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Desafio profissional Anhanguera - 2º semestre

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SÃO PAULO – BELENZINHO
CURSO: SERVIÇO SOCIAL
2º SEMESTRE
	Amanda Moraes Lima
	RA 2500652429
	Corina Isabel de Carvalho Costa
	RA 5998445029
	Lucilene dos S. Libarino Gorbine
	RA 5419778924
	Nazareth A. Cunha Silva
	RA 5964886404
	Rita de Cássia Bonfim
	RA 5965892640
DESAFIO PROFISSIONAL
“Relatório direcionado ao conselho administrativo da ONG Bem Viver referente às elevadas taxas de evasão escolar na comunidade Amigos do Casca.”
Disciplinas Norteadoras: Direitos Humanos; Formação Social, Econômica e Política Do Brasil; Desenvolvimento Econômico; Responsabilidade Social e Meio Ambiente; Sociologia.
Tutora EAD: Aparecida de Fatima Souza
SÃO PAULO
DEZEMBRO / 2017
ONG Bem Viver
COMUNIDADE AMIGOS DO CASCA - ESPERANÇA NO FUTURO
Nossa Missão:
“Atender e interagir com as famílias das comunidades, desenvolvendo projetos culturais socioeducativos, voltados para o reconhecimento e valorização da pessoa humana e dos Direitos Humanos, em todas as fases da vida, promovendo também a preservação do meio ambiente e a construção de uma sociedade democrática e verdadeiramente livre com esperança no futuro”.
Nossos Valores:
Educação: a base de tudo.
As crianças são a prioridade.
Ética e Cidadania.
Respeitar o idoso é essencial.
Defesa de Direitos.
Responsabilidade com o meio ambiente.
Introdução
Apresentamos a seguir, alguns dados que levantamos na comunidade Amigos do Casca, referente ao índice de evasão escolar dos alunos residentes nesta comunidade, bem como suas principais causas, e algumas situações, que têm assolado as famílias e contribuído para aumentar ainda mais as taxas de evasão, diminuindo as perspectivas de um futuro melhor, principalmente, para as crianças da comunidade.
Relatório direcionado ao conselho administrativo da ONG Bem Viver referente às elevadas taxas de evasão escolar na comunidade Amigos do Casca.
Há alguns anos atuando aqui na ONG Bem Viver, a qual tem como principal área de atuação a comunidade Amigos do Casca, percebemos que esta comunidade não tem a mínima infraestrutura e as famílias estão sempre em dificuldades financeiras. São pessoas de baixa renda que vivem de uma forma ou de outra tentando encontrar meios para sobreviver. O mercado de trabalho, cada vez mais competitivo, ainda não é dos melhores: demissões em massa, a volta da inflação, e a crise econômica - consequências da recessão - refletem diretamente na classe trabalhadora. Os empregadores tornam-se mais exigentes e as oportunidades são dadas àqueles que têm mais preparo. Sendo assim, muitos não têm outra opção senão o trabalho informal, e até mesmo, práticas ilícitas para garantir o “pão de cada dia”.
A situação socioeconômica das famílias residentes nesta comunidade é realmente precária: não podem proporcionar aos filhos as condições mínimas de desenvolvimento psicossocial. O desemprego ou trabalho informal, a baixa escolaridade, a falta de moradia e saneamento básico, dignos, alimentação pobre em nutrientes, entre outros fatores, agravam ainda mais este quadro. Falta também a inclusão de políticas públicas essenciais como opções de lazer, segurança, desenvolvimento pessoal, capacitação profissional, incentivo para a prática de esportes e para a arte etc.
Infelizmente, toda essa combinação de fatores vem contribuindo para que as crianças e adolescentes abandonem progressivamente o ensino regular e se aproximem de atividades ilícitas, como o tráfico, ou procurem se inserir no mercado de trabalho, seja de maneira formal ou informal. Criando assim, um cenário propício para a crescente marginalidade. 
É nesse contexto que se encontram as crianças e adolescentes da comunidade Amigos do Casca. 
