que	há	regras	e	modalidades	para	o	envio	do	pagamento.	Na	sequência	é	o	momento	
de	fazer	a	cotação	do	frete	internacional,	pois	é	dele	que	dependemos	dos	valores	para	a	
verificação	dos	custos	internacionais.	Os	custos	internacionais	devem	ser	considerados	de	
acordo	com	a	negociação,	ou	seja,	por	meio	dos	Incoterms	previstos	na	legislação.
Por	fim,	o	método	de	 importação	mais	 inteligente	é	aquele	que	antes	de	 tudo	é	
respaldado	por	cálculos	aduaneiros,	para	 isso,	é	 importante	que	o	 importador	 faça	uma	
previsão	de	despesas.	É	nela	que	o	importador	terá	uma	ideia	dos	gastos	que	terá	em	uma	
determinada	 importação.	Normalmente	quem	faz	as	previsões	de	despesas	são	os	des-
pachantes	aduaneiros,	profissionais	de	comércio	exterior	que	estão	aptos	a	buscarem	as	
informações	do	agente	de	carga,	exportador	e	importador,	unindo	todas	as	informações	em	
uma	tabela	simples	de	cálculos	dos	impostos	e	despesas	aduaneiras.	Sobre	os	impostos	
incidentes	na	importação	trataremos	em	uma	unidade	específica.
Foi	 um	 prazer	 passar	 alguns	 processos	 de	 importação!	 Saiba	 que	 o	 campo	 de	
trabalho	para	os	estudantes	envolvidos	nesta	 temática	é	vasto.	Espero	você	em	nossas	
próximas	unidades	desse	curso.
26UNIDADE I Métodos de Importação
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
Título:	Captain	Phillips	(Original)
Ano produção:	2013	|	Duração:	134	minutos	|	Classificação:	14	
anos	|	Gênero:	Ação	
Sinopse:	Richard	Phillips	 (Tom	Hanks)	é	um	comandante	naval	
experiente,	que	aceita	trabalhar	com	uma	nova	equipe	na	missão	
de	entregar	mercadorias	e	alimentos	para	o	povo	somaliano.	Logo	
no	 início	do	 trajeto,	ele	 recebe	a	mensagem	de	que	piratas	 têm	
atuado	com	frequência	nos	mares	por	onde	devem	passar.	A	si-
tuação	não	demora	a	se	concretizar,	quando	dois	barcos	chegam	
perto	do	cargueiro,	com	oito	somalianos	armados,	exigindo	todo	o	
dinheiro	a	bordo.	Uma	estratégia	inicial	faz	com	que	os	agressores	
recuem,	apenas	para	retornar	no	dia	seguinte.	Embora	Phillips	uti-
lize	todos	os	procedimentos	possíveis	para	dispersar	os	inimigos,	
eles	conseguem	subir	à	bordo,	ameaçando	a	vida	de	todos.	Quan-
do	pensa	ter	conseguido	negociar	com	os	piratas,	o	comandante	
é	levado	como	refém	em	um	pequeno	bote.	Começa	uma	longa	e	
tensa	negociação	entre	os	sequestradores	e	os	serviços	especiais	
americanos,	para	tentar	salvar	o	capitão	antes	que	seja	tarde.
LIVRO 
Título: Noções	Básicas	De	Importação
Autor:	João	Dos	Santos	Bizelli	E	Ricardo	Barbosa
Editora: Aduaneiras
Sinopse:	A	obra	apresenta,	de	 forma	prática,	 todas	as	 informa-
ções	básicas	para	uma	visão	ampla	dos	principais	aspectos	fiscais	
e	administrativos	do	processo	de	importação,	analisando,	após	a	
definição	 da	 política	 brasileira	 das	 últimas	 décadas,	 a	 estrutura	
governamental	com	a	indicação	dos	principais	órgãos	intervenien-
tes,	inclusive	da	Camex,	que	deve	estabelecer	uma	política	de	co-
mércio	exterior	mais	uniforme	e	eficaz,	os	principais	conceitos	da	
área,	inclusive	o	Incoterms,	o	regime	cambial	vigente,	a	estrutura	
das	nomenclaturas	utilizadas	no	País	(NCM,	NBM	e	Naladi)	com	
as	regras	de	classificação	fiscal,	o	sistema	administrativo	para	o	
Licenciamento	Não-Automático	(LI)	ou	Automático	(DI)	das	opera-
ções	no	Siscomex,	os	principais	tributos	e	encargos	que	oneram	
as	 importações	 (I.I,	 IPI,	 ICMS	 e	 outros),	 transporte	 obrigatório,	
regimes	 aduaneiras	 especiais	 (drawback,	 admissão	 temporária,	
entreposto	aduaneiro,	etc)	e	atípicos	(DEA,	ZFM,	Free	Shop,	Re-
cof,	Recom,	Repex,	Repetro,	etc.)	os	acordos	internacionais	que	
o	Brasil	é	membro	(GATT-OMC,	NCPD,	SGPC,	Aladi	e	Mercosul).	
Conta	também	com	o	demonstrativo	detalhado	do	cálculo	dos	tri-
butos	de	uma	importação,	incluindo	a	nova	sistemática	de	cálculo	
por	dentro	do	ICMS,	e	uma	planilha	de	preço	para	compreensão	
mais	adequada	dos	impostos	e	outros	encargos	que	oneram	estas	
operações.	Traz	informações	sobre	a	solicitação	de	“Ex-tarifário”	e	
estruturas	(organogramas):	MF-SRF	e	BCB,	MDIC,	Camex;	e	dos	
organismos	internacionais	OMC,	Mercosul	e	Aladi.
27
Plano de Estudo:
•	Admissão	temporária,	importação	triangular,	EX-tarifário	e	acordos
•	Despacho	aduaneiro	e	desembaraço	aduaneiro
•	Peculiaridades	das	operações	de	importação
•	Pagamentos	dos	tributos	e	AFRMM
Objetivos de Aprendizagem:
•	Conceituar	e	contextualizar	os	casos	especiais
•	Compreender	os	tipos	de	tratamentos	especiais
•	Estabelecer	a	importância	dos	processos	especiais
UNIDADE II
Operações Especiais de Importação
Professor Mestre Alexsandro Cordeiro Alves
28UNIDADE II Operações Especiais de Importação
INTRODUÇÃO
Caro	(a)	aluno	(a),	bem	vindo	(a)	a	segunda	unidade	do	livro.
