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Gestão da Operação de Importação Professor Me. Alexsandro Cordeiro Alves da Silva AUTOR Professor Me. Alexsandro Cordeiro Alves da Silva ● Mestre em Desenvolvimento de Tecnologia, UFPR/Lactec (universidade Federal do Paraná); ● Licenciado em Letras - Port./Inglês Plena, UEM (Universidade Estadual de Maringá); ● Bacharel em Administração, FAPAN (Faculdade de Paraíso do Norte); ● Graduando em Pedagogia, UniFCV (Centro Universitário Cidade Verde); ● Graduando em Ciências Econômicas, UniFCV (Centro Universitário Cidade Verde); ● Especialização em Comércio Exterior pela UNIFAMMA (União de Faculdades Metropolitanas de Maringá); ● Docente do Curso de Direito, Administração, Marketing, Logística, Ciências Econômicas, Processos Gerenciais, Letras, Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo e Ciências Contábeis da UniFCV; ● Coordenador do Curso de Administração presencial/EAD (UniFCV); ● Coordenador do Curso de Ciências Econômicas presencial/EAD (UniFCV); ● Coordenador do Curso de Letras presencial/EAD (UniFCV); ● Coordenador do Curso de Marketing presencial/EAD (UniFCV); ● Coordenador do Curso de Logística presencial/EAD (UniFCV); ● Coordenador do Curso de Empreendedorismo presencial/EAD (UniFCV); ● Coordenador do Curso de Comércio Exterior EAD (UniFCV); ● Coordenador Científico em Ciclos de Estudos do UniFCV; ● Gestor Educacional do Colégio Axia; ● Docente de pós-graduação no Centro Universitário Cidade Verde (UniFCV). Ampla experiência como analista de Comércio Exterior (10 anos), produtor de ma- terial didático, tradutor, coordenação de cursos superiores, e grupos de estudos. http://lattes.cnpq.br/8228698800793385 APRESENTAÇÃO DO MATERIAL Seja muito bem-vindo(a)! Prezado(a) aluno(a), que bom que você escolheu aprender mais sobre o tema que mais tem crescido nos últimos tempos no Brasil! Proponho um compartilhar de informações que te ajudará a trilhar o caminho de sua graduação. Este material são reflexões de nossa experiência, acertos, processos e acima de tudo, um pedaço de muitas etapas que pode- mos construir sobre o Comércio e a Gestão da Operação de Importação. Na unidade I iniciaremos nosso trajeto pelo conceito aduaneiro, custos logísticos, tipos de pagamentos, os tratamentos administrativos as Licenças de Importação (LI), e os tipos de importação de material usado, assim como a legislação que respalda cada processo. Já na unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre as operações espe- ciais de importação. Veremos algumas possibilidades de isenção e benefícios encontrados na legislação aduaneira, em destaque trataremos da admissão temporária, EX-tarifário, os acordos internacionais, os tipos de despachos aduaneiros, os procedimentos documentais e físicos nas aduanas nacionais, os tipos de desembaraço aduaneiro e finalizaremos com a análise dos pagamentos dos tributos incidentes na importação. Na sequência, nas unidade III e IV, trataremos das peculiaridades dos tributos que envolvem os produtos importados, as defesas comerciais e a nova proposta de sistema único de importação. Nessa etapa você verá que o sistema de importação tem mudado e os profissionais da área de comércio exterior terão novas oportunidades para oferecer recentes serviços, como é o caso do profissional em Perícia Aduaneira. Venha conosco conhecer mais sobre o Comércio Exterior (COMEX)! É uma área fascinante e repleta de possibilidades. Esperamos contribuir para o seu crescimento pro- fissional e aguçar a vontade de continuar pela busca do conhecimento. Seja curioso, cada assunto tratado neste material abre a possibilidade de muita pesquisa e temos certeza que você estará à frente no mercado de trabalho. Muito obrigado e bom estudo! SUMÁRIO UNIDADE I ......................................................................................................5 Métodos de Importação UNIDADE II ...................................................................................................27 Operações Especiais de Importação UNIDADE III ..................................................................................................52 Tratamento Tributário das Importações UNIDADE IV ..................................................................................................72 Despacho de Importação 5 Plano de Estudo: • Conceitos aduaneiros • Tratamento administrativo • Tipos de licenciamento e material usado • Pagamentos internacionais e custos logísticos Objetivos de Aprendizagem: • Conceituar e contextualizar as teorias da Importação • Compreender os tipos de tratamentos na Importação • Estabelecer a importância da Legislação Aduaneira UNIDADE I Métodos de Importação Professor Mestre Alexsandro Cordeiro Alves 6UNIDADE I Métodos de Importação INTRODUÇÃO Caro (a) aluno (a), bem vindo (a) a primeira unidade do livro. Vamos dar início ao estudo sobre os Métodos de Importação. Essa é uma área do conhecimento que estuda as regras e implicações da importação relacionada com o Comércio Exterior. Os métodos da importação são importantes devido ao impacto finan- ceiro e de planejamento no processo de importação. No entanto, antes de iniciar o estudo dos métodos de importação, foi abordado neste primeiro momento os conceitos gerais da importação, ou seja, as regras gerais aduaneiras. Com o propósito de atingir o crescimento das importações, mas dentro dos contro- les fronteiriços, foram estabelecidas regras de importação para que os órgãos responsáveis pudessem ter maior controle dos processos e dos produtos importados. Após a verificação da necessidade de parâmetros que respeitassem as normas internacionais da Organização Mundial do Comércio (OMC), surgiram legislações específicas para determinados tipos de produtos e serviços. A partir do Decreto nº 6759 – Planalto, foram criadas inúmeras Instruções Norma- tivas (IN) e estabelecidos os órgãos responsáveis por cada tipo/categoria de produtos e serviços a serem importados. Para cada setor as regras são evidenciadas com a finalidade de auxiliar o importador e a fiscalização na entrada de produtos no país. A discrepância entre legislação e a importação pode gerar custos adicionais, como multas, perdas da mercadoria e devolução do produto à origem, se for o caso. Em seguida, serão apresentadas as legislações específicas para o Licenciamen- to de Importação de Produtos e Serviços, os tratamentos administrativos, os custos na importação, os impostos incidentes e os tipos de pagamento internacional, assim como o conceito aduaneiro no processo de importação. Desejamos um ótimo estudo a todos! 7UNIDADE I Métodos de Importação 1 CONCEITOS ADUANEIROS Em linhas gerais o conceito aduaneiro está ligado ao comércio exterior que se relaciona com a compra e venda de produtos e serviços entre empresas e governos de diferentes países ao redor do mundo. Essa correlação acompanha os acontecimentos internacionais (políticos e econômicos), logo a legislação aduaneira vem ao encontro da definição de tratativas administrativas e processuais, ou seja, tudo está sendo acompanha- do desde a saída do produto - na origem - até a chegada no país - destino -, e, as regras devem ser observadas criteriosamente. Assim como as tendências de consumo, a legislação aduaneira também pode so- frer alterações, por meio de emendas, Instruções Normativas, etc, para que os tratamentos de cada caso sejam coerentemente assertivos no que diz respeito ao cumprimento da legislação e ao que ela propõe. Ainda, é importante ressaltar que as questões aduaneiras do país estabelecem regras de estocagem, fretes, classificação fiscal de mercadorias, tipos de pagamento, produtos permitidos e proibidos de serem importados, e, dentro outros, os impostos incidentes na importação. É na Legislação Aduaneira (LA), por meio do Decretonº 6759 de 5 de fevereiro de 2009, que encontramos também os órgãos governamentais responsáveis pela fiscalização e execução dos procedimentos legais estabelecidos no processo de importação. Para tanto, tudo começa pela classificação fiscal do produto por meio da Nomenclatura Comum 8UNIDADE I Métodos de Importação do Mercosul (NCM) e consequentemente a verificação do tratamento administrativo que a legislação prevê para cada produto. Contudo, há regras gerais que devem ser observadas na importação, mas é a partir da classificação fiscal da mercadoria que serão consultadas as tratativas aduaneiras para cada tipo de Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). De início, a legislação é observada antes da importação da mercadoria, mas é na aduana que todo o processo é verificado, ou seja, antes da entrada da mercadoria no país e apenas em raros casos é permitido que o produto seja vistoriado diretamente na empresa importadora, mas no geral, mesmo nessas situações a aduana é o primeiro contato com o produto estrangeiro. Segundo Assumpção (2007), o conceito de aduana é semelhante a Alfândega (do árabe: قدنفلا; transl.: al-fundaq, “hospedaria”, “estalagem”) ou aduana (do árabe: ناويدلا; transl.: ad-dīwān, “registro”, “escritório”). Para a autora, trata-se de uma repartição governa- mental e oficial para o controle de movimentos de entrada e saída de mercadorias do país, ou seja, entradas (importações) e saídas (exportações). É inclusive nesse local (aduana) que os órgãos como ANVISA, INMETRO, fiscalização da Receita Federal e Estadual, dentre outros, fazem a verificação das condições da mercadoria. É importante ressaltar que esses órgão tratam apenas da fiscalização de produtos e serviços e não do controle de tráfego de pessoas, para isso, há outras regras e legislações que é regido pela polícia de fronteira. É na aduana (escritório) que são cumpridas as regras dispostas no decreto 6759/09 e na alfândega (local