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Patologia clínica

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PAULINA PORTO CORRÊA - MED. VETERINÁRIA - UFPEL
Patologia clínica
Aula 1 - 25/09/17
Envio de amostras biológicas para processamento laboratorial
Envio de amostras de sangue.
Coleta e processamento de amostras.
Variáveis relacionadas aos animais e as amostras:
- Animais: estresse, idade, sexo, raça.
*Neonatos tem hematócrito mais baixo – sistema hematopoiético em desenvolvimento. A urina também é mais diluída, pois a capacidade de concentração de urina também está em desenvolvimento.
*Algumas raças possuem hematócrito mais elevado, por exemplo, Puro Sangue Inglês (equinos).
Exercício: Fluxo sanguíneo tende 
a ser maior, ocorre contração esplênica, e elevação falsa do hematócrito. Falsa, pois não aumenta o numero de hemácias, o que acontece é a contração do baço causada pela liberação de epinefrina, que sequestra plaquetas, e com isso ocorre aumento da produção elevando o hematócrito.
Hematócrito (quantidade de células vermelhas circulantes) aumenta contração esplênica, derrame de epinefrina (faz com que as células que estavam presas no endotélio marginal desloquem-se para o compartimento circulante). 
*As células presas no endotélio não são contabilizadas no hematócrito, somente as que estão circulando, ou seja, sem o derrame de epinefrina o hematócrito possui um valor, no momento do exercício/estresse, onde existe derrame de epinefrina, esse hematócrito aumenta.
Da mesma maneira, a série branca (leucócitos), também se desloca do marginal para o circulante. Aumento da contagem total de leucócitos (leucocitose).
Dosagem das enzimas musculares (ex.: creatinina quinase - CK): Quando a policitemia e a leucocitose estiverem acompanhadas do aumento da CK, e esse aumento for de origem muscular, ou seja, o animal realmente estava em exercício, a policitemia e leucocitose são irrelevantes. 
*Após 30min os valores voltam ao normal.
*Se não for possível esperar para fazer coleta, coloca-se em observação “coleta sob estresse”.
*Em algumas espécies a leucocitose é mais intensa. O gato apresenta leucocitose intensa em qualquer situação de estresse. 
Existem dois tipos de estresse.
Ambos cursam com leucocitose. 
- Estresse agudo/emocional: Derrame de epinefrina, ocorre rapidamente.
Linfocitose (numero aumentado de linfócitos na corrente sanguínea)
- Estresse crônico: Derrame de corticoide/glicocorticoide endógeno.
Linfopenia (numero reduzido de linfócitos na corrente sanguínea) 
*O que determina se é estresse agudo ou crônico são as taxas de linfócitos. 
*Nem toda leucocitose é doença*
*Não existe diferença das alterações hematológicas em relação a corticoide endógeno e exógeno. Por isso é importante relatar se o animal está sendo submetido à terapia com glicocorticoide. 
Dieta e fármacos: Para coleta é necessário jejum e esclarecimento do uso de fármacos.
Dieta: Jejum prévio a coleta (8-10h).
Necessário para evitar alterações de resultados como:
- Lipemia: Alta concentração de lipídeos. Desestabiliza a hemácia, quebrando-a. 
- Hemólise: Lise das hemácias, acarretando em anemia. Hematócrito .
- Taxa de colesterol e glicose: No caso de paciente com suspeita de diabetes, na coleta deve-se observar glicemia, a qual estará aumentada se for confirmada diabetes. O individuo possui muita glicose no sangue e pouca glicose dentro da célula, em função disso apresenta polifagia (fome excessiva), pois não possui energia. 
*Se o animal não está realmente em jejum, não se faz a coleta.
*Se o animal possui ração disponível e o proprietário não sabe informar qual foi a ultima refeição do animal.
Pode ser solicitada urinálise, se o paciente for diabético, terá glicose na urina (glicosúria).
*Tríade diabético: Polifagia, polidpsia e poliúria.
 
Fármacos que produzem hemólise e alterações hematológicas:
Tetraciclina e ácido ascórbico produzem alterações relevantes, porém os glicocorticoides produzem ainda mais.
Glicocorticoides = linfopenia e leucocitose.
*O animal pode apresentar essas alterações por mais de 2 semanas.