Vamos	dar	 início	ao	estudo	sobre	as	operações	especiais	de	importação.	Esta	é	
uma	unidade	muito	interessante,	pois	trataremos	aqui	dos	processos	individualmente	e	os	
momentos	em	que	eles	ocorrem.	Em	uma	importação	comum,	já	estão	estabelecidas	algu-
mas	regras	vigentes	para	que	o	governo	acompanhe	a	importação	do	começo	ao	fim.	Como	
vimos	na	unidade	anterior,	cada	órgão	anuente	ou	envolvido	no	processo	fica	responsável	
por	 uma	parte	 da	 importação,	 então	 nesta	 unidade	 veremos	 alguns	 dos	 procedimentos	
especiais	para	casos	diferenciados	na	importação.
Com	o	propósito	de	agilizar	o	processo	de	importação,	o	governo	estabeleceu	por	
meio	de	Instruções	Normativas	ou	até	mesmo	leis	como	proceder	nos	casos	em	que	os	
produtos	ou	modalidades	de	importação	fogem	do	estabelecido.	Dessa	forma,	o	principal	
agente	para	a	verificação	dos	casos	especiais	é	a	Receita	Federal.	É	ela	que	irá	conferir	
os	documentos	e	o	respaldo	da	legislação	vigente,	desde	o	momento	que	a	mercadoria	for	
embarcada	atéo	desembaraço	da	mercadoria.
Surge	neste	processo	a	persona	do	despachante,	profissional	da	área	de	comércio	
exterior	que	monta	o	processo,	como	um	advogado,	e	entrega	à	Receita	Federal	que	a	
partir	deste	momento	interage	com	o	despachante,	que	responde	junto	com	o	importador	
às	exigências	legais	previstas.
Começaremos	por	tratar	dos	casos	especiais,	alguns,	e	chegaremos	ao	momento	
do	desembaraço	da	mercadoria,	ou	seja,	quando	a	mercadoria	está	liberada	para	a	utiliza-
ção	de	acordo	com	o	exposto	na	Declaração	de	Importação	(DI).
Em	seguida,	serão	apresentadas	as	legislações	específicas	para	cada	caso	espe-
cial	elencado	nesta	unidade.	É	importante	salientar	que	os	casos	especiais	estão	previstos	
em	lei,	entretanto,	como	o	próprio	nome	já	diz,	são	especiais	e	a	Receita	Federal	poderá	
a	qualquer	momento	solicitar	comprovações	e	estabelecer	regras	que	auxiliem	no	cumpri-
mento	da	lei.
Desejamos	um	ótimo	estudo	a	todos!
29UNIDADE II Operações Especiais de Importação
1 ADMISSÃO TEMPORÁRIA, IMPORTAÇÃO “TRIANGULAR”, EX-TARIFÁRIO E ACOR-
DOS COMERCIAIS
Para	entender	o	que	são	casos	especiais	de	 importação	precisamos	pensar	em	
algumas	situações!	Imagine	que	você	é	um	esportista	e	competidor	em	várias	campeonatos	
de	tiro	ao	alvo.	Um	dia	você	é	convidado	para	participar	de	um	evento	no	Brasil.	No	primeiro	
momento	 você	 fica	muito	 feliz,	 pois	 poderá	 competir	 em	 outro	 país	 e	 além	 disso	 pode	
mostrar	 seus	 talentos	a	 todo	o	mundo,	 afinal	 esta	é	uma	competição	mundial	 que	está	
acontecendo	no	Brasil	e	 transmitido	em	diversas	redes	sociais.	Você	 tem	um	agente	no	
Brasil	que	te	ajudará	a	alugar	um	hotel,	e	você	fica	responsável	por	trazer	todos	os	seus	
instrumentos	de	competição.	Mas	para	 trazer	no	avião	deverá	despachar	a	mercadoria,	
pois	são	muitos	instrumentos.	Nesse	caso,	o	seu	agente	aqui	no	Brasil	terá	que	trazer	seus	
pertences	temporariamente	e	depois	devolver	ao	país	de	origem.
Agora	 imagine	que	você	é	um	profissional	que	promove	feiras	e	eventos	em	um	
grande	evento	em	São	Paulo.	Você	quer	trazer	o	que	há	de	mais	novo	no	mercado	mundial,	
por	exemplo,	os	carros	que	ainda	nem	foram	lançados	aqui	no	Brasil.	Então	organiza	tudo	
e	 traz	um	carro	híbrido	único	que	deverá	ficar	no	Brasil	somente	no	período	da	 feira.	O	
embarque	dessa	mercadoria	não	é	definitivo,	logo,	não	é	uma	importação	comum	e	se	trata	
de	uma	importação	em	regime	especial.
30UNIDADE II Operações Especiais de Importação
1.1 Importação Temporária
Nesses	casos,	a	 Instrução	Normativa	 (IN)	número	1600,	de	14	de	dezembro	de	
2015	irá	respaldar	que	essa	mercadoria	entre	e	saia	do	Brasil	de	forma	adequada	e	seu	
evento	ocorra	conforme	o	planejado.	Entretanto,	na	feira,	um	investidor	gostou	muito	do	
carro	híbrido	e	agora	fez	uma	proposta	irrecusável	a	você.	Ele	vai	comprar	o	carro,	mas	
legalmente	você	não	fez	a	importação	para	revenda	e	sim	para	exposição.	Bem	nesse	caso	
é	possível	você	fazer	a	importação	definitiva	da	mercadoria,	desde	que	previsto	em	lei.
Esse	exemplo	que	foi	dado	é	um	caso	de	importação	temporária,	segundo	o	site	
da	Receita	Federal,	uma	importação	temporária	é	um	regime	aduaneiro	que	possibilita	a	
entrada	de	algumas	mercadorias	no	país	 com	uma	finalidade	específica	e	 com	período	
previamente	determinado	de	permanência	em	território	nacional.	Para	esses	casos	os	im-
postos	ficarão	suspensos	e	o	importador	terá	que	assinar	um	termo	de	compromisso	com	
data	prevista	de	devolução	da	mercadoria	ao	país	de	origem.	