de hospedagem) que são armazenados os produtos que serão exportados ou importados. Pensando assim, por isso que se denomina a legislação de importação como legislação aduaneira, ou seja, órgãos governamentais fazendo cumprir determinações legais do país sobre determinado processo de importação. Já a estocagem e armazenamento podem ser contempladas pela legislação aduaneira, possuindo assim as regras alfandegárias de armazenagem, como local propício para determinados produtos perecíveis, perigosos, muito pesados, muito leves, etc. Na organização geral e fiscalização das aduanas encontramos a Secretaria da Receita Federal do Brasil, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, ambos estipulados com os devidos poderes no Regulamento aduaneiro do Brasil (dec. 6759/09). Antes de prosseguirmos, é extremamente importante que você estudante entenda a lógica e organização de atuação aduaneira na gestão da operação de importação. Sabendo 9UNIDADE I Métodos de Importação quais órgão estão envolvidos na aduana e seus processos, ficará mais fácil saber a quem recorrer nos casos de organização de uma importação. No mesmo decreto 6759/09 estão esclarecidos os órgãos intervenientes e os anuen- tes. Os intervenientes têm relacionamento com comércio exterior de alguma forma, mas nem sempre são impeditivos de importação (banco do exportador, vendedor, despachante, dentre outros); nem sempre trabalham somente com comércio exterior. Já os anuentes legislam e tem papel de permitir a importação, ou seja, diretamente ligado à importação (órgãos como DECEX, MAPA, EXÉRCITO, dentre outros). De modo geral, os órgãos anuentes trabalham diretamente no país em que a mer- cadoria se encontra no momento da análise, por isso, a estrutura do comércio no Brasil tem como seu maior organizador o próprio governo. Já os demais órgãos analisam os produtos e comparam com a legislação. Por exemplo, se um importador está trazendo um cavalo, será de responsabilidade do importador juntamente com o (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) verificar a classificação e após a permissão, trazer a mercadoria - sempre respaldado pela legislação aduaneira. Dentre os órgãos anuentes e intervenientes, destacam-se: Conselho Monetário Na- cional (CMN), Câmara de Comércio Exterior (CAMEX), Ministério das Relações Exteriores (MRE), Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) - atual Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Ministério da Fazenda (MF), Ministério das Comunicações (MC), Ministério da Agricultura Pecuária e do Abastecimento (MAPA), Agência de Promoção de Exportações S/A (APEX), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação S/A (SBCE), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (FUNCEX), Federações Estaduais, Câmaras de Comércio, dentre outros. Ainda, cada órgão acima pode se subdividir, dependendo da necessidade e da legislação. Obviamente você não precisa saber de todos eles, mas é importante saber que cada setor desse é um órgão responsável para determinadas ações na importação. Importante: esta é a distribuição geral, mas é devemos acompanhar os acontecimentos do governo, pois cada presidente reorganiza suas partes, podendo renomear, adicionar, subtrair ou até mesmo incluir em outras pastas alguns órgãos de atuação. Nem sempre todos os órgãos estarão envolvidos em todas as importações, mas dependendo do tipo de produto será necessário verificar com esses departamentos o que deve fazer para que o processo de importação não seja barrado no momento da entrada no 10UNIDADE I Métodos de Importação país. Todos eles estão interligados e respondem a legislação aduaneira e é na aduana que serão efetivamente observados. Para resumir, observe a estrutura de atuação e conceito aduaneiro: Figura 1 - Estrutura da Presidência da República na aduana Fonte: o autor (2020) A presidência da república, Figura 1, estabelece e assina decretos sobre a impor- tação e exportação interna de acordo com a legislação nacional e internacional. O MRE (Ministério das Relações Exteriores ou Itamaraty) está diretamente ligado as relações in- ternacionais e responsável pelas políticas internacionais (Bilateral, regional e Multilateral). Já o MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) atua nas políticas de desenvolvimento do comércio exterior. Por sua vez, o Ministério da Fazenda fórmula e regulamenta as políticas econô- micas do país, ou seja, é um órgão administrativo do comércio exterior; é nele que estão os órgãos relacionados ao fisco, como Receita Federal (responsável também pela vistoria e parametrização da mercadoria) e BACEN (responsável pelas verificações de contratos, câmbio e pagamentos). Estes últimos são responsáveis pela parte tributária da União. Como citado anteriormente, cada órgão acima ainda tem sob sua responsabilidade outras subdivisões de departamentos, como pode ser observado na Figura 2. 11UNIDADE I Métodos de Importação Figura 2 – Subdivisão de responsabilidades aduaneiras Fonte: o autor (2020) Observe que cada departamento acima atua de maneira direta ou indireta na impor- tação e por isso é importante relembrar que cada órgão tem seu regimento e normativas. Essas normativas é que estabelecem critérios na importação aduaneira de determinados produtos. Dependendo do tipo de tratamento administrativo é que teremos que observar a Instrução Normativa (IN) para a importação de determinado produto. 12UNIDADE I Métodos de Importação 2 TRATAMENTO ADMINISTRATIVO O tratamento administrativo é a base para a sequência da importação. Antes mes- mo de começar a importar o interessado deve começar a classificação da mercadoria; ésomente a partir dela que é possível consultar os procedimentos a serem tomados, a saber, podemos definir os três primeiros passos: 1) escolhe-se o produto a ser importado; 2) classifica o número NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul); 3) consulta o tratamento administrativo do NCM do produto. Dependendo do produto e sua classificação poderá ser observado se aquele produto será analisado pelo INMETRO, ou pelo MAPA, ou pela ANVISA, etc. Ainda, se é permitido importar aquele produto, se o país de origem está autorizado a enviar determinado produto para o Brasil, se os impostos serão maior de determinadas empresas de origem, ou, se precisa ter autorização para o embarque (mas esses tipos de autorizações trataremos em tópico específico). No passo 1, classificação do NCM, verifica-se o tipo de produto, sua constituição e sua finalidade (Revenda, uso e consumo ou ativo e imobilizado). É sabido que os países possuem sua cultura e códigos linguísticos que nem os maiores linguistas do mundo seriam capazes de entender a todos. Imagine agora relacionar cultura e produtos. Pense em uma caneta! Simples assim. Mas nos EUA se diz “pen”, já na china se diz (bi), ou seja, para diminuir o número de erros é melhor tratar os produtos com códigos numéricos em que cada um deles signifique uma coisa, como seu peso, sua composição, sua função, sua finalidade, material constituinte, etc. 13UNIDADE I Métodos de Importação O NCM está presente tanto na Tarifa Externa Comum (TEC) como na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), podendo ser consultado no site do MDIC e junto com o NCM, encontra-se as alíquotas de II, IPI, PIS e COFINS, além é claro do manual de classificação de mercadorias, assim como o tratamento administrativo do NCM. A Receita Federal (RF) ajuda na classificação da mercadoria por meio de consulta pública (item a item), mas seria impossível importar se todas as vezes fosse preciso esperar a RF classificar para o cliente os produtos, por isso, é de domínio público a lista de NCMs dos produtos comuns nas transações de comércio exterior. Mas e os produtos que vão surgindo no decorrer do tempo? E os produtos que deixam de existir? Bem, para esses casos, a classificação é feita por associação ou aproximação de produtos. Se fosse necessário classificar um disco voador, por exemplo, não há número de NCM para esse produto, mas há um relacionado: 8803.30.00 - Aeronaves e aparelhos espaciais, e suas partes. Mesmo sendo estabelecido números para a classificação da mercadoria, na prática é comum os fornecedores enviarem documentos com classificação distintas, pois muitas vezes no país de origem o número não está atualizado ou a fiscaliza- ção é mais branda quanto a classificação fiscal. A saber, a classificação incorreta, para o Brasil, é passiva de multas altíssimas, onerando o importador/exportador; este sistema é adotado desde 1995 pelo Sistema Har- monizado (SH), criado pela OMC e define o tratamento administrativo. Observando o número de classificação do produto, é possível constatar que a classificação fiscal é composta por 4 dígitos: 0000 (xxxx). Entretanto, para o Brasil, deve-se atentar para a classificação mais específica do produto. No exemplo da caneta, seu material constituinte poderia ser de madeira, logo o tratamento administrativo seria pelo Ministério da agricultura (MAPA), poderia dar choque (ANVISA), poderia ser banhada à ouro, poderia ser de plástico, etc. Para cada tipo de caneta há uma subclassificação. Há livros específicos e discipli- nas detalhadas para a classificação da mercadoria, mas para você entender a estrutura da classificação que designa o tratamento administrativo de um produto você pode observar a Figura 3 14UNIDADE I Métodos de Importação Figura 3 – Estrutura do NCM Fonte: o autor (2020) Na estrutura anterior é notório que dependendo do tipo da caneta haverá uma classificação específica e a classificação incorreta pode gerar multas na importação. Isso acontece pelo motivo de que cada tipo de caneta haverá um custo envolvido, logo, a tri- butação sofrerá variações. A classificação de mercadoria é um trabalho árduo até mesmo para os profissionais do comércio exterior. Alguns produtos possuem também uma defesa chamada Antidumping, para tornar o produto concorrente, outras simplesmente podem não seguir os padrões nacionais de segurança estabelecidos pelo INMETRO. Para Assumpção (2007), o controle administrativo nas importações é realizado pelo tratamento administrativo, podendo ser consultado no site do MDIC e nele consta se o produto pode ser trazido livremente ou se precisa de autorização, ou seja, por meio da Licença de Importação (LI) sujeita a anuência de órgãos do governo ou podem ser trazidos para o tratamento administrativo já estabelecido na NCM de cada produto. Sobre a Licença de importação trataremos mais adiante. 