Coleta
*Antissepsia local (esperar secar o álcool).
*Coleta gradual e lenta (evitar hemólise).
*Retirada da agulha para passar para o tubo (na parede de forma lenta).
*Relação anticoagulante x amostra.
*Homogeneizar.
Amostra lipêmica = pós prandial, o plasma fica lipêmico ao invés de claro.
*Prejudica as provas bioquímicas, pois são colorimétricas. Se diminuir a passagem de luz, altera todas as respostas.
A lipemia vai induzir a hemólise.
A amostra pode ficar refrigerada por 24h.
- Amostra com anticoagulante (EDTA) = hemograma. Na centrifugação o sobrenadante é o plasma (PPT, fibrinogênio).
*EDTA preserva coloração e morfologia celular. Quela o cálcio, tirando-o da cascata de coagulação. 
- Amostra sem anticoagulante = sorologia. Na centrifugação o sobrenadante é o soro.
Na prova bioquímica, dependendo da maquina, pode-se utilizar amostra com ou sem anticoagulante.
*Sem anticoagulante, deixa-se a amostra repousar por 30min antes da centrifugação e após retira-se o soro para sorologia.
Anticoagulantes:
- Cloreto de sódio: Também quela o cálcio impedindo a cascata da coagulação, no entanto, evita a quebra da glicose (importante para não ter resultado falso negativo).
- Heparina: Intervém por menos tempo na coagulação e não mantem a morfologia celular. 
- Citrato de sódio: Provas de coagulação (tempo de formação do coagulo).
*É comum ter distúrbio de coagulação em hepatopatia.
Aula 2 – 02/10/17 
Hematopoese: Processo de produção, diferenciação e maturação de células sanguíneas. 
Composição do sangue: Parte liquida – sangue + anticoagulante (55-60%) e parte celular – eritrócitos, leucócitos (agranulócitos: monócitos e linfócitos; granulócitos: basófilos, neutrófilos e eosinófilos) e plaquetas (40-45%).
Plasma contém fibrinogênio.
Sangue oxigena, nutri e transporta basicamente.
Órgãos choque: cérebro, coração, pulmão, rim e fígado. No momento em que desestabelece a volemia, tudo que acontece no organismo, é para tentar normalizar a volemia para esses órgãos choque.
Estabilizar o paciente = manter esses órgãos fluidos.
Quando não se tem fluidez nesses órgãos, não existe nutrição nem oxigenação, logo não vai haver funcionamento.
A principal proteína plasmática é a albumina, responsável pela pressão oncótica (pressão que ajuda a manter o sangue dentro dos capilares). No momento em que existe uma hipoalbunemia (hepatopatas, nefropatas, hemorragias intensas), pode ocorrer edema. 
EITRÓCITOS/HEMÁCIAS
Existem duas sequencias de hematopoese: pré-natal e pós-natal.
Existem órgãos que estão mais envolvidos tanto na pré-natal quanto na pós-natal.
Medula óssea: Envolvida na pré-natal, mas sua responsabilidade na formação das hemácias vai aumentando, de modo que vira praticamente exclusiva na formação de hemácias no momento do nascimento (pós natal).
Na embriogênese as células pluripotenciais vão dar origem a todas as linhagens celulares. Se ocorrer um problema nessas células, afeta tanto a linhagem vermelha quanto a linhagem branca.
Na hematopoese pré-natal outros órgãos ajudam na formação das hemácias, na hematopoese pós-natal a medula é a principal responsável.
O metabolismo do neonato é mais acelerado, dessa forma, a nutrição e oxigenação também são mais intensas, logo a hematopoese precisa ser mais acentuada. No decorrer da vida, na idade adulta, o tecido hematopoiético da medula começa a ser substituído por gordura (tecido adiposo), passando de medula vermelha para medula amarela. No envelhecimento do individuo, esse tecido adiposo começa a ser substituído por tecido fibroso, tornando-se cinza.
No momento em que acelera a hematopoese e esta precisar de maior demanda, se for um adulto jovem, que possui parte da sua medula substituída por tecido adiposo, a medula pode retornar a ser hematopoieticamente ativa. A medula cinza não retorna.
Em adultos a medula é ativa nos ossos chatos e epífise dos ossos longos.
