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HIDROLOGIA E DRENAGEM URBANA CONSELHO METROPOLITANO DE SUPRIMENTO DE ÁGUA E ESGOTO DE HYDERABAD UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM ENGENHARIA AMBIENTAL E SANIAMENTO BÁSICO Fichamento de Estudo de Caso DIOGO MUNIZ DA CRUZ Trabalho da disciplina: HIDROLOGIA E DRENAGEM URBANA Tutor: Prof. Gisele Saleiro RIO DE JANEIRO 2018 REFERÊNCIA: DAVIS, Jennifer. Conselho Metropolitano de Suprimento de Água e Esgoto de Hyderabad. EUA: MIT, 2006. O texto se refere a decisão de políticos sobre qual estratégia adotar para adequar a infraestrutura hídrica de uma região do sul da Índia, ao seu rápido crescimento populacional. A cidade em questão é Hyderabad, gerida pelo ministro chefe Chandrabadu Naidu, em sua gestão da cidade vem obtendo êxito em desenvolver sua economia baseada na tecnologia, porém a taxa de crescimento populacional e principalmente o crescimento das zonas pobres da cidade está desalinhado com os serviços governamentais. Com constante falta de água nas residências e a baixa precipitação de chuvas, Hyderabad acostumou se a viver beirando a sede, os reservatórios antigos já não suprem a demanda de agua, o lençol freático contaminado por esgoto sanitário mal destinado reduz a utilização da água de poços, a população depende em parte de caminhões pipa de empresas privadas para melhorar o abastecimento em algumas zonas da cidade. Naidu trabalha políticas para melhorar o serviço público para toda população, suas opções de financiamento para infraestrutura vêm basicamente dos próprios recursos dos impostos e de investimentos de entidades estrangeiras como o Banco Mundial. Hyderabad é servida pela agência governamental a HMWSSB, do inglês: conselho metropolitano de suprimento de água e esgoto, o Conselho. Esta é uma entidade relativamente nova, que incorporou dois departamentos governamentais, o Public Health Engineerring Departament, que cuidava dos serviços de fornecimento de água e da Corporação Municipal de Hyderabad que era responsável pelos serviços de esgoto. Dessa forma o Conselho incorporou infraestrutura arcaica e ineficiente já existente na cidade. O Banco Mundial orienta a privatização de serviços públicos, busca na privatização do Conselho um modelo de negocio para ser aplicado nos demais serviços públicos do local. Entendo que o serviço de fornecimento de água e esgoto são benefícios públicos mais sensíveis que os demais, o Banco Mundial, ONGs, e organizações locais pressionam Naidu sobre a definição de uma estratégia de privatização do Conselho, em busca de melhorar seus serviços e desonerar o governo, mas sem deixar de considerar a questão do fornecimento de serviços hídricos para as regiões mais pobres. Em busca de uma estratégia consistente para privatizar o Conselho, Naidu delegou sua gestão para MG Gopal, que era um servidor do governo experiente que havia tido sucesso na privatização de um hotel num passado próximo. Gopal busca compreender e equilibrar as demandas para tornar o Conselho mais atrativo para investidores, mas com garantias para os mais pobres. Dessa forma três abordagens foram identificadas: Privatizar e estender o serviço para toda população, com preços controlados, para acesso as regiões mais pobres, sendo necessário uma regulação dos investimentos; Privatizar e deixar o Conselho escolher em que regiões gostaria de investir, assim todos teriam que pagar pela expansão (até mesmo as comunidades mais pobres); Privatizar e deixar a cargo da estrutura governamental o financiamento das redes em comunidades mais pobres. A avaliação dos balancetes do Conselho demonstra progressos lentos rumo a saúde financeira positiva da instituição. O Conselho tem administração orientada pela política local, o que dificultou durante anos o equilíbrio das tarifas com os custos de operação, durante sua existência foram poucos reajustes na tarifa, sendo apenas um realmente significativo, na ordem de 64%, em busca de garantir que as receitas fossem capazes de cobrir os custos com operação e manutenção. Houve uma reorganização de preços por tipo de consumidores, mas o governo tenta sempre manter as tarifas baixas por entender que a água e esgoto são bens sociais. Foi constatado que as perdas operacionais do Conselho são muito elevadas, o próprio Conselho não desejava repassar toda essa ineficiência para seus consumidores, mas era uma situação delicada, as perdas tinham origem nas infraestruturas herdadas de órgãos anteriores e, das ligações clandestinas de água, que apesar do combate por seu fim, tinha interferência de políticos e populares que geravam até represálias para servidores do Conselho. O governo aprovou o financiamento para construção de uma nova fonte de água com o Life Insurance Corporation of India e o Housing of Urban Development Corporation, porém, com a distância da nova fonte de água o custo operacional iria dobrar. Para Naidu, a privatização resolveria muitos problemas. Enquanto as reformas internas no Conselho têm melhorado a performance, elas também parecem ter alcançado seu potencial total. Mais importante, a falta de capital para investimento em infraestrutura de água e saneamento persiste. Gopal vê a potencial privatização do Conselho como uma oportunidade de energizar sua carreira. Se ele for bem sucedido, indicações mais prestigiosas virão a ele, talvez até um cargo de representação para uma organização internacional como o Banco Mundial. Contudo, se ele fracassar ou se o processo ficar atolado em controvérsia política, ele pode acabar marginalizado com uma transferência secundária. O apoio do Banco Mundial para as reformas institucionais do Conselho pode diminuir se os oficiais do banco reconhecerem os efeitos prejudiciais que algumas dessas medidas parecem exercer em alguns lares de baixa renda. Biblioteca On Line Universidade Estácio de Sá