15UNIDADE I Métodos de Importação 3 TIPOS DE LICENCIAMENTO E MATERIAL USADO De acordo com o art. 13 da Portaria SECEX nº 23/2011, de modo geral, as “importa- ções brasileiras estão dispensadas de licenciamento, exceto nas hipóteses de importações sujeitas ao tratamento de Licenciamento Automático, Licenciamento Não-Automático ou Impedimento”. Desse modo, cabe aos importadores e despachantes aduaneiros a obser- vação da classificação dos produtos e seus tratamentos administrativos. Em caso de autorização automática, o importador pode trazer a mercadoria e pro- videnciar o registro da Declaração de Importação (DI) no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), e, consequentemente proceder com o Despacho Aduaneiro junto à Receita Federal do Brasil. A Receita Federal disponibiliza aplicativos como o “importador” e no site da RF para simular se o produto está sujeito a liberação automática ou Licenciamento prévio, ou seja, se precisará de autorização de algum órgão anuente para a importação. Ainda, para auxiliar o importador, a RF também disponibiliza uma tabela de informativa a respeito do Tratamento Administrativo aplicado às Importações denominada “bens sujeitos à Licença ou Proibição na Importação”. A Licença de Importação (LI), é um documento ou informação na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM - explicada anteriormente) emitido pelo SISCOMEX que libe- ra a importação de mercadoria. Todo produto tem o processo de licenciamento, sendo a maioria automático e liberado diretamente no NCM indicado. Dependendo do produto, 16UNIDADE I Métodos de Importação deverá passar pela liberação por meio do licenciamento. Vejamos a seguir os principais Licenciamentos de Importação (LI). 3.1 Importações Dispensadas de Licenciamento A maioria dos produtos não precisam de Licença de Importação (LI). São produ- tos que geralmente já são trazidos para o país com certa frequência e também já foram analisadas as possibilidades de comercialização, ou que não ferem nenhuma legislação estabelecida. Isso não significa que um produto que não tenha LI será sempre assim, pois em algum momento o governo pode entender que determinado produto ou país começou a ir contra a legislação interna do país de origem ou destino. 3.2 Importações Sujeitas a Licenciamento Automático Os produtos classificados nesta modalidade são liberados automaticamente. A diferença em relação com a anterior é que neste caso irá precisar registrar a LI no sistema do órgão anuente, mas assim que for registrado aparecerá que está liberada. Essa moda- lidade normalmente é usada apenas para que os órgãos anuentes tenham maior controle de quantidade de determinado produto está entrando no país, ou para acompanharem determinados desempenhos econômicos do produto. Normalmente uma LI com licencia- mento automático passa a ter licenciamento obrigatório dependo do que for constatado no processo de análise.Costumeiramente o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) considera móveis de madeira com o Licenciamento automático e quando a mercadoria chega é feita a vistoria da carga. Alguns licenciamentos automáticos podem levar alguns dias para a liberação; isso ocorre quando o sistema irá verificar alguns dados do registro da LI e se estão de acordo, por exemplo país de origem e tipo de material constituinte. 3.3 Importações Sujeitas a Licenciamento Não Automático Nesta modalidade a mercadoria não poderá embarcar para o Brasil até que o órgão anuente analise o caso. Ainda, o tempo de deferimento é maior, pois o produto está sob análise. Essa análise pode estar relacionada a diversos motivos, desde sub preços (para prevenir defesa comercial), cargas perigosas, venenos, produtos de marca, alimentos, san- ções internacionais pela Organização Mundial do Comércio (OMC) feitas a alguns países, dentre outras. Produtos dessa categoria estão sob controle do governo principalmente no que se diz respeito a qualidade e quantidade de produtos importados (alimentos, medicamentos, 17UNIDADE I Métodos de Importação brinquedos etc.), visando sempre a proteção do mercado interno. Os produtos mais comuns que constam com impeditivo são os que precisam de certificações do MAPA, INMETRO, ANVISA, DECEX, IBAMA, dentre outros. Por fim, mesmo após a liberação da importação pelos órgãos anuentes, a maioria dos produtos deste tratamento administrativo (constantes na NCM) passam por uma vistoria física assim que chegam na alfândega com a finalidade de verificação de irregularidade, como é o caso de pneus, bebidas, brinquedos, animais, ferramentas, etc. 3.4 Importações de Material Usado (Licenciamento) Em consonância com o art. 13 da Portaria SECEX nº 23/2011, de modo geral é proibido a importação de Material usado. Entretanto, o governo abre exceção para alguns produtos, e, obviamente esses produtos passam pelo tratamento administrativo da LI não automático, uma vez que será analisado caso a caso. Para as exceções destacamos (apenas algumas) do que pode ser importado como material usado: a) Máquinas, equipamentos, aparelhos, instrumentos, ferramentas, moldes e contêineres para utilização como unidade de carga, na condição de usados, desde que não sejam produzidos no país (Brasil), ou seja, que não tem similar aqui em nosso país para atender a demanda; b) partes e peças de equipamentos de produtos importados e que somente o fabricante possui; c) equipamentos, partes e peças que sejam destinados para a reconstrução do país (em caso de catástrofes); d) veículos antigos para colecionadores, desde que classificados nas NCMs 8701, 8702, 8703, 8704, 8705, 8709, 8711 e 8716, e no sub item 8903.91.00 da NCM; e) Instrumentos para a aeronáutica ou marinha; f) Importação de equipamentos, partes e peças de regime drawback, ou seja, de equipamentos que serão trazidos para fabricação de produtos a serem exportados; g) importação de vestuário para desfiles e equipamentos para utilização em jogos olímpicos, dentre outras situações. Por fim, cabe ressaltar que o prazo de liberação de cada modalidade de Licença de Importação vai depender de sua categoria, ou seja, deferimento diferente para cada tipo de LI. Os processos mais ágeis são os do MAPA e DECEX (de 3 a 5 dias), já os processos com deferimento pela ANVISA e INMETRO levam mais tempo (de 20 a 30 dias) para análise, uma vez que precisarão de mais tempo para a aferição do que é exigido na importação. Os registros e acompanhamentos são feitos por meio do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX). 18UNIDADE I Métodos de Importação 4 PAGAMENTOS INTERNACIONAIS E CUSTOS LOGÍSTICOS INTERNACIONAIS O transporte da mercadoria oriunda de outros países fica a cargo dos agentes logísticos, muitas vezes conhecidos como “agentes de carga”. Trata-se de um grupo de empresas responsáveis pela logística das empresas e para entender melhor o seu funda- mental papel no translado de mercadorias e serviços é importante entender as regras que regem o transporte de mercadorias e a responsabilidade de cada envolvido. De modo geral, há dois momentos envolvendo custos internacionais. Primeiro o momento em que se paga a mercadoria ao fornecedor; e, o segundo momento em que se paga pelo transporte da mercadoria. No primeiro, a negociação é entre o comprador e vendedor e o pagamento da mercadoria é feita por intermédio dos canais bancários devidamente credenciados para esse fim. Já no segundo momento, pode ou não estar envolvido o fornecedor, trata-se do transporte da mercadoria. Nesse caso, o fornecedor só será envolvido caso a modalidade de transporte necessite sua influência, a saber, chama- dos essa modalidade de transporte de Incoterms (International Commercial Terms / Termos Internacionais de Comércio). Segundo o site governamental (http://www.aprendendoaexportar.gov.br/), os Incoterms servem para definir as responsabilidades e obrigações de cada envolvido na importação, logo, entende-se que o custo logístico deve ser assumido pelos envolvidos no processo e delimitados pelas regras de transporte de mercadorias, assim como a respon- sabilidade de cada envolvido. Importante saber que essas regras não são leis, mas foram 19UNIDADE I Métodos de Importação editadas e reunidas pela Câmara de Comércio Internacional (CCI) com a finalidade de ajudar os negociadores internacionais. Vigente desde 2010, em resumo, os principais Incoterms que devem aparecer na fatura de compra podem ser classificados como: a) EX WORKS - EXW (Local de Entrega Nomeado) em que o fornecedor apenas fabrica ou vende a mercadoria e o comprador paga o transporte desde a fábrica, na origem, até a empresa do comprador, no destino; b) já no FREE CARRIER - FCA (Livre no Transportador) o vendedor entrega a mercadoria em local combinado, para que o comprador retire e dali em diante o vendedor não tem mais res- ponsabilidade de custos de transporte pela mercadoria; c) FREE ALONGSIDE SHIP - FAS (Livre ao Lado do Navio) como o nome já diz, o combinado será o exportador deixar a mer- cadoria não em um local qualquer, mas