Duas “pontas” que devem ser cuidadas em casos de anemias (pacientes que precisam ter resposta medular para melhorara demanda): Neonatos, pois o metabolismo é acelerado e a medula é extremamente exigida e o idoso, pois a medula já foi tomada por tecido fibroso.
Elementos necessários para a maturação das hemácias:
- Ferro: Elemento essencial para a formação da hemoglobina. É nele que o oxigénio se fixa. Cerca de 70% do ferro presente no organismo encontra-se na hemoglobina, o restante é armazenado no fígado, no baço e na medula óssea.
- Ácido fólico (vitamina B9): Vitamina essencial à síntese de DNA e como tal é necessária para a maturação das células na eritropoiese.
- Vitamina B12: Tal como o ácido fólico é necessária para a maturação das hemácias. Esta vitamina encontra-se armazenada em grande quantidade no fígado.
*Células-tronco: Se transformam em todos os precursores das células sanguíneas. 
Depende basicamente da influência da IL-3 (interleucina) que vai ser intensificada para que a célula se transforme em plaqueta, eritrócito ou leucócito.
A célula-tronco, assim como todas as outras, precisa do período de multiplicação e maturação.
Eritropoiese: É o processo de formação das hemácias, dura em torno de 7 a 8 dias no total. Fase de mitose (± 2 a 3 dias) e fase de maturação (± 5 dias).
Em 8 dias a hemácia já está pronta para transportar nutrientes.
A eritropoietina faz com que a hemácia fique pronta em apenas 5 dias.
Existem pelo menos 4 fases de mitose até chegar em rubrócito policromático.
Se for observada presença de reticulócitos em quadros de anemias, significa presença de células jovens, ou seja, a medula está respondendo a demanda exigida. 
Normalmente existe apenas até 1% de reticulócitos na corrente sanguínea de cães e gatos.
Reticulocitose = anemia regenerativa (com resposta medular) em cães e gatos.
*Equinos e ruminantes não liberam reticulócitos. Eles possuem reticulócitos, porém a medula não libera. 
*Equinos liberam macrócitos (células imaturas e maiores), que também acarreta em elevação do VCM (anemia regenerativa).
*Bovinos apresentam ponteados basofílios nas hemácias imaturas (anemia regenerativa).
*Quanto mais jovens forem as células encontradas no eritrograma, mais intenso/severo é o quadro do paciente*
O controle da eritropoiese é feito pelas interleucinas, fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF) e eritropoietina.
A eritropoietina induz a diferenciação das células progenitoras, estimula a mitose, reduz o tempo de maturação e aumenta a liberação de reticulócitos no sangue periférico. 
É comum paciente que esteja recebendo eritropoietina exógena, ter mais de 1% de reticulocitose.
Quando existe baixa tensão de oxigênio, o rim entende que precisa liberar mais eritropoietina, para acelerar a eritropoiese. 
*Essa baixa tensão pode ser patológica, como no caso da função cardiorrespiratória comprometida, ou não patológica como jogadores quando vão jogar em lugares com baixa tensão de oxigênio (ex.: Chile). Nessa situação o individuo precisa de um tempo de adaptação (para o rim reconhecer que existe baixa tensão de O2 e liberar eritropoietina).
*No cão o único órgão que produz eritropoietina é o rim.
As hemácias possuem um tempo de duração independente da espécie. No momento em que a membrana da hemácia começa a apresentar deformidades, o sistema imune entende que ocorreu alguma mudança e não reconhece mais a célula, fagocitando-a. O tempo de permanência das hemácias está diretamente relacionado com a viabilidade da membrana.
Cada espécie tem um tamanho de hemácia especifico. Qualquer alteração na cor, forma, tamanho e distribuição vão ser revelados no esfregaço, de forma a entender que se trata de uma patologia.
*Mamíferos possuem hemácias anucleadas e aves e repteis nucleadas.
*A maquina não conta as hemácias que estiverem acima ou abaixo do seu tamanho normal. 
*Ovinos e caprinos possuem as hemácias de menor tamanho e isso é compensado por maior numero.
*Cães são os únicos que possuem hemácias com tamanho semelhantes as dos humanos. Sendo assim, podem-se extrapolar esses valores de eritrograma com um laboratório de medicina humana, porém, não é o ideal.