Basicamente	 essas	 exportação	 são	 feitas	 para	 feiras,	 exposições,	 congressos,	
eventos	(de	caráter	científico,	comercial,	técnico,	cultural	ou	esportivo)	que	visem	a	promoção	
comercial	e/ou	para	o	uso	individual	em	exercício	temporário	de	atividade	profissional	de	
não	residente	(que	não	more	no	país).
Segundo	 a	 IN	 1600/14,	 o	 processo	 para	 a	 importação	 temporária,	 por	 ser	 uma	
importação	especial	deve	seguir	basicamente	os	seguintes	passos:	a) pode ser solicitado 
por pessoa física ou jurídica mediante a solicitação; b) o pedido deve ser feito diretamente 
na unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) pelo importador ou seu re-
presentante legal, nesse caso o despachante; c) assinar o Termo de Responsabilidade em 
que consta multa e penalidades legais se o regime de importação temporária for descum-
prida; d) será realizada uma importação de importação simplificada, ou seja, Declaração 
Simplificada de Importação (DSI) -eletrônica ou em papel; e) caso a mercadoria venha 
junto com o exportador para a feira ou evento deverá declarar a situação por meio da 
Declaração de Bagagem Acompanhada/Desacompanhada, a Declaração de Importação 
(DI) ou outras documentações solicitadas pela Receita Federal; f) o prazo para a concessão 
ou indeferimento do regime tem prazo estabelecido de até 30 dias, caso toda a documen-
tação e exigências estiverem corretas na solicitação; g) por fim, a legislação defende que 
a fiscalização pode solicitar vistoria da mercadoria, inclusive no evento para a constatação 
da finalidade da mercadoria.
Caso	o	interesse	secundário	da	mercadoria	também	seja	para	venda,	o	solicitante	
deve	esclarecer	nos	documentos	de	importação	temporária,	alertando	que	caso	a	mercado-
31UNIDADE II Operações Especiais de Importação
ria	seja	vendida	fará	a	nacionalização	normal	do	produto;	seguindo	os	procedimento	de	uma	
importação	para	revenda	e	novo	processo	administrativo	será	aberto	para	a	nacionalização	
da	mercadoria.
1.2 Importação “triangular” 
Também	conhecido	como	importação	por	conta	e	ordem,	a	importação	triangular	
tem	respaldo	legal	e	são	estabelecidas	regras	por	meio	da	Instrução	Normativa	nº	1.861,	
de	27	de	dezembro	de	2018.	Segundo	esta	IN,	nota-se	que:
Art.	2º	Considera-se	operação	de	importação	por	conta	e	ordem	de	terceiro	
aquela	em	que	a	pessoa	jurídica	importadora	é	contratada	para	promover,	em	
seu	nome,	o	despacho	aduaneiro	de	importação	de	mercadoria	estrangeira,	
adquirida	no	exterior	por	outra	pessoa	jurídica.	§	1º	Considera-se	adquirente	
de	mercadoria	estrangeira	 importada	por	sua	conta	e	ordem	a	pessoa	jurí-
dica	que	realiza	transação	comercial	de	compra	e	venda	da	mercadoria	no	
exterior,	em	seu	nome	e	com	recursos	próprios,	e	contrata	o	importador	por	
conta	e	ordem	referido	no	caput	para	promover	o	despacho	aduaneiro	de	im-
portação.	§	2º	O	objeto	principal	da	relação	jurídica	de	que	trata	este	artigo	é	
a	prestação	do	serviço	de	promoção	do	despacho	aduaneiro	de	importação,	
realizada	pelo	importador	por	conta	e	ordem	de	terceiro	a	pedido	do	adqui-
rente	de	mercadoria	importada	por	sua	conta	e	ordem,	em	razão	de	contrato	
previamente	firmado,	que	poderá	compreender,	ainda,	outros	serviços	rela-
cionados	com	a	operação	de	importação,	como	a	realização	de	cotação	de	
preços,	a	intermediação	comercial	e	o	pagamento	ao	fornecedor	estrangeiro.	
(IN	1.861/18)
De	acordo	com	a	legislação,	uma	empresa	importadora	pode	ser	contratada	para	
trazer	uma	mercadoria,	em	sua	totalidade,	para	outra	empresa	no	Brasil	que	não	é	impor-
tadora.	A	negociação	é	simples:	o	cliente	entra	em	contato	com	a	empresa	importadora	e	
compra	uma	carga	inteira	de	determinado	produto,	entretanto	esta	empresa	compradora,	
por	algum	motivo,	não	pode	importar	diretamente	o	produto.	Então	essa	empresa	estabelece	
que	pagará	por	toda	a	importação,	inclusive	o	recolhimento	dos	impostos,	mas	o	nome	do	
importador	será	o	da	empresa	que	tem	o	know-how	ou	capacidade	de	importação	junto	ao	
RADAR	(departamento	responsável	pelo	credenciamento	de	uma	empresa	importadora).
O	 RADAR	 define	 inclusive	 a	 quantidade	 em	 valor	 de	 moeda	 (USD)	 que	 uma	
empresa	pode	 importar,	 logo	a	empresa	passa	por	um	momento	de	análise	e	a	Receita	
Federal	acompanha	a	capacidade	de	 importação	da	 importadora.	Normalmente	o	Radar	
inicialmente	é	Limitado	e	após	determinado	tempo	passa	a	ser	ilimitado,	dependendo	da	
frequência	da	importação.
Para	que	a	importação	por	conta	eordem	(triangular)	aconteça,	a	empresa	contra-
tada	como	importadora	precisa	atuar	também	no	seguimento	do	produto	que	está	sendo	
embarcado,	caso	contrário	deve	solicitar	a	liberação	temporária	do	tipo	de	produto	a	ser	
embarcado,	ou	seja,	se	uma	empresa	é	importadora	de	papel	toalha,	não	pode	importar	
32UNIDADE II Operações Especiais de Importação
carros	para	uma	concessionária,	por	isso	terá	que	explicar	para	a	Receita	Federal	que	se	
trata	de	uma	compra	por	conta	e	ordem.
Todos	os	documentos	de	importação	terão	em	sua	declaração	que	trata-se	de	uma	
compra	 triangular,	uma	vez	que	os	 impostos	e	demais	 tratativas	devem	ser	observadas	
diretamente	com	o	comprador	final	do	produto	importado.