sim ao lado do navio para embarque. Nesse caso, os custos da alfândega são incorporados ao exportador, uma vez que a mercadoria será entregue livre para embarcar; d) FREE ON BOARD - FOB (Livre Embarcado) o exportador fica responsável pelos custos logísticos até o momento em que a mercadoria embarcar no transporte internacional. A diferença deste Incoterms é que é utilizado unicamente para transportes marítimos; e) COST AND FREIGHT - CFR (Custo e Frete) nesta modalidade o custo e o frete é pago pelo exportador, ou seja, na negociação o exportador já considerará os custos que terá para o translado da mercadoria e incluirá no valor da mercadoria, desta- cando na nota o que é valor de mercadoria e o que é valor de frete internacional; f) COST, INSURANCE AND FREIGHT - CIF (Custo, Seguro e Frete), nesta modalidade o seguro da mercadoria, os custos dos bens e frete são incluídos na nota, destacando cada um deles devidamente, além é claro de combinar o local de entrega da mercadoria. Em suma, temos: Tabela 1 – Resumo do Incoterms GRUPO INCOTERMS 2010 PONTO DE TRANFERÊNCIA DO CUSTO PONTO DE TRANFERÊNCIA DO RISCO E EXW - EX-WORK ORIGEM ARMAZÉM NA ORIGEM F FAS - FREE ALONG SIDE SHIP TRANSPORTE PRINCIPAL NÃO PAGO AO LADO DO NAVIO FOB - FREE ON BOARD TRANSPORTE PRINCIPAL NÃO PAGO PRIMEIRA MURADA DO NAVIO FCA - FREE CARRIER TRANSPORTE PRINCIPAL NÃO PAGO PRIMEIRO TRANSPORTE INTERNACIONAL C CFR - COST AND FREIGHT TRANSPORTE PRINCIPAL PAGO PRIMEIRA MURADA DO NAVIO CIF - COST, INSURANCE AND FREIGHT TRANSPORTE PRINCIPAL PAGO PRIMEIRA MURADA DO NAVIO CPT - COST AND FREIGHT TRANSPORTE PRINCIPAL PAGO PRIMEIRO TRANSPORTE INTERNACIONAL CIP - COST, INSURANCE AND FREIGHT PAID TRANSPORTE PRINCIPAL PAGO PRIMEIROTRANSPORTE INTERNACIONAL DAP - DELIVERY AT PLACE DESPESAS ATÉ LOCAL DE ENTREGA LOCAL DETERMINADO DO DESTINO D DAT - DELIVERY AT TERMINAL DESPESAS ATÉ TERMINAL DE ARMAZENAMENTO LOCAL DETERMINADO DO DESTINO DDP - DELIVERY DUTY PAID DESPESAS INCLUINDO IMPOSTOS ATÉ LOCAL FINAL DE ENTREGA LOCAL DETERMINADO DO DESTINO Fonte: o autor (2020) 20UNIDADE I Métodos de Importação Os termos EXW, FCA, CIP, CPT, DAP, DAT, DDP são utilizados para qualquer modalidade de transporte (terrestre, marítimo, aéreo e ferroviário), incluindo multimodal. Já os termos FAS, FOB, CFR, CIF são utilizados somente para transporte de mercadorias via marítima ou fluvial. Os termos do Grupo “F” e do Grupo “E” correspondem ao transporte internacional não pago. Os do Grupo “D” (Delivered) e os do Grupo “C” correspondem ao transporte pago. Além desses Incoterms destacados há uma lista que pode ser consultado no site da Receita Federal, e, é importante esclarecer que cada Incoterms destaca as responsa- bilidades e deveres de cada envolvido, além de delimitar a modalidade de transporte de cada um, ou seja, alguns só podem ser usados para o transporte marítimo, outros para o transporte aéreo e outros para os rodoviários. Além disso, a logística internacional prevê as questões de armazenagem, viabilidade de modalidade, seguro da mercadoria, transporte interno e externo, além é claro das responsabilidades e riscos das partes envolvidas. Considerando as modalidades de transporte, é importante que o importador tenha em mente que dependendo do modo que trata a mercadoria terá mais ou menos custos. Entretanto, há transportes que são mais rápidos e mais custosos o que pode ajudar o importador em iminente necessidade de determinada mercadoria. Os custos internacionais dependem da distância em que a mercadoria irá percorrer, para isso, há a necessidade de uma cotação de frete internacional que pode ser feita dire- tamente pelos agentes de carga. Logo, os agentes de carga terão tabelas internacionais de origem e destinos logísticos e é calculado pelo peso e cubagem da mercadoria. Somente com o peso e a cubagem é possível fazer uma cotação de preço de transporte, além é claro da origem e destino da mercadoria. Você deve estar se perguntando: mas e como se faz o pagamento dessa mercado- ria e transporte? Bem, vamos por partes! Pense assim: primeiro devo pagar a mercadoria ao fornecedor e segundo pagar pelo transporte dessa mercadoria. Szabo (2016) citando Ballou (2004) esclarece que a “logística é lida, além de bens materiais, como o fluxo de ser- viços, (...) o que significa que inclui todas as atividades importantes para a disponibilização de bens e serviços”. Considerando isso, para enviar o dinheiro pela mercadoria o comprador deve ser cadastrado regularmente como importador e cumprir as regras de envio de valor constantes na Resolução n° 3.568, de 29.05.2008 do Banco Central. Se a negociação doméstica é cheia de regras e parametrizações, imagine no comércio exterior! Os fatores que mais influenciam na negociação são os fatores culturais, pois a confiança da modalidade de pagamento varia 21UNIDADE I Métodos de Importação de país para país. No momento em que se prepara para entrar no comércio internacional, deve-se ter em mente que os costumes estarão envolvidos também na negociação, por isso, a distância e a língua pode ser impeditivos para o sucesso de uma relação comercial. Normalmente os próprios bancos “fecham o câmbio” por meio das regras específicas de câmbio que são regulamentadas pela Lei 4.595, de 1964, Resolução CMN 3.265, 2005, dentre outras, sempre com a fiscalização e atualizações feitas pelo Sistema Financeiro Nacional, Conselho Monetário Nacional (CMN) e Banco Central. Em regras gerais os pagamentos da mercadoria são feitos pelos bancos via con- tratos internacionais nas seguintes modalidades: Antecipado (antes do embarque), À vista (do momento do embarque até o registro da Declaração de Importação (DI)), A prazo (após o registro da mercadoria), ou, ROF (Registro sobre Operação Financeira) para os casos de negociação com pagamento acima de 360 dias. O cálculo de custo de cada operação é feito exclusivamente pelos bancos e deve ser consultado de acordo com o montante a ser enviado, logo não há fórmula prévia estabelecida para essa movimentação financeira. Para cada contrato os bancos ou agentes financeiros cobram uma pequena taxa de operação e o custo maior está na observação da taxa cambial no dia do pagamento. Logo, o acompanhamento do mercado financeiro e a cotação do dólar é fundamental para o momento em que for pagar uma mercadoria internacional. Normalmente as empresas importadoras combinam com seus agentes financeiros (bancos) para que acompanhem o melhor momento para envio do dinheiro. Após o envio é obrigatoriamente necessário declarar à Receita Federal o motivo do envio e após a mercadoria Registrada, vincular o valor na nota de registro. Nesse momento é importante pensar em mercadoria como o bem tangível che- gando até o destino. Já no caso de serviços, por exemplo, um molde ou hora trabalhada no produto, caso seja cobrado à parte, também deve ser negociado à parte e pago em contratos distintos, pois um contrato será na modalidade de ferramental e serviços e outro de mercadoria a ser embarcada, o que está previsto nas normal da Lei 4.595, de 1964, Resolução CMN 3.265, 2005. Os custos logísticos internacionais, segundo Szabo (2016) citando Ballou (2004), “é uma somatória dos custos dos elementos-chaves dessa cadeia, como por exemplo, o custo de transporte, o custo de armazenagem, processamento de pedido, ou seja, todos os custos ligados direta ou indiretamente aos produtos”. Devemos considerar as variáveis de custos na separação da mercadoria, embala- gem e marcação dos produtos, além das licenças necessárias junto aos órgão anuentes, 22UNIDADE I Métodos de Importação taxas e tributos envolvidos no manuseio, documentações de transporte e desembaraço da mercadoria, seguros e frete internacional/nacional, modal de transporte e monitoramen- to de saída e chegada da mercadoria (Follow-up). Só é possível calcular os custos da mercadoria por meio de uma previsão de despesas! Normalmente tudo é calculado pela cubagem da mercadoria, como a seguir: Cubagem x custo da armazenagem + cubagem x frete + cubagem x taxas. O cálculo que fazemos entre custos internacionais e impostos de mercadoria chega a 80% do valor real do produto. É comum entre os importadores a previsão de despesas para que tenham uma estimativa de custos. Sendo assim, os custos logísticos podem ser classificados como variáveis e invariáveis, sendo os variáveis de acordo com o volume da atividade (arma- zenagem nos portos e aeroportos) e os fixos que não variam de acordo com o volume da atividade (armazenagem própria). Cada tributo na previsão de despesas deve ser considerado como internacional e nacional e ambos estão envolvidos no custo da mercadoria e a divisão entre eles é proporcionalmente regido por legislação própria, que serão vistos em outras unidades. Para que se comece a entender a previsão de despesas é importante fazer a classi- ficação da mercadoria, após, cotar o valor do frete, considerar o valor do seguro, escolher a modalidade de importação, consultar os impostos incidentes no tipo de importação e tipo de produto. Separadamente da taxa de câmbio utilizada para o envio de pagamento ao exterior, é necessário consultar a taxa PTAX, que será usada na nacionalização da mercadoria. É considerando essa taxa para os cálculos dos impostos na incidentes na importação. A taxa PTAX é uma média da variação do dólar calculado em determinado período de tempo, ou seja, é uma taxa de câmbio calculada durante o dia pelo Banco Central do Brasil. Consiste na média das taxas informadas pelos dealersde dólar durante 4 janelas do dia. É a taxa de referência para o valor do Dólar de D2 (em dois dias úteis). Para facilitar o entendimento elaboramos uma previsão de despesas padrão consi- derando uma importação FOB marítimo de USD 150000,00: 23UNIDADE I Métodos de Importação Tabela 2 - Proposta de previsão de despesas Fonte: o autor (2020). Observe que o custo internacional está inserido no valor aduaneiro (Custo, Seguro e Frete); as taxas incidentes no processo, mesmo que internacional, entram na base de cálculo para os impostos nacionais. Sobre cada imposto nacional trataremos nas unidades seguintes e ajudará a entender o fato gerador de cada imposto. 