Tamanhos diferentes de hemácias num mesmo esfregaço denomina-se anisocitose. Os reticulócitos são maiores, então quando existe anisocitose pela presença de células maiores, pode-se prever que se trata de anemia regenerativa.
- Macrocitose (células maiores) e microcitose (células menores).
*Para ter certeza que se trata de reticulócito tem que fazer coloração de azul de cresil brilhante.
Classificação morfológica das anemias:
- Macrocitica: Deficiência dos fatores de multiplicação.
- Microcítica: Deficiência de ferro (comum em animais desnutridos) ou doenças crônicas.
Alteração da cor: policromasia ou policromatofilia.
- Hipercrômica: Maior “concentração” de hemoglobina.
- Hipocrômica: Menor “concentração” de hemoglobina.
*Concentração de hemoglobina relativamente menor, aumenta relação membrana x pigmento.
Policromasia refere-se à presença de hemácias azuladas (basofílicas) = reticulócitos. Como é imaturo, possui restos de organelas que se coram de azul.
 Policromasia: Células azuladas (basofílicas) e eosinofílicas. 
 Hipocrômica: Células com halo maior.
 
 Esferócito: Muito comum em anemias auto-imunes.
 Rouleaux: Hemácias empilhadas, normal em equinos, mas está muito relacionada ao processo inflamatório e 
 desidratação
 
 Corpúsculo de Howell-Jolly: Indica intensa eritropoiese (anemia regenerativa).
Aglutinação: Acontece quando existem anticorpos anti-eritrócitos. Aglutina indicando que o tipo sanguíneo é incompatível (não fazer transfusão).
Aula 3 – 16/10/17
Anemia e policitemia
No eritrograma existem uma sequencia de parâmetros, como hematócrito, hemoglobina, VCM e CHCM. Tanto hematócrito, quanto hemoglobina se estiverem abaixo dos valores de referencia caracterizam uma anemia. 
Anemia: É consequência, não é diagnostico, é decorrente de alguma doença de base. 
- Sinais clínicos resultantes de anemia por hemólise aguda: Icterícia, hemoglobinúria, hemoglobinemia, etc.
Classificação quanto à massa global de eritrócitos:
- Anemia relativa: Animal em fluido, gestantes.
- Anemia absoluta: Real/verdadeira (hemorragia ou hemólise).
Classificação quanto aos índices hematimétricos: 
- VCM: Volume corpuscular médio. Tamanho do eritrócito.
- CHCM: Concentração de hemoglobina corpuscular média. Concentração de hemoglobina no eritrócito. 
*VCM vai indicar se a anemia é macrocítica (VCM ), microcítica (VCM ) ou normocítica.
*CHCM vai indicar se a anemia é hipercrômica (CHCM ), hipocrômica (CHCM ) ou normocrômica.
Classificação quanto à resposta medular:
- Anemia regenerativa: Há resposta medular. Observa-se policromasia, presença de corpúsculo de Howell-Jolly, metarrubrócitos e reticulocitose.
*Quanto mais imaturas forem as células observadas no esfregaço, mais intensa é a anemia (prognóstico desfavorável).
- Anemia arregenerativa/degenerativa: Neoplasias, doença renal crônica, etc.
	REGENERATIVA
	ARREGENERATIVA
	Perda sanguínea
	Doença renal crônica
	Traumas ou cirurgias
	Neoplasias crônicas e/ou metastáticas
	Intoxicação por dicumarol
	Leucemias
	CID
	Erlichiose: destroem céls. Pluripotenciais
	
	Panleucopenia felina
	Hemólise
	Hiperestrogenismo
	Hemoparasitas
	Hipoadronocorticismo
	Anemia auto-imune
	Hipoandrogenismo
	Reação transfusional
	Linfossarcoma
- Anemia macrocítica hipocrômica: VCM (células maiores) e CHCM = presença de células imaturas (provavelmente anemia regenerativa).
*Quanto mais baixo o hematócrito, maior vai ser a alteração do VCM e CHCM.
- Anemia macrocítica normocrômica: VCM e CHCM -. Normalmente em casos de deficiência nutricional – vit. B12, ácido fólico e cobalto (animal desnutrido).