Para	entender	melhor,	observe:
Figura 1	–	Fluxo	da	Operação	Triangular
Fonte:	o	autor	(2020)
Observe	que	em	todo	momento	os	três	agentes	do	processo	estão	envolvidos	e	a	
Receita	Federal	precisa	saber	deste	processo.	O	comprador	pode	enviar	o	dinheiro	ao	ex-
portador	por	meio	do	importador.	O	mesmo	acontece	com	os	impostos	e	os	custos	totais	da	
importação	que	é	pago	pelo	Comprador	do	produto,	mas	por	intermédio	do	importador.	Na	
Figura	1	fica	claro	que	o	importador,	nessa	situação,	é	apenas	um	facilitador	no	processo	
e	este	recebe	pelos	seus	serviços	conforme	previsto	na	da	Instrução	Normativa	nº	1.861	
que	define	“a	transação	comercial	de	compra	e	venda	de	mercadoria	nacionalizada,	me-
diante	contrato	previamente	firmado	entre	o	importador	por	encomenda	e	o	encomendante	
predeterminado”.	Note	que	como	a	legislação	é	precisa,	ambas	as	empresas	devem	estar	
cadastradas	no	Sistema	de	Comércio	Exterior	conforme	RFB	nº	1.603,	de	15	de	dezembro	
de	2015,	que	estipulam	os	limites	financeiros	de	importação.
Exportador
ImportadorComprador
33UNIDADE II Operações Especiais de Importação
1.3 EX-tarifário 
O	regime	de	EX-tarifário	(ou	“exceção	tarifária”)	é	um	sistema	governamental	para	
a	estimulação	ou	desestimulação	de	importação	de	determinados	produtos.	Basicamente	
tem	 objetivo	 para	 rever	 as	 questões	 tributárias	 de	 determinados	 insumos	 ou	máquinas	
importadas.	
O	 EX-tarifário	 não	 é	 imutável,	 por	 isso	 o	 importador	 que	 quer	 se	 beneficiar	 de	
reduções	de	tributos	devem	observar	sempre	as	modificações	que	são	feitas	pelo	governo,	
por	exemplo,	pode	ocorrer	a	 isenção	 tributária	na	área	de	determinados	medicamentos,	
com	o	objetivo	de	suprir	o	mercado	brasileiro	com	alguma	medicação	que	esteja	com	falta	
de	demanda,	entretanto	um	tempo	depois	não	existe	mais	essa	redução	devido	à	saturação	
de	mercado.	As	últimas	portarias	revisadas	pelo	governo	foram	as	de	número	309,	de	24	de	
junho	de	2019,	e	número	324,	de	29	de	agosto	de	2019.
De	modo	geral,	o	EX-tarifário	consiste	na	redução	por	um	determinado	tempo	da	
alíquota	do	imposto	de	importação	(II)	de	bens	de	capital	(BK),	de	informática	e	telecomuni-
cação	(BIT),	na	Tarifa	Externa	Comum	do	Mercosul	(TEC)	que	pode	ser	encontrado	na	lista	
de	Nomenclatura	(NCM),	quando	não	houver	a	produção	nacional	equivalente.	No	ano	de	
2019	o	Ministério	da	Economia	promoveu	a	redução	a	0%	(zero),	ao	amparo	do	Ex-Tarifário.	
Caso	o	importador	não	opte	pelo	EX-tarifário,	as	importações	de	BK	têm	incidência	de	14%	
de	Imposto	de	Importação,	e	as	de	BIT	16%.	
É	notório	que	o	regime	especial	de	EX-tarifário	ajuda	no	investimento	do	país,	uma	
vez	que	o	custo	da	importação	fica	melhor	com	o	recolhimento	do	II	reduzido.	A	promoção	
desse	regime	visa:	a)	investimento	em	bens	de	capital	(BK);	b)	investimento	em	informática	
e	telecomunicação	(BIT)	-	desde	que	não	tenham	produção	considerável	no	país;	c)	ino-
vação	e	tecnologia;	d)	estimula	a	empregabilidade	e	renda	sobre	diferentes	segmentos	da	
economia	nacional.
Ainda,	 algumas	máquinas,	 segundo	 a	 legislação,	 podem	 ser	 importadas	 com	 o	
benefício	do	EX-tarifário,	uma	vez	que	comprovada	que	a	entrada	desse	maquinário	 irá	
produzir	produtos	inovadores,	inéditos	ou	mesmo	a	empregabilidade	das	pessoas.	
Para	essa	comprovação,	o	 importador	pode	pedir	EX-tarifário	excepcional,	 caso	
não	 esteja	 na	 classificação	 da	mercadoria	 que	 aquele	 produto	 pode	 gerar	 emprego	 ou	
inovações	de	mercado.	Para	isso	o	importador	precisa	passar	por	um	processo	rigoroso	de	
análise.	Já	na	nova	tratativa,	as	Portarias	do	Ministério	da	Economia	nº	309,	de	24	de	junho	
de	2019,	e	nº	324,	de	29	de	agosto	de	2019	estabelecem	as	regras	para	a	solicitação	de	
análise	de	EX-tarifário.
34UNIDADE II Operações Especiais de Importação
Para	conhecimento,	o	modelo	simples	disponibilizado	para	análise	deve	conter	em	
carta:
Assunto: Redução do Imposto de Importação - EX-tarifário 
Prezados Senhores: 
A (nome da Empresa ou Entidade), nos termos da Resolução nº 35, de 22 de novembro de 
2006, da Câmara de Comércio Exterior, vem solicitar a essa Secretaria de Desenvolvimento 
da Produção a redução do imposto de importação na forma de EX-tarifário, para o produto 
sem produção nacional abaixo descrito. 
I - Da entidade de classe ou empresa: 
a) Razão Social: 
b) CNPJ: 
c) Pessoa de contato (representante): 
d) Endereço: 
e) Telefone: 
f) Fax: 
g) e-mail: 
Obs.: As comunicações entre o MDIC e a empresa sobre o processo serão efetuadas apenas por meio dos endereços, 
telefones e fax listados aqui. É de responsabilidade da empresa mantê-los atualizados. Se a pessoa de contato não for 
um funcionário da empresa legalmente competente para representá-la, anexar procuração específica para pleitos desta 
natureza. 