24UNIDADE I Métodos de Importação SAIBA MAIS Você pode fazer uma simulação dos impostos e do custo de importação. Para isso, a Receita Federal disponibiliza dois aplicativos importantes para verificação da NCM e também dos possíveis custos de importação. Além disso, nestes aplicativos (Importa- dor) pode ser consultado o tratamento administrativo, ou seja, se a mercadoria precisa de Licença de Importação e se é permitido importar. Consulte a NCM de algum produto no site do MDIC e faça um teste do App: Fonte: Receita Federal em <http://www4.receita.fazenda.gov.br/simulador/> (2020). REFLITA “Existe o risco que você não pode jamais correr, e existe o risco que você não pode deixar de correr.” Peter Drucker. 25UNIDADE I Métodos de Importação CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro aluno, nesta unidade percebemos que o método de importação é vasto e cheio de detalhes a serem observados. Em uma importação, vimos que é importante considerar a classificação fiscal da mercadoria ou do serviço por meio da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). É a partir dela que poderemos começar a entender os tratamentos admi- nistrativos de cada serviço ou produto, ou seja, se é um produto novo, usado, para uso e consumo, revenda, industrialização, ou para ativo e imobilizado. Partindo da classificação, é importante observar o local de origem e destino da mercadoria e se há Licenciamento da Importação e o tipo de licenciamento (automático, não automático). Em um segundo momento, após a mercadoria ser devidamente classificada e estar pronta para o embarque, chega o momento de pagar, nesse sentido, observamos nesta uni- dade que há regras e modalidades para o envio do pagamento. Na sequência é o momento de fazer a cotação do frete internacional, pois é dele que dependemos dos valores para a verificação dos custos internacionais. Os custos internacionais devem ser considerados de acordo com a negociação, ou seja, por meio dos Incoterms previstos na legislação. Por fim, o método de importação mais inteligente é aquele que antes de tudo é respaldado por cálculos aduaneiros, para isso, é importante que o importador faça uma previsão de despesas. É nela que o importador terá uma ideia dos gastos que terá em uma determinada importação. Normalmente quem faz as previsões de despesas são os des- pachantes aduaneiros, profissionais de comércio exterior que estão aptos a buscarem as informações do agente de carga, exportador e importador, unindo todas as informações em uma tabela simples de cálculos dos impostos e despesas aduaneiras. Sobre os impostos incidentes na importação trataremos em uma unidade específica. Foi um prazer passar alguns processos de importação! Saiba que o campo de trabalho para os estudantes envolvidos nesta temática é vasto. Espero você em nossas próximas unidades desse curso. 26UNIDADE I Métodos de Importação MATERIAL COMPLEMENTAR FILME/VÍDEO Título: Captain Phillips (Original) Ano produção: 2013 | Duração: 134 minutos | Classificação: 14 anos | Gênero: Ação Sinopse: Richard Phillips (Tom Hanks) é um comandante naval experiente, que aceita trabalhar com uma nova equipe na missão de entregar mercadorias e alimentos para o povo somaliano. Logo no início do trajeto, ele recebe a mensagem de que piratas têm atuado com frequência nos mares por onde devem passar. A si- tuação não demora a se concretizar, quando dois barcos chegam perto do cargueiro, com oito somalianos armados, exigindo todo o dinheiro a bordo. Uma estratégia inicial faz com que os agressores recuem, apenas para retornar no dia seguinte. Embora Phillips uti- lize todos os procedimentos possíveis para dispersar os inimigos, eles conseguem subir à bordo, ameaçando a vida de todos. Quan- do pensa ter conseguido negociar com os piratas, o comandante é levado como refém em um pequeno bote. Começa uma longa e tensa negociação entre os sequestradores e os serviços especiais americanos, para tentar salvar o capitão antes que seja tarde. LIVRO Título: Noções Básicas De Importação Autor: João Dos Santos Bizelli E Ricardo Barbosa Editora: Aduaneiras Sinopse: A obra apresenta, de forma prática, todas as informa- ções básicas para uma visão ampla dos principais aspectos fiscais e administrativos do processo de importação, analisando, após a definição da política brasileira das últimas décadas, a estrutura governamental com a indicação dos principais órgãos intervenien- tes, inclusive da Camex, que deve estabelecer uma política de co- mércio exterior mais uniforme e eficaz, os principais conceitos da área, inclusive o Incoterms, o regime cambial vigente, a estrutura das nomenclaturas utilizadas no País (NCM, NBM e Naladi) com as regras de classificação fiscal, o sistema administrativo para o Licenciamento Não-Automático (LI) ou Automático (DI) das opera- ções no Siscomex, os principais tributos e encargos que oneram as importações (I.I, IPI, ICMS e outros), transporte obrigatório, regimes aduaneiras especiais (drawback, admissão temporária, entreposto aduaneiro, etc) e atípicos (DEA, ZFM, Free Shop, Re- cof, Recom, Repex, Repetro, etc.) os acordos internacionais que o Brasil é membro (GATT-OMC, NCPD, SGPC, Aladi e Mercosul). Conta também com o demonstrativo detalhado do cálculo dos tri- butos de uma importação, incluindo a nova sistemática de cálculo por dentro do ICMS, e uma planilha de preço para compreensão mais adequada dos impostos e outros encargos que oneram estas operações. Traz informações sobre a solicitação de “Ex-tarifário” e estruturas (organogramas): MF-SRF e BCB, MDIC, Camex; e dos organismos internacionais OMC, Mercosul e Aladi. 27 Plano de Estudo: • Admissão temporária, importação triangular, EX-tarifário e acordos • Despacho aduaneiro e desembaraço aduaneiro • Peculiaridades das operações de importação • Pagamentos dos tributos e AFRMM Objetivos de Aprendizagem: • Conceituar e contextualizar os casos especiais • Compreender os tipos de tratamentos especiais • Estabelecer a importância dos processos especiais UNIDADE II Operações Especiais de Importação Professor Mestre Alexsandro Cordeiro Alves 28UNIDADE II Operações Especiais de Importação INTRODUÇÃO Caro (a) aluno (a), bem vindo (a) a segunda unidade do livro. Vamos dar início ao estudo sobre as operações especiais de importação. Esta é uma unidade muito interessante, pois trataremos aqui dos processos individualmente e os momentos em que eles ocorrem. Em uma importação comum, já estão estabelecidas algu- mas regras vigentes para que o governo acompanhe a importação do começo ao fim. Como vimos na unidade anterior, cada órgão anuente ou envolvido no processo fica responsável por uma parte da importação, então nesta unidade veremos alguns dos procedimentos especiais para casos diferenciados na importação. Com o propósito de agilizar o processo de importação, o governo estabeleceu por meio de Instruções Normativas ou até mesmo leis como proceder nos casos em que os produtos ou modalidades de importação fogem do estabelecido. Dessa forma, o principal agente para a verificação dos casos especiais é a Receita Federal. É ela que irá conferir os documentos e o respaldo da legislação vigente, desde o momento que a mercadoria for embarcada atéo desembaraço da mercadoria. Surge neste processo a persona do despachante, profissional da área de comércio exterior que monta o processo, como um advogado, e entrega à Receita Federal que a partir deste momento interage com o despachante, que responde junto com o importador às exigências legais previstas. Começaremos por tratar dos casos especiais, alguns, e chegaremos ao momento do desembaraço da mercadoria, ou seja, quando a mercadoria está liberada para a utiliza- ção de acordo com o exposto na Declaração de Importação (DI). Em seguida, serão apresentadas as legislações específicas para cada caso espe- cial elencado nesta unidade. É importante salientar que os casos especiais estão previstos em lei, entretanto, como o próprio nome já diz, são especiais e a Receita Federal poderá a qualquer momento solicitar comprovações e estabelecer regras que auxiliem no cumpri- mento da lei. Desejamos um ótimo estudo a todos! 29UNIDADE II Operações Especiais de Importação 1 ADMISSÃO TEMPORÁRIA, IMPORTAÇÃO “TRIANGULAR”, EX-TARIFÁRIO E ACOR- DOS COMERCIAIS Para entender o que são casos especiais de importação precisamos pensar em algumas situações! Imagine que você é um esportista e competidor em várias campeonatos de tiro ao alvo. Um dia você é convidado para participar de um evento no Brasil. No primeiro momento você fica muito feliz, pois poderá competir em outro país e além disso pode mostrar seus talentos a todo o mundo, afinal esta é uma competição mundial que está acontecendo no Brasil e transmitido em diversas redes sociais. Você tem um agente no Brasil que te ajudará a alugar um hotel, e você fica responsável por trazer todos os seus instrumentos de competição. Mas para trazer no avião deverá despachar a mercadoria, pois são muitos instrumentos. Nesse caso, o seu agente aqui no Brasil terá que trazer seus pertences temporariamente e depois devolver ao país de origem. Agora imagine que você é um profissional que promove feiras e eventos em um grande evento em São Paulo. Você quer trazer o que há de mais novo no mercado mundial, por exemplo, os carros que ainda nem foram lançados aqui no Brasil. Então organiza tudo e traz um carro híbrido único que deverá ficar no Brasil somente no período da feira. O embarque dessa mercadoria não é definitivo, logo, não é uma importação comum e se trata de uma importação em regime especial. 