- Anemia normocítica normocrômica: VCM - e CHCM -. Típico de enfermidades crônicas, basicamente não se tem resposta medular efetiva (depressão da medula óssea). É a pior de todas.- Anemia microcícita hipocrômica: VCM e CHCM . Observada principalmente em filhotes de rápido crescimento, deficiência de ferro (as hemácias começam a ter multiplicações extras e acabam liberando micrócitos – células menores).
*Equinos liberam macrócitos.
*Bovinos possuem ponteados basofílicos nas hemácias.
*Problema dos idosos: medula não responde (tecido fibroso – cinza).
Classificação fisiopatológica: Anemia absoluta. 
- Anemia por perda de sangue (hemorragias).
- Anemia hipoproliferativa (hemólise).
- Anemia por diminuição na produção eritrocitária (aplasia ou hipoplasia medular).
Policitemia: Aumento do volume globular.
No momento em que se tem VG aumentado (acima de 60%), o sangue vai ser mais viscoso e a perfusão dos demais órgãos vai ser prejudicada. 
Policitemia absoluta: Realmente houve um acréscimo numérico das células sanguíneas.
- Policitemia absoluta primária/verdadeira: TUDO aumenta. Consiste em uma desordem mieloproliferativa, caracterizada por uma proliferação anormal dos eritrócitos, leucócitos e dos megacariócitos, levando a um aumento 
absoluto da massa de eritrócitos, contagem de leucócitos e de plaquetas.
- Policitemia absoluta secundária: NEM tudo aumenta. Ocorre pelo aumento da taxa de eritropoietina, não é acompanhada de aumento nas contagens de leucócitos e plaquetas nem de redução significante no volume plasmático.
 
*Policitemia absoluta primária: Oxigenação normal e eritropoietina normal.
*Policitemia absoluta secundária: Oxigenação baixa e eritropoietina alta.
Policitemia relativa: Hemoconcentração ( PPT) = desidratação. Hemoconcentra também os eritrócitos, por isso a elevação é irreal/relativa.
Relação hematócrito x PPT
HT x PPT : Policitemia relativa.
HT x PPT - : Policitemia absoluta.
HT - x PPT : Hemoconcentrou – anemia mascarada por desidratação.
HT - x PPT : Perda de proteína (nefropata – proteinúria; hepatopata – síntese proteica; diarreia – viroses gastrointestinais).
HT x PPT : Anemia e hemoconcentração (baixa). O HT deveria elevar mesmo de forma relativa, ou seja, a situação real é pior do que apresenta o hemograma.
HT x PPT - : Anemia absoluta (mieloproliferativa).
HT x PPT : Anemia absoluta (hemorragias).
*PPT = policitemia relativa.
*PPT e fibrinogênio não vem no hemograma, precisa solicitar.
Aula 4 - 23/10/17
Relembrando...
Anemia é a redução da massa eritrocitária.
Policitemia é o aumento da massa eritrocitária.
Policitemia pode ser relativa e absoluta.
A anemia pode ser classificada morfologicamente em macrocítica, microcítica e normocítica e quanto a sua coloração em hipocrômica, hipercrômica e normocrômica.
Classificação da anemia quanto à resposta medular: regenerativa e arregenerativa.
A observação no esfregaço sanguíneo de uma policromasia por anisocitose nos indica uma anemia regenativa, pois existe a provável presença de reticulócitos.
(F) A presença de reticulocitose é um indicativo de anemia regenerativa, pois há resposta medular com a liberação de células jovens, e isso pode ocorrer em todas as espécies animais.
*Equinos e ruminantes não liberam reticulócitos. 
(V) Para os bovinos, um achado característico de uma anemia regenerativa é a presença de ponteados basofílicos nas hemácias. 
(F) Nos equinos, por sua vez, teremos a presença de macrocitose, o que vai estar relacionado a diminuição do seu VCM.
*A presença de macrócitos irá aumentar VCM.
Com relação a policitemia:
(F) Na policitemia absoluta normalmente a PPT vai estar acima dos índices fisiológicos esperados para a espécie.
(V) Um paciente com uma doença pulmonar crônica, normalmente apresenta uma policitemia absoluta.
*Absoluta segundaria a resposta da eritropoietina.
No momento que existe défcit respiratório, vai ocorrer menor perfusão de O2, quando isso acontece o rim entende que é necessário liberar eritropoietina, logo a eritropoiese vai aumentar.
