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O papel do Estado na economia

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O papel do Estado na economia
O Estado tem a finalidade maior de representar a ordem de uma sociedade. Dele estabelecem-se as leis que indicam como a sociedade deve ser organizada, o que nos leva à idéia do progresso da sociedade. Por sua vez, em se tratando de progresso devemos considerar o que e como a sociedade, da sua organização, gera como produto da economia, criando-se renda e riqueza.
Diante disso temos que o Estado tem muita interferência na economia, uma vez que ele tem o papel de apontar como a sociedade deve estar organizada para interagir no mercado que produz e comercializa os bens e serviços.
Consideremos como ponto de partida as pessoas físicas, as quais para fazerem operações financeiras apresentam-se através do número que têm no Cadastro de Pessoa Física, o CPF. E as pessoas jurídicas apresentam-se através do número que têm no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, o CNPJ. Estando as pessoas físicas e jurídicas regularmente cadastradas, elas podem operar no sistema financeiro sendo identificadas pelos números de CPF e CNPJ mediante o que a lei e as autoridades monetárias prevêem.
Por sua vez, como foi visto na aula 12, as transações financeiras entre pessoas físicas e jurídicas nos bancos são registradas e informadas ao Banco Central. Da mesma forma, o governo tem como ser informado, através das notas fiscais, recibos e holerites sobre todas as compras e vendas efetuadas na economia, as quais correspondem ao pagamento de impostos. Sendo os impostos a maior fonte de receita do governo na atualidade, daí se justifica a importância do papel do Estado na economia, o qual deve suprir a sociedade com os bens públicos (empresas estatais também são fonte de receita do governo, mas nas últimas décadas têm sido menos incidentes no Brasil por conta da política de privatizações a partir dos anos 1990).
O conceito de bem público é atribuído ao produto cujo uso ou consumo é não rival e não excludente, ou seja, o consumo por qualquer indivíduo ou firma não reduz a quantidade disponível para os outros indivíduos, e não é possível excluir agentes que desejam consumir o bem. A provisão de um bem público para uma pessoa faz com que seja possível provê-lo para todas as demais pessoas da sociedade sem custo adicional. O exemplo mais comum de bem público é a defesa nacional. A defesa nacional é usada concomitantemente por muitos indivíduos, ao passo que um bem privado é geralmente utilizado ou consumido com exclusividade.
Exemplos de bens públicos são os bens de uso comum da sociedade como segurança, pavimentação de ruas e estradas, iluminação das ruas, praças e parques nas cidades, serviços de educação e atendimento médico prestados pelo sistema público.
Como o Estado interfere na economia
A política econômica é composta pela política monetária (tratada na aula 12 quando nos referíamos à influência do sistema bancário na economia) e pela política fiscal. Eis o momento de tratarmos a política fiscal como o meio de influência do Estado na economia.
É o governo eleito para representar o Estado que apresenta a proposta da política fiscal, onde está contida a projeção do orçamento do governo. Assim, se o governo pretende impostos elevados, os empresários irão investir menos e a população irá consumir menos. Isso representa no lado da produção um desaquecimento da economia, uma vez que haverá menor produção e menor consumo.
Podemos ilustrar a interferência do Estado na economia através da contribuição que John Maynard Keynes deu à teoria macroeconômica. Sua idéia partiu da observação de que os gastos determinam à produção ou o PIB cujo tamanho, no curto prazo, é determinado basicmente por esta demanda.
Para acompanharmos o desenvolvimento do modelo de Keynes partimos do pressuposto de que no curto prazo, a demanda determina a produção:
produção = demanda Ou então, produção = demanda = C + I, onde:
C = Consumo I = Investimento
Estas identidades nos apontam que toda a produção equivale à demanda. Se o que se demanda é o que se tem de renda, esta última pode ser usada de duas formas: ou consumindo-se bens e serviços ou investindo-se.
Seguindo o modelo, podemos observar de que os gastos com bens de consumo dependem do nível de renda na economia. Assim, quando os consumidores têm mais renda, eles querem comprar mais bens e serviços. A relação entre gastos de consumo e renda é conhecida como função consumo:
C = Ca + by, onde:
Ca = consumo autônomo, constante independente da renda, ou seja, muito dos gastos de consumo não depende do nível de renda. A exemplo, independente do nível de renda os indivíduos consomem itens básicos como alimentos, medicamentos, que são denominados gastos em consumo autônomo.
by = parte do consumo que depende da renda.
Sendo by a parte do consumo que depende do tamanho da renda dos indivíduos, b é a propensão marginal a consumir (PMC) e y é o nível de renda na economia. A propensão marginal a consumir (ou b na fórmula) nos diz quanto os gastos em consumo aumentarão para cada aumento na renda de uma unidade monetária. Por exemplo, se b = 0,6, então a cada R$ 1,00 que a renda aumenta, o consumo aumenta em R$ 0,60.
Neste modelo econômico a produção ou PIB real também é igual à renda destinada aos indivíduos. À medida que as empresas produzem a renda gerada segue para os indivíduos como salários, juros, lucros e aluguéis. Então podemos usar o símbolo y para representar tanto a produção como a renda gerada no país em determinado período de tempo.
Se dizíamos anteriormente que a demanda é igual ao consumo mais investimento e se temos que a propensão marginal a consumir (a inclinação da reta) é um número sempre entre 0 e 1, o consumidor que recebe R$ 1,00 gastará parte dele e economizará o restante. A fração que o consumidor gasta é a sua PMC. E a fração que o consumidor economiza é determinada pela propensão marginal a poupar (PMP). A soma da propensão marginal a consumir e a propensão marginal a poupar é sempre igual a 1. Por exemplo, se a PMC for 0,8, então a PMP deverá ser 0,2. Quando o indivíduo recebe R$ 1,00 ele gasta R$ 0,80 e poupa os R$ 0,20 restantes.
Função consumo: a função consumo relaciona o gasto desejado de consumo ao nível de renda.
As mudanças na função consumo ocorrem por inúmeros fatores. Mas podem ser por uma variação no consumo autônomo, através da variação de Ca na função consumo, ou por uma variação na PMC, fazendo variar b, a inclinação da reta. Verifiquemos abaixo os movimentos da função consumo:
E para determinarmos o PIB de equilíbrio entre a produção e a demanda?
Supondo pela identidade que o PIB é igual à demanda, através da ilustração gráfica abaixo traçamos a função consumo C, traçamos também a reta C + I, que representa o gasto total da economia no período. Essa reta é positivamente inclinada porque os gastos em consumo aumentam com a renda. A qualquer nível de renda agora conhecemos o nível de gasto total, C + I. A reta a 45o indica que toda distância do eixo x ou do eixo y até a esta diagonal tem a mesma distância, a qual representa que a demanda é igual ao produto. A produção de equilíbrio é y* e é identificada quando a reta de gasto C + I cruza a reta diagonal com 45o. Nesse ponto o gasto total é igual ao produto.