30UNIDADE II Operações Especiais de Importação 1.1 Importação Temporária Nesses casos, a Instrução Normativa (IN) número 1600, de 14 de dezembro de 2015 irá respaldar que essa mercadoria entre e saia do Brasil de forma adequada e seu evento ocorra conforme o planejado. Entretanto, na feira, um investidor gostou muito do carro híbrido e agora fez uma proposta irrecusável a você. Ele vai comprar o carro, mas legalmente você não fez a importação para revenda e sim para exposição. Bem nesse caso é possível você fazer a importação definitiva da mercadoria, desde que previsto em lei. Esse exemplo que foi dado é um caso de importação temporária, segundo o site da Receita Federal, uma importação temporária é um regime aduaneiro que possibilita a entrada de algumas mercadorias no país com uma finalidade específica e com período previamente determinado de permanência em território nacional. Para esses casos os im- postos ficarão suspensos e o importador terá que assinar um termo de compromisso com data prevista de devolução da mercadoria ao país de origem. Basicamente essas exportação são feitas para feiras, exposições, congressos, eventos (de caráter científico, comercial, técnico, cultural ou esportivo) que visem a promoção comercial e/ou para o uso individual em exercício temporário de atividade profissional de não residente (que não more no país). Segundo a IN 1600/14, o processo para a importação temporária, por ser uma importação especial deve seguir basicamente os seguintes passos: a) pode ser solicitado por pessoa física ou jurídica mediante a solicitação; b) o pedido deve ser feito diretamente na unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) pelo importador ou seu re- presentante legal, nesse caso o despachante; c) assinar o Termo de Responsabilidade em que consta multa e penalidades legais se o regime de importação temporária for descum- prida; d) será realizada uma importação de importação simplificada, ou seja, Declaração Simplificada de Importação (DSI) -eletrônica ou em papel; e) caso a mercadoria venha junto com o exportador para a feira ou evento deverá declarar a situação por meio da Declaração de Bagagem Acompanhada/Desacompanhada, a Declaração de Importação (DI) ou outras documentações solicitadas pela Receita Federal; f) o prazo para a concessão ou indeferimento do regime tem prazo estabelecido de até 30 dias, caso toda a documen- tação e exigências estiverem corretas na solicitação; g) por fim, a legislação defende que a fiscalização pode solicitar vistoria da mercadoria, inclusive no evento para a constatação da finalidade da mercadoria. Caso o interesse secundário da mercadoria também seja para venda, o solicitante deve esclarecer nos documentos de importação temporária, alertando que caso a mercado- 31UNIDADE II Operações Especiais de Importação ria seja vendida fará a nacionalização normal do produto; seguindo os procedimento de uma importação para revenda e novo processo administrativo será aberto para a nacionalização da mercadoria. 1.2 Importação “triangular” Também conhecido como importação por conta e ordem, a importação triangular tem respaldo legal e são estabelecidas regras por meio da Instrução Normativa nº 1.861, de 27 de dezembro de 2018. Segundo esta IN, nota-se que: Art. 2º Considera-se operação de importação por conta e ordem de terceiro aquela em que a pessoa jurídica importadora é contratada para promover, em seu nome, o despacho aduaneiro de importação de mercadoria estrangeira, adquirida no exterior por outra pessoa jurídica. § 1º Considera-se adquirente de mercadoria estrangeira importada por sua conta e ordem a pessoa jurí- dica que realiza transação comercial de compra e venda da mercadoria no exterior, em seu nome e com recursos próprios, e contrata o importador por conta e ordem referido no caput para promover o despacho aduaneiro de im- portação. § 2º O objeto principal da relação jurídica de que trata este artigo é a prestação do serviço de promoção do despacho aduaneiro de importação, realizada pelo importador por conta e ordem de terceiro a pedido do adqui- rente de mercadoria importada por sua conta e ordem, em razão de contrato previamente firmado, que poderá compreender, ainda, outros serviços rela- cionados com a operação de importação, como a realização de cotação de preços, a intermediação comercial e o pagamento ao fornecedor estrangeiro. (IN 1.861/18) De acordo com a legislação, uma empresa importadora pode ser contratada para trazer uma mercadoria, em sua totalidade, para outra empresa no Brasil que não é impor- tadora. A negociação é simples: o cliente entra em contato com a empresa importadora e compra uma carga inteira de determinado produto, entretanto esta empresa compradora, por algum motivo, não pode importar diretamente o produto. Então essa empresa estabelece que pagará por toda a importação, inclusive o recolhimento dos impostos, mas o nome do importador será o da empresa que tem o know-how ou capacidade de importação junto ao RADAR (departamento responsável pelo credenciamento de uma empresa importadora). O RADAR define inclusive a quantidade em valor de moeda (USD) que uma empresa pode importar, logo a empresa passa por um momento de análise e a Receita Federal acompanha a capacidade de importação da importadora. Normalmente o Radar inicialmente é Limitado e após determinado tempo passa a ser ilimitado, dependendo da frequência da importação. Para que a importação por conta eordem (triangular) aconteça, a empresa contra- tada como importadora precisa atuar também no seguimento do produto que está sendo embarcado, caso contrário deve solicitar a liberação temporária do tipo de produto a ser embarcado, ou seja, se uma empresa é importadora de papel toalha, não pode importar 32UNIDADE II Operações Especiais de Importação carros para uma concessionária, por isso terá que explicar para a Receita Federal que se trata de uma compra por conta e ordem. Todos os documentos de importação terão em sua declaração que trata-se de uma compra triangular, uma vez que os impostos e demais tratativas devem ser observadas diretamente com o comprador final do produto importado. Para entender melhor, observe: Figura 1 – Fluxo da Operação Triangular Fonte: o autor (2020) Observe que em todo momento os três agentes do processo estão envolvidos e a Receita Federal precisa saber deste processo. O comprador pode enviar o dinheiro ao ex- portador por meio do importador. O mesmo acontece com os impostos e os custos totais da importação que é pago pelo Comprador do produto, mas por intermédio do importador. Na Figura 1 fica claro que o importador, nessa situação, é apenas um facilitador no processo e este recebe pelos seus serviços conforme previsto na da Instrução Normativa nº 1.861 que define “a transação comercial de compra e venda de mercadoria nacionalizada, me- diante contrato previamente firmado entre o importador por encomenda e o encomendante predeterminado”. Note que como a legislação é precisa, ambas as empresas devem estar cadastradas no Sistema de Comércio Exterior conforme RFB nº 1.603, de 15 de dezembro de 2015, que estipulam os limites financeiros de importação. Exportador ImportadorComprador 33UNIDADE II Operações Especiais de Importação 1.3 EX-tarifário O regime de EX-tarifário (ou “exceção tarifária”) é um sistema governamental para a estimulação ou desestimulação de importação de determinados produtos. Basicamente tem objetivo para rever as questões tributárias de determinados insumos ou máquinas importadas. O EX-tarifário não é imutável, por isso o importador que quer se beneficiar de reduções de tributos devem observar sempre as modificações que são feitas pelo governo, por exemplo, pode ocorrer a isenção tributária na área de determinados medicamentos, com o objetivo de suprir o mercado brasileiro com alguma medicação que esteja com falta de demanda, entretanto um tempo depois não existe mais essa redução devido à saturação de mercado. As últimas portarias revisadas pelo governo foram as de número 309, de 24 de junho de 2019, e número 324, de 29 de agosto de 2019. De modo geral, o EX-tarifário consiste na redução por um determinado tempo da alíquota do imposto de importação (II) de bens de capital (BK), de informática e telecomuni- cação (BIT), na Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC) que pode ser encontrado na lista de Nomenclatura (NCM), quando não houver a produção nacional equivalente. No ano de 2019 o Ministério da Economia promoveu a redução a 0% (zero), ao amparo do Ex-Tarifário. Caso o importador não opte pelo EX-tarifário, as importações de BK têm incidência de 14% de Imposto de Importação, e as de BIT 16%. É notório que o regime especial de EX-tarifário ajuda no investimento do país, uma vez que o custo da importação fica melhor com o recolhimento do II reduzido. A promoção desse regime visa: a) investimento em bens de capital (BK); b) investimento em informática e telecomunicação (BIT) - desde que não tenham produção considerável no país; c) ino- vação e tecnologia; d) estimula a empregabilidade e renda sobre diferentes segmentos da economia nacional. Ainda, algumas máquinas, segundo a legislação, podem ser importadas com o benefício do EX-tarifário, uma vez que comprovada que a entrada desse maquinário irá produzir produtos inovadores, inéditos ou mesmo a empregabilidade das pessoas. Para essa comprovação, o importador pode pedir EX-tarifário excepcional, caso não esteja na classificação da mercadoria que aquele produto pode gerar emprego ou inovações de mercado. Para isso o importador precisa passar por um processo rigoroso de análise. Já na nova tratativa, as Portarias do Ministério da Economia nº 309, de 24 de junho de 2019, e nº 324, de 29 de agosto de 2019 estabelecem as regras para a solicitação de análise de EX-tarifário. 