(F) No hemograma o tubo a ser utilizado é com anticoagulante, preferencialmente heparina, com o tubo de tampa verde. 
*O anticoagulante utilizado é EDTA e o tubo é de tampa roxa.
*A heparina preserva a coagulação apenas durante 8h e não preserva morfologia celular.
Tanto os leucócitos, quanto as plaquetas e eritrócitos (hemácias) são originados a partir de uma mesma célula, chamada célula-tronco ou pluripotencial. No momento em que existe um problema medular, na célula de origem, irão ocorrer alterações na série branca e série vermelha, podendo ser redução ou aumento.
*Ex.: Anemia de quimioterapia. Os quimioterápicos são mielotóxicos, ou seja, são tóxicos para a medula e consequentemente para as células de origem. Logo, o que se espera em um paciente em quimioterapia é anemia e leucopenia, pois as células possuem a mesma origem.
LEUCÓCITOS/ GLOBULOS BRANCOS/ GRANULÓCITOS
A maturação das células está basicamente relacionada com a morfológica nuclear.
*Independentemente do tipo celular, quanto mais imaturas, mais intenso é o processo.
Mieloblasto ˃ pró-mielócito ˃ mielócito ˃ metamielócitos (fase de mitose/proliferação) > bastonetes ˃ segmentados (fase de maturação).
*Maturado: Pronto para ser liberado para fazer fagocitose (principalmente de bactérias).
*A demanda é continua, basicamente conforme a necessidade do organismo. Se existe uma bactéria muito patogênica ou liberação intensa de toxinas, acaba ocorrendo neutrofilia (liberação maior de neutrófilos) para fazer fagocitose. Pode acontecer dos neutrófilos não conseguirem acabar com o processo sozinhos, então chegam os bastonetes (não são especialistas em fagocitar).
*Neutrofilos segmentados: Fagocitam muito mais e melhor.
*Se o organismo lançou mão dos bastonetes é porque realmente está precisando.
*Se forem encontrados metamielócitos, é sinal de que o processo é mais intenso.
Assim como na eritrogênese tinham interleucinas específicas e eritropoietina, na leucogênese também vão ter interleucinas específicas e fator estimulador de colônia granulocítica monocítica, ou seja, todos os granulocíticos e agranulocíticos estão prontos para atuar quando o organismo necessitar.
O compartimento marginal não vai ser quantificado no hemograma, quem estiver preso no endotélio vascular vai continuar preso, somente o compartimento circulante vai ser contabilizado.
Sempre irá existir uma relação da quantidade de células no compartimento marginal x quantidade de células no compartimento circulante.
Cão: 1:1 – 1 compartimento circulante para 1 compartimento marginal.
Gato: 1:3 – 1 compartimento circulante para 3 compartimento marginal.
Logo, é comum ter leucocitose mais intensa em gatos, e isso não está necessariamente relacionado a patologias, pode ser estresse por exemplo.
Neutrófilos
Núcleo segmentado e citoplasma claro.
Neutrófilo hipersegmentado: Núcleo com mais de 6 segmentos (mais tempo na circulação).
*Provavelmente situações crônicas.
- Desvio à esquerda: Possui células jovens (pode ser bom ou ruim).
*Se possui células jovens, é sinal de que os segmentados não estão dando conta, sendo assim, o processo é mais intenso.
- Metamielócito na circulação: É precursor do bastonete, indica que a situação é mais grave ainda.
Os neutrófilos possuem de 5,5h a 10h de vida na circulação, dependendo da espécie animal.
A grande maioria das leucocitoses é por neutrofilia. O neutrófilo é a primeira célula a responder.
Depois que penetram nos tecidos não retornam mais para a circulação. Ficam viáveis nos tecidos por até 2 dias. 
Após 2 dias são fagocitados ou atravessam as mucosas e são eliminados.
*A principal alteração hematológica esperada na cólica é leucopenia (por sequestro).
*Pode existir leucopenia também na piometra. Isso não quer dizer melhor ou pior prognostico (sequestro, pois vai para o lugar que está precisando mais). 
*Pacientes com dores crônicas (corticoide exógeno – aumenta a viscosidade do sangue), existe a presença de neutrófilo hipersegmentado (+ velhos). 
Função: Fagocitose, principalmente bacteriana.