A produção de equilíbrio desta economia é:
Produção de equilíbrio = (consumo autônomo + investimento)/(1-PMC),
ou em termos matemáticos temos,
y* = (Ca + I)/(1-b)
E para fim de ilustração, vamos seguir o exemplo em que obtemos o produto de equilíbrio da economia que tem: Ca = 100 b = 0,6 I = 40
Substituindo na função consumo:
C = 100 + 0,6 y 
E substituindo na fórmula para a produção de equilíbrio, y* = (100 + 40)/(1 – 0,6) = 140/0,4 = 350
E por fim vamos tratar sobre poupança e investimento. Para entendermos a relação entre poupança e investimento consideremos o produto y, que é igual ao valor da renda. Os indivíduos recebem esta renda e a consomem (C), poupam-na (S), ou ambos. Percebendo isso, podemos dizer que a poupança é igual à produção menos o consumo, ou
S = y – C
Em nossa economia a produçãoé determinada pela demanda, C + I:
y = C + I
Substituindo o consumo em ambos os lados desta equação, temos:
y – C = I,
o que significa S = I
Assim, a produção de equilíbrio é determinada ao nível de renda em que a poupança é igual ao investimento.
Voltando ao exemplo acima, temos a função consumo C = 100 + 0,6y. sendo S = y – C, a poupança é:
S = y – (100 + 0,6y)
S = -100 + 0,4y
Temos assim a função poupança, a qual descreve a relação entre poupança e renda. Tínhamos os valores de I = 40 e a renda de equilíbrio de 350. Substituindo na função acima, temos:
S = -100 + 0,4(350)
S = -100 + 140
S = 40
Identificamos então que a poupança é igual ao investimento na produção de equilíbrio.
No apêndice ao capítulo 14 do livro de O’Sullivan citado nas referências bibliográficas desta aula temos a demonstração de como se deriva o multiplicador do investimento relacionado à PMC, que origina a seguinte fórmula:
Multiplicador = 1/(1 – PMC)
Esta fórmula ilustra que o multiplicador aumenta quando a PMC aumenta.
Mas afinal, e a interferência do governo na economia?
Ah, estamos no caminho do desenvolvimento do modelo macroeconômico que irá concluir que a incidência dos impostos afeta o consumo.
Nos debates de política econômica ouvimos frequentemente recomendações para aumentar os gastos públicos a fim de aumentar o PIB ou para reduzir os impostos visando aumentar o PIB. Ambos gastos públicos e tributação influenciam a demanda de bens e serviços afetando o PIB de curto prazo. O uso de impostos e de gastos para influenciar o PIB de curto prazo é conhecido como política fiscal keynesiana.
Agora que consideramos o governo como outro agente da economia, usamos G como o gasto do governo na comrpa de bens e serviços. Temos assim:
Total de gastos incluindo os do governo = C + I + G
Da mesma forma que identificamos deslocamentos da curva de consumo acima, podemos observar que aumentos nas compras do governo, G, deslocam a reta C + I + G para cima, assim como aumentos do investimento I ou no consumo autônomo Ca o fazem.
Os gráficos abaixo ilustram que, pela identidade tratada acima, tudo o que se produz se demanda. Então, a reta a 45o. indica a distância no eixo da quantidade produzida em equivalência à quantidade demandada:
Outras considerações a serem feitas referem-se à função de consumo com impostos que fica:
C = Ca + b (y – T)
Se os impostos aumentam em R$ 1,00, a renda após o imposto diminui em R$ 1,00. Sendo b da fórmula a PMC, o consumo cairá em b x R$ 1,00, e que a reta C + I + G se deslocará para baixo em b x R$ 1,00. Por exemplo, se b = 0,6, um aumento de R$ 1,00 nos impostos implica que os consumidores terão R$ 1,00 a menos de renda e portanto diminuirão os gastos de consumo em R$ 0,60.
A reta da demanda não se desloca na mesma proporção que os impostos, como acontecem com os gastos do governo. Então a fórmula para o multiplicador de impostos é um pouco diferente:
Multiplicador de impostos = -b/(1-b)
A demonstração da obtenção da fórmula também se encontra no apêndice do capítulo 14 de O’Sullivan.
As ações do governo tomadas no sentido de mudar a política econômica no âmbito da política fiscal são denominadas política expansionista quando aumentam a demanda total e o PIB, e a política restritiva diminuem a demanda total e o PIB. Como? Já sabemos que é pela diminuição dos impostos e pelo aumento dos gastos do governo quando se trata de política fiscal expansionista. E pelo aumento dos impostos e pela diminuição dos gastos do governo quando se trata de política fiscal restritiva.
Funções do Estado na economia
Como já pudemos identificar dentre as políticas monetária e fiscal, são várias as influências do governo no curso das atividades econômicas. Além da política monetária e da atividade estritamente orçamentária de arrecadação de tributos e dos gastos públicos, o governo também influencia através da administração de empresas estatais, da regulamentação de empresas privadas (pudemos identificar na aula 7 a regulamentação da concorrência de mercado estabelecida pelo CADE), política de controle de preços, preços mínimos, subsídios, etc.
As atividades do governo que influenciam a atividade econômica, a fim de atingir as finalidades de concorrência leal entre as empresas e o bem-estar da sociedade, são divididas em três funções. São elas:
1. função alocativa: provisão de bens públicos, ou processo pelo qual o uso de recursos totais da economia é dividido entre bens públicos e privados, e pelo qual a composição dos bens públicos é escolhida. No Brasil pudemos observar a partir dos anos 1990 a promoção do sistema misto de oferta dos serviços como educação e saúde, quando o papel do setor privado configurado na forma de mercado passou a ser maior para o acesso da população a estes serviços.
2. função redistributiva: refere-se ao ajustamento da distribuição da renda pessoal, para assegurar conformidade com o que a sociedade considera uma situação “justa” de distribuição. Ao considerarmos os impostos diante desta função do Estado temos no Brasil a sua progressividade. Ao efetuar o imposto de renda pessoa física o indivíduo depara-se com as alíquotas correspondentes ao tamanho da sua receita, ou seja, quanto mais o indivíduo ganha, mais paga impostos. Esta é a maneira pela qual o Estado assegura a possibilidade de gastos em consumo à população menos favorecida.
3. função estabilizadora: relaciona-se ao uso da política orçamentária com o objetivo de manter o pleno emprego, um grau razoável de estabilidade no nível de preços e da balança de pagamentos, e uma taxa adequada de crescimento econômico. Isto é, adontam-se políticas com o objetivo de estabilizar oscilações de preços, emprego, câmbio, etc.
Diante desta descrição das funções do Estado temos como observar a grande importância que ele tem para uma economia e uma sociedade, principalmente se tratando de um país em desenvolvimento como o nosso, onde há um grande caminho a se percorrer para atingirmos um mercado concorrencial cujo funcionamento traga grandes resultados para a economia, e também para atingirmos condições mais justas e igualdade para a sociedade. Neste sentido é importante sabermos se a atuação dos governantes de fato segue a direção do crescimento e do desenvolvimento econômico.