34UNIDADE II Operações Especiais de Importação Para conhecimento, o modelo simples disponibilizado para análise deve conter em carta: Assunto: Redução do Imposto de Importação - EX-tarifário Prezados Senhores: A (nome da Empresa ou Entidade), nos termos da Resolução nº 35, de 22 de novembro de 2006, da Câmara de Comércio Exterior, vem solicitar a essa Secretaria de Desenvolvimento da Produção a redução do imposto de importação na forma de EX-tarifário, para o produto sem produção nacional abaixo descrito. I - Da entidade de classe ou empresa: a) Razão Social: b) CNPJ: c) Pessoa de contato (representante): d) Endereço: e) Telefone: f) Fax: g) e-mail: Obs.: As comunicações entre o MDIC e a empresa sobre o processo serão efetuadas apenas por meio dos endereços, telefones e fax listados aqui. É de responsabilidade da empresa mantê-los atualizados. Se a pessoa de contato não for um funcionário da empresa legalmente competente para representá-la, anexar procuração específica para pleitos desta natureza. II - Dos produtos: Obs.: Cada requerimento deve se referir a um único produto, em papel timbrado da empre- sa requerente, não se admitindo pedido por meio de fax, telegrama ou semelhantes. No caso de a entidade de classe ou a empresa pretender mais de um produto, deve solicitar em requerimentos separados. a) Código da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM): (que entende ser classificado o produto.) b) Sugestão de descrição para o produto: (utilizando o padrão da NCM, sem incluir marca comercial, modelo ou tipo de equipamento ou procedência do mesmo.) c) Especificações técnicas detalhadas, descrição do funcionamento e informações adicionais: (tudo aquilo que se julgar necessário para a análise do pleito, acompanhado de catálogos técnicos originais e/ou literatura técnica pertinente.) c.1) Os documentos que instruírem o pleito de redução tarifária, não escritos no idioma português, deverão estar acompanhados de tradução. c.2) Quando o bem se apresentar em um único corpo e possuir mais de uma função, detalhar a função principal e as demais funções; c.3) Quando o bem se apresentar em vários corpos, especificar a função do conjunto, bem assim a função de cada corpo e como tais corpos estão integrados, observado o disposto no subitem anterior. III - Da previsão de importação: a) Previsão do valor FOB unitário do produto em US$: b) Quantidade de produtos a serem importados: c) Data prevista de embarque do produto a ser importado: d) Previsão de chegada em portos brasileiros: IV - Dos investimentos: a) Objetivos específicos do projeto: (especialmente os vinculados ao aumento das exporta- ções, à substituição de importações, ao aumento da oferta de produtos ao mercado interno, aos ganhos de competitividade, aos avanços tecnológicos e à melhoria da infraestrutura e dos serviços. Sempre que possível quantificar os objetivos mencionados neste item) b) Investimentos totais em bens importados, em dólares dos Estados Unidos (US$) e em reais 35UNIDADE II Operações Especiais de Importação (R$): (= FOB x Quantidade de produtos a serem importados) c) Investimentos em obras, instalações e bens nacionais, em reais (R$) d) Investimentos globais vinculados ao pleito, em dólares dos Estados Unidos (US$) e em reais (R$): ANEXOS: (citar a relação de documentos que acompanham o processo) Atenciosamente, Pessoa Responsável / Cargo O prazo para a análise do pedido varia de acordo com a complexidade das caracte- rísticas do produto. Ainda, uma vez conseguidoo EX-tarifário para determinada importação, o prazo da liberação é por aproximadamente dois anos de validade, logo, se precisar im- portar novamente o produto deverá ser observado a vigência da liberação, que consta em órgão oficial do governo. O EX-tarifário é um regime que tem característica de planejamento, pois a importa- ção de produtos dessa modalidade devem começar bem antes de sua comercialização ou utilização para geração de empregos. Desse modo, o governo prevê alguns maquinários e produtos com EX-tarifário no momento em que o importador vai fazer a classificação da mercadoria e pode ser observado em Tratamento Administrativo. Os demais casos não previstos na classificação devem ser pleiteados junto aos órgãos competentes. 1.4 Acordos Comerciais A Confederação Nacional da Indústria (CNI) desde 1990 atua para que o Brasil tenha planejamento estratégico na comercialização e a redução de barreiras, em sua maio- ria a redução tarifária, entre países com relacionamento comercial. Além das reduções tarifária, os acordos estabelecem regras e disciplinas, condições iguais de competição em mercados estratégicos, maior participação do Brasil nas cadeias de produção internacional, e, maior acesso ao conhecimento de novas tecnologias. Tem como objetivos também as reformas domésticas, maior produtividade em es- cala e redução do custo de produção, e finalmente a competitividade. Os acordos servem para a não discriminação de produtos oriundos do Brasil. Os acordos comerciais recente- mente analisados pela CNI são: 36UNIDADE II Operações Especiais de Importação Tabela 1 – Principais acordos com o Brasil (em andamento) ENVOLVIDOS OBJETIVO União Europeia Defender a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Euro- peia com a inclusão dos pleitos de maior impacto para a indústria, sobretudo em acesso a mercados e regras de origem. México Defender a conclusão de um acordo de livre comércio ou de um acordo parcial – o mais amplo possível na cobertura de bens – que inclua regras de origem satisfatórias para a indústria e capítulos so- bre barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias, compras governamentais, facilitação de comércio e serviços. Mercosul Defender a importância do Mercosul para a indústria; apresentar e defender propostas para influenciar e estimular o avanço da agenda econômica e comercial do bloco, em particular para a ampliação do livre comércio intrabloco e negociação de acordos em serviços e fa- cilitação de comércio; e defender o aperfeiçoamento da governança técnica e administrativa do Mercosul. Aliança do Pacífico Apresentar e defender propostas para o aprofundamento da inte- gração entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico, prioritariamente em acumulação de origem e facilitação de comércio; e defender o aprofundamento dos acordos bilaterais com o México e a Colômbia. Estados Unidos e Japão Defender o lançamento de negociações para acordos de livre co- mércio com os Estados Unidos e o Japão com base nos roadmaps apresentados pelo setor privado brasileiro e pelas suas contrapartes americana e japonesa. Tarifa Externa Co- mum do Mercosul Elaborar posicionamento para a defesa da abertura comercial do Brasil via acordos comerciais e, em paralelo, avaliar as opções para a racionalização da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul e suas exceções, com o intuito de aumentar a competitividade industrial. OCDE Elaborar e apresentar propostas que contribuam para a acessão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Eco- nômico (OCDE), sobretudo nos temas de comércio, investimentos e tributação internacional; e defender, junto às congêneres da Con- federação Nacional da Indústria (CNI) no exterior, o apoio dos seus respectivos governos para o processo de acessão do Brasil. Fonte: o autor (2020) Embora os supracitados estejam em andamento, sempre antes da importação é importante consultar a vigência dos mesmos, uma vez que os acordos tem características de serem por um determinado e tempo e posteriormente renovados, conforme o caso. Os acordos mais comuns firmados pelo Brasil são Mercado Comum do Sul - MER- COSUL, Associação Latino-Americana de Integração - ALADI, NAFTA - Acordo de Livre 37UNIDADE II Operações Especiais de Importação Comércio da América do Norte, OPEP - Organização dos Países Produtores de Petróleo, Sistema Geral de Preferências - SGP, SGPC - Sistema Global de Preferências Comerciais. Já os acordos comerciais e negociações internacionais são os estabelecidos com a Organi- zação Mundial do Comércio - OMC, União Europeia - EU, UNCTAD, Área de Livre Comércio das Américas - ALCA, Ministério da Economia e o Grupo dos 77. Todos os acordos estão disponíveis nos canais eletrônicos e também em legislações específicas. Já os acordos com preferência tarifárias, destacamos os de Regimes de Origem, Certificado de Origem, Certificado de Origem Digital (COD), ABC das Regras de Origem e Pesquisa de Mercado. Caso queira consultar o que prevê cada um deles é importante que leia os acordos na íntegra. Os acordos firmados exclusivamente com países são: Acordo de Sementes entre países da ALADI (AG-02), Acordo de Bens Culturais entre países da ALADI (AR-07), Brasil - Uruguai (ACE-02), Brasil - Argentina (ACE-14), Mercosul (ACE-18), Mercosul - Chile (ACE- 35), Mercosul - Bolívia (ACE-36), Brasil - México (ACE-53), Mercosul - México (ACE-54), Automotivo Mercosul - México (ACE-55), Mercosul - Peru (ACE-58), Mercosul - Colômbia, Equador e Venezuela (ACE-59), Brasil/Guiana/São Cristóvão e Névis(AAP.A25TM 38), Brasil - Suriname (ACE-41), Brasil - Venezuela (ACE-69), Mercosul - Colômbia (ACE-72), Mercosul - Cuba (ACE-62), Mercosul/ Índia, Mercosul/ Israel, Mercosul/ SACU, Mercosul/ Egito, Mercosul/Palestina - AINDA SEM VIGÊNCIA, Acordo de Ampliação Econômico-Co- mercial Brasil – Peru (AINDA SEM VIGÊNCIA) e Brasil - Paraguai (ACE-74). Todos os acordos comerciais estão respaldados por regras de ambas as partes, por isso, não cabe aqui a análise de cada um deles, mas é importante esclarecer que em caso de importação os acordos internacionais devem ser consultados para a facilitação das negociações e possíveis benefícios tributários. 