II - Dos produtos: 
Obs.: Cada requerimento deve se referir a um único produto, em papel timbrado da empre-
sa requerente, não se admitindo pedido por meio de fax, telegrama ou semelhantes. No 
caso de a entidade de classe ou a empresa pretender mais de um produto, deve solicitar 
em requerimentos separados. 
a) Código da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM): (que entende ser classificado 
o produto.) b) Sugestão de descrição para o produto: (utilizando o padrão da NCM, sem 
incluir marca comercial, modelo ou tipo de equipamento ou procedência do mesmo.) c) 
Especificações técnicas detalhadas, descrição do funcionamento e informações adicionais: 
(tudo aquilo que se julgar necessário para a análise do pleito, acompanhado de catálogos 
técnicos originais e/ou literatura técnica pertinente.) c.1) Os documentos que instruírem o 
pleito de redução tarifária, não escritos no idioma português, deverão estar acompanhados 
de tradução. c.2) Quando o bem se apresentar em um único corpo e possuir mais de uma 
função, detalhar a função principal e as demais funções; c.3) Quando o bem se apresentar 
em vários corpos, especificar a função do conjunto, bem assim a função de cada corpo e 
como tais corpos estão integrados, observado o disposto no subitem anterior. 
III - Da previsão de importação: 
a) Previsão do valor FOB unitário do produto em US$: 
b) Quantidade de produtos a serem importados: 
c) Data prevista de embarque do produto a ser importado: 
d) Previsão de chegada em portos brasileiros: 
IV - Dos investimentos: 
a) Objetivos específicos do projeto: (especialmente os vinculados ao aumento das exporta-
ções, à substituição de importações, ao aumento da oferta de produtos ao mercado interno, 
aos ganhos de competitividade, aos avanços tecnológicos e à melhoria da infraestrutura 
e dos serviços. Sempre que possível quantificar os objetivos mencionados neste item) b) 
Investimentos totais em bens importados, em dólares dos Estados Unidos (US$) e em reais 
35UNIDADE II Operações Especiais de Importação
(R$): (= FOB x Quantidade de produtos a serem importados) c) Investimentos em obras, 
instalações e bens nacionais, em reais (R$) d) Investimentos globais vinculados ao pleito, 
em dólares dos Estados Unidos (US$) e em reais (R$): 
ANEXOS: (citar a relação de documentos que acompanham o processo) 
Atenciosamente, 
Pessoa Responsável / Cargo
O	prazo	para	a	análise	do	pedido	varia	de	acordo	com	a	complexidade	das	caracte-
rísticas	do	produto.	Ainda,	uma	vez	conseguidoo	EX-tarifário	para	determinada	importação,	
o	prazo	da	liberação	é	por	aproximadamente	dois	anos	de	validade,	logo,	se	precisar	im-
portar	novamente	o	produto	deverá	ser	observado	a	vigência	da	liberação,	que	consta	em	
órgão	oficial	do	governo.
O	EX-tarifário	é	um	regime	que	tem	característica	de	planejamento,	pois	a	importa-
ção	de	produtos	dessa	modalidade	devem	começar	bem	antes	de	sua	comercialização	ou	
utilização	para	geração	de	empregos.	Desse	modo,	o	governo	prevê	alguns	maquinários	
e	produtos	com	EX-tarifário	no	momento	em	que	o	importador	vai	fazer	a	classificação	da	
mercadoria	 e	 pode	 ser	 observado	em	Tratamento	Administrativo.	Os	demais	 casos	não	
previstos	na	classificação	devem	ser	pleiteados	junto	aos	órgãos	competentes.
1.4 Acordos Comerciais
A	Confederação	Nacional	da	 Indústria	 (CNI)	desde	1990	atua	para	que	o	Brasil	
tenha	planejamento	estratégico	na	comercialização	e	a	redução	de	barreiras,	em	sua	maio-
ria	 a	 redução	 tarifária,	 entre	 países	 com	 relacionamento	 comercial.	Além	 das	 reduções	
tarifária,	os	acordos	estabelecem	regras	e	disciplinas,	condições	iguais	de	competição	em	
mercados	estratégicos,	maior	participação	do	Brasil	nas	cadeias	de	produção	internacional,	
e,	maior	acesso	ao	conhecimento	de	novas	tecnologias.
Tem	como	objetivos	também	as	reformas	domésticas,	maior	produtividade	em	es-
cala	e	redução	do	custo	de	produção,	e	finalmente	a	competitividade.	Os	acordos	servem	
para	a	não	discriminação	de	produtos	oriundos	do	Brasil.	Os	acordos	comerciais	recente-
mente	analisados	pela	CNI	são:
36UNIDADE II Operações Especiais de Importação
Tabela 1 – Principais	acordos	com	o	Brasil	(em	andamento)
ENVOLVIDOS OBJETIVO
União	Europeia
Defender	a	conclusão	do	acordo	entre	o	Mercosul	e	a	União	Euro-
peia	com	a	inclusão	dos	pleitos	de	maior	impacto	para	a	indústria,	
sobretudo	em	acesso	a	mercados	e	regras	de	origem.
México
Defender	 a	 conclusão	 de	 um	acordo	 de	 livre	 comércio	 ou	 de	 um	
acordo	parcial	–	o	mais	amplo	possível	na	cobertura	de	bens	–	que	
inclua	regras	de	origem	satisfatórias	para	a	indústria	e	capítulos	so-
bre	barreiras	técnicas,	medidas	sanitárias	e	fitossanitárias,	compras	
governamentais,	facilitação	de	comércio	e	serviços.
Mercosul
Defender	a	importância	do	Mercosul	para	a	indústria;	apresentar	e	
defender	propostas	para	influenciar	e	estimular	o	avanço	da	agenda	
econômica	e	comercial	do	bloco,	em	particular	para	a	ampliação	do	
livre	comércio	intrabloco	e	negociação	de	acordos	em	serviços	e	fa-
cilitação	de	comércio;	e	defender	o	aperfeiçoamento	da	governança	
técnica	e	administrativa	do	Mercosul.