Vale observar que, comparado a outras comunidades e, até mesmo à situação geral do país, no que diz respeito à evasão escolar, até que a situação desta comunidade não é das piores, mas, ainda assim é preocupante. 
Entre as causas de evasão mais frequentes estão: a necessidade de ajudar os pais em casa ou de trabalhar para ajudar nas despesas, dificuldade de aprendizado (dislexia), bullying, gravidez na adolescência, falta de interesse e até mesmo a proibição dos pais de alguns alunos, de irem à escola principalmente nos anos finais do ensino fundamental (5ª a 8ª séries) e Ensino Médio.
Lembrando que, segundo a constituição brasileira, o ensino fundamental é obrigatório para as crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, sendo responsabilidade das famílias e do Estado garantir a eles uma educação integral.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB9394/96) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a evasão escolar, ou mesmo, um numero elevado de faltas injustificáveis, ferem os direitos da criança e do adolescente. A escola deve, no entanto, valer-se de todos os recursos que possa dispor para garantir a frequência dos alunos, sendo que, esgotados todos esses esforços, a instituição escolar deve informar ao Conselho Tutelar do Município sobre os casos de excesso de faltas e evasão escolar, para que o Conselho tome as providências cabíveis – como prevê ainda a legislação.
Mais um dos grandes problemas é a falta de atrativos e a baixa qualidade do ensino, bem como a falta de infraestrutura adequada. Os avanços tecnológicos que demoram de chegar às escolas públicas, sem contar com o fato de que os professores são mal remunerados para quem aplica um trabalho de maior relevância como a educação. Os profissionais da educação, sentindo-se desvalorizados, podem, até mesmo sem querer, contribuir com o afastamento do aluno, aumentando assim o índice de evasão escolar.
Porém, acreditamos que essa situação pode ser superada por ações sociais, e de assistência social, principalmente no que diz respeito à a educação.
Vimos que, enquanto ONG, tínhamos que fazer algo a respeito, pois, a educação é fundamental para a construção de uma sociedade democrática e verdadeiramente livre, tal qual “pregamos” em nossa missão e valores.
Então, com base em ações que já deram certo em outras comunidades, fizemos esses levantamentos a fim de implantarmos aqui alguns projetos, como, tratamento das causas de evasão já citadas (bullying, trabalho infantil, negligência..), reinserção escolar, acolhimento, apoio psicológico, incentivo, etc.
Entre esses projetos, destacamos o “Futuros Campeões do Casca”: trata-se de uma ação de inserção e reinserção com reforço escolar para crianças e adolescentes da comunidade Amigos do Casca, principalmente com faixa etária entre 06 e 17 anos. Nesta ação trazemos animadas palestras, incluindo o testemunho de pessoas que cresceram na comunidade e “venceram na vida”, filmes motivacionais (como o filme Invictus, por exemplo) acolhimento e aconselhamento (apoio psicológico) atividades relacionadas a temas polêmicos adequados a cada faixa-etária, para incentivar a opinião e o raciocínio. Momentos de laser (karaokê, vídeo game..). Exercícios de autoconhecimento, dinâmicas de grupos com o intuito de diminuir os conflitos, fortalecer os laços de amizade e promover a unidade - um por todos e todos por um - distribuição de cestas básicas para as famílias mais carentes e cujas crianças voltam a estudar e mantêm mais de 80% de frequência (na ocasião da distribuição de alimentos, procuramos fazer essas dinâmicas de grupo envolvendo também os responsáveis pelas crianças). A intenção é envolver as famílias para que haja uma continuidade do projeto de reinserção em tempo integral, ou seja, que o incentivo continue em casa seja através de um elogio, demonstração de interesse, carinho, tolerância etc. 
Abaixo segue o levantamento da faixa etária e do índice de evasão escolar dos alunos que residem na comunidade Amigos do Casca no inicio de nossas ações:
Ao todo são 700 famílias. Total de 487 crianças, sendo:
De 0 a 6 anos: 122 (31 estavam fora da escola);
De 7 a 10 anos são 119 crianças, estando 20 em evasão;
De 11 a 13 anos: 114 (com 42 evadidos);
E com idadeentre 14 e 17 anos, temos 132 adolescentes. Desse total, 61 deixaram a escola (maioria para trabalhar informalmente).