38UNIDADE II Operações Especiais de Importação 2 DESPACHO ADUANEIRO E DESEMBARAÇO ADUANEIRO Para Tripoli e Prates (2016), a organização do processo de importação vai além da atividade entre importador e exportador, dessa forma podemos garantir que os órgãos governamentais, por sua complexidade, estabelecem alguns critérios para a verificação da mercadoria e também estabelecem os respondentes em cada fase do processo. O despacho aduaneiro fica a cargo do despachante aduaneiro, pessoa responsável pela tratativa com a Receita Federal e a entrega de todo documento solicitado. Normalmen- te, é o representante legal da empresa junto a aduna. Esse profissional passa por provas específicas e somente após comprovado o período de experiência na profissão é que pode atuar como despachante. Primeiro deve começar como ajudante de despachante, por uma média de 5 anos, após, realiza uma prova nacional de despachante e daí começa a atuar como despachante aduaneiro. É dele a função de acompanhar o desembaraço aduaneiro que é feito exclusiva- mente pela Receita Federal e órgãos envolvidos na importação do produto específico. Em suma, o despacho aduaneiro é a reunião de informações sobre a importação e a declaração de todas as informações em um sistema denominado Siscomex (Sistema de Comércio Exterior). Somente o despachante e a Receita Federal tem acesso às informações cons- tantes no despacho aduaneiro. O Despacho Aduaneiro trata-se do procedimento de fiscalização que toda merca- doria deve passar, seja na importação ou exportação, no caso da importação é o momento 39UNIDADE II Operações Especiais de Importação em que se solicita a autorização da nacionalizaçãoda mercadoria. Tem o objetivo de uma verificação precisa de todos os dados que foram fornecidos previamente pelo importador em relação a mercadoria importada, pois com base nessas informações que são cobrados os tributos e taxas de importação. O regulamento aduaneiro, estudado na unidade anterior, estabelece os tipos de documentos e prazos necessários para o despacho da mercadoria e consequentemente culmina no desembaraço da mercadoria, feito pela fiscalização. Para que o despacho aduaneiro siga um fluxo de tempo razoável é importante seguir alguns passos como: 01. Conclusão da Transação Comercial, envio da FATURA PROFORMA ou PROFORMA INVOICE; 02. Classificação da Mercadoria (NCM) e descri- ção de acordo com a NCM definida; 03. Verificar se a NCM tem L.I., e se o deferimento é antes ou após o embarque; 04. Confirmar com o importador se o Credenciamento no RADAR, procuração e Tela RADAR estão ok; 05. Verificar a modalidade de transporte e fazer a cotação de frete; 06. Solicitar o seguro internacional provisório; 07. Enviar instrução de embarque para o exportador com dados do agente, NCM’s e demais dados a serem mencionados nos conhecimentos; 08. Enviar dados do exportador para o agente de carga do Brasil enviar para o agente na origem; 09. Solicitar ao exportador a cópia da Invoice e Packing para conferência do DRAFT do B/L; 10. Acompanhar o embarque e conferir DRAFT do B/L; 11. Fazer Follow up da posição dos processos para o cliente; Seguindo temos os passos: 12. Conferência Documental - solicitar ao exportador para enviar a cópia dos documentos originais e assinados por e-mail, antes do envio dos originais para o Brasil; 13. Solicitação dos documentos originais de importação para desem- baraço; 14. Acompanhar com o agente de carga e SISCARGA a chegada da mercadoria no Brasil; 15. Verificar o local onde será o desembaraço aduaneiro; 16. Verificar se os documentos originais chegaram; 17. Solicitar o Seguro Internacional definitivo; 18. Cotar o frete do transporte Rodoviário; 19. Fazer a Solicitação de Numerários; 20. Confirmar a atracação porto/Aeroporto; 21. Verificar se houve AVARIAS para comunicar a seguradora/ cliente; 22. Pagar taxas e providenciar a liberação do BL/AWB; 23. Providenciar a DTA (caso seja remoção para EADI) e ADTA no MAPA para container ou mercadorias que te- nham deferimento da L.I. pelo MAPA, ANVISA e outros; 24. Providenciar o deferimento da L.I. (se houver); 25. Registrar a D.I. e verificar parametrização; 26. Acompanhamento de desembaraço junto a Receita Federal; 27. Mercadoria desembaraçada, informar ao cliente; 28. Providenciar o carregamento; 29. Acompanhar até a entrega no cliente; 30. Separar 40UNIDADE II Operações Especiais de Importação processo no operacional e enviar para o financeiro; 31. Prestação de contas da Operação; 32. Fim do processo. Com esses procedimentos provavelmente a mercadoria seguirá o fluxo corretamen- te de importação. Para Melhor entendimento do fluxo e tempo do processo de despacho, observe o esquema: Figura 2 – Fluxo da importação Fonte: http://www.techimpex.com.br/tech_servicos/conteudo/fluxogramas/importacao_maritima_amarelo- -vermelho.htm (2020) O desembaraço da mercadoria acontece logo após o registro da Declaração de Im- portação (DI). No primeiro momento, o desembaraço envolve a verificação dos documentos que acompanham a mercadoria, com a finalidade de verificação legal dos procedimentos documentais, ou seja, se tem a Invoice (nota fiscal de compra), o Packing List (romaneio) e certificações, se for o caso. O desembaraço aduaneiro pode envolver dois procedimentos: 1) a verificação documental; e, a verificação da carga (física). Os documentos necessários para o desem- baraço e também a verificação física da carga estão estabelecidos no Decreto 4.543/2002. 41UNIDADE II Operações Especiais de Importação Assim que a mercadoria chega no Brasil, a carga é colocada em uma fila de espera, é neste momento que a aduana verifica junto aos portos e aeroportos a “presença de carga”, ou seja, se o peso e dimensões fornecidas na documentação está correta. O sistema Siscomex é usado para completar o Registo da Mercadoria. Após o Registro da mercadoria o próprio sistema emite um documento denominado Declaração de Importação (DI). Após este registro a carga é parametrizada, para isso, usa-se um sistema de código para saber se está tudo correto com a mercadoria a ser nacionalizada. É no momento do registro da DI que são recolhidos automaticamente os impostos previstos em lei. Na parametrização da mercadoria a carga pode ser classificada como: canal Verde (não há análise); canal amarelo (conferência documental), vermelho (conferência documen- tal e física), e canal cinza (todas as conferências anterior e também a consulta legal dos produtos e também possível auditoria da carga ou na empresa). Nesse último normalmente acontece em caso de suspeita de sonegação ou irregularidades na arrecadação do imposto. Em resumo temos: 1º os bens chegam à alfândega nos portos ou aeroportos; 2º verificação e registro da mercadoria; 3 º após desembaraço da DI e desembaraçada a mercadoria é liberada com o Certificado de Importação (CI) e a mercadoria pode ir para a empresa. Em consonância com o decreto 6.759/06 visto na unidade anterior, a Instrução Normativa (IN) 680/06 os tipos de despacho aduaneiro como sendo: Art. 2º - I) despacho para consumo/revenda; a) ingressada no País com o benefício de drawback (aquele que é industrializado e devolvido); b) destinada à ZFM (Zona Franca de Manaus), à Amazônia Ocidental ou a ALC; c) contida em remessa postal internacional ou expressa ou, ainda, con- duzida por viajante, se aplicado o regime de importação comum; e d) admitida em regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais, na forma do disposto no inciso II, que venha a ser submetida ao regime comum de importação; e III - despacho para admissão em regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais, de mercadoria que ingresse no País nessa condição. 42UNIDADE II Operações Especiais de Importação 3 PECULIARIDADES DAS OPERAÇÕES DE IMPORTAÇÃO Durante o processo de desembaraço da mercadoria há algumas peculiaridades a serem observadas na INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF Nº 680, DE 02 DE OUTUBRO DE 2006. Dentre elas destacam-se: Verificação de Mercadoria pelo Importador, Declaração de Importação, Registro Antecipado da DI, Documentos de Instrução da DI, Exame Documen- tal, Agendamento da Verificação da Mercadoria, Formalização de Exigências E Retificação da DI, Desembaraço Aduaneiro, e Comprovante de Importação. A seguir, algumas especi- ficações considerando a IN 680/06 (recorte nosso): 3.1 Verificação de Mercadoria pelo Importador No Art. 10, o importador poderá requerer, previamente ao registro da DI, a verifi- cação das mercadorias efetivamente recebidas do exterior, para dirimir dúvidas quanto ao tratamento tributário ou aduaneiro, inclusive no que se refere à sua perfeita identificação com vistas à classificação fiscal e à descrição detalhada. Isso ocorre nos casos de descon- fiança se o exportador realmente enviou a mercadoria com os critérios estabelecidos. 3.2 Declaração de Importação Art. 4º, a Declaração de Importação (DI) será formulada pelo importador no Sis- comex e consistirá na prestação das informações constantes do Anexo Único, de acordo com o tipo de declaração e a modalidade de despacho aduaneiro. § 1º Não será admitido agrupar, numa mesma declaração, mercadoria que proceda diretamente do exterior e 43UNIDADE II Operações Especiais de Importação mercadoria que se encontre no País submetida a regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais. § 2º Será admitida a formulação de uma única declaração para o des- pacho de mercadorias que, procedendo diretamente do exterior, tenha uma
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