Déficit orçamentário e dívida pública
O déficit orçamentário ocorre quando o governo aumenta seus gastos ou reduz os impostos para estimular o crescimento do PIB. Temos então que o déficit orçamentário é a diferença entre os impostos arrecadados e os gastos do governo. Suponhamos que o orçamento esteja equilibrado inicialmente, ou seja, os gastos do governo são iguais aos impostos arrecadados. Se o governo aumentar seus gastos acima da arrecadação de impostos o governo ficaria com um déficit orçamentário. Este é o chamado déficit primário. Ele difere do déficit operacional porque o segundo inclui as despesas com juros das dívidas interna e externa do setor público.
E a dívida pública? Para pagar pelos gastos adicionais o governo teria que tomar dinheiro emprestado vendendo títulos da dívida ao público. Os modelos keynesianos tradicionais supõem que esse empréstimo não tem efeitos significativos sobre a economia. Mas, sabemos da própria economia brasileira que a emissão de títulos implica no curto prazo a diminuição de moeda em circulação, moeda esta que o público usa para comprar os títulos da dívida pública. Então, no longo prazo, ao se pagar os juros dos títulos temos o aumento da base monetária, o que reflete em inflação na economia, tema este que será tratado na aula 14 com maior profundidade.
PARTICIPAÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA BRASILEIRA
Dentro destas perspectivas o Estado é visto sob duas óticas distintas : a dos liberais e dos que pregam a intervenção, de forma acentuada, do Estado na economia. Para os primeiros é o princípio do mercado livre e auto-regulador que dá o norte a seguir. Assim as funções do Estado devem ser tais que não interfiram na livre alocação dos recursos que, sejam eles Capital ou trabalho, na ausênciade quaisquer barreiras seriam eficientes. Deste modo o Estado para corresponder ao ideal liberal “...não deve apenas proteger a propriedade privada, mas deve, também, ser constituído de tal forma que o curso suave e pacífico de seu desenvolvimento nunca seja interrompido por guerras civis, revoluções ou insurreições...” ( MISES, 1987, p.40 ).
Pode-se notar que os estado liberal se conforma com a manutenção do status quo, mesmo que tal posicionamento implique em uma condição social precedente, onde pode haver uma desigualdade substancial entre os membros do corpo social. Reduzi-la não seria atribuição do Governo. À esta visão se compatibilizaria um sistema tributário que sofresse forte influência do princípio do benefício, onde existiriam poucos impostos e, em contrapartida, o financiamento dos serviços públicos seria feito por via de taxas, onde quem realmente usasse os serviços os financiariam e não a sociedade como um todo.
Seguindo-se a perspectiva liberal torna-se evidente que o principio da livre atuação das empresas no mercado seria a forma mais racional de se conduzir uma sociedade ao desenvolvimento. Deste modo a atuação do Estado na economia seria subsidiaria à atuação privada dos indivíduos que, na busca por ganhos , lucros e congêneres levaria a sociedade a um devir constante. Entretanto como e ínsito à própria natureza das mudanças sócio-econômicas há avanços e retrocessos. Em contrapartida o Estado deveria intervir somente para, no dizer liberal, refrear as paixões humanas e, desta maneira, garantir a manutenção da propriedade privada. Isto posto a teoria liberal conduz a um individualismo e a uma luta constante por lucros e, desta forma
“... o esforço para melhorar a sua própria condição, quando se permite exercê-la com liberdade e segurança é, a princípio, tão poderoso que ele, sozinho, e sem nenhum auxílio, não somente é capaz de conduzir a sociedade a riqueza e a prosperidade, mas de superar uma centena de obstáculos inoportunos, colocados muito freqüentemente pela loucura das leis humanas para dificultar as suas ações...” ( SMITH apud CARNOY, 1999, p. 37 ).
Assim para SMITH a intervenção humana através do Estado deveria se periférica em relação à dinâmica social, onde as empresas atuariam livremente no mercado. Isto se deve ao fato de SMITH ver no egoísmo natural dos indivíduos a mola propulsora da sociedade. Em decorrência disto seria necessário que deixasse o mercado sob a atuação da mão-invisível que, por sua vez, acabaria por alocar de forma satisfatória os fatores de produção, conduzindo a um a maior ganho para um maior número de pessoas.
Seguindo este posicionamento alguns liberais tenderam a ver as disparidades econômicas entre as nações como sendo decorrentes das características naturais do comportamento dos indivíduos na coletividade. Como o egoísmo mais desejo individual de ganho levariam a uma maior prosperidade para todos, alguns liberais tenderam a propugnar que a pobreza e a riqueza das estavam vinculadas ao caráter coletivista do país, assim, nas palavras de Smiles, “...o progresso nacional é a soma da diligência e da integridade individual, assim como a decadência nacional é a soma do egoísmo e da imoralidade individual...” ( Smiles apud Bellamy, 1994 ). Tal perspectiva liberal se torna bastante vulnerável, visto que atribuir às diferenças nacionais um determinismo moral é, pelo menos ignorar as condições históricas que determinaram a evolução do capitalismo. Este, por sua vez tende à acumulação de capital por determinados indivíduos em detrimento de outros, o que também ocorre a nível supranacional. Aliás a desigualdade inerente ao capitalismo advém da apropriação da mais valia por parte dos capitalistas tal como consignado por Marx.
Conseqüência de tal teoria seria um Estado barato que deveria se sustentar com uma quantidade mínima de recursos para que não onere de maneira substancial o setor privado. Também decorre daí que a atuação do Estado como empreendedor se tornaria prejudicial à concorrência sob a égide a da mão invisível de Smith. Destarte um estado para corresponder ao ideal liberal deveria ser barato e deixar que o mercado livre cuide da distribuição da riqueza.
Apesar das críticas o Estado vem desempenhando um papel cada vez maior na economia, o que, por sua vez faz com que ele exija cada vez mais recursos para sustentar os seus gastos. Entretanto em vários períodos foi o Estado que garantiu, através de seus gastos, o desenvolvimento econômico, e do próprio capitalismo, alocando recursos em atividades que não eram vistas como lucrativas pelo setor privado, mas que eram de suma importância para o desenvolvimento da economia de mercado. Demonstra-se desta maneira que, em determinados períodos, inobstante as críticas liberais, a participação do Estado como agente econômico é essencial.
À visão liberal do Estado mínimo se impõe a perspectiva de um Estado voltado ao bem estar social, ou seja, a um Estado que permita o fornecimento de bens e serviços, mesmo que de forma gratuita. Isto posto todos teriam, em tese, acesso aos bens e serviços públicos considerados essenciais. Seguindo esta orientação foi concebido o Estado-Providência que se difundiu de maneira acentuada no período do pós-guerra. Tal forma de Estado tem como escopo de o bem-estar social e, por isto, busca garantir à classe proletária algumas conquistas sociais. Desta maneira o Estado de bem-estar social “...designa o financiamento público das despesas consagradas ao ensino, aos serviços de saúde, às pensões, às indenizações de desemprego...” (BRUNHOFF, 1991, P.61 ), em suma a uma ampla proteção social.