Para melhor compreensão desses números, observem o gráfico:
 
Com a ajuda de nossos parceiros, conseguimos propor atividades de acordo com a faixa etária das crianças e adolescentes. No início parecia que nem daria certo, mas depois tudo foi “tomando forma” – até mais do que imaginamos. 
Começamos o projeto com 22 crianças entre 7 e 14 anos de idade. Tivemos a cooperação de alguns voluntários - principalmente mães da comunidade em situação de desemprego e adolescentes - que foram de grande ajuda. Com a colaboração da própria comunidade e de alguns parceiros como igrejas e associação de moradores, oferecemos um café da manhã simples que também é um atrativo, já que muitas crianças não o têm todo dia. Recebemos o apoio de nossos parceiros que foi fundamental para que o projeto continuasse. Por exemplo, uma empresa conveniada com a Abrinq - a qual deseja permanecer no anonimato – nos doou alguns brinquedos com os quais montamos um playground que nem estava em nossos planos, mas, que é uma das principais atrações para as crianças menores. Enfim, As atividades são desenvolvidas visando à valorização e a conscientização dos moradores em relação aos seus direitos e também aos seus deveres, tanto no âmbito pessoal quanto no que diz respeito ao coletivo, principalmente as crianças e adolescentes.
Abaixo segue as atividades propostas para cada grupo:
De 0 a 6 anos: a princípio, as crianças de 0 a 6 anos não eram nosso alvo principal, visto que estamos tratando do problema de evasão escolar. Porém, juntamente com a DRE regional auxiliamos 17 crianças a encontrar vagas nas creches do bairro. Hoje são apenas 14 fora, sendo 6 por opção dos responsáveis. 
Quanto às atividades, temos um espaço preparado com materiais para contação de histórias, cantigas de rodas, brincadeiras ao ar livre, animações (filmes infantis), pintura etc. Tudo programado para atender os pequenos nas ocasiões em que os responsáveis têm a necessidade de deixa-los conosco, visando o desenvolvimento, imaginação e a coordenação motora dessas crianças
De 7 a 10 anos: leitura, pintura, brincadeiras ao ar livre, atividades com massinha de modelar, aula de balé, hip hop, práticas de esportes variados etc.
De 11 a 13 anos: artesanato, pintura, futebol, basquete e vôlei (opcional), informática básica, inglês básico aula de musica, teatro, etc.
De 14 a 17 anos: informática intermediária, capacitação pessoal e profissional, orientações e encaminhamento para o programa Jovem Aprendiz, conscientização sobre práticas ilícitas, dependência química etc.
Em todos os grupos temos os momentos de laser, a roda de conversa, reforço escolar de matemática e língua portuguesa, testes psicológicos (tipo enquetes, desenhos utilizando formas etc), alguma forma de exercício físico. Todo o planejamento, preparação e aplicação de atividades visam à conscientização dos direitos e da importância desses alunos frequentarem o ensino regular. 
Todo último dia útil do mês, lembramo-nos dos aniversariantes, cantamos parabéns e fazemos um bolinho, tudo muito simples, porém eles adoram.
Esses projetos são realizados em parceria com o Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) do bairro e a Associação de moradores Amigos do Casca. 
Identificamos três casos em que as crianças se recusavam a ir para a escola e tinham medo ou vergonha de admitir que sofriam bullying. Nos três casos, conseguimos auxiliar os responsáveis na troca da instituição e estamos acompanhando de perto. 
Infelizmente, tivemos que encaminhar duas crianças para o conselho tutelar que sofriam maus tratos, chegando ao extremo de terem hematomas e por isso não iam à escola.