Aliança	do	Pacífico
Apresentar	 e	defender	propostas	para	o	aprofundamento	da	 inte-
gração	 entre	 o	Mercosul	 e	 a	Aliança	 do	Pacífico,	 prioritariamente	
em	acumulação	de	origem	e	facilitação	de	comércio;	e	defender	o	
aprofundamento	dos	acordos	bilaterais	com	o	México	e	a	Colômbia.
Estados	Unidos	e	
Japão
Defender	o	 lançamento	de	negociações	para	acordos	de	 livre	co-
mércio	com	os	Estados	Unidos	e	o	Japão	com	base	nos	roadmaps	
apresentados	pelo	setor	privado	brasileiro	e	pelas	suas	contrapartes	
americana	e	japonesa.
Tarifa	Externa	Co-
mum	do	Mercosul
Elaborar	 posicionamento	 para	 a	 defesa	 da	 abertura	 comercial	 do	
Brasil	via	acordos	comerciais	e,	em	paralelo,	avaliar	as	opções	para	
a	racionalização	da	Tarifa	Externa	Comum	(TEC)	do	Mercosul	e	suas	
exceções,	com	o	intuito	de	aumentar	a	competitividade	industrial.
OCDE
Elaborar	e	apresentar	propostas	que	contribuam	para	a	acessão	do	
Brasil	à	Organização	para	a	Cooperação	e	Desenvolvimento	Eco-
nômico	(OCDE),	sobretudo	nos	temas	de	comércio,	 investimentos	
e	tributação	internacional;	e	defender,	junto	às	congêneres	da	Con-
federação	Nacional	da	Indústria	(CNI)	no	exterior,	o	apoio	dos	seus	
respectivos	governos	para	o	processo	de	acessão	do	Brasil.
Fonte:	o	autor	(2020)
Embora	os	supracitados	estejam	em	andamento,	sempre	antes	da	 importação	é	
importante	consultar	a	vigência	dos	mesmos,	uma	vez	que	os	acordos	tem	características	
de	serem	por	um	determinado	e	tempo	e	posteriormente	renovados,	conforme	o	caso.
Os	acordos	mais	comuns	firmados	pelo	Brasil	são	Mercado	Comum	do	Sul	-	MER-
COSUL,	Associação	Latino-Americana	de	 Integração	 -	ALADI,	NAFTA	 -	Acordo	de	Livre	
37UNIDADE II Operações Especiais de Importação
Comércio	da	América	do	Norte,	OPEP	-	Organização	dos	Países	Produtores	de	Petróleo,	
Sistema	Geral	de	Preferências	-	SGP,	SGPC	-	Sistema	Global	de	Preferências	Comerciais.	
Já	os	acordos	comerciais	e	negociações	internacionais	são	os	estabelecidos	com	a	Organi-
zação	Mundial	do	Comércio	-	OMC,	União	Europeia	-	EU,	UNCTAD,	Área	de	Livre	Comércio	
das	Américas	-	ALCA,	Ministério	da	Economia	e	o	Grupo	dos	77.	Todos	os	acordos	estão	
disponíveis	nos	canais	eletrônicos	e	também	em	legislações	específicas.	
Já	os	acordos	com	preferência	tarifárias,	destacamos	os	de	Regimes	de	Origem,	
Certificado	de	Origem,	Certificado	de	Origem	Digital	(COD),	ABC	das	Regras	de	Origem	e	
Pesquisa	de	Mercado.	Caso	queira	consultar	o	que	prevê	cada	um	deles	é	importante	que	
leia	os	acordos	na	íntegra.	
Os	acordos	firmados	exclusivamente	com	países	são:	Acordo	de	Sementes	entre	
países	da	ALADI	(AG-02),	Acordo	de	Bens	Culturais	entre	países	da	ALADI	(AR-07),	Brasil	-	
Uruguai	(ACE-02),	Brasil	-	Argentina	(ACE-14),	Mercosul	(ACE-18),	Mercosul	-	Chile	(ACE-
35),	Mercosul	-	Bolívia	(ACE-36),	Brasil	-	México	(ACE-53),	Mercosul	-	México	(ACE-54),	
Automotivo	Mercosul	-	México	(ACE-55),	Mercosul	-	Peru	(ACE-58),	Mercosul	-	Colômbia,	
Equador	 e	 Venezuela	 (ACE-59),	 Brasil/Guiana/São	 Cristóvão	 e	 Névis(AAP.A25TM	 38),	
Brasil	-	Suriname	(ACE-41),	Brasil	-	Venezuela	(ACE-69),	Mercosul	-	Colômbia	(ACE-72),	
Mercosul	-	Cuba	(ACE-62),	Mercosul/	Índia,	Mercosul/	Israel,	Mercosul/	SACU,	Mercosul/
Egito,	Mercosul/Palestina	-	AINDA	SEM	VIGÊNCIA,	Acordo	de	Ampliação	Econômico-Co-
mercial	Brasil	–	Peru	(AINDA	SEM	VIGÊNCIA)	e	Brasil	-	Paraguai	(ACE-74).
Todos	os	acordos	comerciais	estão	respaldados	por	regras	de	ambas	as	partes,	
por	isso,	não	cabe	aqui	a	análise	de	cada	um	deles,	mas	é	importante	esclarecer	que	em	
caso	de	importação	os	acordos	internacionais	devem	ser	consultados	para	a	facilitação	das	
negociações	e	possíveis	benefícios	tributários.
38UNIDADE II Operações Especiais de Importação
2 DESPACHO ADUANEIRO E DESEMBARAÇO ADUANEIRO
Para	Tripoli	e	Prates	(2016),	a	organização	do	processo	de	 importação	vai	além	
da	atividade	entre	importador	e	exportador,	dessa	forma	podemos	garantir	que	os	órgãos	
governamentais,	por	sua	complexidade,	estabelecem	alguns	critérios	para	a	verificação	da	
mercadoria	e	também	estabelecem	os	respondentes	em	cada	fase	do	processo.	