Se averigua que o Estado-Providência impõe uma maior intervenção na economia com o intuito de garantir o fornecimento de bens e serviços públicos. Entre estes estão a segurança nacional, a educação, saúde, policiamento, regulação econômica, distribuição da renda, justiça e assistência aos desempregados. Desta maneira as formas de gerir o Governo moldam o Estado. Este sendo de inspiração socialista ou intervencionista preconizará vultosos gastos com o serviço social e com a política econômica.
Já sob o prisma liberal se constituem em funções indispensáveis ao governo "...as relacionadas com a proteção à vida, à liberdade, à propriedade e à saúde, não se devendo aumentá-las ao ponto de atingirem proporções monstruosas..." ( MISES, 1987, p.117 ). Contudo fica evidente que sob a ótica liberal a proteção social fica relegada a segundo plano, como também a educação e, em alguns casos, a saúde. Seguindo estritamente a lógica liberal tais problemas adicionados ao da distribuição da renda ficariam a cargo do mercado. O que se constitui uma incoerência, visto que a lógica de mercado privilegia o lucro e a acumulação de capital.
A configuração do Estado, sob a égide da doutrina liberal, buscaria uma sistema tributário baseado no princípio do benefício e da neutralidade e, deste modo
"...o velho laissez-faire encontra uma sofisticada justificação moderna. A neutralidade econômica do Estado, que deve limitar-se a fazer respeitar as regras gerais do jogo garantindo a ordem social e a segurança da propriedade pano de fundo do livre funcionamento dos mercados..." ( BRUNHOFF, 1991, p.40 ).
Assim o Estado só deveria intervir para garantir a liberdade das empresas no mercado e segurança dos agentes econômicos. Em contrário senso tem-se as correntes que pregam um maior intervencionismo estatal e, portanto, buscam conceber o Estado de forma a garantir maiores dispêndios sociais. Para atender a demanda desta forma de Estado o sistema tributário teria como substrato essencial o princípio da capacidade de pagamento, haja vista a sua característica de tornar possível a imposição de um maior ônus tributário às classes mais abastadas. Mas a progressividade decorrente do princípio da capacidade de pagamento tem que se adequar aos demais princípios inerentes a um sistema tributário eficiente sob pena de desvirtuá-lo.
Importância do Estado na roda da economia
A interferência do Estado na economiaàs vezes é necessária, mas antigamente acreditava-se que o crescimento do capitalismo só viria com o desenvolvimento do livre comércio.
Para Adam Smith era necessário o desenvolvimento do livre comércio
Atualmente, prevalece a ideia de que os governos podem às vezes melhorar os resultados do mercado, interferindo na economia. Dentre os aspectos mais relevantes da ciência econômica está a sua capacidade de fomentar instrumentos aos Estados, mais precisamente aos governos, para que avaliem a economia das sociedades, buscando a eficiência e a equidade _ dois conceitos fundamentais para a promoção do crescimento e do desenvolvimento econômico.
Em linhas gerais, a eficiência estaria ligada à questão da otimização da produção, do uso e da alocação dos recursos (sejam eles matéria-prima ou capital) e do desenvolvimento da capacidade produtiva em termos de desenvolvimento tecnológico. Já a equidade diria respeito à redistribuição da renda, à criação de condições para uma boa qualidade de vida, buscando-se condições para que todos os indivíduos tenham acesso às condições básicas e necessárias ao bem estar-social. Porém, buscar eficiência e equidade em um contexto no qual predomina o sistema capitalista não é tarefa fácil, uma vez que as bases do capitalismo estão assentadas na acumulação da riqueza, na propriedade privada e, dessa forma, na desigualdade entre as pessoas.
Mas nem sempre a presença do Estado como regulador da economia foi defendida. Outrora, nos tempos em que um pensamento clássico da economia se constituía com obras como a de Adam Smith (Riqueza das Nações, 1776), havia uma crítica ao mercantilismo e ao monopólio do comércio pelos Estados, os quais detinham um forte controle sobre as transações econômicas. Defendia-se, dessa forma, a ideia de que seria necessário o desenvolvimento do livre comércio, condição sine qua non para o crescimento do capitalismo. Acreditava-se que o equilíbrio do mercado (entre oferta e demanda) seria garantido pela “mão invisível” da economia, a qual por si faria com que a “saúde” econômica fosse garantida.
Mas o que a história nos mostrou não apenas em um passado muito distante, mas hoje, nos primeiros anos do século XXI, foi que o mercado sem intervenções pode levar a sociedade ao caos econômico, às situações de crise. Logo, dada a fragilidade do discurso da “mão invisível”, reforçou-se a ideia de uma maior regulamentação econômica do Estado ainda que em tempos como hoje, quando prevalecem economias de cunho neoliberal.
Dessa forma, os economistas usam a expressão falha de mercado para se referir a uma situação em que o mercado por si só não consegue alocar (investir, dirigir, direcionar) recursos eficientemente. Conforme aponta Nicholas Gregory Mankiw (2004), as falhas de mercado podem ser causadas pelo menos por dois fatores: externalidades e concentração de poder econômico.
Com relação àexternalidade, trata-se do impacto das ações de alguém sobre o bem-estar dos que estão em sua volta. Dessa forma, existem externalidades “negativas”, a exemplo da poluição, mas também outras de caráter “positivo”, como uma descoberta científica por algum pesquisador. Sendo assim, quanto às negativas, o governo pode combatê-las para diminuir os males à sociedade de forma geral. Já no tocante às positivas, o Estado pode estimular para que seus resultados se desdobrem, alcançando cada vez mais indivíduos (exemplo disso está no estímulo ao biodiesel, na criação de remédios genéricos).
O Poder econômico tem a ver com a capacidade que um indivíduo ou um grupo tem de influenciar indevidamente os preços de mercado, capacidade esta que poderá contribuir para a criação de monopólios. Nesse caso, o Estado poderá regular o preço para que não haja abuso e para que haja uma maior eficiência econômica (um bom exemplo está na regulamentação para o funcionamento das concessionárias de energia elétrica).
Assim, o que deve ficar claro é que a “mão invisível” é incapaz de garantir a equidade na prosperidade econômica. Obviamente, devemos aqui ressaltar que a autonomia do mercado é de fato fundamental para a roda da economia, mas a desregulamentação econômica com a diminuição do Estado de forma exacerbada, como defendiam os primeiros ideólogos do liberalismo econômico, parece ser algo perigoso, quando não inviável.
Logo, equidade e eficiência econômicas necessitam da presença do Estado para serem alcançadas (ou ao menos buscadas). Daí a importância ao mesmo tempo tanto das políticas públicas (que tentam diminuir as diferenças sociais na luta pela equidade), como da presença do Estado na criação de mecanismo para fomentar a produção, isto é, a eficiência produtiva.