Sobre os jovens, principalmente entre 15 e 17 anos, nem todos podem voltar a estudar imediatamente, e, aqui entra um agravante: a maioria parou de estudar para trabalhar, por necessidade. Eles (as) começam trabalhando de dia e estudando à noite, porém as empresas em geral incentivam o jovem a fazer hora extra e ter total disponibilidade de horário sob pena de não permanecer no emprego, criando assim, um entrave para que este jovem não volte tão cedo a frequentar a escola regularmente. E mesmo com a intenção de “um dia” retomar os estudos, ele vê na escola apenas uma chance de melhorar o salário. A maioria nem pretende cursar o ensino superior. Neste ponto temos um paradoxo, pois, a fim de melhorar financeiramente, seria natural que o jovem priorizasse os estudos. Mas, curiosamente ocorre o contrário.
Como trabalham durante o dia, normalmente os alunos chegam à aula noturna, muitas vezes, cansados e outras vezes, desmotivados. Entram na segunda aula, e, dado o horário, sempre tem uma tendência a aparecer um programa mais interessante ali mesmo no portão da escola, fazendo muitas vezes com que o aluno mude de ideia e acabe faltando bastante até o total abandono das aulas.
Mesmo assim, os adolescentes têm encontrado tempo para participar de nossos projetos, até por que, atendemos aos finais de semana (exclusivamente essa faixa etária – 14 a 17 anos).
Também, visitamos as duas escolas da região e percebemos que os educadores nem sempre estão aptos para tratar os casos de reinserção com a atenção que a situação exige, então sugerimos a ajuda de estagiários voluntários - ao menos no início – que foi muito bem aceita. Graças à parceria com algumas universidades, sempre há pessoas que necessitam realizar estágios, em vários segmentos como pedagogia, serviço social, psicologia. Isso tem nos ajudado muito mesmo.
Para as reuniões utilizamos o salão que fica aos fundos da ONG, construído exatamente para esse fim.
Mais uma vez salientamos que toda a despesa para a realização do projeto é fruto de doações, ações e eventos para arrecadação de recursos.
As reuniões ocorrem de segunda a sexta-feira em dois horários: às 8h e às 15h e têm de duas a três horas de duração – conforme a necessidade.
E as reuniões para os jovens que trabalham ocorrem aos sábados e domingos a partir das 15h. O horário foi escolhido por votação dos próprios jovens.
Ajudamos também os adolescentes envolvidos no projeto a se prepararem para o ENEM e se inserir como jovem aprendiz no mercado de trabalho como já foi falado.
Abaixo, seguem os índices de evasão em escala nacional, segundo o IBGE, para que possam comparar com nossos números:
Referente ao trabalho infantil, concentramo-nos mais nos adolescentes, porém encontramos alguns casos de crianças menores em situação de exploração, as quais deixavam de frequentar a escola para trabalhar ou praticar atividades ilícitas. Mas, felizmente, não foi difícil dissolver esse problema, principalmente graças à colaboração das famílias.
Abaixo anexamos o artigo da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que foi assunto principal durante nossa primeira reunião na associação de moradores Amigos do Casca, realizada no início do projeto. Eis o artigo:
Trabalho Infantil no Brasil
O trabalho infantil é ilegal e priva crianças e adolescentes de uma infância normal, impedindo-os não só de frequentar a escola e estudar normalmente, mas também de desenvolver de maneira saudável todas as suas capacidades e habilidades. Antes de tudo, o trabalho infantil é uma grave violação dos direitos humanos e dos direitos e princípios fundamentais no trabalho, representando uma das principais antíteses do trabalho decente.
O trabalho infantil é causa e efeito da pobreza e da ausência de oportunidades para desenvolver capacidades. Ele impacta o nível de desenvolvimento das nações e, muitas vezes, leva ao trabalho forçado na vida adulta. Por todas essas razões, a eliminação do trabalho infantil é uma das prioridades da OIT.
Fatos e números no Brasil
Entre 1992 e 2015, 5,7 milhões crianças e adolescentes deixaram de trabalhar no Brasil, o que significou uma redução de 68%. Entretanto, ainda há 2,7 milhões de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil no país.
59% das criançase adolescentes em situação de trabalho infantil são meninos e 41% são meninas.