Características: Quimiotaxia (por isso ocorre sequestro e leucopeniaem algumas situações); fagocitose; atividade antimicrobiana (enzimas contidas nos grânulos – também estimulam sistema inflamatório).
Monócitos
Núcleo com várias morfologias, citoplasma com vacúolos. É uma célula um pouco maior que as demais.
*É comum em doenças com muitos debris ocorrer leucocitose por neutrofilia e monocitose.
*Ativado (em processo de fagocitose) fica mais basofílico.
Pode ocorrer monocitose tanto em situações crônicas quanto agudas. Pode ser tão aguda a ponto do neutrófilo não dar conta de combater o processo sozinho e precisar da ajuda dos monócitos. 
Maturação e reserva: São liberados da medula logo após a sua formação, e não há reserva medular. Permanece em torno de 8,5h circulando, pouco tempo já que não existe reserva. É atuante quando está na circulação, quando não é ativado sofre alterações estruturais, se transforma em macrófago (livre ou fixo) e vai para os tecidos, onde possui um tempo de vida bem maior. Dependendo do tecido, os macrófagos recebem uma nomenclatura especifica.
Citologicamente é extremamente difícil diferenciar o monócito do macrófago, principalmente quando o monócito estiver ativado.
Macrófagos
É uma célula apresentadora de antígenos, possui fagocitose inespecífica, produz interleucinas essenciais para fazer diferenciação das células e realiza limpeza tecidual.
Eosinófilos
Possuem grânulos no citoplasma. 
São armazenados na medula, distribuem-se desigualmente entre os compartimentos (marginal e circulante). Após serem liberados, migram para a pele, trato respiratório, trato genito-urinário, trato gastrointestinal, etc. Meia vida circulante de 2h a 12h. 
Eosinofilia = parasitas e alergias.
*Eosinofilia ocorre por certo período, no início do processo.
Possuem grânulos primários e cristaloides. Os cristaloides possuem a PPB (proteína principal básica), essa proteína é toxica para a grande maioria dos helmintos. Por isso, nas reações parasitárias, pode existir eosinofilia. 
A reação contra o agente vai ser ainda maior se ele estiver rodeado por IgE (relacionada com hipersensibilidade). Nas reações alérgicas, quando os eosinófilos são mensurados, tende-se a ter uma eosinofilia. 
Fagocitam agentes maiores, que os neutrófilos normalmente não conseguem fagocitar.
Raro de ocorrer na circulação.
Basófilos (mesmo progenitor dos mastócitos).
Possuem núcleo segmentado e bastante condensado, mas seus grânulos são basofílicos.
Os receptores de membrana possuem alta afinidade pela igE. Se houver a ligação da igE com o mastócito ou basófilo, ocorre grau elevado de hipersensibilidade.
Basofilia está muito relacionada com situações de hipersensibilidade. A presença de mastócitos está relacionada a situações tumorais (principalmente mastocitoma). 
Linfócitos
Possuem pouca relação núcleo x citoplasma, tendem a ter o núcleo mais arredondado. 
Linfopenia = doenças virais (ex.: cinomose, parvovirose). 
Esses vírus vão direto ao timo. Se existe linfopenia a resposta celular não está sendo eficaz, e o organismo fica susceptível à entrada de bactérias secundárias por exemplo. 
Vai ocorrer leucocitose por neutrofilia de segmentados, pois os neutrófilos vão precisar combater essas bactérias secundarias oportunistas. 
Linfócitos T: CD4 e CD8.
Linfócitos B: Precursor das imunoglobulinas. 
A maioria das células circulantes numa linfocitose são os linfócitos T.
Causas: Hormônios sexuais, nutrição, glicocorticoide exógeno.
Linfocito T imunidade especifica, e linfócito B imunidade humoral.
Aula 5 – 30/10/17
Granulopoiese
Agranulócitos (não possuem grânulos no citoplasma): Linfócitos e monócitos.
Granulócitos: Neutrófilos, basófilos e eosinófilos.
A grande maioria das leucocitoses é devido à neutrofilias, e das leucopenias devido à neutropenias.
Leucograma: Qualificar e quantificas as células.
Exame quantitativo:
- Normoleucometria: Contagem normal de leucócitos.