O	despacho	aduaneiro	fica	a	cargo	do	despachante	aduaneiro,	pessoa	responsável	
pela	tratativa	com	a	Receita	Federal	e	a	entrega	de	todo	documento	solicitado.	Normalmen-
te,	é	o	representante	legal	da	empresa	junto	a	aduna.	Esse	profissional	passa	por	provas	
específicas	e	somente	após	comprovado	o	período	de	experiência	na	profissão	é	que	pode	
atuar	como	despachante.	Primeiro	deve	começar	como	ajudante	de	despachante,	por	uma	
média	de	5	anos,	após,	realiza	uma	prova	nacional	de	despachante	e	daí	começa	a	atuar	
como	despachante	aduaneiro.
É	dele	a	função	de	acompanhar	o	desembaraço	aduaneiro	que	é	feito	exclusiva-
mente	pela	Receita	Federal	e	órgãos	envolvidos	na	importação	do	produto	específico.	Em	
suma,	o	despacho	aduaneiro	é	a	reunião	de	informações	sobre	a	importação	e	a	declaração	
de	 todas	 as	 informações	 em	um	 sistema	denominado	Siscomex	 (Sistema	de	Comércio	
Exterior).	Somente	o	despachante	e	a	Receita	Federal	tem	acesso	às	informações	cons-
tantes	no	despacho	aduaneiro.
O	Despacho	Aduaneiro	trata-se	do	procedimento	de	fiscalização	que	toda	merca-
doria	deve	passar,	seja	na	importação	ou	exportação,	no	caso	da	importação	é	o	momento	
39UNIDADE II Operações Especiais de Importação
em	que	se	solicita	a	autorização	da	nacionalizaçãoda	mercadoria.	Tem	o	objetivo	de	uma	
verificação	precisa	de	todos	os	dados	que	foram	fornecidos	previamente	pelo	importador	
em	relação	a	mercadoria	importada,	pois	com	base	nessas	informações	que	são	cobrados	
os	tributos	e	taxas	de	importação.
O	 regulamento	aduaneiro,	estudado	na	unidade	anterior,	estabelece	os	 tipos	de	
documentos	e	prazos	necessários	para	o	despacho	da	mercadoria	e	consequentemente	
culmina	no	desembaraço	da	mercadoria,	feito	pela	fiscalização.	
Para	 que	 o	 despacho	 aduaneiro	 siga	 um	 fluxo	 de	 tempo	 razoável	 é	 importante	
seguir	 alguns	passos	 como:	 01.	Conclusão	da	Transação	Comercial,	 envio	 da	FATURA	
PROFORMA	ou	PROFORMA	INVOICE;	02.	Classificação	da	Mercadoria	(NCM)	e	descri-
ção	de	acordo	com	a	NCM	definida;	03.	Verificar	se	a	NCM	tem	L.I.,	e	se	o	deferimento	
é	antes	ou	após	o	embarque;	04.	Confirmar	com	o	 importador	se	o	Credenciamento	no	
RADAR,	procuração	e	Tela	RADAR	estão	ok;	05.	Verificar	a	modalidade	de	transporte	e	
fazer	a	cotação	de	frete;	06.	Solicitar	o	seguro	internacional	provisório;	07.	Enviar	instrução	
de	embarque	para	o	exportador	com	dados	do	agente,	NCM’s	e	demais	dados	a	serem	
mencionados	nos	conhecimentos;	08.	Enviar	dados	do	exportador	para	o	agente	de	carga	
do	Brasil	enviar	para	o	agente	na	origem;	09.	Solicitar	ao	exportador	a	cópia	da	 Invoice	
e	Packing	 para	 conferência	 do	DRAFT	 do	B/L;	 10.	Acompanhar	 o	 embarque	 e	 conferir	
DRAFT	do	B/L;	11.	Fazer	Follow	up	da	posição	dos	processos	para	o	cliente;	
Seguindo	temos	os	passos:	12.	Conferência	Documental	-	solicitar	ao	exportador	
para	enviar	a	cópia	dos	documentos	originais	e	assinados	por	e-mail,	antes	do	envio	dos	
originais	para	o	Brasil;	13.	Solicitação	dos	documentos	originais	de	importação	para	desem-
baraço;	14.	Acompanhar	com	o	agente	de	carga	e	SISCARGA	a	chegada	da	mercadoria	
no	Brasil;	 15.	 Verificar	 o	 local	 onde	 será	 o	 desembaraço	 aduaneiro;	 16.	 Verificar	 se	 os	
documentos	originais	chegaram;	17.	Solicitar	o	Seguro	Internacional	definitivo;	18.	Cotar	
o	frete	do	transporte	Rodoviário;	19.	Fazer	a	Solicitação	de	Numerários;	20.	Confirmar	a	
atracação	porto/Aeroporto;	21.	Verificar	se	houve	AVARIAS	para	comunicar	a	seguradora/
cliente;	 22.	Pagar	 taxas	e	providenciar	 a	 liberação	do	BL/AWB;	23.	Providenciar	 a	DTA	
(caso	seja	remoção	para	EADI)	e	ADTA	no	MAPA	para	container	ou	mercadorias	que	te-
nham	deferimento	da	L.I.	pelo	MAPA,	ANVISA	e	outros;	24.	Providenciar	o	deferimento	da	
L.I.	(se	houver);	25.	Registrar	a	D.I.	e	verificar	parametrização;	26.	Acompanhamento	de	
desembaraço	junto	a	Receita	Federal;	27.	Mercadoria	desembaraçada,	informar	ao	cliente;	
28.	Providenciar	o	carregamento;	29.	Acompanhar	até	a	entrega	no	cliente;	30.	Separar	
40UNIDADE II Operações Especiais de Importação
processo	no	operacional	e	enviar	para	o	financeiro;	31.	Prestação	de	contas	da	Operação;	
32.	Fim	do	processo.
Com	esses	procedimentos	provavelmente	a	mercadoria	seguirá	o	fluxo	corretamen-
te	de	importação.	Para	Melhor	entendimento	do	fluxo	e	tempo	do	processo	de	despacho,	
observe	o	esquema:
Figura 2	–	Fluxo	da	importação
Fonte:	http://www.techimpex.com.br/tech_servicos/conteudo/fluxogramas/importacao_maritima_amarelo-
-vermelho.htm	(2020)
O	desembaraço	da	mercadoria	acontece	logo	após	o	registro	da	Declaração	de	Im-
portação	(DI).	No	primeiro	momento,	o	desembaraço	envolve	a	verificação	dos	documentos	
que	acompanham	a	mercadoria,	com	a	finalidade	de	verificação	legal	dos	procedimentos	
documentais,	ou	seja,	se	tem	a	Invoice	(nota	fiscal	de	compra),	o	Packing	List	(romaneio)	e	
certificações,	se	for	o	caso.