A maioria da população ocupada entre cinco e 17 anos está nas regiões Nordeste (852 mil) e Sudeste (854 mil), seguidas das regiões Sul (432 mil), Norte (311 mil) e Centro-Oeste (223 mil).
Todas as regiões apresentam maior incidência de trabalho infantil em atividades que não são agrícolas, exceto a região Norte.
A maior concentração de trabalho infantil está na faixa etária de 14 a 17 anos (83,7%).
O trabalho infantil entre crianças de cinco a nove anos aumentou 12,3% entre 2014 e 2015, passando de 70 mil para 79 mil.
Conheça os Diagnósticos Intersetoriais Municipais de Trabalho Infantil  preparados pela OIT, com informações e análises de cada município do Brasil.
(Fonte: PNAD 2015) – disponível em http://www.ilo.org/brasilia/temas/trabalho-infantil/lang--pt/index.htm - acessado em 21/11/2017.
A Fundação Telefônica fez também um levantamento onde verificou-se que segundo o Relatório de Desenvolvimento, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud): “um a cada quatro alunos que inicia o ensino fundamental no Brasil abandona a escola antes de completar a última série e é no ensino médio que a maioria desiste”. Vejam:
A estatística da Organização das Nações Unidas torna o Brasil o terceiro em taxa de evasão escolar entre os 100 países com maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). No relatório, o PNUD sugere que o país adote “políticas educacionais ambiciosas”.
Para a diretora pedagógica da Associação Cidade Escola Aprendiz, Helena Singer, há uma série de complicações que fazem com que meninos e meninas larguem a escola, desde a falta de articulação da rede de proteção e garantia de direitos das crianças e adolescentes até a estrutura escolar, arcaica e que não atrai os jovens. Segundo ela, “os interesses dos alunos não são contemplados nas escolas, tudo já vem pronto e decidido. Os jovens precisam ser convidados para fazer parte do debate da proposta da escola, com fóruns de discussão modelos que contemplem os estudantes”.
Singer afirma ainda que a qualidade de ensino também é responsável pelo o abandono: “geralmente os alunos estão aprendendo pouco, mesmo quem conclui o ensino médio. Isso acaba não abrindo tantos espaços assim de inserção de trabalho porque seu desenvolvimento não aconteceu de forma plena.” Ainda que com baixa qualidade, ela explica que a escola ainda é importante: “Mesmo com todos os defeitos, a escola ainda diferencia as pessoas. Quem tem maior tempo de aproveitamento escolar acaba tendo mais oportunidades e visão crítica de mundo”.
Nesse sentido, a escola teria um papel primordial para ajudar a combater a evasão escolar.
“É ela quem deve primeiro identificar a criança ou adolescente que abandonou os estudos, que está com muita falta ou com aproveitamento abaixo da média” - afirma Tiago Ranieri, coordenador da área de infância do Ministério Público do Trabalho (Coordinfância/MPT) em Goiás - “A partir daí, a escola deve acionar a rede de proteção, de forma que os agentes entrem em contato e forneçam assistência à família, identificando o problema familiar que levou a criança ou adolescente a abandonar a escola.”
Igualmente, o coordenador regional da Coordinfância Rafael Dias Marques aponta o trabalho infantil como uma das causas da evasão escolar. “Tudo começa pela vulnerabilidade socioeconômica da família. Então os filhos têm que trabalhar para ajudar na renda da casa, dividindo o tempo entre escola e trabalho”, explica. “Uma criança que consegue angariar algum valor acaba largando a escola porque ele vê ali uma solução imediata, o ambiente escolar passa a perder o sentido.”
“O trabalho tem muita influência para que um jovem deixe de frequentar a escola. Para poder trabalhar durante o dia, é comum o aluno optar pelo período noturno escolar. Porém cansado, muitas vezes não consegue acompanhar as aulas. Trabalhando o dia inteiro, esses meninos e meninas ainda em formação física e psicológica têm seu rendimento afetado ou deixam de frequentar a escola por cansaço”, aponta ainda Tiago Ranieri. “Geralmente essas crianças não vão trabalhar em escritório, e sim em trabalhos que adultos não querem fazer e que envolve esforço físico.” 