- Leucopenia: Diminuição na contagem de leucócitos. 
- Leucocitose: Aumento na contagem de leucócitos.
*Leucopenia normalmente é sinal de gravidade.
Neutrófilos são a primeira resposta a ser mobilizada.
Nem toda leucocitose significa um quadro enfermo, pode ocorrer por estresse (liberação de epinefrina – mobiliza as células que estavam no compartimento marginal para o compartimento circulante); derrame de corticoide endógeno (também disponibiliza mais leucócitos).
*No momento em que o individuo está imunodeprimido, em função de uma infecção viral por exemplo, fica suscetível a contaminação por bactérias secundarias oportunistas. Os vírus irão causar lise dos linfócitos, levando a uma linfopenia, logo, é comum ocorrer uma leucocitose em resposta às bactérias secundárias.
Normalmente as desordens mieloproliferativas, cursam com leucocitose ou leucopenia, e afetam tanto a série branca quanto a série vermelha. 
Bacterioses podem cursar com leucopenia em situações como:
A medula está sempre produzindo neutrófilos segmentados, os quais estão prontos para fagocitar. Se aumentar a demanda de neutrófilos porque algum agente invadiu o organismo, obviamente vai aumentar a solicitação das células, ocorrendo leucocitose por neutrofilia. Se os neutrófilos segmentados não derem conta de combater o problema, os bastonetes também vão ser solicitados. Sempre que existirem bastonetes há desvio à esquerda.
A medula entra em exaustão, pois já enviou todos os segmentados e bastonetes, e ocorre leucopenia (o agente não é eliminado). 
Avaliação da resposta leucocitária
- Número de leucócitos circulantes (leucocitose ou leucopenia).
- Grau de maturação dos leucócitos (metamielócitos, bastonetes, segmentados, hipersegmentados).
Desvio à esquerda: Toda vez que existir número de bastonetes aumentado.
- Desvio à esquerda regenerativo: Menor número de bastonetes em relação aos neutrófilos segmentados.
*Clássico leucograma agudo (piometra, prostatite, leptospirose, etc).
- Desvio à esquerda degenerativo: Maior número de bastonetes em relação aos neutrófilos segmentados. 
*Normoleucometria ou leucopenia (septicemias).
- Desvio à direita: Toda vez que existir número de hipersegmentados aumentado.
*Normalmente situações crônicas, presença de corticoide, uremias, etc.
PROLIFERAÇÃO
MATURAÇÃO
Respostas leucocitárias
Causas de neutrofilia e neutropenia:
- Neutrofilia: Adrenalina e glicocorticoides endógenos e exógenos (situações fisiológicas ou patológicas).
- Neutropenia: Produção diminuída: Infecções bacterianas (bactérias mielotóxicas), leucemia mielóide ou linfoide, drogas (quimioterápicos), anemia e leucopenia.
Causas de eosinofilia e eosinopenia:
- Eosinofilia: Reações alérgicas, parasitismo, hipersensibilidade, etc.
- Eosinopenia: Estresse agudo (adrenalina), estresse crônico (glicocorticoides endógeno), etc.
Causas de basofilia: Relacionada a reações de hipersensibilidade.
Linfócitos: Relacionados à imunidade.
- Linfocitose: Filhotes pós vacinação, ação da epinefrina (princ. gatos), linfoma, estimulação antigênica crônica, doenças auto imunes, etc.
- Linfopenia: Administração de corticoides, infecção viral, etc.
Monócitos: 
- Monocitose: Ação da epinefrina, auxilio aos neutrófilos, situações crônicas, tumor de mama, tvt, piometra, etc.
*Nem toda leucocitose é enfermidade.
Ação dos corticoides (endógeno ou exógeno) na leucocitose: Prolonga a meia vida dos leucócitos, retém os neutrófilos por mais tempo na circulação (hipersegmentado), promove a liberação dos neutrófilos do compartimento marginal para o compartimento circulante.
Ação dos corticoides (endógeno ou exógeno) na linfopenia: Inibe a fase de mitose dos linfócitos, lise dos linfócitos circulantes, redução da liberação de histamina (atua como estimulante na liberação dos linfócitos), estimula o metabolismo proteico (destruição dos linfócitos).
Derrame de epinefrina: Linfocitose, leucocitose, neutrofilia.

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