O	 desembaraço	 aduaneiro	 pode	 envolver	 dois	 procedimentos:	 1)	 a	 verificação	
documental;	e,	a	verificação	da	carga	(física).	Os	documentos	necessários	para	o	desem-
baraço	e	também	a	verificação	física	da	carga	estão	estabelecidos	no	Decreto	4.543/2002.
41UNIDADE II Operações Especiais de Importação
Assim	que	a	mercadoria	chega	no	Brasil,	a	carga	é	colocada	em	uma	fila	de	espera,	
é	neste	momento	que	a	aduana	verifica	junto	aos	portos	e	aeroportos	a	“presença	de	carga”,	
ou	seja,	se	o	peso	e	dimensões	fornecidas	na	documentação	está	correta.	
O	 sistema	Siscomex	 é	 usado	 para	 completar	 o	Registo	 da	Mercadoria.	Após	 o	
Registro	da	mercadoria	o	próprio	sistema	emite	um	documento	denominado	Declaração	de	
Importação	(DI).	Após	este	registro	a	carga	é	parametrizada,	para	isso,	usa-se	um	sistema	
de	código	para	saber	se	está	 tudo	correto	com	a	mercadoria	a	ser	nacionalizada.	É	no	
momento	do	registro	da	DI	que	são	recolhidos	automaticamente	os	impostos	previstos	em	
lei.
Na	parametrização	da	mercadoria	a	carga	pode	ser	classificada	como:	canal	Verde	
(não	há	análise);	canal	amarelo	(conferência	documental),	vermelho	(conferência	documen-
tal	e	física),	e	canal	cinza	(todas	as	conferências	anterior	e	também	a	consulta	legal	dos	
produtos	e	também	possível	auditoria	da	carga	ou	na	empresa).	Nesse	último	normalmente	
acontece	em	caso	de	suspeita	de	sonegação	ou	irregularidades	na	arrecadação	do	imposto.
Em	resumo	temos:	1º	os	bens	chegam	à	alfândega	nos	portos	ou	aeroportos;	2º	
verificação	 e	 registro	 da	mercadoria;	 3	 º	 após	 desembaraço	 da	DI	 e	 desembaraçada	 a	
mercadoria	é	liberada	com	o	Certificado	de	Importação	(CI)	e	a	mercadoria	pode	ir	para	a	
empresa.
Em	 consonância	 com	 o	 decreto	 6.759/06	 visto	 na	 unidade	 anterior,	 a	 Instrução	
Normativa	(IN)	680/06	os	tipos	de	despacho	aduaneiro	como	sendo:	Art.	2º	-	I)	despacho	
para	consumo/revenda;	a)	ingressada	no	País	com	o	benefício	de	drawback	(aquele	que	
é	industrializado	e	devolvido);	b)	destinada	à	ZFM	(Zona	Franca	de	Manaus),	à	Amazônia	
Ocidental	ou	a	ALC;	c)	contida	em	remessa	postal	internacional	ou	expressa	ou,	ainda,	con-
duzida	por	viajante,	se	aplicado	o	regime	de	importação	comum;	e	d)	admitida	em	regime	
aduaneiro	especial	ou	aplicado	em	áreas	especiais,	na	forma	do	disposto	no	inciso	II,	que	
venha	a	ser	submetida	ao	regime	comum	de	importação;	e	III	-	despacho	para	admissão	
em	regime	aduaneiro	especial	ou	aplicado	em	áreas	especiais,	de	mercadoria	que	ingresse	
no	País	nessa	condição.
42UNIDADE II Operações Especiais de Importação
3 PECULIARIDADES DAS OPERAÇÕES DE IMPORTAÇÃO
Durante	o	processo	de	desembaraço	da	mercadoria	há	algumas	peculiaridades	a	
serem	observadas	na	INSTRUÇÃO	NORMATIVA	SRF	Nº	680,	DE	02	DE	OUTUBRO	DE	
2006.	Dentre	elas	destacam-se:	Verificação	de	Mercadoria	pelo	Importador,	Declaração	de	
Importação,	Registro	Antecipado	da	DI,	Documentos	de	Instrução	da	DI,	Exame	Documen-
tal,	Agendamento	da	Verificação	da	Mercadoria,	Formalização	de	Exigências	E	Retificação	
da	DI,	Desembaraço	Aduaneiro,	e	Comprovante	de	Importação.	A	seguir,	algumas	especi-
ficações	considerando	a	IN	680/06	(recorte nosso):
3.1 Verificação de Mercadoria pelo Importador
No	Art.	10,	o	importador	poderá	requerer,	previamente	ao	registro	da	DI,	a	verifi-
cação	das	mercadorias	efetivamente	recebidas	do	exterior,	para	dirimir	dúvidas	quanto	ao	
tratamento	tributário	ou	aduaneiro,	inclusive	no	que	se	refere	à	sua	perfeita	identificação	
com	vistas	à	classificação	fiscal	e	à	descrição	detalhada.	Isso	ocorre	nos	casos	de	descon-
fiança	se	o	exportador	realmente	enviou	a	mercadoria	com	os	critérios	estabelecidos.
3.2 Declaração de Importação
Art.	4º,	a	Declaração	de	 Importação	(DI)	será	 formulada	pelo	 importador	no	Sis-
comex	e	consistirá	na	prestação	das	informações	constantes	do	Anexo	Único,	de	acordo	
com	o	tipo	de	declaração	e	a	modalidade	de	despacho	aduaneiro.	§	1º	Não	será	admitido	
agrupar,	 numa	 mesma	 declaração,	 mercadoria	 que	 proceda	 diretamente	 do	 exterior	 e	
43UNIDADE II Operações Especiais de Importação
mercadoria	que	se	encontre	no	País	submetida	a	regime	aduaneiro	especial	ou	aplicado	
em	áreas	especiais.	§	2º	Será	admitida	a	formulação	de	uma	única	declaração	para	o	des-
pacho	de	mercadorias	que,	procedendo	diretamente	do	exterior,	tenha	uma

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