Pensar no papel do Estado contra as falhas de mercado como externalidades (positivas e negativas) e a concentração de poder econômico para garantir a estabilidade econômica.
Cabe ao Estado buscar eficiência e equidade para a promoção do crescimento e desenvolvimento econômico.
Dentre os aspectos mais relevantes da economia enquanto ciência está a sua capacidade de fomentar instrumentos aos Estados e governos para avaliarem a vida econômica das sociedades. Como sabemos, embora o mercado seja visto com bons olhos para regular sozinho os movimentos da economia, cabe ao governo, ou melhor, ao Estado, buscar a eficiência e a equidade, dois conceitos fundamentais para a promoção do crescimento e desenvolvimento econômico.
Em linhas gerais, a eficiência estaria ligada à questão da otimização da produção, do uso e alocação dos recursos (sejam eles matéria-prima ou capital) e do desenvolvimento da capacidade produtiva em termos de desenvolvimento tecnológico. Já a equidade diria respeito à redistribuição da renda, à criação de condições para uma boa qualidade de vida, buscando-se condições para que todos os indivíduos tenham acesso às condições básicas e necessárias ao bem-estar social. Porém, buscar eficiência e equidade em um contexto no qual predomina o sistema capitalista não é tarefa fácil, uma vez que as bases do capitalismo estão assentadas na acumulação da riqueza, na propriedade privada e, dessa forma, na desigualdade entre as pessoas.
Em pleno século XVIII, na crítica ao mercantilismo e ao monopólio do comércio que Adam Smith fez por meio de sua obra Riqueza das Nações (1776), defendia-se a ideia da mão invisível do mercado, a qual controlaria a economia, balanceando oferta e demanda, sem a presença do controle estatal como nos tempos da expansão marítima europeia. Essa seria a base do pensamento da chamada teoria clássica da economia. Mas o que a historia nos mostrou, não apenas em um passado muito distante, mas também nos primeiros anos do século XXI, foi que o mercado sem intervenções pode levar a sociedade ao caos econômico, às situações de crise. Daí a necessidade da ação do Estado, em certa medida, quando a “mão invisível” do mercado não é suficientemente capaz de regular a economia estabilizando-a, mas aumentando as desigualdades, tornando cada vez mais longe da realidade o que aqui se definiu por eficiência e equidade.
Para tanto, na busca de um equilíbrio e estabilidade econômica, o Estado tem que enfrentar as falhas de mercado e saber lidar com as externalidades e possíveis concentrações de poder econômico por alguns agentes. Os economistas usam a expressão falha de mercado para se referir a uma situação em que o mercado por si só não consegue alocar (investir, dirigir, direcionar) recursos eficientemente. Conforme nos aponta Nicholas Gregory Mankiw (2004), as falhas de mercado podem ser causadas pelo menos por dois fatores: externalidades e concentração de poder econômico. A externalidade é o impacto das ações de alguém sobre o bem-estar dos que estão em sua volta. Existem externalidades “negativas”, como a poluição, e outras “positivas”, como uma descoberta científica por algum pesquisador. Com relação às negativas, o governo pode combater para diminuir os males à sociedade (um dos exemplos mais atuais seriam as questões ambientais e algumas medidas tomadas em relação ao desenvolvimento sustentável). Comrelação às positivas, o Estado pode estimulá-las para que seus resultados alcancem cada vez mais indivíduos (exemplo disso está no estímulo ao biodiesel, à exploração do pré-sal, da criação de remédios genéricos, entre outros).
Já no tocante à concentração de poder econômico, é preciso que se diga que este último se trata da capacidade que um indivíduo ou um grupo tem de influenciar indevidamente os preços de mercado, contribuindo para a criação de monopólios. Assim, o Estado poderá regular o preço para que não haja abuso, e, dessa forma, haverá uma maior eficiência econômica (um bom exemplo são as concessionárias de energia elétrica, as quais cada uma em determinada região exerce uma espécie de monopólio).
Assim, o que deve ficar claro é que a “mão invisível” é incapaz de garantir a equidade na prosperidade econômica. Daí a importância das políticas públicas para tentar diminuir as diferenças. Quando ouvimos as críticas e análises que especialistas de todo o mundo fazem em relação à crise que assola a Europa, atribui-se boa parte disso à ausência da mão forte do Estado, dada a predominância da ideologia liberal na economia mundial.
A intervenção estatal e a relação entre o público e o privado.
O Estado, durante sua transformação, sempre dispôs sobre as relações entre a esfera pública e a esfera privada, ou seja, entre o Estado e as relações ou atividades privadas, que devem ser entendidas como aquelas travadas entres os particulares, sem intervenções estatais, consubstanciando aquelas regidas pelo que se convencionou chamar de direito privado, como o direito civil, empresarial, etc. Ao contrário do chamado direito público, que se ocupa, em suma, das relações que envolvem o Estado, tal como o direito tributário, administrativo, penal, etc.
O direito público e o direito privado, no Estado absenteísta, praticamente não se comunicavam, havendo pouca intervenção estatal nas relações privadas ou na atividade econômica. É possível dizer que, já no Estado absenteísta havia certa intervenção estatal quanto às relações privadas entre cidadãos, no sentido de garantir-lhes as liberdades e garantias dos direitos civis e políticos, mas a intervenção direta do Estado na economia ou nas relações entre pessoas físicas e jurídicas era mínima.
Já no Estado produtor, passou-se a intervir tanto nas relações entre pessoas físicas e jurídicas quanto diretamente na atividade econômica. Na primeira hipótese, a intervenção visava à concretização dos chamados direitos sociais ou de segunda dimensão, ou seja, aos direitos trabalhistas, econômicos, culturais, etc. O Estado, enfim, teve que tutelar as relações entre consumidores e fornecedores, bem como entre empregados e empregadores.
Na segunda hipótese, a intervenção direta na atividade econômica representou a principal característica desse modelo de Estado produtor. Passou-se a gastar recursos públicos para custear a produção, organização e oferecimento de serviços e utilidades aos cidadãos. Essa situação provocou uma relação de clientelismo entre o Estado e o administrado (que, aliás, favoreceu o florescimento de uma passividade e apatia nas pessoas, afetando inclusive o espírito das gerações futuras). Nesse ponto, tem-se que o direito público começou a invadir o direito privado ou, ao menos, influenciá-lo com valores de interesse público, como função social da propriedade, por exemplo.
No Estado Regulador, por outro lado, ele deixou de, ele próprio, agir na economia para, ao contrário, regulá-la, ditando as regras com que os serviços devem ser prestados pelos particulares à sociedade. Aqui, a intervenção na economia é indireta, como se o Estado fosse direcionando seus rumos, bem como os dos serviços. Nesse caso, deixa de existir a relação de clientelismo do Estado produtor. Preocupa-se com a função social dos contratos, com a boa-fé objetiva, etc.