Para o coordenador nacional do combate à exploração do trabalho de crianças adolescente do MPT Rafael Dias Marques, muitas dessas crianças e adolescentes estão perdendo a sua capacidade de elaborar um futuro: “Elas estão desenvolvendo doenças de trabalho que os incapacitam para a vida produtiva quando se tornarem adultos. Essa é uma das mais perversas formas de violação dos direitos humanos de crianças e adolescentes”. Marques também corresponsabiliza a sociedade como um todo. “No momento em que a população se conscientiza, passa a ser um agente de cobrança do poder público para que políticas públicas sejam desenvolvidas e essas crianças e adolescentes possam se desenvolver de maneira integral.”
Fonte: Fundação Telefônica | Brasil – Texto: Trabalho infantil e desinteresse levam à evasão escolar disponível em
http://fundacaotelefonica.org.br/promenino/trabalhoinfantil/noticia/trabalho-infantil-e-desinteresse-levam-a-evasao-escolar/ (acessado em 24/10/2017)
Conforme o relatório do Unicef, os adolescentes de 15 a 17 anos que trabalham e estudam ao mesmo tempo somam 2.196.092 em todo o País, o que representa 21% do total dessa faixa etária. A região com maior proporção de adolescentes nessa situação é a Sul, com 24,7%, seguida pela Nordeste, com 22,4%. Em termos absolutos, as líderes são as regiões Sudeste, com 737.884, e Nordeste, com 732.520. (https://www.unicef.org/brazil/pt/ResultadosPCU20132016.pdf)
Este estudo foi elaborado para a OIT por Simon Schwartzman, consultor e ex-presidente do IBGE, com base nos dados dessa Instituição e em colaboração com a equipe da OIT/IPEC Brasília.
Ainda segundo Armand F. Pereira, Diretor da OIT para o Brasil, “A prática do trabalho infantil é um fenômeno antigo que se encontra arraigado com uma série de valores culturais bastante rígidos. Sendo assim, somente a continuidade de um movimento em defesa dos direitos da criança e do adolescente, por meio de uma ação nacional integrada, capaz de mobilizar toda a sociedade no combate ao trabalho precoce, será capaz de proteger a população infanto-juvenil contra qualquer tipo de negligência, exploração, violência, crueldade e opressão”
Finalizamos este relatório citando a Constituição Federal - Capítulo VII – Da família, da criança, do adolescente, do jovem e do idoso. Artigo 227 que diz:
"É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão."
(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010 - Disponível em https://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10132.html - Acessado em 21/11/2017)
Agradecimentos:
Agradecemos a todos aqueles que nos ajudaram na realização deste projeto, a todos os voluntários, estagiários, profissionais que abdicam muitas vezes do seu dia de folga para estar conosco nos auxiliando.
Agradecemos pelas doações, e todas as parcerias e ainda Ese projeto grandioso, não seria possível sem a colaboração de nossos parceiros, instituições empresariais, sindicatos, escolas técnicas públicas e privadas, universidades, igrejas locais, e associação de moradores Amigos do Casca.
Conclusão:
Esse desafio profissional foi de muito útil valia para complementação de nosso aprendizado referente às disciplinas norteadoras e para refletirmos sobre a ação do assistente social diante de situações de evasão escolar como também de trabalho infantil, envolvimento de crianças e adolescentes na criminalidade e até mesmo na utilização de drogas ilícitas que acaba minando as chances de se desenvolverem.Tivemos a oportunidade de acessar os sites da OIT e do IBGE assim como vários outros sites para pesquisar informações reais e assim adquirimos uma visão mais ampla de algumas realidades do Brasil além de nos conscientizar e chamar nossa atenção para estes temas que são tão relevantes em nossa sociedade e que envolvem várias situações com as quais haveremos de lidar futuramente, como pessoas em situação de extrema pobreza, crianças com dificuldades de aprendizado, violência doméstica, dependência química e a própria questão da evasão escolar.