Nesse ambiente onde os serviços públicos já são prestados pelos particulares, por meio de delegação estatal, surge o Terceiro Setor, em que os particulares atuam em prol do coletivo por conta própria, sem interferência estatal, embora muitos dos atores do Terceiro Setor atualmente acabem contando com recursos públicos para suas atividades. Nesse ponto, destaca-se que, embora o Terceiro Setor estabeleça uma relação direta entre o particular e o interesse público, ainda é extremamente necessária a relação entre o Estado e o interesse público, em prol do particular (administrado), ou seja, ainda é necessário que o Estado intervenha de modo a garantir o interesse público, ainda que indiretamente, como ocorre no Estado Regulador
4.2. Intervenção estatal no Estado regulador.
O Estado Regulador se caracteriza por sua atuação indireta na economia e na sociedade, mas sempre visando ao interesse coletivo. Pode-se dizer que se trata de um modelo estatal misto, situado entre o Estado absenteísta (liberal) e o Estado produtor (social). De fato, enquanto neste último há uma hipertrofia estatal, naquele não há grandes preocupações em efetivamente promover os direitos fundamentais, sobretudo os de segunda e terceira dimensões. Destarte, o Estado regulador, visando a um modelo equilibrado, procura reduzir a máquina estatal, inclusive em razão de crises financeiras, mas ao mesmo tempo garantir os direitos fundamentais às pessoas, ainda que os serviços prestados o sejam por particulares atuando mediante delegação estatal.
Nesse contexto, e considerando a complexidade da vida moderna e o aumento da demanda por serviços, seja pelo crescimento populacional seja pelo aumento da quantidade de produtos ou serviços disponíveis no mercado, cabe ao Estado atuar em diversas frentes ou setores visando ao interesse público. Dessa forma, as competências estatais são aumentadas, não fisicamente, já que ele não mais presta diretamente serviços à população, mas do ponto de vista de responsabilidade pública.
O Estado passa a regular não só aquelas atividades anteriormente por ele exercidas (atualmente exercida por particulares mediante delegação estatal), mas também aquelas já originariamente privadas (exercidas por particulares sem necessidade de delegação estatal). O poder, então, passa a ser exercido sobre um número maior de atividades desenvolvidas por particulares.
A intervenção indireta na economia por parte do Estado regulador, nessa linha, é feita com base em regras e princípios que induzem o mercado a, além de perseguir seus lucros, satisfazer os interesses sociais em geral (a regulação busca efetivar vários valores socialmente relevantes). Isso é feito por incentivos, premiações, induções, restrições, fiscalizações e punições.
A passagem do Estado produtor para o regulador provocou, obviamente, a privatização de empresas estatais, passando para os particulares, por meio de delegação estatal fruto licitação, atividades que eram exercidas pelo Estado. Critica-se tal processo de privatização em razão de, ainda assim, ter contado, em vários casos, com dinheiro público, por meio de fundos de pensão públicos, financiamentos de bancos públicos de desenvolvimento, etc. O Estado, nesse momento, já não precisava ser patrimonialista. Sua função era moldar o mercado para que ele satisfizesse, com qualidade, as necessidades da população.
Nesse sentido é que outras atividades que não se enquadrem como exclusivamente estatais acabam sendo prestadas diretamente pelos particulares, inclusive por meio de parcerias com o chamado Terceiro Setor. Dá-se, dessa forma, um caráter público às atividades que podem ser exercidas por particulares, inclusive sem delegação estatal, mas que são socialmente relevantes para a sociedade. É o chamado processo de publicização.
Funções Econômicas do Estado
Função Alocativa - A função alocativa está relacionada a medidas e programas realizadas pelo governo no intuito de usar os recursos produtivos da economia. O Estado divide os recursos que serão usados pelo poder público e privado. Um exemplo de função alocativa é a construção de uma estrada ou usina de energia.
As empresas públicas e privadas produzem bens públicose privados. No caso do recurso público, o governo decide como eles serão direcionados por meio de uma política orçamentária. Existe ainda os chamados bens mistos, que são exemplos de serviços oferecidos pelo governo, mas que são ofertados da mesma forma pelo setor privado. A educação é um exemplo de bem misto, pois o governo não consegue oferecer educação para toda a população.
O governo tenta satisfazer as necessidades da sociedade das seguintes formas:
investindo na infra-estrutura: investimentos em serviços em transportes, energia, comunicação, etc, que não são atrativos para o setor privado devido ao alto custo desses serviços.
fornecimento de bens públicos e meritórios: o governo é responsável pelo fornecimento de bens públicos, como os serviços de iluminação pública; e responsável pelos bens meritórios, como por exemplo os subsídios dados pelo governo para alimentação, para desempregados, como o seguro-desemprego, etc.
Função Distributiva - A função distributiva está relacionada com a distribuição de renda de um país no intuito de manter uma população mais homogênea e igualitária. É a distribuição de renda de forma justa e o redirecionamento de recursos para serviços como a saúde, um dos mais usados pela população de baixa renda.
O governo é responsável pela retirada de recursos de determinadas camadas da população para realocar em outras pessoas por meio de políticas de distribuição de renda.Um exemplo desse tipo de função são as isenções de impostos, redução de preço de determinado produto para aumentar sua concorrência e reduzir seu preço para a população. Essas ações são implantadas para melhorar a divisão da renda dos brasileiros.
Função Estabilizadora - Essa função está baseada no intuito do governo de estabilizar a economia quando o mercado não consegue garantir que isso ocorra. Ele age reduzindo os preços, estabilizando os juros, aumentando a oferta de empregos, reduzindo a inflação, etc. Essa função é bem distinta das anteriores, uma vez que o governo não pode esperar uma decisão do mercado e por isso utiliza a política fiscal para manter a economia estável.
Função Reguladora - Há indícios do surgimento de uma nova função criada no intuito de regular o processo econômico com a criação de leis e normas por meio de agências reguladoras como ANATEL, ANVISA, ANEEL,etc.
Orçamento Público - Orçamento público.O Orçamento Público é o cálculo feito entre Receita e Despesa. É tudo o que o governo gasta e arrecada anualmente, ou seja, é uma ação para determinar e compreender a alocação dos recursos públicos. Com o fim do período inflacionário, que o Brasil viveu com tanta intensidade nas décadas de 80 e 90, ficou mais fácil definir o orçamento e distribuir os recursos necessários para auxiliar os contribuintes. O governo decide a prioridade do dinheiro arrecadado do cidadão através do orçamento.
O dever de fiscalizar os gastos públicos compete ao Poder Legislativo. É de responsabilidade da Secretaria de Orçamento Federal (SOF) de supervisionar e coordenar a criação da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Geral da União (OGU). Esse orçamento faz a previsão dos recursos que serão obtidos e quais serão as despesas do Governo Federal.
As despesas podem ser pagas com a arrecadação de impostos federais como o Imposto de Renda (IR) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Além disso, essas despesas governamentais podem ser pagas com operações de crédito junto ao Tesouro Nacional. Já as receitas públicas são baseadas em estimativa, ou seja, o valor final pode ser maior ou menor do que o esperado. O resultado, positivo ou não, vai depender do crescimento econômico daquela nação durante certo período.
Baseados nessa receita, estabelecem as despesas dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Após a aprovação pelo Congresso Nacional, o orçamento pode ser executado, mas se a receita for maior do que era esperado, pede-se junto ao Congresso uma autorização para utilizá-lo. Caso ocorra o contrário, e a receita diminua, será necessário reduzir as despesas.
Não é de responsabilidade do Governo Federal todas as despesas públicas. Cabe a Constituição Federal estabelecer o que é da competência da União, dos governos estaduais e municipais. As obras realizadas em sua cidade são de competência da prefeitura e por isso deve-se analisar o orçamento desse órgão. No entanto, caso seu interesse seja nas obras realizadas em uma rodovia de seu estado, por exemplo, deverá se preocupar com o orçamento federal destinado para tal.
Fases do Processo Orçamentário
- O Poder Executivo elabora uma proposta;
- O legislativo aprecia essa proposta;
- Execução do processo;
- Controle e avaliação da execução.
Como é elaborado um Orçamento Público - O orçamento é feito pelos três poderes e firmado pelo Poder Executivo. Ele deve ser compensatório, uma vez que as despesas não podem ser superiores aos recursos. Ou seja, isso garante que o governo invista seus recursos no que seja realmente importante para a população. A proposta de orçamento é definida com base no Plano Plurianual (PPA).
O PPA que estipula metas e objetivos na administração pública, é organizado pelo governo e enviado ao Congresso e deve ser votado até o dia 31 de agosto no primeiro ano de mandato de um presidente, conforme determinado na Constituição Federal. Após a aprovação o Plano Plurianual será utilizado nos quatro anos seguintes.
Esse plano possui em sua primeira finalidade, determinar metas e ideais junto ao Poder Executivo e Legislativo para auxiliar na distribuição de recursos financeiros. Esse processo é fiscalizado pelo Poder Executivo e pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e avaliado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento (MPOG).
É com base no que é estabelecido pelo Plano Plurianual que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) cria o Orçamento Geral da União para o ano seguinte. A LDO é estabelecida pelo Poder Executivo e deve ser enviada ao Congresso até 15 de abril em todos os anos. É baseada no Plano Plurianual e julgado pelo Congresso Nacional até 30 de junho. Após a aprovação do projeto ele segue para sanção do Presidente da República.
Baseada na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) executa uma proposta para o próximo ano com a ajuda dos Ministérios e de seções dos Poderes Legislativo e Judiciário. O governo envia uma sugestão de orçamento ao Congresso Nacional até 31 de agosto juntamente com um recado do Presidente da República informando a situação econômica do Brasil e suas perspectivas com base nas seguintes etapas:
1º Etapa
Entre os meses de janeiro e maio, a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) realiza uma análise sobre os últimos exercícios para determinar limites de gastos orçamentários.
2º Etapa
Em junho os órgãos setoriais fazem uma proposta conforme suas atividades e despesas obrigatórias. As atividades estão relacionadas ao exercícios de atividades à serviço da comunidade. Já as despesas obrigatórias são aquelas relacionadas com pessoal e benefícios previdenciários.
3º Etapa
Após a estimativa da Receita e a projeção dos gastos, estima-se um limite adicional que é encaminhado aos órgãos para completar os parâmetros orçamentários. Esses casos abrangem o que é necessário para expandir serviços e os valores necessários para aumentar e melhorar o atendimento de órgãos.
4º Etapa
Elaboração do documento final conforme a Lei Federal nº 4.320/64 e a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
No Congresso é feita a discussão da proposta, realizam alterações e encaminham para votação. Os parlamentares podem propor mudanças, mas elas devem estar de acordo com o Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Com a aprovação do Legislativo e do Presidente da República, o projeto torna-se uma lei.
Distribuições Orçamentárias
É muito importante entender quais os critérios utilizados para classificar as contas públicas e assim compreender a Função de Governo, Instituição, os projeto e operações especiais, etc. A classificaçãodo orçamento é importante por diversos fatores como: 
Ajuda a formular programas;
Auxilia no acompanhamento da execução do orçamento;
Estabelece responsabilidades;
Compreender os efeitos da economia nas atividades do governo.
Classificação por Categoria Econômica
É importante classificar com base no aspecto econômico porque pode-se compreender o impacto das decisões do governo brasileiro na economia do país. Justamente por isso o orçamento se subdivide em Contas Correntes e Contas de Capital.
Classificação Quanto a Natureza da Despesa
Uma outra classificação para a distribuição orçamentária é a categoria econômica.
Tipos de Orçamento Público
Orçamento Clássico - É um orçamento em que não há um objetivo econômico e social de forma clara. Nesse caso há apenas as especificações de despesas e receitas sem a presença de um planejamento do governo. Não há preocupação com objetivos e metas atentando-se preferencialmente com os desejos dos órgãos públicos.
Orçamento de Desempenho - Esse tipo de orçamento é um avanço do orçamento clássico e está mais relacionado ao destino dado ao orçamento governamental. Apesar de se preocupar mais com o que o governo faz, esse tipo não possui um planejamento específico.
Orçamento-Programa - Orçamento que leva em conta os objetivos que deverão ser alcançados pelo governo durante um período de tempo. Além disso, há a previsão dos custos envolvidos no processo.
Orçamento Participativo - Esse orçamento abrange a população ao processo decisório e há uma relação entre o Executivo e Legislativo.
Orçamento Base-Zero - Análise e revisão de todas as despesas. Ou seja, é uma análise criteriosa dos recursos solicitados pelos órgãos do governo. Deverão verificar a verdadeira necessidade de cada área governamental.
Funções do Orçamento Público
Alocativa: Utilizar os recursos presentes na economia incentivando o desenvolvimento de determinados setores em detrimento de outros.
Distributiva: Auxilia no desenvolvimento de classes e estados menos favorecidos economicamente.
Estabilizadora: A busca incessante do equilíbrio entre a estabilidade financeira e as despesas governamentais. Deve-se buscar o crescimento econômico ao empregar de maneira consciente os recursos disponíveis.
Executando o Orçamento Público
Após a publicação na Lei Orçamentária começa o processo para executar o orçamento governamental. Os ministérios e órgãos começam a trabalhar os programas governamentais que devem estar em harmonia com o Plano Plurianual do Governo. A execução orçamentária é uma função do Executivo.
Receita Pública - A Receita Pública é o valor em dinheiro administrado pelo Tesouro Nacional usado para pagar as despesas e investimentos públicos. É o resultado dos impostos, taxas, contribuições e outras fontes redirecionados para as despesas públicas. Ela é formada pelos tributos pagos pelos cidadãos e pelos empréstimos feitos pelo Governo. Sendo assim, as receitas públicas podem constituir-se em originárias ou derivadas.