Referências
MARIANO, Maria Luzia Silva. Desafio Profissional de Ciências Humanas e Sociais: direitos humanos; formação social, econômica e política do Brasil; desenvolvimento econômico; responsabilidade social e meio ambiente; sociologia. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2017. 7 p. Disponível em: <www.anhanguera.edu.br/cead>. Acesso em 20/11/2017.
Organização Internacional do Trabalho - http://www.ilo.org/brasilia/publicacoes/lang--pt/index.htm?facetcriteria=AMERICAS=YOU&facetdynlist=WCMS_206327 – acessado em 20/11/2017
Indicadores Sociais (evasão escolar e inserção no mercado de trabalho) disponibilizados no site do IBGE (www.ibge.gov.br/home/mapa_site/mapa_site.php#populacao) – acessado em 20/11/2017.
Indicadores sobre a Situação do Trabalho Infantil no Brasil – disponível em https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/trabalho_infantil/default_xls.shtm - acessado em 21/11/2017.
Evasão escolar cai em todas as etapas de ensino – disponível em http://www.brasil.gov.br/educacao/2017/06/evasao-escolar-cai-em-todas-as-etapas-de-ensino - acessado em 21/11/2017.
Vídeo Trajetórias dos Direitos Humanos, publicado pela Rede Mobilizadores, disponível em: www.youtube.com/watch?v=Jw2wW-Rh4f4 acessado em 19/10/2017.
Vídeo Terceiro Setor no Brasil, publicado pela TV Tem, disponível em: www.youtube.com/watch?v=4_wUSoxR-vU - acessado em 19/10/2017.
COSTA, Selma Frossard. O Serviço Social e o Terceiro Setor. Serviço Social em Revista, Londrina, v. 7, n. 2. Jan/jul. 2005. Semestral. Disponível em: <www.uel.br/revistas/ssrevista/c_v7n2_selma.htm>. Acessado em 19/10/2017.
GHIVELDER, Debora (Ed.). Fernando Alves, sociólogo e ativista: ‘Vida, trabalho e natureza são um só valor’. O Globo. Rio de Janeiro, 15 abr. 2015. p. 07-08. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/sociedade/conte-algo-que-nao-sei/fernando-alves-sociologo-ativista-vida-trabalho-natureza-sao-um-so-valor-15874852>. Acessado em 19/10/2017.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Boas práticas de combate ao trabalho infantil: os 10 anos do Ipec no Brasil. Brasília: OIT, 2003. 262p. Disponível em: < www.oitbrasil.org.br/sites/default/files/topic/ipec/pub/boas_praticas_ipec_323.pdf>. Acessado em 19/10/2017.
______. Legislação, trabalho e escolaridade dos adolescentes no Brasil. Brasília: OIT, 2004. 84p. Disponível em: < www.oit.org.br/sites/default/files/topic/ipec/pub/legislacao_trabalho_escolaridade_adolescentes_brasil_343.pdf>. Acessado em 19/10/2017.
BRASIL, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira. Sinopse Estatística da Educação Básica 2007. Acesso em 14 set. 2009. Disponível em: http://www.inep.gov.br/ acessado em 22/11/2017
BRASIL. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da República acessado em 19/11/2017
BRASIL, O Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº. 8069, de 13 de julho de 1990 – acessado em 19/11/2017.
Declaração Universal dos Direitos Humanos disponível em https://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10133.html. - acessado em 25/10/2017
Trabalho Infantil no Brasil - http://www.ilo.org/brasilia/temas/trabalho-infantil/lang--pt/index.htm. - acessado em 21/11/2017.
Fundação Telefônica | Brasil – Texto: Trabalho infantil e desinteresse levam à evasão escolar – disponível em http://fundacaotelefonica.org.br/promenino/trabalhoinfantil/noticia/trabalho-infantil-e-desinteresse-levam-a-evasao-escolar/ - acessado em 24/10/2017.
SCHWARTZMAN, Simon - Trabalho infantil no Brasil / Simon Schwartzman – 1ª ed. Brasília: OIT, 2001 - 1ª edição. Disponível em http://www.oit.org.br/node/359 - acessado em 24/10/2017.

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