Receitas Originárias: são as provenientes do patrimônio estatal.
Receitas Derivadas: são provenientes através do Estado por meio de tributos e multas.
A receita pública também pode ser dividida em efetiva e não-efetiva. A primeira é aquela em que os recursos não são obrigações e dessa forma mudam a condição líquida patrimonial, ou seja, é a que provêm do próprio setor público como os impostos. Já a não-efetiva refere-se aos recursos que não mudam a condição líquida patrimonial e não são da arrecadação, como as operações de crédito. Podem ser classificados três tipos de receitas públicas: cobrança de tributos, prestação de serviços e venda de materiais.
Classificação da Receita Pública
Receitas Orçamentárias e Extra-orçamentárias - A receita pública pode ter natureza orçamentária, quando os recursos não serão restituídos posteriormente ou natureza extra-orçamentária, quando os recursos deverão ser devolvidos.
Receita Orçamentária: Fonte de recursos que são do Estado e que não serão devolvidos. São usados nas despesas públicas e podem ser previstas na lei orçamentária anual.
Receita Extra-Orçamentária: São patrimônios que serão devolvidos futuramente, pois se tratam de recursos transitórios do Estado e que não podem ser previstos no orçamento. É usado para pagar as despesas extra-orçamentárias e podem ser convertidas em orçamentárias no momento em que o Estado consegue se beneficiar de decisões administrativas favoráveis.
Quanto à Natureza
In Natura: Prestação de serviço e obrigações ao Estado sem pagamento financeiro. Ex: Alistamento e serviço militar.
Em serviços: Pagamento de obrigações utilizando dinheiro.
Quanto à Aplicação
Receita Geral: Refere-se a uma receita sem destino anteriormente definido, como os impostos em geral.
Receita Especial: Receita com um destino já definido.
Quanto à Categoria Econômica
Efetiva: Situação que faz crescer a situação líquida patrimonial fundindo-se ao patrimônio público e não representa uma obrigação do poder público.
Não-efetiva: Não muda a situação líquida patrimonial.
Receitas correntes 
Receitas em que não há uma cobrança financeira em relação ao Estado.
Receita Tributária: Corresponde aos tributos relacionados a legislação tributária: contribuições, taxas e impostos.
Receitas de Contribuições: Está relacionada as receitas de caráter social e as de caráter econômico. São analisadas como encargos parafiscais.
Receita Patrimonial: Surge por meio do uso econômico do patrimônio público como juros e dividendos.
Receita Agropecuária: Resultado da exploração das atividades agropecuárias.
Receita Industrial: Resultado das atividades industriais como serviços de utilidade pública, construção civil e extrativismo mineral.
Receita de Serviços: Resultante das seguintes atividades: meios de transporte, serviços, comércio, serviços educacionais, etc.
Transferências Correntes: São recursos financeiros concebidos por pessoas jurídicas ou físicas e que são utilizadas no atendimento de Despesas Correntes. Isso é importante para compreender a origem da receita e sua destinação.
Outras Receitas Correntes: São receitas que não se adequam aos já citados anteriormente. Ex: juros de mora, multas, cobrança da dívida ativa, etc.
Receitas de capital 
Receitas que surgem através de recursos financeiros que surgem da contração de dívidas.
Operações de Crédito: Está relacionada com a obtenção de recursos com o intuito de suprir disparidades orçamentárias ou financiar obras públicas. São essas operações de crédito que cobrem déficits orçamentários.
Alienação de Bens: Está correlacionada com alienação de bens patrimoniais como imóveis e ações.
Amortização de Empréstimos: A amortização de empréstimos é considerada uma receita de capital.
Transferências de Capital: Estão associadas as Despesas de Capital e nela devem ser aplicadas.
Outras Receitas de Capital: Estão relacionadas com as Receitas de Capital que não podem ser classificadas em outras fontes.
Quanto a Duração
Ordinária: Receitas periódicas responsáveis pelo abastecimento dos cofres públicos, como os impostos.
Ex: Impostos e taxas regulares.
Extraordinárias: Receitas esporádicas que entram apenas eventualmente nos cofres público.
Ex: IEG, empréstimos compulsórios e doações.
Quanto a Fonte
Originárias: São as que surgem através do próprio patrimônio do Estado. Ele produz os bens e serviços e realiza atividades parecidas com as do setor privado. Ocorrem sob a vontade do Estado e do setor privado. Exemplo: venda de combustíveis.
Derivadas: Procede do patrimônio dos contribuintes, por meio de autorização do Estado. Essas receitas surgem através de empresas privadas e a renda de determinadas pessoas que devem pagar tributos, penalidades, apreensões, etc. Mistas: Receita proveniente das empresas públicas.
Espécies da Receita Pública
Domínio Público - São as concentradas e permanentes no Estado. Além disso, são caracterizadas como patrimônio da União, dos Estados e municípios. São bens que não são convertidos em renda e que não podem ser vendidos. Exemplos: escolas,hospitais, etc.
Domínio Privado - São as que pertencem ao Estado e geram renda. Eles satisfazem as necessidades públicas, não prescrevem e não são passíveis de propriedade exclusiva ou privada.
Estágios da Receita Pública - A receita pública deve ocorrer por meio de uma sequência de ações para auxiliar a entrada dos recursos financeiros nos cofres estatais. Confira os seguintes estágios:
Previsão - É uma estimativa em relação as receitas no intuito de estabelecer uma proposta orçamentária para aprovação no legislativo e na criação de uma Lei Orçamentária.
Foi instituído pelo Decreto Federal nº 15.783, de 08/11/22, três fases para a receita: arrecadação, fixação e recolhimento. Como não há a possibilidade de fixação da receita ela torna-se prevista, pois não há certeza do processo. Posteriormente foi implantada a Lei 4.320/64, que criou a previsão da receita.
Arrecadação - O processo de arrecadação ocorre quando o Estado recolhe, tributos, multas e créditos. Os valores arrecadados devem ser redirecionados para a Conta Única do Tesouro Nacional. A arrecadação pode acontecer nos casos em que são retidos ou descontados os tributos como acontece com o imposto de renda descontado na folha de pagamento.
A arrecadação pode ser caracterizar em direta, quando é realizada pelo próprio Estado, ou indireta, em casos em que a arrecadação é feita por terceiros conveniados ao Estado. São denominados agentes de arrecadação responsáveis pelo recolhimento, são eles: 
Agentes públicos.
Agentes privados.
Recolhimento
O processo de recolhimento ocorre quando o agente arrecadador (público ou privado) repassa o o que foi arrecadado para o Tesouro Público ou banco oficial. Essa conta única está no Banco Central.
Dívida Ativa: A dívida Ativa são créditos na Fazenda Pública que quando não são pagos no dia de seu vencimento, são inscritos pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, conforme a legislação relacionada ou por meio de processo regular.

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